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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO E PENAS DE MULTA PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 1- Conceito: As penas restritivas de direitos, juntamente com a de multa, constituem as chamadas penas alternativas, que têm por finalidade evitar a colocação do condenado na prisão, substituindo -a por certas restrições (perda de bens, limitação de fim de semana, interdição de direitos) ou obrigações (prestação pecuniária, prestação de serviços à comunidade). 2- Espécies de Penas restritivas de direitos Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - vetado. IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de direitos; VI - limitação de fim de semana. São três as principais características das penas restritivas de direitos: a) Autonomia: Este aspecto tem por finalidade esclarecer que não se trata de pena acessória, que possa ser cumulada com a pena privativa de liberdade. Art. 44-CP. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: 3-Características das penas restritivas de direito b)Substitutividade: O juiz deve, inicialmente, aplicar o montante da pena privativa de liberdade e, em seguida, substituí-la por pena restritiva de direitos, desde que preenchidos os requisitos legais. Art. 44-CP. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: Ex.: Furto qualificado: § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: No caso concreto, o juiz pode aplicar pena de 2 anos de reclusão, e multa, ao acusado primário e, em seguida, substituir a pena de 2 anos por restritiva de direitos. Importante: o condenado deverá arcar com a pena de multa imposta na sentença, porque a pena restritiva substitui somente a pena privativa de liberdade. Obs.: as penas restritivas não estão previstas na Parte Especial do Código — ao contrário das penas privativas de liberdade e da multa. Por isso, não podem ser aplicadas diretamente pelo juiz. Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade [...] 3-Características das penas restritivas de direito c) Precariedade. As penas restritivas podem ser reconvertidas em privativa de liberdade no juízo das execuções caso o sentenciado cometa alguma das transgressões previstas em lei. 3-Características das penas restritivas de direito Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 4- Requisitos para a substituição pelas penas restritivas de direito Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: II – o réu não for reincidente em crime doloso; • Excepcionalmente, o art. 44, § 3º, do Código admite a concessão desde que se verifique a presença de dois requisitos: Art. 44, § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime, 1) que a medida seja recomendável no caso concreto em face da condenação anterior; 2) que a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo tipo de delito (reincidência específica) Importante: Este dispositivo, todavia, refere -se apenas a quem não é reincidente em crime doloso, em razão do inciso II, do art. 44. 5- Regras para a substituição É na sentença condenatória que o juiz deve verificar a possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, de acordo com os requisitos. Art. 44, § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. a) pena igual ou inferior a 1 ano, substituição por multa ou por uma pena restritiva de direitos; b) pena superior a 1 ano, substituição por duas penas restritivas de direitos, ou por uma pena restritiva e outra de multa. 6- Duração das penas restritivas de direito Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46. As penas restritivas têm a mesma duração da pena privativa de liberdade aplicada na sentença. Ex.: Se o réu tiver sido condenado a 2 anos de reclusão, o juiz poderá substituí-la exatamente por 2 anos de prestação de serviços à comunidade. Obs.: Certas penas restritivas, como as que se referem à perda de bens (art. 43, II) ou prestação pecuniária (art. 43, I), não guardam relação de tempo com a pena originária, de modo que, uma vez cumpridas, devem ser declaradas extintas. Obs.: a pena de prestação de serviços à comunidade pode ser cumprida mais rapidamente — caso o condenado se disponha a uma carga horária maior durante a execução (art. 46, § 4º). 7- Conversão em pena privativa de liberdade • O CP e a LEP preveem hipóteses em que a pena restritiva de direitos será revogada, sendo novamente convertida em privativa de liberdade: a) Descumprimento injustificado da restrição imposta: Esta regra encontra -se no art. 44, § 4º, do Código Penal, mas é mais bem detalhada no art. 181 da Lei de Execuções Penais. Art. 44, § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. [...] Obs.: Trata -se de incidente da execução que deve ser decidido pelo juiz, que, previamente, dará oportunidade de defesa ao condenado para que justifique o descumprimento. Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave; e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo. b) Superveniência de condenação a pena privativa de liberdade por outro crime: Art. 44-CP.§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. O juiz da execução só deve determinar a conversão se a nova pena tornar inviável o cumprimento da pena restritiva de direitos anteriormente imposta. É que a razão da revogação da pena restritiva é a impossibilidade de seu cumprimento por parte do condenado que esteja preso. Obs.: se o acusado havia sido condenado a uma pena de prestação pecuniária, a condenação posterior a pena privativa de liberdade não gera necessariamente a revogação da primeira, se o acusado demonstrar que, embora preso, pode efetuar a prestação. Obs.: É irrelevante que a nova condenação se refira a crime cometido antes ou depois daquele que gerou a pena restritiva de direitos. O que a lei exige para a revogação, em verdade, são três requisitos: a) que a nova condenação seja a pena privativa de liberdade; b) que seja em razão da prática de crime (se a condenação for por contravenção não há possibilidade de revogação); c) que a nova condenação torne impossível o cumprimento da pena restritiva anteriormente imposta. Obs.: Apenas a condenação transitada em julgado pode dar margem à revogação da pena restritiva, pois somente a necessidade do cumprimento da pena privativa de liberdade pela segunda condenação é que pode inviabilizar a primeira. c) A prática de falta grave: Art. 181, § 1º -LEP. A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: [...] d) praticar falta grave; Art. 51-LEP. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Art. 39-LEP. Constituem deveres do condenado: [...] II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; [...] V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; [...] d) Cumprimento da pena privativa de liberdade em caso de conversão: Art. 44, § 4o [...] No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. No cálculo da pena privativa de liberdade a ser executada, deverá ser descontado o tempo já cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o cumprimento de, no mínimo, 30 dias de reclusão ou detenção. Ex.: Se o condenado já tinha cumprido 8 meses da pena de prestação de serviços à comunidade em sentença que determinava 10 meses, só ficará preso por 2 meses. Se, entretanto, faltavam apenas 15 dias de prestação de serviços e houver a revogação, o acusado deverá permanecer preso por 30 dias. 8-Penas restritivas de direito em espécie 8.1. Prestação pecuniária: o juiz determina que o condenado efetue pagamento em dinheiro à vítima, aos seus dependentes, ou à entidade pública ou privada com destinação social, em montante não inferior a 1 salário mínimo e nem superior a 360 salários mínimos. Art. 45. § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Obs.: Há uma ordem de preferência na lei, de modo que os valores só serão destinados aos dependentes se não puderem ser entregues à vítima (falecida, por exemplo). Por sua vez, só poderão ser destinados a entidades públicas ou privadas na ausência da vítima e dos dependentes. Apenas as entidades privadas que tenham destinação social é que podem ser beneficiárias da prestação pecuniária. Importante: Quando a prestação for paga à vítima ou aos seus dependentes, o valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Prestação Pecuniário X Multa • 1ª: Os beneficiários são diversos: Na prestação pecuniária, os valores são destinados à vítima ou a seus dependentes, ou a instituições beneficentes; na multa os valores referentes à pena são destinados ao Fundo Penitenciário. • 2ª: Na prestação pecuniária, seu montante é descontado de futura indenização à vítima ou aos seus dependentes; a pena de multa, não. • 3ª: Se o condenado solvente deixa de efetuar o pagamento da prestação pecuniária, o juiz deve revogá -la, executando a pena privativa de liberdade originariamente imposta. Na pena de multa, o seu descumprimento leva à execução da multa. • Prestação de outra natureza: Em princípio, a prestação pecuniária deve ser feita em dinheiro e independe de aceitação do destinatário (vítima, dependentes, entidades). Obs.: O art. 45, § 2º-CP, ressalva que, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pode consistir em prestação de outra natureza. Ex.: entrega de cestas básicas a entidades assistenciais. • Lei Maria da Penha: O art. 17 da Lei n. 11.340/2006 proíbe a aplicação de pena de prestação pecuniá ria ou de entrega de cestas básicas à pessoa condenada por crime que envolva violência doméstica ou familiar contra mulher. 8.2. Perda de bens ou valores • Refere -se a bens ou valores (títulos, ações) pertencentes ao condenado, que o juiz declara perdidos em favor do Fundo Penitenciário Nacional, tendo como teto o que for maior: a) o montante do prejuízo causado; b) o provento obtido pelo agente ou por terceiro em consequência da prática do crime. O juiz deve estabelecer os bens ou valores que considera perdidos na própria sentença para evitar discussões em torno da possibilidade de serem estes valores cobrados dos herdeiros na hipótese de falecimento posterior do condenado. 8.3. Prestação de serviços à comunidade • Consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas em estabelecimentos assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. Art. 46, § 1o –CP. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. Art. 30-LEP. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. • O juiz só pode optar pela adoção da pena alternativa de prestação de serviços se a pena aplicada na sentença for superior a 6 meses Art. 46-CP. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. • O juízo das execuções deve intimar o condenado, cientificando -o das datas, do horário e do local onde deve comparecer para cumprir a pena (art. 149, II, e § 2º, da LEP). Obs.: Se o condenado não comparecer para a prestação de serviços, o juiz deve reverter a pena em privativa de liberdade. Obs.: A entidade onde o sentenciado cumpre pena deve remeter, mensalmente, ao juízo das execuções, relatório circunstanciado das atividades prestadas, bem como, a qualquer tempo, comunicar a respeito de eventuais faltas ao serviço ou transgressões disciplinares 8.4- Interdição temporária de direitos • Consiste na proibição do exercício de determinados direitos pelo prazo correspondente aoda pena substituída. • Algumas são específicas, porque aplicáveis apenas aos crimes que o próprio Código menciona, e outras são genéricas, porque passíveis de aplicação a qualquer infração penal. 8.4- Interdição temporária de direitos 8.4.1. Interdições específicas a) Proibição do exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo. Art. 47-CP. As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo Obs.: Aplica -se aos crimes praticados no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhe são inerentes (art. 56 do CP). b) Proibição do exercício de atividade, profissão ou ofício que dependa de licença especial ou autorização do poder público. Art. 47, II –CP. proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; Ex.: dentista, médico, engenheiro, advogado, corretor etc. 8.4- Interdição temporária de direitos 8.4.1. Interdições específicas c) Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo: Art. 47, III-CP. suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. Obs.: Trata-se de pena prevista para alguns crimes de trânsito. d) Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos: Art. 47, V-CP. proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. Trata-se de modalidade de pena restritiva de direitos destinada a pessoas condenadas por fraude em certame de interesse público nos termos do art. 311-A do Código Penal. 8.4- Interdição temporária de direitos 8.4.2. Interdição genérica: Qualquer que seja a espécie de delito cometido, o juiz pode substituir a pena privativa de liberdade pela proibição de frequentar determinados lugares. Art. 47, IV–CP. proibição de freqüentar determinados lugares. Ex.: tais como bares, boates, casas de jogos etc. Obs.: Em geral, é aplicado justamente quando o crime foi cometido nesses tipos de estabelecimento para evitar que o condenado volte a frequentá -los durante o tempo de cumprimento da pena. 8.5- Limitação de fim de semana • Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado: Art. 48-CP. A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. • Durante a permanência, poderão ser ministrados aos condenados cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. Art. 48, Parágrafo único-CP. Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. Obs.: A inexistência de casa do albergado em diversas comarcas tem levado os juízes a fazer pouca utilização desta modalidade de pena restritiva de direitos. PENAS DE MULTA 1- Conceito de pena de multa É uma modalidade de sanção de caráter patrimonial consistente na entrega de dinheiro ao fundo penitenciário. Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. Obs.: O fundo pode ser nacional ou estadual. No Estado de São Paulo, existe o FUNPESP (Fundo Penitenciário do Estado de São Paulo). 2- Espécies de multa a) Originária: É aquela descrita em abstrato no próprio tipo penal incriminador, em seu preceito secundário. Pode ser prevista de forma isolada, cumulativa ou alternativa com pena privativa de liberdade. a.1) Nas contravenções penais de anúncio de meio abortivo (art. 20 da LCP), a pena prevista em abstrato é única e exclusivamente a de multa. a.2) No crime de ameaça (art. 147 do CP), a pena é de detenção, de 1 a seis meses, ou multa. a.3) No crime de furto simples (art. 155, caput, do CP), a pena prevista é de reclusão, de 1 a 4 anos. 2- Espécies de multa b) Substitutiva: É aquela aplicada em substituição a uma pena privativa de liberdade fixada na sentença em montante não superior a 1 ano, e desde que o réu não seja reincidente em crime doloso e as circunstâncias do art. 59 do Código Penal indiquem que a substituição é suficiente (art. 44, § 2º, do CP). Obs.: O inadimplemento no pagamento da multa não gera a possibilidade de reconversão em pena privativa de liberdade, a consequência será a execução da multa, e nunca a reconversão na pena originária. Obs.: A Lei Maria da Penha proíbe a substituição da pena privativa de liberdade por pena exclusiva de multa quando o delito for praticado com violência doméstica ou familiar contra mulher. 3-Cálculo do valor multa O juiz observará duas fases.: a) Fixação do valor de cada dia -multa: O valor de cada dia -multa atenderá ao critério da situação econômica do réu (art. 60 do CP), não podendo ser inferior a 1/30 do maior salário mínimo mensal e nem superior a 5 salários mínimos (art. 49, § 1º, do CP). b) Regras para a fixação no número de dias -multa: o juiz utiliza o critério trifásico do art. 68-CP. Obs.: Em suma, é a gravidade do delito e aspectos pessoais do sentenciado que permitem estabelecer o número de dias -multa e, ao término das operações mencionadas (critério trifásico), tal montante estará determinado.
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