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Factoring APRESENTAÇÃO O factoring teve seus primeiros registros no Império Romano, com o objetivo de desenvolver a economia local. De lá para cá, foi se desenvolvendo, até chegar ao modelo de empresa de fomento comercial utilizado nos dias de hoje. Mas, para isso, enfrentou resistência por parte do Banco Central, que não entendia a função exata de sua constituição. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender como surgiu essa modalidade, quais eram os objetivos iniciais para a sua constituição, quais são as partes que integram um factoring. Irá compreender como se constitui uma empresa de fomento mercantil e quais as legislações que regem este contrato – visto que ainda não há legislação específica no Brasil. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conceituar factoring.• Explicar como se constitui uma empresa de factoring.• Identificar, na legislação brasileira, as leis que regulam as empresas de factoring.• DESAFIO Um dos meios de pagamento utilizado pelas empresas é a duplicata, que é uma espécie de título de crédito. Mas, para que elas sejam cobradas, é necessário que tenha havido a respectiva prestação de serviços. Acompanhe o caso a seguir. Os pedidos foram julgados improcedentes. Pela sentença, seria impossível opor à empresa questões relativas à constituição do débito. A empresa Construção Certa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, sustentando, entre outros pontos, que a aquisição dos títulos ocorreu por endosso, e não por cessão de crédito, e que tal aceite desvincularia a empresa do negócio original. Você, na condição de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, e relator do presente caso, considerando o disposto sobre duplicatas no Código Civil, como se posicionaria sobre a empresa de fomento mercantil? INFOGRÁFICO Como toda a modalidade contratual existente no Direito Civil, a factoring também apresenta formas diferentes para a aquisição de ativos de empresas. Confira, no Infográfico a seguir, quais as modalidades utilizadas no Brasil. CONTEÚDO DO LIVRO O contrato de factoring é mais conhecido no Brasil, atualmente, como fomento mercantil. Embora seja muito utilizado no mercado, não possui regulamentação específica. Há duas partes integrantes dessa forma contratual: o faturizador, que é quem fornece os serviços; e o faturizado, que é a empresa que necessita de apoio creditício. Na obra Direito Empresarial III, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Factoring onde você irá entender como funciona essa relação e quais as peculiaridades da modalidade. Boa leitura. DIREITO EMPRESARIAL III Guérula Mello Viero Factoring Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conceituar factoring. Explicar como se constitui uma empresa de factoring. Identificar, na legislação brasileira, as leis que regulam as empresas de factoring. Introdução O contrato de factoring é mais conhecido no Brasil como fomento mercan- til. Embora seja muito utilizado no mercado, não possui regulamentação específica. Há duas partes integrantes dessa forma contratual: o faturizador, que é quem fornece os serviços, e o faturizado, que é a empresa que necessita de apoio creditício. Neste capítulo, você vai ler sobre o surgimento do factoring, em qual momento da história essa modalidade contratual passou a ser utilizada e quais são os objetivos para a sua constituição. Você vai compreender quem são as partes envolvidas, como ocorre a constituição de uma empresa de fomento mercantil e os requisitos necessários para abrir uma factoring. Ainda, entenderá quais as legislações incidem sobre essa forma de contrato. Nascimento do factoring Os primeiros indícios de factor foram registrados no Império Romano. Para representar na América os interesses de Londres, foi aproveitado no século XVIII, com o intuito de desenvolver a economia local, com foco na indústria têxtil e no comércio doméstico que estavam surgindo. Para isso, o factor consistia em um agente comercial, que se responsabilizava pela “[...] logística, recepção, guarda, armazenamento das matérias-primas e dos produtos” que chegavam de Londres (ANFAC, [2018], documento on-line). Inicialmente, o factor atendia a sua clientela com prestação e serviços de apoio e seleção, bem como fornecedores e compradores de produtos; contudo, passou a agregar mais uma incumbência: utilizava os seus próprios recursos para comprar os créditos oriundos das vendas realizadas àqueles compradores que havia previamente aprovado (ANFAC, [2018]). Com a conjunção dessas duas modalidades — prestação de serviços e seleção —, junto com o forneci- mento de liquidez, deu-se início ao factor nova-iorquino. Assim, a expressão factoring nasceu para representar o negócio desenvolvido pelo factor. A sua expansão ocorreu na Europa, na década de 1960. A prática ensejou amplo incremento de crédito nas relações comerciais e industriais, bem como fomentou a preocupação empresarial com a necessidade de administrar a concessão. Por essa modalidade de contrato, o empresário transfere para a empresa de factoring a função de (GONÇALVES, 2012): controlar os vencimentos dos títulos; acompanhar a flutuação das taxas de juros; adotar medidas assecuratórias de direito creditício; transferir o contato com os inadimplentes ou mesmo a cobrança judicial. O surgimento do factoring ocorreu para atingir os seguintes objetivos (SEBRAE, 2019): congregar todas as pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de fomento mercantil; difundir e valorizar o fomento mercantil como atividade geradora de riqueza; representar e defender os interesses do fomento mercantil, atuando, para esse fim, junto aos poderes públicos — federais, estaduais e municipais — e entidades do setor privado; estimular o desenvolvimento e aprimoramento tecnológico do fomento mercantil, buscando difundi-lo no segmento das pequenas e médias empresas, por meio de cursos e seminários; celebrar acordos e convênios de colaboração técnica ou de prestação de serviços com entidades públicas ou privadas; firmar alianças e parcerias de interesse; defender os interesses das empresas associadas; orientar e preservar o segmento do fomento mercantil dentro da legalidade. Factoring2 Os princípios doutrinários do factoring consolidaram-se com o estudo elaborado pelo Conselho do Institut International Pour L’Unification Du Droit Privé (Unidroit), composto por 33 membros de vários países, no biênio 1975–1977 para elaborar normas uniformes para essa modalidade contratual (ANFAC, 2018). Em dezembro de 1987, foi aprovado o relatório final, junto com a minuta de um contrato para transações internacionais de factoring, o qual foi objeto de assembleia em Ottawa, no Canadá, em maio de 1988. Com a assunção do patrocínio desse evento, a reunião ganhou caráter diplomático, tornando-se a Convenção Diplomática de Ottawa. O Brasil foi um dos países consultados sobre o interesse em participar da Convenção. Para isso, o Itamaraty organizou um grupo de trabalho, o qual incluía órgãos federais e a Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac). Após 14 anos de estudos, concluíram que a operação de factoring deve ter como características a continuidade e a conjunção de: prestação de serviços a pequenas e médias empresas do setor produtivo, como acompanhamento comercial e das contas a receber e a pagar, exame da situação creditícia da empresa compradora dos produtos, seleção e avaliação de fornece- dores, cobrança, etc.; suprimento de recursos, de forma que a empresa-cliente poderá ceder, no todo ou em parte, à empresa de factoring direitos (créditos) decorrentes de contratos de venda de seus produtos (venda mercantil), excluídas as transações de consumo; proteção contra a falta de pagamentos pelos devedores. Mesmo que o documento final dessa convenção tenhatratado apenas do comércio internacional, embasou elementos e considerações atinentes e compatíveis com a realidade do factoring doméstico (ANFAC, 2018). Conforme Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 682), o factoring também é conhecido como fomento mercantil e diz respeito a um contrato em que “[...] uma instituição financeira ou empresa especializada (no caso, a faturizadora) adquire créditos faturados por um comerciante ou industrial”; em troca, oferece serviços administrativos do movimento creditício com a assunção do risco de insolvência do consumidor ou comprador, abdicando do direito de regresso contra o cedente (faturizado), pelo qual recebe remuneração, comissão ou efetua a compra dos créditos a preço reduzido. Ou seja, o contrato de faturização tem como função econômica poupar o empresário das preocupações decorrentes da atividade, no que se refere à outorga de prazos e facilidades de pagamentos aos clientes. Por esse contrato, a insti- tuição financeira faturizadora fornece um serviço de administração do crédito, garantindo que as faturas emitidas pelo cedente sejam pagas (COELHO, 2012). 3Factoring Nesse sentido, o factoring trata-se de um contrato bilateral ou sinalag- mático, visto que gera obrigações para ambas as partes; é oneroso, uma vez que os contratantes obtêm proveito, o qual corresponde a um sacrifício; consensual, por se aperfeiçoar com a vontade de ambos os contratantes; e possui trato sucessivo, por ter sua execução prolongada no tempo. Ainda, é considerado um contrato atípico, por não possuir regulamentação em lei específica (GONÇALVES, 2012; PEREIRA, 2017). Já a extinção do factoring é ocasionada pelas causas comuns aos demais contratos e, ainda, em consequência de (GONÇALVES, 2012): vencimento do prazo previsto para a sua duração; distrato ou resilição bilateral; mudança de estado de um dos contratantes, por ser contrato intuitu personae; resilição unilateral, desde que precedida de aviso prévio; inadimplemento de obrigações contratuais; morte de uma das partes, se ela for comerciante individual. Constituição do factoring A faturização ocorre nas vendas realizadas a prazo, não se confundindo com a operação de desconto de título, uma vez que não há a responsabilidade regressiva contra o fornecedor. É uma modalidade contratual situada entre o desconto mercantil de título cambial e a cessão de crédito (GONÇALVES, 2012). O factor é o responsável por cobrar o título diretamente com o consumidor. Assim, ao faturizado, incumbe a existência do crédito, deixando a solvência do devedor para o factor, que assume o risco. No Brasil, o incremento do factoring ocorreu devido aos cheques pós-datados como título de crédito, que eram utilizados pelo comércio em substituição à duplicata. Grande parte do comércio fazia uso dessa prática para obter capital de giro, principalmente as pequenas e médias empresas, o que fomentava a circulação de mercadorias. Nesse sentido, ao faturizador, incumbem três funções (GONÇALVES, 2012): garantir os créditos, pois a empresa é obrigada a realizar o pagamento, inclusive na insolvência dos devedores; administrar os créditos da empresa faturizada, intervindo com os de- vedores duvidosos e providenciando a cobrança; Factoring4 financiar o faturizado, adiantando os recursos inerentes aos títulos, adquirindo os direitos creditícios do cedente por meio do endosso ou cessão de crédito civil. No que tange aos direitos do faturizador, este pode recursar, por completo ou parcialmente, os títulos apresentados pelo faturizado, se entender que o devedor não possui confiabilidade para o pagamento. Ainda, é garantido o direito de o faturizador receber as comissões devidas pelo faturizado, além de cobrar o terceiro devedor, inclusive na esfera jurídica, caso ocorra inadimplência. Por outro lado, o faturizado tem como obrigações pagar as comissões devidas ao faturizador e fornecer as informações necessárias a respeito dos créditos e dos devedores (GONÇALVES, 2012). Como abrir um factoring Desde 1988, as operações de factoring tiveram grande crescimento, atingindo um patamar de negociação pelas empresas de US$ 2,5 milhões. Já em 1996, esse valor chegou a US$ 11 bilhões. Atualmente, mostra-se como um mercado ainda mais promissor. No mundo todo, a estimativa é de que os negócios de factoring movimentem algo em torno de € 1,3 trilhão. Só no Brasil essa mo- vimentação atinge R$ 29,6 bilhões anual (LOPES, 2017a, documento on-line). No mundo todo, os negócios de factoring movimentam cerca de € 1,3 trilhão. Para saber mais sobre a distribuição do factoring pelo mundo, acesse o link a seguir. https://qrgo.page.link/EZU9Z Para abrir uma factoring, é necessário o empresário ter em mente que isso significa atender àqueles que necessitam de dinheiro imediatamente, uma vez que não podem aguardar o vencimento das duplicatas nas vendas a prazo. O intuito não é conceder empréstimos, pois trata-se da compra de títulos financeiros, trabalho realizado exclusivamente com pessoas jurídicas. Logo, o objetivo do factoring é comprar títulos de créditos ou de direitos de uma empresa, pelo qual 5Factoring cobra valores ajustados previamente em contrato, e sua remuneração consiste na diferença entre o valor da compra e do recebimento (LOPES, 2017b). As regras para a constituição de um factoring obedecem às mesmas estabele- cidas para as demais empresas comerciais, diferindo apenas no objeto social e na área de atuação. Por se tratar de uma atividade mercantil, e não financeira, não é necessária a autorização do Banco Central para abrir ou registrar uma empresa de factoring. Claro que, se houver uma denúncia sobre a empresa de fomento comercial estar desvirtuando da finalidade e realizando operações privativas de instituições financeiras, haverá fiscalização do Banco Central (ANFAC, [20--]). Para o capital social, é aconselhável dispor de um valor mínimo de R$ 100 mil para efeito do registro e arquivo do contrato social na Junta Comercial. No que tange ao regime tributário, as empresas de fomento comercial devem apurar seus resultados líquidos do exercício pelo Regime de Lucro Real, conforme dispõe a Lei nº. 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996). Ainda, é importante lembrar da incidência de impostos. Na esfera federal, devem ser pagos: Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Programa Integração Social (PIS); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Na esfera municipal, por se tratar de prestação de serviços, há o pagamento de Imposto sobre Serviços (ISS). Na esfera estadual, não há incidência de impostos (ANFAC, [20--]). O pagamento da contribuição sindical patronal também é obrigatório, visto sua regulamentação pelo art. 578 e subsequentes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1943). Quem recolhe esse pagamento é o sindicato da categoria: Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil — Factoring (Sinfac). Caso seja feito o pagamento em favor de outro sindicato, a empresa deverá fazer novo recolhimento. Em caso de atraso, incidirá multa, que pode chegar até 30% mais os juros moratórios (ANFAC, [20--]). Várias figuras contratuais estão presentes no contrato de fomento comercial e, por ter um objeto lícito, um agente capaz — de forma prescrita e não defesa em lei —, constitui-se um ato jurídico perfeito de acordo com o art. 425 do Código Civil. Integram essa relação (BRASIL, 2002): empresa contratante endossante — cliente; empresa contratada endossatária — empresa de fomento comercial; eventuais responsáveis solidários. Factoring6 Pelo contrato de fomento comercial, consolidam-se os pressupostos de existência de um negócio bilateral de uma transação mercantil de venda e compra à vista, o qual é celebrado entre duas empresas integrantes da cadeia produtiva, quais sejam: uma vendedora e uma compradora, respectivamente a contratantee a contratada, como estabelece o art. 481 do Código Civil (BRASIL, 2002). Assim, é nítida a relação de produção presente, tendo em vista a circulação e a geração de riqueza e bens, uma vez que se agregam, de ambas as partes, valores à economia (ANFAC, [2018]). A empresa de factoring é considerada uma sociedade mercantil, limitada ou anônima. Por isso, sua existência legal depende do arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial da localidade em que a empresa se encontrará, não necessitando da autorização do Banco Central para o seu funcionamento (CALADO, 2019). Regulamentação do factoring No Brasil, o factoring é considerado uma atividade recente, visto que surgiu efetivamente com a fundação da Associação Nacional de Factoring (Anfac), em 1982. Em um primeiro momento, as empresas dessa modalidade contratual encontraram grande resistência das instituições fi nanceiras, além dos órgãos públicos fi scalizadores, principalmente do Banco Central. Um dos principais motivos residia no fato de que não havia conhecimento aprofundado das pretensões da Anfac, o que ocasionava um entendimento errôneo de que o fomento mercantil era uma operação que visava invadir a área privativa das instituições financeiras. Devido a isso, o Banco Central chegou a emitir a Circular nº. 703, de 16 de junho de 1982, proibindo indiretamente as operações de factoring e caracterizando-as como atividade criminosa (BRASIL, 1982; LOPES, 2017a). Próximo à promulgação da Constituição Federal de 1988, o Banco Central publicou a Circular nº. 1.359, de 30 de setembro de 1988 (BRASIL, 1988), a qual estabelecia os parâmetros para as empresas de factoring e revogava a circular anterior. Tal documento liberava a atuação de empresas na área de fomento mercantil, contanto que as atividades praticadas não se confundis- sem com as atinentes às instituições financeiras privativas, autorizadas pelo Banco Central, como estabelece a Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964 (BRASIL, 1964; FALCÃO, 2001). No entanto, no que tange à legislação, não há no Brasil uma lei específica que regule as empresas de factoring. Contudo, o enquadramento legal encontra res- 7Factoring paldo no Código Civil (no que diz respeito às regras para a prestação de serviços), no Código Comercial (em que trata da compra de direitos comerciais regidos pela compra e venda mercantil) e em legislações relativas à cessão de crédito. No Código Civil de 2002, o art. 1.216 foi recepcionado do Código Civil de 1916, o qual dispõe: “Art. 1.216 O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio” (BRASIL, 2002, documento on-line). Ainda, o art. 1.065 do Código Civil de 2002 estabelece: “Art. 1.065 Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico” (BRASIL, 2002, documento on-line). Já o art. 1.078 do Código Civil de 2002 disciplina: Art. 1.078 A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do exercício social, com o objetivo de: I — tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; II — designar administradores, quando for o caso; III — tratar de qualquer outro assunto constante da ordem do dia. § 1º Até trinta dias antes da data marcada para a assembleia, os documentos referidos no inciso I deste artigo devem ser postos, por escrito, e com a prova do respectivo recebimento, à disposição dos sócios que não exerçam a administração. § 2º Instalada a assembleia, proceder-se-á à leitura dos documentos referidos no parágrafo antecedente, os quais serão submetidos, pelo presidente, a discussão e votação, nesta não podendo tomar parte os membros da administração e, se houver, os do conselho fiscal. § 3º A aprovação, sem reserva, do balanço patrimonial e do de resultado econô- mico, salvo erro, dolo ou simulação, exonera de responsabilidade os membros da administração e, se houver, os do conselho fiscal. § 4º Extingue-se em dois anos o direito de anular a aprovação a que se refere o parágrafo antecedente (BRASIL, 2002, documento on-line). Com relação à regência do Código Comercial, dois artigos foram par- cialmente recepcionados pelo Código Civil de 2002. O art. 191 do Código Comercial de 1850, que trata sobre o contrato de compra e venda mercantil, reformulou, em parte, o antigo art. 127: Art. 191 O contrato de compra e venda mercantil é perfeito e acabado logo que o comprador e o vendedor se acordam na coisa, no preço e nas condições; e desde esse momento nenhuma das partes pode arrepender-se sem consen- timento da outra, ainda que a coisa se não ache entregue nem o preço pago. Fica entendido que nas vendas condicionais não se reputa o contrato perfeito senão depois de verificada a condição (BRASIL, 2002, documento on-line). Factoring8 O art. 220 do Código Comercial de 1850, que também foi parcialmente recepcionado, refere que: “Art. 220 A rescisão por lesão não tem lugar nas compras e vendas celebradas entre pessoas todas comerciantes; salvo provando- -se erro, fraude ou simulação” (BRASIL, 2002, documento on-line). Quanto às leis que podem ser aplicadas às empresas de factoring, temos: Lei nº. 5.474, de 13 de julho de 1968, que dispõe sobre as duplicatas; Lei nº. 8.981, de 20 de janeiro de 1995, que altera a legislação tributária federal; Lei nº. 9.249, de 26 de dezembro de 1995, que altera a legislação do IRPJ e do CSLL; Lei nº. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que dispõe sobe a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social e o processo administrativo de consulta; Resolução do Conselho Monetário nº. 2.144, de 22 de fevereiro de 1995. A Anfac é a principal entidade representativa do setor de factoring no Brasil. Fundada em 1982, no Rio de Janeiro, é responsável por fortalecer o sistema brasileiro de fomento comercial. Em 1995, a Anfac encaminhou um projeto de lei, por meio do Congresso Nacional, com o intuito de criar uma legislação específica para as empresas que desenvolvem atividades de factoring. O Projeto de Lei nº. 235/1995 encontra-se em tramitação no Congresso (ANFAC, 2014; LOPES, 2017a). Ainda, os arts. 286 e seguintes do Código Civil, sobre regras de cessão de crédito, são aplicáveis às empresas de fomento mercantil (BRASIL, 2002). A Lei Complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006, que dispõe sobre o Simples Nacional, trouxe um conceito para as operações de factoring, em seu art. 17, I: Art. 17 Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou empresa de pequeno porte: I — que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management) ou compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços ( factoring) ou que execute operações de empréstimo, 9Factoring de financiamento e de desconto de títulos de crédito, exclusivamente com recursos próprios, tendo como contrapartes microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, inclusive sob a forma de empresa simples de crédito [...] (BRASIL, 2006, documento on-line, grifo nosso). Caso haja a realização dessas operações sem a prévia autorização do Banco Central ou situações em que as empresas possuam apenas a roupagem de fac- toring, com o intuito de extorsão, haverá o enquadramento como contravenção, em que incidirão as penalidades e sanções previstas em lei. Nesse sentido, incide o entendimento de que qualquer pessoa física ou jurídica que realize operações privativas àquelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central estásujeita ao processo administrativo e penal (FALCÃO, 2001). ANFAC. Associação de factoring: sobre. 2014. Disponível em: http://www.anfac.com.br/ v3/anfac-sobre.jsp. Acesso em: 4 dez. 2019. ANFAC. O que é factoring? [2018]. Disponível em: http://www.anfac.com.br/v3/facto- ring_fomento_comercial.jsp. Acesso em: 4 dez. 2019. ANFAC. Perguntas frequentes sobre o factoring. [20--]. Disponível em: http://www.anfac. com.br/v3/factoring-perguntas-frequentes.jsp. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Banco Central do Brasil. Circular no. 703, de 16 de junho de 1982. Dispõe sobre as operações conhecidas por "factoring", "compra de faturamento" ou denominações semelhantes - em que, em geral, ocorrem aquisição, administração e garantia de liquidez dos direitos creditórios de pessoas jurídicas, decorrentes de faturamento da venda de seus bens e serviços. Diário Oficial da União, 18 jun. 1982. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Circular&num ero=703. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Banco Central do Brasil. Circular nº. 1.359, de 30 de setembro de 1988. Diário Oficial da União, 2 out. 1988. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinan- ceira/exibenormativo?tipo=Circular&numero=1359. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Decreto-Lei nº. 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 maio 1943. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Lei Complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nº. 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº. 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº. 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº. 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga Factoring10 as Leis nº. 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e nº. 9.841, de 5 de outubro de 1999. Diário Oficial da União, 15 dez. 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/LCP/Lcp123.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Dispõe sobre a Política e as Insti- tuições Monetárias, Bancárias e Creditícias, cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. Diário Oficial da União, 31 dez. 1964. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4595.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências. Diário Oficial da União, 30 dez. 1996. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/ l10406.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. CALADO, L. As empresas de fomento mercantil (factoring) e a legislação vigente no Brasil. JusBrasil, 2019. Disponível em: https://leandrocalado.jusbrasil.com.br/arti- gos/667180707/as-empresas-de-fomento-mercantil-factoring-e-a-legislacao-vigente- -no-brasil. Acesso em: 4 dez. 2019. COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial: Direito de Empresa. 24. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. FALCÃO, G. J. Legislação que regula as empresas de fomento mercantil (“factoring”) no Brasil. Brasília: Câmara dos Deputados, Consultoria Legislativa, 2001. Estudo. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/estnottec/ pdf/111802.pdf. Acesso em: 4 dez. 2019. GONÇALVES, C. R. Direito Civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. 9. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. LOPES, J. O que é e como abrir uma factoring? Blog Tributus Contabilidade, 2017b. Disponível em: https://tributus.cnt.br/blog/empreendedorismo/o-que-e-e-como- -abrir-uma-factoring/. Acesso em: 4 dez. 2019. LOPES, J. Saiba como funciona a legislação que regula as empresas de factoring. Blog Tributus Contabilidade, 2017a. Disponível em: https://tributus.cnt.br/blog/factoring/ saiba-como-funciona-a-legislacao-que-regula-as-empresas-de-factoring/. Acesso em: 4 dez. 2019. PEREIRA, C. M. S. Instituições de direito civil: contratos. 21. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2017. v. 3. SEBRAE. Entenda o que é factoring. 2019. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/ sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/entenda-o-que-e-factoring,7b1a5415e64 33410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 4 dez. 2019. 11Factoring Leituras recomendadas BRASIL. Banco Central do Brasil. Resolução nº. 2.144, de 22 de fevereiro de 1995. Escla- rece sobre operações de “factoring” e operações privativas de instituições financeiras. Diário Oficial da União, 23 fev. 1995. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabi- lidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Resolu%C3%A7%C3%A3o&numero=2144. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 5.474, de 18 de julho de 1968. Dispõe sôbre as Duplicatas, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 19 jul. 1968. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/L5474.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Altera a legislação tributária Federal e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 jan. 1995. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 27 dez. 1995. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9249.htm. Acesso em: 4 dez. 2019. GOMES, O. Contratos. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1983. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Factoring12 DICA DO PROFESSOR Alguns autores defendem que não deve ser permitido o direito de regresso nas operações de factoring, pois isso faria com que o contrato de fomento mercantil adentrasse nas atividades privativas das instituições financeiras. No entanto, há entendimento consolidado dos tribunais superiores sobre a possibilidade do direito de regresso nessa modalidade contratual. Quer entender os motivos para que isso ocorra? Acompanhe a Dica do Professor a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O factoring teve seu início no Império Romano, com sua expansão por volta da década de 1960, na Europa. Qual o resultado dessa expansão? A) Fomento da preocupação empresarial com a concessão do contrato. B) Amplo incremento de crédito nas relações comerciais e industriais. C) Ampla preocupação empresarial com a flutuação de taxas de juros. D) Incremento da função de controlar os vencimentos de títulos. E) Fomento nas cobranças judiciais dos inadimplentes. O surgimento do factoring decorreu da necessidade de atingir objetivos que fomentassem as relações comerciais e industriais. Sendo assim, analise as afirmativas 2) a seguir. I - Firmar alianças e parcerias de interesse. II - Congregar todas as pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de fomento mercantil. III - Difundir e valorizar o fomento mercantil como atividade de sobrevivência.• IV - Defender os interesses das empresas associadas. Agora, assinale a opção que apresenta as afirmativas corretas. A) As afirmativas I e II estão corretas. B) As afirmativas I, II e III estão corretas. C) As afirmativas III e IV estão corretas.D) As afirmativas I, II e IV estão corretas. E) As afirmativas II, III e IV estão corretas. 3) O factoring é uma modalidade contratual, regida pelo Código Civil, pelo Código Comercial e por legislações inerentes à cessão de crédito. Assim, como ocorre o factoring? A) Uma instituição financeira, ou empresa especializada, adquire créditos faturados por um comerciante ou industrial. Em troca, oferece serviços administrativos do movimento creditício, com a assunção do risco de insolvência do consumidor ou comprador, abdicando do direito de regresso contra o cedente, pelo qual recebe remuneração, comissão ou efetua a compra dos créditos a preço reduzido. B) Uma instituição financeira, ou empresa especializada, vende créditos faturados por um comerciante ou industrial. Em troca, oferece serviços administrativos do movimento creditício, com a assunção do risco de insolvência do consumidor ou comprador, abdicando do direito de regresso contra o cedente, pelo qual recebe remuneração, comissão ou efetua a compra dos créditos a preço reduzido. C) Uma empresa especializada adquire créditos faturados por um comerciante ou industrial. Em troca, recebe serviços administrativos do movimento creditício, com a assunção do risco de insolvência do consumidor ou comprador, abdicando do direito de regresso contra o cedente, pelo qual recebe remuneração, comissão ou efetua a compra dos créditos a preço reduzido. D) Uma instituição financeira, ou empresa especializada, vende créditos faturados por um comerciante ou industrial. Em troca, oferece serviços de comprador, abdicando do direito de regresso contra o cedente, pelo qual recebe remuneração, comissão ou efetua a compra dos créditos a preço reduzido. E) Uma instituição financeira, ou empresa especializada, vende créditos faturados por um comerciante, ou industrial. Garante-se a insolvência do consumidor ou comprador, abdicando do direito de regresso contra o cedente, pelo qual recebe remuneração, comissão ou efetua a compra dos créditos a preço reduzido. O factoring é uma modalidade contratual situada entre o desconto mercantil de título cambial e a cessão de crédito. Assim, ao faturizado incumbe a existência do crédito, deixando a solvência do devedor para o factor, que assume o risco. Contudo, o faturizador possui algumas funções. Analise as afirmativas a seguir. Em seguida, assinale V (verdadeiro) para as opções que caracterizam funções do faturizador e, F (falso) para as que não caracterizam. I - ( ) Garantir os créditos, pois a empresa é obrigada a realizar o pagamento, inclusive na insolvência dos devedores. II - ( ) Administrar os créditos da empresa faturizada, sem intervir com os devedores duvidosos e providenciando a cobrança. 4) III - ( ) Financiar o faturizado, adiantando os recursos inerentes aos títulos, adquirindo os direitos creditícios do cedente por meio do endosso ou cessão de crédito civil. IV - ( ) Administrar os créditos da empresa faturizada, intervindo com os devedores duvidosos e providenciando a cobrança. Agora, assinale a opção que apresenta a sequência correta. A) V, V, F, F. B) V, F, V, F. C) F, V, V, F. D) F, V, F, V. E) V, F, V, V. 5) No Brasil ainda não há regulamentação para as empresas de fomento mercantil. No entanto, algumas normas auxiliam a disciplinar essa modalidade contratual. E, uma, em especial, foi a primeira a tratar da conceituação de factoring. Qual é esta norma? A) O Código Civil de 2002, ao recepcionar o Código Comercial. B) O Código Comercial, que traz, em seu rol de artigos e orientações, a definição para factoring. C) A Lei Complementar n. 123/06, que trata sobre as microempresas e empresas de pequeno porte. D) A Resolução do Conselho Monetário n. 2.144, de 22 de fevereiro de 1995. E) A Lei n. 5.474, de 13 de julho de 1968, que dispõe sobre as duplicatas. NA PRÁTICA A crise econômica enfrentada pelo Brasil, nos últimos anos, tem prejudicado a permanência de empresas no mercado. Em vista disso, muitas instituições acabam por pedir falência ou entrar em recuperação judicial. Mas, no que diz respeito ao factoring, pode uma empresa em recuperação judicial celebrar contratos com uma instituição de fomento mercantil? Acompanhe como isso ocorre Na Prática. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Das diversas modalidades de factoring A atividade de factoring se apresenta em diversas modalidades contratuais. Entenda cada uma destas fomas no artigo de Wieland Puntigam Travnik. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CDC e o contrato de factoring O CDC e os contratos de factoring possuem alguma relação, por ser uma modalidade contratual? Saiba qual o posicionamento sobre o tema no artigo a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A importância do factoring para empresas em recuperação judicial O factoring pode auxiliar na recuperação judicial das empresas. Abdiel Nascimento Ciprian explica esse tema no artigo a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Factoring O Procurador do Banco Central do Brasil, Afranio Carlos Moreira Thomaz, traz um amplo estudo sobre o fomento mercantil em seu artigo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Aspectos do contrato de factoring na jurisprudência do STJ O Superior Tribunal de Justiça possui uma vasta jurisprudência acerca dos contratos de factoring. O Juiz Fábio Costa Soares faz um excelente estudo sobre o tema, em seu artigo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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