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ESTADO DO MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA CURSO DE AGRONOMIA Estudo Morfo-anatômico de Helianthus annuus L., Girassol Discentes: Fernando Oliveira Guilherme Navarro Maria Pereira Mayer Steven Wanessa Souza Docente: Prof. Dr. Rogério Añez Tangará da Serra – MT Janeiro/2018 1 – INTRODUÇÃO O girassol (Helianthus annuus L.) é uma dicotiledônea anual da família Asteraceae, é de origem norte americana, cultivada pelos povos indígenas para alimentação e foram domesticadas por volta do ano 1000 a.C.. Por ser uma oleaginosa contém grandes características agronômicas devido sua grande resistência à seca, calor e baixas temperaturas. Essa resistência se dá por conta da capacidade de extrair até uma profundidade máxima de 2 metros aproximadamente 92% da água disponível da camada de solo (BREMNER; RESTON; STGROTH, 1986). A água extraída pelas raízes é aproveitada com baixa eficiência, visto que, sendo que para cada litro de água consumido produz menos de 2 gramas de matéria seca. No entanto, em condições de déficit hídrico, esta eficiência aumenta em torno de 20% a 50% (EMBRAPA CNPSO, 2000). Por conta do seu rápido desenvolvimento (necessitando de pouca água, mas de locais ensolarados), é muito utilizada para adubação verde, é eficiente na reciclagem e fixação de nutrientes e por ser um agente protetor de solos, age contra a erosão e infestação de espécies invasoras. Podem atingir alturas que variam de 2 a 3 metros, porém existem também espécies anãs de 40 centímetros de altura. Suas folhas são ovais, opostas, pecioladas, com nervuras visíveis e ásperas. Possui grandes inflorescências do tipo capítulo - com aproximadamente 30 cm de diâmetro - cujo caule são grossos, robusto, de coloração esverdeada e apresenta filotaxia do tipo oposta cruzada. As flores são hermafroditas (possuem órgãos masculinos e femininos) e são polinizadas por abelhas. São bonitas e grandiosas, e seu nome científico "Helianthus" que significa "flor do sol", traduz perfeitamente a imponência e porte majestoso desta planta. A planta possui particularidades de ser Heliotrópica, ou seja, ela gira o caule sempre se posicionando de frente para o sol. O heliotropismo faz do girassol um potente acumulador de energia solar (eletromagnética). Quanto à sua utilização, do seu fruto é extraído o óleo de girassol que é comestível. A produção mundial ultrapassa 20 milhões de toneladas anuais de grão. A semente também é usada na alimentação de pássaros em cativeiro além de ser uma das mais utilizadas na alimentação viva. Ademais, a semente torrada é substituta do cacau e café. No Brasil, tem sido usada na produção de biodiesel além de ser uma boa alternativa para alimentação de gado, em substituição a outros grãos. A sua flor é comercializada como flor de corte. Existem dois grupos de variedades importantes: uniflor com haste única e uma flor terminal; multiflor com flores menores que com ramos desde a base que são mais utilizadas na confecção de bouquet. No que se refere à uso medicinal, folhas e sementes torradas podem ser utilizadas em saladas, molhos e patês para combater enxaqueca, febre de origem malárica ou pulmonar, doenças do estômago e resfriado. A tintura das folhas combate febre, malária, resfriado, estomatite e hematúria. A tintura das sementes pode servir de uso externo em chagas, contusões e/ou feridas. As sementes torradas e moídas ao substituir o lugar do café é calmante, cura enxaquecas e dores de cabeça. As sementes e folhas amassadas podem ser utilizadas em compressas para tratar contusões, esfoladuras e feridas e também para acelerar a cicatrização. O óleo extraído da planta controla o colesterol, abaixa a pressão arterial, previne a arteriosclerose, auxilia na redução de peso e mantém pele e cabelos saudáveis, servindo como base para produtos cosméticos. 2. OBJETIVO GERAL Observar e descrever a morfologia e anatomia da germinação da cultura do girassol, tendo em vista ampliar os conhecimentos na área agronômica por meio deste experimento. Objetivo específico Descrever a morfologia da germinação da semente do girassol. Analisar a anatomia da raiz, caule e folha. Observar as mudanças ocorridas no decorrer da germinação e crescimento do girassol. MATERIAL E MÉTODOS Materiais Utilizados Bandeja de plástico Lâmina de barbear Papel germiteste Seringas com agulha tipo insulina 2 pratinhos de isopor Pincel pequeno Algodão Vidros de penicilina Papel milimetrado Microscópio 70 sementes Corante Safrablau Câmera fotográfica Pipeta Lamínulas Placa de petri Inicialmente foi comprado 1kg de sementes em uma loja de agropecuária para assim dar início ao experimento. A execução do experimento teve início no dia 06/10/2017. Inicialmente, na bandeja de plástico, foi colocado o papel germiteste com 50 sementes que em seguida foram molhadas. No processo de embebição foram utilizadas 20 sementes, medidas com auxílio do papel milimetrado, elas foram separadas em dois grupos de 10 onde cada grupo foi colocado em pratinhos de isopor diferentes forrados com algodão já molhado. As sementes desses pratinhos foram medidas, molhadas e fotografadas diariamente até que fosse observado a protrusão da radícula. Figura 1. Imagens dos processos citados acima. O estudo anatômico da raiz, caule e folha do girassol foi feito com material fresco ou fixado em álcool 70%. Os cortes foram feitos em secções transversais à mão livre utilizando lâminas de barbear e isopor como suporte. Em seguida, todo o material foi descolorido em solução de hipoclorito de sódio (NaClO) por mais ou menos 10 minutos. Para que fossem coloridas, os cortes foram lavados com água por três vezes seguidas e submetidas à coloração de Safrablau durante 10 minutos. Subsequentemente, foi feito a preparação das laminas para a análise no microscópio óptico. RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de embebição da semente de girassol analisado durou 3 dias até a emissão da radícula, tendo na sequência das tabelas 1, 2, 3 e 4 demonstrado seus resultados em altura, largura e espessura, nas quais foram apresentadas as médias das mesmas. Tabela 1 – Fase da Embebição. Dia zero – implantação do experimento. Nº da Semente Altura Largura Espessura 1 1,1 0,5 0,3 cm 2 1,2 0,5 0,4 cm 3 1,3 0,6 0,4 cm 4 1,3 0,6 0,5 cm 5 1,4 0,6 0,3 cm 6 1,2 0,7 0,4 cm 7 1,2 0,7 0,4 cm 8 1,2 0,7 0,4 cm 9 1,2 0,6 0,5 cm 10 1,3 0,6 0,4 cm MÉDIA TOTAL 1,24 0,61 0,4 cm Após a implantação do experimento na fase de embebição, pode-se observar um pequeno aumento na altura e largura, já na espessura tem-se um resultado mais relevante, em quase todas as sementes cresceram 0,02 cm. Tabela 2 – Fase da Embebição. 1º Dia Nº da semente Altura Largura Espessura 1 1,3 0,6 0,5 cm 2 1,4 0,6 0,5 cm 3 1,3 0,7 0,6 cm 4 1,5 0,7 0,5 cm 5 1,2 0,7 0,5 cm 6 1,3 0,7 0,6 cm 7 1,3 0,7 0,5 cm 8 1,3 0,6 0,6 cm 9 1,2 0,7 0,6 cm 10 1,2 0,6 0,6 cm TOTAL 1,3 0,66 0,55 cm No 2° dia observa-se um aumento significativo nas três medições: altura, largura e espessura. Tabela 3 – Fase da Embebição. 2º Dia Nº da semente Altura Largura Espessura 1 1,6 0,7 0,6 cm 2 1,5 0,8 0,7 cm 3 1,4 0,7 0,6 cm 4 1,5 0,6 0,6 cm 5 1,3 0,8 0,7 cm 6 1,3 0,8 0,6 cm 7 1,6 0,8 0,7 cm 8 1,5 0,7 0,7 cm 9 1,3 0,6 0,6 cm 10 1,3 0,7 0,7 cm TOTAL 1,43 0,72 0,65 cm No 3° e último dia da observação, altura e largura aumentaram significativamente, se sobrepondo a espessura. Tabela 4 – Fase da Embebição. 3º Dia Nº da semente AlturaLargura Espessura 1 1,7 0,8 0,7 cm 2 1,6 0,8 0,6 cm 3 1,5 0,7 0,8 cm 4 1,6 0,9 0,9 cm 5 1,4 0,9 0,7 cm 6 1,4 0,8 0,5 cm 7 1,7 0,8 0,7 cm 8 1,6 0,8 0,7 cm 9 1.3 0,6 0,6 cm 10 1,4 0,8 0,5 cm TOTAL 1,52 0,79 0,67 cm Figura 2 – Relação entre altura, largura e espessura nos 3 dias de embebição. Observa-se que os dados mostrados na figura 2 indicam que altura e espessura, no decorrer dos quatro dias, apresentam resultados mais relevantes no que se refere à crescimento. Ao decorrer da germinação das sementes de girassol, analisando com uma visão morfológica, percebe-se que até sua conclusão ocorreram várias etapas, dentre elas temos: seleção da semente (imagem A), embebição (imagem B), protrusão da radícula (imagem C), perda do tegumento e protrusão do cotilédone (imagem D), emissão completa do cotilédone (imagem E), emissão do primeiro par de folhas (imagem F) e crescimento da plântula marcando o término da germinação (imagem G). Figura 3 – Etapas da germinação da semente de girassol. Figura 4 – Estruturas da plântula. A figura 4 apresenta as estruturas da plântula, na qual já pode-se observar dois pares de folhas primárias, demonstrando assim, formação completa da plântula. Figura 5 – Muda de girassol. Em seguida, nas figuras 6, 7 e 8, apresentam-se as imagens anatômicas da planta do girassol. Figura 6 - Anatomia foliar da planta do girassol. Imagem A: visão geral da nervura principal da folha. Imagem B: visão ampliada no feixe vascular e sistema fundamental da folha. (Ct: cutícula, Ep: epiderme, TT: tricoma tector, Pq: parênquima, SF: sistema fundamental, FV: feixe vascular, Ead: epiderme adaxial, Eab: epiderme abaxial, Ms: mesofilo, Pe: periciclo, Fl: floema, Xi: xilema.) Figura 7 – Anatomia do caule da planta do girassol. Imagem A: visão geral do caule. Imagem B: Visão ampliada da medula e feixes vasculares. Imagem C: visão ampliada da epiderme e do córtex. (Ep: epiderme, Me: medula, Fl: floema, Xi: xilema, Cx: córtex, FV: feixe vascular.) Figura 8 – Anatomia da raiz da planta do girassol. Imagem A: visão geral da raiz. Imagem B: visão ampliada do córtex e da epiderme. (Ep: epiderme, Fl: floema, Xi: xilema, Cx: córtex, Pq: parênquima.) CONCLUSÃO A análise dos dados e a interpretação dos resultados do presente experimento permitiram concluir que para o surgimento do primeiro par de folhas, o tempo necessário para germinação em condições de laboratório é de quatorze dias. As sementes estudadas obtiveram resultados variados devido suas características fisiológicas, idade, e período de dormência diferente, logo os resultados foram variados e para um bom desempenho no processo de germinação da Helianthus annuus é essencial umedecer as sementes duas vezes ao dia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GIRASSOL, 17 de agosto de 2005. Instituto Agronômico (IAC). Disponível em: < http://www.iac.sp.gov.br/cultivares/inicio/folders/Girassol/IACUruguai.htm > Acesso em 29 de dezembro de 2017. Girassol: a flor do sol. Jardim de Flores. Disponível em: < http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/a08girassol.htm > Acesso em 30 de dezembro de 2017. Girassol – Portal Embrapa. Embrapa Soja. Disponível em: < https://www.embrapa.br/soja/cultivos/girassol > Acesso em 30 de dezembro de 2017. Girassol – Plantas – InfoEscola. InfoEscola – Navegando e Aprendendo. Disponível: < https://www.infoescola.com/plantas/girassol/ > Acesso em 03 de janeiro de 2018. Girassol (Helianthus annuus). Tudo sobre Plantas. Disponível em < http://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=18095 > Acesso em 03 de janeiro de 2018. Girassol, Planta, Óleo, Uso. Portal São Francisco. Disponível em < http://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/girassol > Acesso em 03 de janeiro de 2018. Tudo sobre os Girassóis. 2014. Cultura Mix. Disponível em: < http://flores.culturamix.com/flores/tudo-sobre-os-girassois > Acesso em 06 de janeiro de 2018. Girassol - Wikipédia, a enciclopédia livre. Wikipédia. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Girassol > Acesso em 07 de janeiro de 2018. GIRASSOL. Dalmo Henrique de Campos Lasca. AgroByte. Disponível em: < http://www.agrobyte.com.br/girassol.htm > Acesso em 08 de janeiro de 2018.
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