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Faturização

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CONTRATO DE FACTORING
Direito Empresarial II
Professora: Ana Paula Tavares Mass
Aline Cristiane Alves de França, 8ºA 
Amanda Ribas Gelinski, 8ºA
Isabela Canteri do Amaral, 8ºA
Márcia Andréia Belasque, 8ºA
Rosemari Rocha Padilha, 8ºA
RESUMO: 
	
A presente pesquisa será realizada através da abordagem de bibliografias atinentes ao tema, visando esclarecer a especificidade do contrato de factoring, alguns doutrinadores o classificam como bancários impróprios, também chamado de fomento comercial. Para tanto será realizado um breve apanhado sobre o que se refere um contrato de factoring, as especificidades do contrato, bem como os benefícios da utilização do contrato.
Palavras-chave: Factoring. Fomento Comercial. Bancários impróprios. 
1 INTRODUÇÃO 
As origens dos contratos de Factoring teve sua origem, na Europa, por volta dos séculos XIV e XV. O factor, consiste em um agente que vende sua mercadoria, normalmente títulos de crédito, a terceiro, com o pagamento de um valor, uma comissão. Tratava-se de representantes dos exportadores, aqueles, conhecendo bem as colônias novas, administravam os créditos e prestavam contas aos proprietários destas. Com o decorrer do tempo, esses administradores começaram a adquirir esses créditos, antecipando o pagamento aos proprietários das mercadorias e então sub-rogando-se no papel de credor, efetuando a cobrança dos devedores das datas pré estipuladas.
Atualmente, além da prática bem recorrente nos Estados Unidos, o Factoring é utilizado também na Inglaterra, Suécia, Noruega, holanda, Espanha, Itália, França e Bélgica. Entre os países da América Latina, além do Brasil, também é utilizado pelo México, Colômbia, Peru e Equador (SINFAC/RJ, 2017).
2 DESENVOLVIMENTO 
Gonçalves traz um conceito concernente ao contrato de factoring, “Trata-se de espécie de contrato em que um empresário cede a outro, total ou parcialmente, os seus créditos provenientes de vendas a prazo, recebendo deste os valores respectivos, mediante o pagamento de uma remuneração” (GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios, 2012, p. 226).
Ainda Segundo Orlando Gomes, a faturização é um "contrato por via do qual uma das partes (o faturizado) cede a terceiro (o faturizador ou factor) créditos provenientes de vendas mercantis, assumindo o cessionário o risco de não recebê-los contra o pagamento de determinada comissão a que o cedente se obriga” (GOMES, Orlando, 2008, p.580.)
O factoring, conforme os conceitos trazidos por Gonçalves e Gomes, essa modalidade de contrato, em sua essência, se identifica com a cessão onerosa de créditos, visto que há, certamente, a venda do faturamento de uma empresa para outra. Comparando o instituto com o desconto bancário, têm-se que os fundamentos são os mesmos para ambos: a cessão de créditos e o recebimento dos valores neles expressos, diminuída de uma comissão – mais no caso do factoring por envolver risco para o faturizador, qual seja, o da insolvência do devedor original. Assim, a diferença está no fato que de que com a realização do contrato de factoring a empresa faturizadora assume os riscos e passa a ter o direito de regresso caso seja culpa do faturizado a inadimplência no factoring. 	Gomes defende a ideia de que se trata de um contrato bancário atipico que reúne características da cessão de crédito, do mandato e da locação de serviços, distinguindo-se do desconto bancário, porque este é uma cessão de crédito sem direito de regresso contra o cedente (GOMES, 2008).
Segundo o entendimento de Fábio Ulhoa Coelho, o contrato de factoring trata-se de um contrato bancário improprio, assim como o arrendamento mercantil e de cartão de crédito, visto que vários doutrinadores divergem quanto a natureza bancária desses contratos. Debate-se também o fato que de quando realizado um contrato de factoring entre as empresas não se vislumbra a figura de uma instituição bancária na relação, questionando então quando a necessidade ou não de haver uma instituição financeira autorizada a funcionar (COELHO, 2017).
As partes do contrato são chamadas de faturizados: que são os proprietários iniciais do crédito, ou seja, seriam os cedentes, e faturizador: que são aqueles que “compram” o crédito, e desta forma adquirem o direito de cobrá-los do comprador (pessoa que fez a compra a prazo do faturizado). 
Negrão também traz um conceito quanto a denominação das partes do contrato: devedor, para o comprador ou utilizador de serviço, objeto da relação subjacente que dá origem ao saque ou emissão do crédito cedido no contrato de faturização; (b) faturizado, para o vendedor ou prestador de serviços na relação subjacente; (c) factor, faturizador ou empresa de fomento para a empresa especializada que adquire o crédito do faturizado e lhe presta os serviços administrativos especializados (NEGRÃO, 2014). 
Essa modalidade de contrato ganhou o mercado comercial visto que os comerciantes passaram a sentir necessidade de abranger cada vez mais clientes, e também objetivavam garantir a clientela com menor poder aquisitivo, de forma que passaram a aceitar fornecer suas mercadorias a prazo. 
Ocorre que, apesar do interesse em garantir esses novos clientes, a empresa não visualizava vantagens em ter que esperar o vencimento dos créditos para que pudesse receber. A empresa necessitava de dinheiro para manter suas atividades, outro obstáculo era que para controlar esses créditos a empresa deveria contar com uma organização maior e também com um setor responsável pela cobrança dos créditos. Por isso viu-se no contrato de factoring um meio interessante de coletar mais clientes, na medida em que cedendo o crédito o empresário deixa a relação jurídica, além de receber o valor antecipado, ele deixa de se responsabilizar pela procura e cobrança do cliente, com a realização do contrato o faturizador assume o risco de que pode ocorrer o inadimplemento por parte do devedor do crédito adquirido. É sabido que esse risco tem um custo, a empresa que recebe o valor antecipado e “vende” seu crédito para o faturizador deverá prestar uma comissão ou remuneração (GONÇALVES, 2012).
	A definição legal do factoring esta: Lei nº 9.249/1995, Art. 15, § 1º, inciso III, alínea d: " prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring)" (LEI 9249/95).
	Por essa definição legal, a empresa de faturização (factoring) tem três objetivos:
1. dar assessoria (de crédito e mercadológica);
2. administrar (créditos e riscos e a carteira de contas a pagar e a receber); e
3. Comprar direitos de crédito derivados de vendas ou de prestação de serviços.
	O contrato de factoring tem como objetivo principal o descrito no item 3 supra, contudo, os itens 1 e 2 traduzem características que se traduzem pela expressão inglesa trustee, ou seja, "gestão financeira de negócios, por intermédio do acompanhamento das contas a receber, das contas a pagar e da cobrança de títulos de crédito" (GOMES, Orlando, 2008, p.580).
	Existem duas modalidades de contrato de factoring, sendo elas, Conventional Factoring e Maturity factoring. Na primeira o contrato consiste em que a empresa antecipa os valores que seriam recebidos pela cedente. Se assemelhada muito ao contrato de desconto bancário, visto que em ambos, há uma transferência de um título, de um crédito e em troca desse recebimento antes do prazo estipulado pelo cliente paga-se ao faturizador uma comissão. A diferença entre empresa de factoring e o banco é que no banco o cedente poderá ser acionado, já que o banco não garante o crédito, enquanto no factoring não existe esse direito, podendo a depender do caso ter direito de regresso, a faturizadora garante o recebimento, antecipando o valor ao faturizado, deste modo o faturizado não responde pelo crédito em caso de inadimplemento da obrigação(GONÇALVES, 2012). 
	No que se refere a modalidade supramencionadanão há discussão referente a sua natureza bancária, representando operação de intermédio creditícia abrangida pelo art. 17 da Lei de Reforma Bancária. Ocorre que, no que diz respeito a modalidade Maturity Factoring, há divergências, visto que nessa o faturizador adquire o crédito, assumindo o risco do contrato, porém o pagamento pelo título, pelo crédito, se dá somente na data de vencimento deste, em razão dessa diferença no financiamento do crédito é que se diverge em relação a sua natureza bancária, porém Newton De Lucca citado por Coelho, afirma que se a faturizadora assumiu os riscos no caso de haver inadimplemento das faturas adquiridas, objeto do contrato, a relação será sim de natureza bancária (LUCCA, Apud, COELHO, 2017, p. 431).
A ANFAC (Associação Nacional de Fomento Comercial) é a principal entidade representativa do setor do fomento comercial brasileiro. Foi fundada no Rio de Janeiro, em 1982, visando fortalecer o sistema de fomento comercial, bem como contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável do País. A ANFAC também realiza as funções de Corte de Arbitragem, no caso de existirem litígios entre empresas, zela pelo devido cumprimento das normas de regulamentação que são aplicáveis à atividade (ANFAC, 2017).	
	Sem dúvida, o maior desafio da história do factoring no Brasil foi a Circular nº 703, baixada pelo Banco Central em 16 de junho de 1982, em que praticamente proibia a realização da atividade no país. De 1982 a 1988, a ANFAC buscou a revogação de tal medida. E, em 1986, o Tribunal Federal de Recursos proferiu decisão encerrando o processo em que se discutia quanto a legalidade da Circular nº 703 do Banco Central, afirmando que o Banco Central não poderia interferir nas funções de registro comercial que estão sujeitas a regulamentação da Lei 4.726/65, salientando ainda que estas funções são de responsabilidade das Juntas Comerciais.
	Só, em 30.09.1988, a Diretoria do Banco Central, com edição da Circular nº 1359 revogou de direito a Circular nº 703 e mudou sua posição, enfatizando, porém, que a atividade de factoring não podia ser confundida com atividade de instituição financeira definida na Lei nº 4595/64 nem a ela se assimilar. A Circular nº 1359 é inequivocamente até este momento a maior conquista da ANFAC que veio beneficiar as empresas de fomento comercial, bem como todo o segmento (ANFAC, 2017).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	Diante da pesquisa realizada, pôde-se verificar que quando o comerciante realiza suas vendas a prazo, ele assume várias responsabilidades, como o controle das cobranças, dos inadimplementos, taxas de juros e ainda quando necessário cobranças judiciais. É obvio que o comerciante não está obrigado a abrir crédito aos seus clientes e vender a prazo, porém com a concorrência aumentando gradativamente fica difícil competir sem um rol de opções a disposição do cliente. 
	O contrato de faturização, conforme abordado no presente estudo, visa trazer facilidade para o comerciante, que oferece mais opções de pagamento aos seus clientes e pode garantir que estará em um patamar igualitário com seus concorrentes. A faturizadora através do contrato assume responsabilidades perante o faturizado, quais sejam, a) gerir os créditos, controlando os vencimentos, emitindo avisos de atraso e efetuando a cobrança do crédito; b) assumir o risco no caso de haver inadimplemento dos devedores do faturizado; c) garantia do pagamento das faturas que foram objetos do contrato.
	Portando há de se concordar que o contrato de factoring facilita sim o desenvolvimento socioeconômico do país, uma vez que traz benefícios tanto para o comerciante que fica possibilitado de concorrer em patamar de igualdade com os demais comerciantes, e, ainda atinge indiretamente os clientes, que nem sempre tem poder aquisitivo alto, e que devido à possibilidade de existir a faturização, podem realizar suas compras com mais opções de pagamento.
4 REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Títulos de crédito e contratos mercantis / Victor Eduardo Rios Gonçalves. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa / Fábio Ulhoa Coelho. - 29. ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.
GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro, Forense, 26. ed., 2008.
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial: títulos de crédito e contratos empresariais. 4 ed. São Paulo: saraiva. 2014.
Factoring, disponível em <http://www.anfac.com.br/v3/anfac-sobre.jsp> Acesso em 08.11.2017, às 15:40.
Lei 9249/95, disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9249.htm> Acesso em 09.11.2017 às 16:15
O que é Factoring, disponível em <http://sinfacrj.com.br/oque_e_factoring.php> Acesso em 09.11.2017 às 13h40min

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