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Modelos de Atenção à Saúde – Parte 2

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Modelos de Atenção à Saúde – Parte 2
ENTRE TODAS AS PROPOSTAS DE MODELOS TECNOASSISTENCIAIS QUE BUSCARAM SUPERAR O
MODELO MÉDICO-ASSISTENCIAL PRIVATISTA, A QUE TALVEZ TENHA SIDO A MAIS DISCUTIDA EM
ÂMBITO NACIONAL, DURANTE O PROCESSO INICIAL DE OPERACIONALIZAÇÃO DO SUS, FOI A DOS
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, BASTANTE DIFUNDIDA PELA REPRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
PANAMERICANA DE SAÚDE (OPAS) E PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) NO BRASIL E FOI
OPERACIONALIZADA PRINCIPALMENTE NOS ESTADOS DE CEARÁ E DA BAHIA.
Principais Modelos de Atenção à Saúde
Sistemas Locais de Saúde (Silos)
Entre todas as propostas de modelos tecno-assistenciais que buscaram superar o modelo médico-
assistencial privatista, a que talvez tenha sido a mais discutida em âmbito nacional, durante o processo
inicial de operacionalização do SUS, foi a dos Sistemas Locais de Saúde, bastante difundida pela
representação da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
no Brasil e foi operacionalizada principalmente nos estados de Ceará e da Bahia.
A proposta de Silos caracterizou-se por formulações-chave como território e problema. O enfoque por
problemas pressupõe a interdisciplinaridade, ou seja, a interposição de disciplinas do conhecimento
humano, buscando-se integração conceitual e metodológica entre elas. Há uma contraposição à abordagem
multidisciplinar, que fragmenta o conhecimento nas especialidades envolvidas, não permitindo uma visão
complexa dos problemas. De acordo com essa proposta, o planejamento local das ações baseia-se 
na análise da situação de saúde e na definição da situação desejada.
Para tanto, desenham-se estratégias e um modelo de operação para estruturar a oferta de serviços e
atender à demanda identificada ("oferta organizada") e, ao mesmo tempo, captar os usuários provenientes
da demanda espontânea, quando se espera que o usuário ao "sentir algo errado em sua saúde" tenha a
iniciativa de procurar um serviço de saúde que se disponha a atendê-lo prontamente.
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Vigilância da Saúde
O uso da Epidemiologia tem proporcionado certa racionalidade técnico-sanitária 
no controle das doenças, a prevenção de riscos e no exercício de técnicas que precedem e avaliam as ações
de saúde. Essa necessidade de conhecer e elaborar propostas de assistência à saúde mais integrais, e que
orientem intervenções antecipadas, tem conduzido algumas proposições acerca da importância da
vigilância da saúde.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia)
Cuidado à saúde liga-se ao paradigma de Vigilância da Saúde que, entre outras 
pretensões, tem por meta a interconexão dos campos vigilância epidemiológica, vigilância 
ambiental e vigilância sanitária, dentro da função do Estado brasileiro, definida na Constituição Federal, de
cuidar da saúde e realizar a proteção e a defesa da saúde individual e coletiva.
A Lei 8080, de 19 de setembro de 1990, em seu capítulo 1, artigo 6 o , inciso onze, 
parágrafos1 o e 2 o , define, respectivamente:
Vigilância sanitária é o conjunto de ações de eliminação, diminuição e prevenção de riscos à saúde,
intervenção em problemas sanitários desencadeados pelo meio ambiente, produção e circulação de bens e
prestação de serviços de interesse da saúde?
Vigilância epidemiológica é o conjunto de ações de prevenção e controle de agravos à saúde?
A Vigilância Ambiental é o setor federal normatizado como Subsistema de Vigilância em Saúde Ambiental
(SNVSA) e inclui as políticas de construção e de manutenção de Ambientes Saudáveis ou Ambientes
Sustentáveis.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia)
O modelo da Vigilância da Saúde aproxima-se da construção do que tem sido chamado de concepção,
enfoque, paradigma, abordagem, teoria ecossocial, ecossistêmica de saúde e cuja conceituação é a de saúde
de ecossistemas: atualmente, o grande foco desses estudos segue o desenvolvimento teórico-político da
Medicina Social e parte do movimento da Saúde Coletiva para as ciências humanas e sociais na saúde. Em
suma, a concepção ecossocial ou ecossistêmica de saúde parte da tese de que as questões sanitárias,
ambientais e epidemiológicas estão interconexas às questões sociais, políticas, éticas, culturais,
econômicas, no intuito de identificar e divulgar fatores sócio-ambientais 
condicionantes e determinantes de problemas de saúde? fatores sócio-ambientais 
condicionantes referem-se ao modo de vida (condições de vida e estilos de vida).
Essa concepção e paradigma ecossocial ou ecossistêmico é denominado, na América Latina, de Ecossaúde e
seu esforço teórico é o de construir uma teoria transdisciplinar da coevolução biocultural, cuja proposta
integra ciências biológicas sociais 
e humanas.
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Apesar do não haver consenso de concepções, programas, projetos, ações e estratégias no campo da
Vigilância da Saúde, pelo menos seis metas o caracterizam:
Superação das dicotomias entre práticas coletivas de saúde (Vigilância Epidemiológica e Vigilância
Sanitária) e práticas individuais de saúde (Assistência ambulatorial, Assistência hospitalar), entre clínica e
epidemiologia, entre preventivo e curativo, entre individual e coletivo?
Descentralização e reorganização dos serviços e das práticas locais de saúde vigentes?
Incorporação de novos agentes ou sujeitos de mudança, além dos profissionais e trabalhadores de saúde?
Atenção inseparável às determinações clínico-epidemiológicas-sociais de saúde?
Inclusão de conhecimentos, tecnologias, saberes e práticas não médico-sanitários?
Ultrapassagem dos espaços institucionalizados dos sistemas de serviços de atenção à saúde.
 
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Modelo de Atenção em Defesa da Vida (MDV)
A proposta Em Defesa da Vida surgiu em Campinas no final da década de 1980, 
capitaneada por um grupo de profissionais engajados no Movimento da Reforma sanitária, que tinha
atuação no Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) e que criou o Laboratório de Planejamento e
Administração em Saúde (LAPA) do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade estadual de Campinas (Unicamp).
O LAPA publicou suas proposta de Modelo tecno-assistencial durante a IX Conferência Nacional de Saúde,
em 1992, que ratifica o conceito de saúde afirmado pela 8ª Conferência Nacional de Saúde: "a saúde é o
resultado das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde (...)", e que "o direito à
saúde significa a garantia, pelo Estado, de condições dignas de vida e de acesso universal e igualitário às
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, em todos os seus níveis, a todos os habitantes do
território nacional (...)" .
Assim, reafirmando a necessidade de políticas públicas multisetoriais e Modelos de 
Atenção que assegurem a universalidade, a integralidade e a eqüidade para garantir o direito à saúde.
Sendo, posteriormente, aperfeiçoado por trabalhadores e dirigentes de instituições 
hospitalares e secretarias municipais de saúde de cidades como Campinas, Piracicaba, Ipatinga, Belo
Horizonte, Betim, Sumaré, Hortolândia, Volta Redonda e Paulínia.
O Modelo Em Defesa da Vida está pautado na defesa das diretrizes básicas do SUS, procurando construir
dispositivos e arranjos institucionais com o objetivo de garantira gestão democrática dos estabelecimentos
de saúde, o acolhimento humanizado da clientela, o acesso a serviços resolutivos e o fortalecimento de
vínculos entre profissionais e usuários com a clara definição de responsabilidades. Para tanto, está
fundamentado nos seguintes princípios:
1. Gestão democrática?
2. Saúde como direito de cidadania?
3. Serviço público de saúde voltado para a defesa da vida individual e coletiva.
A esses princípios acrescentam-se ainda determinadas concepções com importantes conseqüências
operacionais:
Valorização de ações em micro-espaços, consideradas estratégias para mudança?
O entendimento de que, sem a participação dos trabalhadores, não é possível haver mudanças no setor
público de saúde?
O resgate do usuário como sujeito da mudança, valorizando o papel do mesmo no dia-a-dia dos serviços
de saúde, assim como fóruns de deliberação coletiva, tais como os conselhos de saúde?
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A compreensão de que, se a demanda espelha, por um lado, a oferta de serviços e a cultura dominante, por
outro lado, ela traduz as aspirações da sociedade por novos padrões de direitos sociais?
A necessidade de se reformular a clínica e a saúde pública com base nas reais necessidades dos usuários?
A importância de se utilizarem, de maneira conseqüente e criativa, tecnologias disponíveis em outros
projetos assistenciais.
Toda essa produção catalisou o surgimento de várias iniciativas em distintas cidades 
brasileiras, que buscaram construir alternativas de superação do modelo baseado no INAMPS, herdado após
o processo de municipalização da saúde.
Como podemos observar, o Modelo de Atenção à Saúde no Brasil tem sido historicamente marcado pela
predominância da assistência médica curativa e individual e pelo entendimento de saúde como ausência de
doença. O rompimento com esse entendimento veio com o ordenamento jurídico-constitucional e criação
do Sistema Único de Saúde, ao mesmo tempo que novos princípios emergiam da sociedade como apelo à
sedimentação do conceito de saúde como condição de cidadania. Nesse sentido, o atual Modelo de Atenção
à Saúde inclui elementos de diferentes modelos, ao propor ações de promoção, proteção, recuperação e
reabilitação, tanto ao indivíduo, quanto à família e comunidade, por meio de serviços assistenciais
(ambulatoriais, hospitalares e de apoio diagnóstico), quanto à vigilância em saúde (ambiental,
epidemiológica e sanitária).
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
QUIZ (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/sac40/a11ex01_sac40.htm)
REFERÊNCIA
CAMPOS, C. E. A .O desafio da integralidade segundo as perspectivas da vigilância da saúde e da família.
São Paulo: Ciência & Saúde Coletiva.n. 8 (2): 569584, 2003.
CAMPOS, W. de S. (org.). Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec? Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006.
FERNANDES, C. Vigilância da Saúde . Disponível em: 
http://www.carlosfernandes.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=626323
(http://www.carlosfernandes.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=626323). Acesso 2 de fevereiro de 2008.
ROUQUAYROL, M. Z.? ALMEIDA FILHO, N. de. Epidemiologia & Saúde. 6ª ed. .Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
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