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* Aspecto Clínico-Laboratoriais das Leishmanioses Prof. Ms. Paulo Ricardo de S. Moraes moraespr@live.estacio.br * Leishmanioses OMS: 1990: prevalência das diferentes formas de leishmanioses (tegumentar e visceral) ultrapassou a 12 milhões de casos (LT, LC e LMC); Mundo: 350 milhões de pessoas encontram- se em áreas de risco; Dos dois milhões de casos novos de leishmanioses que são estimados anualmente, apenas 600 mil são oficialmente declarados. * Leishmanioses OMS: Endêmica em 88 países, nos 5 continentes; 90% dos casos (LC, LT e LMC) está localizada em 10-12 países; * Leishmanioses * Leishmanioses Espécies de Leishmania que infectam humanos: Ordem Kinetoplastida * Leishmanioses Classificação Taxonômica: - Baseado nos aspectos clínicos apresentados na doença: - Leishmania donovani: leishmaniose visceral ou calazar; - Leishmania tropica: leishmaniose cutânea ou botão do oriente; - Leishmania braziliensis: leishmaniose cutaneomucosa ou úlcera de Bauru. * Leishmanioses Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA): enfermidade da pele e mucosas Leishmaniose Visceral (LV): ataca baço, fígado, linfonodo e medula óssea (vísceras) * Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) * Leishmanioses Huaco Peruano 400 – 900 a. C. Atualmente * Introdução Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA): doença infecciosa, não contagiosa, causada por um protozoário do gênero Leishmania; acomete pele e mucosa; doença de caráter zoonótico, afetando outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. * Leishmanioses Morfologia: formas em seu ciclo evolutivo: amastigota (aflagelada): encontrada nos tecidos dos vertebrados (homem, cão, raposa, animais silvestres, etc); promastigota (flagelada): na forma livre no tubo digestivo do inseto vetor. * Leishmanioses Promastigota 15-30μm / 2-3μm Amastigota 2-6μm * Hospedeiros Hospedeiros Vertebrados roedores silvestres (Oryzomys sp., Rattus sp.); marsupiais (Didelphis spp.); edentados (Agouti paca - paca, Dasyprocta azarae – cutia); cão doméstico; homem hospedeiro acidental Hospedeiros Invertebrados - gênero Lutzomyia (flebotomíneos). * Hospedeiros * Ciclo Biológico Ciclo Vetor inseto fêmea do gênero Lutzomyia pica um mamífero parasitado com as formas amastigotas; no intestino do inseto vão se transformar em promastigota e multiplicar-se por divisão binária; os promastigotas têm grande motilidade, sendo inoculados no hospedeiro junto com a saliva no ato da hematofagia. * Ciclo Biológico Ciclo Vertebrado no repasto sangüíneo, as formas promastigotas são introduzidas no local da picada; a saliva do flebotomíneo atua como vasodilatadores e ao mesmo tempo imunossuprimindo a resposta do hospedeiro; 24 horas após a fagocitose já se observa a presença de amastigotas (multiplica-se por divisão binária). * * * Mecanismo de Transmissão Picada do inseto fêmea do gênero Lutzomyia (birigui, mosquito-palha, tatuquira), inoculando as formas promastigotas. * Aspectos Imunológicos Os mecanismos envolvidos na resposta imune de portadores LTA não estão claramente elucidados; Uma resposta celular e humoral contra o parasito é desenvolvida pelo sistema imune do homem; A resposta imune celular de indivíduos portadores de LTA pode ser demonstrada por testes in vivo, como o teste de Intradermorreação de Montenegro. * Patogenia A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto de linfócitos e macrófagos na derme. Período de Incubação corresponde ao tempo decorrido entre a picada do inseto e o aparecimento da lesão inicial; varia entre duas semanas e três meses, segundo observações feitas no Brasil. * Patogenia Modulação da RI Lesão indolor; Úlcera de bordas elevadas e fundo granuloso e úmido * Formas Clínicas Leishmaniose Cutânea (LC) Caracterizada pela formação de úlceras únicas ou múltiplas; LCD é uma variação da LC e está relacionada a pacientes imunossuprimidos (AIDS). As espécies de Leishmania que produzem está forma pertence aos complexos mexicana e braziliensis. * Formas Clínicas Leishmaniose Cutaneomucosa (LCM) Conhecida por espúdia e nariz de tapir ou de anta; O agente etiológico é a L. braziliensis; A maioria das vezes é secundária às lesões cutâneas, surgindo geralmente, meses ou anos após a resolução das lesões de pele; Envolve mucosas e cartilagens: nariz, faringe, boca e laringe. * Formas Clínicas Leishmaniose Cutânea Difusa (LCD) Caracteriza-se pela formação de lesões difusas não-ulceradas por toda a pele, contendo grande número de amastigotas; Numerosas erupções papulares ou nodulares não-ulceradas são vistas. * Diagnóstico Não existe método com 100% de sensibilidade; Único método diagnóstico confirmatório: parasitológico. Diagnóstico Clínico Pode ser feito com base na característica da lesão, anamnese e dados epidemiológicos. * Diagnóstico Diagnóstico Laboratorial - Método Parasitológico (Confirmatório): Esfregaços: Raspado e Imprint, Aspirado à vácuo, devendo ser corado pelo GIEMSA; Histologia: visualização do parasita; Cultivo in vitro: isolamento e identificação. * Diagnóstico Diagnóstico Laboratorial Pesquisa Indireta (Isolamento em Cultura): pesquisa de formas promastigotas de Leishmania em tubo de cultura meio bifásico (líquido + semi-sólido - NNN, Evans) * Diagnóstico Diagnóstico Laboratorial Investigação Imunológica (Intradermorreação de Montenegro): inoculação intradérmica de 0,1 ml de Ag padronizado de Leishmania; leitura em 48 a 72 horas pela técnica da caneta esferográfica; especificidade ~ 100%; Positivo/Reator: induração maior que 5 mm no maior diâmetro. * Diagnóstico Intradermorreação de Montenegro (IRM): * Tratamento Deve ser precoce; Medicamentos a base de antimoniais: antimoniato-N-metil-glucamina (Glucantime); Glucantime via: IM ou EV; Em casos de resistência, pode associar ao tratamento Anfotericina B; Pentamidina. * Profilaxia Não dormir dentro de matas ou grutas; Construir casas a uma distância mínima de 500 metros das matas; Usar repelentes; Telar as casas; Uso de inseticidas: Malatol, K-othrine, DDT, etc; Vacinação; Combater o animal doente. * Leishmaniose Visceral (LV) * * Introdução Leishmaniose Visceral (LV): Causada por parasitas do complexo Leishmania donovani; Considerada primariamente como uma zoonose podendo acometer o homem, quando este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito, transformando-se em uma antropozoonose; Atualmente, encontra-se entre as endemias prioritárias no mundo. * Introdução Tem ampla distribuição ocorrendo na Ásia, na Europa, no Oriente Médio, na África e nas Américas, onde também é denominada Leishmaniose Visceral Americana (LVA) ou Calazar Neo-Tropical. Na América Latina, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países; sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil. * Agente Etiológico causada por parasitos do complexo L. donovani que inclui três espécies: Leishmania (Leishmania) donovani; Leishmania (Leishmania) infantum; Leishmania (Leishmania) chagasi. * Morfologia a morfologia das formas amastigotas, promastigota é semelhante às outras espécies do gênero Leishmania. * Ciclo Biológico Hospedeiro Vertebrado Amastigotas parasitando células do sistema mononuclear fagocitário (SMF) – macrófagos; Hospedeiro Invertebrado Lutzomyia longipalpis: são encontrados no intestino médio e anterior nas formas promastigota. * * Mecanismos de Transmissão No Brasil, a forma de transmissão é através da picada da fêmea dos vetores: Lutzomyia longipalpis ou Lutzomyia cruzi (MS) infectadospela Leishmania (L) chagasi. Não ocorre transmissão direta da LV de pessoa a pessoa. A transmissão ocorre enquanto houver o parasitismo na pele ou no sangue periférico do hospedeiro. * Período de Incubação O período de incubação é bastante variável tanto para o homem como para o cão: no homem 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses; no cão bastante variável, de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses. * Aspectos Clínicos * Aspectos Clínicos Período Inicial Na maioria dos casos inclui febre com duração inferior a quatro semanas, palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia. O estado geral do paciente está preservado. * Aspectos Clínicos Período de Estado Caracteriza-se por: febre irregular, associada a emagrecimento progressivo, palidez cutâneo-mucosa e aumento da hepatoesplenomegalia; Apresenta um quadro clínico arrastado, geralmente com mais de 2 meses de evolução; Na maioria das vezes associado a comprometimento do estado geral. * Aspectos Clínicos Período Final Febre contínua e comprometimento mais intenso do estado geral; Instala-se desnutrição, edema dos membros inferiores; Outras manifestações importantes incluem hemorragias (gengivorragia e petéquias), icterícia e ascite; Nestes pacientes, o óbito geralmente é determinado por infecções bacterianas e/ou sangramentos. * Diagnóstico Laboratorial Pesquisa do parasito: observação direta do parasito (aspirado de MO, baço, fígado e linfonodo – Giemsa); - Métodos Imunológicos: RIFI; ELISA; RFC. * Diagnóstico Laboratorial Pesquisa do parasito: * Diagnóstico Laboratorial: Possibilidade da tipagem molecular é importante nos estudos epidemiológicos, mas não interfere em nada no tratamento do paciente. * Tratamento Antimoniato N-Metil Glucamina (Glucantime); Desoxicolato de anfotericina B; Anfotericina B Lipossomal * Epidemiologia Brasil 3.326 casos/ano; 56% dos casos em crianças < 10 anos; Expansão: 93% dos casos na Região Nordeste; Urbanização. * Epidemiologia Ministério da Saúde Padrão Clássico Padrão Recente * Epidemiologia Reservatório Doméstico A infecção canina precede o aparecimento de casos humanos. * Medidas de Controle Humano Notificar todos os casos suspeitos, diagnosticar, fazer vigilância e tratamento precoce de todos os casos, visando diminuir a letalidade. * Medidas de Controle Vetorial Captura e borrifação com inseticida residual efetuado em todas as casas com casos humanos ou caninos positivos, com periodicidade de 6 em 6 meses por 2 anos. * Medidas de Controle Eliminação do reservatório domiciliar inquerito sorológico dos cães da área afetada e sacrifício dos cães infectados. Educação em Saúde Alertar a população através de material informativo, educativo e de comunicação, no sentido de participar das ações de controle da doença. * Medidas de Controle Vigilância epidemiológica receber as notificações, fazer a investigação e busca ativa dos casos, verificar se o caso é importado ou autocontrole, confirmar ou descartar os casos do SINAN. *
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