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03/03/2013 1 COSMETOLOGIA Profa. Françoise Carmignan História Pré-história: Uso de cosméticos – 30.000 anos Gravação em rocha e caverna Pintura corporal: - rituais tribais (aborígines) - guerra - cerimônias religiosas (resinas e unguentos de perfumes) Queima do incenso: - origem da palavra perfume - latim: “através da fumaça” Egípcios (1400 a. C.): Sombra de olhos e rouge (verde malaquita) Pintura de cabelos (extrato vegetal de henna) Beleza eterna = Cleópatra Banho de leite de cabra (suavidade e maciez) Faraós sepultados em sarcófagos – encontrados produtos para se manter belo e decorativos Sarkófago de Tutankamon – cremes, incenso, potes de azeite História Gregos (400 a.C.): •Cosméticos na ciência – menos conectados com religiosos: dietas, exercícios físicos e higiene •Manuscristos de Hipócrates - o pai da medicina: orientação sobre higiene, banhos de água e sol, importância de ar puro e atividade física •Deusa da beleza feminina: Vênus de Milo Romanos (400 a.C.): Claudius Galen inicia a era galênica Unguentum refrigerans (cold cream): cera de abelha e bórax Alquimia: formulação cosmética para magia e ocultismo “Os produtos de beleza para o rosto da mulher” de Ovídio com receitas caseiras História Idade Média: Rigor religioso do cristianismo “Idade das Trevas: 500 anos sem um banho” Renascentismo e Descobrimento da América (século XV): Retorno à busca do embelezamento Hábitos de vida – retratados por pintores Mona Lisa (Leonardo da Vinci) – mulher sem sombrancelha, face ampla e alva, delicadeza e suavidade Falta de higiene – criação dos perfumes Idade Moderna (séculos XVII e XVIII): Evolução dos cosméticos Perucas cacheadas Rua Saint Honoré (Paris): depilatórios, pomadas, azeites, águas aromáticas, sabonetes e outros Costume de tomar pouco banho: crescimento da produção de perfumes Giovanni Maria Farina (1725) – Colônia na Alemanha: desenvolvimento da água de colônia Meados de 1770 – parlamento inglês instituiu penalidades para o uso de perfumes e cosméticos História Idade Contemporânea (século XIX): França pós Napoleão - cosméticos retomam a popularidade Cada família tinha suas próprias e favoritas receitas Surgimento de indústrias Primeiras regulamentações - 1886 – EUA – Uso de corantes na fabricação de manteiga - 1896 – EUA – Uso de corantes na fabricação de queijo - 1906 – FDA – controle do governo no uso dos corantes em alimentos - 1907 – FDA – certificação dos corantes - 1940 – FDC (Food, Drug, Cosmetic) – Lei Federal – apenas corantes certificados poderiam ser utilizados em alimentos, medicamentos e cosméticos - Em 1959 usavam 191 corantes já em 1986 somente 68 corantes são utilizados (restrição toxicológica, análise quantitativa de impureza na ordem de partes por trilhão) 03/03/2013 2 Primeiras regulamentações Brasil - 1962 – Instituto Adolf Lutz (SP) – regulamentação para indústria cosmética pois seguiam a indústria farmacêutica - 1965 – Decreto 57.395 – classificação em 24 grupos de cosméticos e estabelecia restrição a algumas concentrações de matérias-primas - 1973 – Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) - 1977 – Decreto 79.094 – remete vários produtos da área da saúde a ANVISA Cosméticos Preparações constituídas por substâncias naturais ou cosméticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com objetivo exclusivo ou principal de limpá- los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. (RDC n° 211, 14/07/05) Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005 Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes Grau 1 Produtos com risco mínimo Propriedades básicas ou elementares Não requeiram informaçoes detalhadas Grau 2 Indicação específica Comprovação de segurança e/ou eficácia Informação e cuidados Modo e restrição de uso Grau 1 Grau 2 Produtos de Higiene Sabonete Xampu Dentifrício Desodorante axilar Sabonete anti-séptico Xampu anticaspa Dentifrício anticárie Desodorante antitranspirante Cosméticos Creme, loção e gel (hidratação) Maquiagem Demaquilante Esfoliante mecânico Creme, loção e gel (anti-rugas, clareador) Maquiagem Produtos com fotoprotetor Esfoliante químico Produto Infantis Creme, loção, sabonete, xampu, lenco umedecido Perfumes Óleo, banho de espuma, sais, água de colônia, perfumes Mercado de cosméticos Mercado de cosméticos Mercado cosmético brasileiro Abihpec – Associacao Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético Faturamento líquido: - 2000: 7,5 bilhoes - 2005: 15,4 bilhoes 1367 empresas de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos 15 empresas de grande porte (71,7% do faturamento - 100 milhoes) 98,8% - empresas de micro, pequeno e médio porte 03/03/2013 3 Anatomofisiologia da pele Pele Maior órgão do corpo humano 2 m2 . Exemplo: pessoa de 70 Kg e 1,70m tem 1,85 m2 10 a 15% do peso corporal Pesa cerca de 4,8 kg nos homens e 3,2 kg em mulheres Quantidade de sangue contida nos vasos sanguíneos pode chegal a 1.800 mL (30% do sangue circulante) Espessura varia de 0,5 mm na nuca à 5 mm na planta dos pés Órgão de revestimento complexo e heterogêno Múltiplas características, variáveis de regiao para regiao: rugosa ou lisa, pregueada ou ñ, grossa (palmas e plantas) ou fina e transparente, firme (sobre regiao óssea) ou flácida, com pêlos ou ñ Cor condicionada à densidade de melanina presente na epiderme: clara, intermediária ou escura Superfície composta por sulcos e saliências (palmo-plantares): identificacao de indivíduos através da dactiloscopia Composta de três camadas: epiderme, derme e hipoderme Estrutura da pele Epiderme Origem ectodérmica Constituída de células epitelias dispostas em camadas: - Camada germinativa ou basal - Camada espinhosa - Camada granulosa - Camada lúcida (regiao palmar e plantar) - Camada córnea Constituída por 4 tipos de células: - Células epiteliais - sistema queratínico e seus anexos (queratinócitos) - Células do sistema melânico (melanócitos) - Células de Langerhans - Células de Merkel (mecanoreceptor cutâneo de adaptacao lenta) Nao possuem vasos sanguíneos próprios – recebem elementos nutritivos do plasma circulante nos espacos intercelulares oriundos dos capilares da derme Epiderme Epiderme Diferenciação celular ocorre em torno de 2 semanas nos jovens e em 37 dias para pessoas com mais de 50 anos. Diariamente a pele elimina de 6 a 14 g de células mortas Diferenciação ou renovação celular da epiderme: células do estrato basal até se tornarem anucleadas e se esfoliarem na camada córnea Constituída por epitélio pavimentoso estratificado A água inter e intracelular constitui 70 % de seu volume 03/03/2013 4 Epiderme Camada córnea Stratum corneum Espessura variável Células anucleadas, achatadas, desidratadas com aspecto de finas lâminas superpostas Corneodesmossomos: atividade enzimática Conservacao da umidade e espessado em áreas de atrito Corneócito Bicamada lipídica Estrutura lamelar Envelope liídico Envelope proteico Epiderme Melanócitos Localizados na camada basal, bulbo piloso, retina, ... Produzem o pigmento melanina a partir dos melanossomas Melanina: pigmento endógeno, responsável pela pigmentacao da pele e cabelos, bem como protecao contra raios solares e absorção dos radicais livres. Além da função de camuflagem, absorção de calor e aparência Melanogênese: feomelanina (vermelha) Tirosina dopa dopaquinona eumelanina (preta) Derme Tecido resistente e elástico. Elemento de sustentação e nutrição da epiderme e de seus anexos, com 1 a 4 mm Contém entre 20 e 40 % da água total de corpo 20 a 30 vezes mais espessa que a epiderme Área delgada superficial – “derme papilar” Área espessa e profunda com feixes de colágeno– “derme reticular” Ambas – células, fibras e substância fundamental Substância fundamental – gel composto por mucopolissacarídeos ou glicosaminoglicanas (ácido hialurônico e condroitinossulfato) Estoma conjuntivo – vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e suas terminacoes, glândulas sebáceas e sudoríparas e elementos celulares (fibroblastos, histiócitos, células endoteliais e mastócitos) Derme folículo piloso - estrutura onde nascem os pêlos; glândulas sebáceas - responsáveis pela produção de gordura; glândulas sudoríparas - responsáveis pela produção de suor; vasos sangüíneos - responsáveis pela nutrição e oxigenação das células e pela eliminação de toxinas, impurezas da pele; fibras de colágeno e elastina - que se entrelaçam, como uma teia, dando firmeza e elasticidade à pele; terminações nervosas - responsáveis pela sensibilidade da pele: dor, tato, calor; fibroblastos – responsáveis por sintetizar macromoléculas que constituem a matriz extracelular (MEC) Derme Hipoderme Camada mais profunda da pele Feixes conjuntivos, entremeados com fibras eláticas, formam aréolas, alvéolos ou lajas contendo células adiposas Células adiposas ou lipócitos contém no citoplasma lípideos (triglicerídeos), um pigmento (lipocrômio), colesterol, vitaminas e água Protecao, contra traumatismos, os vasos e nervos que devem alcancar as partes superiores da pele O panículo adiposo é um isolante térmico pois protege o organismo de traumas e calor, além de ser depósito de calorias Esteticamente, proporciona turbidez à pele e na ausência ou deficiência, formam-se rugas e pregas 03/03/2013 5 Anexos cutâneos Glândulas sudoríparas Glândulas sebáceas Pêlos Unhas Cabelos Função da Pele Função da Pele Barreira Química Barreira Antimicrobiana Barreira frente as radiacoes solares Barreira Térmica Barreira Elétrica Fatores envolvidos nas características da pele Fatores extrínsecos: Dieta – uma pele com aspecto saudável depende de uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, vitaminas e sais minerais Atividade física – contribui para a melhor oxigenação dos tecidos, inclusive a pele, dando mais firmeza, pelo aumento do tônus muscular Meio ambiente – o sol provoca o fotoenvelhecimento e o câncer de pele Cosméticos – ajudam a preservar e a recuperar as características de uma pele jovem e saudável. Fatores envolvidos nas características da pele Fatores intrínsecos: Idade – a pele da criança é macia, fina, lisa, a do adolescente tem excesso de oleosidade e a do idoso tem tendência à secura, rugas e manchas Sexo – a distribuição dos pêlos varia no homem e na mulher. A mulher tem tendência maior a apresentar celulite e estrias, pelas diferenças hormonais Hereditariedade – a carga genética determina a cor da pele, tendência a acne, a flacidez, tipo de pele, entre outros Hidratação cutânea 03/03/2013 6 Tipos de pele Tipo de pele Características Normal ou eudérmica Tipo ideal ou de criança Secreções equilibradas Lipídica ou oleosa Espessura aumentada, aspecto oleoso e brilhante Produção de sebo alterada, pH ácido Envelhecimento mais tardio Oleosa desidratada Descamação fina, ressecamento Metabolismo testorerona aumentado Seborréica Produção excessiva de sebo, brilho exagerado Homens e adolescentes Alípica Secreção sebácea insuficiente, fina, sensível, irritável Pele muito clara, envelhecimento precoce Desidratada Reduzida capacidade de reter água Descamação fina Mista Óstios dilatados na região “T” facial Secura e irritação nas demais áreas da face pH fisiológico da pele Valores aproximados: Axilas 6,5 Costas 4,8 Couro cabeludo 4,1 Coxas 6,1 Mãos 4,5 Nádegas 6,4 Pés 7,2 Face 4,9 Mamas 6,2 Tornozelos 5,9 Fatores de hidratação Umidade externa Transporte de água das camadas mais inferiores da pele para a superfície cutânea Velocidade de evaporação da água Velocidade de queratinização Quantidade e composição da emulsão epicutânea formada pelos lipídeos cutâneos, água e NMF Hidratação fisiológica da Pele 1. Presença de lípídeos 2. Matriz lipídica intercelular na camada córnea 3. Fator de hidratação natural (NMF) 4. Corneodesmossomos 5. Aquaporinas tipo 3 Hidratação fisiológica da Pele 1. Presença de lípídeos Triglicerídeos, ácidos graxos, esqualeno e ceras Secretados pelas glândulas sebáceas Forma filme lipofílico – dificulta a saída e evaporação da água da superfície da pele Hidratação fisiológica da Pele 2. Matriz lipídica intercelular na camada córnea Queratinócitos Produzem e secretam mistura de lipídeos (ceramidas 40%, ac graxo 20%, colesterol 25%) e se organizam na forma de lamelas que unem os corneócitos e água na camada córnea Corneócitos 03/03/2013 7 Hidratação fisiológica da Pele 3. Corneodesmossomos A espessura da camada córnea é importante para equilíbrio cutâneo Corneodesmossomos íntegros para manter hidratação e ao mesmo tempo tem que ser degradado durante o processo de renovação das camadas superficiais da pele por enzimas proteolíticas Acumulo das células córneas na camada superficial – mais espessa e sem hidratação Hidratação fisiológica da Pele 4. Fator Natural de Hidratação (NMF) Formado pela degradação de proteínas intracelulares localizadas nos grânulos de querato-hialina dos queratinócitos da camada granular, associados a outros componentes umectantes da pele (uréia). Atua como esponja retendo a água Aminoácidos livres 40 % Ácido pirrolidon carboxílico 12 % Lactatos 12% Sódio, cálcio, potássio 11 % Uréia 7 % Cloretos 6 % Ácido úrico, glicosamina, creatinina 1,5 % Fosfatos 0,5 % Citratos 0,5 % Hidratação fisiológica da Pele 5. Aquaporinas tipo 3 2003 – Peter Agre – Prêmio Nobel Química – Funcionamento das aquaporinas Aquaporinas: proteínas transmembranas que formam canais responsáveis pelo transporte de água emoléculas neutras (uréia e glicerol) mas barram os prótons Aquaporinas tipo 3: pele, rins, aparelho respiratório, apararelho digestivo A eficiência diminui com envelhecimento e exposição ao sol Formas de hidratação da pele Pele seca Componente genético Fatores ambientais Fumar, beber Estresse Idade Sexo Solvente orgânica Detergente Uso de fármacos Doenças (psoríase, dermatite) Manifestações da Pele seca Prurido Queimação Sensação de picamento Sensação de estiramento Descamação em aglomerados de corneócitos Diminuição da flexibilidade da camada córnea Aspereza Presença de vermelhidão Aumento das rugas e marca de expressão 03/03/2013 8 Formas de hidratação 1. Oclusão (formação de filme lipofílico) 2. Umectação (formação de filme hidrofílico – subst. alto PM) 3. Hidratação ativa 4. Recomposição de lamelas na camada córnea 5. Indução da formação de aquaporinas Formas de hidratação 3. Hidratação ativa ou umectação ativa Sustâncias ativas permeiam a camada córnea Concentração Ativo Capacidade de retenção 5% Glicerina 99% 5% Uréia 149% 5% PCA-Na 244% 5% Lactato de amônio 43% 13% Lactato de amônio 135% 5% AHA 102% 13% AHA 425% Fatores que influem na permeação de ativos Estrato córneo é a principal barreira Via transepidérmica (intra e intercelular) Área de superfície da pele Tempo de contato com a pele Variação da permeabilidade cutânea (diferente região do corpo) Partição e difusão do fármaco através da pele e anexos Liberação do ativo do seu veículo Fatores que influem na permeação de ativos Presença de promotores de absorção (DMSO, ácido lático, ácido salicílico, uréia) Procedimentos elétricos e físicos: - Fonoforese ou sonoforese (ultra-som) – gel hidrofílico (transmissibilidade) - Iontoforese (Corrente galvânica) – soluções aquosas Permeação cutânea Estudos in vitro: câmara de difusão de FRANZ Bases Dermatológicas 03/03/2013 9 BASES DERMATOLÓGICAS EMULSÕES GÉIS NÃO IÔNICA IÔNICA NÃO IÔNICA IÔNICA GEL CREME ANIÔNICAS CATIÔNICAS OLEOS SHAMPOO SOLUÇÕES Componentes básicos da formulação Água Álcool etílico Umectantes Material Graxo Espessantes hidrofílicos Tensoativos Conservantes antimicrobianos Conservantes antioxidantes Fragrâncias Corantes Diferentes utilizações na cosmetologia Preparações Produtos cosméticos Forma farmacêutica Capilares Xampu, condicionador, gel modulador,fixador, mousse, tintura Solução, emulsão, gel Toalete Perfume, óleo de banho, eau paarfum, colônia, deo colônia, desodorante e antriperspirante Solução, emulsão Solares FPS, bloqueador solar, bronzeador, auto bronzeador, pós-sol Emulsão, gel Unhas Esmalte, Solução Rosto e corpo Tônico, adstringente, máscara facial, esfoliantes, hidratantes, depilatórios Solução, emulsão Banho Sabonete barra, sabonete líquido, sal de banho, espuma de banho, óleo de banho Solução Maquiagem Batom, base, pó, corretivo, lápis, máscara de cílios Pós pigmentados Filtro Solar Espectro Solar Reações que transformam hidrogênio em hélio Libera quantidade de energia na forma de ondas eletromagnéticas – radiações solares Radiações solares com frequência, comprimento e nível de energia distintos. A radiação solar terrestre compreende: 5% de luz Ultra Violeta (100 – 400 nm); 50% de luz visível (400 – 800 nm) 45% de Infra Vermelha (800 nm) UVC (100 – 280 nm): absorvidas na camada de ozônio e não chega na pele UVB (280 – 320 nm): são responsáveis pelas queimaduras solares UVA (320 – 400 nm): são pigmentógenas, 800 a 1000 vezes menos ativa UVB Espectro Solar 03/03/2013 10 No verão, ao sol do meio dia, a emissão de radiação UV-A chega a ser 20 vezes maior que a radiação UV- B. Pela manhã e à tarde esta proporção é ainda maior devido à absorção dos raios UV-B pela atmosfera. A radiação UV-A é pouco afetada por variantes como estação do ano, hora do dia, nuvens no céu, etc., enquanto os UV-B são significativamente alterados. Espectro Solar Espectro Solar Comprimento de onda Penetração da radiação solar Energia + + + - - - Epiderme Derme Hipoderme UVB UVA IR Mecanismos de proteção da pele Os mecanismos de proteção natural envolvem: 1. Espessamento da camada de queratina, 2. Presença do ácido urocânico junto ao suor 3. Produção de melanina, Porém, não são capazes de evitar a penetração das radiações, principalmente UV-A, que chegam a atingir a derme. Consequências da exposição excessiva ao sol Diminui a concentração de antioxidantes enzimáticos e não- enzimáticos Perda transepidermal de água Altera funções imunes, diminuindo as cálulas de Langerhans Altera microcirculação sanguinea, agravando melasma e cloasma e induzindo a eritema relacionado ao processo onflamatório causado pelo UV Hiperqueratinização (aumenta espessura da camada córnea) Danos temporários (urticaria solar, herpes, lupus, psoriase, cataratas) Consequências da exposição excessiva ao sol Consequências da exposição excessiva ao sol 03/03/2013 11 Brigitte Bardot Consequências da exposição excessiva ao sol Câncer de Pele Consequências da exposição excessiva ao sol Filtro Solar Substância química com propriedade de absorver, refletir e dispersar a radiação que incide sobre a pele. Podem ser classificados: 1. Características quimicas: físico (inorgânico) e químico (orgânico) 2. Solubilidade: lipofílico e hidrofílico 3. Físicas: sólido e líquido 4. Ação: UVA e UVB FILTROS FÍSICOS Pigmentos cristalinos de efeito transparente. Absorvem e dispersam (refletem) as radiações UV-A e UV-B Forma uma barreira para a passagem dos raios UV, ou seja funciona como um refletor Dióxido de Titânio micronizado — maior atividade filtrante de UV-B Óxido de Zinco Micronizado — maior atividade filtrante de UVA Tioveil — solução a 40% de TiO2 — maior atividade filtrante de UV-B Filtro IV — Phycocorail — microbiocerâmica vegetal Proteção IV e UV Agente termo e hidro-regulador Filtros Químicos Substâncias que interagem com a radiação UV absorvendo-a e sofrendo mudanças em suas estruturas; assim a radiação UV é absorvida por essa fina camada de substâncias e não atinge os melanócitos - esse protetores não deixam aquela camada tão branca quanto os bloqueadores. Compostos aromáticos, conjugados com um grupo carbonila. Há um grupo doador de elétrons nas posições orto ou para. Radiação UV excita a molécula de filtro orgânico que entra num estado de ressonância e em seguida volta ao seu estado original, liberando energia absorvida num comprimento de onda maior e menos energético – formas não agressivas para pele Filtro Solar Químico 4-Methylbenzylidene camphor (USAN Enzacamene) Tinosorb® M (USAN Bisoctrizole, INCIMethylene Bis- Benzotriazolyl Tetramethylbutylphenol) Tinosorb® S (USAN Bemotrizinol, INCI Bis- Ethylhexyloxyphenol Methoxyphenyl Triazine) Mexoryl® SX (USAN Ecamsule, INCI Terephthalylidene Dicamphor Sulfonic Acid) Mexoryl® XL (INCI Drometrizole Trisiloxane) Neo Heliopan® AP (INCI Disodium Phenyl Dibenzimidazole Tetrasulfonate) Uvinul® A Plus (INCI Diethylamino Hydroxybenzoyl Hexyl Benzoate) Uvinul® T 150 (INCI Octyl Triazone) Uvasorb® HEB (INCI Diethylhexyl Butamido Triazone) Parsol® SLX (INCI Polysilicone-15) 03/03/2013 12 Filtro Solar Químico Ácido p-aminobenzóico (PABA) até 15 %. Avobenzona até 3%. Cinoxato até 3%. Dioxibenzona até 3%. Homosalato até 15%. Mentil antranilato até 5%. Octocrylene até 10%. Octyl methoxycinnamate (Octinoxate) até 7.5%. Octyl salicylate até 5%. Oxybenzone até 6%. Padimate O até 8%. Ácido fenilbenzimidazol sulfônico (Ensulizol) até 4%. Sulisobenzona até 10%. Dióxido de titânio até 25%. Salicilato de trolamina até 12 %. Óxido de Zinco até 25%. Considerações Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B. Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias. Livre de PABA ou "PABA Free": filtros que não contém a substância PABA, que tem alto poder de causar alergias. Livre de óleo ou "oil free": filtros cujos veículos não contém substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas. Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas. Determinação do Filtro Solar A eficácia de uma formulação de protetor solar é determinada pela proteção contra eritema, externada através do índice FPS (Fator de Proteção Solar). RDC 237, 22/08/02 Determinação do Filtro Solar Fator de proteção solar é o parâmetro que orienta o comportamento do produto aplicado sobre a pele frente ao sol. Está relacionada à dose eritematógena de cada indivíduo. Valor numérico obtido por método in vivo. Dose Eritematógena D.M.E da pele protegida F.P.S. = D.M.E. da pele não protegida O FPS encontrado = indicação de quantas vezes mais, a pele protegida poderá ficar exposta ao sol para dosagem eritematosa mínima. Determinação do Filtro Solar Classificação do tipo de pele Classe Cor Bronzeamento tardio UVA DEM UVB DEM I Branca marfim Nulo 20-35 15-30 II Branca Mínimo 30-45 25-40 III Branca Baixo 40-55 30-50 IV Morena clara Moderado 50-80 40-60 V Morena castanha Forte 70-100 60-90 VI Castanha escura Negra intenso 100 90-150 03/03/2013 13 CAPACIDADE DE ABSORÇÃO DE RADIAÇÃO UV FPS % UV absorvida 4 75,0 8 87,5 15 93,4 30 96,7 50 98,0 TIPOS DE PRODUTOS C/ FILTRO SOLAR Bronzeador - normalmente FPS baixo (entre 2 e 8) Moderador Solar - FPS baixo a médio (4 a 10) Protetor Solar - FPS médio a alto (15 a 20) Bloqueador Solar - FPS alto a máximo (25 a 33) FATORES QUE PODEM INTERFERIR NO FPS: Fatores Humanos: variação no tipo da pele, idade, quantidade de pêlos. Sudorese e Natação: podem resultar em perda substancial do produto aplicado, comprometendo a função protetora. Após a natação ou sudorese intensa o produto deve ser reaplicado FATORES QUE PODEM INTERFERIR NO FPS: Fatores Ambientais: temperatura, umidade, intensidade da radiação Concentração do Agente Filtrante: O aumento do FPS não ocorre de forma linear em relação ao aumento da concentração dos filtros. IMPORTANTE: efetividade de produtos com filtros solares químicos = período máximo de 80 minutos. Estabilidade dos produtos com filtros químicos na pele — máximo 2 hs. Em banhos de mar ou piscina = reaplicação imediata. Preparações com filtro solar à prova de água — somente emulsões, não em gel. Validade de produtos com filtro solar — 3 meses a 2 anos, dependendo das associações e observando-se as normas corretas de uso. FATORES QUE PODEM INTERFERIR NO FPS: Consideração Ao contrário do aviso comum de que o filtro solar deve ser reaplicado a cada 2-3 horas, uma pesquisa mostrou que a melhor proteção é alcançada com a aplicação 15-30 antes da exposição, seguida por uma reaplicação 15-30 minutos depois que a exposição ao sol começar. Mais reaplicações são necessárias depois de atividades como natação, ou que a pessoa sue. 03/03/2013 14 Bronzear Aumento da pigmentação da pele como resultado da exposição a luz UV Ocorre a partir da ativação da melanogênese pela radiação UV ou qualquer outro fator, endógeno ou exógeno, que seja capaz de ativar essa reação. Tipos de Bronzeamento Imediata Inicia durante a exposição a luz UV Atinge pico máximo logo após exposição e regride em minutos Induzido principalmente pelo UVA Coloração ocorre por causa da redistribuição dos melanossomas nas células e pela fotooxidação de precursores da melanogênese Lenta Alterações quali e quantitativa dosmelanócitos com aumento da síntese de melanina Inicia 2 a 4 horas após a exposição ao UV (UVB) Pico máximo 10 dias e o retorno aos níveis basais de melanina é lento e ocorre após semanas Acelerador e/ou prolongadores do bronzeamento Formulações com ativos, que tornam o processo de bronzeamento mais rápido e mantém por mais tempo a pigmentação da pele Os ativos são tirosina e seus derivados Exemplo: Accetelan Veg, Biotan, Unipertan, Tirosinato de glicose Acelerador e/ou prolongadores do bronzeamento Mecanismo de ação: Aumenta a concentração de tirosina para a tirosinase transformar em melanina. A aplicação tópica deste faz com que ocorra uma reserva na pele e ativa ou mantém a síntese de melanina após radiação. Resultado observado após 3 dias Limitações: dificuldade de penetração na pele Simuladores do bronzeado Autobronzeadores Formulações cosméticas com substâncias ativas chamadas diidroxiacetona (DHA) ou eritrulose, destinadas a pigmentar a pele sem a necessidade de raios solares Portanto, reação de melanogênese com síntese de melanina não está envolvida neste processo. Efeito após 2 a 3 horas após a aplicação e permanece por dias 03/03/2013 15 Simuladores do bronzeado Autobronzeadores Mecanismo de ação: pele contém queratina e sofre ação do DHA ou eritrulose, além da umidade e pH, ocorrendo reação de Mailard e formando melanoidinas (pigmento castanho) Intensidade do bronzeado depende: tipo de pele, espessura da camada córnea Cosméticos pré e pós sol Objetivo: Hidratação Regeneração da função da barreira Neutralizar radicais livres Efeito aintiinflamatório Emolientes Aumento da resistência imunológica pele Principios ativos: vitamina A, E, C, beta caroteno, aloe vera, chá verde, alfa bisabolol Consideração FPS: fundamental seu uso Acelerador do bronzeado: aumenta a velocidadeda produção de melanina. Logo, diminui o tempo de exposição ao sol e prolonga o bronzeado sem se expor novamente a radiação Simuladores do bronzeado: para pessoas que não querem, não podem, não gostam, não tem tempo para o banho de sol. Porém, os resultados finais nem sempre são satisfatórios Cosméticos pré ou pós sol: prevenção ou alivio de leves consequências causadas pela exposição a UV
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