Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Pontos: • Centralização, descentralização, concentração e desconcentração; • Administração direta e indireta: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista; • Entidades paraestatais (terceiro setor): serviços sociais, organizações sociais, organizações da sociedade civil de interesse público, organizações da sociedade civil e entidades de apoio; • Delegatárias de Serviços Públicos: Concessionárias, Permissionárias e Autoritárias. Formas de realização da função administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração CENTRALIZAÇÃO • A centralização administrativa é quando a administração pública (União, DF, Estados ou Municípios) presta serviço diretamente para as pessoas através de seus próprios órgãos e agentes, ou seja, não tem intermediário. É uma administração pública direta. DESCENTRALIZAÇÃO • A descentralização administrativa é quando a administração pública (União, DF, Estados ou Municípios) transfere a execução do serviço a terceiros, ou seja, para outras pessoas através de outorga ou delegação. É uma administração pública indireta. • Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas e não pela sua administração direta (caiu em concursos). • A descentralização é uma divisão (transferência/distribuição) de competência entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas (caiu em concurso) Descentralizar: Especificar/Especializar. Outorga: O Estado cria uma entidade e transfere o serviço público; Delegação: O Estado transfere a execução do serviço público sob sua fiscalização. • Na descentralização por serviços, o Poder Público cria ou autoriza a criação por meio de lei de pessoa jurídica de Direito público ou privado, e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público. (caiu em concursos) • As competências legislativas próprias e exclusivas dos municípios constituem uma característica de descentralização política. (caiu em concursos) • Em nenhuma forma de descentralização há hierarquia (caiu em concursos) • São entidades descentralizadas Autarquias e Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista. • Ela pode também transferir estes serviços para empresas que não são públicas como concessionárias (através da concessão) e permissionárias (através da permissão). Tipos de descentralização administrativas: Descentralização Territorial ou geográfica: entidade local com território limitado. Ex.: Somente dentro da Bahia. Descentralização por serviços, funcional ou técnica: O Estado cria uma pessoa jurídica e transfere a execução do serviço para ela. Ex.: Autarquias Descentralização por colaboração: O Estado transfere para pessoa jurídica de direito privado a execução do serviço através de lei, contrato ou ato administrativo. Ex.: empresas públicas CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO Concentração • Diminuição do número de unidades administrativas e competências. É quando o órgão central começa a transferir para si atividades que eram exercidas por órgão periféricos. Órgãos periféricos → Órgãos centrais Ex.: uma prefeitura eliminando algumas secretarias ou uma secretaria eliminando uma subsecretaria trazendo para si mais responsabilidades, ou seja, concentrando nele mais responsabilidades. • Concentração: Extinção de órgão dentro da mesma pessoa jurídica. Desconcentração • Aumento do número de unidades administrativas. É o sentido inverso da concentração, ou seja, é distribuído competências para mais unidades dentro da administração. Ex: Prefeitura e suas secretarias. A prefeitura está dividindo as responsabilidades através das secretarias. Órgão central → Órgãos periféricos. Desconcentrar: Acelerar/Simplificar. • É uma característica do serviço público desconcentrado ser uma técnica de aceleração.(caiu em concursos) • Desconcentração: Criação de órgãos dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica, ou seja, é a distribuição interna de atividades ou de atribuições administrativas. (caiu em concursos) • Por que a desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, surge relação de hierarquia, de subordinação entre os órgãos dela resultantes. (caiu em concursos) Resumindo: Uma Administração Pública tem uma estrutura com diversos órgãos com atribuições e competências para gerir o Estado. Vamos dar como exemplo a União que tem seus Ministérios e órgãos subordinados a eles. Se a União aumentar o número de Ministérios ou órgãos ela desconcentrará as atividades em mais unidades, mas se ela diminuir o número de Ministérios ou órgãos ela concentrará as atividades em menos unidades ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA Entenda o que são a administração pública direta e indireta: • A Administração Pública é dividida em administração direta e indireta. A administração direta é composta pelos órgãos diretamente ligados aos entes da federação: União, estados, Distrito Federal e municípios. A administração indireta é feita por órgãos descentralizados e autônomos, mas sujeitos ao controle do Estado. • De maneira ampla, a Administração Pública pode ser entendida como o conjunto de órgãos, agentes e serviços prestados pelo Estado. • Os serviços públicos prestados pela Administração Pública direta e indireta envolvem as mais diversas áreas de interesse coletivo, como saúde, educação, transporte, previdência, segurança pública e desenvolvimento econômico. Administração Pública Direta • A Administração Pública direta é o conjunto de órgãos ligados diretamente ao Poder Executivo, em nível federal, estadual e municipal. Esses órgãos são subordinados ao chefe do poder a que pertencem, isto é, existe uma hierarquia entre eles. • Os órgãos da administração direta são pessoas jurídicas de direito público e têm autonomia. Nesse caso, os serviços públicos são prestados por seus próprios meios, ou seja, sem a criação de nova personalidade jurídica. ❖ Exemplos de órgãos da administração direta Nível federal: Presidência da República e seus ministérios, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Nível estadual: Governo estadual e suas secretarias, Assembleia legislativa, Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça. Nível municipal: Prefeitura e suas secretarias, Câmara dos Vereadores e o procurador do município. Administração Pública Indireta • A administração indireta é o conjunto de órgãos que prestam serviços públicos e estão vinculados a uma entidade da administração direta, mas possuem personalidade jurídica própria, isto é, têm CNPJ próprio. • A criação de organizações vinculadas ao Estado, mas autônomas e descentralizadas dos entes federativos é resultado da complexificação das funções estatais e da necessidade de fornecer flexibilidade na prestação dos serviços públicos. • Essa descentralização tem como objetivo aumentar a eficiência e a eficácia das atividades administrativas e serviços de interesse coletivo. • No caso dos órgãos da administração indireta, embora não haja hierarquia ou controle hierárquico, as entidades estão sujeitas ao controle e fiscalização do Estado. As entidades da administração indireta são: Autarquias: instituídas por lei, têm autonomia administrativa e financeira, mas estão sujeitas ao controle do Estado. São entidades de direito público e sua atividade fim é de interesse público. Exemplos: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Banco Central do Brasil (BACEN). Fundações públicas: são criadas por lei e podem ser entidade de direito público ou privado. Sua atividade fim deve ser de interesse público e essas organizações não podem ter fins lucrativos. Exemplos: Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Empresas públicas: sãopessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legal e administradas pelo poder público. O capital das empresas públicas é exclusivamente público. Essas empresas prestam serviço de interesse coletivo e exercem atividades econômicas. Exemplos: Correios e Caixa Econômica Federal. Sociedades de economia mista: pessoas jurídicas de direito privado, criadas sob a forma de sociedade anônima e compostas por capital público e privado. A maior parte das ações dessas empresas são do Estado. Assim como as empresas públicas, prestam serviços públicos e exercem atividades econômicas. Exemplos: Banco do Brasil e Petrobras. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A Constituição de 1988, em seu artigo 37, determina os princípios que devem ser seguidos pela Administração Pública para a garantia do bom desempenho das atividades de interesse público. Conheça: Legalidade: fazer somente o que a lei autoriza. Impessoalidade: sempre agir em prol do interesse coletivo. Moralidade: respeito aos padrões éticos da Administração Pública. Publicidade: divulgação de todos os atos administrativos. Eficiência: serviços satisfatórios e em tempo razoável. SERVIÇOS PÚBLICOS O que são Serviços Públicos? • Os serviços públicos são atividades de uma coletividade pública visando a satisfazer uma necessidade de interesse geral. São serviços que os poderes públicos devem exercer se a atividade privada não atende de modo satisfatório. • Conforme Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2010), serviço público representa “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”. • O artigo 175 da Constituição Federal dispõe que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. • A CF/88, em seu parágrafo único, diz que a lei disporá sobre 1. O regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão. 2. Os direitos dos usuários; e, 3. Política tarifária. • O doutrinador Fábio Tavares Sobreira (2014), apresenta as seguintes características dos serviços públicos: Serviços Gerais • Também denominados coletivos, indivisíveis ou uti universi, são aqueles que atendem toda a população administrada, sem objetivar usuários determinados. • Detêm natureza indivisível, uma vez que inviável medir a sua utilização. São exemplos os serviços de segurança pública, de iluminação pública, calçamento, etc. • Por serem indivisíveis, são mantidos por imposto e não por taxa ou tarifa. Serviços Individuais • Também denominados serviços singulares, divisíveis ou uti singuli, são aqueles prestados a particulares determinados, certos. • A sua utilização se dá de maneira individual, motivo pelo qual são mensuráveis. São exemplos os serviços de telefonia, distribuição de água, energia elétrica, etc. • A remuneração por sua utilização é feita por taxa (espécie tributária) ou tarifa (preço público), afastada a incidência de imposto. • Para José Tarcízio de Almeida Melo (2008): “O interesse geral, outra forma de expressar-se o interesse público, é o objeto constante do serviço público, acompanhado das características de ser uma atividade http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm compartilhada pelo povo, direta ou indiretamente, regular, contínua, dirigida pelo planejamento político e supridora da falta de atendimento pela iniciativa privada. • O serviço público é definido pela Constituição e, na sua lacuna, pode a lei ordinária fazê-lo. Limitam- no as atividades econômicas, que o texto constitucional sugere serem próprias da iniciativa privada”. • Conforme o artigo 173 da CF: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei” • O § 1º da Lei nº 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, afirma que “serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas”. • Portanto, os poderes públicos devem sempre atender aos princípios regedores dos serviços públicos. • Os 3 princípios dos Serviços Públicos 1. Princípio da Continuidade do Serviço Público (ou da permanência) 2. Princípio da Generalidade 3. Princípio da Modicidade Princípio da Continuidade do Serviço Público (ou da permanência) • De acordo com esse princípio, o serviço público deve ser prestado de maneira contínua, sem qualquer interrupção. • A Lei nº 8.987/1995 prevê algumas hipóteses em que se admite a suspensão do fornecimento do serviço público, quais sejam: • Em situação de emergência, que dispensa o aviso prévio ao usuário do serviço; • Por motivos de razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, mediante aviso prévio aos usuários; e, • Em razão do inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade, mediante aviso prévio igualmente. Princípio da Generalidade • Os serviços públicos devem ser prestados de igual maneira a todos. Em consonância aos princípios da autonomia e da impessoalidade, que exigem da Administração Pública uma atuação baseada na igualdade. • Para José dos Santos Carvalho Filho (2015), outro aspecto desse princípio é a necessidade de torná- lo acessível ao maior número possível de pessoas. Princípio da Modicidade • A contraprestação pela prestação do serviço público deve assumir valores módicos e razoáveis, de modo que o Poder Público fica obrigado a avaliar o poder aquisitivo do usuário para que, por dificuldades financeiras, não seja ele alijado do universo de beneficiários do serviço. Classificação dos Serviços Públicos • Nas palavras do doutrinador José Tarcízio de Almeida Melo (2008), os serviços públicos podem ser classificados, quanto à forma de execução, em: • Diretos: Quando o Estado deve prestá-los diretamente, como a justiça, a tributação, a polícia. • Concedidos: Aqueles que o Estado presta mediante concessão, permissão ou autorização, como o transporte coletivo, a iluminação pública, a coleta de lixo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8987compilada.htm • Comuns do Estado e da iniciativa pprivada Que podem ser prestados, sem exclusividade, pelo Estado, como a saúde (artigos 196 e 197 da CF), a educação (artigos 105, 108, 211 e 213 da CF), a previdência (artigos 101 e 202 da CF) e a assistência social (artigos 203 e 204 da CF). • Essa terceira gama de serviços públicos compreende os livres à iniciativa privada; contemplados à iniciativa privada, independentemente de concessão ou permissão, bem como os complementares da iniciativa privada. • São sempre dotados de disciplina mais rigorosa que a da iniciativa privada. Regime de Concessão de Serviços Públicos • Conforme Rodrigo Bordalo (2014), a concessão de serviço público é definida como o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública delega a outrem a execução de determinado serviço, para que o execute em seu próprio nome, e por sua conta e risco. • O entendimento pacificado, portanto, é o de que a delegação a concessionários e permissionários de serviços públicos não representa o trespasse de sua titularidade, mas apenas da execução do serviço. • A matéria é tratada, sobretudo pelas seguintes normas: • Lei Federal nº 8.987/1995, que disciplina sobre as concessões comuns. • Lei Federal nº 11.079/2004, conhecidacomo Lei das Parcerias Público-Privadas (PPP), que disciplina as concessões especiais (patrocinada e administrativa). • A concessão de serviço público se efetiva “sempre através de licitação”. A modalidade obrigatória é a concorrência. • Poder Concedente e Concessionário • Conforme artigo 2º, inciso I, da Lei nº 8.987/1995, poder concedente é “a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão”. • Para Rodrigo Bordalo (2014), o poder concedente representa, portanto, a entidade da Administração direta titular do serviço público e que, ao descentralizá-lo, repassa o seu exercício a terceiro. • O concessionário é a pessoa para quem é delegada a execução do serviço público, que passa a geri- la por sua conta e risco. • Nos termos da mencionada Lei nº 8.987/1995, pode ser delegada a prestação de serviço público, pelo poder concedente, à “pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho”. • Ou seja, pessoas físicas não podem celebrar contratos de concessão de serviço público. • São atribuídas as seguintes prerrogativas às empresas concessionárias, justificável pela atividade de interesse público que exercem, por exemplo (Rodrigo Bordalo, 2014): • Os bens da concessionária afetados à prestação do serviço público têm natureza pública, motivo pelo qual não seguem o regime dos bens privados; • Podem promover desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato. • Ademais, o concessionário é responsável, na modalidade objetiva, por todos os prejuízos causados aos usuários do serviço, a terceiros e ao próprio poder concedente. • Extinção e Reversão • Há diversas formas expressas na Lei nº 8.987/1995 para a extinção da concessão. Cada um delas é explicada por Rodrigo Bordalo (2014) da seguinte forma: Encampação • Extinção promovida unilateralmente pelo poder concedente durante a vigência do contrato, por razões de interesse público, mediante lei autorizativa. • Possui efeito ex nunc (não retroage), na medida em que o contrato se apresenta válido até o momento da extinção. Cabe indenização ao concessionário; Caducidade • Extinção promovida unilateralmente pelo poder concedente durante a vigência do contrato, por descumprimento de cláusula contratual pelo concessionário, mediante instauração de processo administrativo (direito de ampla defesa) e declaração de caducidade por meio de decreto. • Regra geral não cabe indenização. Rescisão • A rescisão detém significado próprio em relação à extinção das concessões de serviço público. • Compreende a extinção promovida unilateralmente pelo concessionário, em virtude de descumprimento de obrigação pelo poder concedente, mediante decisão judicial. • Após a extinção do contrato, ocorre a reversão, que consiste no retorno da execução do serviço ao poder concedente, assim como bens e equipamentos vinculados ao serviço público. • O seu fundamento é o princípio da continuidade do serviço. Permissão • Conforme a Lei nº 8.987/1995, aplica-se às permissões o disposto nessa lei, no sentido de que: “a permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente”. Parcerias Público-Privada (PPP) • Regrada por meio da Lei nº 11.079/2004, a parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa. • A diferenciação entre modalidade patrocinada e administrativa é definida em lei: Concessão Patrocinada: é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Concessão Administrativa: é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. • Dessa forma, a concessão comum não constitui parceria público-privada, pois a concessão de serviços públicos ou obras públicas de que trata a Lei nº 8.987/1995 não envolve contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. • A modalidade obrigatória da licitação é a concorrência, da mesma forma que se exige nas concessões comuns. Prazo • Diferentemente da Lei nº 8.987/1995, que não fixou qualquer prazo para o contrato de concessão comum, a Lei nº 11.079/2004 estabeleceu expressamente o prazo de vigência contratual. • O prazo mínimo foi delimitado em 5 anos, e o prazo máximo, incluindo eventual prorrogação, em 35 anos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm Garantias e Repartição Objetivo de Riscos • Conforme Rodrigo Bordalo (2014): “dentre as garantias previstas pela Lei n. 11.079/2004, destaca-se aquela prestada pela Administração (parceiro público) ao concessionário (parceiro privado), em virtude das obrigações assumidas pela primeira”. • Conforme artigo 4º da Lei nº 11.079/2004: Art. 4º Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes diretrizes: I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da sociedade; II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução; III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado; IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias; V – transparência dos procedimentos e das decisões; VI – repartição objetiva de riscos entre as partes; VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria. • Para Rodrigo Bordalo (2014), a repartição objetivo de riscos entre o parceiro público e o parceiro privado significa que o concessionário não deve assumir de maneira exclusiva os prejuízos que poderão advir do contrato de concessão. • Impõe-se o compartilhamento de responsabilidade, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária. Finalidade da Reforma Administrativa • A Reforma Administrativa proposta pelo Poder Executivo da União, resultou na Emenda Constitucional nº 19/1998, a qual modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, e dá outras providências. • Com referida reforma foi possível atualizar leis, remover excessos e propiciar condições de novas formas que valorizem a profissionalização do servidor público (José Tarcízio de Almeida Melo, 2008). Nesse sentido, o autor dispõe: • Destacou, como resultados esperados da Reforma Administrativa: A geração de maiores benefícios à sociedade, na forma de prestação de serviços; A contribuição para o equilíbrio das contas públicas; Viabilização do federalismo administrativo, com a introdução de novos formatos institucionais, mediante cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e municípios, com a remoção de obstáculos legais à transferência de bens e de pessoas, mediante a descentralização dos serviços públicos; E o rompimento com formatos jurídicos e institucionais rígidos e uniformizadores, mediante a flexibilização do regime jurídico dos servidores, os mecanismos de recrutamento de quadros e a política remuneratória. ENTIDADES PARAESTATAIS • Como o prefixo “para” indica, as entidades paraestatais são aquelas entidades que se aproximamou se assemelham das entidades estatais, ou seja, entidades que estão “ao lado” do Estado. • Entende-se que essas entidades fazem parte do terceiro setor. E o que isso significa? Considerando que o primeiro setor seria o Estado, o segundo setor a sociedade, pois define-se que as entidades sem fins lucrativos formam o terceiro setor. • Ou seja, para definir as entidades paraestatais podemos dizer que são entidades privadas, que não integram a administração pública, mas colaboram com o Estado realizando atividades sociais sem fins lucrativos. Características Das Entidades Paraestatais • Para começar o resumo das entidades paraestatais é importante saber as os conceitos e características delas. • O tradicional conceito de entidades paraestatais incluía as empresas púbicas e sociedade de economia mista. • Porém essa inclusão gerou muitas críticas de autores reconhecidos, já que as entidades paraestatais andam ao lado do Estado, mas não se confundem com este. Por isso, pode-se considerar que as entidades paraestatais não integram a administração pública. • Além disso, as entidades paraestatais recebem incentivos do Estado. • Esses incentivos podem ser na forma de recurso do orçamento ou permissão para uso de bens públicos. Por isso, a administração pública pode controlar a forma de utilização desses recursos ou do uso dos bens. • Ademais, o tribunal de contas também pode verificar as contas dessas entidades. Portanto as principais características das entidades paraestatais são: ➢ Não integrantes da administração pública ➢ Recebem incentivos do Estado na forma de fomento ➢ Sujeitam-se ao controle direito ou indireto da administração pública ➢ Sujeitam-se ao controle do Tribunal de Contas ➢ Entidades Paraestatais • Após verificar a definição e as características, as principais empresas que se enquadram como entidades paraestatais e devem ser vistas neste resumo são: 1. Serviços sociais autônomos; 2. Organizações sociais (OS); 3. Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP); 4. “Entidades de apoio”. Serviços Sociais Autônomos • Os serviços sociais autônomos são entidades criadas por autorização legal, revestidas da forma de associação ou fundação. • Portanto, em regra, a autorização para criação é em lei, mas só se efetiva com o registro civil das pessoas jurídicas. • Diferentemente das Fundações privadas, as entidades paraestatais são registradas por empresas privadas ou particulares, enquanto a entidades administrativas são registradas pelo Estado. • O objeto é uma atividade social que beneficia grupos sociais ou profissionais. Como por exemplo o Senai, que é um serviço nacional de aprendizagem industrial. • Elas são mantidas com recursos de contribuições instituídas no interesse de categorias profissionais e são de natureza tributária. Por isso estão sujeitas a fiscalização do Estado e do Tribunal de Contas da União. • A contratação de pessoal não é feita por concurso público, porém a contratação será realizada de forma simplificada com observância dos princípios constitucionais. E seus funcionários são equiparados a funcionários públicos para fins penais e de improbidade administrativa. • O Tribunal de Contas da União já decidiu que os serviços sociais autônomos não se submetem à lei de licitações, entretanto não são livres para contratar. Portanto, devem publicar regulamentos próprios definindo as regras de contratação. Exemplo: SESI, SESC, SENAI, SENAC Organizações Sociais (OS) • Diferentemente do que ocorre com os serviços sociais autônomos, a organização social não é desde sua criação uma organização social. Ela é uma associação ou uma fundação privada e recebe a qualificação jurídica para ser entidade paraestatal. • Ou seja, a Lei 9.637/1998 afirma que o Poder Executivo qualificará como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. • Então, as características necessárias para ser uma organização social é: 1. Personalidade jurídica de direito privado; 2. Não pode ter finalidade lucrativa; 3. Atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, 4. Proteção e preservação do meio ambiente, cultura ou saúde; 5. Firmar um contrato de gestão com o Poder Público. • As organizações sociais recebem uma qualificação especial pelo poder público. O ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área da atividade correspondente concorda com esse título de forma discricionária. Ou seja, a qualificação pode ser concedida ou não, conforme conveniência e oportunidade do ministro ou titular. • Além disso, a associação com o Estado se faz por meio do contrato de gestão, que discriminará as obrigações do poder público e da organização social. Contrato de gestão • O contrato de gestão é um acordo feito entre uma empresa ou órgão e o poder público. Então, a empresa tem como finalidade cumprir um programa com metas definidas e o poder público, em troca, cede algo de interesse da outra parte. • No nosso ordenamento jurídico, há duas hipóteses de contrato de gestão. O primeiro é um ajuste firmado entre a administração direta e a administração indireta, ou entre órgãos da administração direta. As entidades ou órgãos se comprometem em cumprir determinadas metas e em contrapartida, ganham maior liberdade na atuação administrativa. • Por outro lado, na segunda hipótese, a administração direta realiza um contrato de gestão com a organização social. Nesse caso, a administração direta ajuda com recursos públicos, pessoal ou bens, e essa entidade paraestatal cumpre as metas estabelecidas no contrato. Por isso, a empresa sem fins lucrativos tem a autonomia reduzida, com a possibilidade de fiscalizações do poder público. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) • As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público surgem de qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos. Portanto, elas são instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos, com incentivo e fiscalização do poder público por meio do termo de parceria. • A lei 9.790/1999 excluiu expressamente certas pessoas jurídicas do regime de parceria. São algumas delas: sociedades comerciais; sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; organizações sociais; cooperativas; fundações públicas; fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; • O requerimento de qualificação como OSCIP deverá ser formalizado perante o Ministério da Justiça que, verificando o atendimento dos requisitos em lei, deferirá o pedido e expedirá o certificado de qualificação. • Portanto, a qualificação como OSCIP é um ato vinculado. Ou seja, o pedido só pode ser indeferido em caso do desatendimento de requisito de lei. • O vínculo jurídico entre o poder público e a organização é o termo de parceria. • Portanto, não há possibilidade de uma OSCIP não receber fomento do Estado sem Termo de Parceria. Nesse termo deve prever os direitos e obrigações dos pactuantes, inclusive os critérios de avaliação de desempenho da organização. • É possível a vigência de dois ou mais termos de parcerias firmados com OSCIP, desde que haja capacidade operacional. • A entidade que deixar de cumprir posteriormente os requisitos exigíveis na lei sofrerá a perda da qualificação. O cidadão pode denunciar o descumprimento dos requisitos.Entidades de apoio • E, por último, falaremos um pouco de uma outra entidade paraestatal: as entidades de apoio. • Entidades de apoio são fundações instituídas com finalidade de dar apoio a projetos de ensino, pesquisa e extensão e a projetos de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de interesse das Instituições Federais de Ensino Superior e demais Instituições Científicas Tecnológicas. • O prévio registro e credenciamento no Ministério da Educação e do Desporto e no Ministério da Ciência e Tecnologia é obrigatório para as entidades de apoio e são renováveis bienalmente. • Além disso, essas fundações estão sujeitas a fiscalização pelo Ministério Público. CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS Autorização, permissão e concessão • O serviço público pode ser prestado de forma direta ou indireta. Embora a doutrina não convirja sobre esse assunto, consideraremos que a execução direta dos serviços públicos ocorre quando os serviços são prestados pela Administração Pública direta e indireta. • E, por outro lado, a execução indireta é quando a prestação do serviço público é realizada por delegação à empresa privada.Para isso, utilizaremos a Lei 8987/95, que estabelece normas gerais para o regime de concessão e permissão. Além disso, a União também editou a norma 11.079/2004, que trata das normas gerais de contratação das parceria público-privada. Concessão do serviço público • A concessão é definida como a delegação de serviço público, feita pelo poder concedente, mediante licitação na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. • Assim, também, a lei prevê a possibilidade concessão de serviço público precedida da execução de obra pública. Ou seja, a concessão para construção, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público. E então, neste caso, o investimento da concessionária deve ser remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou obra por prazo determinado. • Diante da complexidade desse contrato, a concessão não pode ser delegada para pessoas físicas e devem ser precedidas de licitação na modalidade mais completa: a concorrência. Portanto, percebe- se duas possibilidades de concessão: a realização de um serviço público, como por exemplo o fornecimento de energia elétrica. Ou, da concessão de uma obra pública para posterior exploração de um serviço público, como é o caso, por exemplo, da exploração de rodovia para melhoramento das estradas e cobrança de pedágios. Sujeitos da concessão • Para continuar esse resumo, vamos saber quem são os sujeitos da concessão de serviço público envolve dois sujeitos: o poder concedente e a concessionária. • Entende-se por poder concedente a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público. Trata-se, portanto, do ente político que recebe da Constituição a competência para prestar determinado serviço público. Por outro lado, a concessionária de serviço público é uma empresa de direito privado, que concorreu e ganhou uma licitação para prestar determinado serviço público por tempo determinado. Modalidades de concessão • Depois de entender melhor o que é e quem são os sujeitos da concessão de serviço público, vamos ver as modalidades existentes de concessão. Pois então podemos definir três modalidades de concessão: a ordinária, a administrativa e a patrocinada, e elas se diferenciam pela forma de remuneração do serviço prestado. • A concessão ordinária é a forma de concessão que a remuneração básica decorre da tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração decorrente da exploração do serviço, ou seja, o serviço é prestado e o usuário desse serviço remunera a concessionária. Por outro lado, na concessão patrocinada, ocorrem duas formas de remuneração do concessionário: tarifa paga pelo usuário e a contraprestação do poder concedente. Enquanto a concessão administrativa ocorre quando a remuneração é constituída pelo parceiro público ao parceiro privado. Modalidades de concessão Contrato de concessão • Após a realização da licitação e definido o vencedor, a formalização dar-se-á por contrato de concessão. Embora nos contratos privados a relação seja de igualdade entre os contratantes, nos contratos administrativos existe uma superioridade do poder público em relação a empresa privada. Por isso, no contrato de concessão, existem prerrogativas que não existiriam nos contratos privados, como as cláusulas exorbitantes. Clausulas exorbitantes • As cláusulas exorbitantes são regras previstas nos contratos administrativos que geralmente não ocorreriam nos contratos privados. Portanto, podemos citar como cláusulas exorbitantes a possibilidade de alteração e extinção unilateral do contrato, a fiscalização da execução do contrato, a aplicação direta de sanções e a decretação de ocupação provisória ou temporária. • Por exemplo, nos contratos privados, se existir a possibilidade de um contratante realizar uma extinção do contrato, existirá a mesma possibilidade para o contratado, já que os contratos são bilaterais. Mas, isso não ocorre nos contratos de concessão, por isso chamamos de cláusulas exorbitantes. • Além disso, há a possibilidade de o poder concedente intervir no serviço público. Ou seja, o poder público poderá assumir temporariamente a execução do serviço, com o objetivo de assegurar a adequada prestação do serviço público. Então, essa intervenção será feita por decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. • Contudo, processo administrativo apurará os fatos no prazo de trinta dias, assegurando o direito da ampla defesa. Caso fique comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais, será declarada a nulidade e o serviço imediatamente devolvido ao concessionário com direito a indenização. Ou seja, a concessionária terá o direito de defesa respeitado e receberá indenização em caso de ter sido prejudicada. Direitos dos usuários • Diante da prestação do serviço público, os usuários do serviço têm direitos e deveres definidos como: • Receber um serviço adequado; • Levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado; • Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço; • Contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. • A lei também exige que que as concessionárias ofereçam ao consumidor seis datas diferentes dentro do mês para pagamentos dos débitos. Então, quando a concessionária de energia elétrica pergunta qual a melhor data para o vencimento da conta de luz, ela está cumprindo com uma obrigação legal. Serviço público adequado • A lei menciona que toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido na lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. E então, o que seria o serviço adequado? Pois, o serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. • A atualidade pressupõe a modernidade dos equipamentos, técnicas e instalações e sua conservação, assim como a melhoria do serviço. Enquanto a modicidade de tarifas compreende a razoabilidade na definição de valores das tarifas em virtude da contraprestação que o cidadão recebe do serviço público. E a continuidade refere-se à prestação permanente do serviço público, considerando sua essencialidade. Mas, há hipóteses de descontinuidade do serviço público em caso de emergênciaou após prévio aviso motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações e por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. Encargos da concessionária Para continuar esse resumo da concessão de serviço público, vamos ver alguns encargos das concessionárias. ▪ Incumbe a concessionária alguns encargos como: ▪ Prestar serviço adequadamente; ▪ Prestar contas da gestão do serviço; ▪ Permitir o livre acesso à fiscalização; ▪ Promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente; • Lembra-se que para ocorrer a desapropriação de um bem privado, o poder público deve decretar a utilidade pública ou necessidade pública. Essa atividade é de competência exclusiva, sendo apenas delegado a execução da atividade. Então, não confunda! O poder público decide se irá desapropriar ou não. Enquanto a concessionária pode executar a desapropriação ou a constituição da servidão. Extinção da concessão • A lei prevê os encargos da concessionária, ela prevê também as possibilidades de extinção da concessão. E o que ocorre com o serviço público com a extinção da concessão? Para a continuação do serviço público, o poder concedente receberá os bens reversíveis, direitos e privilégios do poder concedente. E após ser extinta a concessão, haverá imediata assunção do serviço pelo poder público. As hipóteses de extinção da concessão são: ▪ Advento do termo contratual; ▪ Encampação; ▪ Caducidade; ▪ Rescisão; ▪ Anulação; ▪ Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual. A hipótese de extinção por advento do termo contratual é a forma natural de extinção da concessão. Como a concessão é cedida por prazo determinado, então a extinção se daria com o término do prazo. • Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. A caducidade é a extinção do contrato em decorrência da inexecução total ou parcial do contrato. A rescisão é a extinção do contrato em decorrência de inadimplência do poder concedente. Nesse caso, deverá ocorrer por iniciativa da concessionária e será sempre de forma judicial. A anulação é a extinção do contrato de concessão em decorrência de alguma ilegalidade, que poderá ocorrer tanto na licitação quanto no próprio contrato. • A extinção da concessão pela falência decorre da natureza pessoal dos contratos de concessão. Logo, se a pessoa que firmou o contrato não possui mais as condições de dar-lhe prosseguimento, o contrato, inevitavelmente, será extinto. Diferença entre as modalidades de delegação do serviço público • Para concluir esse resumo de concessão, vamos ver as modalidades de delegação de serviço público. Existem três modalidades de delegação de serviços públicos: concessão, permissão e autorização. Apesar de alguns doutrinadores não considerarem a autorização como modalidade de delegação de serviço público, as bancas de concurso a consideram. • Como já vimos a concessão, vamos ver, resumidamente, a permissão e a autorização. A permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”. Enquanto a autorização é um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, sendo passível de revogação a qualquer tempo e sem qualquer direito à indenização para o administrado. • A doutrina afirma que a autorização é uma modalidade de delegação aplicável em duas situações: Para concluir esse resumo de concessão de serviço público, nos casos em que o serviço seja prestado a um grupo restrito de usuários, sendo o próprio particular o seu beneficiário principal ou exclusivo: I. nas situações de emergências; II. nas situações transitórias ou especiais. III. Autorização, permissão e concessão ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • A Administração Pública é uma estrutura que compõe o Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). • A Administração Pública Direta é aquela que o Estado possui dentro de si para prestar serviços à coletividade. Trata-se do centro do poder estatal. Dessa forma, dá-se o nome de Administração Centralizada a essa Administração Pública Direta. • A Administração Pública Direta é formada por pessoas jurídicas de direito público. Uma de suas principais características é a generalidade. Os seus componentes também são comumente chamados de pessoas políticas, isso porque esses entes possuem a chamada capacidade política. Cada um dos entes que compõem o Estado possui uma régua extensa de competências. Inclusive, o Distrito Federal acumula as competências de Estado e de Município. Tais competências são estudadas na disciplina de Direito Constitucional. Assim, para que esses entes possam desempenhar todas as suas competências, são criados núcleos internos. Essas unidades desempenham funções como: transporte, educação, previdência, saúde etc. Cada uma dessas unidades recebe o nome de órgão. • A União, por exemplo, divide as suas competências em Ministérios. Esses são exemplos clássicos de órgãos no âmbito federal. Já nos Estados e Municípios, as Secretarias funcionam como órgãos equivalentes aos Ministérios. Além disso, dentro de cada Ministério ou Secretaria ainda ocorrem subdivisões, que serão estudadas mais adiante. Esse movimento de repartição de competências em órgãos recebe o nome de desconcentração, que é pautada em uma relação de subordinação. Na prática, isso significa que os órgãos surgem com uma relação hierarquizada. Isso faz com que exista um controle, conhecido como controle hierárquico. Tal controle é muito abrangente e permite a análise tanto da legalidade quanto do mérito. A esse controle mais abrangente dá-se o nome de autotutela. • Além da Administração Direta, a Administração Pública também conta com a chamada Administração Indireta. Essa Administração Indireta é formada por pessoas jurídicas e está ligada à Administração Pública Direta por meio de uma relação de vinculação, que é diferente de uma relação de subordinação. • Nesse sentido, a Administração Indireta também é conhecida como Administração Descentralizada. Na descentralização ocorre a criação de entes, que são pessoas administrativas e não pessoas políticas, tal como acontece na Administração Direta. A Administração Pública Centralizada possui como característica a especialização. Os entes da Administração Pública Indireta surgem por meio da outorga, que nada mais é do que a exigência de lei. A outorga tem como característica a transferência da titularidade às pessoas jurídicas que compõem a Administração Indireta. • Vale lembrar que essa relação de vinculação que se estabelece faz surgir o chamado controle finalístico, também conhecido como “supervisão ministerial”. Trata-se de um controle mais fechado, que envolve apenas o aspecto de legalidade. Em função disso, esse controle é chamado de tutela. • Os entes da Administração Pública Indireta se dividem em: • Pessoas jurídicas de direito público; e • Pessoas jurídicas de direito privado. As pessoas jurídicas de direito público são as autarquias e as fundações públicas de direito público. Já as de direito privado são as empresas públicas, sociedades de economia mista e as fundações públicas de direito privado. • As pessoas jurídicas de direito público são criadas por lei. Já as de direito privado são autorizadas por lei. • As autarquias ainda se subdividem em: • Comuns; • Especiais: agências reguladoras; conselhos profissionais; • Associações Públicas;e • Agências Executivas. • Dentro das pessoas jurídicas da Administração Indireta também ocorre a divisão de competências. A essas divisões também é dado o nome de órgão. • A doutrina costuma dizer que esses órgãos representam um conceito de desconcentração descentralizada. Nesse sentido, diz-se que a desconcentração que ocorre na Administração Pública Direta é uma desconcentração centralizada, pois acontece no centro do poder. Existem, também, pessoas que não integram a Administração Pública, mas que são importantes nesse contexto. São elas: Paraestatais: Pessoas jurídicas de direito privado, que não possuem fins lucrativos, e que auxiliam o Estado. São chamadas de “terceiro setor”. As paraestatais se dividem em: a. Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”); b. Organizações Sociais (OS); c. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); d. Organizações da Sociedade Civil (OSC); e Entes de Apoio. Delegatárias: Realizam apenas a execução de uma atividade. Dentre elas estão: a. Concessionárias: • Pessoas jurídicas de direito privado; • Se vinculam ao Estado por meio de um contrato de concessão. b. Permissionárias: Pessoas jurídicas ou pessoas físicas; • Se vinculam ao Estado por meio de um contrato ou de um ato administrativo. c. Autorizatárias: • Apenas pessoas físicas; • Se vinculam ao Estado por meio de um ato administrativo. • A doutrina costuma dizer que as paraestatais são uma descentralização por cooperação, já as delegatárias são uma descentralização por colaboração. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • Nos dias atuais estamos vivendo um grande crescimento nas ofertas de concursos públicos, opção esta que se tornou uma alternativa atraente para os que estão na busca por um emprego, ou até mesmo os que estão empregados, mas a procura de melhores condições – como salários, estabilidade e horários mais flexíveis. Na maioria dos concursos, uma das disciplinas mais utilizadas é noções de administração pública, sendo facilmente encontrada em concursos para técnico (nível médio), ou analista administrativo (superior), mas dependendo também do cargo e da entidade que está selecionando os candidatos. • Por esse motivo, nossa equipe de redação resolveu fazer um artigo aprofundando nos conceitos da administração pública e seus principais tópicos abordados em concursos. Dito isso, iremos abordar diversos temas, desde os conceitos básicos do Estado, modelos históricos da administração pública, princípios constitucionais, até a classificação do serviço público e algumas noções de eficiência, eficácia e ética na administração pública. Esperamos que esse resumo ajude vocês na conquista do tão sonhado cargo público, pois sabemos o quão difícil é encontrar material de qualidade sobre concursos na internet. CONCEITO DE ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Estado: foi um termo que se originou do latim status (modo de estar, condição) e se refere a um país soberano, com estrutura própria, e politicamente organizado. O Estado é uma criação humana, que ajuda a manter a coexistência dos indivíduos inseridos nele. Ele atua como mantenedor da ordem social, auxiliando o desenvolvimento e proporcionando o bem estar de toda sociedade. O Estado é visto por coisa pública (res pública), não podendo ser confundido com governo, uma vez que se trata de um poder político, administrativo e jurídico, que ocupa um t autônomos território definido. Governo: é considerado a autoridade governante de uma unidade política, ou um conjunto de órgãos e suas atividades ao conduzirem politicamente o Estado. O governo não pode ser confundido com administração pública, já que essa tem a função de realizar as diretrizes traçadas pelo governo. No direito administrativo, ele é o responsável por definir o núcleo diretivo do Estado, sendo ele alterável por eleições e gestor dos interesses estatais e do exercício do poder político. As formas mais comuns de governo são a Monarquia e a República. Em relação ao sistema de governo, atualmente existem três modelos, que são divididos em: parlamentarismo, presidencialismo e sem presidencialismo. Administração Pública: descreve o grupo de órgãos, agentes e serviços instituídos pelo Estado e seu poder de gestão. Ela tem como principais objetivos o interesse público (da sociedade), a redução da burocracia, a descentralização administrativa e a qualidade do serviço prestado à população. Ao longo dos anos, administração pública no Brasil já passou por três fases, são elas: a patrimonialista, burocrática e gerencial. Ela também pode ser dividida em dois tipos, direta e indireta. A primeira, é desempenhada pelos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a segunda, é exercida por outras pessoas jurídicas, tais como: as fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, etc. O QUE É A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA? • É certo dizer que a administração pública é tudo aquilo que se refere à máquina estatal, ou seja, ao grupo formado pelo governo e todos os seus agentes, que são regulados por normas, leis e funções necessárias para organizar a administração do Estado. Ela visa principalmente o interesse público atuando como um conceito que descreve os agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado, podendo ser vista como o conjunto de ações que compõem a função administrativa. A administração pública pode ser dividida em dois tipos: direta e indireta. Administração Pública Direta: é considerada aquela composta por órgãos públicos ligados ao governo federal, estadual ou municipal (ministérios, secretarias, etc.). Em outras palavras, é o grupo integrante das pessoas federativas, exercendo a competência das atividades administrativas de maneira centralizada. A administração pública direta abrange os três poderes, sendo eles: o poder executivo, legislativo e judiciário. Outro ponto, é o fato de que esses órgãos não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio, ou autonomia administrativa, e suas despesas são realizadas pela esfera a qual pertence o órgão. Administração Pública Indireta: é o conjunto de entidades com personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa, e também cujas despesas são realizadas através de orçamento próprio. É considerada como a transferência da administração por parte do Estado para outras pessoas jurídicas. A administração pública indireta é caracterizada pela descentralização, processo pelo qual a competência administrativa é distribuída de uma pessoa jurídica para outra. Suas entidades são as: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. MODELOS HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Patrimonialista: é um modelo caracterizado pela não distinção entre o patrimônio público e o privado, sendo visto como a incapacidade ou relutância do príncipe de distinguir entre os bens público e privados, por isso era muito comum confundir a res pública (coisa do povo) com a res principais (coisa do príncipe). O patrimonialismo predominou no período pré-capitalista, no qual o Estado funcionava como uma extensão do poder soberano, onde o monarca exercia domínio sobre os bens públicos e privados, sem necessidade de prestar contas à sociedade. Nesse modelo os cargos eram como prebendas ou sinecuras, e suas características mais comuns eram a corrupção, o nepotismo, a ineficiência e o improviso. Burocrática: Elaborada por Max Weber em sua Teoria das Organizações, a administração pública burocrática começou a fazer parte do meio empresarial e público por volta da década de 1940. A principal ideia da burocracia era combater os excessos do patrimonialismo. Um dos conceitos-chave da filosofia weberiana era o da dominação e o autor define esse fato como “a probabilidade de encontrar maior obediência para ordens específicas”. A principal finalidade domodelo burocrático era o de aumentar a eficiência e eficácia nas organizações, seguindo um esquema racional-legal, baseado em regras, normas e leis. As principais características da burocracia eram o profissionalismo, a impessoalidade e o formalismo. Gerencial: com o passar do tempo, o modelo burocrático apresentou diversas disfunções (excesso de formalismo, centralização, clientelismo, etc.) que acabaram prejudicando os seus principais objetivos. Dessa forma, surgiu a necessidade de um novo modelo, fazendo emergir o gerencialismo, um modelo que buscou responder as transformações sofridas pela sociedade ao longo dos anos (desenvolvimento tecnológico e a globalização). A finalidade do modelo gerencial era de reduzir custos e melhorar a qualidade do serviço prestado à população. O gerencialismo tem como principais características a prestação de contas (accountability), transparência, aumento da participação popular, flexibilização, etc. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Legalidade: esse princípio indica que a administração pública só poderá ser exercida de acordo com a lei. O servidor público só poderá agir em conformidade com a lei, atuando não apenas com a inexistência da proibição legal, mas também com a existência da autorização da atuação administrativa em lei. O princípio da legalidade expressa que a administração durante o exercício de suas atribuições está obrigada a obedecer os dispositivos legais, os princípios jurídicos, incluindo os atos e normas editadas pela própria administração pública. Impessoalidade: conforme o princípio da impessoalidade, a administração pública precisa manter uma posição neutra em relação aos seus administrados, sendo proibida de prejudicar ou privilegiar qualquer indivíduo. Dessa maneira, a administração pública precisa servir a todos, sem distinção ou aversão pessoal ou partidária, visando atender sempre o interesse público. De acordo com o princípio da impessoalidade o ato administrativo não pode atender interesses pessoais, seja do agente ou de terceiros. A impessoalidade possui estreita relação com o princípio da isonomia ou igualdade. Moralidade: o princípio da moralidade vem expresso na Constituição Federal de 1988, tratando da moral administrativa, da probidade, da ética e também da boa-fé. Foi justamente na Constituição de 88 que a moralidade passou a ter o status de princípio, o qual considera inconstitucional um ato imoral. Ao fazer uso dos conceitos da moral e dos bons costumes, o legislador constituinte, impõe à administração pública, um comportamento ético e moral durante a gerência da coisa pública. Publicidade: de acordo com as regras do princípio da publicidade, os atos administrativos realizados pela administração pública devem ter divulgação oficial como requisitos de sua eficácia. Como os agentes atuam na defesa dos interesses da coletividade, é proibida toda e qualquer atuação de conduta sigilosa, sendo obrigatório a existência da publicidade dos atos da administração pública, a fim de externar seu conteúdo para o conhecimento público. Por esse motivo, os atos públicos precisam ter sua divulgação em meios oficiais, salvo as exceções previstas em lei, onde o sigilo precisa ser mantido. Eficiência: dentre os princípios da administração pública, a eficiência é considerada um dos mais modernos da Constituição Federal de 88. Segundo ele, a administração pública tem obrigação de manter ou ampliar a qualidade dos serviços prestados à população, evitando desperdícios e buscando sempre a máxima excelência na prestação de seus serviços. O princípio da eficiência é pautado em metas que visam a autuação simples, rápida e eficiente. Ele ainda busca otimizar o custo-benefício no exercício da atividade pública. Classificação e características do serviço público • É importante ressaltar que a Constituição Federal de 88 não conceitua o “serviço público”, assim como não temos no ordenamento jurídico seu significado legal. Segundo Celso Bandeira de Mello, o serviço público é visto como “atividades que satisfazem a coletividade geral, e que são atribuições do Estado, ou seja, é toda atividade prestada pela administração e seus delegados, sob normas e leis que visam satisfazer a necessidade pública ou conveniência do Estado. Ao todo, existem cinco classificações de serviço público: Serviços de utilidade pública: são os serviços que a administração presta de maneira direta ou autoriza para que sejam prestados por terceiros (concessionários, permissionários, ou autorizatários). Esse tipo de serviço só pode ser prestados conforme as condições regulamentadas em lei, sob controle do poder do Estado, mas por conta e risco dos próprios prestadores. Como exemplo de serviços de utilidade pública nós temos: o transporte coletivo, a energia elétrica, as linhas de telefone, entre outros. Serviços próprios do Estado: são serviços de extrema importância para a sociedade. Os serviços próprios do Estado se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público, como por exemplo, segurança, polícia, saúde, higiene. É o tipo de serviço que a administração utiliza da sua supremacia sobre os administrados e seus recursos. A principal característica dos serviços próprios do Estado é que não podem ser transferidos para particulares, e devido a essa restrição, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração. Serviços impróprios do Estado: alguns autores não consideram esse tipo de serviço como público em sentido estrito, uma vez que não afetam as necessidades da sociedade, mas satisfazem os interesses comuns de seus membros ou comunidades. São serviços que a administração pública presta de maneira remunerada, através de seus órgãos ou entidades descentralizadas (sociedades de economia mista, autarquias, empresas públicas e fundações governamentais), ou delegando sua prestação para terceiros (particulares). Um dos exemplos de serviço impróprios do Estado é o transporte por meio de táxi. Serviços Gerais ou “uti universi”: são os serviços que a administração presta sem existirem usuários específicos, mas que visam a coletividade. São exemplos de serviços gerais polícia, iluminação, calçamento, entre outros. Por esse motivo esse tipo de serviço é mantido por meio de impostos (tributos) e não por tarifa ou taxas, que é a remuneração mensurável e proporcional ao uso individual do serviço. Ele é impossível de ser mensurado individualmente. Serviços individuais ou “uti singuli”: são os tipos de serviços que possuem usuários determinados e sua utilização pode ser mensurado de maneira individual (quanto cada usuário usufruiu da sua prestação). São exemplos desses serviços, prestação de telefone, água e energia elétrica para domicílios, ou seja, que podem ser remunerados por meio de taxa (tributo) ou tarifa (preço público), ao invés do imposto. NOÇÕES DE EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Eficiência: é certo dizer que a eficiência está relacionada à melhores práticas e uso dos recursos públicos. Ela é vista como a coerência entre os meios com os fins, agindo como o emprego de esforços para a obtenção dos melhores resultados na aplicação dos serviços prestados à população. Em resumo, a eficiência é uma medida normativa da utilização dos recursos (custos x benefício), ou seja, ela é a capacidade da administração pública de fazer as coisas direito, conseguindo melhores resultados, produtividade em relação ao uso dos recursos, mão de obra e tempo necessário para execução. Eficácia: é considerada uma qualidade da ação que cumpre com as metas traçadas, escolhendo as ações mais acertadas, visando o alcance dos objetivos e metas. Avaliar a eficácia do serviço público é um desafio ainda maior do que a análise sobre a eficiência, principalmente porque a eficácia está atrelada a realização ou não das metas pré definidas pela administração pública. Por esse motivo, ela auxilia a medir a relaçãoentre os resultados do serviço prestado com os objetivos pretendidos, sendo uma afirmação, enquanto a eficiência age como uma condição prática e habitual. Efetividade: é a capacidade de fazer uma coisa (eficácia) da melhor maneira possível (eficiência). As pessoas buscam satisfações pessoais e as organizações têm necessidades para atingir sua missão. Esse conceito reflete o melhor cenário possível para qualquer empresa: uma equipe que seja efetiva. Na administração, efetividade é a habilidade de ser eficiente e eficaz ao mesmo tempo, ou seja, de atingir as metas definidas no prazo e orçamento estabelecidos e conseguir apresentar um resultado final satisfatório para a empresa. A Efetividade representa, portanto, a capacidade de reduzir os custos operacionais de determinado projeto, mas ainda assim garantir que o produto final seja o melhor possível. Ou seja, aliar os dois conceitos anteriores de maneira que, no fim, o trabalho tenha gerado uma economia de recursos e tempo para a organização, mas sem perder em nada no quesito qualidade. O objetivo final desse conceito é, portanto, a otimização dos recursos disponibilizados, gerando um impacto positivo para a empresa e possibilitando o alcance das metas traçadas inicialmente — garantindo que os resultados alcançados sejam, de fato, reconhecidos. QUAL A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • A palavra ética vem do grego ethos e significa tudo o que pertence ao “bom costume” ou “portador de caráter”. No período clássico, a ética não se resumia apenas à moral, mas sim ao contexto sobre o modo de conviver, ou a busca pelo melhor estilo de vida. Num âmbito mais moderno, a ética é melhor compreendida observando o comportamento profissional, seja na área pública ou privada. Para esses casos, o entendimento é mais objetivo, pois existem diversos exemplos de ética, tais como a médica, jurídica ou pública. • É correto afirmar que a ética na administração pública está relacionada aos princípios da CF de 1988, a qual condiciona o comportamento da administração pública e de seus agentes. A ética é composta por valores presentes na sociedade, com destaque para os valores morais e do justo e legal. Dentre os princípios constitucionais, o mais envolvido com a ética é a moralidade, sendo bastante similares, porém distintos. O primeira busca fundamentar o modo de viver, já o segundo é baseado na obediência de normas e costumes. • No âmbito do serviço público, a ética está ligada à conduta dos agentes, uma vez que tanto a administração pública quanto seus servidores precisam estar alinhados com os valores, princípios e regras da administração pública, atuando com ética, moral e boa-fé. No exercício da atividade pública, é fundamental que exista o compromisso com a ética e a moral, e o Estado é o responsável por nortear esse comportamento. Mas não é propriamente o Estado que é aético, já que ele é composto por homens. Assim, falta ética ou não aos homens que o compõem e não a máquina pública em si. GOVERNANÇA, GOVERNABILIDADE E ACCOUNTABILITY • Inicialmente, antes de nos aprofundarmos nos conceitos de governança, governabilidade e accountability, é importante que discursemos um pouco sobre do que se trata, e quais os objetivos da administração pública, uma vez que esses conceitos estão correlacionados uns aos outros. A expressão “administração pública” pode ser empregada em diferentes contextos e ambientes. Trata- se de um conceito que abrange três sentidos distintos, onde pode ser entendida como um conjunto de estruturas estatais que visam o atendimento das necessidades da coletividade, como um conjunto de funções atribuídas à gestão da máquina estatal, ou ainda como uma área de conhecimento científico- social. • É importante ressaltar, que as contribuições de Max Weber foram de grande importância para a administração pública brasileira, uma vez que os dois primeiros modelos (patrimonialista e burocrático) sofreram forte influência do autor. Pode-se dizer que a administração pública busca gerar valor para a sociedade, pois utiliza seus recursos de forma eficiente, visando garantir o seu desenvolvimento sustentável. Ela possui o poder de regular e gerar obrigações e deveres para a sociedade, tendo como destinatário de suas ações os cidadãos, a sociedade em si e suas partes interessadas. Em posse dessa informação, nós iremos aprofundar nos conceitos da governança, governabilidade e accountability da administração pública. Governança e a eficiência do Estado A expressão de “governança” surgiu a partir de reflexões conduzidas pelo Banco Mundial, que pretendiam aprofundar o conhecimento das condições que garantem um Estado eficiente. A partir dessa preocupação, o foco das questões estatais fora deslocado para questões mais abrangentes, envolvendo as dimensões sociais por exemplo. Em termos gerais, nós podemos definir a governança como a maneira pela qual o governo exerce seu poder, ou ainda o modo como é administrado os recursos sociais e econômicos de um país. Resumindo, governança é a capacidade de um governo planejar, formular, programar e cumprir funções, pois se relaciona intimamente com a ação e a execução de decisões. Pode-se dizer que a governança possui um caráter mais amplo do que a governabilidade, uma vez que ela se refere à capacidade administrativa do governo de executar as políticas públicas. Apesar da governança englobar algumas dimensões presentes na governabilidade ela ainda vai mais além, pois se refere ao modus operandi das políticas governamentais, que inclui questões do processo decisório, do financiamento de políticas, e do alcance dos programas de governo, porém, não se restringindo apenas aos aspectos gerenciais e administrativos do Estado. É válido lembrar, que a governança no contexto da administração pública é um reflexo da governança corporativa da administração privada. Governabilidade e a capacidade política do governo • Se faltar capacidade de governança por parte do governo, como resultado nós teremos um fraco desempenho da máquina pública. No entanto, na medida em que os seus dirigentes possuam apoio político para governar, ainda assim irá existir governabilidade. Isso ocorre por que, enquanto a governança relaciona-se com a competência técnica e gerencial do governo, a governabilidade se refere à dimensão estatal do exercício do poder, ou seja, ela compreende a forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário, e o equilíbrio entre as forças políticas de oposição e situação. No geral, como fora dito acima, ela é considerada a capacidade do governo de tomar decisões. • Sendo assim, percebe-se que a governabilidade diz respeito às condições estruturais e legais de um determinado governo para promover as transformações necessárias no país. Ela possui fortes relações com a legitimidade do gestor público. Sem legitimidade não há como se falar em governabilidade, já que ela é a capacidade do governo de intermediar interesses, garantir a legitimidade, e de governar. A governabilidade está situada no plano do Estado, que se apresenta como um conjunto de atributos essencial ao governo, sem os quais não pode exercer poder. O seu maior desafio é conciliar as divergências constantes nos interesses diversos da sociedade, e uni-las em um ou vários objetivos comuns. Accountability e a responsabilidade financeira • O termo accountability é originário da língua inglesa, e ainda não possui uma tradução exata para o português. No seu contexto mais utilizado, ele faz referência à obrigação de membros de um órgão administrativo de prestar contas às instâncias reguladoras, ou ao seus representantes diretos. O termo accountability também pode ser utilizado na esfera da ética, possuindo diversos significados nesse campo, tais como: responsabilidade civil, imputabilidade e a obrigação do governo de prestar contas de forma transparente. No geral,é tratada como um processo de avaliação e responsabilização do agente público, abrangendo todas as classes em virtude do múnus público que lhe é delegado. • A accountability possui três planos distintos, que são: a prestação de contas (refletindo na transparência do governo com a população), a responsabilização dos agentes (nos casos de improbidade administrativa), e a responsividade dos agentes (capacidade de resposta do poder público às demandas sociais). Podemos ainda classificar a accountability em dois tipos, que são: o horizontal, onde não existe hierarquia, pois corresponde a uma mútua fiscalização entre os poderes, e o tipo vertical, que se trata do controle da população sobre o governo. Portanto, percebe-se que a accountability relaciona-se com o uso do poder público, em que o titular da coisa é o cidadão e não os políticos eleitos. Conclusão – Governança, Governabilidade e Accountability • Com o que fora apresentado ao longo do texto, nós conseguimos compreender as principais diferenças entre governança, governabilidade e accountability. De forma resumida, nós temos a administração pública como um conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, que juntos, asseguram a satisfação das necessidades coletivas, designando um conjunto de funções desempenhadas para organizar a administração pública em todas suas instâncias. Sendo assim, nós passamos a acompanhar a capacidade de execução política do governo, ou seja, sua capacidade de governança. E a partir desta, nós temos a governabilidade. • Uma vez que a governança é a capacidade do governo de praticar as decisões tomadas, a governabilidade são as condições necessários que o governo precisa para exercer o poder. Ela é considerada a capacidade do governo de implementar suas políticas através da articulação entre os partidos que forma a maioria na base aliada (troca de interesses políticos). Por fim, chegamos à accountability, que está relacionada ao uso do poder e dos recursos públicos. Basicamente, trata-se da prestação de contas por parte do governo, sendo considerada um aspecto central da governança, que por sua vez, está intimamente ligada a governabilidade (a tríade da gestão pública). O CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • De acordo com Helly Lopes Meireles, referência em Direito Administrativo, podemos definir controle como: “a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro”. • A partir dessa definição, podemos inferir que o controle é indispensável para qualquer tipo de organização, principalmente àquelas referentes à administração pública, já que a transparência é fundamental no exercício da função daqueles que operam em nome dos cidadãos. • Pensando em melhor esclarecer os princípios e conceitos que norteiam o tema, no post de hoje trataremos sobre algumas noções básicas de Controle da Administração Pública e suas finalidades principais. Os conceitos • O controle aplicado à Administração Pública diz respeito ao conjunto de mecanismos de fiscalização, inspeção e registro, exercidos sobre as atividades administrativas em qualquer esfera de poder. Possui como finalidade principal assegurar que os processos sejam realizados em conformidade com o planejamento, os princípios e atos normativos pré-estabelecidos. • Logo, o controle aplicado à Administração Pública é uma atividade que tem por finalidade acompanhar os processos a serem executados. Nesse sentido, é importante trazer ao tema a terminologia “Risco”, que consiste em verificar a possibilidade de alguma ação impedir o cumprimento de uma atividade e, por consequência, no alcance de um objetivo. Assim, a Administração Pública deve conhecer os processos que apresentam maior risco, pois esses acabam demandando maior atenção da administração para o alcance aos objetivos. Formas de controle • O Controle da Administração Pública poderá atuar em diferentes tipos de situações que exigem tipos de controle específicos. Veja alguns exemplos: • Controle conforme à origem Controle Interno: Todo controle realizado na regulação dos atos da própria entidade responsável pela atividade controlada. Controle Externo: Ao contrário do controle interno, é realizado por um poder sobre os atos administrativos de outros poder. Controle Externo Popular: Mecanismos que possibilitam a verificação da regularidade das atividades administrativas pela população geral. • Controle conforme o momento Controle Preventivo: Controle que antecede o início ou conclusão do ato, como premissa para sua eficácia. Controle Concomitante: Controle que segue junto à execução do ato para verificar a regularidade de sua realização. Controle Corretivo: Aquele que ocorre após a efetivação do ato, para corrigir possíveis falhas e validar sua eficácia. • Controle conforme a natureza Controle de legalidade: Controle que possui como finalidade verificar a adequação do ato às normas vigentes estabelecidas. Controle do Mérito: Controle que visa corroborar a eficiência de um procedimento. • Controle conforme o órgão que exerce Controle Administrativo: O Controle Administrativo é aquele realizado pelo Executivo e outros órgãos de administração sobre sua própria atuação e atividades. Controle Legislativo: Controle realizado pelos órgãos legislativos sobre atividades do Executivo, limitado às hipóteses previstas na Constituição Federal, abrangendo aspectos de legalidade e mérito. Controle Judicial: O Controle Judicial é exercido pelo Poder Judiciário sobre as atividades administrativas do Poder Executivo, Legislativo e do próprio Judiciário. Possui fins de fiscalização, controle da legalidade e legitimidade. • O Controle da Administração pública pode ser executado pelo próprio órgão responsável, por outras entidades e até mesmo pela população, sendo extremamente relevante para a manutenção da validade dos processos e da transparência dos atos administrativos perante a sociedade. Diferença entre controle interno e externo • Controle é uma forma de manter o equilíbrio na relação existente entre Estado e Sociedade, fazendo surgir daquele as funções que lhe são próprias, exercidas por meio dos seus órgãos, sejam estes ligados ao Executivo, Legislativo ou Judiciário. • Em decorrência dos princípios da eficiência administrativa e da eficácia dos seus atos, o Estado se vê cercado de mecanismos de controle das atividades estatais, gerados pela necessidade de se resguardar a própria administração pública, bem como os direitos e garantias coletivos. • Assim, foram criados dois tipos de mecanismos devidamente açambarcados pela CF/88: o Controle Interno, realizado pelos próprios órgãos do Estado, e o Controle Externo, realizado pelo Poder Legislativo que é auxiliado pelas Cortes de Contas. • No que toca ao que denominou-se Controle Interno, o art. 74 da CF/88 é taxativo ao dispor que os três poderes devem mantê-lo, de forma integrada, com a finalidade de: avaliar o cumprimento de metas do plano plurianual e a execução dos orçamentos públicos; comprovar a legalidade e avaliar os resultados, sob os aspectos de eficiência e eficácia, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da administração; exercer o controle das operações de crédito; e, apoiar o controle externo. • Quanto ao Controle Externo, mencionado no art. 71 da CF/88, firme-se que é um controle político de legalidade contábil e financeira e a ele cabe averiguar: probidade dos atos da administração; regularidade dos gastos públicos e do emprego de bens, valores e dinheiros públicos; e, fiel execução do orçamento. • Mesmo que as atividades desempenhadas por esses dois mecanismos apresentem alguma similaridade, mostra-se necessário e oportuno registrar suas diferenças, uma vez que são distintos. • O mecanismo de Controle Interno faz parte da Administração, subordina-se
Compartilhar