Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS 10 100 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 Transversal T e n s ã o d e E s c o a m e n t o [ M P a ] Longitudinal Tempo [min]δ = 50% δ = 30% 5 t2 t3 t4 180 . . . Temperatura [ºC] 335 325 315 305 Figura 3.2. Diagrama dos tratamentos termomecânicos. Tempo [min] 10 100 0,4 0,6 0,8 1,0 F r a ç ã o R e c r i s t a l i z a d a [ % ] Tempo [min] 100 35 40 45 50 55 H V 5 Tempo [min] Figura 3.2. Diagrama dos tratamentos termomecânicos. Porque estudar tratamentos termomecânicos? � O processamento termomecânico de materiais está TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS diretamente relacionado com as propriedades mecânicas que um material deve ter para atender a uma necessidade de projeto ou aplicação específica. � Além disso, é essencial uma compreensão dos mecanismos de obtenção das microestruturas e da dependência destes em relação ao tempo e temperatura. � Os tratamentos termomecânicos são obtidos na prática (industrialmente) como resultado dos processos de conformação plástica (ex: forjamento, laminação, trefilação ou extrusão) aliados ao tratamento térmico. Principais objetivos: TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS � Principais objetivos: - ganho de propriedades mecânicas (endurecimento); - aumento da ductilidade (redução da dureza); - alívio de tensões; - estabilização microestrutural; - refino de grão; - eliminação de porosidade; � Solubilização Este tratamento envolve o aquecimento à tempera adequada, durante um tempo suficiente para a dissolução de um ou mais constituintes, seguido de resfriamento bastante rápido para mantê-los em solução. Recozimento PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS � Recozimento Tratamento térmico no qual o material é exposto a uma temperatura elevada por um período de tempo prolongado, sendo, em seguida, resfriado lentamente. Objetivos: - aliviar tensões; - aumento da ductilidade/tenacidade; - produção de uma microestrutura específica. � Recozimento intermediário Consiste em um tratamento térmico usado para anular os PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS O recozimento pode ser divido em quatro tipos: Consiste em um tratamento térmico usado para anular os efeitos da deformação plástica a frio (aumentar a ductilidade de um metal previamente encruado). Neste caso, podem ocorrer processos de recuperação e recristalização, no entanto, o crescimento de grão deve ser evitado. � Recozimento para alívio de tensões Tensões residuais internas podem se desenvolver em peças metálicas devido a processos de deformação PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS peças metálicas devido a processos de deformação plástica, resfriamento não uniforme e transformações de fase durante o resfriamento. Caso estas tensões não sejam removidas, distorções e empenamento podem ocorrer. O tratamento consiste em aquecer a peça a uma determinada temperatura, permanecendo até o equilíbrio (uniformização) e, em seguida, resfriá-la ao ar até a temperatura ambiente. � Normalização Tratamento térmico de recozimento usado para refinar grãos e produzir uma distribuição de tamanhos mais PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS grãos e produzir uma distribuição de tamanhos mais uniforme. Normalmente realizado em aços deformados plasticamente e que possuem grãos de perlita de formato irregular. O tratamento consiste em aquecer por algum tempo o material a elevadas temperaturas (austenitização para os aços) e depois resfriá-lo ao ar. � Recozimento subcrítico Consiste em aquecer por um longo período de tempo a liga (aço) até uma temperatura imediatamente abaixo da PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS liga (aço) até uma temperatura imediatamente abaixo da temperatura eutetóide (≈ 700ºC para os aços), na região α + Fe3C do diagrama de fase (a fim de se produzir a estrutura da cementita globulizada) e, depois, resfriá-lo ao ar. � Têmperas � Têmpera (a) Uma liga solubilizada à temperatura T>T0 deve ser PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS Uma liga solubilizada à temperatura T>T0 deve ser resfriada rapidamente até a temperatura T3, de modo que os domínios de transformação de fase no diagrama TTT não sejam ultrapassados. A têmpera rápida impede que os mecanismos difusionais sejam ativados de modo que a liga mantém a mesma composição química da fase única à alta temperatura, permanecendo em condições metaestáveis. Ex: obtenção da martensita nos aços. � Têmpera (b) Uma liga solubilizada à temperatura T>T0 deve ser resfriada bruscamente até a temperatura T2, sem que se realize nenhuma transformação. Na temperatura T2, a liga PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS realize nenhuma transformação. Na temperatura T2, a liga evolui total ou parcialmente, passando do estado metaestável para o estado estável, ou ainda, para um estado intermediário também metaestável. Ex: austêmpera nos aços. Austêmpera é uma transformação isotérmica para a produção de uma estrutura bainítica, a qual não é tão dura como a martensita, mas é mais tenaz. � Têmpera seguida de revenimento (c) Uma liga temperada nas condições (a) deve ser em seguida reaquecida até a temperatura T2, permanecendo nesta temperatura por um tempo prolongado. De um PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS nesta temperatura por um tempo prolongado. De um modo geral, o revenimento ou revenido é um tratamento que serve para aliviar as tensões da têmpera e, dependendo do tipo de liga, pode ocorrer uma precipitação com dispersão de finas partículas nesta faixa de temperatura. Ex: aços rápidos. � Têmpera seguida de recozimento (d) Uma liga depois de temperada em condições idênticas a (a) deve ser reaquecida até uma temperatura próxima a T1 para que, nesta temperatura, possa atingir o seu estado de equilíbrio, o qual é produzido por transformações de fase denominadas de envelhecimento. PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS transformações de fase denominadas de envelhecimento. � Martêmpera Consiste em austenitizar o aço e, então, resfriar rapidamente (sem atingir a curva TTT), chegando assim a temperatura de formação da martensita, onde é deixado isotérmico por um certo tempo até ser resfriado em banho de sal. A martensita obtida apresenta-se uniforme e homogênea, diminuindo os riscos de empeno e trincas. � Esferoidização / Coalescimento Este é um tratamento que visa produzir uma microestrutura esferoidal, constituída de pequenas partículas aproximadamente esféricas de carboneto numa matriz ferrítica. Essa estrutura é obtida em aços de médio PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS matriz ferrítica. Essa estrutura é obtida em aços de médio e alto carbono e caracteriza-se por ser dúctil e ao mesmo tempo de alta usinabilidade. Uma das técnicas mais empregadas e também rápida consiste em efetuar-se uma austenitização parcial ou total e, em seguida, manter o aço logo abaixo da temperatura inicial de formação da austenita por um certo tempo. � A deformação plástica altera, significativamente, a cinética das transformações, modificando as curvas do diagrama TTT, propiciando, portanto, um aumento da taxa de nucleação nas regiões mais afetadas pela deformação (contornos de grãos e subgrãos). EFEITOS DA DEFORMAÇÃO (contornos de grãos e subgrãos). � Elevadas taxas de deformação a quente (>50%) produzem um aumento considerável da densidade de discordâncias, dessa forma, se o material for resfriado e, em seguida, envelhecido, haverá a precipitação de fases endurecedoraspreferencialmente nas regiões de contornos de grãos e subgrãos (ricas em defeitos). Ausforming � Um exemplo clássico de processamento termomecânico é o tratamento “ausforming”, feito em aços. Neste tratamento, uma matriz austenítica é resfriada rapidamente até uma temperatura entre os domínios perlítico e bainítico e, em seguida, sofre uma deformação (δ). Após deformação, o material é resfriado bruscamente, dando origem a uma martensita mais resistente que a tradicional. PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO origem a uma martensita mais resistente que a tradicional. Trabalhabilidade x resistência � Além das ligas ferrosas, a indústria de transformação tem produzido ligas de materiais não-ferrosos cada vez mais e com melhor qualidade. PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO com melhor qualidade. � A trabalhabilidade, aliada a alta resistência ao final do processo, pode ser obtida mediante adequação de tratamentos termomecânicos, combinados a tratamentos térmicos intermediários e posteriores. As figuras a seguir mostram alguns dos ciclos termomecânicos que podem ser utilizados em ligas envelhecíeis. PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO � No primeiro ciclo, a deformação com resfriamento parcial é iniciada logo após o tratamento de solubilização. Após a deformação a liga é resfriada bruscamente para que solução sólida deformada não recristalize e possa manter-se na condição de supersaturação. No estado metaestável, a liga é então envelhecida para precipitação das fases endurecedoras. � No segundo ciclo, a deformação é feita na mesma temperatura de solubilização, de modo que o material parcialmente recristalizado é resfriado bruscamente até a temperatura na qual ocorrerá o envelhecimento. FIM TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS CONFORMAÇÃO PLÁSTICA δδδδ ANULA EFEITO DA DEFORMAÇÃO A FRIO Microestrutura de um material policristalino encruado (deformado a frio). Microestrutura de um material policristalino recristalizado. 45 50 55 RECUPERAÇÃO / RECRISTALIZAÇÃO 10 100 30 35 40 H V 5 Tempo [min] Curva de dureza Vickers em função do tempo de recozimento AA 8011. Diagrama eutetóide αααα + Fe3C TÊMPERAS T = temperatura de solubilização T3 ≈ temperatura ambiente OBTENÇÃO DA MARTENSITA AUSTÊMPERA Austenitização Resfriamento brusco r a t u r a TÊMPERA SEGUIDA DE REVENIMENTO 1º Revenimento 2º Revenimento 3º Revenimento Pré-aquecimento Temperatura crítica - Transformação Tempo T e m p e r a t u
Compartilhar