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Caderno direito internacional

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No caso do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), há a chamada "cláusula democrática", a qual estabelece que apenas países sob regimes democráticos podem participar do bloco. Essa cláusula evita as alternativas autoritárias em alguns países do Mercosul, em momentos de crise institucional.
Assim, o atual processo de globalização envolve a integração econômica mundial em diversos níveis, com a redução das distâncias em virtude do desenvolvimento de mecanismos de produção e distribuição de bens em escala global, e do fortalecimento dos meios de comunicação. Nesse contexto, novos atores, como as organizações não governamentais, as empresas transnacionais, a opinião pública e a mídia, ganham destaque ao influenciarem a conduta dos Estados.
Assim, ao lado das grandes conquistas, há novos e grandes desafios: parte significativa da população mundial ainda permanece no século XIX. Nações ricas e prósperas convivem com Estados que comportam milhões de miseráveis. Alguns locais do globo ainda não saíram da Idade Média! Novas e antigas doenças afligem milhões. Cite-se, ainda, a parte significativa da raça humana que sofre com a fome, a pobreza, as guerras. A sociedade internacional presencia crises econômicas, políticas, culturais e sociais. E o destino da humanidade permanece uma grande incógnita.
Outro importante tema de relações internacionais neste mundo globalizado envolve os problemas ambientais. Cada vez mais a humanidade toma consciência de que o meio ambiente não pode ser tratado como assunto interno dos Estados e que os danos ambientais ultrapassam as fronteiras. A terra é um corpo único e seus recursos são patrimônio de todos os seres humanos e das futuras gerações. Daí que os males causados ao meio ambiente afetam toda a humanidade.
No último quartel do século XX, a proteção ao meio ambiente passou a ser uma das grandes preocupações da comunidade internacional, não só na esfera de governo, mas também entre todos os habitantes do planeta. A Conferência do Rio de Janeiro de 1992 exerceu essa salutar influência, e multiplicaram-se nas últimas décadas os tratados sobre todos os aspectos ambientais, tanto assim que se calcula em mais de mil os tratados internacionais assinados sobre o tema.
Também a proteção aos direitos humanos é um assunto em voga, sobretudo quando notícias de violações a esses direitos nos chegam de todas as partes do planeta. No moderno sistema internacional, agressões contra uma pessoa devem ser consideradas crimes contra toda a raça humana. O intenso trabalho das cortes internacionais de direitos humanos na Europa e no continente americano refletem essa nova realidade.
Hoje, a sociedade internacional está tão interligada, tão integrada em um processo de globalização, que situações ocorridas na China podem afetar a nós, brasileiros, do outro lado do planeta. Daí que o problema do outro passa a ser também um problema nosso, e o bem-estar de cada homem passa a significar o bem-estar de toda a humanidade. Nesse contexto, se você não é parte da solução, é parte do problema!
Corrente idealista das RI: Séc XX – Vinculado Direito sociologia, economia. Fica independente após a I GM, em virtude do colapso do Si e do trauma gerado pela guerra. Surgiu através de dois pontos chaves, duas perspectivas. O que levou ao conflito? Como evitar um novo conflito. Gripe espanhola também chocou, matou dezenas de milhares no mundo.
Apenas nas últimas décadas do século XX é que o Brasil começou a se fazer mais presente. Isso coincide com o surgimento e o desenvolvimento dos primeiros cursos de Relações Internacionais no País e com o aumento do interesse nas questões internacionais por parte de diversos setores da nossa sociedade.
Os princípios que regem as relações internacionais do Brasil:
 · independência nacional; · prevalência dos direitos humanos; · autodeterminação dos povos;· não intervenção; · igualdade entre os Estados; · defesa da paz; · solução pacífica dos conflitos; · repúdio ao terrorismo e ao racismo; · cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; · concessão de asilo político.
 As relações internacionais do Brasil passam efetivamente pelo Poder Legislativo. Em nosso sistema jurídico-político, quaisquer tratados que o Brasil celebre com outras nações ou com organizações internacionais devem necessariamente passar pelo aval do Congresso Nacional antes de serem ratificados.
Cada Casa Legislativa possui comissões encarregadas dos temas de relações exteriores e defesa nacional. No Senado Federal, por exemplo, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), composta por 19 membros titulares e 19 suplentes, é competente para tratar das questões que envolvam as relações internacionais do País.
Unidade 2 - Conceitos Fundamentais
A ideia de Sociedade Internacional – termo cunhado por Hugo Grócio no século XVII – permite direcionar a atenção para a atuação padronizada dos Estados. Apesar da ausência de uma autoridade central no cenário internacional, os Estados exibem padrões de atuação que estão sujeitos a, e constituídos por, restrições de diversas naturezas – históricas, sistêmicas, legais e morais, entre outras.
Qual é, então, o conceito de sociedade internacional?
Para os teóricos do primeiro grupo, é simplesmente impossível definir Sociedade Internacional. Limitam-se, assim, ao estudo dos componentes da Sociedade Internacional e à evolução das relações entre eles.
Os teóricos do segundo grupo dedicam-se a analisar a Sociedade Internacional em contraposição a outros grupos sociais. Por essa ótica, a pergunta que se busca responder é “Como é a Sociedade Internacional?” É irrelevante, portanto, para esses autores, a formulação de um conceito teórico para Sociedade Internacional. De qualquer maneira, eles não deixam de apresentar sua definição de Sociedade Internacional, mas apenas para instrumentalizar suas explicações, como veremos adiante.
O terceiro grupo, majoritário, afirma não só ser possível, mas também necessário, proceder à definição do termo “Sociedade Internacional”, para que se possa tratar com mais propriedade o estudo dos fenômenos internacionais e das relações que se desenvolvem em seu meio. Uma vez que concordamos com essa percepção, apresentaremos nosso conceito de Sociedade Internacional. Antes, porém, vejamos alguns conceitos de autores renomados. A nosso ver, Sociedade Internacional pode ser definida como o conjunto de entes que interagem de maneira sistêmica em uma esfera internacional sob a influência de forças profundas.
A primeira parte de nosso conceito de Sociedade Internacional trata de um conjunto de entes. Esses entes nada mais são do que os Atores internacionais. Ator internacional é toda autoridade, organização, grupo ou pessoa que representa ou pode vir a representar um papel de destaque na Sociedade Internacional. A percepção desses atores varia conforme o tempo e a corrente teórica que os identifica, mas podemos destacar aqueles que, na atualidade, podem ser considerados os mais importantes: os Estados nacionais, os atores governamentais interestatais (as organizações internacionais), os atores não governamentais interestatais (i.e., organizações não governamentais e empresas multi- e transnacionais, entre outros) e os indivíduos.
Sistema Internacional. Conjunto de relações em âmbito mundial nas áreas política, econômica, social e tecnológica, em torno do qual ocorrem as relações internacionais em um dado momento.
Finalmente, de acordo com a nossa concepção de Sociedade Internacional, o terceiro elemento fundamental são as “forças profundas”. A ideia de “forças profundas” origina-se da corrente historiográfica das Relações Internacionais cujos principais expoentes foram Pierre Renouvin e Jean-Baptiste Duroselle. De acordo com esses historiadores, as forças profundas nada mais seriam que determinados fatores que influenciariam as ações das coletividades.
As condições geográficas, os movimentos demográficos, os interesses econômicos e financeiros, os traços da mentalidade coletiva, as grandes correntes sentimentais – todasessas forças profundas formaram o quadro das relações entre os grupos humanos e, em grande parte, lhes determinaram o caráter. O homem de Estado, nas suas decisões ou nos seus projetos, não pode negligenciá-las; sofre-lhes a influência e é obrigado a constatar os limites que elas impõem à sua ação. Todavia, quando ele possui quer dons intelectuais, quer firmeza de caráter, quer temperamento que o levam a transpor aqueles limites, pode tentar modificar o jogo de semelhantes forças e utilizá-las para seus próprios fins.
Em termos gerais, essa é a Teoria da Estabilidade Hegemônica:
(...) os mercados não podem crescer em produção e distribuição de bens e serviços se não houver um Estado que forneça certos pré-requisitos. Por definição, os mercados dependem da transferência, por meio de um mecanismo de preço eficiente, de bens e serviços que possam ser comprados e vendidos entre os principais agentes particulares que permutam direitos de posse. Mas os mercados dependem do Estado para lhes dar, por coerção, regulamentos, taxas e certos “bens públicos” que eles sozinhos não podem gerar. Isto inclui uma infraestrutura legal de direitos e leis de propriedade para fazer contratos, uma infraestrutura coerciva que assegure a obediência à lei, além de um meio de permuta estável (dinheiro) que assegure um padrão de avaliação dos bens e serviços. Dentro das fronteiras territoriais do Estado, os governos fornecem tais bens. É claro que, internacionalmente, não existe Estado no mundo capaz de multiplicar sua provisão em escala global. Baseando-se na obra de Charles Kindleberger e na análise de E. H. Carr sobre o papel da Grã-Bretanha na economia internacional no século XIX, Gilpin argumenta que a estabilidade e a “liberalização” da permuta internacional dependem da existência de uma “hegemonia”, que tenha tanto capacidade quanto vontade de fornecer “bens públicos” internacionais, como lei, ordem e uma moeda estável para o comércio financeiro.
As Potências hegemônicas são as Grandes Potências na concepção de Wight, e o hegemon nada mais é que a Potência Dominante. A hegemonia político-ideológica no planeta, por exemplo, era disputada pelas Superpotências no contexto da Guerra Fria, mas a URSS dificilmente poderia ser caracterizada como ameaça à hegemonia econômica dos EUA.
Unidade 3 - Correntes teóricas das Relações Internacionais
A Teoria do Equilíbrio de Poder:
Teoria do Equilíbrio de Poder, também conhecida como Teoria do Balanço de Poder, é o que mais próximo existe de uma teoria política das relações internacionais. Arnold Toynbee, conhecido historiador, chegou mesmo a dizer que tal teoria constituía uma “lei” da História.
A Teoria do Equilíbrio de Poder percebe o cenário internacional em uma situação de equilíbrio, no qual o poder é distribuído entre os diversos Estados. Quando um Estado começa a se destacar e a buscar aumentar seu poder frente aos demais, há uma perturbação no equilíbrio, e faz-se necessária uma coalizão das Potências para conter o Estado “pretensioso” e restaurar a ordem. Assim, pressupondo o Estado como um ator racional, a teoria defende que o balanço ou o equilíbrio de poder é a escolha preferível e, portanto, a tendência do sistema internacional. A Teoria orientou as relações internacionais nos quatro séculos compreendidos entre a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Foi útil para justificar as condutas dos Estados e ações de governantes em um contexto anárquico e conflituoso.
Pág. 3 - A fase idealista
Anarquia internacional não significa “desordem”, mas, sim, ausência de um governo central superior aos Estados (que são soberanos e só prestam contas a si mesmos e a outros Atores do sistema). Anarquia é, portanto, ausência de governo.
O Idealismo partia do princípio de que as relações internacionais se encontram em estado de natureza, ou seja, de anarquia internacional. As nações devem buscar, destarte, superar essa anarquia e estabelecer um contrato social em âmbito internacional que ordene as relações entre os povos. Os Estados, acreditavam os idealistas, deveriam portar-se de acordo com os mesmos princípios morais que guiam a conduta do indivíduo. Para estimular ou obrigar esses Estados a seguir tais princípios, seria fundamental que se institucionalizasse, em escala mundial, o interesse comum de todos os povos em alcançar a paz e a prosperidade. O estudo de Relações Internacionais, como disciplina autônoma, mostrou-se como uma ciência da paz.

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