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Apostila EADCII ModuloI

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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
 
APOSTILA MÓDULO I 
 
Atualizada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 
 
Material de apoio à disciplina de Estrutura e Análise das 
Demonstrações Contábeis II do Curso de Ciências Contábeis 
da Universidade do Extremo Sul Catarinense 
 
 
Prof. Esp. Luiz Henrique Tiburcio Daufembach 
Henrique@unesc.net 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1- ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
 
A contabilidade, na execução das atividades de registro e acompanhamento da 
evolução do patrimônio das entidades privadas inseridas na sociedade, sempre foi muito 
influenciada pelos limites e critérios legais e fiscais, particularmente os da legislação do imposto 
de renda. Este fato, ao mesmo tempo em que proporcionava à contabilidade contribuições 
importantes e de bons efeitos, também era um fator que dificultava a adoção de princípios 
contábeis adequados. Este problema teve uma tentativa de solução através da Lei das SA´s (Lei 
nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976) que determinou que a escrituração contábil seguisse os 
princípios de contabilidade geralmente aceitos. 
A Lei das SA´s, que possui inspiração na legislação americana, apresenta fatores que 
dificultam a clareza e a fidelidade das demonstrações contábeis. Sendo que fidelidade e clareza 
são requisitos essenciais para a elaboração de balanços nas empresas. 
Buscando consolidar as mudanças sociais ocorridas no Brasil nas últimas nove 
décadas, em 11 de janeiro de 2003 passou a viger o novo Código Civil, instituído pela Lei 
Federal, de 10 de janeiro de 2002, publicada no Diário Oficial da União, em 11 de janeiro 
daquele mesmo ano, cujo projeto tramitava no Congresso desde 1975, revogando, assim, a Lei 
nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. 
Em 28 de dezembro de 2007, foi promulgada a Lei nº 11.638/07, que altera, revoga e 
introduz novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 
1976), notadamente em relação ao capítulo XV que trata de matéria contábil. 
Em 03 de outubro de 2008 o Poder Executivo Federal enviou ao Congresso Nacional 
a Medida Provisória 449/08, que define regras sobre tributação e contabilização das alterações 
promovidas pela Lei 11.638/07. Na exposição dos motivos da MP449/08 o Governo Federal 
entende que no que se refere ao Regime Tributário de Transição - RTT, objetiva-se neutralizar 
os impactos dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº 11.638, de 2007, 
na apuração das bases de cálculo de tributos federais nos anos de 2008 e 2009, bem como 
alterar a Lei nº 6.404, de 1976, no esforço de harmonização das normas contábeis adotadas no 
Brasil às normas contábeis internacionais. A Lei nº 11.638/07 entrou em vigor no dia 1º de 
janeiro de 2008, sem a adequação concomitante da legislação tributária. Em 27 de maio de 
2009 foi promulgada a Lei nº 11.941/09 que regulamentou a MP 449/08. 
 
 
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2- ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
 
Este capítulo aborda temas relacionados à estrutura das demonstrações contábeis de 
entidades empresariais atualizadas segundo as Leis 11.638/07 e 11.941/09. 
As demonstrações contábeis são consequentes da escrituração contábil, devendo nela 
estar respaldadas. Os relatórios contábeis podem ser classificados em obrigatórios e 
gerenciais. 
 
 
Lei 6.404/76 
 
 
Desde o ano 2000 tramitava na Câmara dos Deputados um Anteprojeto de Lei de 
reforma da Lei 6.404/76 elaborado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O propósito 
dessa alteração era a modernização e harmonização da lei societária em vigor com os princípios 
fundamentais e melhores práticas contábeis internacionais, visando a inserção do Brasil no atual 
contexto da globalização econômica. 
Segundo a CVM a reformulação foi proposta visando os seguintes aspectos: 
a) corrigir impropriedades e erros da lei 6.404/76; 
 
b) adaptar a lei às mudanças sociais e econômicas decorrentes da evolução do 
mercado; e 
c) fortalecer o mercado de capitais mediante implementação de normas contábeis e 
de auditoria internacionalmente reconhecidos. 
 
 
Lei 11.638/07 
 
 
Em 28 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11.638/07, trazendo significativas 
mudanças para a Lei 6.404/76. As principais alterações à Lei 6.404/76 foram: 
a) criação da Demonstração dos Fluxos de Caixa substituindo a Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos (art. 176, IV). Entretanto as companhias fechadas com 
patrimônio líquido inferior a R$2.000.000,00 na data do balanço estão dispensadas da 
elaboração e publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa. 
b) Criação da Demonstração do Valor Adicionado, obrigatória para as empresas de 
capital aberto (art. 176, IV). 
c) Criação de subgrupo Intangível no Permanente, desdobrado do subgrupo 
 
Imobilizado (art. 179, IV). Ficado assim separados os bens materiais (tangíveis) dos bens 
imateriais (intangíveis). 
d) Classificação no Imobilizado, dos bens adquiridos pelas empresas através de 
 
arrendamento mercantil, com contrapartida da dívida no Passivo Exigível (art. 179, IV). 
 
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e) Extinção da possibilidade de reavaliação dos bens do Ativo Imobilizado, 
eliminando assim a conta “Reservas de Reavaliação” (artigo 6º). 
f) O uso do subgrupo Diferido fica restrito ao registro das despesas pré- 
operacionais e aos gastos de reestruturação (art. 179 IV). 
g) Eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” no Patrimônio Líquido, 
 
mantendo somente a conta “Prejuízos Acumulados” (art. 178, §2º, d.) 
 
h) Criação da figura das Sociedades de Grande Porte – sociedades ou conjunto de 
sociedades sob o controle comum que tiverem, no exercício anterior, ativo total superior a R$240 
milhões ou receita bruta anual superior a R$300 milhões (artigo 3º, § único). Às sociedades de 
grande porte ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, aplicam-se as 
disposições da Lei 6.404/76 que está sendo alterada pela referida lei, no que tange a 
escrituração e a elaboração das demonstrações financeiras (art. 3º). 
A atualização da Lei das Sociedades por Ações, juntamente com o poder regulatório 
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e dos estudos e normas emanados pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC), irão levar o Brasil, aos poucos, aos patamares mais altos de 
regulação contábil internacional, quem sabe até colaborando para o aperfeiçoamento das 
normas emanadas pelo IASB (International Accounting Standars Board). 
 
 
Lei 11.941/09 
 
 
Em 27 de maio de 2009 foi aprovada a Lei Federal 11.941/09, em complemento a Lei 
 
11.638/07 e com novas alterações a Lei 6.404/76 no que diz respeito a estruturação das 
demonstrações contábeis. As principais alterações implantadas pela Lei 11.941/09 foram: 
a) Nova classificação das contas do Ativo e do Passivo (art. 178 da Lei das S/A) 
 
em ativo circulante, ativo não circulante, passivo circulante e passivo não circulante. Dessa 
forma, foi extinto o grupo Ativo Permanente e foi criado o grupo Ativo Não Circulante, composto 
pelo ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
b) Extinção do subgrupo Ativo Diferido, que já tinha sido restringido pela lei 
 
11.638/07 (art. 299-A da Lei das S/A). Os gastos pré-operacionais devem, nas entidades em 
fase pré-operacional, ser registradosem contas de resultado, como despesas do período. 
c) Extinção do grupo Resultados de Exercícios Futuros (art. 299-B da Lei das S/A). 
 
Com isso, os saldos dessa conta devem ser reclassificados para o grupo do passivo não 
circulante, em contas representativas de receitas e despesas diferidas. 
d) Fim da segregação das receitas e despesas em operacionais e não 
 
operacionais. As receitas e despesas classificadas anteriormente como não operacionais 
devem ser denominadas de Outras Receitas e Outras Despesas. 
e) Estabeleceu em número maior de notas explicativas a fim de fornecer maiores 
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informações aos usuários das Demonstrações Contábeis, fazendo com que as sociedades 
tenham que evidenciar as informações utilizadas para elaboração das Demonstrações 
Contábeis. 
É importante ressaltar que a Lei 11.941/09 trouxe outras várias alterações, inclusive 
inovações tributárias necessárias à harmonização das normas internacionais de contabilidade, mas 
que não serão aqui comentadas por não ser objeto desse estudo. 
As definições da Lei 11.638/07 e da Lei 11.941/09 devem ser observadas pelas 
empresas obrigadas a obedecer a Lei das S/A, compreendendo não só as sociedades por 
ações, mas também as demais empresas inclusive as constituídas sob forma de limitadas, 
conforme Comunicado Técnico – CT 01 do Conselho Federal de Contabilidade. 
A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404-76, de 15-12-76), alterada pelas Leis 
 
11.638 de 28 de dezembro de 2007 e 11.941 de 27 de maio de 2009, aplicável extensivamente às 
demais sociedades, estabelece que, obrigatoriamente ao final de cada exercício, a Diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia: 
 
1 – Balanço Patrimonial; 
 
2 – Demonstração do Resultado do Exercício; 
 
3 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
 
4 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
 
5 – Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
 
6 – Demonstração do Valor Adicionado; 
 
5 – Informações, Relatórios e Pareceres que Acompanham as Demonstrações Contábeis. 
 
 
a) Balanço Patrimonial (BP) 
 
 
O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e 
qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio e a composição do patrimônio líquido da 
entidade. Conforme determina o artigo 178 da Lei nº 6.404-76, “No balanço, as contas serão 
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a 
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. 
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei das SA's, 
 
 e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de 
 
Contabilidade. 
A Lei das SA’s estabelece, em seu artigo 178, §1º, que, no ativo, as contas serão 
dispostas em ordem decrescente de liquidez, e, dentro desse conceito, as contas de 
disponibilidades são as primeiras a serem apresentadas no balanço, dentro do ativo circulante. 
Seguem-se os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e aplicações de 
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recursos em despesa do exercício seguinte. 
A seguir, a descrição de cada grupo: 
 
 
ATIVO CIRCULANTE - São os recursos financeiros que se encontram à disposição 
imediata da entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras 
espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. 
 
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Serão classificadas contas da mesma 
 
natureza das do ativo circulante, porém realizáveis após o término do exercício 
seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro, 
que não constituíram negócios usuais na exploração do objeto da companhia. 
 
INVESTIMENTOS – São as participações permanentes em outras sociedades e os 
bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades da companhia ou 
empresa. 
 
IMOBILIZADO – São os bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na 
consecução das atividades-fim da entidade. Bens tangíveis são aqueles que têm 
corpo físico, tais como terrenos, máquinas, veículos, benfeitorias em propriedades 
arrendadas, direitos sobre recursos naturais, etc. Bens intangíveis são aqueles cujo 
valor reside não em qualquer propriedade física, mas nos direitos de propriedade 
legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como: patentes, direitos autorais, 
marcas, etc. 
 
INTANGÍVEL – São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de 
comércio adquirido. 
 
PASSIVO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da 
empresa cuja liquidação se espera que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou 
de acordo com o ciclo operacional da empresa, se este for superior a esse prazo. 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos 
estimados da empresa cuja liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo 
operacional, ou após o exercício social seguinte. 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO - O patrimônio líquido representa os recursos próprios da 
entidade, e seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo - 
Passivo). Desta forma, o valor do patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou 
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nulo. O patrimônio líquido é dividido em: 
 
CAPITAL – São os investimentos efetuados na empresa pelos proprietários e os 
decorrentes de incorporação de reservas e lucros. 
 
RESERVAS DE CAPITAL – Contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o 
 
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que 
ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos 
de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias e o produto da 
alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. Será ainda registrado como 
reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto 
não-capitalizado. 
 
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL - Serão classificadas como ajustes de 
avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em 
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições 
de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e 
§ 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de 
mercado. 
 
RESERVAS DE LUCROS - Serão classificadas como reservas de lucros as contas 
constituídas pela apropriação de lucros da companhia. 
 
AÇÕES EM TESOURARIA - As ações em tesouraria deverão ser destacadas no 
balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos 
recursos aplicados na sua aquisição. 
 
PREJUÍZOS ACUMULADOS – Representam o saldo remanescente dos prejuízos 
líquidos, estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido. 
 
No caso de o Patrimônio Líquido ser negativo, será demonstrado após o Ativo, e seu 
valor final denominado de Passivo a Descoberto. 
 
 
b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
 
 
A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a 
composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade. A 
demonstraçãodo resultado, observado o princípio da competência, evidenciará a formação dos 
vários níveis de resultados, mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e 
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despesas. A seguir, a descrição de cada elemento: 
 
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS - A Lei nº 6.404-76, em seu art. 187, 
determina que a demonstração do resultado do exercício deverá discriminar a receita 
bruta de vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos, 
bem como a receita líquida das vendas e serviços. As vendas deverão ser 
contabilizadas pelo valor bruto, incluindo o valor dos impostos. Estes impostos, bem 
como as devoluções e os abatimentos, deverão ser contabilizados em contas 
individualizadas, que serão tratadas como contas redutoras das vendas. 
 
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA - São representadas pelas contas de vendas 
canceladas, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas. 
a) Vendas Canceladas é conta devedora que deve incluir todas as devoluções de 
vendas. Correspondem à anulação de valores registrados como receitas brutas de 
vendas e serviços. 
b) Abatimentos e descontos sobre vendas e serviços são aqueles concedidos 
incondicionalmente. 
c) Impostos incidentes sobre vendas devem ser deduzidos da receita bruta de vendas. 
 
A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre 
ela incidentes, com exceção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). 
 
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS - A apuração do custo dos produtos 
vendidos está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a 
baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. 
 
 
DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS – São as despesas pagas ou incorridas para 
vender produtos e administrar a empresa; e dentro do conceito da Lei nº 6.404-76, 
abrangem também as despesas líquidas para financiar suas operações; os resultados 
líquidos das atividades acessórias da empresa são também considerados 
operacionais. O art. 187 da Lei nº 6.404-76 estabelece que, para se chegar ao lucro 
operacional, serão deduzidas as despesas com as vendas, as despesas financeiras, 
deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais. 
 
PARTICIPAÇÕES EM RESULTADO - O artigo 189 da Lei nº 6.404-76 estabelece que 
do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os 
prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto de Renda. O artigo 190 da Lei nº 
6.404-76 dispõe que as participações estatutárias de empregados, administradores e 
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partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base 
nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente 
calculada. 
 
 
c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 
 
 
 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará o saldo do início do 
período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial, as reversões 
de reservas e o lucro líquido do exercício, as transferências para reservas, os dividendos, a 
parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. 
Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes 
de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado 
exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do 
dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do 
patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. 
 
d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
 
 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar as 
mudanças, em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de 
tempo. A referida demonstração está prevista no art. 186, § 2º, da Lei nº 6.404-76. A Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM), mediante a Instrução CVM nº 059-86, tornou esta demonstração e sua 
publicação de caráter obrigatório, para as companhias abertas, em substituição à demonstração 
dos lucros ou prejuízos acumulados. 
 
 
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
 
 
 
A partir de 01/01/2008, com as alterações da Lei das SA pela Lei no 11.638/07, a DFC 
passou a ser obrigatória para as sociedades por ações (abertas ou fechadas). 
Por outro lado, a companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a 
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos 
fluxos de caixa. Além disso, para as sociedades de grande porte, isto é, empresas com ativo total superior a 
R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões, ainda que não constituídas sob a forma de 
sociedades por ações, são obrigadas à elaboração de demonstrações financeiras, que deverão sofrer 
auditoria independente. 
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Resumindo, teríamos as seguintes companhias obrigadas à elaboração da DFC: 
- Sociedades por ações abertas; 
- Sociedades por ações fechadas, com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois 
milhões de reais) na data do balanço; e 
- Sociedades de Grande Porte. 
 
Informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários 
das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes 
de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses fluxos de caixa. As decisões 
econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e 
equivalentes de caixa, bem como da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração. 
O fluxo de caixa é um instrumento que possibilita o planejamento e o controle dos recursos 
financeiros de uma empresa. Gerencialmente, é indispensável ainda em todo o processo de tomada de 
decisões financeiras. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas 
de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade das suas atividades. 
O objetivo da demonstração dos fluxos de caixa é prover informações relevantes sobre 
os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa durante um determinado período de 
tempo. Essas informações, principalmente quando analisadas em conjunto com as demais 
demonstrações financeiras, podem permitir que investidores, credores e demais usuários 
avaliem: 
a) A capacidade da empresa em gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa. 
b) A capacidade da empresa em honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar 
empréstimos obtidos. 
c) A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa. 
d) A taxa de conversão de lucro em caixa. 
e) A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os distintos 
tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos. 
f) O grau de precisão das estimativas passadas de futuros de caixa. 
g) O efeito sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento e 
financiamento, etc. 
 
O fluxo de caixa de uma empresa deve conter detalhamentos que permitem a adequada 
análise das informações contidas, pois um fluxo de caixa mal estruturado leva a empresa a não 
decidir adequadamente sobre sua liquidez. O fluxo de caixa pode ser identificado em duas 
modalidades: Fluxo de Caixa de Tesouraria e Fluxo de Caixa Contábil. 
 
 
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�Fluxo de Caixa de Tesouraria 
É elaborado pelo tesoureiro da empresa, disponível em termos de informações previstas 
e realizadas com base nas entradas de cobranças ou vendas a vista e em compromissos a cumprir. 
Tem um nível de detalhamento alto, para que tenha utilidade prática e possibilite identificar, 
por exemplo, até o número da fatura a ser paga. Dessa maneira seu nível de precisão é diário e sua 
projeção tem por objetivo dispor dos valores de entradas e saídas que possam ser acompanhado 
diariamente quando obtido e realizado. 
 
Fluxo de Caixa Contábil 
É uma demonstração contábil que segue uma estrutura definida no CPC 3, onde 
entidade deve apresentar seus fluxos de caixa advindos das atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada aos seus negócios. A 
classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de 
tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de 
caixa. Essas informações podem ser usadas também para avaliar a relação entre essas atividades. 
 
Atividades Operacionais 
As atividades operacionais geralmente envolvem a produção e a entrega dos bens e da 
prestação de serviços. Em outras palavras corresponde às contas da demonstração de 
resultado. Para o autor o detalhamento desse grupo se adapta a cada tipo de empresa, para a 
correta demonstração dos principais pagamentos e recebimentos operacionais. 
 
Recebimento Operacional: 
• clientes por venda à vista; 
• clientes por venda à prazo; 
• clientes – adiantamento; 
• rendimentos de aplicações financeiras; 
• juros de empréstimos concedidos; 
• dividendos recebidos; 
• outros recebimentos (que não de origem de transações definidas como atividades de 
investimentos ou financiamento) 
 
Pagamentos Operacionais: 
• fornecedores de matéria-prima; 
• fornecedores de mercadorias; 
• adiantamento de fornecedores; 
• salário e encargos; 
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• utilidades e serviços; 
• tributos; 
• encargos financeiros (financiamentos comerciais e bancários obtidos); 
• outros. 
 
Atividades de Investimento 
As atividades de investimento correspondem normalmente ao aumento e diminuição dos 
ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços.� A divulgação em 
separado dos fluxos de caixa advindos das atividades de investimento é importante em função de 
tais fluxos de caixa representarem a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela 
entidade com a finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que 
resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como 
atividades de investimento. Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de investimento 
são: 
• aplicações financeiras (com prazo maior que três meses); 
• empréstimos concedidos; 
• participações em controladas e coligadas; 
• participações em outras empresas; 
• terrenos; 
• obras civis; 
• móveis, utensílios e instalações; 
• máquinas, ferramentas e equipamentos; 
• veículos em uso; 
• equipamentos de processamento de dados; 
• softwares e aplicativos de informática. 
 
Atividades de Financiamento 
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa o conceito de financiamento é mais abrangente 
do que o mercado está acostumado a utilizar. Este conceito é mais abrangente e não significa 
somente uma aquisição de bens financiados, mas também inclui os recursos de terceiros e os 
recursos próprios recebidos. A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades de 
financiamento é importante por ser útil na predição de exigências de fluxos futuros de caixa por 
parte de fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades 
de financiamento são: 
• empréstimos bancários. 
• financiamentos (leasing). 
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• debêntures. 
• recursos próprios ( - ) dividendos pagos. 
 
Apresentação dos Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais 
A entidade deve apresentar os fluxos de caixa das atividades operacionais, usando 
alternativamente: (a) o método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e 
pagamentos brutos são divulgadas; ou (b) o método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é 
ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou 
apropriações por competência sobre recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais passados 
ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de 
investimento ou de financiamento. 
O método direto é a forma de apresentação da DFC que resgata exatamente os 
valores movimentados no controle do caixa. No método indireto, parte-se do lucro líquido o 
exercício (apresentado na DRE) e a ele são feitas adições e exclusões. A principal utilidade 
desse método é mostrar as origens ou aplicações de caixas decorrentes das alterações temporárias 
de prazos nas contas relacionadas com o ciclo operacional do negócio (normalmente clientes, 
estoques e fornecedores). Outra vantagem é permitir que o usuário avalie quanto de lucro 
está se transformando em caixa em cada período. 
Apresenta-se, a seguir, modelo de ambos os métodos de acordo com o CPC 03 e 
Resolução CFC 1.296/10: 
 
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Elenco de Contas – ATIVO 
 
ELENCO DE CONTAS CONFORME LEI 11.941/09 
ESTRUTRA ATIVO 
1 ATIVO 
1.1 ATIVO CIRCULANTE 
1.1.1 Caixa Disponibilidades 
1.1.2 Banco C/ Movimento Disponibilidades 
1.1.4 Contas a Receber Operacional 
1.1.4.01 Clientes Operacional 
1.1.4.02 Outras Contas a Receber Operacional 
1.1.5 Estoques Operacional 
1.1.5.01 Mercadorias Operacional 
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 
1.2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
1.2.1.01 Empréstimos a Coligadas Investimentos 
1.2.1.02 Outras Contas a Receber LP Investimentos 
1.2.1.03 Aplicações Financeiras LP Investimentos 
1.2.2 INVESTIMENTOS 
1.2.2.01 Participações Societárias Investimentos 
1.2.3 IMOBILIZADO 
1.2.3.01 Terrenos Investimentos 
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias Investimentos 
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas Investimentos 
1.2.3.04 Veículos Investimentos 
1.2.3.05 Móveis Investimentos 
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada não afeta o caixa 
1.2.4 INTANGÍVEL 
1.2.4.01 Marcas Investimentos 
1.2.4.02 Softwares Investimentos 
1.2.4.03 Ágio na Aquisição de Ações Investimentos 
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada não afeta o caixa 
 
Elenco de Contas PASSIVO 
 
ELENCO DE CONTAS CONFORME LEI 11.941/09 
ESTRUTRA PASSIVO 
2 PASSIVO 
2.1 PASSIVO CIRCULANTE 
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher operacional 
2.1.2 Contas a Pagar operacional 
2.1.3 Fornecedores operacional 
2.1.4 Salários e Encargos Sociais operacional 
2.1.5 Empréstimos Bancários financiamentos 
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
2.2.1 Empréstimos Bancários LP 
2.2.2 Resultados de Exercícios Futuros 
2.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
financiamentos não 
afeta o caixa 
2.3.1 Capital Social financiamentos 
2.3.2 Reservas não afeta o caixa 
2.3.2.01 Reservas de Capital não afeta o caixa 
2.3.2.02 Reservas de Lucros não afeta o caixa 
2.3.3 Prejuízos cumulados não afeta o caixa
 
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f) Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
 
 
A DVA foi inserida pela Lei nº 11.638/2007, (artigo 176, inciso V), no conjunto de 
demonstrações financeiras que as companhias abertas devem apresentar ao final de cada exercício 
social, estando, portanto, sujeita a todas as regras de aprovação. 
No artigo 188, inciso II da Lei das S/A, informa que a Demonstração do Valor Adicionadoindicará: o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que 
contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e 
outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 
O valor adicionado de uma empresa, elaborado na forma contábil, representa o quanto de 
valor ela agrega aos insumos que adquire num determinado período e é obtido, de forma geral, pela 
diferença entre vendas e o total dos insumos adquiridos de terceiros. Este valor terá também o 
significado de toda a remuneração dos esforços aplicados na atividade da empresa. 
Sob uma abordagem mais ampla, a Contabilidade utiliza a Demonstração do Valor 
Adicionado, para identificar e divulgar quanto à atividade da empresa gera de recursos adicionais para a 
economia local, como e para quem os distribui. 
O valor adicionado constituí-se da receita de venda deduzido dos custos dos recursos adquiridos 
de terceiros como: matéria-prima, mercadorias para revenda, serviços de terceiros, energia elétrica, enfim 
todos os insumos adquiridos de terceiros e consumidos durante o processo operacional. 
O resultado representa o que a empresa adicionou aos insumos/serviços adquiridos de terceiros 
para chegar ao seu produto/serviço final; corresponde, portanto, à riqueza gerada. É o que tem se 
convencionado denominar Valor Adicionado Bruto. 
Todavia, a empresa utiliza-se também de instalações, máquinas, equipamentos e outros ativos de 
vida útil mais extensa, diminuindo-lhes o potencial de uso. Tal redução de potencial de uso na Contabilidade 
é refletida pela depreciação, amortização e exaustão. Assim sendo, dada a essencialidade do consumo 
parcial destes ativos para a geração da riqueza, seu valor deve ser deduzido do valor adicionado bruto, 
conduzindo ao valor adicionado líquido, o qual reflete a efetiva contribuição da empresa para a economia 
local. 
Há ainda que se mencionar os valores recebidos de outras empresas sem sacrifícios operacionais, 
como o caso do resultado de participações societárias. A investidora realizou o investimento em algum 
momento passado, e nos períodos posteriores apenas receberá os frutos desta aplicação, sem qualquer 
esforço, pelo menos em princípio. O mesmo acontece com as receitas financeiras. Não há esforço da 
investidora, ela apenas aplica seus recursos no mercado e, dependendo das oscilações destes é que será 
sua receita. 
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Assim, o valor adicionado líquido somado às receitas recebidas em transferência demonstrará o 
total dos recursos distribuídos. A distribuição do valor adicionado reflete quem são os beneficiados com o 
desempenho da empresa como: empregados, governo, terceiros, acionistas, os�quais estão representados 
pela remuneração do pessoal e encargos sociais; impostos sobre vendas, produção e serviços, taxas e 
contribuições; juros sobre capital de terceiros e próprio, dividendos, aluguéis de móveis e imóveis e por fim 
pode ser retido a título de reinvestimento na organização. 
A análise da distribuição do valor adicionado identifica a contribuição da empresa para a sociedade 
e os setores por ela priorizados. Este tipo de informação serve para avaliar a performance da empresa no 
seu contexto local, sua participação no desenvolvimento regional e estimular ou não a continuidade de 
subsídios e incentivos governamentais. E, em um contexto maior, pode servir de parâmetro para definição do 
comportamento de suas congêneres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Modelo da estrutura da DVA, de acordo com o CPC 9: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DESCRIÇÃO
Em milhares de
Reais 20X1
Em milhares de
Reais 20X0
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)
2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras
8.4) Remuneração de Capitais Próprios
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)
(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
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Detalhamentos dos grupos contábeis formadores de tal demonstrativo: 
1 – RECEITAS 
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 
Inclui os valores do ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde á receita bruta ou 
faturamento bruto. Devem ser deduzidas as devoluções, os abatimentos incondicionais e os 
cancelamentos. Para fins de facilitar a compreensão dos termos empregados neste grupo, define-se: 
Mercadorias - valores de revenda de produtos adquiridos de terceiros. 
Produtos - valores de venda de produtos de produção própria (indústria). 
Serviços – valores de venda de serviços executados por contrato ou tarefa. 
1.2) Provisão p/créditos duvidosos 
Inclui os valores relativos à constituição de provisão para créditos duvidosos, bem como da reversão da 
mesma. 
1.3) Outras Receitas Operacionais 
Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais como venda de imobilizado 
ou investimentos. 
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 
2.1) Custos das mercadorias e serviços vendidos 
Somam-se neste item todos os materiais (incluindo materiais de embalagem, materiais secundários, 
etc.) consumidos no custo dos produtos e serviços vendidos. 
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
Compreende todas as demais despesas operacionais não incluídas em outros itens, como energia 
elétrica aplicada na administração e vendas, serviços de terceiros não compreendidos como custo de 
produção, despesas administrativas e comerciais. 
2.3) Perda/Recuperação de valores ativos 
Inclui valores relativos a provisões para ajuste ao valor de mercado de estoques e investimentos, etc. 
2.4) Outras 
Especificar 
4 – RETENÇÕES 
4.1) Depreciação, amortização e exaustão 
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
6.1) Resultado de equivalência patrimonial 
Inclui os valores recebidos como dividendos e lucros relativos a investimentos avaliados ao custo. 
6.2) Receitas financeiras 
Compreende todas as receitas financeiras independentemente de sua origem, como juros sobre 
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aplicações financeiras, juros sobre duplicatas de clientes, descontos obtidos, juros sobre atualizações 
de impostos recuperáveis, etc. 
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
8.1) Pessoal e encargos 
Nesse item deverão ser incluídos salários, férias, 13º salário, FGTS, seguro de acidentes de trabalho, 
assistência médica,alimentação, transporte, etc. 
8.2) Impostos, taxas e contribuições 
Além das contribuições devidas ao INSS, comporão este item o imposto de renda da pessoa jurídica, 
contribuição social sobre o lucro, PIS, COFINS, ISS, e todos os demais impostos, taxas e contribuições. 
8.3) Juros e alugueis 
Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de 
empréstimos e financiamentos junto às instituições financeiras, empresas do grupo ou outras e os 
aluguéis (incluindo-se os custos e despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros. 
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos 
Inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas, sócios ou titular. 
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício 
Devem ser incluídos os lucros do período destinados a reservas de lucros e eventuais parcelas ainda 
ser destinação especifica. 
 
 
g) Informações, Relatórios e Pareceres que Acompanham as Demonstrações Contábeis. 
 
Relatório da administração 
Não faz parte das demonstrações contábeis propriamente ditas, mas a lei exige a 
apresentação do relatório, que deve evidenciar os principais fatos administrativos e financeiros ocorridos no 
período (exercício), os investimentos feitos em outras entidades, a política de distribuição de dividendos, a 
política de reinvestimento de lucros etc. No caso das companhias abertas, a CVM dá orientação específica 
sobre esses e outros tantos tópicos de relevo para terceiros. 
 
Notas Explicativas 
 
As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas, quadros 
analíticos e outras demonstrações contábeis necessárias para uma plena avaliação da situação e da 
evolução patrimonial de uma empresa. As notas devem conter no mínimo a descrição dos critérios de 
avaliação dos elementos patrimoniais e das práticas contábeis adotadas, dos ajustes dos exercícios 
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anteriores, reavaliações, ônus sobre ativos, detalhamento das dívidas de longo prazo, do capital e dos 
investimentos relevantes em outras empresas etc. 
As Notas explicativas tem por objetivo complementar as demonstrações contábeis mostrando 
os critérios contábeis utilizados pelas organizações, inclusive a composição do saldo de determinadas 
contas, os métodos de depreciação e critérios de avaliação dos elementos patrimoniais. A Lei enumera o 
mínimo dessas notas e induz ã sua ampliação quando for necessário para o devido “esclarecimento da 
situação patrimonial e dos resultados do exercício”. 
 
Parecer dos Auditores Independentes 
No Brasil a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404 de 15/12/1976, sendo alterada em 
parte pela Lei nº 11.638 de 28/12/2007), determina que as demonstrações contábeis sejam auditadas por 
auditores independentes registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). As demonstrações 
contábeis são sempre de responsabilidade da administração da empresa e assinadas pelo contador 
devidamente autorizado. O parecer e auditores independentes sobre elas é de fundamental importância e 
obrigatório em certas circunstâncias. 
 
Parecer do Conselho Fiscal 
É importante resaltar que a Lei brasileira não obriga à publicação do Parecer do Conselho 
Fiscal;quando este existir, tal parecer precisa ser oferecido à Assembleia Geral dos Acionistas, mas sua 
publicação é optativa. A prática demonstra que ele é publicado na maioria das vezes em que existe, 
demonstrando a importância desse trabalho e a ampliação dos conceitos de governança corporariva.

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