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Relatório de Campo de Geomorfologia (1)

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Relatório de Campo de Geomorfologia
Docentes: Dr.Ricardo Amaral e Dr.Vanildo Fonseca
Discentes: Diogo Borges da Silva, Iago Queiroz de Carvalho, Keven Igor Libório e Adriano Aguiar
Natal-RN
Maio de 2017
Introdução
 
Os diferentes sítios geológicos trabalhados neste relatório estão localizados no estado do Rio Grande do Norte e explicitam os processos e dinâmicas geomorfológicas e o resultado de suas interações. No primeiro sítio, uma unidade de Conservação de proteção integral, localizado no município de Araruna (PB), complexo rochoso de composição granítica porfirítica, o qual recebe destaque pela singularidade das suas paisagens naturais, as quais estão diretamente relacionadas à sua geodiversidade. Segundo Nascimento et al. (2008), o conceito de geodiversidade está estreitamente
relacionado com o conceito de patrimônio geológico, que é representado pelo conjunto de sítios geológicos, ou geossítios, lugares cujas ocorrências geológicas possuem inegável valor científico, pedagógico, cultural ou turístico. 
 A Pedra da boca; localizada a 263m de altitude em relação ao nível do mar e a 130km de Natal, foi possível observar o intenso trabalho geomorfológico que ocorreu e ainda ocorre no grande maciço de rocha intrusiva que é afetada pelas ações intempéricas, fisícas, químicas, biológicas e a comunidade local que afeta diretamente com alterações no solo como desmatamentos e que pode acabar resultando em acomatação de rios. Já a 71.3km de distância de Araruama-PB em direção ao litoral sul do estado temos Tibau do Sul, uma região costeira que em especial possui uma interação dinâmica com a Lagoa de Guaraíra que em suma é caracterizada como uma Laguna. 
 O turismo e a ocupação de um modo geral da área, vem se intensificando nas últimas décadas devido a configuração urbana das cidades onde a maioria das populações do mundo vem fixando moradias, sem que haja o crescimento do estudo sistêmico dessas áreas, nem a preocupação da população e dos órgãos governamentais cabíveis com a dinâmica natural desses ambientes, que possuem interações complexas de processos oceânicos, continentais e costeiros responsáveis por mudanças nos locais que podem percebidas ao longo dos anos, em algumas vezes até em alguns dias ou horas. O município de Cerro Corá localiza-se na mesorregião Central Potiguar e na microrregião da Serra de Santana, distando cerca de 185 km de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. Segundo o IBGE (2010), o município abrange uma área de 401 km² e apresenta uma altitude média de 575 m. De acordo com o censo populacional (op cit), o município possui uma população de 10.928 habitantes.  O clima da região é semiárido, com pluviosidades médias anuais variando entre 500 e 600 mm e as temperaturas médias em torno dos 27°C (IDEMA, 2008). Os solos em sua grande maioria são do tipo litólicos, rasos e por essas condições oferecem pouca capacidade de armazenamento de água. O ambiente natural tem sido um dos mais procurados nos últimos anos para visitações por proporcionar ao homem “harmonia” por suas altas potencialidades como beleza natural (potencial estético) e tranquilidade, fazendo com que grupos sociais fujam da rotina e do strees. O município de Cerro Corá oferece o Turismo Rural que é definido como sendo o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural das comunidades (BRASIL, 2004). Este segmento tem sido percebido como uma alternativa para os proprietários rurais que apostam na diversificação de suas atividades realizadas no dia-a-dia do campo, agregando valor a todo ambiente natural que os cercam, fortalecendo e valorizando ainda mais o meio natural. Além do Turismo Rural outra opção é o Geoturismo, que consiste em um segmento turístico cujo principal atrativo é o geopatrimônio, buscando sua proteção por meio de estratégias de conservação e sensibilização dos turistas utilizando meios interpretativos para torna-lo acessível ao público leigo, além de promover a sua divulgação e o desenvolvimento das ciências da Terra (RUCHKYS, 2007). A associação entre os elementos do geoturismo e do turismo rural possibilitam uma proximidade bastante interessante com a propositura dos geoparques uma vez que, segundo Zouros e Martini (2003), o geoturismo passível de ser desenvolvido nos geoparques pode se tornar uma oportunidade para o desenvolvimento rural, contribuindo para reduzir a taxa de desemprego e migração em áreas rurais. Esta propositura é consoante com o exposto por Farsani, Coelho e Costa (2011) quando ressaltam que os geossítios podem gerar emprego, especialmente em regiões rurais que necessitam de fontes de rendimento novas ou adicionais. Entretanto, as sociedades ainda atribuem pouco valor ou importância ao geopatrimônio, estando também pouco sensibilizadas para a sua conservação (VIEIRA e CUNHA, 2004). Uma explicação pela qual a geodiversidade não demanda tanta atenção é reforçada por Newsome e Dowling (2006) citado por Moreira (2009), quando salientam que os elementos abióticos, como as rochas, por exemplo, não despertam o mesmo interesse por parte das pessoas, comparadas aos elementos bióticos como plantas e animais, entretanto, entende-se que independente da qualidade estética dos elementos abióticos, os seus significados geocientíficos podem representar um potencial significativo para o uso turístico.
 
 
Parque Estadual Pedra da Boca (PEPB) 
 Aspectos Geomorfológicos 
 
Partindo do princípio de que cada lugar apresenta em sua paisagem elementos naturais resultantes das diversas transformações ocorridas ao longo do tempo geológico, devem ser considerados os processos geomorfológicos endógenos e exógenos, que contribuem para a estrutura do relevo do conjunto paisagístico da Pedra da Boca, complexo rochoso inserido no Planalto da Borborema. 
 
Figura (1) Perfil Topográfico do Estado da Paraíba Fonte:Revista dos Estudos Geoambientais .
 
As serras de Araruna e da Confusão correspondem a um horst3 que contrasta com o graben da depressão do Curimataú ou vale do Rio Curimataú. A depressão do Curimataú corresponde a uma fossa tectônica resultante de falhamentos, apresentando altitude média de 300 metros, com desníveis de 300 metros entre a baixada e as serras vizinhas (CAVALCANTE, 2006). Devido a sua altitude de 570 m, a região pode ser considerada uma das ramificações mais elevadas do Planalto da Borborema, constituída de escarpas amplas, superficiais, elevadas e aplainadas, além de maciços residuais representados pelas serras (CAVALCANTE, 2007).  Dessa forma, a cota altimétrica do município de Araruna está entre 600m e 500m, por encontrar-se na região serrana, enquanto que o PEPB possui uma altimetria entre 300m e 200m (Figura 6).
 
   Figura (2) Araruna: Limites e Altimetria. 
    Fonte:Revista dos Estudos Geoambientais
 
Na Serra da Confusão está localizado o complexo geológico da Pedra da Boca, formado por afloramentos de granito porfirítico, com vestígios de gnaisses e quartzitos, de faces arredondadas, superfícies desgastadas e, em várias delas, muitas e extensas caneluras, do cume ao chão, provenientes do intemperismo químico, físico e biológico que vem constantemente modelando as formas de relevo da região (CAVALCANTE, 2006).
 
Aspectos Geológicos
 
A geologia do Parque Estadual da Pedra da Boca insere-se na província geológica da Borborema, situada na faixa oriental do Complexo Presidente Juscelino, com formações residuais que datam do Pré-Cambriano inferior, composta de uma sequência gnáissica do Curimataú e migmatitos com intercalações de lentes de anfibólitos (RADAMBRASIL, 1981, apud CAVALCANTE, 2006). De acordo com o diagnóstico do município de Araruna /PB realizado pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM (2005), geologicamente o Parque está inserido na Suíte calcialcalina de médio a alto potássio Itaporanga (NP3y2cm), constituída por granitos egranodioritos, e pelo Complexo Santa Cruz, constituída por augen-gnaisse granítico, leuco-ortognaisse quartzo manzonítico a granítico (PP2ysp). As formações identificadas no PEPB são resultantes dos processos erosivos aos quais são submetidas às rochas. Desta forma, a presença de minerais escuros nas rochas, como a biotita e outros minerais de menor resistência, faz com que essas áreas sofram a ação do intemperismo diferencial entre o granito e os dioritos, fazendo com que em determinadas partes dos corpos rochosos, se criem cavidades de profundidade e diâmetro bastante considerável, como são os casos da “boca” na Pedra da Boca, da “gruta” na Pedra da Santa ou os caracteres de um “crânio” na Pedra da Caveira. Essas formações são conhecidas na literatura geológica como “Taffoni” (plural de taffone) que, segundo Guerra e Guerra (2006, p. 594), “são cavidades hemisféricas cavadas em granito de paredes íngremes”. Dessa forma, a denominação “Pedra da Boca” advém da existência de uma formação rochosa de aproximadamente 336 metros de altura, a qual apresenta uma cavidade que, em função da sua forma, lembra uma grande boca aberta. A formação por completo se trata de um batólito, que se cristalizou em profundidade e foi exposto após a área a sua volta ser erodida, muitos acreditam que ele pode estar associado aos magmatismos de Cuó, Macau e do Rio Ceará-Mirim, além poder estar relacionado também ao surgimento do atlântico.
Pontos Demarcados 
Pedra da Boca - 1º Dia
Ponto 1: 
Coordenadas : 
X;204313  Y;92860227 
Paramos no primeiro ponto para uma visualização e desenho geral das formações do Parque Estadual Pedra da Boca antes de dar início a trilha.
 
Figura (3) Desenho por Borges, Diogo
 
Ponto 2:
Coordenadas:
 X;203970 Y;9285954
Afloramento ao lado da pedra da caveira, foi possível identificar no afloramento minerais maiores, os pórfiros da rocha, empregando ao afloramento uma textura porfirítica. Esta parada foi ao lado da Pedra da Caveira, que ganhou esse nome devido à semelhança da feição com uma caveira propriamente dita. 
Figura (4) Foto por Amaral, Ricardo
A Pedra da Caveira tem essa aparência devido a ação constante do intemperismo físico, químico e biológico, que age diretamente na rocha, formando essas cavidades. Foi possível identificar ainda a presença de sucos, formados pelo escoamento da água sobre a rocha, onde a rocha também é erodida com esse processo . Em frente a Pedra da Caveira há outra rocha com feições no mínimo intrigantes. Rocha Sucada, apesar da maior quantidade de vegetação não encontrasse cavidades na mesma como nas demais já citadas. Há uma grande presença de sucos, que é o lugar preferencial para o escoamento de água, que é o responsável pela formação dos mesmos, ao lado dos sucos existe uma superfície preta na rocha, essa parte preta é formada onde tem a passagem de fluxo de água perene, a cor é devido aos líquens, organismos que corroem a rocha, formando os sucos da mesma. 
  
Ponto 3: 
Coordenadas:
X;203919 Y;9285956 
Neste ponto discutimos a formação do solo existente no local, que se dá pelo processo de erosão e transporte gravitacional da já existente rocha. O solo é em sua maior parte preto, porque os minerais mais frágeis são os primeiros a serem erodidos, e nesse caso provavelmente são biotitas, micas e anfibólios, que ao se misturar com a matéria orgânica formam o solo. Foi possível identificar ainda uma pequena zona de cisalhamento na rocha de aproximadamente 25 cm, ocasionada por aumento de pressão e temperatura, acima da zona e abaixo há uma desorganização dos minerais, já na área cisalhada existe uma reorganização dos minerais, mostrando indícios de um metamorfismo, formando com esse processo de milimitização a rocha milorito rocha característica de zona de cisalhamento
Ponto 4: 
Coordenadas :
X;203864 Y;9285926
Paredão com presença de grandes sucos, já formadas as caneluras, com fortes indícios de liquens mortos e vivos, de diferentes cores, verde, amarelo e preto. É possível identificar também diques e veios no paredão rochoso. 
FIgura (6) Foto : Amaral, Ricardo
 
Ponto 5: 
Coordenadas :
X;203743 Y;9285926
Aqui vimos exemplos de cavidades menores nas rochas, onde aprendemos a explicar a formação das cavidades maiores, as chamadas bocas do PEPB. As cavidades são formadas por erosão do material mais escuro existente na rocha, que é por sua vez a matriz da mesma, onde elas vão sendo erodidas em tamanho pequeno e aumentando ao decorrer do tempo e continuação do processo de erosão, até o ponto em que se ligam e formar uma cavidade maior. Há também a presença de uma matriz mais clara, devido a mistura de magmas que causa uma diferenciação na petrografia da rocha.
 
 Ponto 6: 
Coordenadas :
X;203598 Y;9285828 
Neste ponto paramos na maior boca da trilha, onde vimos os processos dos afloramentos anteriores se repetindo, uma vegetação bem densa, e conseguimos observar também a área onde antes havia a existência do Rio Calabouço, onde o mesmo foi comatado pelos sedimentos que sofrem erosão e foram depositados lá devido a retirada da mata ciliar para agricultura, e hoje nem o córrego do rio é possível identificar de onde estávamos situados.
 
Figura (7) Foto : Amaral, Ricardo
 
 Ponto 7
Coordenadas:
X;204089 Y;9285862
Paramos aqui onde havia um bloco que foi intemperizado da rocha mãe e rolou até certo ponto e depois foi separado pela ação do intemperismo químico, pelo escoamento da água da chuva. 
Figura (8) Foto : Amaral, Ricardo
 
Ponto 8 
Coordenadas:
 x;  204748.42  Y; 9284770.64
Rio Calabouço, que foi assoreado pelos sedimentos transportados até ele, o rio é a área mais baixa da região, mas só foi comatado devido a retirada da mata ciliar, que o deixou vulnerável a deposição de sedimentos. 
 
 
 Tibau do Sul, Rio Grande do Norte
(Fonte: Adriano Aguiar)
	
Localização: 
A área alvo de estudo encontra-se localizada no município de Tibau do sul, no litoral leste do estado do Rio Grande do Norte. A sede do município apresenta coordenadas 06°11’13,2” de latitude sul e 35°05’31,2” de longitude oeste, distando da capital cerca de 79 km, sendo seu acesso, a partir de Natal, efetuado através das rodovias pavimentadas BR-101 e RN-003. O acesso à área é feito através da BR-101 (trecho Natal-João Pessoa), e pela RN-003 que liga o município de Goianinha ao município de Tibau do sul, distando de Natal cerca de 80 km. A área estudada é caracterizada pelo Sistema estuarino da laguna de Guariras e trecho da zona litorânea do município de Tibau do Sul inseridos na folha São José do Mipibu (SB.25-Y-A-II), na escala 1:100.000, editada pela SUDENE.
Aspectos Climáticos: 
O clima da região como um todo, caracteriza-se como sub-úmido com uma temperatura média anual de 26ºC e uma umidade relativa média anual de 74%. Os meses de maior incidência de chuvas são abril e julho. (SETUR, 2002). O regime de ventos que atuam na região é caracterizado pela presença de ventos alísios, sendo estes os mais frequentes, que sompram na direção SE-NW. 
Aspectos da vegetação: 
A vegetação predominante da faixa litorânea na praia de Tibau do Sul conta com a presença de salsas, cajueiros e coqueiros, com predominância da vegetação rasteira na região de praia, dominada por gramíneas. As margens da laguna de Guaraíras é possível observar resquícios de mata atlântica em meio a acentuada entronização, assim como vegetação do tipo mangue.
Geologia:
O município de Tibau do Sul encontra-se inserido, geologicamente, na Província Borborema, sendo constituído pelos sedimentos do Grupo Barreiras (ENb), dos dep ósitos Col úvio-eluviais(NQc), Fl úvio-lagunares(Qfl), Litorâneos(Q2l) e de Dunas Inativas (Qd), como pode ser observado no mapa abaixo.
Mapa geológico - Fonte CPRM 
Geomorfologia:
De um modo geral, a morfologia da área mapeada apresenta-se sob a forma de extensosplatôs interiores (Superfície de tabuleiros), sem grandes ressaltos topográficos. Essa feição é interrompida nas falésias costeiras, com desnível de até 30 metros aproximadamente, e nas vertentes dos vales fluviais. Observa-se a presença marcante de dois grandes vales encaixados, um com direção aproximada de E-W, e outro com direção SW-NE. 
Pontos demarcados
Tibau do Sul-RN
Ponto 1 : Pórtico de Entrada do Município de Tibau do Sul-RN
Coordenadas(UTM): 
X; 268174.24 Y; 9315525.39
No ponto inicial do município de Tibau do Sul, é possível observar no alto do pórtico a laguna de Guaraíras que representa a foz do Rio jacu. É possível observar barras arenosas estuarinas no interior da laguna e próximo do canal de ligação da mesma com o mar. A leguna que por definição possui conexão com o mar nos períodos de maré alta forma um delta de maré enchente, fato esse que pode ser observado melhor através de imagens de satélite. O alto grau de uso e ocupação do solo em áreas adjacentes a lagoa inclusive em zonas as quais a vegetação deveria estar submetida devido a atividades econômicas como; carcinicultura pesca predatória, Turismo, imobiliária etc.
Pórtico de entrada do município de Tibau do Sul- Foto retirada da internet. 
Ponto 2 :
Coordenadas(UTM): 
X; 268794.00 Y: 9316090.00 
No segundo ponto é possível observar os vários elementos da geomorfologia costeira representadas por: Falésias, praia, dunas frontais, beach rocks, face de barla vento etc. Um fato que chamou a atenção no ponto descrito foi a presença de construções imobiliárias em áreas de preservação permanente inclusive em áreas de falésias, o que contribui para o agravamento e aceleramento da erosão e cosequentemente pondo em risco a preservação da falésia e vidas de pessoas. 
Ponto 3 : beach rocks
Coordenadas(UTM): 
Longitude: 268723.05 Latitude: 9316321.72
Nesse ponto observamos os beach rocks que são resultados da cimentação rápida de sedimentos praiais por carbonato de cálcio e que evidenciam uma antiga praia arenosa de origem quartenária. Constatamos a presença de estruturas denominadas estratificação cruzada que são camadas que se cruzam em ângulos e que foram depositadas em um processo continuo de sedimentação, sem ocorrer discordância. Os arenitos encontram-se depositados de forma paralela a linha de costa e são funcionam como verdadeiras barreiras “protetoras” contra a erosão costeira e o avanço do mar em áreas habitadas. A presença de seres vivos no vários níveis do beach rocks é bastante perceptível o que possibilita a fragmentação físico-química dessas rochas que em algumas áreas é bastante friável. Nesse ponto por ser mais próximo do delta da laguna de guaraíras, percebemos que em algumas áreas bancos de areia formando ilhas são bastante comuns. 
(Fonte: Adriano Aguiar)
	
Ponto 4 : Cripe de encosta
Coordenadas(UTM): 
X; 268976.05 Y; 9315837.06 
Durante esse ponto observamos um fenômeno de movimento de massa caracterizado pela inclinação dos coqueiros, demonstrando a erosão de sedimentos e recuo do mar. Diversos são os processos agentes da dinâmica superficial neste trecho, entretanto, o transporte gravitacional de massa evidenciado pela inclinação acentuada dos coqueiros chama a atenção para a erosão pluvial e a erosão costeira que o são processos geológicos de extrema importância para o modelamento dessa região. As falésias localizadas a oeste possuem aspecto esbranquiçado oriundos da argila em sua composição e aspecto friável em boa parte de sua extensão. 
Beach rocks e falésias na praia do Giz (Fonte: Adriano Aguiar)
	
  Bibliografias:
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66620.pdf 
http://docente.ifrn.edu.br/marcosaraujo/disciplinas/geografia-do-rio-grande-do-norte/geologia-e-geomorfologia-do-rn/view
 http://www.geografia.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=162&Itemid=66
http://www.periodicos.ufam.edu.br/revista-geonorte/article/viewFile/1344/1232
 
 
                                                    
 
 
 
 Cerro Corá, RN
Foto retirada da internet
Da localização
Cerro Corá é um município no estado do Rio Grande do Norte localizado na microrregião da Serra de Santana, Seridó potiguar. De acordo com o IBGE, sua população em 2016 era de 11.311 habitantes. O município possui área territorial de 394km².
Dos aspectos geológicos
	Cerro Corá está localizada entre afloramentos de diferentes formações e tipos de rochas. Entre elas, encontramos arenitos de colorações avermelhada, de aspecto ferruginoso, e esbranquiçada, onde se destacam seixos de Quartzo cuja matriz é composta de areia muito grossa a grânulos cauliníticos, pertencentes à Formação Serra do Martins. Próximo ao município, mais precisamente 15km a SW do centro de Cerro Corá, está localizado o Vale Vulcânico, composto de rochas vulcânicas e subvulcânicas que se diversificam entre micaxistos foliados enriquecidos em Biotita, da Formação Seridó, além de basaltos, pegmatitos e outras rochas de metamorfismo aparente e do magmatismo Macau. O magmatismo Macau é um dos três eventos de magmatismo reconhecidos que ocorreram na Bacia Potiguar, datado do Terciário. É referido tanto nas porções submersas quanto nas emersas da Bacia, e seus corpos estão dispostos segundo a direção NW-SE, assim como o Vale Vulcânico. Segundo Sial et al. 1981, 1991, em algumas dessas ocorrências, o referido magmatismo tem afinidade basanítica ou toleítica.
	Ainda em Cerro Corá, um importante foco de geoturismo da região é o Mirante do Cruzeiro, na borda NE da Serra de Santana. O nome do local foi designado após o assentamento de um cruzeiro em cima de rochas de natureza granítica, a uma altitude de aproximadamente 610 metros. Os granitos presente neste ponto são inequigranulares e apresentam textura média a grossa, compostos por K-feldspato, quartzo, plagioclásio, além de biotita, titanita, zircão, apatita e minerais opacos em pequenas quantidades. Diques de granito com textura fina cortam essas rochas e são compostos por K-feldspato e quartzo
.
Dos aspectos geomorfológicos
 Cerro Corá está localizada em uma área interplanáltica, e ao seu redor é possível constatar a prese juizonça de formas de relevo diversificadas, tais como elevações, mesetas e regiões em que a erosão atua diretamente, enfrentando processos de desgaste e regressão das encostas. No Vale Vulcânico, drenagens que transportam sedimento, e sazonalmente água, cortam o relevo entre os paredões de rochas vulcânicas e formam córregos em vales com pelo menos 30 metros de profundidade, formando rios de 1 ordem. Os paredões são afetados pelo intemperismo e erosão que gera deslocamentos de grandes blocos rochosos e da vegetação. O caráter evolutivo do vale permite que as seções colunares de basalto se fragmentem em blocos. Além disso, a margem erosiva gera alto gradiente de encosta. Em outro ponto do vale, composto predominantemente de arenitos da estrutura Mossoró, o deslocamento da chapada gerado pela regressão de encosta.
Pontos Demarcados
Ponto 1: Estrada de acesso ao município, Serra de Santana.
Coordenadas – X: 787016, Y: 9326690
Ponto 2: Mirante do Cruzeiro, município de Cerro Corá
Coordenadas – X: 0793869, Y: 9332032
Altitude: 613m 
(Croqui: Diogo Borges)
Neste ponto, localizado em elevação pouco superior à altitude em que o município de Cerro Corá está sitiado, observamos a área urbana da cidade delimitada por residências e ruas que seguem o relevo característico da região.
	Podemos observar que o contorno em que Cerro Corá está inserida é possível identificar diferentes tipos de características morfológicas do relevo, tais como a presença de mesetas, elevações planas que representam as chapadas em menor magnitude, além de outras elevações escarpadas em que a erosão atuou ou atua caracterizando a regressão das encostas e seu deslocamento em direção ao vale em que o município está localizado.No mirante, um importante ponto de geoturismo da região, encontramos afloramentos de rochas graníticas, grande parte intemperizada, compostas por granitos inequigranulares e apresentam textura média a grossa, compostos por K-feldspato, quartzo, plagioclásio, além de biotita, titanita, zircão, apatita e minerais opacos em pequenas quantidades. Diques de granito com textura fina cortam essas rochas e são compostos por K-feldspato e quartzo.
Ponto 3: Início da trilha do Vale Vulcânico
Coordenadas – X: 787016, Y: 9326690
(Fonte: Reprodução Blog “Do que eu gosto”/ahdoqueeugosto.blogspot.com.br)
Ponto 4: Primeira drenagem localizada no Vale
Coordenadas – X: 0787449, Y: 9327180
	
Neste ponto, de elevação X, localizado após uma certa distância percorrida da trilha, encontramos a primeira drenagem que corta as elevações montanhosas do vale que são controladas por falhas. Há fluxo sazonal e transporte de água e sedimentos, é perceptível, no entanto, uma grande variedade de rochas metamórficas de diferentes foliações e tamanhos. Podemos encontrar xistos, cristais de quartzo, diques de pegmatito que cortam alguns xistos, anfibolitos e minerais como granada e micas. Devido ao regime de fluxo, também é possível encontrar argilas.
	
Ponto 5: Elevação entre duas drenagens
Coordenadas – X: 0787444, Y: 9327179
(Fonte: Adriano Aguiar)
	
Neste ponto, podemos identificar o vale com cerca de 30 a 40 metros de profundidade, sendo sua base localizada em suas drenagens, córregos que transportam água e sedimentos onde estão localizadas grande variedade de rochas metamórficas, as drenagens cortam e moldam paredões de rochas basálticas identificadas a distância, parte das rochas aparentam estar intemperizadas e sofreram ação de erosão com possíveis deslizamentos e arraste de blocos de rochas e vegetação.
Os dois córregos que cortam o vale são rios de primeira ordem que confluem mais à frente para formar um rio de segunda ordem segundo Strahler.
Ponto 6: Chegada à segunda drenagem
Coordenadas – X: 0787442, Y: 9327236
(Fonte: Adriano Aguiar)
	Neste ponto, localizado após uma certa distância percorrida da trilha, encontramos a segunda drenagem que corta as elevações montanhosas do vale e o grande paredão de rochas basálticas. Há fluxo sazonal e transporte de água e sedimentos, assim como no ponto anterior, além da variedade de rochas metamórficas de diferentes foliações e tamanhos, tais como xistos, gnaisses e basalto.
Ponto 7: Disjunções Colunares de Dolerito
Coordenadas – X: 0203968, Y: 9285964
(Fonte: Ricardo Farias do Amaral)
	
 Neste ponto, localizado ao longo do córrego, é possível observar e identificar feições chamadas de disjunções colunares de Basalto, mais precisamente, Dolerito. Essas disjunções, apesar de comumente atribuídas à sua disposição vertical, estão dispostas horizontalmente. Inferiu-se que apesar de ser possível identificá-las como Basalto, o correto nome a ser utilizado, no contexto em que esta foi inserida e formada, é Dolerito. O Basalto, no entanto, continua a fazer parte da nomenclatura da rocha, no caso do recolhimento de amostras para análise em laboratório, por exemplo. As rochas são do magmatismo Macau, e seu formato característico tal como sua disposição podem ser explicadas a partir do magma vulcânico que emergiu à superfície de uma fratura, se resfriou rapidamente e contraiu-se horizontalmente, originando fissuras que posteriormente foram preenchidas por rochas basálticas de formato hexagonal.
Ponto 6: Disjunções Colunares de Dolerito
Coordenadas :
X: 0787589, Y: 9827238
(Fonte: Ricardo Farias do Amaral)
	
 Neste ponto, as mesmas disjunções colunares de Basalto/Dolerito, citadas anteriormente no ponto 5, estão agora dispostas de forma que mergulham e são submergidas. Esta disposição se daria pelo resfriamento do magma emerso, seguindo o sentido da base pro topo Neste ponto, ainda localizado no nível do córrego da segunda drenagem, evidenciamos grandes blocos que se fragmentaram do paredão de rochas e sofreram deslizamento, assim como parte da vegetação presente. A evolução do vale característico permitiu que as seções colunares vistas anteriormente e presentes em todo o paredão se fragmentassem para formar os blocos. Sua margem erosiva é responsável por gerar alto gradiente de encosta.
Ponto 7: Evidências de deslizamento do paredão de rochas
Coordenadas : 
X:787591, Y: 9327231
(Fonte: Ricardo Farias do Amaral)
	
Ponto 8: Rochas sedimentares próximas do Vale Vulcânico
Coordenadas:
X: 0787811, Y: 9329973
(Fonte: Adriano Aguiar)
	
 No último ponto, observamos do alto e uma chapada um paredão de arenitos de margem erosiva, que gerou seu deslocamento e a regressão, tendo como produto um flanco chamado de Mossoró.Os arenitos apresentavam colorações variadas, variando de um marrom avermelhado para um branco acinzentado.
  
Considerações finais.
 
A atuação humana em áreas naturais, como qualquer outro impacto nao natural no espaço geográfico,
comporta alguns efeitos que são intrínsecos ao desenvolvimento resultados geomorfológicos. Como ações humanas o impacto nulo é praticamente impossível de ser alcançado, o que se deve buscar é a minimização dos
impactos negativos causados por processos que afetam direta e indiretamente a geomorfologia local e a maximização dos impactos positivos.
Sendo assim, o geoturismo, possibilita a oportunidade para que áreas com potencialidades naturais possam se desenvolver de forma sustentável e valorizando não só os elementos do meio
biótico, fauna e flora; mas principalmente o patrimônio geológico-geomorfológico, proporcionando ao turista não só a contemplação da paisagem, mas também o entendimento dos
processos geológico-geomorfológicos do ambiente ao longo do tempo geológico da Terra.
 
 Bibliografias:
  
IBGE. (2010). Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br>.
Ministério do Turismo. (2010). Turismo Rural: Orientações Básicas. (2.ed) Brasília: Ministério do turismo. 
Cardoso, C. S. (2013). Geoparque Seridó RN: Valores turísticos e gestão. 132f. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil. 
Sial, A.N.; Fodor, R.V.; Long, L.E., 1991. Peridotite xenoliths and Tertiary alkaline-basalts in northeastern Brazil. 5th Intern. Kimberlite Conf., Araxá, Brazil, Field Guide Book, CPRM – Sp. Publ., 3/91, ch. 1, pp. 3-13.
Sial, A.N.; Long, L.E.; Pessoa, D.A.R.; Kawashita, K., 1981. Potassium-argon ages and strontium isotope geochemistry of Mesozoic and Tertiary basaltic rocks,  Northeastern Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 53: 115-122.
Junior, J.S.P., 2004. “Modelamento Digital da Província Borborema Através da Elaboração de Mapas de MDT com o uso de Produtos de Sensores Remotos: O exemplo do Pico do Cabugi e da Serra de Santana”. Ch. 2, pp. 18-19.
Vale Vulcânico de Cerro Corá. Disponível em: http://www.geoparqueserido.com.br/geossitios/vale-vulcanico/. Acesso em: 29/05/2017.

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