Buscar

Formação para professores da Educação Infantil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2 - Mamãe posso ir
Antes de começar a brincadeira é necessário que as crianças
decidam quem será a “mãe” enquanto as demais serão filhas.
Permita que as crianças decidam por si só quem será escolhida
para ser a mãe. Para isso, poderão realizar, por exemplo, um
sorteio.
Jeito de brincar:
Trace no chão duas linhas distantes, mais ou menos, cinco metros
uma da outra. De um lado fica a "mamãe" virada de costas para os
colegas, do outro as demais crianças enfileiradas uma ao lado da
outra.
A brincadeira consiste em avançar em direção à linha em que está
a “mamãe” e isto é feito por meio das diversas possibilidades de
deslocamento definidas conforme a vontade da “mamãe”. Entoa-se:
__Mamãe, posso ir?
__ Pode! mamãe responde.
__Quantos passos?
__ Dois de formiguinha (passos bem lentos), diz a mamãe.
Desse modo, o grupo de crianças vai avançando em direção à
mamãe, sendo que a criança que chegar mais próximo da líder
será a nova “mamãe”.
Para a disputa ficar mais acirrada, a “mamãe” poderá pedir para os
participantes darem passos para trás, avançar com passos de
elefantes (passos enormes, terminando com um pulo), passos de
cachorro (usando os pés e as mãos) etc.
Variação da atividade: pode haver duas crianças como “mamães”,
as quais deverão combinar entre si as formas de locomoção a
serem escolhidas.
Ao final da atividade, faça uma avaliação, utilizando, se assim
desejar, as instruções registradas na brincadeira anterior.
3 - Jogo da memória
Educador, esse jogo desperta o desafio nas crianças, uma vez que
dependerão muito da sua memória para vencerem. As cartas
poderão ser confeccionadas por você usando cartolina, caixa de
sapatos, papel cartão, dentre outros materiais. Basta recortar duas
figuras iguais de panfletos de propaganda, por exemplo, para
formar pares: duas frutas, dois animais, duas flores ou, inclusive,
duas palavras do contexto das crianças, a escrita de seus nomes
ou suas fotos.
Você também poderá incluir as crianças na construção do jogo.
Combine com a turma quantos e quais pares vão confeccionar,
considerando temas que lhe interessam. Ou, ainda, você poderá
levar as gravuras já recortadas e pedir para as crianças
encontrarem seus pares e fazer a colagem.
DICA!
Introduza o jogo mostrando que há regras e combinados que
devem ser seguidos enquanto se joga. Jogue com todas as
crianças juntas: algumas jogando e outras observando como se
joga. Depois, inverta os papéis.
Caso as crianças não conheçam o jogo da memória, introduza a
atividade de forma gradativa, com imagens separadas por temas:
“animais”, por exemplo, ou trabalhe com as cartelas viradas para
cima com o intuito de que elas encontrem os pares com mais
facilidade. À medida que forem se habituando ao jogo, passe a
jogar com as cartelas viradas para baixo.
Jeito de jogar:
Misture e distribua as cartas sobre uma mesa, com os desenhos
virados para baixo;
Fazer o par ou ímpar para ver quem começa o jogo;
Cada jogador deve virar duas cartas buscando um par igual;
Se o jogador consegue encontrar duas cartas iguais de primeira,
tem direito a jogar novamente para tentar encontrar outro par;
Ao virar duas cartas cujos desenhos não coincidam o jogador
deverá passar a jogada para o próximo participante;
As cartas encontradas que formarem par devem ser retiradas do
jogo e contarão como pontos para o participante que as encontrou;
Ganha o jogo o participante que reunir mais pares de cartas.
Utilizando tecnologias
Educador, atualmente as crianças contam com inúmeras
tecnologias de informação e comunicação, as quais oferecem
possibilidades para selecionar informações significativas, organizar
as memórias da aprendizagem e transformar em novos
conhecimentos. Desta forma, sugerimos que você utilize alguns
sites, como os exemplificados a seguir, para trabalhar os jogos da
memória com sua turma.
Sites com atividades que buscam incluir a criança no mundo digital:
https://www.sitededicas.com.br/jogo-da-memoria-categoria-animais.
htm
https://educa.ibge.gov.br/templates/ibge_educa_criancas/brincadeir
as/jogo-da-memoria-fauna-em-extincao/jogo.html#1
Atividades para bebês e crianças bem pequenas
Você poderá realizar as atividades registradas a seguir.
● Ler ou contar histórias;
https://www.sitededicas.com.br/jogo-da-memoria-categoria-animais.htm
https://www.sitededicas.com.br/jogo-da-memoria-categoria-animais.htm
https://educa.ibge.gov.br/templates/ibge_educa_criancas/brincadeiras/jogo-da-memoria-fauna-em-extincao/jogo.html#1%C2%A0
https://educa.ibge.gov.br/templates/ibge_educa_criancas/brincadeiras/jogo-da-memoria-fauna-em-extincao/jogo.html#1%C2%A0
● Veja o vídeo da história por meio do endereço
https://www.youtube.com/watch?v=ZhGHEZUzQX0;
Apresentar a capa do livro e pedir que as crianças repitam
lentamente o nome do animal que aparece na capa do livro. Que
prestem atenção no som! Pergunte: quem é capaz de me dizer que
animal vive no zoológico e está representado no final da palavra
camaleão? (Leão)
● Que outras palavras começam com o mesmo som do nome
do personagem? E com o mesmo som do final da palavra do
nome do personagem? Quem é capaz de me dizer uma
palavra?
●
● Na história, o Camaleão muda de cor para agradar os amigos.
No final ele aprendeu alguma coisa? O que foi? (Por mais que
a gente se esforce, não pode agradar a todos). O que ele
descobriu? (Cada um tem um jeito de ser e é preciso respeitar
os gostos de todos).
●
Você também poderá usar a fábula: “Abelha chocolateira”
disponível em:
https://www.educacaoetransformacao.com.br/plano-d
e-aula-diferencas/amp/
https://www.youtube.com/watch?v=ZhGHEZUzQX0
https://www.educacaoetransformacao.com.br/plano-de-aula-diferencas/amp/
https://www.educacaoetransformacao.com.br/plano-de-aula-diferencas/amp/
Caso opte por usar a fábula, esclareça para a turma que as
fábulas são histórias que, a exemplo do conto popular e do
conto maravilhoso, são narrativas curtas que têm animais
como personagens. Nelas, os animais pensam, se
emocionam, falam e agem como se fossem seres humanos.
Para informações sobre o gênero fábula você poderá acessar:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/14777/1/2016_RoniaGerlaniade
SouzaSantana_tcc.pdf
Recursos complementares
A seguir, apresentamos algumas sugestões de links para
educadores.
O respeito às diferenças: um caminho para a aprendizagem:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=549
99
Dez desenhos animados sobre inclusão e diferenças
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/14777/1/2016_RoniaGerlaniadeSouzaSantana_tcc.pdf
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/14777/1/2016_RoniaGerlaniadeSouzaSantana_tcc.pdf
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=54999
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=54999
https://somostodosgigantes.com.br/10-desenhos-animados-sobre-i
nclusao-e-diferencas/
MÓDULO 3
PARTICIPAR E EXPLORAR
1. Introdução
A linguagem se define como qualquer forma de
comportamento intercomunicativo, verbal ou
não-verbal (Cabral & Nick, 1998), que
compreende um sistema de expressão humana
por meio de palavras, de sinais e movimentos
usados para expressar significados ou
sentimentos. A linguagem é um instrumento de
transmissão de informações e é essencial em
https://somostodosgigantes.com.br/10-desenhos-animados-sobre-inclusao-e-diferencas/
https://somostodosgigantes.com.br/10-desenhos-animados-sobre-inclusao-e-diferencas/
vários aspectos da vida social e acadêmica
(ALVAREZ, SANCHES, & CARVALHO, 2008).
Através da organização, combinação e articulação de
palavras, tanto de forma oral como escrita, a linguagem
tem como objetivo a comunicação. Para tanto, é
necessário tanto a compreensão verbal, ou seja, o
entendimento acerca do input linguístico, como também
a capacidade de produção verbal — denominada output
linguístico (STERNBERG, 2008).
A aquisição da linguagem é um componente fundamental
para que a criança se insira socialmente, mas será este o
único elemento importante? Acreditamos que não.
Participar de interações sociais positivas requeratenção
às expectativas e normas sociais, o que faz do
desenvolvimento moral um componente crucial durante
os anos pré-escolares.
A moralidade diz respeito ao conjunto de regras que
norteiam os variados contextos sociais, e a legitimidade
dessas regras está na convivência social (VINHA, 1999).
De acordo com Pereira e Morais (2017), é importante para
o professor da educação infantil conhecer o
desenvolvimento cognitivo, social e motor, incluindo o
desenvolvimento moral, para que possa planejar ações
que contribuam com o desenvolvimento infantil.
2. Aprofundamento
Linguagem e Comunicação
A linguagem oral se desenvolve desde o nascimento. Assim
quea criança inicia seu contato com o código oral da sua
cultura, passa a se familiarizar com os sons do seu
idioma e, posteriormente, irá produzi-los funcionalmente
por meio da fala. A aquisição da linguagem é complexa e
se dá através das interações que a criança realiza com
outras pessoas.
O período pré-linguístico se dá, em geral, durante o primeiro ano
de vida e é fundamental para as posteriores aquisições
linguísticas, pois é nesta etapa que a criança inicia as
vocalizações e desenvolve as capacidades de diferenciar
os sons da fala, que constituem pré-requisitos essenciais
para a criança poder utilizar a sua língua materna
(RIGOLET, 2006). Este período é universal, e mesmo as
crianças que nascem surdas se desenvolvem
linguisticamente da mesma forma que as crianças sem
problema de audição.
Entre os 0-6 meses, caso a criança não emita reação a sinais
sonoros e/ou não sorria e não estabeleça contato visual;
Entre 6-12 meses, caso a criança deixe de produzir sons vocais,
não reaja quando chamada pelo seu nome e não reaja a
sons familiares como o de um telefone tocando;
Entre 12-18 meses, caso a criança não emita palavras isoladas e
não reaja olhando ou sorrindo quando brincam com ela;
Entre 18-24 meses, caso haja ausência de compreensão de
instruções simples (Pega o copo/ Me alcança a bolsa) ou
a criança tenha vocabulário muito reduzido (4-6 palavras).
Entre os 24-36 meses, caso se perceba ausência de combinação
de duas palavras para formar frases (por exemplo: dá
bola).
É importante salientar que esses sinais muitas vezes refletem
uma falta de estimulação para a linguagem, a qual pode
ser minimizada a partir de orientação e aumento da
exposição da criança a contextos de interação
linguísticas. Todavia, por vezes podem ser um sinal de
problemas significativos, como quadros de transtorno do
neurodesenvolvimento. Assim, a avaliação especializada
é sempre a melhor orientação quando um sinal de alerta
está presente.
Medos na Infância
Por que as crianças sentem medo? E por que será que na
etapa pré-escolar – especialmente entre os 3 e os 5 anos
– os medos parecem estar tão presentes? Para responder
esta pergunta é preciso relembrar, como vimos no
Módulo 1, que cada emoção teve e tem uma função na
nossa sobrevivência. Então, por que será que o medo é
importante?
O medo coloca o nosso organismo em estado de alerta,
prevenindo que nos aproximemos de situações
potencialmente arriscadas e acionando rapidamente um
repertório de ações caso já estejamos em uma situação
de perigo. Em função do caráter adaptativo e da
importância dessa emoção para a sobrevivência da
espécie, alguns medos parecem vir pré-programados,
principalmente dois deles: medo de altura e medo de
sons muito altos.
PRÁTICA DO PROFESSOR
Começo de conversa
Professor, desde o nascimento a criança é inserida em um
universo de linguagens. A linguagem não está restrita
apenas à oralidade e à escrita, mas envolve também
diferentes modos de expressão que se relacionam entre
si, como as imagens, os movimentos corporais e os sons
presentes no cotidiano. Por isso, é preciso abordá-la em
sua pluralidade.
Sendo assim, todos os tipos de linguagens, tanto
musical, verbal, escrita, pictográfica, visual, são formas
de comunicação. As crianças possuem, por isso,
diversas formas de se comunicar, se expressar, mostrar
os seus desejos, seja entre elas ou com os adultos.
Partimos, portanto, do pressuposto de que a linguagem e
a comunicação estão aliadas ao desenvolvimento moral
da criança.
A Educação Moral, segundo Piaget, deve ser experienciada de
todas as formas e em todos os ambientes da escola. O
autor afirma que os procedimentos de Educação Moral
devem levar em consideração a criança, oferecendo
situações em que seja possível vivenciar princípios
morais de reciprocidade, de cooperação, de respeito
mútuo, construindo, desta forma, sua autonomia moral:
Se, realmente, o desenvolvimento moral da criança ocorre em
função tanto do respeito mútuo como do respeito
unilateral, [...] a cooperação no trabalho escolar está apta
a definir-se como o procedimento mais fecundo de
formação moral. (Piaget, 1996, p.21).Buscando formar
seres humanos autônomos, ativos e criativos, não
podemos perder de vista a perspectiva lúdica do
processo de participar e explorar. Sendo assim, os jogos,
brincadeira e a literatura podem estar presentes nesse
processo, levando a criança a traçar seus caminhos e
estratégias de ação em busca do desenvolvimento da
linguagem, comunicação e desenvolvimento moral para
solucionar problemas referentes ao medo, por exemplo,
com a mediação do professor, de forma lúdica e
prazerosa. Assim, destacamos nesse planejamento
algumas atividades que possibilitam garantir o direito à
participação e exploração lúdicas das crianças.
Dados das Aulas
O que a criança poderá aprender com as atividades
propostas
● Ampliar vocabulário;
● Desenvolver habilidades de leitura e de expressão oral;
● Desenvolver atitudes de interação, de colaboração e de troca
de experiências em grupos;
● Despertar o gosto por ouvir histórias;
● Ter contato com a literatura infantil;
● Ampliar a capacidade de imaginação;
● Criar possibilidades de interação mediante o conhecimento e
reconhecimento do outro;
● Desenvolver competências e habilidades para expor ideias
próprias;
● Estabelecer vínculos afetivos entre os pares;
● Desenvolver atitudes de interação, de colaboração e de troca
de experiências;
● Desenvolver atitudes de respeito durante a escuta e fala do
outro;
● Reconhecer emoções e sentimentos por meio da influência
que pessoas e situações exercem sobre eles;
● Desenvolver a oralidade;
● Expressar sentimentos, opiniões, emoções, dúvidas,
vontades, angústias, medos, dentre outros;
● Trabalhar em equipe;
● Utilizar diferentes tipos de linguagens;
● Identificar e interpretar as situações, comportamentos e
eventos que provocam cada emoção e sentimento;
● Aprender a expressar seus sentimentos e emoções de
maneira assertiva e respeitosa;
● Aprender a respeitar os sentimentos e emoções dos colegas;
● Desenvolver a noção de pesquisa como propulsora da
construção do conhecimento.
Duração das atividades
Aproximadamente 60 minutos cada uma
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Não há necessidade de conhecimentos prévios, tratam-se de
atividades que irão ampliar a linguagem e comunicação, o
desenvolvimento moral e os medos da infância por meio de alguns
de seus direitos de aprendizagem: Participar e Explorar.
DICA!
DICA
Professor, faça uma reflexão dos seus conhecimentos sobre
linguagem e comunicação, desenvolvimento moral e medos na
infância. Registre informações sobre os mesmos.
Estratégias e recursos da aula
Informações ao professor
Professor, as atividades propostas nesse planejamento visam
contemplar dois dos direitos da aprendizagem e desenvolvimento
na Educação Infantil segundo a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC): Participar e Explorar.
O que diz a BNCC:
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo
educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana,
tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos
ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando
conhecimentos,decidindo e se posicionando. (BNCC p.38)
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores,
palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias,
objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando
seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. (BNCC p.38)
Se quiser ter acesso à BNCC na íntegra, basta acessar o link, a
seguir:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_11051
8_versaofinal_site.pdf
Professor, ao planejar, analise o perfil da turma, a proposta
(projetos) desejada pelas crianças, fique atento aos seus
interesses, busque contemplar as experiências no contexto diário,
semanal, mensal, bimestral. Situe-se no ambiente escolar, ou seja,
nos espaços a serem apropriados pelas crianças, áreas internas e
externas, cantos de interesses, entre outros. Considerando as
aprendizagens selecionadas para sua turma, organize rotinas
diárias, considere diferentes modalidades organizativas que levem
em consideração sua frequência e encadeamento, reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de
cada um. Caso você não possua professor auxiliar, convide
crianças maiores para ajudar as menores, convide outros
profissionais da instituição ou familiares das crianças para
participar dos momentos que você considerar necessário.
DICA
Para ter um planejamento condizente com a aprendizagem das
crianças, é necessário que você fique atento às suas
diferentes necessidades, garantindo os direitos de
aprendizagem a todos. Assim, é fundamental considerar o
conhecimento prévio, se for o caso, e as necessidades das
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
crianças, e isso passa pelos saberes cotidianos que são a
ponte para a construção de novos conhecimentos. Orientamos
que em alguns momentos incentivem as crianças a eleger por
si próprias o tipo de registro que usará, que pode ser:
desenhos, colagens, pinturas, escrita, fotos, objetos que
representam e expressam os acontecimentos da atividade
proposta. Se ela optar pela escrita, permita que realize
tentativas livres e espontâneas dessa linguagem, ou você
poderá escrever por ela, se esse for seu desejo, ou seja,
respeitando exatamente o que a criança disser.
O mais importante desse processo é explorar a criatividade, a
expressão e a autonomia da criança na realização das ações
propostas. Em vez de explicar de forma expositiva o que é
cada material que irá compor determinada atividade, permita
que os alunos explorem, com suas próprias mãos, esses
materiais. É por meio da exploração que as crianças se
familiarizam com diferentes formas, texturas, movimentos,
sons e cores.
vAtividades lúdicas
Nos primeiros anos de vida, os pequenos estão descobrindo o
mundo, curiosos e atentos a tudo que acontece ao seu redor.
Cheirar, morder, apertar, observar, ouvir, tatear... são ações
que aguçam os cinco sentidos que deverão ser explorados e
estimulados a todo momento. Seja na hora do banho, na hora
de mamar e comer, dar os primeiros passos, ou realizar um
passeio, nas brincadeiras, nos momentos de leitura, tudo
deverá se transformar em estímulo para o desenvolvimento
das crianças. Nessa perspectiva, sugerimos algumas
atividades que os bebês e crianças bem pequenas possam
vivenciar.
Utilize legumes como batatas, cenouras, quiabo e beterrabas
para transformá-los em carimbos. Depois, com um pedaço de
papel, um pouco de tinta e muita criatividade, é só soltar a
imaginação!
No site, a seguir, você terá acesso a aula:
“Carimbos: possibilidades de escrita”, que
descreve como produzir e utilizar carimbos
artesanais. Não se esqueça: é necessário que
você faça adaptações ao nível de suas crianças.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.htm
l?aula=50365
3ª Atividade - Caixa sensorial
CRIANÇAS PEQUENAS E BEM PEQUENAS
Campos de Experiência:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50365
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50365
O eu, o outro e o nós
Corpo, gestos e movimentos
Traços, sons, cores e formas
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
Professor, a caixa sensorial é normalmente uma caixa de
papelão ou outro recipiente grande cheio de objetos
selecionados para estimular os sentidos. A caixa sensorial
ou tátil pode ser preenchida com uma grande variedade
de materiais, desde papel picado, folhas secas, areia e
muito mais. Essa atividade é como um mundo de
descobertas: estimula o livre brincar e oferece
oportunidades infinitas para a criança experimentar e
aprender.
Você poderá utilizar a caixa sensorial colocando objetos para que
as crianças possam pegar e brincar. Veja como fazer:
● Separe de 3 a 5 caixas (calcule uma média de 4 crianças por
caixa).
● Feche todos os lados de cada caixa com fita adesiva e
confeccione em um deles um buraco com cerca de 10 cm de
diâmetro que seja suficiente para a entrada e saída da mão
da criança com facilidade.
● Separe alguns objetos para colocar dentro delas, como bolas,
cones, brinquedos de empilhar, brinquedos de encaixe e
materiais que lembrem músicas do cotidiano das crianças,
como aranha (música da Dona Aranha), pintinho (música do
Pintinho Amarelinho), ursino (música Ursinho Pimpão) etc.
A caixa sensorial também poderá ser usada assim:
● Coloque areia, gelatina ou grãos, arroz, milho e feijão crus,
por exemplo;
● Basta pegar uma caixa plástica e enchê-la com o que preferir;
● Se for um bebê e uma caixa grande, é possível deixá-lo
sentadinho dentro da caixa para brincar;
● Se for criança pequena, ela pode brincar com ferramentas,
forminhas e baldinhos, do lado de fora da caixa.
Outra ideia para caixa sensorial
Coloque dentro da caixa brinquedos e, à medida que as
crianças forem pegando, explore-o com perguntas como: Que
brinquedo é esse? Como é? Faz barulho? Qual é sua cor?
Como posso usar esse brinquedo?..;
Sugira que utilize o brinquedo em uma brincadeira com outra
criança;
Se for algum brinquedo de empilhar, ajude-os na construção;
Deixe as crianças brincarem livremente. Esteja sempre
próximo explorando as diferentes situações: dialogue com a
criança, problematize o que está sendo vivenciado (faça
perguntas sobre o que estão fazendo, como conseguiram
realizar...);
4ª Atividade - O que estou vendo?
Essa é uma brincadeira tranquila, adequada para qualquer
momento. Pode ser realizada assim:
● Para começar, uma criança, que é a líder, escolhe
mentalmente um objeto que esteja à vista e diz em voz alta:
“O que estou vendo?”
● As demais crianças perguntam: “o que você vê?” e A líder
responde: “uma coisa da cor azul”, por exemplo;
● As outras crianças tentam então adivinhar o objeto;
● Uma a uma, as crianças dizem o nome de alguma coisa azul
até que o mistério seja solucionado;
● Quem acertar a adivinhação é o vencedor e escolhe o próximo
objeto;
● Para prolongar mais a adivinhação do objeto, é melhor escolher
algo de cor bem comum, pois se for algo visível e destacado
será muito fácil.
Outra versão para a brincadeira: O que estou
vendo?
Nesta versão de O que estou vendo? A dica é a primeira letra do
nome, e não a cor, o objeto. Por exemplo, se for um cachorro, o
participante dirá: “Eu vejo uma coisa, com meus olhinhos que
começa com a letra C”. Para que o jogo fique mais competitivo, é
atribuída uma letra do alfabeto a cada jogador, e o líder seleciona
um objeto que comece com essa letra. O objeto é então
identificado por sua cor: “Estou vendo uma coisa, com meus
olhinhos, que é de cor azul”. Se o próximo jogador for a letra B, as
adivinhações podem ser: bola, boneca, biscoito, etc.
5ª Atividade - Telefone sem fio
Campos de Experiência:
O eu, o outro e o nós
Traços, sons, cores e formas
Corpo, gestos e movimentos
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
1º momento:
Antes de iniciara brincadeira, estabeleça um diálogo com a turma:
● Quem conhece o telefone?
● Quem tem telefone em casa?
● Para que serve o telefone?
Ouça as respostas das crianças e proponha que façam uma
pesquisa em casa, com a ajuda de um adulto, sobre informações
sobre o telefone, tais como: função, onde podemos encontrar,
quem inventou, tipos de telefones etc.
2º momento:
Em data marcada para a entrega da pesquisa, permita que as
crianças apresentem suas descobertas. Auxilie as crianças que
necessitarem ou que solicitem sua ajuda. Convide a turma para
confeccionar um painel com as informações coletadas. Solicite
também que relatem o que acharam da atividade: se foi fácil ou
difícil realizar, quem ajudou na pesquisa, o que aprenderam...
3º momento:
Apresente imagens de telefones antigos e atuais para as crianças
observarem os diferentes aparelhos. Destaque a evolução dos
aparelhos, mostrando como eles eram antes e como estão agora.
DICA
Você poderá acessar os sites, a seguir, se em sua escola tiver
laboratório de informática. Se preferir, você poderá apresentar
imagens e slides por meio de data show ou DVD, ou até mesmo
cartazes.
Imagens de telefones poderão ser vistas em:
Museu das comunicações e humanidades
https://acervo.oifuturo.org.br/
Evolução do telefone
https://www.smartkids.com.br/trabalho/evolucao-do-telefone.
Vídeos sobre telefone poderão ser acessados:
A invenção do telefone
Realizando a brincadeira
https://acervo.oifuturo.org.br/
https://www.smartkids.com.br/trabalho/evolucao-do-telefone
As crianças deverão estar sentadas em roda. Uma das crianças, irá
falar uma palavra ou frase no ouvido do colega vizinho. Em seguida,
este falará para a outra criança, e assim sucessivamente até chegar
na última criança, que deverá falar em voz alta o que aconteceu.
Avaliação da atividade
Após cada atividade, solicite que as crianças expressem de
forma oral ou escrita sua opinião sobre a mesma. Como
registro, as crianças poderão representar com desenhos o
momento vivido ou mesmo produzir um texto coletivo.
Que tal construir um telefone sem fio?
Faça assim:
● Solicite que as crianças tragam de casa 2 potes de iogurte;
● Fure cada pote para passar barbante (do tamanho que você
desejar), use uma agulha de crochê;
● Depois de passar a ponta do barbante pelo fundo de cada
pote, amarre um pedacinho do palito de dente para que o fio
fique preso;
● Você terá dois potes de iogurte, que, interligados pelo fio de
barbante, viraram telefones sem fio.
Fotografe!!
Como dito no Módulo 2, é importante fazer registros fotográficos. A
fotografia é um recurso para revelar aprendizagens. A imagem
expressa uma linguagem interpretativa, possibilitando uma reflexão
acerca do trabalho que foi realizado.
6ª Atividade - Peixes no aquário
crianças pequenas bem pequenas e bebês
Campos de Experiência:
O eu, o outro e o nós
Traços, sons, cores e formas
Corpo, gestos e movimentos
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
Professor, entendemos que valores morais são os princípios e
normas que determinam o comportamento de uma pessoa e a sua
interação com a sociedade.
Existem alguns valores que são apresentados como
“universais”, pois estão presentes em quase todas as
sociedades do mundo por serem considerados
importantes para uma vida social harmoniosa.
PARA REFLETIR
Professor, o que entende sobre valores morais?
Qual a sua concepção?
Qual/is a importância dos valores morais em nossa sociedade?
Você tem trabalhado essa questão com as crianças? De que
maneira?
Você tem possibilitado que as crianças façam escolhas
construtivas, se responsabilizando por elas?
Sua turma consegue resolver situações problemas com ética?
LEMBRE-SE
Os valores morais podem ser variáveis, ou seja, podem divergir
entre sociedades ou grupos sociais diferentes. Isso porque os
valores morais são baseados em diversos fatores, como cultura,
tradição, cotidiano, religião e educação de determinado povo.
Realizando a brincadeira
Esta atividade poderá ser realizada com o intuito de trabalhar
o raciocínio lógico-matemático, o senso reflexivo e crítico, de
forma que as crianças possam tornar-se cidadãos
conscientes de seus direitos e deveres, além de ser uma
oportunidade para comparar igualdades e diferenças.
Materiais necessários:
● Durex;
● Papel sulfite ou papel pardo;
● Lápis de cor e de escrever;
● Tesoura;
● Borracha;
● Giz de cera.
Desenvolvimento
Faça uma roda de conversa e descubra o que as
crianças sabem sobre peixes e aquários. Você poderá
iniciar o diálogo a partir dos seguintes
questionamentos:
● Quem já viu um aquário?
● Como ele é?
● Alguém tem aquário em casa?
● Que peixes podem ser colocados em aquário?
● Como devemos cuidar de um aquário?
● Que alimentos podemos dar aos peixes de aquário?...
Cole um papel pardo ou sulfite (cole uma folha ao lado da
outra) para simbolizar um aquário. Se preferir poderá
contornar no formato de aquário redondo ou quadrado, por
exemplo.
Cante com as crianças a música “Peixe Vivo”. Você poderá
colocar a música e cantar com as crianças. Se achar
conveniente, escreva a letra da música em um cartaz, faça a
leitura da mesma, explore letras, palavras, frases... leia com as
crianças e depois cante!
A partir disso, devem ser entregues às crianças alguns
pedaços de papel (1/4 da folha sulfite) para cada participante.
Oriente-as a desenhar um peixinho da forma que conseguirem
nesse papelzinho.
Depois que terminarem, devem colar o peixe no “aquário”.
Após, faça uma reflexão conjunta sobre os peixinhos:
● Eles não são todos iguais?
● São do mesmo tamanho? Do mesmo jeito?
● Tem a mesma cor?
● Quantos peixinhos são da mesma cor?
● Quantos são de cores diferentes?
● Todos os peixinhos estão indo para o mesmo lado?...
Destaque para a turma que, assim como os peixinhos, somos
todos diferentes e com características próprias. Além disso,
cada um está indo para um lado, ou seja, cada um tem seu
caminho, seus sonhos, seus desejos etc.O aquário é o mundo
onde vivemos e os peixinhos são todos nós, com nossas
diferenças.
Como trabalhar com bebês ou crianças bem
pequenas?
Convide os pais ou outro responsável pelas crianças
para participar da atividade, explicando como ela será
realizada. Entregue aos presentes um pedaço de papel
sulfite, como o descrito anteriormente, e peça-lhes
que desenhem um peixinho, como desejarem e
conseguirem, e depois recortem e colem no “aquário”.
Esse momento deverá ser realizado com os adultos
juntos da criança. Instrua-os a cantarem a música
“Peixe vivo”.
Ao finalizar a atividade, solicite aos familiares que
manifestem o que entenderam da atividade, deixando-os
à vontade para expor suas ideias. Se for necessário,
apresente questionamentos a fim de que percebam a
diferença existente entre nós, para isso você poderá
utilizar os questionamentos registrados anteriormente.
Música Peixe Vivo – Cantiga popular
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?
Sem a tua, sem a tua
Você poderá ter acesso a um vídeo da música no site:
https://www.youtube.com/watch?v=_g34ENRtLqA
Avaliação da atividade
Para finalizar esse momento, peça que digam o que acharam da
atividade. É importante que justifiquem suas respostas.
DICA
Se a turma demonstrar interesse sobre o assunto, você poderá
propor que façam uma pesquisa sobre peixes e aquários, por
exemplo. No Módulo 1 e 2, e também na atividade anterior
desse planejamento, demos dicas de como realizar uma
pesquisa. Use as informações registradas nesses registros.
Faça adaptações de acordo com sua turma.
LEMBRE-SE
Inserir crianças menores no universo da pesquisa permitirá
que elas sejam protagonistas de sua aprendizagem.Acreditamos que o protagonismo infantil requer estratégias de
ensino que permitam às crianças expressarem suas ideias,
seus anseios e dúvidas.
Para informações sobre como trabalhar a investigação de
crianças, você poderá acessar o site:
https://www.youtube.com/watch?v=_g34ENRtLqA&ab_channel=BobZoom
https://www.univates.br/editora-univates/media/publicacoes/16
6/pdf_166.pdf.
OUTRA POSSIBILIDADE
Utilize o cartaz com a letra da música para trabalhar a
leitura e escrita de palavras. Faça a leitura, linha por
linha, mostrando às crianças cada palavra. Ressalte as
vogais, fale outras palavras que comecem com cada uma
delas, perguntando-lhes outras. Convide as crianças para
identificar onde estão as vogais e/ou palavras que forem
ditadas por você e, ao encontrá-las, a criança poderá
circular com giz de cera, por exemplo.
7ª Atividade - Trenzinho ou cobra
CRIANÇAS PEQUENAS E BEM PEQUENAS
Campos de Experiência:
O eu, o outro e o nós
Corpo, gestos e movimentos
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
Organize as crianças, colocando uma atrás da outra ou
de mãos dadas, para explicar a brincadeira. As crianças
andam em duplas, trios ou em grupos maiores, uma
atrás da outra, com as mãos no ombro do amigo da
https://www.univates.br/editora-univates/media/publicacoes/166/pdf_166.pdf
https://www.univates.br/editora-univates/media/publicacoes/166/pdf_166.pdf
frente, mas também podem andar de mãos ou braços
dados e formar uma roda. Para variar, sugira que elas
andem de costas até encostar em algum colega.
8ª Atividade - A canoa virou
Campos de Experiência:
O eu, o outro e o nós
Traços, sons, cores e formas
Corpo, gestos e movimentos
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Convide as crianças para realizar uma brincadeira usando uma
cantiga de roda. Faça um levantamento dos conhecimentos prévios
das crianças sobre a realidade musical vivida por elas. Para a
realização do diálogo, você poderá apresentar imagens que
lembrem cantigas de roda.
Apresente-as e explore-as por meio de questionamentos como os
sugeridos a seguir:
● Quem gosta de ouvir música?
● Que músicas vocês gostam de ouvir?
● Onde e com quem vocês escutam música?
● Vocês têm algum brinquedo com música? Como ele é?
● Quem conhece alguma brincadeira com música? Que
brincadeira é essa?
● Quem sabe o que é cantiga popular? Alguém pode me dar
algum exemplo?
Ouça as crianças, faça outros questionários de acordo com o
desenrolar do diálogo. Em seguida, pergunte se as crianças
conhecem a cantiga popular “A canoa virou”. Caso alguém
conheça, peça-lhe que cante a música. Após cantar, registre a letra
da música na lousa ou fixe um cartaz na parede com a letra em
caixa alta.
Se a turma conseguir fazer tentativa de leitura, solicite que façam
uma leitura silenciosa, pois esse tipo de leitura possibilita a
adaptação da criança às suas características individuais de ritmo,
pontuação, compreensão e interpretação. Em seguida, faça uma
leitura em voz alta junto com as crianças. Se preferir, peça-lhes que
façam tentativas de leitura, cada uma lê uma estrofe, por exemplo.
A canoa virou
A canoa virou
Pois deixaram ela virar
Foi por causa de Maria
Que não soube remar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Eu tirava Maria
Do fundo do mar
Siri pra cá,
Siri pra lá
Maria é bela
E quer casar.
Como brincar
Em roda, as crianças giram cantando somente a primeira parte da
música, que vai até o verso ”Que não soube remar”. Um a um, os
nomes vão sendo chamados e o escolhido se solta, vira de costas
para o centro da roda e dá as mãos novamente para os vizinhos. A
cantoria recomeça e o grupo vai elegendo um a um os colegas até
que todos tenham sido chamados e estejam de costas. Ainda
girando, eles começam a cantar a segunda parte da canção,
chamando novamente os colegas, um a um. O escolhido se solta
dos amigos e volta à posição original. A brincadeira termina quando
todos estiverem novamente de frente para o centro da roda.
ATENÇÃO
Você poderá apresentar uma lista de cantigas de roda para as
crianças e fazer uma votação, uma pesquisa de opinião para
decidir qual cantiga será usada. Nesse caso, a definição deverá ser
feita em dia anterior para que você possa providenciar possíveis
materiais e local para realização da atividade.
Avaliação das atividades
Após cada atividade, solicite que as crianças expressem de forma
oral ou escrita sua opinião sobre ela. Como registro, as crianças
poderão representar com desenhos o momento vivido ou produzir
um texto coletivo.
Avaliação alternativa
Se a criança não for capaz de responder verbalmente, ou se tiver
dificuldades importantes na fala ou não verbais, você poderá utilizar
a Comunicação Alternativa abaixo para avaliar a atividade. Solicite
que elas apontem ou peguem a ficha, para representar se
gostaram ou não.
Sugestões de cantigas de roda
A barata
https://www.vagalume.com.br/galinha-pintadinha/a-barata.html
A galinha do vizinho
https://www.ouvirmusica.com.br/temas-infantis/1746902/PIAGE
T, J. Os procedimentos de Educação Moral. In: MACEDO, L.
(Org.), Cinco estudos de educação moral. São Paulo, Casa do
Psicólogo, 1996, p. 1–36. (trabalho publicado originalmente em
1930).
BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação:
PNBE: Histórico. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-biblioteca-da-escol
a Acesso em 25 de jun. de 2021
SILVA, Elenice de Brito Teixeira, NEVES, Vanessa Ferras
Almeida. Brincando de roda com bebês em uma instituição de
Educação infantil. Disponível em:
https://www.vagalume.com.br/galinha-pintadinha/a-barata.html
https://www.ouvirmusica.com.br/temas-infantis/1746902/
http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-biblioteca-da-escola
http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-biblioteca-da-escola
https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang
=pt Acesso em 18 de jul. 2021
Histórico das Cantigas de rodas e suas características
https://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/ Acesso
em 18 de jul. de 2021
MÓDULO 4
BRINCAR
Neste módulo, adentraremos nas teorias, conceitos e
classificações de brinquedo, brincadeira e jogo. Veremos
qual o significado das atividades lúdicas e aprofundaremos
nossos conhecimentos sobre os jogos, brinquedos e
brincadeiras como elementos constitutivos da aquisição de
conhecimentos e desenvolvimento de pré-escolares. Para
tanto, veremos a importância do brincar para o
desenvolvimento das crianças, o papel dos professores e
cuidadores em assegurar o direito de brincar das crianças, e
https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang=pt
https://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/%20Acesso%20em%2018%20de%20jul.%20de%202021
https://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/%20Acesso%20em%2018%20de%20jul.%20de%202021
alguns exemplos de materiais e brincadeiras que podem ser
utilizados em sala de aula. Bons estudos!
De maneira geral, a criança pequena traz consigo o impulso da
descoberta, da curiosidade e do querer aprender. Ela mexe com
os dedos, cria vozes, esconde as mãos, descobre os pés, faz algo
sumir e aparecer, inventa coisas, transforma um objeto em tantos
outros… tudo isso são brincadeiras. Para muitos pesquisadores,
essas atitudes são uma forma de a criança estar se descobrindo e
compreendendo o mundo que a cerca, inventando-o e se
encontrando nele. É muito difícil encontrar uma criança que não
brinca. Se isso acontece, a primeira coisa que nos vem à cabeça é
que alguma coisa está fora da ordem, certo?
Você já parou para pensar sobre essa questão? Já
observou alguma criança que não tem o hábito de
brincar? Refletiu sobre essa situação? Já parou para
pensar quais foram suas brincadeiras preferidas durante
a infância? Você já refletiu sobre o significado das
palavras brinquedo, brincadeira e jogo? Já ouviu a
palavra lúdico? Sabe o que significa lúdico? Enquanto
professora, vocêtem propiciado oportunidades para a
sua turma brincar? Jogar? E os jogos eletrônicos, você
teve oportunidade de refletir sobre eles no
desenvolvimento da criança em idade pré-escolar?
Estas são algumas das indagações sobre as quais iremos
discorrer neste Módulo.
Assista a TED Talk de Stuart Brown sobre o
brincar na infância e se inspire para os
aprendizados deste módulo!
As cem linguagens da criança
Loris Malaguzzi
A criança
é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem, sempre cem
modos de escutar
de maravilhar e de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar.
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem, cem, cem)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem as mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender sem alegrias
de amar e de maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
de descobrir um mundo que já existe
e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe enfim:
que as cem não existem.
A criança diz:
Ao contrário, as cem existem.
Ao usar o cem como simbologia, Malaguzzi nos leva a
pensar na ideia de que a criança é possuidora de
ilimitadas formas de manifestar suas linguagens. Ela se
comunica e se expressa por meio de múltiplas
linguagens, de “cem linguagens”. Ela (re)constrói,
(re)formula seu conhecimento, atualizando-o,
compartilhando-o e aprendendo com o outro.
Pensando na perspectiva da criança como protagonista,
construtora de sua aprendizagem, e do professor como
mediador, que trabalha com a escuta, coordena as
atividades e respeita a evolução de cada criança, faremos
neste Módulo uma incursão na análise de alguns teóricos
que descrevem a importância de jogos e brincadeiras no
desenvolvimento infantil.
Vários teóricos empenharam-se no estudo do lúdico. Dentre
eles, podemos destacar: Rousseau, Pestalozzi, Froebel,
Dewey, Jacquin, Piaget e Vygotsky. Tais teóricos foram
importantes na organização de concepções pedagógicas em
que a atividade lúdica é percebida como um processo pelo
qual a criança enriquece o senso de responsabilidade,
desenvolve a auto expressão e desenvolve-se física,
cognitiva e socialmente.
Rousseau, no século XVIII, demonstrou que cada criança
tem sua própria maneira de ver, pensar e sentir, e que a
conquista ativa beneficia a aprendizagem. Esse pensador
valorizou também a experiência concreta, sugerindo que o
aluno não deve receber lições verbais e, sim, vivenciar
experiências concretas (Rousseau, 1973).
Pestalozzi, no final do século XVIII e início de XIX, abriu novo
rumo para a educação moderna por meio de suas
observações sobre o desenvolvimento psicológico dos
alunos e sobre o êxito ou o fracasso das técnicas
pedagógicas. Ele destacou o jogo como valor social que
fortalece as normas de cooperação e amplia o senso de
responsabilidades.
Froebel, também no final do século XVIII e meados do XIX,
fortaleceu os métodos lúdicos na educação, fez do jogo uma
arte, um importante instrumento para promover a educação
para crianças. O pedagogo alemão reconheceu que o jogo é
uma atividade a partir da qual a criança expressa sua visão
de mundo, resultando em benefícios intelectuais, morais e
físicos, e que é primordial no desenvolvimento integral
desta. Destaca, ainda, que o jogo seria também a principal
fonte do desenvolvimento na primeira infância, para ele o
período mais importante da vida humana, um período que
constitui a fonte de tudo o que caracteriza o indivíduo, toda
a sua personalidade (Arce, 2004)
Dewey, no final do século XIX e meados do XX, desacreditou
das atividades abstratas e reforçou as formas de ocupação
ativa. Com isso, valorizou o jogo. Para ele, o jogo faz o
ambiente natural da criança, ao passo que a referências
abstratas e remotas não correspondem a seu interesse
(Dewey, 1954).
Observa-se, pois, que grandes pensadores e educadores do
passado já reconheciam o valor pedagógico do jogo e
aproveitavam-no como agente educativo. Jacquin (1963)
argumenta que o jogo é muito importante e é também um
aliado do educador, o qual deve utilizar a força educativa do
jogo na formação da criança.
Entretanto, quando em um estudo mais aprofundado sobre o
jogo, o brinquedo e a brincadeira, encontramos dificuldade
em conceituar e diferenciar a brincadeira do jogo, pois os
referidos termos muitas vezes são tratados como sinônimos
ou como atividades lúdicas. Se nos dicionários, os
significados se equivalem, no senso comum “brinquedo” é
usado para objetos como bola, boneca, pião, carrinho etc.;
“brincadeira” remete à ideia de ação e movimento e envolve
os tradicionais pega-pega, ciranda, casinha e outros; e
“jogos”, por sua vez, é uma atividade competitiva, com
regras e procedimentos, como nos jogos de tabuleiro ou de
quadra.
Nos deparamos, nesse sentido, com uma multiplicidade de
referências para interpretá-los, porque a compreensão do
jogo ou do brincar depende do contexto no qual o termo
está sendo utilizado. Cada teórico os imagina e admite
conforme aspectos que são importantes para sua área de
atuação. No entanto, por exemplo, o educador pode
conceber o lúdico como meio de desenvolver a criança em
seus aspectos físico, cognitivo, afetivo, emocional e social,
o sociólogo pode concebê-lo destacando-o do ponto de
vista sociológico; o economista tirando proveito do seu
aspecto financeiro, e, assim, sucessivamente.
Reforçando
O jogo e a brincadeira são, por princípio, educativos, pois por meio
deles as crianças aprendem inúmeras lições. Mas devemos nos
lembrar também do prazer que essas atividades proporcionam aos
seus participantes, ainda que enfrente obstáculos, porque é por seu
intermédio que elas satisfazem a sua necessidade de ação.
Conceituando: brinquedo, brincadeira, jogo e
lúdico
Registre!
. Construindo os conceitos de jogo, brincadeira
e brinquedo 1
Ao tentarmos definir o termo lúdico, algumas dificuldades se fazem
presentes por implicarem uma diversidade de elementos, como
jogo, brincadeira, brinquedo e divertimento. Huizinga (1971), por
exemplo, ao estudar os jogos como elemento da cultura, afirma ser
impossível termos a exata definição do jogo, apesar deste fazer
parte da vida. O autor reconhece o jogo como uma atividade livre,
porém com regras a serem respeitadas, dizendo até que o jogador
que desrespeita as regras é um “desmancha prazeres”, pois sem
as regras o jogo perde o seu sentido. Esse autor destaca que o
caráter não sério atribuído à brincadeira se dá porque ela está mais
relacionada ao cômico, ao riso, que acompanha na maioria das
vezes o ato lúdico, se contrapondo ao trabalho, considerado
atividade séria.
Assim, brincar não é ficar sem fazer nada, como pensam
alguns adultos. É necessário estarmos atentos ao ato de
brincar, pois a criança se empenha durante esta atividade da
mesma maneira que se esforça para aprender a andar, a falar,
a comer etc.
Friedmann (1996), por outro lado, define atividade lúdica como
abrangendo os conceitos de brincadeira, jogo e brinquedo. Essa
autora descreve que brincadeira se refere a ação de brincar
espontaneamente que resulta de uma atividade não-estruturada.
Ao brincar, a criança não está preocupada com resultados. Para
ela, o jogo é o termo que pode ser compreendido como uma
brincadeira que envolve regras. Brinquedo, por sua vez, é o objeto
do brincar.
Kishimoto (1998), discorda que a palavra lúdico seja utilizada como
sinônimo de jogo, brinquedo e brincadeira. Ela concorda com a
definição de brinquedo dada por Friedmann, mas difere das
demais. A autora registra que brincadeira tem conduta estruturada,
com regras, e jogo designa tanto o objeto quanto as regras do jogo
da criança. Ressalta,ainda, que o brinquedo pode ser utilizado de
diferentes maneiras, enquanto jogos trazem regras estruturadas
externamente. Assim, durante a brincadeira a criança poderá
modificar regras com maior facilidade do que em jogos, por
exemplo, inventar novas regras ou modificá-las, incluir novos
membros, ou seja, terá mais autonomia, ao passo que em jogos as
regras são determinadas antes de iniciar a atividade.
Brougére (1997) destaca que brinquedo é um objeto que a criança
manipula livremente e que jogo pode ser destinado tanto à criança
quanto ao adulto, pois os objetos lúdicos dos adultos são chamados de
jogos. A brincadeira, por sua vez, é uma atividade livre, não pode ser
delimitada, pode inclusive, fabricar seus objetos. Nós, entretanto, para
indicar o envolvimento da criança com o brinquedo e em situações de
brincadeira, escolhemos o lúdico como expressão que serve de
sinônimo dos termos jogo, brincar e brincadeira.
. O jogo infantil segundo Piaget e Vygotsky
Como destacamos anteriormente, diferentes estudiosos se
embrenharam nos estudos sobre os jogos. Contudo, falta destacar
dois deles: Piaget e Vygotsky, por reconhecermos que ambos adotam
o papel ativo da criança na construção do conhecimento durante as
atividades lúdicas.
A relação da criança com o jogo é estudada sob o ponto de vista
psicogenético por Piaget (1975). Para esse autor, que postula o
conhecimento como um processo contínuo de construção e
reconstrução, a atividade lúdica participa desse processo.
Assim, o conhecimento é o resultado de uma relação
evolutiva entre a criança e o meio. Ela constrói e reconstrói
suas ações e ideias em relação às novas experiências
ambientais e vai se adaptando a novas situações, pois, a
partir da livre manipulação de diferentes objetos, torna-se
capaz de reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que,
consequentemente, exige uma adaptação mais completa
através da autorregulação, elo comum entre todos os seres
vivos.
A adaptação, que é o processo de modificação interior, não é um
processo passivo, mas ativo, o que significa que o organismo, ao se
adaptar, está se modificando mas, ao mesmo tempo, modificando o
meio, assim, esse processo ocorre através da assimilação e da
acomodação.
A assimilação, que consiste na absorção de experiências novas às
estruturas interiores – organização de ação e pensamento –, persiste
que o indivíduo reconheça e identifique os objetos e/ou
acontecimentos novos, aplicando-os aos esquemas preexistentes.
Já a acomodação, que consiste na modificação interior para
adaptar-se às novas experiências, supõe uma modificação do
organismo como resultado da influência do medo.
Toda atividade mental se processa pela assimilação e
acomodação em níveis gradualmente crescentes, em um
avançar progressivo, construindo gradativamente novas
estruturas, cada vez mais potentes. Ou seja, partindo do que já
tem, constrói-se algo novo em nível um pouco superior. Por
exemplo, a criança que ouve começa a balbuciar em resposta à
conversa a seu redor e gradualmente aproxima as palavras que
está assimilando. Papai sai como papá e mamãe como mamã,
mas, à medida que persiste em seus esforços, acomoda os sons
que emite aos que ouve, e seu balbucio infantil se transforma em
fala compreensível, se adaptando aos requisitos de linguagem
de seu ambiente. Para adaptar-se a uma nova experiência, o
bebê que está aprendendo a comer seus primeiros alimentos
sólidos usando uma colher precisa aprender a assimilá-lo,
lambendo e mastigando em vez do método anterior de sucção.
Ao mesmo tempo, precisa abrir a boca e acomodar-se ao
tamanho e posição da colher em vez do mamilo a que está
habituado.
Os mecanismos de assimilação e acomodação são constantes,
funcionam simultaneamente em todos os níveis biológicos e
intelectuais e possibilitam o desenvolvimento tanto físico quanto
cognitivo. Esses dois processos participam de todas as ações e,
às vezes, um predomina sobre o outro, outras vezes se
encontram em equilíbrio. A criança passa a assimilar o meio
através das experiências, da ação, até o momento em que
acomoda suas estruturas interiores às novas experiências,
construindo daí uma nova estrutura. Essa nova estrutura
construída servirá de base para a construção de outras
estruturas, em níveis cada vez mais superiores.
É por isso que Piaget insiste na explicação de que as
operações mentais, os pensamentos, emergem de ações
motoras e experiências sensoriais que são interiorizadas. Ele
acredita que, quando a criança se encontra numa situação
desafiadora, quer em casa, quer na escola, o desafio a
impulsiona em direção a níveis mais elevados de
desenvolvimento intelectual, ou, de maneira mais simplificada,
ela aprende a partir de seus erros. É por essa razão que ele
afirma ser a criança o sujeito de sua própria aprendizagem.
O processo de enfrentar os conflitos, as perturbações ou os
desequilíbrios é chamado de processo de equilibração,
processo de crescimento e aprendizagem no desenvolvimento
cognitivo. Sua função é produzir uma coordenação balanceada
entre a assimilação e a acomodação. Embora o
desenvolvimento intelectual seja um processo contínuo de
equilíbrio e desequilíbrio, ele pode ser descrito, segundo
Piaget, como uma sequência de estágios.
Para ele, as crianças atravessam, numa mesma
sequência, diferentes estágios de desenvolvimento
intelectual. Algumas podem desenvolver-se mais
depressa do que as outras enquanto aprendem a se
adaptar ao mundo ao seu redor. A criança necessita de
desafios um pouco acima do estágio em que se encontra
para, através do seu próprio esforço, atingir um estágio
em nível superior, pois está, nessa perspectiva,
construindo novas estruturas mentais que passarão a
servir de base para a construção de outras estruturas em
níveis superiores, ou seja, o conhecimento alcançado é
tido como melhor, mais completo.
Os diferentes níveis de conhecimento podem ser assim
resumidos:
1 Nível sensório-motor: de zero até aproximadamente dois
anos, ou até a aquisição da linguagem. A criança, neste nível,
tem uma inteligência essencialmente prática. As noções de
espaço e tempo, por exemplo, são construídas pela ação. O
contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou
pensamento. Nessa fase, a criança desenvolve seus sentidos,
seus movimentos, sua percepção e, também, necessita do
adulto por inteiro, pois dele dependerão seu crescimento e sua
relação social.
2 Nível pré-operatório: de dois anos a aproximadamente sete
anos. A criança se torna capaz de representar mentalmente
pessoas e situações, faz leituras incompletas da realidade,
prioriza alguns aspectos em detrimento de outros e é centrada
em si mesma, pois não consegue colocar-se, abstratamente,
no lugar do outro. É a fase em que a criança imita tudo e tudo
quer saber (fase do porquê).
3 Nível das operações concretas: aproximadamente dos sete
aos onze anos, doze anos. A criança demonstra sinais da
lógica peculiar dos adultos e começa a pensar de forma mais
organizada e sistemática. Desenvolve a capacidade de refazer
um trabalho mental, voltando ao ponto inicial de uma situação.
É a fase escolar em que a criança incorporará os
acontecimentos sistematizados, tomará consciência de seus
atos e despertará para o mundo em cooperação com seus
semelhantes.
Nível das operações formais: aproximadamente dos doze aos
quinze anos. Neste nível, a representação permite a abstração
total. A criança não se limita mais à representação imediata, às
relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em
todas as relações possíveis logicamente.
Reforçando os estágios que contemplam a idade
pré-escolar
Estágio sensório-motor que duraria até aproximadamente os dois
anos, a criança não possui capacidade de abstração e sua
atividade intelectual é de natureza sensorial e motora. Nesta fase é
enfatizada a importância dos estímulos ambientais para o
desenvolvimento da criança.
Estágio pré-operatório, com duração até os seis anos. Nesta fase
a criança já não depende unicamente das suas sensações e
movimentos e passa a identificar um significantedo significado,
desenvolvendo assim sua capacidade simbólica. Caracteriza-se
pelo egocentrismo (incapacidade da criança de ver-se do ponto de
vista de uma outra pessoa).
Componente - Destaque 3
A partir da definição desses diferentes níveis de conhecimento,
os jogos fazem parte do processo de construção gradativa e
assumem um caráter evolutivo. Sua origem pode ser verificada
nos primeiros meses de vida da criança, na forma do chamado
jogo de exercício sensório-motor, passando, do segundo ao sexto
ano de vida, para o jogo simbólico, o qual progride e se manifesta
a partir da etapa seguinte, como jogo de regras.
Há, portanto, três formas básicas de atividade lúdica que
caracterizam a evolução do jogo na criança de acordo
com a fase de desenvolvimento em que aparecem. A
atividade lúdica surge, a princípio, sob a forma de
simples exercícios motores, os quais são os primeiros a
aparecerem e, também, os menos estáveis. Seu objetivo é
o próprio prazer do funcionamento. Daí dizer-se que o
que caracteriza esse tipo de jogo é o prazer funcional, a
necessidade interna de gastar energia: pulando, gritando
e manipulando: são os jogos de exercícios
sensório-motores.
Nos primeiros meses de vida, o bebê estica e recolhe os
braços e as pernas, movimenta as mãos e os dedos, toca
objetos e os sacode, produzindo sons. Esses exercícios são
reconhecidos pelo valor exploratório que têm, pois, ao
executá-los, a criança exercita e explora os movimentos do
próprio corpo e seu ritmo, ou, pura e simplesmente, vê o efeito
que sua ação vai produzir. Temos, por exemplo, o caso em
que a criança manipula objetos, deslocando, montando e
desmontando-os, através do qual ela descobre os próprios
gestos e os repete na busca prazerosa de seus efeitos.
Apesar de os jogos de exercícios sensório-motores serem os
primeiros a aparecer, eles não são específicos dos dois
primeiros anos de idade, podendo reaparecer durante toda a
infância e até mesmo no adulto. Para exemplificar esse tipo de
conduta lúdica na criança, Piaget (1975) cita o fato de a
mesma, aos cinco anos ou seis anos, se divertir com um pé só
ou tentando saltar dois ou mais degraus da escada. No adulto,
Piaget cita como exemplo o caso do indivíduo que adquire
pela primeira vez um aparelho de som ou um automóvel e se
diverte fazendo funcionar o aparelho de som ou passeando no
carro. A criança, assim como o adulto, tem única e
exclusivamente, a finalidade de vivenciar o prazer de exercer
os novos poderes adquiridos.
Com o desenvolvimento da criança, os jogos de exercício
transformam-se em jogos simbólicos quando passam a ser
acompanhados de imaginação representativa. No período que
compreende os dois e seis anos de idade, a atividade lúdica se
apresenta sob a forma de jogo simbólico, isto é, jogo de
ficção, de imaginação ou faz de conta. É o período em que a
criança metamorfoseia um objeto num outro, por exemplo,
uma caixa deslocada para frente e para trás pode ser usada
por ela para representar simbolicamente um automóvel. O
desempenho de papéis também é marcante nesse tipo de jogo,
no qual a criança brinca, por exemplo, de mãe e filha, de
professor e aluno, sendo essa uma maneira de assimilar a
realidade, um meio de autoexpressão. Ao brincar de escolinha,
a criança está reproduzindo os papéis de professor e aluno, ao
brincar de casinha está representando os papéis de mãe e
filha, assim, se por um lado ela está criando cenas, por outro
está imitando situações de seu cotidiano.
O jogo simbólico possibilita à criança a realização de seus
sonhos e fantasias, permite viver num mundo de faz de conta.
Nesse mundo, ela pode realizar, de verdade, atos proibidos,
pode divulgar seus conflitos internos, medos e angústias,
diminuindo suas tensões e frustrações. Ao brincar de faz de
conta, a criança imagina situações em que não existem
sanções e coações e nas quais seus conflitos são
compensados.
Os jogos simbólicos têm, ainda, grande relevância para a
produção do conhecimento na escola. A criança, ao
explorar a realidade através dos sistemas simbólicos
torna-se produtora de linguagens, criadora de
convenções, e com isso poderá submeter-se às regras de
funcionamento tanto de casa quanto de sua escola. O
jogo simbólico tem seu apogeu no período pré-operatório
e vai entrando em declínio no período das operações
concretas. Ele deixa de ser indispensável à medida que a
criança vai crescendo e a vida vai lhe oferecendo
condições reais de expansão do “eu”. Isso se dá porque
ela está conseguindo um melhor equilíbrio entre a
assimilação e a acomodação, interessando-se mais pelo
mundo real do que por suas fantasias particulares.
A terceira forma de atividade lúdica é o jogo de regras, o
qual manifesta-se aproximadamente por volta dos cinco
anos, mas é próprio, sobretudo, do período que vai dos
sete aos onze anos, ainda que nunca parem de se
desenvolver durante a vida do indivíduo, estando
presente nos esportes, no xadrez, nos jogos de cartas,
dentre outros. O jogo de regras supõe relações sociais e
interindividuais, pois a regra é uma ordenação, uma
regularidade imposta pelo grupo, sendo que a violação é
considerada uma falta. Essa forma de jogo pressupõe,
portanto, pelo menos dois indivíduos, bem como certas
obrigações comuns, as regras, o que lhe confere um
caráter eminentemente social. Segundo Piaget (1975), o
jogo de regras é a atividade lúdica do ser socializado.
vEsse tipo de jogo também é importante para a construção do
conhecimento na escola, uma vez que, por meio dele, a criança
é estimulada a participar de desafios que se renovam a cada
jogada. Compreender melhor, fazer melhores antecipações, ser
mais rápido, cometer menos erros ou errar por último,
coordenar situações, ter condutas estratégicas, dentre outras
são chaves para o sucesso. Esses desafios, que requerem um
único vencedor ou grupo de vencedores, a princípio são
organizados por regras, as quais supõem uma coordenação
dos pontos de vista, e exigem que a criança se coloque do
ponto de vista do outro, algo importante para o
desenvolvimento social, ao mesmo tempo em que se declara
como uma manifestação de respeito ao próximo.
As três formas de atividades lúdicas descritas anteriormente
vão evoluindo de acordo com o desenvolvimento da criança,
sendo que elementos das atividades precedentes podem
aparecer a qualquer momento nas fases subsequentes. Assim,
o jogo que, a princípio era, para ela, egocêntrico e espontâneo,
vai se tornando, cada vez mais, uma atividade social.
Na concepção piagetiana, a aprendizagem se processa na
medida em que o sujeito constrói esquemas, assimila-os,
modifica-os e realiza novas descobertas. Inicialmente, a
criança descobre o próprio corpo e, em seguida, começa a
discriminar os objetos que a circula e a querer manipulá-los,
construindo esquemas de ação que vão sendo internalizados.
A inteligência está, pois, ligada à ação. É de acordo com essa
concepção que o jogo, a brincadeira e o brinquedo constituem
importantes fontes de desenvolvimento, porque despertam a
curiosidade da criança, favorecendo-lhe constantes
descobertas. Nesse sentido, Piaget (1975), além de salientar a
importância da ação, propõe que o ensino seja adequado,
progressivo, diversificado e global. Ele se preocupa com o
desenvolvimento do raciocínio, isto é, com a capacidade do
sujeito de identificar, associar e estabelecer relações cada vez
mais complexas. E para que isto aconteça, é necessário que o
ensino se desenvolva numa perspectiva de pesquisas
concretas e vivenciais.

Continue navegando