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Fenômenos de Transporte Professor: Felipe Chagas Storti 5. Análise do Volume de Controle Utilizando Energia E-mail: storti@unb.br Introdução Aplicar os princípios da conservação de massa e conservação de energia nos volumes de controle. Analisar volumes de controle em estado estacionário: Volume de controle (VC): A transferência de energia através da fronteira pode ocorrer por meio de trabalho, calor e fluxo de massa. • Bocais e difusores; • Turbinas; • Compressores e bombas; • Trocadores de calor; • Dispositivos de estrangulamento; Conservação de Massa para um VC 𝒅𝒎𝑽𝑪 𝒅𝒕 = 𝒎𝒊 − 𝒎𝒆 onde: 𝒎𝑽𝑪 𝒕 é a massa contida no volume de controle no instante 𝒕. O princípio da conservação de massa enuncia que: Taxa de variação da massa contida no interior do volume de controle no instante t Taxa de escoamento de massa através da entrada i no instante t Taxa de escoamento de massa através da saída e no instante t Representando por símbolo temos: 𝒎𝒊 e 𝒎𝒆 são as taxas do fluxo de massa instantâneas na entrada e na saída respectivamente. Conservação de Massa para um VC Na prática, podem haver vários locais na fronteiro de um VC em que a massa entre e sai. Isso pode ser levado em conta através do somatório dado por: e e i i mm dt dm cv Balanço da taxa de massa para volume de controle com diversas entradas e saídas. Unidades: • SI: 𝒌𝒈/𝒔 • Outras: 𝐥𝐛/𝒔 e 𝒔𝒍𝒖𝒈/𝒔 Quando uma corrente de fluxo de matéria entrando ou saindo de um VC se enquadra nas seguintes idealizações: Conservação de Massa para um VC Escoamento Unidimensional (1) O fluxo é normal à fronteira em locais onde a massa entra ou sai do volume de controle; (2) Todas as propriedades intensivas, incluindo a velocidade e o volume específico, são uniformes com a posição (valores médios globais) sobre cada área de entrada ou saída através da qual a matéria escoa; Quando o escoamento é unidimensional, a taxa de massa pode ser calculada: Conservação de Massa para um VC Escoamento Unidimensional v AV m onde V é a velocidade v é o volume específico Sabendo que 𝒗 = 𝟏 𝝆 temos que: AVm Unidades: • SI: 𝑨 = 𝒎𝟐, 𝑽 = 𝒎/𝒔, 𝒗 = 𝒎𝟑/𝒌𝒈, então 𝒎 = 𝒌𝒈/𝒔 Taxa Volumétrica Conservação de Massa para um VC Formulação em Estado Estacionário (Regime Permanente) Estado estacionário ou regime permanente: onde todas as propriedades permanecem inalteradas com o tempo. e e i i mm dt dm cv Então: e e i i mm As taxas totais de entrada e saída de massa são iguais. Conservação de Energia para um VC O princípio da conservação de energia aplicado a um VC estabelece: Taxa temporal de variação da energia contida no interior do volume de controle no instante t Taxa líquida na qual a energia está sendo transferida para dentro por transferência de calor no instante t Taxa líquida na qual a energia está sendo transferida para fora por trabalho no instante t Taxa líquida da energia transferida para o volume de controle juntamente com o fluxo de massa + O balanço da taxa de energia para volume de controle pode ser obtido modificando-se o balanço da taxa de energia para sistema fechado de forma a levar em conta as transferências de energia para o VC juntamente com o fluxo de massa. Balanço da Taxa de Energia para um Volume de Controle Balanço da Taxa de Energia para um Volume de Controle Conservação de Energia para um VC 𝒅𝑬𝑽𝑪 𝒅𝒕 = 𝑸 − 𝑾 + 𝒎𝒊 𝒖𝒊 + 𝑽𝒊 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒊 − 𝒎𝒆 𝒖𝒆 + 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 • 𝑬𝑽𝑪 representa a energia contida no interior do volume de controle no instante 𝒕. • 𝑸 taxa líquida de transferência de energia por calor através da fronteira do volume de controle no instante 𝒕. • 𝑾 taxa líquida de transferência de energia por trabalho através da fronteira do volume de controle no instante 𝒕. • 𝒎𝒆 𝒖𝒆 + 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 taxas de energia interna, cinética e potencial dos fluxos de entrada. Avaliando o Trabalho para um Volume de Controle Conservação de Energia para um VC Trabalho 𝑾 realizado sobre ou por um VC (1) Trabalho associado à pressão do fluido à medida que a massa é introduzida nas entradas e removida nas saídas. (2) Designinada por 𝑾𝑽𝑪 , que inclui todos os outros efeitos devidos ao trabalho, como aqueles associados a eixos que giram, a deslocamentos de fronteira e a efeitos elétricos. Consideranto o trabalho associado à pressão da matéria escoando através de uma saída 𝒆: A taxa de transferência de energia por meio de trabalho é dada por: 𝑾 = 𝑭 ∙ 𝑽 𝑾𝒆 = 𝑭𝒆𝑽𝒆 𝑭𝒆 = 𝒑𝒆𝑨𝒆 𝑾𝒆 = 𝒑𝒆𝑨𝒆 𝑽𝒆 = Taxa temporal de transferência de energia por trabalho saindo do volume de controle na saída e Avaliando o Trabalho para um Volume de Controle Conservação de Energia para um VC Portanto o termo do trabalho 𝑾 da equação 𝒅𝑬𝑽𝑪 𝒅𝒕 = 𝑸 − 𝑾 + 𝒎𝒆 𝒖𝒆 + 𝑽𝒔 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 − 𝒎𝒔 𝒖𝒔 + 𝑽𝒔 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒔 pode ser escrito como: 𝑾 = 𝑾𝑽𝑪 + 𝒑𝒆𝑨𝒆 𝑽𝒆 − 𝒑𝒊𝑨𝒊 𝑽𝒊 Sendo 𝒎 = 𝑨𝑽 𝒗 ⇒ 𝑨𝑽 = 𝒎𝒗, onde 𝒗 é o volume específico, temos: 𝑾 = 𝑾𝑽𝑪 + 𝒎𝒆 𝒑𝒆𝒗𝒆 − 𝒎𝒊 𝒑𝒊𝒗𝒊 Trabalho de EscoamentoTodas as outras transferência de energia por trabalho através da fronteira do volume de controle. Formulação de Escoamento Unidimensional do Balanço da Taxa de Energia para um Volume de Controle Conservação de Energia para um VC Substituindo a equação 𝑾 = 𝑾𝑽𝑪 + 𝒎𝒆 𝒑𝒆𝒗𝒆 − 𝒎𝒊 𝒑𝒊𝒗𝒊 na equação do balanço da taxa de energia para um volume de controle, tem-se: 𝒅𝑬𝑽𝑪 𝒅𝒕 = 𝑸𝑽𝑪 − 𝑾𝑽𝑪 + 𝒎𝒊 𝒖𝒊 + 𝒑𝒊𝒗𝒊 + 𝑽𝒊 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒊 − 𝒎𝒆 𝒖𝒆 + 𝒑𝒆𝒗𝒆 + 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 Sabendo que a entalpia específica é dada por: 𝒉 = 𝒖 + 𝒑𝒗 𝒅𝑬𝑽𝑪 𝒅𝒕 = 𝑸𝑽𝑪 − 𝑾𝑽𝑪 + 𝒎𝒊 𝒉𝒊 + 𝑽𝒊 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒊 − 𝒎𝒆 𝒉𝒆 + 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 Então o balanço da taxa de energia é: 𝒅𝑬𝑽𝑪 𝒅𝒕 = 𝑸𝑽𝑪 − 𝑾𝑽𝑪 + 𝒊 𝒎𝒊 𝒉𝒊 + 𝑽𝒊 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒊 − 𝒆 𝒎𝒆 𝒉𝒆 + 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 Formulação em Regime Permanente do Balanço da Taxa de Energia Conservação de Energia para um VC Em regime permanente 𝒅𝑬𝑽𝑪 𝒅𝒕 = 𝟎, assim a equação do balanço da taxa de energia pode ser escrita como: 𝟎 = 𝑸𝑽𝑪 − 𝑾𝑽𝑪 + 𝒊 𝒎𝒊 𝒉𝒊 + 𝑽𝒊 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒊 − 𝒆 𝒎𝒆 𝒉𝒆 + 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 Alternativamente: 𝑸𝑽𝑪 + 𝒊 𝒎𝒊 𝒉𝒊 + 𝑽𝒊 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒊 = 𝑾𝑽𝑪 + 𝒆 𝒎𝒆 𝒉𝒆 + 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈𝒛𝒆 Também em regime permanente para um VC com uma entrada e uma saída de massa, 𝒎𝒊 = 𝒎𝒆 = 𝒎, então: 𝟎 = 𝑸𝑽𝑪 − 𝑾𝑽𝑪 + 𝒎 𝒉𝒊 − 𝒉𝒆 + 𝑽𝒊 𝟐 − 𝑽𝒆 𝟐 𝟐 + 𝒈 𝒛𝒊 − 𝒛𝒆 Modelando VC em Estado Estacionário Quando o termo da transferência de calor 𝑸𝑽𝑪 é zero no balanço de energia: (1) A superfície externa do VC é bem isolada; (2) A área da superfície externa é muito pequena para que haja transferência efetiva de calor; (3) A diferença de temperatura entre o VC e sua vizinhança é tão pequena que a transferência de calor pode ser desprezada; (4) O gás ou líquido passa pelo VC tão rápido que não há tempo suficiente para ocorrer uma transferência de calor significativa. Quando o termo da transferência de calor 𝑾𝑽𝑪 é zero no balanço de energia: (1) Quando não há eixos rotativos; (2) Deslocamento da fronteira; (3) Efeitos elétricos; A energia cinética e potencial da matéria entrando e saindo do VC são desprezadas quandosão pequenas em relação a outras transferências de energia. Modelando VC em Estado Estacionário Bocais e Difusores Bocal: é um duto com área de seção reta variável na qual a velocidade de um gás ou um líquido aumenta na direção do escoamento. Difusor: o gás ou líquido desacelera na direção do escoamento. Modelando VC em Estado Estacionário Turbinas Turbinas: é um dispositivo no qual o trabalho é desenvolvido como resultado de um gás ou um líquido passando através de um conjunto de lâminas fixadas a um eixo livre para sofrer rotação. São utilizadas: • Instalações motoras a vapor; • Instalações motoras a gás; • Motores de aeronaves; • Turbina hidráulica. Modelando VC em Estado Estacionário Turbinas Turbina hidráulica instalada em um dique Modelando VC em Estado Estacionário Turbinas )( 2 )V(V )(0 21 2 2 2 1 21cvcv zzghhmWQ Considerações para turbinas a VAPOR e a GÁS: • Energia cinética líquida da matéria escoando através da fronteira é usualmente pequena o suficiente para ser desprezada; • A energia potencial líquida da matéria em escoamento normalmente é desprezível; • Regime permanente (ou estado estacionário). • Transferência de calor seria a transferência de calor inevitável (ou perdida), quantidade usualmente muito pequena. )( 21cv hhmW Modelando VC em Estado Estacionário Compressores e Bombas Compressores e Bombas: são dispositivos nos quais o trabalho é realizado sobre a substância em escoamento ao longo dos mesmos, de forma a mudar o estado da substância (aumentar a pressão e/ou a elevação). Compressor: quando a substância é um gás. Bomba: quando a substância é um líquido. Compressor Modelando VC em Estado Estacionário Compressores Modelando VC em Estado Estacionário Turbo Compressores Modelando VC em Estado Estacionário Compressores Modelando VC em Estado Estacionário Compressores e Bombas )( 2 )V(V )(0 21 2 2 2 1 21cvcv zzghhmWQ • Para compressores: geralmente as variações da energia cinética e potencial entre a entrada e a saída são geralmente pequenas em relação ao trabalho realizado por unidade de massa passando através do equipamento. • Regime permanente (ou estado estacionário). • Transferência de calor é um efeito secundário nos compressores e bombas. )( 21cv hhmW Modelando VC em Estado Estacionário Trocadores de Calor Trocadores de Calor: equipamentos que transferem calor entre fluidos a diferentes temperaturas pelos modos de transferência de calor. Contato direto: reservatório no qual duas correntes quente e fria se misturam diretamente Duplo tubo contracorrente: aquele no qual um gás ou líquido é separado de um outro gás ou líquido por uma parede através da qual a energia é conduzida. Modelando VC em Estado Estacionário Trocadores de Calor Fluxo cruzado: trocador de calor com escoamentos cruzados. Modelando VC em Estado Estacionário Trocadores de Calor A energia cinética das correntes de escoamento (Vi 2/2) e (Ve 2/2) podem ser ignoradas. A enegia potencial das correntes de escoamento gzi e gze podem ser ignoradas. A tranferencia de calor com a vizinhança é usualmente pequena e pode ser ignorada. e e e ee i i i ii gzhmgzhmWQ ) 2 V () 2 V (0 22 cvcv cvQ .0cv W e e ei i i hmhm 0 im em im em Modelando VC em Estado Estacionário Dispositivos de Estrangulamento Dispositivos de estrangulamento: dispositivos na qual consegue uma redução significativa na pressão através da introdução de uma restrição na linha pela qual um gás ou líquido escoa. Modelando VC em Estado Estacionário Dispositivos de Estrangulamento )( 2 )V(V )(0 21 2 2 2 1 21cvcv zzghhmWQ A energia cinética da corrente de escoamento a montante e ajusante da área de redução ½(V1 2 – V2 2) pode ser ignorada. A enegia potencial das correntes de escoamento pode ser ignorada. A tranferência de calor com a vizinhança é usualmente pequena e pode ser ignorada. .0cv W 12 hh
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