Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Produtos orais Profa. Françoise Carmignan Estrutura Dental Sadia Hidroxiapatita Manifestações patológicas A Placa Bacteriana é uma massa pegajosa, incolor, formada por bactérias, que se depositam sobre as superfícies dos dentes e ao redor da linha da gengiva. As bactérias contidas na placa bacteriana decompõem os resíduos alimentares acumulados, principalmente o açúcar, produzindo ácidos que destroem o esmalte do dente, formando cavidades que chamamos de cárie. A placa bacteriana pode ser removida com o uso de escova e fio dental. Se a placa não for removida, ela penetrará entre os dentes e a gengiva, causando inflamação, inchaço e sangramento da gengiva, o que chamamos de Doença Periodontal ou de Gengivite Doença Periodental No primeiro estágio, a Doença Periodontal é chamada de Gengivite, e se caracteriza pela inflamação da gengiva causada pelo acúmulo de placa bacteriana, e pode ser resolvido apenas com higienização correta. No segundo estágio, a Doença Periodontal é chamada de Periodontite e se caracteriza pela inflamação e posterior perda dos tecidos de sustentação do dente, como o osso e ligamento periodontal. É causado pelo acúmulo de tártaro e deve ser tratada pelo dentista Cálculo ou Tártaro: Se a Placa Bacteriana não for removida, com o tempo ela sofre calcificação formando consequentemente o Cálculo. Bolsa Periodontal: A Placa Bacteriana e o Cálculo que penetram entre os dentes e a gengiva, destroem as fibras que prendem o dente ao osso, e em seguida destroem também o osso, causando a perda do dente. A Cárie é uma doença infecto-contagiosa, que é caracterizada pela presença de bactérias cariogênicas, má higiene bucal e dieta rica em açúcar. Cárie Incipiente: É caracterizada por manchas brancas (manchas de descalcificação). Esta é a fase inicial da doença cárie, não apresentando ainda cavidade, e portanto, podendo ser remineralizada. Doença Cárie Cárie de Esmalte: É caracterizada por uma pequena cavidade no esmalte. Até esta fase, a cárie não causa dor, pois o esmalte não apresenta terminações nervosas. Cárie de Dentina: Após ultrapassar o esmalte, a cárie chega rapidamente a dentina e avança rapidamente. Nesta fase a cárie começa a causar dor. Infecção Pulpar: Nesta fase, a cárie já atingiu a polpa, causando muita dor. Neste estágio é necessário o tratamento de canal. Manchas Alterações na cor da película ou da placa bacteriana Mecanismos para o desenvolvimento das manchas: 1. Produção de substâncias coloridas nas placas por bactérias cromogênicas 2. Retenção de substâncias coloridas oriundas da dieta ou do fumo 3. Formação de substâncias coloridas resultantes de reações químicas que ocorrem nas placas Formas farmacêuticas utilizadas na odontologia Produtos cosméticos Dentifrícios Soluções Enxaguatórios bucais Dentifrícios Função: limpeza da boca através de abrasão mecânica e uso de tensoativos Eficiência: 1. Tipo e propriedade dos agentes terapêuticos 2. Veículo ótimo 3. Colaboração do usuário 4. Indicação correta Dentifrícios – Pasta ou Gel Dental Classificação Convencionais: contém fluoretos (podem ser de liberação prolongada) Dessensibilizantes: contém cloreto de estrôncio, nitrato de potássio e outros Complexos: os mais explorados pelo mercado atualmente 1. Agente anti-tártaro 2. Agente anti-placa 3. Agente anti-cárie (fluoretos) 4. Agente anti-gengivite (clorexidine) Dentifrícios – Pasta dental Composição HEC........................................................... 4% - Espessante Glicerina.............................................…....10% - Umectante Lauril Sulfato de Sódio......................…......2% - Detergente Sacarina sódica......................................0,05% - Edulcorante Metilparabeno...........................................0,1% - Conservante Carbonato de Cálcio..................................40% - Abrasivo Flúor..................................................1000ppm - Anti-cárie Mentol..........................................................1% - Flavorizante Essência.......................................................qs - Flavorizante Agua ......................................................100mL - Veículo Dentifrícios - Gel Dental Composição Natrosol.............................. 3% Lauril Sulfato de Sódio........2% Glicerina............................10% Sacarina......................... 0,05% Sol. Conservante...............1,0% Mentol...............................0,5% Essência.............................q.s Água..................................100mL Gel para Limpeza de Prótese Natrosol............................. 4% EDTA.................................3% Lauril Sulfato de Sódio...... l% Fosfato Trissódico............10% Nipagim.......................... 0,2% EXEMPLIFICAÇÃO DE FÓRMULAS DE DENTIFRÍCIOS Creme dental com anti-séptico Triclosan ..............................0,5% Creme Dental base qsp ........60g Creme dental com anti-séptico Gluconato de clorexidine ……0,12% Creme Dental base qsp ........…. 60g Creme dental com antiinflamatório/antibiótico natural Tintura de Própolis .........…..10% Creme dental base qsp ........60g EXEMPLIFICAÇÃO DE FÓRMULAS DE DENTIFRÍCIOS Creme dental com dessensibilizante Cloreto de Estrôncio............10% Creme dental base qsp ........60g Creme dental com revelador de placa Eritrosina ...................…....... 1% Pasta Dental Base .............. 60g Creme Dental sem Tensoativo Composição sem Lauril Sulfato de Sódio Pasta dental com baixa abrasividade Agente abrasivo: Fosfato Bicálcico. Pasta dental com alta abrasividade Agente abrasivo: Pedra Pomes EXEMPLIFICAÇÃO DE FÓRMULAS DE DENTIFRÍCIOS Pasta Dental com Malva e Calêndula Tintura de Calêndula......................................10% Tintura de Malva............................................10% Pasta Dental Média Abrasividade qsp............60g Gel Dental com Mirra e Ratânea Tintura de Mirra.............................................10% Tintura de Ratânea.........................................10% Gel Dental qsp...............................................60g Soluções - uso oral e externo Características Forma farmacêutica homogênea Podem conter um ou mais princípios ativos, desde que solubilizados no meio Podem apresentar como solvente a água, álcool e polióis Podem conter antioxidantes, conservantes, tampões, agentes modificadores da viscosidade, flavorizantes, entre outros Necessidade de conhecimento sobre estabilidade, valor de pH, pKa, viscosidade, compatibilidade com a formulação e material de acondicionamento Soluções Exemplo de formulação Solução de fluoreto de sódio com própolis: Fluoreto sódio 0,05% Extrato própolis 5% Conservante qs Água destilada qsp 500 mL Solução de Digluconato de Clorexidine 0,12% Digluconato de Clorexidine......................0,12% Conservante..................……...........................qs Adoçante.....................……..............................qs Água Destilada qsp...................................100mL Enxagatórios bucais Características Formas farmacêuticas líquidas destinadas a higiene momentânea da boca ou a sua aromatização Mecanismo de ação determinado por fatores: 1. Ação mecânica do ato de enxaguar a boca e auxiliando na remoção de sujidades e da placa bacteriana pouco aderida 2. Efeito de limpeza e capacidade de promover a sensação de refrescância e função das matérias-primas e composição aromática 3. Atividade bacteriostática sobre os microorganismos presentes na cavidade bucal 4. Ação dos princípios ativos veiculados Enxaguatório bucal Classificação Legislação 78 de 28 de agosto de 2000: 1. Anti-sépticos 2. Aromatizantes Enxaguatórios bucais Composição Água, álcool, umectantes, flavorizantes, modificadores da viscosidade, tensoativos, conservantes e susbtância ativa Finalidade da substância ativa: 1. Complementar a higiene bucal (remoção de sujidades dos dentes e estruturas relacionadas) 2. Ação anti-séptica, ação preventiva (quanto ao desenvolvimento de cáries e doenças periodentais) 3. Ação aromatizante, para mascarar odores desagradáveis 4. Não devem provocar irritações locais, digestivas ou estomacais, alteração na coloração dos dentes Enxaguatórios bucais Exemplo de formulação Enxaguatório Bucal com Clorexidine e Flúor Fluoreto de sódio......................................0,05% Gluconato de Clorexidine.........................0,12 % Conservante..........................……...................qs Adoçante................................……..................qs Água Destilada qsp..................................100mL Agentes terapêuticos odontológicos e suas utilizações Fluor Mecanismo de ação Atua no controle de dissolução de minerais do dente. Durante a formação da cárie ocorre redução do pH na placa bacteriana já formada, promovendo dissolução da hidroxiapatita Flúor presente no meio é depositado na área desmineralizada do dente, sob a forma de fluorapatita ou fluorhidroxipatita Ao mesmo tempo que ocorre a desmineralização da hidroxiapatita, ocorre a formação do fluorapatita ou fluorhidroxipatita e a reposição dos minerais Fluoreto de sódio Armazenamento - Por ser altamente corrosivo e reativo, deverá ser armazenado em frascos de plástico. Não colocar em recipientes de vidro. Dose usual: 0,5 a 1 mg/dia (Formulário Médico Farmacêutico) Dose máxima: 200 mg/dia (Formulário Médico Farmacêutico) Dose letal: em geral, 30-60 mg/kg (adultos). Adultos: excedem 32 mg/kg flúor elementar; relato de crianças (3 anos): 16 mg/kg. (CIT) Toxicologia do flúor: DPT (Dose Provavelmente Tóxica) = 5,0 mg/kg/peso em termos de toxicidade aguda = 0,07mg/Kg/peso em termos de toxicidade crônica Intoxicação aguda: Os efeitos sistêmicos incluem tremores, hiperreflexia, parestesia, tetania, convulsões, arritmias cardíacas, choque. A morte por intoxicação aguda é conseqüência de paralisia cardio-respiratória. Intoxicação crônica: fluorose esquelética com diminuição na densidade óssea, engrossamento das trabéculas ósseas, calcificação dos ligamentos e tendões. Em crianças resulta em fluorose dental. O Flúor inalado é absorvido através do pulmão SOLUÇÃO DE NaF VOLUME CORRESPONDENTE A 10mg/kg DE PESO (Primeiros Sinais de Intoxicação) VOLUME CORRESPONDENTE (Dose que requer internação) 0,05% 600mL 4.200mL 0,20% 150mL 1.050mL 1,00% 30mL 210mL 2,00% 15mL 105mL 4,00% 7,5mL 52,5mL Fluoreto de sódio (NaF) Concentrações usuais Uso tópico diário: 0,05% Uso tópico semanal: 0,2% Uso tópico em casos específicos: 1% e 2%. Uso tópico em gel: 0,05%, 1% ou 2%. Uso tópico em dentifrícios: 1000ppm de flúor (uso adulto). Fluoreto de sódio (NaF) As soluções aquosas de fluoreto de sódio normalmente apresentam o pH próximo a 7,0. As soluções aquosas de fluoreto de sódio se decompõem lentamente e se tornam alcalinas quando estocadas em embalagem de vidro. Portanto, soluções de fluoreto de sódio devem ser envasadas em embalagens de plástico, bem fechadas. Soluções com fluoreto de sódio devem ser armazenadas em temperaturas menores que 40 o C, preferencialmente entre 15 –30 o C. Não é recomendável o congelamento. O fluoreto de sódio é incompatível com sais de cálcio e magnésio. Clorexidine Agente antimicrobiano Ação: controle da placa bacteriana e na redução do processo inflamatório e do sangramento gengival Anti-séptico: união entre a estrutura catiônica da clorexidina com as paredes celulares microbianas carregadas negativamente, provocando a alteração do equilíbrio osmótico celular Controle da placa bacteriana: ocorre pela atividade no momento da aplicação e por sua ação bacteriostática prolongada, resultante de sua adsorção na superfície do esmalte Clorexidine Sais: acetato, gluconato, digluconato Concentração de uso: 1. Dentifrícios: 0,7 a 0,8% 2. Soluções: 0,12 a 0,2% 3. Gel: 1 a 2% Clorexidine Reações Adversas: Pigmentação, ausência do paladar, descamação da língua e sensibilidade oral. Toxicidade: Não tem sido demonstrada no organismo presença de produtos tóxicos. Incompatibilidades: devido ao seu caráter catiônico, a clorexidina e seus sais são incompatíveis com detergentes e outras substâncias aniônicas e com agentes suspensores como alginatos e gomas. Cloreto de cetilpiridineo Atividade: anti-séptico catiônico, com atividade contra bactérias não esporuladas sensíveis. Forma farmacêutica: solução. Concentração: 0,05 a 0,5% Solução de Cloreto de Cetilpiridíneo Cloreto de Cetilpiridineo...................0,05% Veículo qsp......................................100mL Sabor Menta/Morango/Tutti-frutti Fucsina e Eritrosina Placa bacteriana: massa de consistência mole, aderente e concentrada de microorganismos que coloniza a superfície do dente Evidenciação da placa bacteriana: aplicação de corantes sobre as superfícies dos dentes para visualização Solução de Fucsina Fucsina..........................................1-2% Veículo qsp................................100mL Solução de Eritrosina Eritrosina..........................................1% Veículo qsp................................100mL Clareamento dental Manchas extrínsicas: localizadas sobre os dentes, resultantes da precipitação superficial de corantes e pigmentos da dieta Manchas intrínsicas: localizadas no íntimo da estrutura dental, provocadas por muitos fatores – escurecimento natural, fisiológico natural, ingestão de medicamentos (tetraciclina e fluoretos) Peróxido de Hidrogênio Mecanismo de Ação: em contato com os tecidos, o Peróxido de Hidrogênio se degrada em oxigênio e água, sendo o oxigênio o responsável pelo clareamento. Por possuir baixo peso molecular, movimenta-se livremente no interior do dente, removendo a mancha, através da oxidação dos pigmentos do dente Gel com Peróxido de Hidrogênio 35% Peróxido de Hidrogênio 35%.................100ml Goma xantana .................….....................4% (uso em consultório) Peróxido deCarbamida Atividade: oxida os pigmentos do esmalte ou dentina pelos mecanismos do Peróxido de Hidrogênio. Decompõe-se em suas partes constituintes assim que entra em contato com os tecidos ou saliva. Gel Com Peróxido de Carbamida 10% Peróxido de Carbamida.....................................10% Gel Carbopol qsp...............................................30g Outras concentrações: 16%, 22%, 35%, 37%. Associações: Fluoreto de Sódio 2% e Oxalato de Potássio 3% Hipersensibilidade dentinária e gengival Caracteriza por uma resposta dolorosa do doente a estímulos: 1. Térmicos: contato da dentina exposta com alimentos frios ou quentes ou até com ar frio 2. Químicos: ingestão de substâncias doces ou ácidas 3. Mecânicos: escovação, alimentação Teoria Hidrodinâmica de Martin Branston: os fluidos dentro dos túbulos dentinários podem se mover para dentro ou para fora, dependendo das variações de pressão nos tecidos circundantes. A dor é o resultado da deformação dos odontoblastos ou de seus prolongamentos e de estimulações das terminações nervosas Os agentes dessensibilizantes mais comumente empregados são os que interagem com a condutibilidade hidráulica da dentina obliterando os canalículos dentinários. Oxalato de potássio Atividade: Reage com o cálcio ionizado na dentina, promovendo a deposição de cristais de Oxalato de Cálcio na superfície dentinária ou no interior dos canalículos, reduzindo de forma significativa a condutibilidade hidráulica própria dessa estrutura Formas farmacêuticas: géis e soluções Concentração: 3% Gel com Oxalato de Potássio Oxalato de Potássio...........................3% Corante................................................qs Gel Base qsp.....................................30g Modo de usar: Pode ser usado em consultório ou em casa. Cloreto de estrôncio Atividade: Produção de um depósito de Estrôncio que se estende até 20 micrômetros no interior dos túbulos dentinários. SABOR SALGADO. Formas Farmacêuticas: géis e pastas dentais. Concentração: 10% Pasta Dental com Cloreto de Estrôncio Cloreto de Estrôncio........................10% Pasta Dental qsp...............................60g Saliva Sintética Xerostomia ou Hiposalivação Solução Estoque 1 K2HPO4 (Fosfato dibásico de potássio) ..............8,035g KH2PO4 (Fosfato ácido de potássio)...................3,260g Sorbitol 70%...................................................427,4g Fluoreto de Sódio............................................0,043g Nipagin ..........................................................0,100g Água destilada qsp.........................................1000mL Solução Estoque 2 Cloreto de Cálcio..............................................1,662g Cloreto de Magnésio ........................................0,558g Cloreto de Potássio ..........................................6,250g Cloreto de Sódio ..............................................8,650g Nipagin ...........................................................0,100g Água destilada qsp .........................................1000mL Saliva Sintética Xerostomia ou Hiposalivação Solução Estoque 1..............................100mL Solução Estoque 2..............................100mL CMC, HEC 4400 ou HPMC......................1,5% Água destilada qsp............................1000mL Para obter 1000mL de Saliva Sintética: Modo de usar: distribuir uniformemente na cavidade bucal, sem diluição, para umectação da mucosa oral. Atropina Hipersalivação Atividade: Fármaco antimuscarínico, antagonista competitivo que atua sobre as células secretoras e sinapses centrais, inibindo a secreção das glândulas salivares. Reações Adversas: Constipação, diminuição da diurese, sensação de garganta, nariz e pele secos, visão turva, midríase. Formas Farmacêuticas: solução. Concentração: 0,08 e 0,2% Solução de Atropina 0,2% - Uso externo Sulfato de Atropina................................. 0,2% Água Destilada qsp................................100ml Uso externo: fazer bochecho, 15 minutos antes do procedimento. Lidocaína cloridrato (xilocaína) Anestésico local Atividade: Anestésico local e antiarrítmico do grupo das amidas. Formas Farmacêuticas: géis, pomadas e soluções. Concentração: 0,5 a 10% Gel com Lidocaína HCl Lidocaína ..................................2% a 10% Gel Natrosol qsp..................................15g Sabor opcional.......................................qs Lidocaína Solução - Spray Lidocaína HCl.....................................10% Água destilada qsp........................100mL
Compartilhar