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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução Trauma → avaliar rapidamente as lesões + instituir uma terapia de preservação vital. → Momento crucial → abordagem sistemática + aplicada com precisão e rapidamente. A avaliação inicial inclui: ● Preparação ● Triagem ● ABCDE com reanimação imediata a pacientes potencialmente fatais. ● Medidas auxiliares à avaliação primária e reanimação ● Considerar necessidade de transferência ● Avaliação secundária, da cabeça aos pés + história do doente ● Medidas auxiliares à avaliação secundária ● Cuidados pós-PCR + reavaliação e monitoração ● Cuidado definitivo + Intervenções adicionais 🚨 Repetir os procedimentos primários e secundários para identificar possíveis mudanças no quadro do pct e que necessitem de intervenções adicionais. Preparação ● Ocorre em 2 cenários→ cena do trauma e hospital. Fase pré-hospitalar ● Notificar o hospital da transferência, para que esteja tudo pronto para a chegada do paciente. ● Manter a segurança do local e da equipe. ○ Chamar polícia, bombeiros → tem que isolar o local ● Enfatiza-se a manutenção da via aérea, controle de hemorragias externas, imobilização do paciente, em uma prancha longa, e transporte imediato para o centro de referência mais próximo. ○ Dar preferência à centros de trauma credenciados! ● Buscar abreviar o tempo da cena ● Informações a respeito da hora em que ocorreu o acidente e suas circunstâncias, assim como os mecanismos do trauma, são essenciais para a equipe hospitalar que receberá o paciente. ○ A história do doente também é importante ○ O mecanismo de trauma pode sugerir o grau da lesão, bem como as lesões específicas que precisam ser avaliadas e tratadas. Devem ser encaminhados para centro de traumas de alta complexidade pacientes que: Apresentarem ECG ≤3 Apresentarem PA sistólica < 90 mmHg Traumas penetrantes (cabeça, pescoço, tronco e extremidades próximas ao joelho e cotovelo) Parede torácica instável ou deformada Dois ou mais ossos longos fraturados Amputação próxima ao pulso ou ao ombro Fraturas pélvicas Paralisia Abertura ou depressão craniana Fase hospitalar ● O planejamento antecipado à chegada do doente traumatizado é essencial. → Ter sala e equipamentos adequados prontos! ○ Laringoscópio e tubos + equipamentos de ventilação disponíveis testados ○ Soluções cristalóides aquecidas + dispositivo de monitorização ○ Sala de reanimação em temperatura ambiente. ● Todo o pessoal que está em contato com o doente deve estar protegido com EPIs. ○ Equipe posicionada Triagem Envolve a classificação dos doentes de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis, além da determinação para que hospital encaminhar ● Não gastar com quem não tem chance e não investir em quem não precisa ● A ordem de tratamento é baseada no ABC→ controle de vias aéreas com proteção cervical ⇒ respiração⇒ circulação com controle de hemorragias. ● Outros fatores que influenciam prioridade de tto: ○ Gravidade da lesão ○ Possibilidade de sobrevida ○ Recursos disponíveis 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Existem dois tipos de situações de triagem: ● Múltiplas vítimas → nº de doentes e a gravidade das lesões não excedem a capacidade de atendimento do hospital. → Aqueles com risco de vida iminente e os com traumatismos multissistêmicos serão atendidos primeiro. ● Vítimas em massa → catástrofe → nº de doentes e a gravidade das lesões excedem a capacidade de atendimento da instituição e da equipe.→Aqueles com maiores possibilidades de sobrevida, cujo atendimento implique menor gasto de tempo, de equipamentos, de recursos e de pessoal, serão atendidos primeiro. Método START→ SImple Triage And Rapid Treat ● Não depende do médico ● Sobrevida e necessidade de atendimento ● Respiração, circulação e nível de consciência ○ 30:2:pode fazer ■ FR maior ou menor que 30 ■ TEC maior ou menor que 2 ■ Nível de consciência→ pct consegue fazer o que mando? ● Divisão em cores ○ Vermelho→ atendimento imediato→ FR> 30 ou só respira após manobras → medida imediata + transferência imediata ○ Amarelo → não apresenta risco imediato → algum atendimento enquanto espera transporte ○ Verde → lesão sem risco a vida → deambulando→ pode aguardar atendimento ○ Preto→ óbito ou sem chance de sobrevida Índices de trauma ● Trauma Score - TS ○ ECG ○ FR ○ Esforço respiratório ○ PAS ○ Enchimento capilar ● Revised trauma score - RTS ○ ECG, FR e PAS→ score fisiológico ○ Mortalidade precoce ● Injury severity score - ISS ○ Baseado no AIS ○ Gravidade das lesões → exame físico, radiologia, cirurgia e autópsia ○ Mortalidade tardia ● Trauma and injury severity score→ TRISS ○ RTS + ISS + idade (<54 anos) + mecanismo de trauma Suporte Primário e Reanimação Simultânea Avaliar os pacientes e estabilizar prioridades, com base nos sinais vitais, lesões e mecanismos de trauma. ● Avaliação rápida, eficiente e simultânea com a reanimação. ● Deve ser feita uma segunda avaliação mais detalhada e iniciar um cuidado definitivo. Esse processo constitui o XABCDE dos cuidados do doente traumatizado e identifica as condições que implicam risco à vida através da seguinte sequência: ● X→ Exsanguinação ● A → Estabilização da coluna cervical e avaliação das vias aéreas ● B→ Ventilação e respiração ● C→ Circulação com controle de hemorragia ● D→Disfunção, estado neurológico ● E→ Exposição/controle do ambiente ⏲ É preconizada a duração das avaliações de até 10s, e durante os primeiros passos, é imprescindível que o paciente consiga se 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA identificar, através de perguntas como: “qual seu nome?” e perguntar “o que aconteceu?”, respostas apropriadas sugerem que não há indício de obstrução de via aérea e que a ventilação não está totalmente comprometida (A/B), além do que o nível de consciência não está baixo (D). Respostas inadequadas ou falha na resposta sugere que existem anormalidades em A, B, C ou D que necessitam urgentemente serem avaliadas e controladas. Durante a avaliação primária, as condições que implicam em risco de morte devem ser identificadas em uma sequência de prioridades com base nos efeitos fisiológicos da lesão → inicialmente pode não ser possível identificar lesões específicas. ● Na prática acaba sendo feito tudo ao mesmo tempo! X - exsanguinação ● PHTLS 9ª edição ● Contenção de hemorragia externa grave deve ser feita antes mesmo do manejo das vias aérea; ● Este tipo de sangramento envolve tipicamente o sangramento arterial de uma extremidade, mas também pode ocorrer no couro cabeludo ou na junção de uma extremidade com o tronco. ● Pacientes de trauma com sangramento externo grave podem desenvolver uma distúrbio de coagulação característico e complexo, onde fatores etiológicos múltiplos como diluição, consumo, acidose, hipotermia, deficiência na utilização do fibrinogênio e dissolução exacerbada do coágulo (hiperfibrinólise) são responsáveis pelo seu desenvolvimento. ● Torniquete? → o mais perto do sangramento → por até duas horas, sem danos isquêmicos significativos aos nervos e músculos. ● Pressão direta, agentes hemostáticos. A – Estabilização de Via aérea com proteção de coluna cervical ● Avaliar se as vias aéreas estão pérvias, identificar sinais de obstrução, aspiração (sangue ou secreções) e inspeção para a presença de corpos estranhos e fraturas faciais, mandibulares, laríngeas, traqueais, que podem resultar em obstrução. ● Em pacientes que conseguem se comunicar verbalmente, as vias aéreas não apresentam um risco imediato.→Mas peloamor não deixe de reavaliar. ● Pacientes com traumas severos na cabeça e que tem ECG menor ou igual a 8 necessitam de via aérea definitiva. ○ Inicialmente → manobras de permeabilidade da via aérea, que incluem a manobra de elevação do mento (Chin-lift) ou de tração da mandíbula (jaw-thrust). ○ Doente inconsciente e sem reflexo de deglutição→ cânula orofaríngea. ○ Alguns necessitam de acesso definitivo às viasaéreas, que pode ser através da Cricotireoidostomia cirúrgica ou Traqueostomia. ● Deve-se tomar muito cuidado para evitar a movimentação excessiva da coluna cervical. → Para isso é preciso colocar o colar cervical. → Baseado no mecanismo do trauma, assume-se se teve ou não lesão cervical. ○ Durante as manobras pode abrir o colar se necessário. ○ Colar + coxins + prancha!!! ○ Usar o colar tbm se dúvida se houve ou não lesão, pacientes com extremos de idades, quando você não sabe se foi trauma ou droga, em casos de alteração da consciência, barreira linguística e inconfiabilidade ● Exames neurológicos sozinhos não excluem a ocorrência de lesão cervical. ● Podem ser feitos RX de coluna cervical para confirmar ou excluir a presença da lesão, após o tratamento das lesões com risco imediato ou potencial à vida. ○ Obrigatório pedir: ■ Idade > 65 anos ■ Parestesias em extremidades ■ Mecanismo perigoso de trauma → queda 1m/+ ou 5/+ degraus, trauma axial da cabeça, colisão de veículo motorizado com v>100km/h ou capotamento ou ejeção, colisçao de bike e trailer ○ Fatores de baixo risco que permite avaliação segura da amplitude do movimento de coluna cervical 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ■ Colisão traseira sem história de capotamento, colisão com veículos em alta velocidade oucolisão com ônibus/caminhão ■ Pcte cosegue sentar na sala ■ Pcte permanece ambulatorial ■ Dor cervical tardia, sem dor ou sensibilidade em linha média ○ Se a resposta for positiva, continuamos nossa avaliação e pedimos para o paciente realizar movimento rotacional do pescoço, à esquerda e à direita, em um ângulo de 45°. Caso ele seja capaz, a radiografia não precisa ser realizada e podemos retirar o colar cervical. Se existir incapacidade, o colar cervical deve ser mantido e a radiografia solicitada. ● Critério NEXUS →, se todos os critérios de baixo risco estiverem presentes, não há necessidade de se radiografar a coluna cervical e o colar cervical poderá ser retirado. ○ Ausência de dor ou qualquer sensibilidade em linha média em região correspondente à coluna cervical; ○ Nenhuma evidência de intoxicação exógena; ○ Nível normal de alerta; ○ Sem deficit neurológico focal; e ○ Nenhuma lesão importante em outro local que possa prejudicar a avaliação correta da coluna cervical. ● Deve-se estabelecer via aérea definitiva se tiver qualquer dúvida de que o paciente consegue manter a integridade de suas vias aéreas sozinho. ● Respostas motoras não intencionais sugerem a necessidade via aérea definitiva. 🚨 Considere lesão de coluna cervical em todo paciente com traumatismos multissistêmicos, especialmente nos que apresentem nível de consciência alterado ou traumatismo fechado acima da clavícula. B – Ventilação e respiração ● A permeabilidade das vias aéreas, por si só, não garante ventilação adequada. ● O comprometimento das vias aéreas pode se manifestar clinicamente de forma súbita ou progressiva. Neste último caso, através de agitação, na presença de hipóxia ou letargia, quando predomina a hipercapnia. ● Ventilação adequada = função pulmonar adequada + parede torácica + diafragma. → Avaliar todos esses componentes. ● Para avaliar adequadamente a distensão venosa jugular, a posição da traqueia e movimento da parede torácica, deve-se expor o pescoço e o tórax do paciente. ● Realiza-se ausculta para garantir o fluxo de gás nos pulmões. ● A inspeção e a palpação podem detectar lesões na parede torácica. ● A percussão do tórax também pode identificar anormalidades. → Pode ser imprecisa durante reanimação em ambiente ruidoso ● As lesões que prejudicam significativamente a ventilação a curto prazo incluem pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço, pneumotórax aberto e lesões bronquiais ou traqueias. Como o pneumotórax hipertensivo compromete a ventilação e a circulação de forma dramática e aguda, a descompressão torácica deve ocorrer imediatamente quando suspeitada por avaliação clínica. ● Todo paciente lesado deve receber oxigênio suplementar!!! ○ 10-12L/min ● Utiliza-se um oxímetro de pulso para monitorar a saturação de oxigênio, além de um ECG contínuo. ● Pedir Radiografia AP ● Pneumotórax simples, hemotórax simples, costelas fraturadas, tórax instável e contusão pulmonar podem comprometer a ventilação em menor grau e geralmente são identificados durante a pesquisa secundária. ● BO → pneumotórax simples pode evoluir p hipertensivo se o pct é intubado e ventilado com pressão + antes do hemitórax ser descomprimido com dreno!→DIAGNÓSTICO CLÍNICO!! ● Pacientes com reflexo de tosse deve-se optar pela cânula nasofaríngea. Pacientes sem reflexo de tosse deve-se optar por cânula de Guedel, com introdução com rotação a 180° ou direta auxiliada por abaixador de língua. 🚨 Pneumotórax hipertensivo → desvio de traqueia com ou sem turgência de jugular: ● Toracocentese → agulha calibrosa no 5º espaço intercostal na linha axilar média/anterior ou mini toracotomia. 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Pneumotórax aberto → lesão com diâmetro superior ao do brônquio fonte (ferida aspirativa): ● Fazer curativo de 3 pontas. Hemotórax maciço: macicez à percussão: ● Drenagem do tórax no 5-6 EIC sobre a linha axilar anterior ou média em selo d´água. Lesão da árvore traqueobrônica→ passar o tubo pela lesão. 🚨 E a via aérea artificial??? ● Indicações: ○ Apneia ○ Proteção de VA → aspiração de sangue ou conteudo gástrico ○ Comprometimento iminente de VA → lesão por inalação, fraturas faciais ou convulsões reentrantes ○ Incapacidade de manter oxigenação ○ TCE grave→Glasgow ≤ 8 ● Tipos ○ Definitiva → protege a VA→ possui balonete insuflado na traqueia ■ IOT→ + utilizada ● Difícil → se vc tentou 2x (experiente) ou 3 (inexperiente) ● Avaliação do tubo → visualização e RF, capnografia e RX de tórax ● Se não conseguir? Máscara laríngea ou combitubo→ se ñ tiver aí faço crico ■ Intubação nasotraqueal → contraindicada na apneia! ■ Cricotireoidostomia cirúrgica ● Trauma maxilofacial extenso (com fragmentos dentários e muita secreção e sangue na via aérea); ● Presença de distorção anatômica resultante de trauma no pescoço; ● Incapacidade de visualização das cordas vocais, devido ao acúmulo de sangue e secreções, ou pelo edema da via aérea. ■ Traqueostomia → 2º/3º anel traqueal ○ Temporária→ não protege VA ■ Cricotireoidostomia por punção → Criança < 12 anos ou Sufoco ● 15 L/min (40-50 PSI) ● 1:4 seg ● Máx de 30-45 min → carbonarcose 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ■ Máscara laríngea ● Não necessita de laringoscopia ■ Combitubo 🚨 Frente a uma piora inesperada na saturação de oxigênio, o ATLS recomenda que os componentes do mnemônico "DOPE" – oriundo do inglês "Don't be a DOPE!" – sejam pesquisados imediatamente. ● D (Dislodgement) – Deslocamento do tubo → refere-se tanto à extubação quanto à intubação seletiva acidental; ● (Obstruction) – Obstrução do tubo/cânula → pode ocorrer tanto por sangue coagulado quanto por secreções; ● P (Pneumothorax) – Pneumotórax → agravamento de um pneumotórax hipertensivo não identificado por ventilação positiva ou barotrauma; ● E (Equipment) – Equipamento → entende-se como falha do equipamento as dobras do tubo, tubo de calibre inapropriadamente pequeno e tanque de oxigênio utilizado para o transporte, vazio. C– Circulação e controle de hemorragias ● As hemorragias mais comuns são: lesões intra-abdominais, lesões torácicas, fraturas pélvicas e múltiplas fraturas de ossos longos. ● Causas de choque: ○ Cardiogênico ○ Restritivo/Obstrutivo → : as principais causas são tamponamento cardíaco e pneumotórax hipertensivo. Geralmente 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA decorrem de um trauma torácico penetrante ou contuso. ○ Neurogênico ○ Séptico → + comuns em pacientes com admissão hospitalar tardia e que foram vítimas de lesões penetrantes com grande contaminação. O diagnóstico é suspeitado quando há presença de aumento da temperatura,hipotensão, taquicardia e pressão de pulso aumen ● Volume sanguíneo e débito cardíaco→ identificação e a parada da hemorragia ● Hipotensão em doentes traumatizados deve ser considerada hipovolêmica até prova em contrário. ○ Ou choque hemorrágico ● Os elementos clínicos que oferecem informações importantes dentro de poucos segundos são: ○ Nível de consciência → quando o volume sanguíneo está diminuído, a perfusão cerebral pode estar criticamente prejudicada, resultando em alteração do nível de consciência. ○ Cor/perfusão da pele → coloração acinzentada da face e pele esbranquiçada em extremidades indicam hipovolemia. ○ Pulso → um pulso central de fácil acesso (femoral ou carotídeo) deve ser examinado bilateralmente para se avaliar sua qualidade, frequência e regularidade. Pulso rápido e filiforme é um sinal de hipovolemia. Uma frequência irregular costuma ser um alerta para uma potencial disfunção cardíaca. ● Hemorragia → identificar se a fonte de hemorragia é externa ou interna. A hemorragia externa significativa deve ser tratada com compressão direta sobre o ferimento. ○ Os torniquetes são efetivos na exsanguinação de extremidades, mas podem causar lesão isquêmica e devem ser utilizados quando a compressão direta não for efetiva e a vida do doente estiver ameaçada. ○ As principais áreas de hemorragia interna são tórax, abdome, retroperitônio, pélvis e ossos longos. ○ A fonte de sangramento pode ser identificada por exame físico, RX de tórax, pelve ou FAST, ou DPL. ○ O tratamento pode incluir descompressão do tórax, compressão da pelve, uso de imobilizadores e intervenção cirúrgica. ○ Suspeita de fraturas pélvicas → dispositivo de estabilização pélvica que pode ser utilizado (prefabricated pelvic binder); na ausência deste dispositivo, a equipe de atendimento pré-hospitalar pode estabilizar as fraturas envolvendo a pelve com um lençol (passando pelos trocanteres) e dando um nó apertado. ● Acesso venoso → na presença de instabilidade hemodinâmica, a reposição volêmica deve ser feita através de 2 acessos periféricos com cateter de calibre médio (n.18). → Administrar fluido, sangue e plasma. ○ Na ausência de acesso periférico, recomenda-se a punção de acessos venosos profundos calibrosos (veia femoral, jugular interna ou subclávia) ou dissecção de veia safena. ○ Veia central, dissecção de safena, intraósseo ○ Independente do acesso, amostras de sangue devem ser colhidas para avaliação laboratorial (incluindo teste de gravidez), gasometria, nível de lactato e testes toxicológicos. ● Adição de volume não substitui o controle hemorrágico. ● Hipotensão ou choque→ a hipotensão arterial sistólica só é identificada com perda de cerca de 30% da volemia. ● O choque mais relacionado com o trauma é o hipovolêmico → iniciar terapia IV com cristaloides (aquecidos entre 37ºc a 40ºc). Um bolus de 1 L de uma solução isotônica pode ser necessário para obter uma resposta adequada em um paciente adulto (mais de 1,5L pode trazer risco de morte). Se o paciente não responder a essa terapia inicial, ele deve receber transfusão sanguínea. ● A avaliação da reposição volêmica é feita observando-se os seguintes parâmetros: débito urinário, nível de consciência, perfusão periférica e valores do lactato e déficit de bases. ● Pacientes com risco de coagulopatia podem se prejudicar das medidas de reposição volêmica. → Ciclos de hemorragia contínua e reanimação. ● Droga antifibrinolítico → administrar ácido tranexâmico, inclusive pré-hospitalar se indicado. ○ 1ª dose (1g) em 3h e reforço (1g) em 8hs ● Diurese→ 0,5ml/Kg/h; criança 1ml/Kg/h 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Catéter vesical → depois de afastar lesão de uretra ■ Uretrocistografia retrógrada ■ Sangue no meato uretral, retenção urinária, hematoma perineal, fratura de pelve→NÃO SONDAR 🚨 Tamponamento cardíaco: Turgência jugular + bulhas cardíacas abafadas + pulso paradoxal = tríade de Beeck: Realizar pericardiocentese c/ agulha longa de peridural no espaço xifo-costal dirigida para o ombro E. 🩸 E a estimativa de perda volêmica? 3 e 4 irresponsivos à terapia inicial com cristaloides Hipotensão permissiva → PA mínima para garantir a perfusão → não no TCE!!!!!!! Transfusão maciça ● > 10UI/24h ou >4UI/1h ● 1CH:1P:1CP ● A infusão de concentrado de hemácias pode vir acompanhada da administração de plaquetas e/ou outros hemoderivados, na dependência do caso. ● Em alguns pacientes com hemorragia classe III e naqueles com hemorragias classe IV, existe a necessidade do uso do Protocolo de Transfusão Maciça (PTM). ● A administração precoce também de plaquetas e plasma, para minimizar o emprego excessivo de cristaloides, parece aumentar a sobrevida da vítima. ● Vítimas de politrauma com hemorragia importante podem desenvolver coagulopatia em até 30% dos casos. Além do próprio trauma, outras condições que contribuem para a coagulopatia incluem a administração de grandes volumes de líquido – levando à hemodiluição de plaquetas e de fatores de coagulação – e a hipotermia, que ocasiona prejuízo à agregação plaquetária e à cascata de coagulação. ● Tempo de protrombina (PT) e INR, tempo de tromboplastina parcial ativado (PTTa) e contagem plaquetária são exames que devem ser solicitados dentro da primeira hora de admissão, especialmente em vítimas com história de coagulopatia ou que utilizem drogas que interferem com hemostasia (AAS, warfarin etc.). ● A maioria dos pacientes que recebe hemotransfusão não necessita de suplementação de cálcio. Embora a hipocalcemia possa ocorrer devido à ligação do citrato com cálcio ionizado, a administração de cálcio só deve ser realizada tendo como guia a medida do cálcio ionizado. 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● ACS TQPI, recomenda que o PTM seja iniciado em casos de instabilidade hemodinâmica mantida, mesmo após a ressuscitação volêmica inicial adequada; outras indicações são um ABC (Assessment of Blood Consumption) escore ≥ 2 pontos ou sangramento ativo requerendo cirurgia ou embolização. ○ PA sistólica < 90 mmHg, FC > 120 bpm, FAST positivo e presença de lesão penetrante em tronco. ● O ácido tranexâmico é uma droga empregada conjuntamente ao PTM. D – Disfunção neurológica ● Uma avaliação neurológica rápida estabelece o nível de consciência e o tamanho e reação pupilar do paciente; identifica a presença de sinais lateralizantes; e determina o nível de lesão medular, se presente, através da ECG. ● Uma diminuição no nível de consciência do paciente pode indicar diminuição da oxigenação e/ou perfusão cerebral, ou pode ser causada por lesão cerebral direta. ● Hipoglicemia, álcool, narcóticos e outras drogas também podem alterar o nível de consciência do paciente. Até que se prove o contrário, sempre presuma que as mudanças no nível de consciência resultam de lesões no sistema nervoso central. ● Imediatamente reavaliar a oxigenação, ventilação e perfusão se ocorrer alteração na consciência. ● Até provar o contrário, a alteração de consciência foi causada por dano no SNC (mesmo que o paciente esteja bêbado, não descartar a hipótese de dano no SNC pois pode ter sofrido trauma) ● A lesão cerebral primária resulta do efeito estrutural da lesão no cérebro → objetivo principal é prevenir lesão secundária, mantendo oxigenação e perfusão ⚠ Flexão anormal = decorticação/ Extensão anormal = descerebração 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA E – Exposição e controle do ambiente ● O paciente deve ser totalmente despido, usualmente cortando as roupas para facilitar o exame e avaliação completos. ● Depois de retirar a roupa e completar a avaliação, o doente deve ser coberto com cobertores aquecidos ou algum dispositivo de aquecimento externo para prevenir a ocorrência de hipotermia na sala de trauma. ● Os fluidos intravenosos devem ser aquecidos antes de administrados e o ambiente deve ser mantido aquecido. ● O mais importante é garantir a temperatura corporal do doente e nãoo conforto da equipe de atendimento. →Manter sala sempre quente! ● Lembrar de examinar o dorso e alinhar as fraturas. ● Tríade da morte = hipotermia, acidose metabólica e coagulopatia. Adjuntos do Suporte Primário com Ressuscitação ● Auxiliam na medição da qualidade da ressuscitação. Laboratório: ● Hemograma ● Gasometria arterial com lactato ● Tipagem sanguínea + fator Rh e prova cruzada ● Beta-HCG ● Perfil toxicológico, se suspeita de intoxicação exógena. Reanimação ● Envolve o acesso às vias aéreas, a ventilação adequada e a infusão de fluidos no combate a hipovolemia e ao choque. ● O exame primário tem que ser interrompido temporariamente para que o processo de reanimação ocorra. ● A reanimação também segue a sequência ABC e ocorre simultaneamente com a avaliação. Eletrocardiograma ● Importante para todos os pacientes de trauma. ● Disritmias, incluindo taquicardias idiopáticas, fibrilação atrial, contração precoce ventricular e mudanças no segmento ST, podem ser indício de lesão cardíaca – hipotermias profundas podem produzir disritmias. ● Atividade elétrica sem pulso pode indicar tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e hipovolemia grave. ● Bradicardia, condução inadequada e batimentos prematuros sugerem hipoxia ou hipoperfusão. Oxímetro de pulso ● Maneira de medir quanto oxigênio seu sangue está transportando, mas não mede pressão parcial dos gases. Cateter urinário ● Verificar o débito urinário e avaliar se há hematúria. ● Reflete a perfusão renal. ● Cauterização transuretral é contraindicada em pacientes com danos uretrais. ● Suspeita-se de dano à uretra em casos de presença de sangue no meato uretral ou equimoses perineais. 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Análise laboratorial de rotina de amostra de urina. Cateter gástrico ● Descomprime distensão estomacal, diminui o risco de aspiração e identifica hemorragias gastrointestinais provenientes do trauma. ● A inserção do tubo pode induzir vômito. Capnografia, taxas ventilatórias e gasometria ● Utilizados para monitorar se a ventilação do paciente é adequada. ● Capnografia: o nome dado ao monitoramento em tempo real da concentração ou pressão parcial de CO2 nos gases respiratórios expirados pelo paciente durante a ventilação pulmonar mecânica. Também ajuda a evitar a hiperventilação e saber se o tubo está inserido corretamente. ● Gasometria → determinação do pH, pO2, pCO2 e HCO3 - . Exames radiológicos ● As radiografias de tórax podem mostrar lesões potencialmente fatais que requerem tratamento ou investigação e as pélvicas podem indicar necessidade de transfusão de sangue. →AP ○ No tórax, deve-se atentar a alargamentos, limites e/ou desvios do mediastino, opacidades ou hipertransparências dos pulmões e espaço pleural, partes moles e ossos, contorno do diafragma, posição de tubos e cateteres. ○ Na pelve, avaliar a simetria do arco pélvico, articulação sacroilíacas, sínfise púbica, articulação coxofemoral, fraturas ósseas, partes moles e linha de Shenton. ○ A avaliação radiológica da cervical se dá através das incidências em perfil, AP e transoral à critério. Importante observar da C1 a T1. ● Podem ser feitas no leito ● Fast: um método ultrassonográfico utilizado, principalmente, para detectar a presença de líquido livre em pacientes traumatizados. Inclui 4 regiões: ○ Saco pericárdico ○ Espaço hepatorrenal (Morrison) ○ Espaço espleno renal ○ Pelve ● eFast→ fast+ região torácica ● LPD → O lavado peritoneal diagnóstico é um procedimento médico invasivo, utilizado predominantemente no trauma abdominal contuso e que tem como objetivo detectar lesões de vísceras abdominais em pacientes instáveis hemodinamicamente. ○ O exame é positivo quando há aspiração imediata de sangue em quantidade > 10ml, presença de fibras vegetais, bile ou conteúdo gastrointestinal. ○ A lavagem é positiva quando o aspecto macroscópico é hemático, a contagem de leuco é > 500/ml, as hemácias são > 100.000/ml ou há presença de fibras ou bactérias. Avaliação Secundária Só inicia quando o primário termina e há melhoria nos sinais vitais do paciente ● É a avaliação dos pés à cabeça do paciente vítima de trauma, incluindo reavaliação de todos os sinais vitais, cada parte do corpo deve ser examinada para não perder lesões História AMPLA- AMPLE ● A: alergias ● M: medicações em uso ● P: prenhez/histórico pessoal patológico ● L: líquidos e alimentos ingeridos – última refeição ● E: ambiente relacionado ao trauma Algumas lesões podem ser previsíveis baseadas na direção e quantidade de energia associada ao mecanismo de lesão. ● As lesões são divididas em duas categorias: trauma contuso ou trauma penetrante (existem outros como térmicos (queimaduras) e ambientes perigosos (toxinas, químicos e radiação) ● Trauma contuso → Não há perfuração da pele, como no caso de pancadas ou escorregões; mistos – uma combinação dos dois tipos, bastante comuns em acidentes de trânsito. ● Trauma penetrante → Quando há rompimento e laceração da pele, como perfurações por armas de fogo e fraturas expostas Exame Físico Segue a sequência da cabeça, estruturas maxilofaciais, coluna cervical e pescoço, tórax, abdômen e pélvis, períneo /reto/ vagina, sistema músculo-esquelético, e sistema neurológico. 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Cabeça ● Acuidade visual; ● Tamanho e reação pupilar; ● Hemorragia da conjuntiva; ● Lesão penetrante; ● Lentes de contato; ● Deslocamento das lentes; ● Compressão ocular. Estruturas maxilo-faciais ● Palpação das estruturas ósseas; ● Avaliação da cavidade bucal e oclusões; ● Avaliação dos tecidos moles Medula espinhal cervical e pescoço ● Restringir movimentos pois pode ter lesão ● Pode solicitar exames radiológicos complementares Tórax ● Inspeção torácica anterior e posterior, a fim de identificar condições como pneumotórax aberto e respiração paradoxal, inclui também palpação e ausculta. ● Lesões de tórax podem manifestar dor, dispnéia, hipóxia Abdome e pelve ● Fraturas pélvicas podem produzir grande perca de volume sanguíneo, por isso deve-se evitar inicialmente o manuseio vigoroso dessa região. Períneo, reto e vagina ● Períneo: examinar para contusões, hematomas, lacerações e sangramento uretra. ● Reto: analisar sangramentos, integridade e tônus do esfíncter ● Vagina: presença de sangue e lacerações (analisar teste de gravidez se for o caso de mulheres em idade reprodutiva) Sistema musculoesquelético ● Inspeção em busca de contusões e deformidades, principalmente nas extremidades; ● O exame físico desse sistema não está completo sem a avaliação das costas Sistema neurológico ● Avaliar o nível de consciência motora e sensorial ● Escala de coma de Glasgow ● Proteger a medula Adjuntos da avaliação secundária Testes especializados de diagnóstico (TC, outros RX, etc) ● Dar atenção às possíveis lesões neurológicas Sempre reavaliar o paciente! ● A monitorização contínua dos sinais vitais, gasometria arterial, monitorização do CO2, SaO2 e débito urinário (0,5mL/kg/h) é essencial. ● O alívio da dor intensa é importante. Lesões musculoesqueléticas, produzem dor e ansiedade. A analgesia eficaz geralmente requer opiáceos ou ansiolíticos IV. Monitorização ● Idealmente deve ser realizada em um monitor portátil multiparamétrico. ○ PA ○ SatO2 ○ Temperatura: ○ Cardioscopia → é representada pelo traçado eletrocardiográfico, habitualmente na derivação DII, e pela frequência cardíaca. ○ Glicemia capilar ● Outros parâmetros que podem ser avaliados pelo monitor multiparamétrico, mas que não estão incluídos na abordagem inicial do paciente grave, são: ○ Pressão arterial invasiva ○ Capnografia. ○ Frequência respiratória → mensuração pouco confiável em monitores. Oxigenioterapia suplementar ● Paciente vítimas de trauma devem receber oxigenioterapia suplementar inicial com máscara facial com reservatório ou máscara não reinalante (MNR) a 15 L/min no atendimento inicial, sendo também aprimeira escolha em pacientes admitidos com SatO2 < 85%. Pacientes com SatO2 > 85% devem ter conduta individualizada A ventilação não invasiva (VNI) tem benefícios demonstrados nas seguintes indicações: ● Exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) com acidose respiratória (PaCO2 > 45 mmHg ou pH < 7,3). ● Edema pulmonar cardiogênico. ● Insuficiência respiratória aguda hipoxêmica em pacientes imunossuprimidos. 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Extubação de alto risco (idade > 65 anos; insuficiência cardíaca congestiva [ICC]; DPOC, APACHE II > 12). ● Considerar ventilação invasiva em pacientes com alteração de nível de consciência ou falha na terapia com oxigênio suplementar ou com VNI. Uma das grandes síndromes do paciente grave é a insuficiência respiratória (IRpA), que pode ser dividida em dois subtipos, hipoxêmica ou hipercápnica. O diagnóstico é gasométrico, mas existem características clínicas que nos permitem predizer o subtipo e instituir intervenções antes do resultado do exame. ● Tipo 1: hipoxêmica (PaO2 ≤ 60 mmHg) → Há falência primária na oxigenação, e geralmente se desenvolve em condições em que a ventilação está inicialmente preservada. ○ É decorrente de alteração na relação ventilação/perfusão (V/Q) – efeito shunt ou espaço morto – ou na difusão dos gases pela membrana alveolocapilar. ○ Gasometria arterial: hipoxemia deve estar presente, inicialmente, sem hipercapnia. A PaCO2 pode estar baixa na tentativa, pois pode acontecer hiperventilação na tentativa de compensar a hipoxemia. ● Tipo 2: hipercápnica (PaCO2 ≥ 45 mmHg) → Hipercapnia é definida como PaCO2 ≥ 45 mmHg. ○ A pressão parcial de CO2 é diretamente proporcional à sua produção (VCO2) e inversamente proporcional à ventilação alveolar (eliminação de CO2). A ventilação alveolar é dependente da ventilação minuto e da relação entre espaço morto e volume corrente. Aumento do espaço morto e redução da ventilação minuto são causas comuns de hipercapnia; já aumento da produção de CO2 raramente resulta em hipercapnia importante devido aos mecanismos de compensação. Cuidado definitivo Deve ser realizado após a identificação das lesões, da resolução dos problemas e dos resultados laboratoriais e de exames complementares. Sempre que as necessidades de tratamento excederem a capacidade da instituição receptora, a transferência é considerada. As diretrizes de transferência inter-hospitalar ajudarão a determinar quais pacientes requerem o nível mais alto de atendimento ao trauma, e levam em consideração o estado fisiológico do paciente, a lesão anatômica evidente, os mecanismos de lesão, as doenças concomitantes e outros fatores que podem alterar o prognóstico. A instalação local apropriada mais próxima é escolhida. Hemotórax ● Presença de sangue no espaço pleural ● Desconforto respiratório, taquipnéia, diminuição ou ausência de sons respiratórios, macicez à percussão, assimetria da parede torácica, desvio traqueal, hipóxia, pressão de pulso estreita e hipotensão ● O sangramento no hemitórax pode surgir de lesões diafragmáticas, mediastínicas, pulmonares, pleurais, da parede torácica e abdominais ● Lesão de vasos intercostais ou parênquima “auto-limitado” Hemotórax maciço ● Grande ameaça à vida 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Acúmulo de mais de 1.500 mL (> 200-300 mL/h) de sangue no hemitórax. ● Além de gerar importantes repercussões ventilatórias – por aumento da pressão intratorácica e compressão do pulmão –, pode levar a um choque hipovolêmico. ● Está associado a mecanismos de trauma penetrante e lesão de grandes vasos torácicos. Clinicamente, podemos observar sinais de desconforto respiratório e comprometimento circulatório à semelhança do pneumotórax. O eFAST pode ser uma ferramenta importante na diferenciação entre as duas entidades clínicas, caracterizando (principalmente no 5º ou 6º espaços intercostais) a presença de hemotórax: sinal da coluna, ausência do sinal em espelho e sinal da água-viva. ACHADOS FÍSICOS ● Veias distendidas do pescoço → tamponamento pericárdico, pneumotórax hipertensivo, insuficiência cardiogênica, embolia gasosa ● "Sinal do cinto de segurança" → desaceleração ou lesão vascular; contusão/abrasão da parede torácica ● Movimento paradoxal da parede torácica → tórax instável ● Edema facial/pescoço ou cianose → lesão do mediastino superior com oclusão ou compressão da veia cava superior (VCS) ● Enfisema subcutâneo→ brônquio rompido ou laceração do parênquima pulmonar ● Abdome escafóide → lesão diafragmática com herniação do conteúdo abdominal para o tórax ● Movimento abdominal excessivo com respiração → lesão da parede torácica 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA DIAGNÓSTICO ● RX de tórax ● eFAST→ consegue quantificar o volume do derrame AVALIAÇÃO ● Hemograma completo ● Creatinina ● Troponina→ avaliar contusão cardíaca ● Perfil de coagulação TRATAMENTO ● Toracotomia com agulha de descompressão e/ou toracotomia com tubo emergente para grandes pneumotórax e tratamento inicial do hemotórax ● A coleta mínima de sangue (< 300 ml) na cavidade pleural geralmente não requer tratamento→ o sangue geralmente é reabsorvido ao longo de várias semanas ● Se o paciente estiver estável e apresentar desconforto respiratório mínimo, a intervenção cirúrgica normalmente não é necessária ● Analgesia conforme necessário e observação com exames de imagem repetidos em 4 a 6 horas e 24 horas ● Conduta cirúrgica para colocar tubo de toracotomia→ drenagem em selo d’água INDICAÇÕES INTERVENÇÃO CIRÚRGICA ● 1500 ml de drenagem de sangue em 24 horas através do tubo torácico ● 300-500 ml/hora por 2 a 4 horas consecutivas após a inserção do dreno torácico ● Grande vaso ou lesão da parede torácica ● Tamponamento pericárdico → distensão das veias do pescoço, bulhas cardíacas silenciosas e cianose COMPLICAÇÕES DA EVACUAÇÃO INADEQUADA: ● Empiema ● Fibrotórax DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Lesões viscerais ● Diafragma rompido ● Contusão pulmonar ● Pneumotórax ● Hemotórax ● Lesões traqueobrônquicas ● Lesão esofágica ● Pneumomediastino Lesões Esqueléticas ● Peito instável ● Fratura de costela ● Fraturas ou luxações esternoclaviculares ● Fratura escapular ● Fratura ou luxação clavicular ● Lesão vertebral ou espinhal Lesões cardiovasculares ● Ruptura aórtica ● Lesão da Cavala ● Derrame/tamponamento pericárdico ● Lesão da artéria subclávia ● Lesão da artéria intercostal ● Commotio cordis ● Laceração cardíaca Pneumotórax ● Pode ocorrer por lesões no parênquima pulmonar ou em vias aéreas (traquéia e brônquios), por lesões em parede torácica, por ventilação com pressão positiva que piorou lesões inicialmente pequenas ou por iatrogenia durante a passagem de acesso venoso central em veias jugulares internas ou subclávias. ● Dor torácica pleurítica de início súbito, dispneia ● Murmúrios respiratórios diminuídos unilaterais, som de percussão hiperressonante ● Toracotomia no triângulo de segurança seguida da inserção de um dreno grosseiro. A descompressão com agulha é mais bem-sucedida quando realizada na linha axilar anterior ( 5º espaço intercostal) ● Descompressão torácica no quinto ICS na linha axilar média, em vez do segundo ICS na linha hemiclavicular. 15 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Critérios de estabilidade do paciente com trauma torácico penetrante Classificação Pneumotórax fechado ● Lesões na pleura visceral → escape de ar para o espaço pleural Pneumotórax aberto ● Lesões da parede torácica. ● Lesão >⅔ diâmetro da traqueia ● Conduta imediata→ curativo em 3 pontas ● Conduta definitiva → drenagem em selo d’água + fechamento Pneumotórax hipertensivo ● Mais associado a traumas torácicos fechados + q em penetrantes ● Pode ocorrer tanto pela piora de um pneumotórax fechado quanto de um pneumotórax aberto. ● Estado fisiológico → espaço pleural apresenta pressão negativa favorecendo o fluxo de ar para o interior dos pulmões. ○ Algumas situações → lesãoda pleura visceral (frequentemente com fratura de costelas associada) e formação de uma válvula unidirecional com aumento do volume e da pressão de ar no espaço pleural. ○ Aumento de pressão intratorácica leva à redução da expansibilidade pulmonar, caracterizando o pneumotórax. ○ Em algumas situações, o aumento da pressão intratorácica é tão grande que desloca o mediastino para o lado contralateral, levando à redução do retorno venoso (tanto pelo aumento da pressão quanto por compressão das vias de saída das câmaras cardíacas). A esse fenômeno dá-se o nome de “pneumotórax hipertensivo”: instabilidade hemodinâmica secundária ao pneumotórax, caracterizando um choque do tipo obstrutivo. ● Consequências: ○ Colapso do pulmão ipsilateral ao pneumotórax; ○ Desvio do mediastino com compressão do pulmão saudável, gerando insuficiência respiratória; ○ Desvio do mediastino provocando angulação dos vasos da base. Este fenômeno dificulta o retorno venoso e ocasiona, portanto, redução do débito cardíaco com hipotensão e/ou choque; ○ Aumento de pressão intratorácica, o que contribui em menor escala para a diminuição do retorno venoso. ● Em vítimas de trauma atendidas em via pública ou naquelas que são admitidas na sala de emergência, o pneumotórax hipertensivo deve ser considerado quando há dispneia importante acompanhada de um ou mais dos seguintes achados: ○ Desvio contralateral da traqueia; ○ Enfisema subcutâneo; ○ Hipertimpanismo à percussão do hemitórax acometido; ○ Ausência ou diminuição do murmúrio vesicular no hemitórax acometido; ○ Turgência jugular (dificuldade no retorno venoso por angulação dos vasos da base); ○ Hipotensão ou choque. ● Sinais clínicos ○ Ausculta abolida ○ Hipertimpanismo durante percussão ○ Desvio da traqueia para o lado contralateral da lesão ○ Distensão de veias jugulares ■ Sem retorno venoso→ hipotensão!!! ■ Choque obstrutivo por dobramento dos vasos da bease ○ Esforço respiratório ○ Queda de saturação, instabilidade hemodinâmica ■ Mesmo se oxigênio suplementar ○ Rebaixamento de nível de consciência ○ Cianose ● Diagnóstico→ clínico ● Tratamento deve ser instituído antes de confirmação radiológica. ○ Em caráter de exceção, caso haja disponibilidade de ultrassonografia 16 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA point-of-care, pode-se realizar uma avaliação torácica rápida com posicionamento do transdutor na região anterossuperior do tórax. ○ Achados ultrassonográficos → ausência de deslizamento pleural (modo B) ou sinal do código de barras/estratosfera (modo M), → achado patognomônico é a presença de lung point (POCUS) ou ponto pulmonar, visualizado como um ponto de transição entre áreas de deslizamento pleural e áreas sem deslizamento. ○ Realizado o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo – clínico ou pelo POCUS –, está indicada imediatamente a descompressão torácica, seja por agulha (jelco calibroso) ou toracotomia digital, no 5º espaço intercostal – entre as linhas axilar anterior e média. Após a descompressão de emergência, deve ser realizada a passagem de dreno de tórax tubular em sistema fechado. Pneumotórax simples ● Há entrada de ar no espaço pleural com possível repercussão à ventilação, porém sem as alterações hemodinâmicas que caracterizam o pneumotórax hipertensivo. ● Avaliação clínica → redução da expansibilidade torácica, hipertimpanismo à percussão e redução dos murmúrios vesiculares. ● A radiografia de tórax deve ser solicitada para confirmação diagnóstica. ● Indica-se a drenagem tubular em todo pneumotórax simples preferencialmente após sua confirmação radiológica. ● Casos selecionados, como pneumotórax pequeno em paciente confortável em ar ambiente, estável hemodinamicamente e em centros especializados, podem ser submetidos apenas à observação → exceção. ● Quando drenar? ○ Transporte aéreo ○ Ventilação mecânica → principal causa de hipertensivo Pneumotórax aberto ● Ferida torácica aspirativa ● Ocorre quando há ferimentos penetrantes na parede torácica com diâmetro de aproximadamente dois terços do diâmetro da traquéia. ● O ar tende a passar pela via de menor resistência – no caso a parede torácica –, levando à piora da ventilação. ● Sua identificação e tratamento devem ser feitos ainda no ambiente pré-hospitalar por meio do posicionamento de um curativo de 3 pontas. ○ Essa fixação cria um mecanismo de válvula unidirecional que impede o ar de entrar na cavidade pleural durante a inspiração e favorece sua saída durante a expiração. ● O tratamento definitivo deve ser instituído tão logo o paciente chegue ao departamento de emergência e consiste na drenagem torácica – no quinto espaço intercostal, entre a linha axilar anterior e a linha axilar média 17 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA DIAGNÓSTICO ● RX, TC e broncoscopia ● eFAST TRATAMENTO ● Toracotomia de alívio!! ○ Resolve no B do ATLS ○ 4º ou 5º anterior da LAM ○ 2º EIC na linha hemiclavicular na criança! ● Definitivo→ drenagem em selo d’água ○ 5º EIC anterior a LAM ● Descompressão torácica (digital ou com agulha) no quinto ICS na linha axilar média ● Intubação, ventilação, oxigenação ● Drenou e não melhorou? Lesão de grande via aérea!→ borbulhamento intenso, não reexpansão ○ Diagnóstico→ broncoscopia ○ Conduta imediata→ IOT seletiva; 2º dreno ○ Conduta definitiva→ toracotomia 18
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