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MANEIO DE FERIDAS

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Prévia do material em texto

Instituto Politécnico de Viana do Castelo 
Escola Superior Agrária de Ponte de Lima 
 
 
 
 
MANEIO DE FERIDAS 
 
 
 
 
Relatório Final de Curso 
Licenciatura em Enfermagem Veterinária 
 
 
 
Eunice Nobre Lima de Sousa 
 
 
Ponte de Lima, Dezembro 2010
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As doutrinas expressas neste 
trabalho são da exclusiva 
responsabilidade do autor. 
 
i 
 
Índice 
Agradecimentos......................................................................................................................v 
Resumo........................................................................................................................... .......vi 
Palavras-chave.......................................................................................................................vi 
Lista de abreviaturas e símbolos..........................................................................................vii 
Lista de quadros..................................................................................................................viii 
Lista de figuras......................................................................................................................ix 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................1 
2 HOSPITAL VETERINÁRIO MONTENEGRO.................................................................2 
2.1 Apresentação do Hospital Veterinário Montenegro....................................................2 
2.2 Casuística geral............................................................................................................3 
2.3 Casuística de feridas....................................................................................................6 
3 ANATOMIA TEGUMENTAR...........................................................................................8 
3.1 Vascularização cutânea................................................................................................9 
4 FERIDAS..........................................................................................................................10 
4.1 Definição de feridas...................................................................................................10 
4.2 Classificação de feridas.............................................................................................10 
4.2.1 Classificação de feridas quanto à existência de efracção da pele......................10 
4.2.2 Classificação de feridas quanto ao mecanismo de lesão....................................11 
4.2.2.1 Incisão........................................................................................................11 
4.2.2.2 Abrasão......................................................................................................12 
4.2.2.3 Perfuração/ penetração...............................................................................12 
4.2.2.4 Laceração...................................................................................................12 
4.2.2.5 Avulsão......................................................................................................13 
4.2.2.6 Esmagamento.............................................................................................14 
4.2.2.7 Contusão............................................................................................... ......14 
4.2.2.8 Feridas mistas.............................................................................................14 
4.2.2.9 Queimadura................................................................................................14 
4.2.2.9.1 Etiologia da queimadura.....................................................................15 
4.2.2.9.1.1 Queimadura térmica....................................................................15 
4.2.2.9.1.2 Queimadura eléctrica..................................................................15 
4.2.2.9.1.3 Queimadura química...................................................................15 
4.2.2.9.1.4 Queimadura radioactiva..............................................................16 
4.2.2.9.2 Classificação da queimadura..............................................................16 
ii 
 
4.2.3 Classificação de feridas de acordo com o grau de lesão tecidular.....................17 
4.2.4 Classificação de feridas quanto ao grau de contaminação.................................17 
4.2.5 Classificação de feridas quanto à cor.................................................................18 
4.3 Características das feridas.........................................................................................19 
4.4 Cicatrização...............................................................................................................19 
4.4.1 Fases da cicatrização..........................................................................................20 
4.4.1.1 Fase inflamatória........................................................................................20 
4.4.1.2 Fase de desbridamento...............................................................................21 
4.4.1.3 Fase reparativa...........................................................................................22 
4.4.1.4 Fase de maturação......................................................................................23 
4.4.2 Formas de cicatrização.......................................................................................23 
4.4.2.1 Cicatrização por primeira intenção (cirúrgica)..........................................24 
4.4.2.2 Cicatrização por segunda intenção.............................................................24 
4.4.2.3 Cicatrização por terceira intenção..............................................................25 
4.4.3 Factores que atrasam a cicatrização...................................................................25 
4.4.3.1 Factores inerentes ao animal......................................................................26 
4.4.3.2 Factores inerentes à ferida..........................................................................27 
4.4.3.3 Factores inerentes à terapêutica.................................................................28 
4.4.4 Estimulantes da cicatrização..............................................................................28 
4.4.4.1 Factores de crescimento.............................................................................29 
4.4.4.2 Estimulantes eléctricos neuromusculares...................................................29 
4.4.4.3 Massagem...................................................................................................29 
4.4.4.4 Ultrassons...................................................................................................30 
4.4.4.5 Acupunctura...............................................................................................30 
4.4.4.6 Laserterapia................................................................................................31 
4.5 Abordagem da ferida cirúrgica..................................................................................31 
4.5.1 Preparação pré-operatória..................................................................................31 
4.5.1.1 Banho.........................................................................................................31 
4.5.1.2 Tricotomia..................................................................................................32 
4.5.1.3 Assepsia cirúrgica do animal.....................................................................32 
4.5.2 Preparação pós-operatória..................................................................................324.5.2.1 Pensos.........................................................................................................33 
4.5.2.2 Monitorização............................................................................................33 
4.5.2.3 Prevenção de auto-mutilação.....................................................................34 
iii 
 
4.5.2.4 Remoção de suturas....................................................................................34 
4.5.2.5 Complicações.............................................................................................35 
4.6 Abordagem da ferida acidental..................................................................................35 
4.6.1 Avaliação do animal..........................................................................................35 
4.6.2 Avaliação da ferida............................................................................................36 
4.6.3 Avaliação da viabilidade cutânea.......................................................................37 
4.6.4 Decisão de suturar..............................................................................................37 
4.6.5 Tricotomia..........................................................................................................38 
4.6.6 Limpeza e desbridamento inicial.......................................................................38 
4.6.7 Lavagem da ferida..............................................................................................40 
4.6.8 Desbridamento...................................................................................................41 
4.6.8.1 Desbridamento enzimático.........................................................................41 
4.6.8.2 Desbridamento mecânico...........................................................................42 
4.6.8.3 Desbridamento físico-químico...................................................................42 
4.6.9 Sutura de feridas................................................................................................43 
4.7 Terapêuticas complementares....................................................................................43 
4.7.1 Açúcar e mel......................................................................................................44 
4.7.2 Complexo de tripeptídeo de cobre.....................................................................44 
4.7.3 Acemanano........................................................................................................44 
4.7.4 Maltodextrina.....................................................................................................45 
4.7.5 Produtos derivados de plaquetas........................................................................45 
4.7.6 Quitosano...........................................................................................................46 
4.7.7 Plantas medicinais..............................................................................................46 
4.7.7.1 Aloé vera....................................................................................................46 
4.7.7.2 Calêndula (calêndula officinalis)...............................................................46 
4.7.7.3 Arnica montana..........................................................................................46 
4.7.7.4 Erva de São João (hypericum perforatum).................................................47 
4.7.7.5 Loureiro (Laurus nobilis)...........................................................................47 
4.8 Drenos........................................................................................................................47 
4.8.1 Drenos passivos.................................................................................................48 
4.8.2 Drenos activos....................................................................................................48 
4.8.3 Aplicações dos drenos........................................................................................48 
4.8.4 Cuidados nos drenos..........................................................................................49 
4.8.5 Vantagens e desvantagens dos drenos...............................................................49 
iv 
 
4.9 Antibioterapia............................................................................................................50 
4.10 Terapia analgésica...................................................................................................51 
4.11 Materiais de penso...................................................................................................52 
4.11.1 Camada primária ou de contacto......................................................................53 
4.11.1.1 Camada de contacto aderente...................................................................53 
4.11.1.1.1 Pensos seco-a-seco……………………………………...................53 
4.11.1.1.2 Pensos húmido-a-seco…………………………………..................54 
4.11.1.2 Camada de contacto não-aderente……………………………………....55 
4.11.1.2.1 Pensos de utilização inicial...............................................................55 
4.11.1.2.2 Pensos de utilização inicial e tardia..................................................55 
4.11.1.2.2.1 Pensos de película perfurada....................................................56 
4.11.1.2.2.2 Pensos esponjosos.....................................................................56 
4.11.1.2.2.3 Pensos hidroactivos..................................................................57 
4.11.1.2.2.3.1 Hidrogel amorfo................................................................57 
4.11.1.2.2.3.2 Película de hidrogel...........................................................58 
4.11.1.2.2.3.3 Hidrocolóide.....................................................................59 
4.11.1.2.2.3.3.1 Alginato.....................................................................60 
4.11.2 Camada secundária ou intermédia...................................................................61 
4.11.3 Camada terciária ou externa.............................................................................62 
4.11.4 Selecção do tipo de penso................................................................................63 
4.12 Métodos de reconstrução de feridas........................................................................65 
4.12.1 Flaps de omento...............................................................................................65 
4.12.2 Transposição de pele........................................................................................65 
4.12.3 Expansão de pele..............................................................................................66 
4.12.4 Oclusão assistida por vácuo.............................................................................67 
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................69 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................................71 
Anexos..................................................................................................................................74 
Anexo 1............................................................................................................................A1.1 
Anexo 2............................................................................................................................A2.1 
 
 
v 
 
Agradecimentos 
Gostaria de expressar nesta página os meus sinceros agradecimentos a todos os que de 
alguma forma colaboraram para que fosse possível a realização deste relatório. 
Agradeço à minha orientadora deestágio, Dr.a Cátia Sá, pela sua paciência, ajuda, 
compreensão, apoio, disponibilidade e pela instrução fornecida ao longo deste relatório. 
Ao orientador externo, Dr. Luís Montenegro, uma palavra de agradecimento pela 
colaboração demonstrada para um bom estágio. Agradeço também toda a bibliografia 
disponibilizada. 
A toda a equipa do Hospital Veterinário Montenegro, Dr.a Rafaela, Dr. Rui, Dr.a Cláudia 
Rodrigues, Dr.a Ana Cota, Dr. Daniel, Dr.a Marta, Dr.a Claúdia Oliveira, Dr.a Mafalda, Dr. 
Nuno e Dr. Mota, por tudo que me ensinaram, pela boa disposição com que o fizeram e por 
todo o carinho. Aos enfermeiros, Carla e Eduardo, à Elisa e à Teresa pelo apoio e amizade. 
A todas as minhas colegas de estágio por toda a amizade, apoio, confiança e carinho 
partilhados. 
À Dr.a Belmira e Dr.a Patrícia, pela compreensão e apoio que sempre demonstraram neste 
meu percurso académico, sem esquecer as suas preciosas ajudas na elaboração deste 
relatório. 
A todos os Docentes que acompanharam o meu percurso estudantil, transmitindo os seus 
ensinamentos. 
Ao Rafael Abreu, porque é a minha maior fonte de força e alegria. 
A todos os meus amigos, sem me esquecer de nenhum de vós, que muito me ajudaram e 
apoiaram durante estes anos, fora e dentro da vida académica. Um agradecimento especial 
à Elodie e ao Granja que demonstraram grande paciência e acompanharam-me nos 
melhores e piores momentos. 
Por fim, aos mais importantes... àqueles que fizeram de mim o que sou hoje, que me deram 
o apoio, carinho e incentivo necessários para eu ter percorrido todo este caminho – à minha 
família, especialmente pais e irmãs. 
Pelo tempo e apoio constante que me dispensaram, tornando tudo possível. 
Obrigada. 
 
vi 
 
Resumo 
“Maneio de feridas” foi o tema eleito para expor neste relatório. À semelhança de todas as 
áreas da medicina e da cirurgia, a abordagem das feridas tem assistido nos últimos anos, a 
avanços tanto na Ciência, como na arte dos cuidados de feridas. O objectivo da selecção do 
tema foi, essencialmente, o de trazer ao conhecimento do enfermeiro veterinário as 
diferentes abordagens clínicas ao maneio das feridas, mediante a classificação e 
caracterização das mesmas. 
Durante a concretização deste estágio, que decorreu numa unidade hospitalar de carácter 
privado, foi possível compreender a relevância clínica do tema apresentado, tendo sido 
criada a oportunidade de adquirir, desenvolver e aplicar na prática os conhecimentos 
necessários à abordagem de várias situações clínicas, mais concretamente ao maneio de 
feridas. 
Diariamente, em Veterinária, lida-se com feridas, tornando a avaliação e tratamento de 
feridas uma parte integrante da clínica de pequenos animais. Muitas feridas cicatrizam sem 
intervenções complicadas, mas algumas requerem limpeza e tratamento mais exaustivo. 
Somente uma compreensão sólida dos mecanismos da lesão, mecanismo da cicatrização e 
das técnicas de tratamento de feridas permitirá uma abordagem adequada à gravidade, ao 
tipo e estádio da lesão tecidular, o que contribuirá assim para o sucesso terapêutico e 
diminuição de complicações clínicas associadas. 
Palavras-chave: lesão tecidular; cicatrização; drenos; pensos; contaminação. 
 
vii 
 
Lista de abreviaturas e símbolos 
% - Percentagem 
! - Marca registrada 
AINEs – Anti-inflamatórios não esteróides 
Ca2+ - Iões de cálcio 
CO2 – Dióxido de carbono 
et al. - Outros 
Etc. – “e outros”, “e os restantes” ou “e outras coisas mais” 
Fig. – Figura 
G - Gaus 
H - Hora 
i.e. – Isto é 
IL-1 - Interleucina 1 
LCR – Líquido cefalorraquidiano 
m2 – metro quadrado 
Na+ - Iões de sódio 
NaCl 0,9% - Soro fisiológico 
ºC – Grau célsius 
p. ex. – Por exemplo 
pH – Potencial hidrogeniônico 
PMN – Leucócitos polimorfonucleares 
Psi – Medida de pressão (do inglês, “pounds per square inch”) 
s/d – Sem data 
TM – Marca registada (do inglês, “trade mark”) 
TNF-α - Factor de necrose tumoral α 
 
viii 
 
Lista de quadros 
Quadro 2.1 – Casos clínicos por especialidades na medicina interna....................................3 
Quadro 2.2 - Métodos de auxílio ao diagnóstico....................................................................4 
Quadro 2.3 - Número de métodos terapêuticos utilizados.....................................................5 
Quadro 2.4 - Casos em profilaxia...........................................................................................5 
Quadro 2.5 - Número de procedimentos cirúrgicos realizados..............................................6 
Quadro 2.6 – Número de casos de feridas de acordo com o mecanismo de lesão….............7 
Quadro 4.1 - Exemplos de feridas quanto ao grau de contaminação...................................18 
Quadro 4.2 - Factores que atrasam a cicatrização das feridas..............................................26 
Quadro 4.3 - Critérios de avaliação do tipo de ferida..........................................................36 
Quadro 4.4 - Critérios de aferição da viabilidade da pele para sutura.................................37 
Quadro 4.5 - Lavagem na abordagem da ferida acidental....................................................40 
Quadro 4.6 - Acções gerais dos pensos................................................................................52 
Quadro 4.7 - Desvantagens dos pensos................................................................................52 
Quadro 4.8 - Características gerais dos pensos de utilização inicial e tardia.......................55 
Quadro 4.9 - Selecção de tipos de pensos tendo em conta o teor de exsudado e modo de 
actuação do penso.................................................................................................................63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
Lista de figuras 
Figura 2.1- Edifício do HVM.................................................................................................2 
Figura 2.2 - a) Consultório I; b) Consultório II; c) Internamento geral; d) Internamento de 
doenças infecto-contagiosas; e) Sala de cirurgia....................................................................2 
Figura 2.3 – Percentagem de casos clínicos por especialidades na medicina interna............4 
Figura 2.4 – Percentagem de casos clínicos utilizados nos métodos de auxílio ao 
diagnóstico..............................................................................................................................5 
Figura 2.5 – Percentagem do número de procedimentos cirúrgicos realizados.....................6 
Figura 2.6 – Percentagem do número de procedimentos realizados em feridas....................7 
Figura 3.1 – Sistema vascular cutâneo no Homem................................................................9 
Figura 3.2 – Sistema vascular cutâneo no cão e no gato........................................................9 
Figura 4.1 - Incisão cirúrgica...............................................................................................11 
Figura 4.2 - Ferida perfurante no antebraço de um cão causada por mordedura.................12 
Figura 4.3 - Laceração na região metatarso-plantar esquerda num gato..............................13 
Figura 4.4 - Mandíbula de um cão exposta em consequência de um arrancamento tecidular 
extenso...................................................................................................................... ............13 
Figura 4.5 - Queimaduras num gato devido a um incêndio.................................................14 
Figura 4.6 – Ferida de cor vermelha....................................................................................19 
Figura 4.7 – Ferida de coramarela.......................................................................................19 
Figura 4.8 – Ferida de cor preta...........................................................................................19 
Figura 4.9 – Fase inflamatória..............................................................................................21 
Figura 4.10 – Fase reparativa...............................................................................................22 
Figura 4.11 – Fase de maturação..........................................................................................23 
Figura 4.12 - Representação esquemática da cicatrização por primeira intenção................24 
Figura 4.13 – Cicatrização por primeira intenção após orquiectomia..................................24 
Figura 4.14 - Representação esquemática da cicatrização por segunda intenção................25 
x 
 
Figura 4.15 – Execução de massagens num canino.............................................................29 
Figura 4.16 – Utilização de ultrassons num pastor alemão..................................................30 
Figura 4.17 – a) Lesão ulcerativa no tarso esquerdo de um gato; b) Electroacupunctura na 
mesma lesão com vista no acelerar do processo de cicatrização ........................................31 
Figura 4.18 – Demonstração do laser...................................................................................31 
Figura 4.19 – a) Lesão traumática; b) A mesma lesão após desbridamento agressivo e 
lavagem hidrodinâmica........................................................................................................39 
Figura 4.20 – Sistema de lavagem........................................................................................41 
Figura 4.21 – Aplicação correcta de um penso húmido-a-seco...........................................42 
Figura 4.22 - Aplicação de penso com mel no membro posterior esquerdo de um felino...44 
Figura 4.23 - Dreno penrose.................................................................................................48 
Figura 4.24 - Dreno de sucção..............................................................................................48 
Figura 4.25 - Camadas que devem fazer parte dos pensos...................................................53 
Figura 4.26 - Penso húmido-a-seco......................................................................................54 
Figura 4.27 – Penso de película perfurada...........................................................................56 
Figura 4.28 – Penso esponjoso.............................................................................................57 
Figura 4.29 - Hidrogeis amorfo............................................................................................57 
Figura 4.30 - Película de hidrogel........................................................................................58 
Figura 4.31 - Comparação entre o tratamento de feridas com e sem hidrogel.....................58 
Figura 4.32 - Exemplos de hidrocolóide..............................................................................59 
Figura 4.33 – Acção do alginato de cálcio na ferida............................................................60 
Figura 4.34 - Pensos de alginato..........................................................................................61 
Figura 4.35 - Compressão da camada intermédia ...............................................................61 
Figura 4.36 - Aplicação da camada secundária com algodão hidrofílico............................62 
Figura 4.37 - Materiais utilizados na camada externa..........................................................62 
Figura 4.38 - Aplicação da camada externa.........................................................................63 
xi 
 
Figura 4.39 - Relação das fases de cicatrização de feridas com o nível de exsudado 
presente na ferida..................................................................................................................64 
Figura 4.40 – Flap de padrão axial na zona toracodorsal para oclusão de uma ferida grande 
no antebraço. .......................................................................................................................66 
Figura 4.41 – Sutura de colchoeiro e em “U” horizontal ajustável para reduzir mais 
rapidamente a área de ferida aberta .....................................................................................67 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
Por definição, a ferida é uma lesão caracterizada pela ruptura da continuidade normal da 
estrutura do corpo (Pavletic, 2003). De acordo com as características da pele de cada 
animal, a tolerância à lesão varia. No caso dos cães e gatos, essa tolerância é maior devido 
à vascularização e elasticidade desenvolvidas. 
Segundo Gregory (1999), a cicatrização de feridas é um termo utilizado para descrever o 
processo que ocorre na pele no qual o corpo restaura a integridade do tecido perdido 
formando uma cicatriz de colagénio. Há muitos factores tanto endógenos quanto exógenos, 
com o potencial para afectar a cicatrização (Fossum, 2007). Todos esses factores devem 
ser levados em consideração para o sucesso no tratamento do animal. 
Quando as feridas não fecham por cicatrização primária, tratam-se como feridas abertas 
com o objectivo de reduzir a contaminação tecidular, remover o tecido desvitalizado, bem 
como promover a formação de tecido de granulação. Para alcançar estes objectivos há que 
desbridar, lavar e cobrir ferida. O desbridamento consiste na eliminação de tecido 
necrosado e desvitalizado, por meio de incisão ou com pensos húmidos-a-secos. A 
lavagem consiste em promover a irrigação dos tecidos, eliminando materiais estranhos, 
exsudados e a própria contaminação, utilizando soro fisiológico, ou ainda, soluções 
antisépticas, como clorhexidina e iodopovidona pouco concentradas. A cobertura da ferida 
consiste na colocação de pensos, por forma a evitar a contaminação e promover a 
reparação do tecido danificado (Moore et al., 2003). 
Em caso de sutura de uma lesão cuja ocorrência de microcontaminação residual, espaço 
morto ou de formação de hematoma seja questionável é indicada a utilização de drenos. Os 
drenos têm como finalidade criar e manter um canal ou abertura para o exterior, facilitando 
assim a drenagem de um líquido (seja, p. ex.: sangue, soro ou exsudado) de uma cavidade 
do corpo ou ferida através de um dispositivo artificial (Babies, 1999). 
O objectivo deste relatório é, essencialmente, o de trazer ao conhecimento do enfermeiro 
veterinário as diferentes abordagens clínicas ao maneio das feridas. Desta forma pretende-
se estudar a classificação e características de feridas, as fases e formas de cicatrização e os 
factores que a influenciam para assim compreender a terapêutica mais adequada aos 
diferentes tipos de lesão. 
 
2 
 
Figura 2.1- Edifício do HVM (fonte: gentilmente 
cedida pelo HVM). 
2 HOSPITAL VETERINÁRIO MONTENEGRO 
2.1 Apresentação do Hospital Veterinário Montenegro 
O Hospital Veterinário Montenegro 
(HVM), foi fundado em 1999 (fig. 
2.1). Presta serviço completo 24 horas 
por dia, com médicos veterinários em 
permanência nas suas instalações, 
possuindo equipamento médico 
sofisticado e destacando-se por 
possuir uma equipa jovem, motivada 
e pronta a prestar um serviço cuidado 
e completo. 
O HVM tem disponível para os seus 
clientes uma sala de espera/recepção, três consultórios (fig. 2.2 a e fig. 2.2 b), uma sala de 
banho, um internamento geral (fig. 2.2 c) e um internamento onde são colocados os 
animais com suspeita ou confirmação de doença infecto-contagiosa (fig. 2.2 d), uma sala 
de radiografiase ecografias, uma sala de cirurgia (fig. 2.2 e), um pátio na entrada e uma 
sala de hemodiálise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.2- a) Consultório I; b) Consultório II; c) Internamento geral; d) Internamento de 
doenças infecto-contagiosas; e) Sala de cirurgia (fonte: gentilmente cedida pelo HVM). 
3 
 
Os clínicos residentes apresentam-se divididos em áreas interesse, de forma a poderem 
intervir em áreas muito diversas, tais como a oftalmologia, cuidados intensivos, 
neurologia, oncologia, etc. 
O HVM disponibiliza também aos seus clientes o serviço de clínica a animais exóticos de 
companhia (canários, papagaios, esquilos, coelhos, iguanas, tartarugas, tarântulas, peixes 
de aquário, etc.). 
2.2 Casuística geral 
Durante o período de estágio foi possível interagir com grande quantidade de animais. 
Seguidamente é apresentada a casuística acompanhada durante os cinco meses de estágio 
no HVM. 
Para melhor percepção da presente casuística é importante focar que as funções atribuídas 
no estágio centraram-se na prestação de cuidados aos animais internados, desta forma, 
nota-se uma escassez de casuística relativa à profilaxia (desparasitações e vacinações), 
talvez um dos principais motivos de consulta nos Centros de Atendimento Veterinário em 
geral. 
A casuística foi dividida em quatro categorias: medicina interna, métodos de diagnóstico, 
métodos terapêuticos e cirurgias. No quadro 2.1. é apresentada a casuística na medicina 
interna dividida por especialidades: gastroenterologia, urologia, ortopedia, pneumologia, 
dermatologia, imunologia e hematologia, neurologia, otorrinologia, odontologia, 
cardiologia, endocrinologia, oftalmologia, traumatologia, toxicologia e oncologia. 
Quadro 2.1 – Casos clínicos por especialidades na medicina interna. 
MEDICINA INTERNA (total de 351 casos) 
Gastroenterologia 80 Dermatologia 29 Endocrinologia 11 
Urologia 45 Neurologia 19 Oftalmologia 10 
Ortopedia 36 Otorrinologia 18 Traumatologia 4 
Imunologia e Hematologia 35 Odontologia 15 Toxicologia 3 
Pneumologia 32 Cardiologia 12 Oncologia 2 
 
Analisando o quadro 2.1 verifica-se que na medicina interna a especialidade de 
gastroenterologia obteve o maior número de casos (80 casos), seguido de urologia com 45 
casos, ortopedia com 36 casos, imunologia e hematologia com 35 casos e pneumologia 
4 
 
com 32 casos. A especialidade de toxicologia e oncologia apresentam-se com o menor 
número de casos, 3 e 2 casos, respectivamente. Na figura 2.3 pode-se visualizar a 
percentagem de casos de cada uma das especialidades acima descritas. 
Figura 2.3 – Percentagem de casos clínicos por especialidades na medicina interna. 
No quadro 2.2 são expostos os métodos de auxílio ao diagnóstico acompanhados durante o 
estágio no HVM: radiografias, ecografias, uroanálises, mielografias, electrocardiografias, 
endoscopias, ecocardiografias, colheita de líquido cefalorraquidiano (LCR) e ressonância 
magnética. 
Quadro 2.2- Métodos de auxílio ao diagnóstico. 
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO (total de 245 métodos) 
Radiografias 120 Mielografias 7 Ecocardiografias 4 
Ecografias 90 Electrocardiografias 5 Colheita LCR 3 
Uroanálises 8 Endoscopias 5 Ressonância Magnética 3 
 
Observando o quadro 2.2 verifica-se que os métodos de diagnóstico mais realizados foram 
as radiografias com 120 casos e ecografias efectuadas em 90 casos. Na figura 2.4 é 
possível visualizar a percentagem de casos em cada método de diagnóstico acima 
descritos. 
 
5 
 
Figura 2.4 – Percentagem de casos clínicos utilizados nos métodos de auxílio ao 
diagnóstico. 
O quadro 2.3 representa o número de métodos terapêuticos acompanhados no HVM. Da 
nebulização e vaporização, ao enema e banhos terapêuticos, à quimioterapia, inseminação 
artificial e fisioterapia, todos eles são procedimentos que auxiliam o tratamento e 
simultaneamente contribuem no bem-estar de cada animal. 
Quadro 2.3- Número de métodos terapêuticos utilizados. 
MÉTODOS TERAPÊUTICOS (total de 35 métodos terapêuticos) 
Nebulização e vaporização 10 Fisioterapia 5 
Banho terapêutico 8 Inseminação artificial 4 
Enema 6 Quimioterapia 2 
 
No quadro 2.4 estão apresentados os casos de profilaxia (vacinas e desparasitações) 
observados no HVM. 
Quadro 2.4- Casos em profilaxia. 
PROFILAXIA (total de 22 casos) 
Vacinas 15 
Desparasitação Interna 5 
Desparasitação Externa 2 
 
Durante o estágio também foi possível auxiliar os médicos veterinários durante algumas 
cirurgias. No quadro 2.5 estão descritas o número de procedimentos cirúrgicos 
6 
 
acompanhados no HVM. No sistema esquelético está incluída a especialidade de ortopedia 
e as amputações. 
Quadro 2.5- Número de procedimentos cirúrgicos realizados. 
CIRURGIAS (total de 121 cirurgias) 
Ovariohisterectomia 37 Mastectomia 7 Gastrotomia 2 
Sistema esquelético 16 Destartarização 5 Enterectomia 1 
Orquiectomia 11 Abdominocentese 4 Laparotomia 1 
Tumores 10 Gastropexia 4 Traqueostomia 1 
Nódulos 7 Uretrostomia 3 Broncoscopia 1 
Hérnias 7 Cesariana 3 Esplenectomia 1 
 
Analisando o quadro 2.5 verifica-se que as cirurgias mais realizadas foram 
ovariohisterectomias com 37 casos e as pertencentes ao sistema esquelético com 16 casos. 
Na figura 2.5 pode-se visualizar a percentagem de número de procedimentos cirúrgicos 
realizados acima descritos. 
Figura 2.5 – Percentagem do número de procedimentos cirúrgicos realizados. 
2.3 Casuística de feridas 
O “maneio de feridas” foi o tema escolhido para este relatório, desta forma, pretende-se 
avaliar a casuística do número de procedimentos realizados em feridas. 
7 
 
No quadro 2.6 estão descritos o número de casos, no HVM, em que se teve de fazer 
tratamentos a feridas. Os tipos de feridas apresentados estão de acordo com o mecanismo 
de lesão. 
Quadro 2.6 – Número de casos de feridas de acordo com o mecanismo de lesão 
FERIDAS (total de 135 casos) 
Incisão 123 Perfuração 2 
Abrasão 3 Avulsão 1 
Contusão 3 Esmagamento 1 
Laceração 2 
 
Observando o quadro 2.6 verifica-se que o número de casos em que se tratou animais com 
feridas, foram 135 vezes, em que 123 dos casos foram tratamentos de feridas incisas. Este 
número bastante significativo corresponde à incidência de procedimentos cirúrgicos que se 
realiza no HVM. Este Hospital está capacitado para efectuar diversas cirurgias e portanto o 
número de procedimentos cirúrgicos realizados é elevado, daí que 91% do número de 
casos serem feridas incisas (fig. 2.6). Os restantes tipos de feridas, desde feridas abrasivas 
a feridas por esmagamento, foram também motivo de tratamento, neste hospital. 
Na figura 2.6 pode-se visualizar a percentagem de feridas de acordo com o mecanismo da 
lesão. 
Figura 2.6 – Percentagem dos diferentes tipos de lesão de acordo com o mecanismo da 
lesão. 
8 
 
3 ANATOMIA TEGUMENTAR 
A pele é constituída pela epiderme (epitélio estratificado pavimentoso queratinizado), pela 
derme (tecido conjuntivo composto por fibras de colagénio, fibras reticulares, fibras 
elásticas e elementos celulares rodeados por uma matriz extracelular de 
glicosaminoglicanos) e pelas estruturas anexas (pêlos, glândulas sebáceas e sudoríparas) 
(Fossum, 2007 e Pavletic, 2003). 
A epiderme é a camada mais externa, fina e avascular. Normalmente é mais espessa nas 
zonas onde o pêlo é menos abundante, como é o caso das almofadas plantares (Fossum, 
2007 e Pavletic, 2003). 
A derme, também chamada cório, suporta e nutre a epiderme e contém uma rede de 
capilares cutâneos, vasos linfáticos e nervos, bem como estruturas anexas (Fosssum, 2007 
e Pavletic, 2003). A disposição das fibras de colagénio e o número de fibras elásticas nas 
várias regiões da dermedefinem a elasticidade ou flexibilidade da pele. No cão, as zonas 
mais flexíveis localizam-se nas axilas, flanco e zona dorsal do pescoço, enquanto no gato 
estão situadas na zona escapular, zona dorsal do pescoço e zona lateral e proximal dos 
membros torácicos. As regiões de menor elasticidade são a cauda, pavilhões auriculares e 
almofadas digitais. A espessura da pele está directamente relacionada com a espessura da 
derme, sendo maior na zona dorsal do corpo e face lateral dos membros e menor nas 
regiões ventro-mediais (Pavletic, 2003). 
A hipoderme (composta por tecido conjuntivo laxo e tecido adiposo) não faz parte da pele, 
mas promove a união desta com as estruturas subjacentes, de uma forma que permite o 
deslizamento de um tecido sobre o outro (Pavletic, 2003). É nesta camada que se localiza o 
músculo cutâneo que entre outras funções, promove repetidas contracções da pele de forma 
a elevar a temperatura corporal. Na verdade, o músculo cutâneo não é mais que um 
conjunto de músculos distribuídos pelo corpo sob a forma de uma lâmina fina, superficial e 
ininterrupta, encontrando-se ausente apenas nas porções média e distal dos membros 
(Fossum, 2007 e Pavletic, 2003). Ao nível da cabeça e pescoço, assume-se como músculo 
platisma e os músculos esfíncter coli superficial e profundo do pescoço. Ao nível do 
tronco, assume-se como músculo cutâneo do tronco e estende-se cranioventralmente desde 
a região dos glúteos até à região peitoral. Segmentos deste músculo formam o músculo 
prepucial, no macho, e o músculo supramamário, na fêmea (Pavletic, 2003). O músculo 
cutâneo está intimamente associado à circulação sanguínea cutânea, pelo que a sua 
9 
 
preservação durante a manipulação cirúrgica é crucial para a manutenção da viabilidade 
cutânea (Pavletic, 2003). 
3.1 Vascularização cutânea 
Da artéria aorta derivam ramos segmentares, localizados profundamente em relação às 
massas musculares, os quais originam artérias perfurantes que, por sua vez, atravessam os 
músculos esqueléticos e alimentam uma rede de capilares cutâneos. As artérias perfurantes, 
no Homem e no suíno, terminam maioritariamente nas artérias musculo-cutâneas, que 
correm perpendicularmente à pele (fig. 3.1). No cão e no gato, as artérias musculo-
cutâneas estão ausentes e a irrigação da pele é feita através de artérias cutâneas directas, 
que se direccionam paralelamente à pele, conferindo-lhe uma mobilidade muito superior à 
das outras espécies (fig. 3.2). Esta diferença na circulação cutânea é a razão pela qual 
muitas das técnicas de enxertos cutâneos pediculados utilizadas em medicina humana, 
terem aplicação limitada em medicina veterinária, mais concretamente na medicina de 
pequenos animais (Fossum, 2007 e Pavletic, 2003). 
Figura 3.1 – Sistema vascular cutâneo no Homem (fonte: Pavletic, 2003) 
 
 
 
 
 
Figura 3.2 – Sistema vascular cutâneo no cão e no gato (fonte: Pavletic, 2003). 
Os vasos cutâneos directos constituem assim o sistema vascular cutâneo, o qual está 
dividido em três níveis interligados entre si: plexo profundo ou subdérmico, plexo médio 
10 
 
ou cutâneo e plexo superficial ou subpapilar, embora existam algumas variações ao nível 
dos pavilhões auriculares, almofadas digitais, mamilos e junções mucocutâneas (narinas, 
lábios, pálpebras, prepúcio, vulva e ânus) (Fosssum, 2007 e Pavletic, 2003). 
O plexo subdérmico é a principal rede vascular da pele. Irriga os folículos pilosos, as 
glândulas sudoríparas e os músculos erectores do pêlo, localizando-se superficial e 
profundamente ao músculo cutâneo. Nas zonas em que não existe músculo cutâneo, isto é, 
nas extermidades distais, este plexo localiza-se no limite entre a derme e a hipoderme. Do 
plexo subdérmico saem ramos para a derme, formando o plexo cutâneo, que para além de 
reforçar a irrigação das estruturas já referidas, é responsável pela irrigação das glândulas 
sebáceas. Ramos ascendentes do plexo cutâneo originam o plexo subpapilar, localizado ao 
nível das papilas dérmicas, na camada mais superficial da derme. Os capilares deste plexo 
são responsáveis pela nutrição da epiderme (Fossum, 2007 e Pavletic, 2003). 
 
4 FERIDAS 
À semelhança de todas as áreas da medicina e da cirurgia, a abordagem das feridas tem 
assistido nos últimos anos, a avanços tanto na ciência, como na arte dos cuidados de 
feridas. 
4.1 Definição de feridas 
As feridas são lesões acidentais ou cirúrgicas causadas por um qualquer agente externo 
efectuadas ao nível da pele e/ou camadas tecidulares mais profundas (Hosgood, 2003 e 
Moore et al., 2003). 
4.2 Classificação de feridas 
As feridas podem ser classificadas de várias formas. Em geral, a classificação de feridas 
leva em consideração cinco aspectos básicos: a existência de efracção da pele, o 
mecanismo de lesão, o grau de lesão tecidular, o grau de contaminação e a cor. 
4.2.1 Classificação de feridas quanto à existência de efracção da pele 
Quanto à existência de efracção da pele, as feridas podem ser abertas (com laceração e 
perda de pele) e/ou fechadas (com esmagamentos e contusões) (Pavletic, 2003). 
11 
 
As feridas fechadas são soluções de continuidade dos órgãos ou tecidos moles que não 
atingem a superfície da pele, ou seja, são feridas não penetrantes da pele, mas com lesão 
dos tecidos subjacentes, como uma contusão (Tazima et al., 2008 e Williams, 1999). Estas 
feridas podem ser directas, quando a onda de choque atravessa as camadas cutâneas 
profundas e lesiona directamente qualquer estrutura na sua trajectória, ou indirectas, 
quando a onda de choque lança um órgão ou tecido contra uma outra estrutura corporal 
(Williams, 1999). 
Em oposição às feridas fechadas, feridas abertas são feridas em que há uma solução de 
continuidade da pele e na qual há comunicação dos tecidos subjacentes com o meio 
externo. Estas são mais susceptíveis a infecção e contaminação (Williams, 1999). 
4.2.2 Classificação de feridas quanto ao mecanismo de lesão 
Quanto ao mecanismo de lesão, as feridas são classificadas de acordo com o tipo da lesão, 
podendo ser: incisivas, abrasivas, perfurantes ou penetrantes, laceradas, avulsivas, por 
esmagamento, contusas, mistas ou queimaduras (anexo 1). 
4.2.2.1 Incisão 
Uma ferida por incisão (fig. 4.1) é uma ferida com duas dimensões produzida por um 
instrumento cortante em que os bordos apresentam um corte uniforme (ferida incisa) 
(Andrade et al., 2006; Moore et al., 2003 e White, 1999). O instrumento cortante num 
processo cirúrgico poderá ser uma lâmina de bisturi, no entanto, no caso de ferida 
traumática poderá ser um fragmento de vidro/ cristal ou o bordo de uma lata (White, 1999). 
As feridas incisas quando limpas, são geralmente fechadas por suturas (Tazima et al., 
2008) 
A ferida incisa causa poucos danos nos tecidos adjacentes (Moore et al., 2003). 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.1 - Incisão cirúrgica (fonte: White, 1999). 
12 
 
4.2.2.2 Abrasão 
Uma ferida abrasiva refere-se a uma perda de camadas superficiais (ferida superficial), por 
fricção da epiderme e de uma porção variável da derme com hemorragia mínima (Fossum, 
2002, Moore et al., 2003 e White, 1999). 
Na prática clínica de pequenos animais, as abrasões são mais comummente encontradas em 
acidentes rodoviários e ocorrem quando o animal é arrastado no asfalto por um veículo. 
Também ocorrem abrasões nas almofadas digitais quando é realizado exercício prolongado 
ou contacto com superfícies ásperas (Moore et al., 2003 e White, 1999). 
4.2.2.3 Perfuração/ penetração 
A ferida por perfuração/ penetração é uma ferida com uma só dimensão caracterizada pela 
abertura na pele provocada por um objecto aguçado e/ ou perfurante, podendo ser 
produzidapela ponta de uma faca ou por uma bala (Andrade et al., 2006; Fossum, 2002 e 
White, 1999). A ferida por mordedura (fig. 4.2) também é considerada uma ferida por 
perfuração/ penetração visto ser provocada por dentes (Moore et al., 2003 e White, 1999). 
Diz-se que uma ferida é perfurante se a lesão não ultrapassa as serosas e que é penetrante 
se a lesão atinge uma cavidade corporal (Fossum, 2002). 
Figura 4.2 – Ferida perfurante no antebraço de um cão causada por mordedura (fonte: 
White, 1999). 
4.2.2.4 Laceração 
As feridas laceradas são feridas com os bordos irregulares e que têm duas ou mais 
dimensões. O mecanismo da lesão é por tracção, isto é, por rasgo ou arrancamento tecidual 
(Andrade et al., 2006; Fossum, 2002; Moore et al., 2003 e Tazima et al., 2008). Os tecidos 
13 
 
adjacentes apresentam contaminação e traumatismos (Moore et al., 2003). Um exemplo 
clássico é a mordedura de cão (Tazima et al., 2008). 
As feridas laceradas (fig. 4.3) podem também ser produzidas por vidro, metal ou arame 
farpado (Andrade et al., 2006 e Moore et al., 2003). 
 
 
 
 
 
Figura 4.3 - Laceração na região metatarso-plantar esquerda num gato (fonte: gentilmente 
cedida pelo HVM). 
4.2.2.5 Avulsão 
Nas feridas por avulsão há separação forçada de tecidos (como p. ex.: tendões, músculos, 
pele) da sua base de inserção por vezes com perda da substância (Moore et al., 2003 e 
White, 1999). Os tecidos são arrancados, como acontece por exemplo, em consequência de 
lutas de cães ou lutas com animais selvagens que pode levar a situações em que estruturas 
ósseas chegam inclusive, a ser extensivamente expostas (fig 4.4) ou mesmo arrancadas 
(White, 1999). 
“Degloving”, também conhecido por “desluvamento” é um tipo de avulsão que ocorre 
principalmente nas extremidades (membros, cauda, etc.), sendo caracterizado pelo 
destacamento total da pele do tecido subcutâneo (White, 1999). 
 
 
 
 
 
Figura 4.4- Mandíbula de um cão exposta em consequência de um arrancamento tecidular 
extenso (fonte: While, 1999). 
14 
 
4.2.2.6 Esmagamento 
A ferida por esmagamento combina vários tipos de feridas, em que há contusão e laceração 
da pele e tecidos profundos com grave perda da continuidade anatómica, como no caso de 
atropelamento de um animal (Fossum, 2002). 
4.2.2.7 Contusão 
As feridas contusas são traumatismos fechados, uma vez que não há perda da continuidade 
cutânea. São provocadas pelo impacto de objectos rombos (objectos contundentes) que 
podem actuar por pressão quando a direcção do choque é perpendicular à zona lesada, ou 
por pressão e tracção se esta direcção é oblíqua. São caracterizadas por traumatismo das 
partes moles, hemorragia e edema (Tazima et al., 2008). 
4.2.2.8 Feridas mistas 
As feridas mistas são resultantes de dois mecanismos simultâneos de lesão. São exemplos a 
ferida inciso-contusa e inciso-perfurante (Andrade et al., 2006). 
4.2.2.9 Queimadura 
As queimaduras são lesões cutâneas provocadas por extremo calor ou frio nos tecidos, 
incluem-se também afecções originadas por outros tipos de agentes como electricidade, 
radiações ionizantes e certos químicos. Podem afectar a pele superficialmente ou camadas 
profundas (While, 1999). A profundidade, a extensão e a localização das camadas 
afectadas determina a sua classificação em graus. 
Figura 4.5 – Queimaduras num gato devido a um incêndio (fonte: Dethioux, 2008) 
15 
 
4.2.2.9.1 Etiologia da queimadura 
Segundo o agente as queimaduras podem classificar-se como: térmicas, eléctricas, 
químicas e radioactivas (Hillier, 2008 e While, 1999). 
4.2.2.9.1.1 Queimadura térmica 
As queimaduras térmicas são produzidas por contacto directo com uma fonte de calor ou 
frio e devidas a transmissão de calor ou frio indirecto (Hillier, 2008). 
As causas fundamentais das queimaduras por calor são contacto directo com: a chama; 
líquidos a elevada temperatura (os líquidos provocam lesões extensas cuja profundidade 
depende da temperatura e viscosidade dos mesmos); gases a alta temperatura (lesões 
superficiais, mas extensas) como exposições a vapor de água; sólidos incandescentes ou a 
elevada temperatura (lesões profundas e pouco extensas). Uma queimadura por calor 
também poderá ser causada por fricção, sendo geralmente uma queimadura profunda 
(acidente de tráfego em que o animal é arrastado pelo solo) e ainda por calor indirecto 
(acção dos raios solares, raios ultravioletas ou infravermelhos) (Hillier, 2008). 
As queimaduras pelo frio dependem de factores tais como: a intensidade do frio; as 
condições climáticas (p. ex.: o vento contribui para uma queimadura mais intensa por 
promover desidratação dos tecidos); as características do animal (p. ex.: raça, zona do 
organismo afectada) e de factores externos que interferem com os mecanismos 
termorreguladores (p. ex.: tranquilizantes e anestésicos) (Hillier, 2008). 
4.2.2.9.1.2 Queimadura eléctrica 
As lesões produzidas pela electricidade ocorrem quando uma corrente eléctrica atravessa o 
corpo do animal na sequência de um contacto unipolar, bipolar ou arco voltaico. É muito 
comum os animais roerem cabos eléctricos e por sua vez levarem à ocorrência de lesões 
por queimadura eléctrica (Hillier, 2008). 
4.2.2.9.1.3 Queimadura química 
As queimaduras químicas produzem-se por contacto do organismo com determinadas 
substâncias químicas (ácidos ou álcalis). A gravidade das lesões depende da concentração 
e do tempo de actuação do agente, assim como da sua viscosidade. Em geral produzem: 
16 
 
reacção exotérmica, desidratação celular, precipitação de proteínas e saponificação das 
gorduras (Hillier, 2008). 
4.2.2.9.1.4 Queimadura radioactiva 
Nas queimaduras radioactivas a acção da radiação ionizante sobre os tecidos, provoca 
alterações similares às queimaduras térmicas. Chamam-se radiações ionizantes aquelas que 
têm a propriedade de produzir alterações atómicas ao atravessar a matéria, podendo ser 
electromagnéticas ou corpusculares. Estes tipos de queimaduras são produzidos por 
descargas positivas e negativas que fazem com que haja alteração dos iões ao longo do 
organismo. É possível que se observem sinais de queimadura apenas cinco a dez dias 
depois (Hillier, 2008). 
4.2.2.9.2 Classificação das queimaduras 
A classificação das queimaduras baseia-se em três características: extensão, profundidade e 
localização. Da extensão e profundidade depende o prognóstico vital, e da profundidade e 
localização depende o prognóstico funcional e estético (Hillier, 2008). 
As queimaduras classificam-se em três categorias, do primeiro ao terceiro grau, consoante 
a profundidade das estruturas atingidas (epiderme, derme ou estruturas sob a derme) 
(Dethioux, 2008). 
As queimaduras de 1.º grau ou superficiais, afectam unicamente a epiderme. A área 
afectada fica dolorosa, edemaciada, eritematosa e exsudativa mas a cicatrização ocorre 
rapidamente (p. ex.: queimadura solar) (Parlermo, 2004). Segundo Dethioux (2008), o pêlo 
do animal permanece ligado à pele, são visíveis por vezes pápulas e a evolução prevista do 
processo de cicatrização ocorre entre uma a três semanas, com poucas sequelas. 
As queimaduras de 2.º grau ou profundas de espessura parcial afectam a epiderme e 
causam destruição notável da derme (tecido cutâneo negro ou, pelo contrário, branco). A 
cicatrização processa-se por reepitelização profunda e desde as margens da lesão 
(Parlermo, E., 2004). Segundo Dethioux (2008), numa queimadura de 2.º grau há ausência 
de sensibilidade superficial mas com persistência de sensibilidade profunda. 
As queimaduras de 3.º grau ou profundas provocam completa destruição de todas as 
estruturas da pele. Pode ser muito grave e até fatal dependendo dapercentagem de área 
corporal afectada (Parlermo, 2004). 
17 
 
A cicatrização de uma ferida de queimadura superficial demora, no mínimo, três semanas. 
As queimaduras profundas requerem diversas intervenções cirúrgicas e por conseguinte, o 
prognóstico é reservado até ao final do processo cicatricial (Dethioux, 2008). 
4.2.3 Classificação de feridas de acordo com o grau de lesão tecidular 
As feridas são também classificadas de acordo com o grau de lesão tecidular, sendo 
classificadas em quatro estágios. 
O estágio I caracteriza lesões em que apenas a epiderme é atingida. O estágio II ocorre 
quando existe perda tecidular e comprometimento da epiderme, derme ou ambas, 
caracterizando-se por abrasão ou úlcera. Por sua vez, o estágio III caracteriza-se por 
presença de úlcera profunda, com envolvimento total da pele e necrose de tecido 
subcutâneo, mas não se estende até à fáscia muscular. Quando há extensa destruição de 
tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular, classifica-se por estágio IV (Andrade 
et al., 2006 e Tazima et al., 2008). 
4.2.4 Classificação de feridas quanto ao grau de contaminação 
As feridas podem ser limpas, limpa-contaminadas, contaminadas e infectadas tendo em 
conta a classificação de feridas quanto ao grau de contaminação (Bellah et al., 1999 e Ford 
et al., 2007). 
As feridas limpas são as que não apresentam sinais de infecção e em que não são atingidos 
os tratos respiratório, gastrointestinal ou urogenital. Estas são criadas cirurgicamente, logo, 
sob condições assépticas (Bellah et al., 1999; Garzotto, 2009; Moore et al., 2003 e Tazima 
et al., 2008). 
As feridas limpa-contaminadas são as feridas que apresentam contaminação mínima e que 
podem ser resolvidas cirurgicamente, se ocorridas no máximo seis horas antes. Situações 
cirúrgicas em que houve contacto com os tratos respiratório, gastrointestinal e urogenital, 
podem ser consideradas feridas limpa-contaminadas, se for o caso de situações controladas 
onde, apesar de haver contaminação, esta será minimizada na extensão e duração (Ford et 
al., 2007; Garzotto, 2009; Moore et al., 2003 e Tazima et al., 2008). 
Feridas traumáticas não devem ser consideradas limpa-contaminadas na apresentação 
inicial, mas podem ser convertidas após lavagem e desbridamento (Bellah et al., 1999). 
18 
 
As feridas contaminadas são as feridas acidentais com tempos de exposição entre as seis e 
as doze horas ou que apresentem detritos celulares ou corpos estranhos, mas não têm ainda 
exsudado (Moore et al., 2003 e Tazima et al., 2008). 
No ambiente cirúrgico, as feridas contaminadas ocorrem se forem provocadas por 
processos cirúrgicos em que a técnica de assepsia não foi devidamente respeitada 
(Garzotto, 2009 e Tazima et al., 2008). 
Feridas infectadas ou sujas são feridas ocorridas há mais de doze horas e todas em que se 
pode encontrar sinais nítidos de infecção ou sujidade, podendo apresentar exsudado, tecido 
desvitalizado ou corpos estranhos (Tazima et al., 2008). No ambiente cirúrgico a abertura 
de cavidades sépticas levam à ferida infectada (Bellah et al., 1999). 
No quadro 4.1 apresentam-se alguns exemplos de ferida limpa, limpa-contaminada, 
contaminada ou infectada. 
Quadro 4.1- Exemplos de feridas quanto ao grau de contaminação. 
GRAU DE CONTAMINAÇÃO EXEMPLOS 
Ferida limpa Incisões cirúrgicas 
Ferida limpa-contaminada Enterectomia 
Ferida contaminada Lacerações 
Ferida infectada ou suja Excisão ou drenagem de um abcesso, ferida traumática com tecido retido desvitalizado 
Fonte: Dunning, 1999 e Fossum, 2007. 
4.2.5 Classificação de feridas quanto à cor 
Quanto à cor, a ferida pode ser classificada de três formas, podendo ser: vermelha, amarela 
ou preta. 
Uma ferida é classificada como vermelha (fig. 4.6) quando indica a presença de tecido de 
granulação saudável e limpo. Quando uma ferida começa a cicatrizar, cobre o seu leito 
com uma camada de tecido de granulação rosa pálido, que posteriormente se torna 
vermelho vivo (Lima et al., 2006). 
Uma ferida de cor amarela (fig. 4.7) indica a presença de exsudado ou secreção e a 
necessidade de limpeza da ferida. O exsudado pode ser amarelo claro, amarelo cremoso, 
amarelo esverdeado ou bege (Lima et al., 2006 e LMFarma, 2008). 
19 
 
Desta forma, quando uma ferida indica a presença de necrose, classifica-se como preta (fig. 
4.8). O tecido necrótico torna mais lenta a cicatrização e proporciona um local para 
proliferação de microrganismos (Lima et al., 2006 e LMFarma, 2008). 
 
 
 
No caso de a lesão apresentar mais de uma cor deverá ser classificada pela cor que indica a 
situação mais crítica (Lima et al., 2006). 
4.3 Características das feridas 
As feridas podem ser classificadas de acordo com características locais, regionais e 
sistémicas. Estas características, dependendo da lesão, podem ou não estar presentes 
simultaneamente. 
As características locais das feridas incluem soluções de continuidade, alterações da 
vascularização, presença de hemorragia e edema, dor (hipo ou hiperalgesia) e inflamação 
periférica (alteração pH, detritos celulares) (Fossum, 2002 e Seeley et al., 2001). 
As características regionais das feridas incluem complicações como, trombose devido a 
possíveis alterações inflamatórias na parede das veias e gangrena causada por uma série de 
infecções bacterianas (Fossum, 2002 e Seeley et al., 2001). 
A nível sistémico as feridas podem ser responsáveis por hipertermia, septicemia e choque 
se ocorrer disseminação de infecção pela corrente sanguínea (Fossum, 2002 Seeley et al., 
2001). 
4.4 Cicatrização 
A cicatrização das feridas é um processo reaccional complexo, no qual intervêm reacções 
vasculares, celulares e humorais que visam reparar o tecido original ou substituí-lo por 
Fig. 4.6 – Ferida de cor 
vermelha (fonte: LMFarma, 
2008). 
Fig. 4.7 - Ferida de cor 
amarela (fonte: LMFarma, 
2008). 
Fig 4.8 - Ferida de cor preta 
(fonte: LMFarma, 2008). 
20 
 
colagénio (Fossum, 2007, Gregory, 1999 e Hosgood, 2003). À substituição do tecido 
original perdido por tecido conjuntivo ou fibrótico, que restaura temporária ou 
definitivamente a forma e a função do tecido lesionado, define-se por fibroplasia (Gregory, 
1999). 
4.4.1 Fases da cicatrização 
Uma compreensão básica das fases de cicatrização de feridas permite ao médico 
veterinário ter a ideia do tempo que uma ferida vai demorar a cicatrizar e melhores 
decisões na sua gestão (Garzotto, 2009). 
Os tecidos lesionados curam-se por regeneração, reparo, ou a combinação destas duas 
modalidades. A regeneração tecidual é a reposição do tecido lesionado ou perdido pelo 
tecido original, mantendo-se a estrutura e função original (há reposição celular). O reparo 
tecidual é a formação do tecido cicatricial não funcional (Gregory, 1999). 
Independentemente das várias fases de cicatrização, durante todo o processo ocorre uma 
série de fenómenos que permitem a limpeza da zona afectada e a formação de um novo 
tecido (Hosgood, 2003). 
Segundo Fossum (2002), Fossum (2007), Garzotto (2009), Gregory (1999) e Hosgood 
(1994) o processo de cicatrização compreende quatro fases: fase inflamatória, de 
desbridamento, reparativa e de maturação 
4.4.1.1 Fase inflamatória 
Imediatamente após o trauma existe hemorragia causada pela ruptura dos vasos sanguíneos 
e, em seguida, a vasoconstrição e agregação plaquetária para limitar a hemorragia 
(Garzotto, 2009). Na ferida distinguem-se duas zonas: a área central e a área periférica. A 
área central corresponde à solução de continuidade, e é onde se acumulam os exsudados, 
coágulos, corpos estranhos, etc. A área periférica delimitada pelos bordos da ferida, é a 
zona de onde se origina a reparação(Gregory, 2003). Segundo Garzotto (2009), entre cinco 
a dez minutos depois da lesão há vasodilatação, permitindo que o fibrinogénio e os 
elementos de coagulação passem do plasma para o local da ferida para formar um coágulo 
de fibrina e, eventualmente, uma crosta. A crosta protege a ferida, evitando hemorragias 
adicionais e impedindo ou dificultando a contaminação bacteriana, permitindo que a 
cicatrização progrida por baixo de sua superfície (Fossum, 2007). A libertação de citocinas 
21 
 
associadas ao processo hemostático e aumento da permeabilidade vascular estimula a 
quimiotaxia de células para a ferida (fig. 4.9) (Williams, 2004). 
Figura 4.9 – Fase inflamatória (fonte: Gregory, 1999). 
4.4.1.2 Fase de desbridamento 
A fase de desbridamento ocorre quase simultaneamente com a fase inflamatória (Garzotto, 
2009). Durante a fase de desbridamento da cicatrização de feridas, forma-se um exsudado 
composto de leucócitos, tecidos mortos e fluido da ferida (Fossum, 2007). Os neutrófilos 
são os primeiros a surgir na ferida, aproximadamente 6 horas após a lesão durante um 
período de 2 a 3 dias. Eles fazem o desbridamento inicial, removendo os resíduos 
extracelulares através da liberação de enzimas e por fagocitose de microrganismos, 
minimizando assim o potencial de infecção (Fossum, 2007; Garzotto, 2009 e Williams, 
2004). A extensão de acção dos neutrófilos depende da gravidade da ferida e do grau de 
contaminação pelo que a sua actuação é essencial no controlo da infecção. Os macrófagos 
aparecem dentro da ferida em 24 a 48 horas após migração dos neutrófilos. A afluência de 
macrófagos tem um papel fundamental na ferida, na transição da fase de desbridamento 
para a fase reparativa e cicatrização adequada. Os macrófagos são fundamentais para a 
fagocitose, para o desbridamento da lesão, para a regulação da síntese da matriz e para a 
angiogénese. A fagocitose e o desbridamento da ferida ocorrem por libertação de radicais 
livres de oxigénio, óxido nítrico e colagenases. A actuação dos neutrófilos e macrófagos 
22 
 
em simultâneo conduz ao ambiente ideal para iniciar a fase reparativa da cicatrização de 
feridas (Williams, 2004). 
4.4.1.3 Fase reparativa 
Os macrófagos libertam citocinas, factores de crescimento, prostaglandinas e enzimas para 
ocorrer angiogénese e fibroplasia. A presença de macrófagos também atrai e activa os 
linfócitos os quais, por sua vez, secretam linfocinas tais como interferões e interleucinas, 
estimulantes da migração de fibroblastos e síntese de colagénio (Williams, 2004). A fase 
proliferativa estende-se desde o terceiro ao quinto dias após a lesão e dura cerca de duas a 
quatro semanas, dependendo da natureza da ferida. Esta é a fase de cicatrização mais 
complexa e é caracterizada pela resposta celular de células endoteliais e fibroblastos. Os 
fibroblastos proliferam e iniciam a síntese de colagénio, havendo em seguida um 
crescimento de capilares que gradualmente migram para formar tecido de granulação. O 
tecido de granulação proporciona uma barreira a infecções e uma superfície para migração 
epitelial, sendo ainda uma fonte de miofibroblastos (células que desempenham um papel 
fundamental na contracção da ferida). Cerca de quatro a cinco dias após a lesão fica visível 
o epitélio novo que surge mais facilmente em ambiente húmido. A contracção permite que 
as feridas possam ficar notavelmente menores cinco a nove dias após a lesão e continuem 
em período de maturação (fig. 4.10) (Fossum, 2007 e Garzotto, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.10 – Fase reparativa (fonte: Gregory, 1999). 
23 
 
4.4.1.4 Fase de maturação 
A fase de maturação (fig. 4.11) é a fase final da cicatrização das feridas, durante a qual as 
fibras de colagénio orientam-se paralelamente às linhas de stress e tensão e se cruzam de 
modo a formar uma ligação transversal estável. Esta é a fase mais importante da 
cicatrização de feridas para o tecido conjuntivo, porque a adequada deposição e 
alinhamento de colagénio é fundamental para o desenvolvimento de uma força de tensão 
adequada no tecido reparado. Embora a deposição de colagénio atinja um ponto máximo 
de duas a três semanas após a lesão, a resistência à tracção continua a aumentar 
progressivamente ao longo de aproximadamente um ano. Como as fibras se tornam mais 
próximas por causa do realinhamento e compressão, maior superfície está disponível para a 
ligação transversal, o que consequentemente, aumenta a força de tensão. Nesta fase, um 
equilíbrio adequado entre colagenólise e acumulação de matriz é essencial (Williams, 
2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.11 – Fase de maturação (fonte: Gregory, 1999). 
4.4.2 Formas de cicatrização 
Existem três formas pelas quais as feridas podem cicatrizar, e essa escolha poderá ser feita 
pelo médico veterinário, dependendo de características particulares de cada lesão, da 
quantidade de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de infecção. As feridas 
podem cicatrizar por primeira, segunda ou por terceira intenção (Williams, 1999). 
24 
 
4.4.2.1 Cicatrização por primeira intenção (cirúrgica) 
A cicatrização por primeira intenção (fig. 4.12) é a situação ideal para a oclusão das lesões 
e está associada a feridas limpas, ocorrendo quando há perda mínima de tecido, ausência 
de infecção e mínimo edema (Lima et al., 2006 e Tazima, 2008). Desta forma é possível 
fazer a junção dos bordos da lesão por meio de sutura ou qualquer outro tipo de 
aproximação e com reduzido potencial para infecção (Seeley et al., 2001). 
O processo cicatricial ocorre dentro do tempo fisiológico esperado e, como consequência, 
deixa cicatriz mínima (Lima et al., 2006). 
Em suma diz-se que a cicatrização por primeira intenção (fig. 4.13) ocorre quando os 
bordos da ferida se encontram próximos um do outro e caracteriza-se por escassas 
repercussões locais e por formar uma cicatriz estética e mínima (Seeley et al., 2001). 
Figura 4.12 - Representação esquemática da cicatrização por primeira intenção (fonte: 
Tazima et al., 2008). 
Figura 4.13 - Cicatrização por primeira intenção após orquiectomia (fonte: gentilmente 
cedida pelo HVM). 
4.4.2.2 Cicatrização por segunda intenção 
A cicatrização por segunda intenção (fig. 4.14) sucede de forma semelhante ao processo de 
primeira intenção. No entanto, os bordos da ferida encontram-se distantes e o coágulo pode 
não cobrir a ferida completamente, levando a que as células epiteliais demorem muito mais 
25 
 
tempo a regenerar e a cobri-la (Seeley et al., 2001). Com o aumento de tecido lesado, o 
grau de resposta inflamatória é maior, existem mais detritos celulares e o risco de infecção 
é maior (Seeley et al., 2001). Forma-se muito mais tecido de granulação e a contracção da 
ferida dá-se como resultado da contracção dos fibroblastos do tecido de granulação (Seeley 
et al., 2001). A contracção da ferida conduz a cicatrizes desfigurantes (Seeley et al., 2001). 
Em suma, quando a aproximação primária dos bordos da ferida não é possível, as feridas 
são deixadas abertas sendo posteriormente fechadas por meio de contracção e epitelização 
natural. Este processo demora mais tempo a completar-se, comparativamente com a 
cicatrização por primeira intenção (Lima et al., 2006). 
Figura 4.14 - Representação esquemática da cicatrização por segunda intenção (fonte: 
Tazima et al., 2008). 
4.4.2.3 Cicatrização por terceira intenção 
Segundo Lima et al. (2006) a cicatrização por terceira intenção ocorre quando há factores 
que retardam a cicatrização de uma lesão inicialmente submetida a uma cicatrização por 
primeira intenção. Esta situação acontece quando uma incisão é deixada aberta para 
drenagem doexsudado e, posteriormente, fechada. Isto ocorre principalmente quando há 
presença de infecção na ferida, que deve ser tratada primeiramente, para então ser suturada 
posteriormente (Tazima, 2008). 
O objectivo da cicatrização por terceira intenção é acelerar a cicatrização e melhorar o 
efeito estético (Lima et al., 2006). 
4.4.3 Factores que atrasam a cicatrização 
As feridas cicatrizam melhor nos animais que se apresentam com um bom estado de saúde, 
bem alimentados e se não houver nenhuma infecção associada. Num animal com estes 
requisitos pouco se pode fazer para acelerar o processo. No entanto, há vários factores que 
afectam a cicatrização (quadro 4.2): factores inerentes ao animal, factores inerentes à ferida 
e factores terapêuticos (Moore et al., 2003). 
26 
 
Quadro 4.2- Factores que atrasam a cicatrização das feridas. 
SISTÉMICOS LOCAIS 
Idade avançada Infecção 
Estado nutricional débil Presença de anti-sépticos 
Hiperadrenocorticismo Corpos estranhos 
Diabetes mellitus Espaços mortos 
Urémia Terapia tópica inadequada 
Edema Técnica cirúrgica incorrecta 
Terapia com corticosteróides Irrigação dos tecidos 
Agentes radioterápicos 
Agentes quimioterápicos 
Fonte: Fossum, 2007; Gregory, 1999; Hosgood, 2003 e Moore et al. 2003. 
4.4.3.1 Factores inerentes ao animal 
Os factores que interferem no processo de cicatrização inerentes ao animal são: a idade 
avançada, estado nutricional débil, hiperadrenocorticismo, diabetes mellitus, urémia, entre 
outros. 
Idade avançada: os animais idosos tendem a cicatrizar as feridas lentamente, devido a 
doenças intercorrentes ou debilitação, ou até mesmo pelo facto dos tecidos se tornarem 
menos elásticos e menos resistentes, o que dificulta a cura (Andrade et al., 2006 e Fossum, 
2007). 
Estado nutricional débil: os animais desnutridos deprimem o sistema imune e diminuem a 
qualidade e a síntese de tecido de reparação (Fossum, 2007). As carências de proteína e de 
vitamina C são as mais importantes, pois afectam directamente a síntese de colagénio 
(Andrade et al., 2006). 
Hiperadrenocorticismo: animais com hiperadrenocorticismo incorrem num atraso na 
cicatrização de feridas devido ao excesso de glicocorticóides circulantes (Fossum, 2007 e 
Hosgood, 2003). 
 Diabetes mellitus: os animais com diabetes mellitus mostram retardo na cicatrização e 
predisposição a infecções de feridas, o que acarreta maiores complicações (Hosgood, 
2003). 
27 
 
Urémia: a urémia nos primeiros cinco dias após uma lesão prejudica a cicatrização por 
alteração dos sistemas enzimáticos, dos processos bioquímicos e do metabolismo celular 
(Fossum, 2007 e Hosgood, 2003) 
4.4.3.2 Factores inerentes à ferida 
Alguns dos factores que interferem no processo de cicatrização inerentes à ferida são: 
presença de corpos estranhos, presença de anti-sépticos, presença de infecção, edema, 
espaços mortos e irrigação dos tecidos. 
Presença de corpos estranhos: corpos estranhos, tais como sujidade, resíduos, fios de sutura 
e implantes cirúrgicos podem causar intensa reacção inflamatória que interfere na 
cicatrização normal. Nestes casos há maior actividade enzimática na fase de limpeza 
destruindo a matriz e retardando a fase fibroblástica do reparo tecidual (Fossum, 2007). 
Presença de anti-sépticos: as soluções anti-sépticas são utilizadas na lavagem da ferida para 
eliminar bactérias e reduzir a contaminação bacteriana da ferida. No entanto, é importante 
ter em atenção as concentrações de anti-sépticos quando a ferida é exposta, pois podem ser 
citotóxicos para as células importantes na cicatrização de feridas (Hosgood, 2003). 
Infecção: a infecção de uma ferida interfere na fase de reparação da cicatrização. Os 
tecidos contaminados ficarão infectados se bactérias invasivas se multiplicarem para 105 
microrganismos por grama de tecido. O desenvolvimento de uma infecção de uma ferida 
depende do grau de traumatismo tecidual, do corpo estranho presente e da competência dos 
mecanismos de defesa do animal. As toxinas bacterianas e os infiltrados inflamatórios 
associados causam necrose celular e trombose vascular (Andrade et al., 2006, Fossum, 
2007, e Hosgood, 2003). 
Edema: dificulta a cicatrização, pois diminui o fluxo sanguíneo e o metabolismo dos 
tecidos, facilitando o acúmulo de catabólitos e produzindo maior inflamação (Andrade et 
al., 2006). 
Espaços mortos: separam as camadas teciduais, limitando a migração celular e aumentando 
o risco de infecção (Fossum, 2007 e Gregory, 1999). 
Irrigação dos tecidos: pensos apertados, traumatismos ou movimento excessivo diminuem 
o aporte sanguíneo e oxigenação dos tecidos prejudicando o processo de cicatrização 
(Fossum, 2007 e Gregory, 1999). 
28 
 
4.4.3.3 Factores inerentes à terapêutica 
Há factores terapêuticos que interferem no processo de cicatrização: corticoterapia, 
quimioterápicos, radioterapia e uma terapia tópica inadequada. 
Corticoterapia: os corticosteróides deprimem todas as fases da cicatrização e aumentam a 
possibilidade de infecção por inibirem os fenómenos iniciais de inflamação (edema, 
deposição de fibrina, dilatação de capilares, migração de fagócitos e a actividade 
fagocítica). Níveis elevados de esteróides inibem a fase inflamatória da cicatrização de 
feridas através do decréscimo de acúmulo, e da capacidade fagocitária dos leucócitos 
polimorfonucleares (PMN) e macrófagos na ferida. Além disso, eles reduzem a 
proliferação de fibroblastos e a síntese de colagénio. Em geral, a administração de doses 
mais elevadas de esteróides reduz, mas não inibe completamente a cicatrização de feridas 
(Fossum, 2007 e Hosgood, 2003). 
Quimioterápicos: por serem imunossupressores diminuem a resposta imune à lesão. Eles 
podem ainda interferir na síntese proteica ou na divisão celular, agindo directamente na 
produção de colagénio (Fossum, 2007 e Hosgood, 2003). 
Radioterapia: a radioterapia diminui a quantidade de vasos sanguíneos na ferida e causa 
um aumento de fibrose dérmica portanto, deve-se evitar radioterapia durante duas semanas 
após a cirurgia (Fossum, 2007 e Hosgood, 2003). 
Terapia tópica inadequada: têm-se como ideal a utilização de pomadas que não tenham 
propriedades irritantes e que sejam solúveis em água para uma fácil remoção. Além disso, 
antibióticos tópicos devem ser utilizados com prudência devido à rápida resistência 
causada localmente nos tecidos (Hosgood, 2003). 
4.4.4 Estimulantes da cicatrização 
No mercado estão disponíveis agentes terapêuticos que podem potenciar o processo de 
cicatrização. No entanto, a melhor forma de acelerar este processo consiste na remoção de 
factores inibitórios e corrigir carências nutricionais. 
Seguidamente apresenta-se alguns possíveis estimulantes da cicatrização de método 
terapêutico considerado complementar pela medicina convencional. 
 
29 
 
4.4.4.1 Factores de crescimento 
Os factores de crescimento aceleram as primeiras fases de cicatrização da ferida. Em 
animais com comprometimento da cicatrização devido a diabetes mellitus, radiação e 
excesso de corticóides endógenos e exógenos, os factores de crescimento poderão ser úteis 
por acelerarem o processo de cicatrização, incrementarem e melhorarem a força do tecido 
cicatricial (Hosgood, 2003). 
4.4.4.2 Estimuladores eléctricos neuromusculares 
Os estimuladores eléctricos neuromusculares em animais induzem a proliferação das 
células endoteliais em resposta ao aumento do fluxo sanguíneo muscular (Bigard, 1993 
citado por Johnson et al., 2003). 
4.4.4.3 Massagem 
A massagem (fig. 4.15) exerce um aumento da pressão tecidual. Esta pressão ocorre nos 
tecidos em diferentes direcções e profundidades, aumentando a circulação local (Sutton,

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