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Resumo Gov e Gestão Estrutura Setor Pub aula 01 a 06

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AULA 01
 A atuação do Estado na Sociedade Atual e as Esferas de Poder. 
Introdução:
O Estado é a representação de uma pluralidade de regras, pessoas e instituições que separam a sociedade para terem a isenção para organizá-la.
Em diversas sociedades primitivas, não existia o Estado, mas certamente algumas formas de organização e lideranças faziam este papel.
O Estado passa a emergir quando o comando das comunidades é aparelhado e garante uma instância que funciona de modo hierárquico e harmônico, havendo assim a clara separação entre quem governa e os que são governados.
Desse modo, conforme aponta Costin (2010), “O Estado moderno com a exceção do absolutismo, que se caracteriza muito mais como uma transição do medieval em direção à modernidade – passa a ser pensado a partir das ideias de representação e de separação entre o público e privado”.
Este Estado Moderno, na visão Weberiana, busca a coerção física e a máxima obediência dos cidadãos, pois se trata da legitimidade de uma dominação.
Numa visão contemporânea, Costin (2010) aponta que o Estado contém um conjunto de organismo decisório (Parlamento e Governo) e de execução (Administração Pública).
Desde o modo, segunda a autora, a organização estatal é mais ampla do que o governo ou a administração pública, possuindo a dimensão da geração de normas que irão nortear a convivência social e a dimensão administrativa, associadas ao dia a dia da administração das instituições e das relações políticas.
Fazendo-se outra análise o Estado é integrado por três poderes:
Legislativo: 
É o conjunto de leis que rege a Sociedade; 
Executivo: 
Tem a responsabilidade de fiscalizar a aplicação das leis, além de regulamentar as legislações, implementar políticas públicas, arrecadar impostos para atender às funções estatais e a de seus componentes;
Judiciário: 
Tem a capacidade de avaliar e julgar a aplicação das leis e das penas correspondentes a seu respeito.
 
Haverá ainda uma nova tentativa modernizadora com a instalação da Comissão Amaral Peixoto que objetivava uma ampla descentralização e ampla delegação de competências, porém as condições políticas vão propiciar a instauração do regime militar, em 1964. Assim, as bases do que será a reforma administrativa executada pelos militares em 1967 com o Decreto-lei 200, já haviam sido elaboradas pela comissões Amaral Peixoto, COSB e CEPA e se organizavam em cinco princípios fundamentais. 
Planejamento como princípio dominante; 
Expansão das empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas), bem como de órgãos independentes (fundações públicas) e semi-independentes (autarquias);
A necessidade de fortalecimento e expansão do sistema do mérito sobre o qual se estabeleciam diversas regras.
Diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos.
O reagrupamento de departamentos, divisões e serviços em 16 ministérios.
Assim COSTA (2008, p. 851) define o Decreto-lei 200 de 25 de fevereiro de 1967: 
“O mais sistemático e ambicioso empreendimento para a reforma da administração federal. Esse dispositivo legal era uma espécie de lei orgânica da administração pública, fixando princípios, estabelecendo conceitos, balizando estruturas e determinando providências. O Decreto-Lei nº 200 de 25 de fevereiro de 1967 se apoiava numa doutrina consistente e definia preceitos claros de organização e funcionamento da máquina administrativa.”
Ainda sobre os governos militares devem ser destacados os programas nacionais de desestatização e desburocratização.
Com a abertura política e a chamada Nova República, prosseguiu-se a modernização do Estado brasileiro, em setembro de 1986. Foi lançado o primeiro programa de reformas do governo Sarney "que tinha três objetivos principais: racionalização das estruturas administrativas, formulação de uma política de recursos humanos e contenção de gastos públicos." (MARCELINO, 2003, p.647)
Após o longo período de governos militares, em 1990, o Brasil volta a ser governado por um civil eleito, Fernando Collor que eleito com uma plataforma de modernização tenta uma profunda reforma da máquina administrativa, extinguindo e fundindo, ministérios, órgãos e demais entidades da administração pública, demitindo funcionários ou pondo-os em disponibilidade. Porém, os resultados, especialmente, os cortes de pessoal, segundo Costa (2008, p. 861), “se examinarmos a administração como um todo, não trouxeram expressiva redução de custos”.
O Brasil tem um Estado republicano, democrático e representativo. Trata-se de uma República federativa e presidencialista composta de três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
A federação é formada pela união dos 26 estados, municípios e do Distrito Federal, localizado em Brasília e sob gestão autônoma. 
	São assim três os níveis de governo: União, Estados e Municípios.
	Diz a Constituição Federal (CF): 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
	A república brasileira se constitui em um Estado democrático de direito e, assim, refere-se a uma Constituição. Considerando-se a configuração política de federação, também possui Constituições Estaduais que devem respeitar os preceitos estabelecidos pela Constituição Federal, além das leis e dos decretos que as regulamentam.
	As eleições no Brasil ocorrem a cada quatro anos para os agentes políticos, tais como para presidente, governador, prefeito, deputados federais, senadores, deputados estaduais ou distritais (os do Distrito Federal) e vereadores.
Diz a Constituição Federal: 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de 18 anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de 70 anos;
c) os maiores de 16 e menores de 18 anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para presidente e vice-presidente da República e senador;
b) trinta anos para governador e vice-governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito, vice-prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos."
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todos os brasileiros maiores de 18 anos e são facultativos para analfabetos, maiores de 70 anos e maiores de 16 anos e menores de 18 anos. Além disso, é vedado o alistamento eleitoral durante o período de serviço militar dos conscritos.
O Brasil prevê expressamente, em sua Constituição, o pluripartidarismo. Nesse sentido, é livre a criação de partidos que podem automaticamente definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e estabelecer coligações.  
Esses partidos, contudo, devem ter um caráter nacional, prestar contas à Justiça Eleitoral e não podem receber recursos de entidade ou governo estrangeiro. Todos os candidatos a cargos eletivosdevem ter filiação partidária.
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
Poder Executivo:
No Brasil, as funções de chefe de Estado e de chefe de governo são pertencentes ao ocupante do cargo de presidente da República, que é eleito pelo voto direto e com mandato de quatro anos com possibilidade de uma reeleição.
Funções do Presidente:
Representar o país internacionalmente;
Manter relações e tratados com países estrangeiros;
Ser o comandante supremo das forças armadas;
Propor políticas públicas ao Congresso e implantá-las;
Dirigir a Administração Pública Federal;
Garantir o cumprimento das leis.
Para isso, tem o poder, entre outros, de propor leis ao Congresso, como realizar o orçamento anual, editar, em casos de emergência, medidas provisórias que têm de imediato o valor das leis, mas devem ser votadas em seguida pelo Legislativo, sancionar e promulgar leis ou vetar projetos de lei.
Conta também com a Polícia Federal e com a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). 
O Poder Executivo conta com os recursos dos tributos arrecadados pela União, além de ser assessorado por Ministros de Estado que pode nomear livremente.  
No caso de impedimento do presidente eleito, assumem o cargo, na sequência: o vice-presidente eleito, o presidente da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal.
Estados Federados:
	
ATENÇÃO:
Soberania, como componente da estrutura estatal, não mais é considerada fundamental à sua existência.
AULA 02
 A Evolução da Administração Pública do Brasil. 
Formas de administração do Estado:
	Segundo Constin (2010, apud BRESSER-PEREIRA, 1998) há três formas de administração do Estado: patrimonialista, burocrática e gerencial (denominada por alguns autores de pós-burocrática).
Administração Patrimonialista:
	Retratava a forma comum de administrar das monarquias absolutas e, de acordo com a tradição, o poder concentrava-se na figura do governante. Constin (2010) cita que: “O Estado era considerado propriedade do rei.” O patrimônio do rei e o público eram iguais, um único patrimônio, ou seja, havia uma distorção entre bens públicos e privados. Teve influência religiosa, pois se acreditava que a providência divina atribuía ao rei poderes legítimos para exercer o domínio entre as pessoas. 
	No patrimonialismo o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares servidores possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas (rendimentos). A república não é diferenciada da res principis (patrimônio do príncipe ou do soberano). Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. (BRESSER-PEREIRA, 1995, p. 15). 
	O mundo assistiu a duas grandes guerras nos anos 20 e 30. A crise econômica de 1929 provocou desemprego e inflação. A administração patrimonialista favorecia ao nepotismo e à corrupção. Com o desenvolvimento do capitalismo industrial no século XIX, esse modelo mostrou-se inviável, sendo necessária a adoção de uma nova maneira de administrar que separasse o patrimônio público do privado. Surge, então, a administração burocrática.
Administração Burocrática: 
	Com base no modelo de Max Weber, teve início no Brasil a partir dos anos 30, com o governo de Getúlio Vargas, através da criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). O modelo burocrático busca garantir a segurança e a eficiência na prestação de serviços com foco em processos e tarefas. Procura também definir as funções dos servidores ou administradores públicos estabelecendo regras, descrevendo a forma impessoal de acesso aos cargos e às formas de ascensão profissional. Nesse modelo, há a separação de privado e público, na qual prevalece o interesse público e não o pessoal, como no patrimonialismo.
Constin (2010, p. 32) descreve alguns princípios básicos que norteiam essa forma de administração: 
Formalismo:
	Atividades, estruturas e procedimentos estão codificados em regras exaustivas para evitar a imprevisibilidade e instituir maior segurança jurídica nas decisões administrativas;
Impessoalidade:
	Interessa o cargo e a norma, e não a pessoa em sua subjetividade. Por isso, carreiras bem estruturadas em que a evolução do funcionário possa ser prevista em bases objetivas são próprias desta forma de administração;
Hierarquização: 
	A burocracia contém uma cadeia de comando longa e clara, em que as decisões obedecem a uma lógica de hierarquia administrativa, prescrita em regulamentos expressos, com reduzida autonomia do administrador;
Rígido controle de meios:
	Para se evitar a imprevisibilidade e introduzir ações corretivas a tempo, um constante monitoramento dos meios, especialmente dos procedimentos adotados pelos membros da administração no cotidiano de suas atividades.		Comparado com o modelo patrimonialista, o modelo burocrático apresentou uma série de contribuições. Entretanto, alguns aspectos negativos como a rigidez e a demora nos processos foram identificados. A doutrina classificou-os como disfunções da burocracia.
Disfunções da gestão burocrática:
As disfunções devem-se a alguns fatores, tais como: o excesso de burocracia, de institucionalização de procedimentos, centralismo regulatório, formalismo, dentre outros. O processo de tomada de decisão era lento devido aos níveis hierárquicos estabelecidos. O trabalho dos funcionários passou a centrar-se em atender às exigências das normas e, assim, a atuação era focada nos meios e não nos fins (objetivos). Os serviços oferecidos eram dispendiosos e o trabalho executado quase nada tinha a ver com a real necessidade dos cidadãos. 
Devido à insatisfação com a burocracia, surgiram as primeiras reformas administrativas que almejavam uma administração flexível e de maior qualidade na prestação dos serviços oferecidos.
Gerencial ou pós-burocrática:
As reformas da Administração Pública no Brasil:
Segundo Nascimento (2010): “A reforma do Estado é vista frequentemente como um processo de redução do tamanho da máquina pública, que envolve a delimitação de sua abrangência institucional e a redefinição de seu papel”. As funções do Estado estão basicamente concentradas em três áreas de atuação que envolvem as suas atividades exclusivas, a prestação de serviços sociais e científicos e a produção de bens e serviços para o mercado.
De acordo com o mesmo Decreto, as atividades da Administração Federal devem obedecer aos seguintes princípios fundamentais que versam sobre o planejamento, através de análise prévia, visando atender às reais necessidades dos cidadãos: 
Coordenação; 
Controle, por meio de instituição de mecanismos de acompanhamento e mensuração de resultados; 
Descentralização, mediante a transferência da atividade de produção de bens e serviços para as fundações, empresas públicas, autarquias e sociedades de economia mista; e, 
Delegação de competência, proporcionando maior autoridade para os gestores, concedendo autonomia, baseada no pressuposto da confiança limitada.
Assim, com esse Decreto foram transferidas as atividades de produção de bens e serviços para a administração indireta e foram estabelecidos os princípios referentes à descentralização, ao planejamento, orçamento e controle dos resultados.
De acordo com Bresser-Pereira (1995), no início da década de 70 houve a crise do Estado. As crises do Estado e da Burocracia estão intimamente relacionadas. Em 1973, houve a crise mundial do petróleo, que resultou na crise fiscal dos Estados, que tiveram que aumentar seus tributos para cobrir seus déficits. Além disso, com a crise fiscal, os governos não dispunham de recursos suficientes para honrar seus compromissos e houve redução de custos e de gastos compessoal. 
As décadas de 80 e 90 presenciaram uma crise nas finanças públicas. Diversos fatores, tais como mudanças globais, demográficas, déficit público, endividamento externo e alta dos juros internacionais tornavam cada vez necessária a alteração do modelo burocrático. A sociedade buscava uma atuação do poder público de forma mais transparente e ética.
No Brasil, em 1980, a crise do Estado se agrava, visto que devido à crise fiscal, o Estado já não atendia às suas demandas e não conseguia mais atuar estimulando o desenvolvimento econômico.
Com a Constituição de 1988, vários autores acreditam que houve um retrocesso burocrático, porque, em alguns casos, optou-se em diminuir o grau de autonomia dos gestores públicos e consolidar os processos burocráticos.
Nascimento (2010) cita que: “O que orientou a proposta do governo federal para implantação de uma reforma administrativa no Brasil foi a opção pela administração gerencial”. 
A reforma da gestão pública em nosso país ocorreu em 1995, quase 10 anos após a reforma da Grã-Bretanha ter sido implantada.
O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a iniciar uma reforma. Esta se iniciou com o governo de Fernando Henrique Cardoso e foi liderada pelo Ministro da Administração Federal e Reforma do Estado (Mare), Bresser-Pereira. Foi baseada no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, e sua implantação contou com o apoio do governo britânico. 
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento. (BRESSER-PEREIRA, 1995, p.12).
Com a reforma, a administração gerencial substituiu o modelo burocrático. Com isso, a administração pública passa a ter uma atuação definida em objetivos, conceder maior autonomia para os administradores e o estabelecer o controle e monitoramento de resultados.
Nesse sentido, na proposta de reforma administrativa do governo, incluindo a administração por resultados, o planejamento estratégico, a descentralização e a autonomia dos gestores representariam os elementos centrais da Nova Administração Pública, cuja ação estaria determinada pelas necessidades do cidadão-cliente, e não mais pelo princípio paralisante do controle rígido dos processos administrativos. (NASCIMENTO, 2010, p. 269).
O Plano descreve quatro setores que fazem parte do aparelho do Estado:
O Núcleo estratégico é o governo em si, responsável pela definição, monitoramento e fiscalização de políticas públicas. O governo elabora leis e exige seu cumprimento. Constin (2010) descreve que: “Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no Poder Executivo, ao Presidente da República, aos ministros e à equipe responsável pelo apoio técnico à formulação e coordenação de políticas públicas”.
Atividades exclusivas, que se referem à prestação de serviços exclusivamente realizados pelo Estado. 
São serviços que, geralmente, encontram-se associados ao poder de polícia, de modo que também se exerça o extroverso do Estado – o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar, como, por exemplo, a cobrança e fiscalização de tributos, a polícia, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, o controle do meio ambiente. (CONSTIN, 2010, p. 36).
Os serviços não exclusivos, que correspondem aos setores nos quais o Estado trabalha em parceria com organizações públicas não estatais e empresas privadas. As organizações e empresas que atuam representando o Estado não têm o poder de polícia. Como o trabalho é feito de forma concomitante, o Estado presta serviços ligados aos direitos fundamentais, tais como: saúde, educação, pesquisa e cultura. 
Produção de bens e serviços para o mercado - tratam das atividades econômicas exercidas por empresas. As organizações econômicas que trabalham para o Estado visam a obtenção de lucro.  
Tais atividades encontram-se no Estado por envolverem eixos considerados estratégicos, por faltar capital ao setor privado para realizar o investimento ou por serem atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessário, no caso de privatização, a regulamentação rígida por parte do poder público. (CONSTIN, 2010, p. 36).
É importante destacar que cada setor tem demandas e processos específicos e, por isso, apresentam uma maneira diferente da atuação do poder público.
Bresser-Pereira (1995) aborda que: “A Reforma Gerencial de 1995 foi constituída por dois documentos básicos: o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (de 1995) e a Emenda Constitucional 19 aprovada em abril de 1998, depois de três anos de debates”. O autor ressalta que o Plano Diretor foi o grande documento da Reforma.
Administração Pública Gerencial:
	Surgiu na segunda metade do século XX. Nesse modelo, as metas e os resultados a serem alcançados são negociados por meio de um contrato de gestão. Busca-se medir a eficiência e também a efetividade dos serviços oferecidos, porque a missão do governo é oferecer serviços de qualidade. 
As principais características da administração gerencial:
Descentralização: 
	Ocorre com a transferência de competências do Estado. Di Pietro (2010) descreve que a centralização pode ser verificada sob dois pontos de vista: o político e o administrativo. A descentralização ocorre quando há transferência de poder, de funções e competências da administração para pessoas físicas, jurídicas ou sociedade civil;
Controle dos resultados:
A administração gerencial é focada em resultados (e não em processos, como no modelo burocrático) e estimula a flexibilização, inovação e criatividade. O controle é feito com base em indicadores de desempenho e com a adoção do contrato de gestão. A gestão com base em resultados proporciona maior autonomia e confiança ao gestor público;
Gestão direcionada ao cidadão: 
	Os serviços públicos devem estar voltados ao atendimento das necessidades prementes dos indivíduos;
Valorização do servidor: 
	Procura criar melhores condições de trabalho e mecanismos de reconhecimento e valorização de quem irá conduzir a reforma. Proporciona também maior autonomia gerencial gerando flexibilidade e rapidez na prestação de serviços;
Criação de novas formas de organização para prestação de serviços não exclusivos do Estado, tais como: Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e Organizações Sociais (OS).
Vale ressaltar que a reforma da administração pública ocorrida no Brasil, apesar de buscar a modernização, manteve algumas características da administração burocrática. Alguns procedimentos tiveram continuidade, principalmente os que envolviam a exigência de realização de concurso público, a estruturação de carreiras, de procedimentos estabelecidos, como os que englobavam as compras governamentais e contratação de serviços (tomada de preço e licitação) e proteção ao servidor. 
Apesar de ter encontrado fortes resistências, principalmente por parte de políticos e gestores burocráticos, estas foram reduzidas com os resultados apresentados que se traduziram em aumento de eficiência e qualidade nos serviços. Constin (2010) cita que a reforma vem sendo mantida e atualizada ao longo dos dois últimos governos federais, ou seja, o modelo de administração gerencial tem se consolidado e as organizações sociais vêm sendo criadas.
Gestão pública empreendedora:
Com as transformações mundiais ocorridas nos últimos anos, um novo desafio apresenta-se diante dos gestores públicos: tornar a sua gestão empreendedora, mais flexível, eficiente, respeitando os valores éticos, com transparência, honestidade, foco ao atendimento das reais necessidades do cidadão e otimização de recursos.
De acordo com a literatura a respeito do tema “empreendedorismo”, a palavra designa vários significados, entre eles o de otimizar recursos e manter um equilíbrio dinâmico. Portanto, uma novaforma de administrar, com base na eficiência e produtividade se faz necessária. Sendo assim, algumas características desse tipo de gestão podem ser apontadas:
A atuação do governo como uma entidade dinâmica e estimuladora da própria sociedade através do desenvolvimento de suas atividades, incorporando a participação do povo nas decisões do Estado. O governo passa a agir em conjunto com a sociedade e não mais sozinho, somente ditando normas e regras, ou seja, passa a estimular alguns valores democráticos, tais como: igualdade, dignidade, participação e representatividade;
Aperfeiçoamento da governabilidade por meio da implantação de novas práticas gerenciais, evitando certa distância entre o setor público e os cidadãos, visando, assim, melhorar a qualidade nos serviços prestados, com foco no atendimento das demandas da sociedade;
Estimular uma maior participação do cidadão na gestão pública por meio de uma “democracia participativa”, na qual o cidadão deixa de ser o demandante por serviços e passa a auxiliar na identificação das reais necessidades e a exigir uma melhor atuação nos serviços oferecidos.
A atuação de uma gestão pública empreendedora vai além do cumprimento de metas orçamentárias e regras institucionalizadas. Ela estabelece a missão de seus órgãos e define um conjunto de indicadores de forma que os funcionários possam alcançar o que foi proposto. Tem foco nos resultados e não somente nos procedimentos, processos e recursos e busca atender às demandas dos cidadãos e não da própria burocracia.
Os sistemas de orçamento em um governo burocrático tradicional induzem ao gasto dos recursos desconsiderando à arrecadação. Já os governos empreendedores concentram-se na obtenção de receitas, medindo e avaliando antecipadamente o retorno de cada investimento. Essa forma de gestão visa não só poupar recursos, mas otimizá-los.
Seu planejamento estratégico considera a prevenção como um fator imprescindível para o aproveitamento de recursos (físicos, financeiros, humanos, dentre outros). Sua atuação tem foco na prevenção de possíveis problemas. 
	A descentralização é também uma característica marcante, pois confere maior autonomia, confiança e responsabilidade aos gestores. O acompanhamento periódico dos resultados é feito em conjunto, o processo de comunicação é estimulado e o trabalho conta com maior participação da equipe.
AULA 03
 Organização da Administração. 
Noções de centralização, desconcentração e descentralização:
	As funções administrativas do Estado são realizadas por agentes, órgãos e pessoas jurídicas e podem ser feitas de modo centralizado, descentralizado ou desconcentrado.
	Constin (2010, p. 27) define assim a Administração Púbica: 
	É o conjunto de órgãos, funcionários e procedimentos utilizados pelos três poderes que integram o Estado para realizar suas funções econômicas e os papéis que a sociedade lhe atribuiu no momento histórico em consideração. Assim temos dois qualificativos para associar a esta afirmação: a Administração Pública não existe só no Executivo e ela muda constantemente, pois as expectativas da sociedade em relação a ela e as disputas que se fazem na esfera política para fazer valer propostas diferentes de atuação estatal também são cambiantes (passa por mudanças).
Três modos das funções administrativas do Estado:
Segundo Di Pietro (2010), o processo de descentralização envolve:
Reconhecimento de personalidade jurídica ao ente descentralizado;
Existência de órgãos próprios, com capacidade de autoadministração exercida com certa independência em relação ao poder central;
Patrimônio próprio, necessário à consecução de seus fins;
Capacidade específica, ou seja, limitada à execução do serviço público determinado que lhe foi transferido, o que implica sujeição ao princípio da especialidade, que impede o ente descentralizado de desviar-se dos fins que justificaram a sua criação.
Sujeição a controle ou tutela, exercido nos limites da lei, pelo ente instituidor; esse controle tem que ser limitado pela lei precisamente pra assegurar certa margem de independência ao ente descentralizado, sem o que não se justificaria a sua instituição. (DI PIETRO, 2010, p. 413).
ATENÇÃO:
Desconcentração: É mera técnica administrativa e é utilizada tanto na Administração Direta, quanto na Indireta. 
Descentralização: É feita por meio de outorga ou delegação.
Administração Direta:
Administração Indireta:
	
Entidades da administração indireta:
Formas de criação:
Por meio de lei específica;
Mediante ato do Poder Executivo, autorizado por lei específica.
ATENÇÃO:
	Essas entidades são de caráter meramente administrativo e não político.
Autarquias:
Lei:
ATENÇÃO:
Fundações Públicas:
	
Principais características das Fundações Públicas:
Empresas Públicas:
Com relação ao regime jurídico, aplica-se distintamente: aquelas que prestam serviços públicos sujeitam-se ao regime administrativo, próprio das atividades públicas, enquanto que as que se dedicam a atividades econômicas submetem-se ao regime jurídico, próprio das empresas privadas.
Apesar da composição do capital ser inteiramente pública, a mesma autora destaca a seguinte particularidade:
A empresa pública tem o capital inteiramente público, o que faria supor que dele podem participar as pessoas jurídicas de direito público interno. Mas o artigo 5º. do Decreto-lei nº. 900/69 veio permitir que, desde que a maioria do capital votante permaneça de propriedade da União, seja admitida, no capital da empresa pública a participação de outras pessoas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Com isso, admite-se a participação de pessoas jurídicas de direito privado que integrem a administração indireta, inclusive de sociedades de economia mista, em que o capital é parcialmente privado. (DI PIETRO, 2010, p. 453).
Sociedade de Economia Mista: 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip):
	São pessoas jurídicas de direito privado e sem fins lucrativos.
	
AULA 04
Tipos de Organizações e Terceiro Setor.
Entidade Paraestatal:
Diversos autores apresentam várias definições para o termo “estatal”. Entidades paraestatais desenvolvem trabalhos paralelos com o Estado, colaborando com ele. Por seu caráter híbrido, pode ser considerada como uma pessoa semipública e semiprivada. 
Alguns teóricos consideram que as paraestatais são autarquias com alto grau burocrático. Outros acham que as entidades autárquicas não mantêm graus de subordinação com o Estado.
Di Pietro (2010, apud MEIRELLES 2003, p.362) descreve que “entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado cuja criação é autorizada por lei específica, com patrimônio público ou misto, para realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do Estado”. Portanto, sua atuação pode ser classificada na esfera privada, ou seja, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos.
Di Pietro (2010) considera que podem ser listadas as seguintes entidades paralelas ao Estado:
Serviços sociais autônomos;
Entidades de apoio (fundações, associações e cooperativas);
Organizações Sociais (OS); e
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).
As entidades descritas apresentam as mesmas características: 
Como são criadas por particulares, são entidades privadas, pois seu regime jurídico é de direito privado; 
Auxiliam as entidades governamentais na prestação de serviços não exclusivos; 
Recebem alguma ajuda do Estado e, devido a isso, devem atender às exigências da Administração Pública e do Tribunal de Contas; 
Fazem parte do terceiro setor, pois não se enquadram totalmente como entidades privadas nem fazem parte da Administração Pública direta ou indireta;
Estão incluídas entre as organizações não governamentais (ONGs) e podem ser consideradas como entidades paraestatais.
A mesma autora cita que o terceirosetor refere-se às atividades de prestação de serviços de interesse público. Por oferecer atividades de interesse público e sem fins lucrativos, as entidades podem receber auxílio do Estado, mas para isso precisam atender aos critérios estabelecidos. Caso os critérios sejam atendidos, a entidade recebe um título, como o de utilidade pública, o certificado de fins filantrópicos, a qualificação de organização social.
O primeiro setor é o Estado, e o segundo setor é representado pelo mercado. Alguns autores consideram as entidades do terceiro setor como “públicas não estatais” ou “entidades paraestatais”. Devido à sua classificação, essas entidades também poderiam ser consideradas como serviços sociais autônomos, mas como têm áreas de atuação especializadas são categorizadas distintamente. Muitos teóricos classificam-nas como entidades do terceiro setor, por entenderem que são entidades da sociedade civil sem fins lucrativos e públicos.
O Terceiro Setor descreve um espaço de participação e experimentação de novos modos de pensar e agir sobre a realidade social.
Serviços Sociais Autônomos:
Os serviços sociais autônomos têm personalidade jurídica de direito privado, são criados por lei para prestar assistência ou ensino a algumas áreas sociais e não tem fins lucrativos. São mantidas por contribuições compulsórias parafiscais ou dotações orçamentárias.
Di Pietro (2010 apud MEIRELLES, 2003, p.362) aponta que “são entes paraestatais, de cooperação com o Poder Público, com administração e patrimônios próprios, revestindo a forma de instituições particulares convencionais (fundações, sociedades civis ou associações) ou peculiares ao desempenho de suas incumbências estatutárias”.
Exemplos destes serviços no Brasil:
Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE);
Serviço Social do Comércio (SESC);
Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC);
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI);
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST - SENAT);
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).
É importante ressaltar que essas entidades não substituem o Estado na prestação de serviços públicos nem prestam serviços delegados pelo Estado. Como exercem atividades privadas de interesse público oferecem serviços que não são exclusivamente os mesmos oferecidos pelo Estado. Assim, a atuação do Estado é de fomento e não de prestação de serviços.
Como recebem incentivos e recursos públicos precisam seguir a legislação, principalmente envolvendo a questão de contratação de pessoal, processo de compras (licitação), contratação de serviços, prestação de contas, equiparação dos funcionários aos servidores públicos em casos de crime e de improbidade administrativa.
Entidades de Apoio:
Di Pietro (2010) descreve que entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores públicos, porém em nome próprio sob a forma de fundação, associação ou cooperativa para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vínculo jurídico com entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de convênio.
Características das entidades de apoio: 
Elas não são instituídas por iniciativa do Poder Público, mas por servidores públicos de determinada entidade estatal e com os seus próprios recursos;
Essas entidades mais comumente assumem a forma de fundação, mas também podem assumir a forma de associação ou cooperativa, sempre sem fins lucrativos e inserindo em seus estatutos objetivos iguais aos da entidade pública junto à qual pretendem atuar;
Em consequência, enquanto a entidade pública presta serviço público propriamente dito, a entidade de apoio presta o mesmo tipo de atividade, porém não como serviço público delegado pela Administração Pública, mas como atividade privada aberta à iniciativa privada. Ela atua mais comumente em hospitais públicos e universidades públicas;
Sendo a atividade prestada em caráter privado, ela não fica sujeita ao regime jurídico imposto à Administração Pública; por outras palavras, os seus contratos são de direito privado, celebrados sem licitação, os seus empregados são celetistas, contratados sem concurso público. Por não serem servidores públicos, não ficam sujeitos às normas constitucionais pertinentes a essa categoria de trabalhadores; por não desempenharem atividade delegada pelo Poder Público, não se sujeitam à tutela administrativa. Para poderem atuar como entidades de apoio, paralelamente à Administração Pública, estabelecem um vínculo com a mesma, em regra por meio de convênio. (DI PIETRO, 2010, p.494).
Às entidades, é permitida a utilização de bens públicos (móveis ou imóveis) e também de servidores públicos. A sede da entidade pode ou não ser o mesmo local de prestação de serviços. A forma de atuação ocorre com a celebração de convênios. Não são disciplinadas por nenhuma lei própria, mas precisam seguir a Lei Federal no. 8.958, de 20 de dezembro de 1994, que dispõe sobre as relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio e dá outras providências.
Cabe apresentar uma citação da referida autora: “essa é a vantagem dessas entidades: elas são a roupagem com que se reveste a entidade pública para escapar às normas do regime jurídico de direito público”.
Organizações Sociais:
As organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado, não visam ao lucro e são criadas por pessoas físicas. 
A Lei no. 9.637, de 15 de maio de 1998, dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais.
As organizações sociais têm autonomia financeira e administrativa e podem atuar em “atividades que sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde”. São registradas como uma fundação ou associação e depois solicitam a qualificação de organização social ao poder público. De acordo com a mesma lei: “Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades de interesse social e utilidade pública para todos os efeitos legais”.
Seu estatuto prevê a instituição de um conselho de administração e uma diretoria. Buscando estimular a participação social no órgão colegiado de deliberação superior, há necessidade de contar com representantes do poder público e cidadãos da comunidade onde a organização atua que tenham idoneidade moral.
Para que seja estabelecida a parceria com as entidades governamentais é necessário elaborar o contrato de gestão que deve constar as responsabilidades, atribuições e obrigações de ambas as partes. Bresser-Pereira (1995) cita que, após ter a autorização para celebrar o contrato, ela passa a ter direito à dotação orçamentária.
O contrato será fiscalizado “pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada”. A fiscalização controla os resultados. A desqualificação da entidade como organização social se dará por meio do descumprimento das disposições do contrato de gestão.
O Decreto no. 5.504/05, no art. 1º, obriga que as OS promovam licitações públicas para obras, compras, serviços e alienações. No mesmo artigo, inciso 1º,  consta que: “Nas licitações realizadas com a utilização de recursos repassados nos termos do caput, para aquisição de bens e serviços comuns, será obrigatório o emprego da modalidade pregão”.
Como a atividade de uma organização social é de natureza privada, sem fins lucrativos, e conta com o apoio do Estado em atividades que tenham natureza de fomento, Di Pietro (2010) ressalta que “(...) na realidade o real objetivo parece ser o de privatizar a forma de gestão de serviço público delegado pelo Estado”. Por este motivo, vários doutrinadores criticam a legislação federal por permitir que uma mesma atividadeprestada por um ente estatal, passe a ser feita por uma entidade privada utilizando os recursos públicos e também seus servidores.
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip):
São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, e criadas por particulares para prestar serviços sociais que não sejam de exclusividade do Estado (conforme Lei no. 9.790/99, de 23 de março de 1999, regulamentada pelo Decreto no. 3.100, de 30 de junho de 1999). A mesma autora descreve: “Elas devem atuar paralelamente ao Estado em seu próprio âmbito de atividade, com a ajuda do Estado, e não substituir-se à Administração Pública”. 
Por isso, contam com o incentivo poder público e, para prestar atividade para o Estado, é necessária a formalização do termo de parceria. O acompanhamento e a fiscalização serão feitos pelo órgão referente à área de atuação específica da atividade a ser fomentada.
As organizações sociais e as de sociedade civil de interesse público são entidades privadas, não têm fim lucrativo e precisam atender às exigências legais para receberem a qualificação pelo poder público. Após ter sido qualificada, a Oscip recebe apoio do poder público, no âmbito de atividade de fomento. Di Pietro (2010) aponta que “a grande diferença está em que a OS recebe ou pode receber delegação para a gestão de serviço público, enquanto que a Oscip exerce atividade de natureza privada, com a ajuda do Estado”.
O Art. 2o. descreve as atividades que não podem ser qualificadas como Oscip: 
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Os principais objetivos sociais de uma Oscip devem ter, no mínimo, uma das finalidades descritas: 
Promoção da assistência social; 
Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da educação; 
Promoção gratuita da saúde; promoção da segurança alimentar e nutricional; 
Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
Promoção do voluntariado; promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
Experimentação, não lucrativa de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; 
Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; 
Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste parágrafo.
Vale ressaltar que, conforme descrito no artigo 10º, antes de celebrar o termo de parceria, é necessário que seja feita uma consulta aos conselhos de políticas públicas das áreas de atuação correspondentes nos níveis de governo. Constin (2010) descreve: “Quanto à escolha da Oscip com a qual o Poder Público vai fazer a parceria, o Decreto nº. 3.1000 permite o concurso de projetos”.
No termo de parceria devem constar as cláusulas essenciais: do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto; a estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução ou cronograma; a previsão dos critérios objetivos de avaliação de desempenho que serão empregados, e os respectivos indicadores de resultado; a previsão de receitas e despesas necessárias, descrevendo detalhadamente cada item das categorias contábeis as remunerações e os benefícios de pessoal (diretores, empregados e consultores) a serem pagos.
Devem também constar a obrigação de apresentar, ao final de cada exercício, o relatório contendo as metas previstas e alcançadas, os resultados obtidos, a prestação de contas referente às despesas e receitas; além da publicação na imprensa oficial do extrato do termo de parceria e o demonstrativo de sua execução física e financeira, conforme descrição no art. 10, inciso 2º. Os resultados alcançados são avaliados por uma comissão, composta pelo órgão da área de atuação correspondente e a própria Oscip. Após essa análise ter sido feita, a autoridade competente receberá o relatório final.
A autora salienta que “na prática vem ocorrendo desvirtuamento das Oscips, tendo em vista que os termos de parceria com elas firmados nem sempre observam os seus fins institucionais, que são atividades privadas de interesse público”. O Estado tem sua participação sob a forma de fomento, incentivando as organizações privadas de interesse público.
Agências Executivas:
Trata-se da qualificação do Poder Executivo a uma autarquia ou fundação pública que tenha firmado contrato de gestão com o ministério supervisor pactuando metas e objetivos (conforme Lei no. 9.649, de 27 de maio de 1998).
É importante ressaltar que uma Agência Executiva não representa uma nova figura institucional, mas uma qualificação especial concedida pelo Poder Público às fundações públicas e autarquias que mantenham o contrato de gestão. De acordo com o art. 51, § 1º. “a qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República”. 
Seu reconhecimento é feito através de decreto, conforme descreve o mesmo artigo, para merecer a qualificação do Poder Executivo Federal a autarquia ou fundação pública deverá cumprir dois requisitos: 
Será necessária a apresentação de um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, visando à melhoria da eficácia da gestão;
Ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo ministério supervisor.  
De acordo com o art. 52, § 1o, os contratos terão periodicidade mínima de um ano e nele devem estar estabelecidos os objetivos, as metas, recursos necessários, indicadores e critérios de desempenho para avaliação. Para exemplificar podemos citar o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
ATENÇÃO:	
Serviços sociais autônomos; entidades de apoio; Organizações Sociais; e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público apresentam as mesmas características.
AULA 05
Princípios Fundamentais da Administração Pública.
Regimes público e privado na administração pública:
Segundo Di Pietro (2010), a administração pública submete-se ao regime jurídico de direito público ou ao regime jurídico de direto privado, de acordo com a Constituição. O poder público deve prestar serviços públicos e pode fazer isso diretamente ou através do regime de concessão ou permissão (conforme cita o artigo 175 da Constituição).
A mesma autora cita que “a opção por um regime ou outro é feita, em regra, pela Constituição ou pela lei”. A lei ordinária é que define se a Administração Pública irá adotar o regime das empresas permissionárias de serviços públicos ou concessionárias. Determina também o tipo de contrato, o prazo, as condições de execução, as formas de fiscalização e a rescisão contratual.
De acordo com a autora “a expressão regime jurídico administrativoé reserva tão-somente para abranger o conjunto de traços de conotações que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa”.  
A Administração Pública goza de privilégios ou prerrogativas, tais como autoexecutoriedade, autotutela, poder de expropriar, de solicitar bens e serviços, de se apropriar de um imóvel alheio por um determinado tempo, aplicar sanções administrativas, rescindir unilateralmente contrato, exercer o poder de polícia, ter imunidade tributária, prazos judiciais diferenciados, entre outros.
As prerrogativas permitem que a administração adquira um status superior diante do particular, visando à supremacia dos interesses públicos, e as restrições condicionam o exercício de suas atividades ao que a lei determina.
Regime Jurídico Administrativo: 
Princípios da Administração Pública
A respeito dos princípios da Administração Pública Di Pietro (2010, apud Cretella Júnior, 1997, p.7) descreve: “princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces da ciência”.
Conforme mencionado no início desta aula, os princípios estão expressos de forma implícita ou explícita. Os princípios implícitos não estão expressamente escritos como tais na Constituição.
Todos os princípios devem ser observados por todas as esferas de governo: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e também pela Administração Direta e Indireta. Sobre esse assunto, Nascimento (2010) salienta que “princípios são mandamentos que se irradiam sobre as normas, dando-lhes sentido, harmonia e lógica”, ou seja, os princípios representam a base da atuação dos gestores públicos e servidores.
No caput do artigo 37 da Constituição, constam expressamente os princípios explícitos: “A Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Mais adiante, trataremos dos princípios implícitos mais relevantes para a esfera pública.
Princípios Explícitos:
Legalidade:
Os princípios da legalidade e da supremacia do interesse público são considerados imprescindíveis porque representam a base de todos os outros. Di Pietro (2010) ensina que se trata de uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais e também que a vontade pública é decorrente da lei. É importante ressaltar a questão da garantia, pois deixa bastante claro que toda a atuação deve ser pautada com base na lei.
De acordo com a mesma autora, “segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite. No âmbito das relações entre particulares, o princípio aplicável é o da autonomia da vontade que lhes permite fazer tudo o que a lei não proíbe”.
A lei é que determina a concessão de direitos, a criação de obrigações e direitos e a restrição da atuação do Estado. No artigo 5º, inciso II, consta: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei,” ou seja, o poder público só pode agir de acordo com o que está estabelecido na lei. Dessa forma, o Estado pode agir dentro de limites e proporciona aos cidadãos uma proteção decorrente do abuso de poder.
Impessoalidade:
A administração pública precisa atuar predominantemente de forma impessoal, quer dizer, sem conceder privilégios ou favorecimentos. Tal princípio visa garantir o caráter neutro para que a finalidade pública (atender ao bem comum) seja cumprida de forma efetiva.
Nascimento (2010) comenta que esse caráter impessoal pode ser retratado de duas formas: com a proibição de benesses ou prejuízos a pessoas ou grupos, e na percepção de que os atos praticados devem ser imputados à administração pública e não ao agente público que o praticou. O mesmo autor destaca: “Portanto, é vedado pela Carta Magna qualquer promoção pessoal ou benefício exclusivo com fins políticos ou pessoais dos agentes públicos”.
Outro exemplo refere-se à proibição de um governante gozar de benefícios pessoais veiculando o seu nome em atividades promovidas com recursos públicos.
Moralidade:
O princípio da moralidade exige uma atuação ética e moral. De acordo com o Código de Ética do Servidor Público Civil Federal (Decreto n. 1.171/94), o servidor deve optar não somente o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. 
O artigo 37, § 4º, da Constituição descreve: “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. Os atos imorais podem ser invalidados caso seja comprovado o desvio de poder.
Sendo assim, a Constituição estabelece formas de controle ao princípio da moralidade, pois confere a qualquer cidadão o direito de propor uma ação popular que objetive anular atos considerados lesivos ao patrimônio público, ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa entre outros (artigo 5º, LXXIII).
Publicidade:
Esse princípio obriga a Administração Pública à divulgação de seus atos, visando maior transparência na execução de seus trabalhos. No artigo 37, § 1º, da Constituição Federal consta:
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
À medida que a sociedade toma conhecimento dos trabalhos que estão sendo executados, é que pode ser exercido maior controle da aplicação dos recursos públicos. Sendo assim, a publicidade deve ser feita para dar segurança jurídica à divulgação, que pode ser feita através de publicação e/ou comunicação do ato (deve ser verificada a determinação da norma vigente). É importante destacar que publicidade não pode, de forma alguma, ser confundida com propaganda, pois a publicidade enseja o aperfeiçoamento dos serviços.
O artigo 37 ainda prima pelo respeito às condições de sigilo e intimidade. No que envolve a restrição ao princípio da publicidade, cabe destacar três incisos do artigo 5º. da Constituição.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
No inciso LX consta: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. Já é sabido que a administração atua em defesa dos interesses públicos, mas torna-se imperiosa a necessidade de preservar determinados assuntos que envolvam a segurança pública ou a ofensa à intimidade de alguém, sem beneficiar o interesse público.
Vale ressaltar também o inciso XXXIII, que trata do acesso às informações, a assuntos de cunho público e privado. “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
Eficiência:
Esse princípio foi incorporado na Constituição Federal com a EmendaConstitucional n. 19/98 e, por conseguinte, passou a ser considerado como um princípio explícito. Segundo Di Pietro (2010), o princípio da eficiência norteia a forma de atuação dos agentes públicos e também tem relação à maneira de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública.  
A necessidade de ter uma gestão mais eficiente foi um dos objetos da Reforma do Estado (conforme visto em nossa aula 2). Não se trata de sepultar a burocracia, mas incorporá-la combinando as suas duas principais características: a efetividade e a segurança.
Para acompanhar as transformações (nacionais e internacionais) que vêm acontecendo nos últimos tempos, o Estado precisa atuar não somente protegendo sua economia e seus respectivos sistemas de produção, mas também ampliando sua rede de serviços para facilitar e atender à coletividade. Sendo assim, o poder público deve agir de forma racional no que se refere à otimização de recursos para diminuir os custos e conseguir melhorar seus resultados.
Atuar com eficiência é um dever do Estado, tanto pela administração direta quanto pela indireta.
Princípios Implícitos:
Autotutela:
Presunção de Legitimidade ou de Veracidade:
Especialidade:
A especialidade é decorrente também dos princípios da indisponibilidade do interesse público e da legalidade por estar relacionado à descentralização administrativa.  
As autarquias, pessoas jurídicas públicas criadas pelo Estado, representam uma forma de descentralização dos serviços públicos devido à sua especialização em determinadas áreas de atuação.
A renomada autora Di Pietro (2010) ressalta: “Embora esse princípio seja normalmente referido às autarquias, não há razão para negar a sua aplicação quanto às demais pessoas jurídicas, instituídas por lei, para integrarem à Administração Indireta”.
Controle ou tutela: 
Através do controle ou tutela, a Administração Pública Direta inspeciona os serviços desempenhados pela Administração Pública Indireta para assegurar se estão sendo cumpridos em prol do atendimento da coletividade. 
Apesar de uma pessoa jurídica que faz parte da Administração Indireta ser criada ou autorizada por lei ter certa autonomia em sua forma de gestão, torna-se imperiosa a necessidade da pessoa jurídica pública controlar para verificar se está atuando em conformidade com sua criação.
Hierarquia: 
Existe uma relação entre os órgãos da administração pública envolvendo coordenação e subordinação para que sejam distribuídas normas, atribuições e outras formas de controle. Com base neste princípio, a administração pode “rever os atos dos subordinados, delegar e avocar atribuições, punir”. O órgão subordinado tem o dever de prestar obediência ao órgão superior.
Continuidade dos serviços públicos:
A Administração Pública presta serviços essenciais para a população que não podem ser cessados. Porém, o direito de greve está descrito na Carta Magna no artigo 9º: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”; e no artigo 37º: “VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”. Vale ressaltar que, conforme o artigo 37: “V - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”.
Razoabilidade e proporcionalidade:
Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade relacionam-se entre si. A razoabilidade visa estabelecer limites à discricionariedade administrativa, ou seja, a atuação deve ser baseada em critérios concretos e impessoais da administração (e não por considerações pessoais dos servidores). Este princípio determina que deve haver “proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a administração e os fins que ela tem que alcançar”. 
De acordo com esses dois princípios, deve haver todas as condições necessárias ao atendimento da coletividade em geral, com base na observação das regras, direitos e obrigações, conforme previsto em lei.
Motivação:
A Administração Pública precisa justificar as decisões tomadas explicando as suas razões, ou “os fundamentos de fato e de direito”, conforme cita a professora Di Pietro.
Devem ser explicados os motivos e os fundamentos jurídicos quando: 
Se tratar de limitar, negar ou comprometer interesses ou direitos; 
Atribuir encargos, deveres ou punições; 
Envolver processos administração que tratam sobre seleção pública ou concurso; 
Dispensar ou declarar inexigibilidade de licitação; 
Decidir recurso administrativo; 
Decorrer de exame de ofício; 
Não aplicar a jurisprudência a respeito de questões ou divirjam de parecer, proposta, laudo e relatórios;
Implicar em anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
ATENÇÃO:
Todos os atos administrativos precisam ser embasados na constituição do país.

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