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Kelsen e Karl Marx Filosofia do Direito (caderno)

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Kelsen: quando os burgueses assumem o poder, através das revoluções liberais, há uma mudança do jusnaturalismo para o juspositivismo. Mas isso não acontece de repente. Paulatinamente, a ideia de Direito Natural vem sendo deixado, sobretudo quando o Direito vira ciência. O problema foi ver qual é o objeto típico do Direito, o método próprio. O cientista do Direito olha para a norma jurídica. A Escola de Exegese surgiu em torno do Código Napoleônico e a interpretação deveria ser literal, porque preservaria o senso do legislador. Então, o método seria a interpretação literal, para preservar a mens legislatoris. Isso porque eles temiam o que ocorreu na Revolução Francesa. O juspositivismo kelseniano é apenas uma modalidade de juspositivismo. O positivismo é negar o Direito Natural. A justiça, para os positivistas, é um padrão variável no tempo e no espaço, fruto da sociedade e do que ela entende por justiça. Não existe mais um padrão superior, universal e anterior ao Estado. O juspositivismo de Kelsen é normativista. Para ele, o Direito é um conjunto de normas jurídicas e um encadeamento delas, porque elas devem ser analisadas sistematicamente. A estática do Direito seria a observação das normas em si mesmas; a dinâmica seria a relação dessas normas com normas superiores e inferiores (abordagem sistemática). Para Kelsen, o Direito Natural deve ser negado e o cientista do Direito deve ficar apenas com o Direito Positivo, ou seja, ficar apenas com o Direito estatal. Kelsen não nega as fontes não-estatais. O Direito Positivo é mais do que a norma legal: o Direito Positivo é todo aquele posto e/ou reconhecido pelo Estado. Por exemplo: normas consuetudinárias não foram postas pelo Estado, mas eram reconhecidas por ele. Então, era Direito Positivo. Antes não era assim. Na fase exegética era apenas a lei. Mas na fase de Kelsen, Direito Positivo era todo Direito estatal. Kelsen quando pensava o jusnaturalismo, pensava como um mito, porque ele considerava que a natureza era como se fosse eleita legisladora. Para Kelsen, isso era ruim, porque nós não somos seres naturais puramente, mas culturais. Então, não se pode associar padrões de justiça com a natureza. A Teoria Pura do Direito se estabelece com a purificação do Direito. Kelsen entendia o Direito como científico. Para Kelsen, o objeto específico do Direito era a norma jurídica. A implicação disso é o juspositivismo normativista. E o método disso seria o científico, analisando a norma com uma lente pura, destituída de outras influências. Seria uma análise estática e dinâmica. Por isso, se analisa o Direito excluindo outras linguagens. O método é o método de interpretação apenas relacionado com o enfoque técnico. Ao contrário dos exegéticos, Kelsen aceita outras fontes de Direito. Kelsen associa o Direito à mecânica estatal. Portanto, para Kelsen a interpretação é aquela que o Estado coloca. Kelsen ia contra os exegéticos, porque ele acreditava que a norma apresentava várias interpretações e não apenas uma. Para Kelsen, a norma seria uma moldura e o intérprete interage com essa moldura, nos espaços delimitados por ela (“teoria da moldura”). A norma não é o quadro pronto, como os exegetas queriam que fosse. Para Kelsen, não existe uma interpretação correta, porque ele admite variadas interpretações, mas existe um limite, traçado pela norma. A opinião de Kelsen e da Escola Exegética é diferente. O que é igual é o juspositivismo (mas o de Kelsen é o normativista). Kelsen vai se filiar ao pensamento kantiano, na linhagem epistemológica. A Teoria Pura do Direito é deixa-lo isento e digno de uma ciência. A origem do pensamento kelseniano está em uma fase em que se tinha uma preocupação de autonomizar a ciência. Por isso, Kelsen queria dar autonomia para o Direito. Antes das Revoluções Liberais, o Direito era visto como uma arte do que uma ciência. Para Kelsen, o Direito é a norma e as relações entre elas.
Karl Marx: Para Marx, o Direito é uma expressão daquilo que a burguesia defende como justo. Para ele, o Direito é fruto da burguesia. O Direito é uma superestrutura e não uma infraestrutura. Para Marx, a grande mola propulsora é a Economia e as outras expressões (a religião, o Estado, o Direito) derivam desse vetor econômico. Para ele, os modos de produção produziram diferentes formas de expressão. A visão de Marx é materialista realista. Para Marx, o valor de justiça se manifesta na ausência de alienação, ausência de classes. Para Marx, o Direito Natural é mais um instrumento de opressão.

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