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 Base Nacional Comum e o pensamento matemático – parte 2
← Como é a matemática na Base Nacional Comum
Como a criança interfere e se apropria dos espaços? É possível trabalhar o tempo? As quantidades? E os fenômenos naturais? Como a Base Nacional Comum Curricular aborda o pensamento matemático nas crianças pequenas?
Começando a conhecer o mundo, os bebês e as crianças pequenas iniciam e criam as primeiras aproximações com ele: observam, mexem, jogam, mordem, interagem, investigam…
O texto provisório do documento da Base Nacional Comum Curricular também aborda propostas para provocar e desenvolver o campo de Experiências Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações em cada eixo de objetivos:
Conviver,
Brincar,
Explorar,
Participar,
Comunicar,
Conhecer-se
O desafio consiste em identificar modos de aprofundar cada item e planejar situações de aprendizagens pertinentes que vão ao encontro dos interesses demonstrados pelas crianças:
-> Explorar os espaços
-> Perceber a passagem do tempo
-> Perceber quantidades
-> Perceber e fazer relações
-> Perceber e realizar transformações
Sugerimos algumas possibilidades para inspirar ideias de ampliação e enriquecimento das aprendizagens das crianças nesse campo que desafia o raciocínio, provoca o levantamento de hipóteses e trabalha o espírito pesquisador natural dos pequenos.
As oportunidades das situações cotidianas são privilegiadas e significativas. São muitas as ocasiões em que podemos oferecer variadas experiências e pesquisas com as noções e elementos do espaço, do tempo, de relações, de quantificação e transformação. Esses conceitos desenvolvem o pensamento matemático e espacial das crianças.
Nesse mesmo sentido, as festas, as histórias e, principalmente, os jogos e as brincadeiras permitem a familiarização, sem imposição, com as ideias da matemática e seus elementos, acompanhando o interesse expresso pelas crianças, desafiando-o com novas situações e ampliando suas hipóteses.
Explorar os espaços
Como a criança percebe o espaço? Como ela interfere e se apropria dos espaços conhecidos?
Quais relações as crianças estabelecem ao interagir em grupo nos espaços preparados para sua curiosidade?
Explorar, conviver e interagir em diferentes espaços e em diversas situações e desafios ampliam a pesquisa e as descobertas das crianças nas noções de: dentro-fora; grande-pequeno; comprido-curto; longe-perto; muito-pouco; quente-frio; em cima-embaixo; atrás-na frente, entre outros.
A construção de diferentes circuitos de obstáculos, promovendo modificações no espaço, com cadeiras, mesas, pneus e panos, permitem a construção gradativa de conceitos, dentro de um contexto que é significativo para as crianças. É uma forma de garantir uma diversidade de movimentos, por onde as crianças, por exemplo, possam engatinhar ou andar, dar a volta e passar por dentro; subir e descer; entrar e sair; balançar-se; escorregar etc.. É arriscando, experimentando coordenar seus movimentos, identificando situações, nomeando locais, descrevendo e explicando o que foi observado, despertando a curiosidade e ampliando experiências que os pequenos constroem esses conhecimentos.
A possibilidade de representar o espaço em dimensões pode ser trabalhada com a utilização de outros materiais e situações. Com esse objetivo, as brincadeiras de construir torres, pistas para carrinhos e cidades, com blocos de madeira ou encaixe, desenhar em vários planos são possibilidades ricas de pesquisas e descobertas
Perceber a passagem do tempo
O que é tempo?
Como percebemos que ele passa?
Quais os pontos de referência percebidos pelas crianças pequenas?
É possível medir o tempo? Como? Quando?
Saber o que pensam as crianças a esse respeito é a primeira necessidade do professor: o que as crianças percebem, como explicam e vivenciam a passagem do tempo?
A noção de tempo é construída a partir de vivências. Ela acontece na relação com os diferentes pontos de referência. A criança se utiliza, então, do encadeamento de várias relações de sua rotina: dia (claro) e noite (escura); manhã, tarde e noite (períodos do dia); os dias com creche e sem creche (dias da semana e finais de semana), os dias com chuva, os dias frios, os dias quentes e os dias de sol (o clima), ampliando esse conhecimento gradativamente para os dias da semana, os meses, o ano, o presente, o passado, o futuro etc..
O professor deve procurar reconhecer e identificar a potencialidade de situações que envolvam tempo para, desse modo, criar desafios e aprofundar a aprendizagem. Nessas ocasiões é interessante fazer comentários e perguntas com as noções que auxiliam a estruturação do pensamento dos pequenos como: antes, agora e depois, presente, passado e futuro, sempre aproveitando as situações do cotidiano e as verbalizações feitas pelas crianças, como por exemplo, “- O que você comeu antes da fruta?”; “- Depois de brincar na areia, você vai lavar as mãos.”; “- Você passeou no final de semana?”; “- O que acontece depois que o lobo mau assoprou a casinha dos porquinhos? (narrativas das histórias)”, entre outras inúmeras possibilidades.
Perceber quantidades
Para conhecer o mundo em que vivem, as crianças perguntam, reúnem informações, organizam explicações e arriscam respostas. São suas hipóteses, isto é, a forma que encontram para resolver os problemas que surgem. Como as crianças percebem a quantidade é um deles.
O que é muito? O que é pouco?
Quem tem mais?
O dele é maior!
As crianças pensam e se expressam de formas diferentes. Conhecer as formas como pensam ajuda o professor a criar situações que desafiem e enriqueçam esta forma peculiar de organizar o conhecimento. As situações deverão, então, ter um caráter amplo e múltiplo, para que as crianças possam se interessar e fazer relações sobre os vários campos de experiência.
O faz-de-conta das crianças pode ser enriquecido pelo professor ao prever objetos e brinquedos que ampliem a questão da quantidade: muitos objetos de um tipo e poucos de outros; ter ou não objetos suficientes para todos do grupo que estão na brincadeira.
A relação com a representação escrita pode ser contemplada organizando-se espaços próprios com objetos e brinquedos que contenham números, como telefone, máquina de calcular, relógio, teclado de computador etc..
E mais! As situações de festas de aniversário de alguma criança ou mesmo dentro do faz-de-conta, podem constituir-se em momento rico de vivência com a percepção de quantidades: – Vamos arrumar a mesa da festa? Quer entregar um copo e um pratinho para cada criança? Vamos distribuir os salgadinhos? Todos receberam docinhos?
É possível também fazer uma aproximação significativa com a função dos números: – Quantos anos você tem?; – Quantos anos o aniversariante está fazendo?
Perceber e fazer relações, perceber causas e consequências
Relacionar o que os pequenos pensam com aquilo que fazem e conhecem também instrumentaliza o professor para enriquecer e ampliar as pesquisas e hipóteses sobre  relações entre fatos, objetos e fenômenos.
Ao criar situações de escuta, o professor possibilita à criança a oportunidade de expressar-se: o que percebe; o que vê; o que entende; como sabe; como explora etc. E terá mais condições de levantar as hipóteses e planejar interferências e encaminhamentos com maior propriedade:
Como esse objeto se encaixa no outro? 
Ao mexer/apertar/rasgar/girar/acender/apagar (etc.!) o que acontece?
Se eu carregar o pincel com muita tinta, quais marcas vão aparecer? Se riscar o papel de levinho como será o resultado?
Perceber e realizar transformações
Crianças sentem os fenômenos físicos e químicos e também criam hipóteses e soluções para essas questões.
As coisas mudam. Por quê? Como?
Eu posso mudar o que faço? Andar de lado, de costas, com um pé só?
O que tem dentro do ovo? Por que a casca do ovo quebra?
Por que a massa vira biscoito?
Por que e como a planta cresce, a folha cai, a formiga carrega a folhinha?
Por que a água ora está gelada e ora está quente? Por que o gelo viraágua? Por que, quando respiro no vidro, ele fica embaçado e consigo desenhar?”
“Pra” aonde vai o sol quando a lua aparece?
Ter oportunidade de pesquisar e criar as próprias transformações é aprendizagem na certa! Nas atividades que realizam, as crianças se deparam com desafios e questões e procuram a solução e as respostas. E, quando são provocadas para usar seus próprios sentidos, as crianças aprofundam as experimentações e formulam as explicações para os fenômenos. Certas ou erradas, o que importa é o movimento de criar suas próprias explicações, conhecer as explicações dos colegas e, também, dos adultos. Essa mobilização intelectual é que amplia a capacidade de raciocinar e prepara o pequeno para a compreensão dos fenômenos mais tarde.
Nas creches, as salas são organizadas para o melhor aproveitamento do espaço e a utilização de diversos materiais. Mas não há dúvida de que, para o brincar criativo, são os espaços de natureza que oferecem uma maior variedade de materiais e possibilidades. A natureza é fonte inesgotável de conteúdos simbólicos acessíveis e de experiências. Há mais espaço para inventar e construir. Espaços que se tornam pura fantasia e materiais, como folhas e gravetos, que se transformam em magia. E assim, como por encanto, as transformações são possíveis.
O que pode acontecer com uma grande folha? E com as pedrinhas? E com a chuva que molha a terra e faz barulhos? E com o meu corpo que é tão pequeno perto das árvores? E com os espaços que consigo alcançar correndo e pulando? E com a abelhinha que visita as flores e o canto dos passarinhos que não consigo enxergar? E? E? E?…
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