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21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/7 Meios de Cultura – Semeadura e Crescimento Bacteriano Meios de Cultura (cultivo) são materiais nutritivos preparados em laboratório que permitem o crescimento (aumento em quantidade) de microrganismos. Consistem da associação qualitativa e quantitativa de substâncias que fornecem os nutrientes necessários ao desenvolvimento (cultivo) de microrganismos, procurando imitar o seu ambiente natural. Algumas bactérias podem crescer normalmente em qualquer meio de cultura, outras necessitam de meios especiais e existem aquelas que não são capazes de crescer nos meios de cultura desenvolvidos. Quando microrganismos são colocados em um meio de cultura para iniciar seu crescimento, são chamados de inóculo. E, ao crescer, formam colônias (agrupamentos bacterianos) visíveis. Para o crescimento dos microrganismos, alguns critérios devem ser observados. O meio de culturadeverá conter todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento do microrganismo de interesse, além de quantidade de água adequada, pH ajustado e quantidade específica de oxigênio, ou mesmo sua ausência, além de ser mantido em temperatura apropriada. O meio deverá ser estéril, ou seja, não deverá conter microrganismos vivos, no momento da inoculação da amostra desejada; dessa forma, conterá somente os microrganismo adicionados ao meios e sua geração. Existem diversos meios de cultura utilizados em laboratório. A maioria destes meios está disponível em forma comercial e contém todos os componentes desejados, sendo necessária somente a adição de água e posterior esterilização. Meios Sólidos, Semi-Sólidos e Líquidos Até cerca de 1880 os microrganismos eram mantidos em laboratório em extratos (caldos nutritivos), até que Robert Koch e colaboradores introduziram os meios de cultura sólidos, os quais permitiram o estudo de espécies isoladas (culturas puras) de bactérias, separando-as de espécies contaminantes. Quando se deseja o crescimento de bactérias em um meio sólido, um agente solidificante denominado agar (polissacarídeo extraído de algas marinhas) é adicionado ao meio que será posteriormente distribuído em tubos de ensaio ou placas de Petri, e após a solidificação apresentará um aspecto semelhante a uma gelatina. 01 / 06 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/7 Os meios de cultura são classificados então, quanto ao seu estado físico, em: sólidos, quando contêm agentes solidificantes como o agar, sendo utilizados para visualização de colônias; semi-sólidos, quando a quantidade de agar é pequena, dando uma consistência intermediária de modo a permitir o crescimento de microrganismos em concentrações variadas de oxigênio ou para verificação da motilidade (presença de flagelos); e líquidos ou caldos, quando não possuem agente solidificantes, apresentando-se de forma líquida, utilizados para ativação (enriquecimento) das culturas, repiques de microrganismos, entre outros. Meio Quimicamente Definido Os meios devem conter uma fonte de energia, bem como fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo e demais fatores orgânicos de crescimento que a bactéria não é capaz de sintetizar. Um meio quimicamente definido é aquele em que a procedência dos constituintes é conhecida e a composição química exata é conhecida. Como o exemplo a seguir. Meio Complexo Muitas bactérias desenvolvem-se em meios complexos, cuja composição química não é definida, compostos de nutrientes como extratos de levedura, de carne, de vegetais, produtos de digestão protéica, sangue e outros. A composição química exata pode conter pequenas variações em diferentes culturas do produto. Meio de Cultivo Seletivo e Diferencial Na microbiologia clínica ou na saúde pública é freqüentemente necessária a determinação da presença de um microrganismo específico associado com doenças ou com baixas condições de saneamento. Para atingir esse objetivo, é necessária a utilização de meios de cultura seletivos e diferenciais. Os meios seletivos contêm substâncias que inibem o desenvolvimento de determinados grupos de microrganismos, permitindo o crescimento de outros. São elaborados com o objetivo de favorecer o crescimento da bactéria de interesse e impedir o crescimento das outras bactérias; enquanto o meio diferencial é aquele que contém substâncias que permitem estabelecer diferenças entre bactérias parecidas, sendo utilizado para a fácil identificação da colônia da bactéria de interesse quando existem outras bactérias crescendo na mesma placa de meio de cultura. Os microrganismos em cultura pura apresentam reações características (como coloração da colônia) quando cultivados em tubos ou placas contendo meio diferencial. 02 / 06 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/7 Fissão Binária e Crescimento Bacteriano Oferecendo-se as condições de cultivo (nutrientes e fatores físicos) adequadas, as bactérias poderão crescer, ou seja, aumentar em quantidade, pois o crescimento bacteriano é considerado como aumento do número de indivíduos e não o aumento em tamanho. Algumas bactérias se reproduzem por brotamento, formando uma pequena região que inicia um crescimento (broto) que ao atingir determinado tamanho, separa-se da célula parental. Entretanto, a maioria das bactérias se reproduz por fissão binária, ocorrendo a formação de duas células individuais a partir de uma célula parental. Durante esse processo, há aumento no número dos constituintes celulares, de maneira que uma bactéria se divida em duas bactérias filhas idênticas que receberão um cromossomo completo e cópias suficientes de todas as outras moléculas, garantindo assim sua existência como célula independente. Em bactérias, o intervalo de tempo requerido para que uma bactéria se divida é variável de acordo com a espécie bacteriana, fatores ambientais e nutrientes disponíveis, sendo denominado tempo de geração. A maioria das bactérias apresenta um tempo de geração entre 1 e 3 horas, mas algumas bactérias podem necessitar apenas de 15 minutos e outras de 24 horas para cada geração. O número de bactérias presentes em um meio de cultura dobra a cada tempo de geração, e um grande número de bactérias será produzido quando o processo de fissão binária ocorrer descontroladamente, portanto são utilizadas escalas logarítmicas para representar graficamente o crescimento bacteriano. Dessa maneira, se uma única bactéria sofrer fissão binária, o aumento da população na cultura será: 1 ? 2 ? 4 ? 8 ? 16 ? 32 ? 64 ? 128 ? 256 ? 512 ... 03 / 06 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/7 Fases do Crescimento Bacteriano O crescimento bacteriano em um meio fechado (com nutrientes controlados), como um meio de cultura, durante um período de tempo pode ser representado através de uma curva de crescimento bacteriano, obtida quando se realiza a contagem da população bacteriana em intervalos de tempo após o inóculo de um número pequeno de bactérias no meio. Existem basicamente quatro fases de crescimento que seguem uma curva de crescimento definida e característica. A curva de crescimento pode ser arbitrariamente dividida em quatro fases. Fase Lag: Período inicial da curva de crescimento bacteriano relacionado com pequenas variações, pois as bactérias não se reproduzem imediatamente quando são colocadas em um novo meio de cultura. Esta fase é considerada um período de adaptação bacteriana, e pode durar um tempo variável. Neste período ocorre pouca ou nenhuma divisão celular. As bactérias encontram-se em um estado de latência, mas metabolicamente muito ativas. Fase Log (Logarítmica ou Exponencial): A partir de um determinado momento, as bactérias iniciam o processo de fissão binária,entrando no período de crescimento logarítmico (dobrando em quantidade a cada tempo de geração), em que a reprodução celular encontra-se extremamente ativa e o tempo de geração atinge um valor máximo e constante. Esta fase termina quando as condições do meio de cultura se alteram pela atividade metabólica bacteriana, não provendo mais condições adequadas para manter o crescimento constante. 04 / 06 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/7 Fase Estacionária: Após a formação de um grande número de bactérias na fase Log, a falta de nutrientes e o acúmulo de substâncias tóxicas no meio podem cessar o crescimento de uma cultura. A velocidade de crescimento diminui, a atividade da bactéria decresce, e o número de morte bacteriana torna-se equivalente ao número de bactérias novas que surgem; assim, o número de bactérias presentes por unidade de volume permanece constante por um tempo determinado; a população torna-se estável. Fase de Morte Bacteriana (Declínio): Ocorre um decréscimo da população e o número de bactérias mortas passa a exceder o número de bactérias novas. Esta fase continua até que a população diminua gradativamente, até que o número de bactérias da fase anterior tenha desaparecido totalmente. A morte das bactérias depois de um período de crescimento pode estar relacionada com a concentração dos fatores limitantes de crescimento (falta de nutrientes e acúmulo de substâncias tóxicas). Cultivo de Anaeróbios (Extraído de Tortora, G.J. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 165.) O cultivo de bactérias anaeróbicas apresenta um problema especial. Como o contato com o oxigênio pode causar a morte de bactérias anaeróbicas, deve-se utilizar para seu crescimento meios de cultivo especiais denominados meios redutores. Esses meios contêm reagentes, como o tioblicolato de sódio, que é capaz de se combinar com o oxigênio dissolvido eliminando este elemento do meio de cultura. O crescimento e a manutenção rotineira de culturas de anaeróbicos obrigatórios são realizados pelos microbiologistas em meio redutor, colocados em tubos contendo tampas seladoras. Para a eliminação do oxigênio absorvido, esses tubos são aquecidos imediatamente antes de sua utilização. Quando é necessária a utilização de placas de Petri para o crescimento e a observação de colônias isoladas, são utilizadas jarras especiais nas quais as placas de cultivo são colocadas na jarra e o oxigênio é removido. Preservação de Culturas Bacterianas (Extraído de Tortora, G.J. Microbiologia, 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 169.) As culturas bacterianas podem ser mantidas refrigeradas para a sua estocagem por curtos períodos (...). No processo de congelamento em baixas temperaturas, as culturas puras são colocadas em um líquido de suspensão e congeladas rapidamente em temperaturas de -50ºC a -95ºC. Essas culturas permanecem viáveis por vários anos e podem ser descongeladas e utilizadas quando necessário. Durante a liofilização, a suspensão microbiana é rapidamente congelada em temperaturas entre -54ºC e -72ºC, e imediatamente ocorre a remoção da água utilizando alto vácuo (sublimação). Ao final desse processo, as ampolas são seladas pela utilização da chama de alta temperatura que derrete o vidro. O resíduo parecendo um pó, contendo os microrganismos viáveis pode ser estocado durante vários anos. Esses organismos podem ser recuperados pela adição ao resíduo do meio líquido nutriente adequado. REFERÊNCIA Jawets, E. Microbiologia Médica. 22. ed., Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006. Madigan, M.T. Martinko, J.M., Parker, J. Microbiologia de Brock. 10. ed., São Paulo: Pearson, 2004. 05 / 06 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/7 Pelczar, M.J.Jr., Chan, E.C.S., Krieg, N.R. Microbiologia: Conceitos e Aplicações, 2. ed., São Paulo: Makkron Books, 1996. Tortora, G.J. Microbiologia. 8. ed., Porto Alegre: Artmed, 2005. Trabulsi, L.R., Alterthum, F., Gompertz, O. F., Candeias, J.A.N. Microbiologia, 3. ed., São Paulo: Atheneu, 1998. 06 / 06 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/7
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