NPJ-I-Direito Constitucional Espelho Secao 3

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Direito Constitucional
SEÇÃO 3
ESPELHO DE CORREÇÃO
Seção 3
Direito Constitucional
Vamos juntos à resolução comentada do nosso caso prático? 
Lembre-se de que o servidor público precisa ter o procedimento 
administrativo “trancado” dadas as diversas ilegalidade 
perpetradas no relatório para processo e punição do servidor. 
Veja que ele procurou você, exímio advogado constitucionalista, 
para encontrar o caminho processual correto para a solução da 
demanda judicial.
Você, como advogado do servidor deverá elaborar uma ação 
constitucional de Mandado de Segurança Individual Repressivo, 
no exercício de seu direito constitucional fundamental insculpido 
no art. 5º, LXIX da CRFB/88, que assegura o uso desse instrumento 
a qualquer cidadão para reprimir ilegalidades ou abuso de poder.
O writ deverá ser dirigido ao Juízo de uma das varas cíveis da 
Comarca de Goiânia/GO, pois não há dados na situação da seção 
que permitam levar à existência de Vara Cível ou Especial para 
julgamento de questões atinentes à Fazenda Pública Municipal. 
Você, no exercício do assessoramento jurídico, deve estar atento 
ao que foi pedido: a ação deverá ser ajuizada no dia em que foi 
requerido que você redigisse a demanda. Vamos ficar atentos 
a esse prazo, pois conforme relatado, deverá observar o prazo 
decadencial a partir da data de publicação da ilegalidade do 
relatório (dia 5 de outubro de 2016) e deve se atentar a formular 
a providência judicial o mais rápido possível, considerando que 
Na prática!
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NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CONSTITUCIONAL - ESPELHO DE CORREÇÃO - SEÇÃO 3
foi procurado em 11 de outubro de 2016 teria até 2 de fevereiro 
de 2017.
No que tange às provas, você detém as negociações formalizadas 
entre o Município e o sindicato, as cópias do processo 
administrativo (sindicância), bem como publicações posteriores 
e no Diário Oficial. Ainda, conta com a cópia do protocolo 
da defesa administrativa na repartição municipal, o que será 
importante para o pedido de requisição de documentos a ser 
feito ao final da peça do mandamus.
Você deverá requerer a ilegalidade do relatório do procedimento 
administrativo dada a inobservância do princípio da legalidade e 
ampla defesa.
Lembrar, ainda, de firmar as balizas estabelecidas pelo Supremo 
Tribunal Federal em repercussão geral no Recurso Extraordinário 
(RE) 693456.
Por fim, você deverá datar e assinar como advogado, 
referenciando o número de sua inscrição junto aos quadros da 
Ordem dos Advogados do Brasil para distribuição/protocolo 
dessa ação especial junto à Vara Cível pertinente. 
E qual será o próximo passo de nossa caminhada? Será que a 
autoridade coatora informada se manifestará?
AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA 
(ENDEREÇAMENTO/COMPETÊNCIA)
Servidor Público, qualificação (brasileiro, estado civil, inscrito no 
RG sob o n˚ X e no CPF sob o n˚ X), residente e domiciliado – 
endereço – (Rua X, n˚ X), na Cidade X, Estado X – documentos 
Questão de ordem!
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anexos –, vem à presença deste Juízo e nos termos da Lei nº 
12.016/2009, a AÇÃO CONSTITUCIONAL DE MANDADO DE 
SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO em desfavor do Sr. 
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA (autoridade coatora), 
em razão dos fatos e fundamentos que a seguir passa a expor:
I- DOS FATOS
O impetrante (Marcos) é agente de combate a endemias do 
Município de Goiânia e que em 10 de julho de 2013 foi aprovado 
em processo seletivo simplificado realizado por esse ente público 
para exercício das funções de agente de combate a endemias do 
Município e desde então exerce suas funções. 
Os requisitos para que o movimento grevista ocorresse foram 
observados pelo Sindicato da categoria, mas Marcos responde 
a uma sindicância em decorrência da participação na greve, e 
o Relator da Sindicância do processo administrativo que Marcos 
responde junto ao Município de Goiânia elaborou um relatório 
final constando as seguintes conclusões:
• Marcos como agente de combate a endemias não poderia 
aderir ao movimento grevista de forma legítima, uma vez que 
pela própria natureza das suas funções haveria vedação na Lei 
de Greve aplicada subsidiariamente ao serviço público.
• Assim, na forma do estatuto do servidor público do Município 
de Goiânia, Marcos deveria ser punido com a pena de 
suspensão à demissão.
A comissão processante do processo administrativo foi formada por 
três membros: dois servidores contratados por tempo determinado 
e um que ocupa cargo inferior ao de Marcos. O Decreto com a 
designação dos membros da comissão processante foi assinado 
pelo Prefeito Municipal em 7 de outubro de 2017 e publicado no 
Diário Oficial do Município em 10 de outubro de 2017, e o relatório 
da comissão foi publicado em 5 de outubro de 2017.
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II – FUNDAMENTAÇÃO
O mandado de segurança individual é o que pode ser impetrado 
por todos aqueles que estão sob a guarda do art. 5º da CRFB/88, 
abrangendo, portanto, além das pessoas físicas e jurídicas (art. 
1º da Lei 12.016/2009) os órgãos públicos despersonalizados e 
as universalidades reconhecidas por lei, desde que presentes os 
seguintes requisitos:
O direito líquido e certo, que é uma expressão de cunho processual 
que significa prova documental pré-constituída e sem necessidade 
de dilação probatória, representada pelos documentos carreados 
relativos ao concurso público, em especial o edital e publicações 
posteriores como a homologação do certame.
A ilegalidade ou abuso de poder: que é a contrariedade do ato 
público em relação ao ordenamento jurídico, representado pela 
inobservância do estatuto dos servidores públicos do município de 
Goiânia e da Constituição da República. 
Por fim, a presença de autoridade coatora, que é o Prefeito 
do Município de Sucupira, que é uma autoridade pública na 
constituição do ato impetrado.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu em repercussão 
geral no Recurso Extraordinário (RE) 693456 que a lei de greve do 
serviço privado se aplica ao serviço público enquanto não houver 
regulamentação do art. 37, VII da CRFB/88, e nesse sentido há de 
se adotar uma solução intermediária para se evitar o corte imediato 
tanto dos vencimentos quanto das punições dos servidores 
públicos. Vejamos que o art. 10 da Lei de Greve estabelece que as 
atividades essenciais estão em rol, não constando a atividade de 
agente comunitário de saúde ou de combate a endemias neste 
rol. Ademais, não há comprovação de que escala mínima não foi 
obedecida, e, ainda, houve descumprimento de acordo por parte 
da administração pública em relação aos servidores, o que faz com 
que o exercício do direito de greve não seja ilegal pelo servidor.
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III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
a) Notificação da autoridade coatora apontada para prestação 
de informações.
b) Intimação do órgão de execução do Ministério Público para analisar 
o interesse público de sua intervenção nos atos desse procedimento.
c) Requerimento de intimação do órgão representativo jurídico da 
pessoa jurídica de direito público interessada.
d) Declaração de ilegalidade do ato de decisão no relatório da 
comissão processante do servidor público.
Goiânia, 11 de outubro de 2016.
Nome do Advogado
Número de Inscrição na OAB/Subseção
Endereço Profissional
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1. Por quê a opção pela impetração de um mandado de 
segurança, ou seja, de procedimento especial, ao invés de 
uma ação de rito ordinário?O mandado de segurança é 
uma ação de rito abreviado e, nesse sentido é de máxima 
efetividade para a concreção do direito do impetrante.
2. Qual o requisito maior que o advogado deverá observar para 
optar pela impetração de um mandado de segurança coletivo 
ou individual? A legitimidade ativa do impetrante e a natureza 
do direito objeto do remédio constitucional.
3. O direito de greve é assegurado ao servidor público mesmo em 
atividades essenciais? Sim, conforme art. 10 da Lei de greve.
4. O trancamento do processo administrativo poderia ser feito por 
uso de outra ação constitucional? Não, dada a subsidiariedade 
do mandado de segurança.
Resolução comentada
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