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2 - Mamãe posso ir Antes de começar a brincadeira é necessário que as crianças decidam quem será a “mãe” enquanto as demais serão filhas. Permita que as crianças decidam por si só quem será escolhida para ser a mãe. Para isso, poderão realizar, por exemplo, um sorteio. Jeito de brincar: Trace no chão duas linhas distantes, mais ou menos, cinco metros uma da outra. De um lado fica a "mamãe" virada de costas para os colegas, do outro as demais crianças enfileiradas uma ao lado da outra. A brincadeira consiste em avançar em direção à linha em que está a “mamãe” e isto é feito por meio das diversas possibilidades de deslocamento definidas conforme a vontade da “mamãe”. Entoa-se: __Mamãe, posso ir? __ Pode! mamãe responde. __Quantos passos? __ Dois de formiguinha (passos bem lentos), diz a mamãe. Desse modo, o grupo de crianças vai avançando em direção à mamãe, sendo que a criança que chegar mais próximo da líder será a nova “mamãe”. Para a disputa ficar mais acirrada, a “mamãe” poderá pedir para os participantes darem passos para trás, avançar com passos de elefantes (passos enormes, terminando com um pulo), passos de cachorro (usando os pés e as mãos) etc. Variação da atividade: pode haver duas crianças como “mamães”, as quais deverão combinar entre si as formas de locomoção a serem escolhidas. Ao final da atividade, faça uma avaliação, utilizando, se assim desejar, as instruções registradas na brincadeira anterior. 3 - Jogo da memória Educador, esse jogo desperta o desafio nas crianças, uma vez que dependerão muito da sua memória para vencerem. As cartas poderão ser confeccionadas por você usando cartolina, caixa de sapatos, papel cartão, dentre outros materiais. Basta recortar duas figuras iguais de panfletos de propaganda, por exemplo, para formar pares: duas frutas, dois animais, duas flores ou, inclusive, duas palavras do contexto das crianças, a escrita de seus nomes ou suas fotos. Você também poderá incluir as crianças na construção do jogo. Combine com a turma quantos e quais pares vão confeccionar, considerando temas que lhe interessam. Ou, ainda, você poderá levar as gravuras já recortadas e pedir para as crianças encontrarem seus pares e fazer a colagem. DICA! Introduza o jogo mostrando que há regras e combinados que devem ser seguidos enquanto se joga. Jogue com todas as crianças juntas: algumas jogando e outras observando como se joga. Depois, inverta os papéis. Caso as crianças não conheçam o jogo da memória, introduza a atividade de forma gradativa, com imagens separadas por temas: “animais”, por exemplo, ou trabalhe com as cartelas viradas para cima com o intuito de que elas encontrem os pares com mais facilidade. À medida que forem se habituando ao jogo, passe a jogar com as cartelas viradas para baixo. Jeito de jogar: Misture e distribua as cartas sobre uma mesa, com os desenhos virados para baixo; Fazer o par ou ímpar para ver quem começa o jogo; Cada jogador deve virar duas cartas buscando um par igual; Se o jogador consegue encontrar duas cartas iguais de primeira, tem direito a jogar novamente para tentar encontrar outro par; Ao virar duas cartas cujos desenhos não coincidam o jogador deverá passar a jogada para o próximo participante; As cartas encontradas que formarem par devem ser retiradas do jogo e contarão como pontos para o participante que as encontrou; Ganha o jogo o participante que reunir mais pares de cartas. Utilizando tecnologias Educador, atualmente as crianças contam com inúmeras tecnologias de informação e comunicação, as quais oferecem possibilidades para selecionar informações significativas, organizar as memórias da aprendizagem e transformar em novos conhecimentos. Desta forma, sugerimos que você utilize alguns sites, como os exemplificados a seguir, para trabalhar os jogos da memória com sua turma. Sites com atividades que buscam incluir a criança no mundo digital: https://www.sitededicas.com.br/jogo-da-memoria-categoria-animais. htm https://educa.ibge.gov.br/templates/ibge_educa_criancas/brincadeir as/jogo-da-memoria-fauna-em-extincao/jogo.html#1 Atividades para bebês e crianças bem pequenas Você poderá realizar as atividades registradas a seguir. ● Ler ou contar histórias; https://www.sitededicas.com.br/jogo-da-memoria-categoria-animais.htm https://www.sitededicas.com.br/jogo-da-memoria-categoria-animais.htm https://educa.ibge.gov.br/templates/ibge_educa_criancas/brincadeiras/jogo-da-memoria-fauna-em-extincao/jogo.html#1%C2%A0 https://educa.ibge.gov.br/templates/ibge_educa_criancas/brincadeiras/jogo-da-memoria-fauna-em-extincao/jogo.html#1%C2%A0 ● Veja o vídeo da história por meio do endereço https://www.youtube.com/watch?v=ZhGHEZUzQX0; Apresentar a capa do livro e pedir que as crianças repitam lentamente o nome do animal que aparece na capa do livro. Que prestem atenção no som! Pergunte: quem é capaz de me dizer que animal vive no zoológico e está representado no final da palavra camaleão? (Leão) ● Que outras palavras começam com o mesmo som do nome do personagem? E com o mesmo som do final da palavra do nome do personagem? Quem é capaz de me dizer uma palavra? ● ● Na história, o Camaleão muda de cor para agradar os amigos. No final ele aprendeu alguma coisa? O que foi? (Por mais que a gente se esforce, não pode agradar a todos). O que ele descobriu? (Cada um tem um jeito de ser e é preciso respeitar os gostos de todos). ● Você também poderá usar a fábula: “Abelha chocolateira” disponível em: https://www.educacaoetransformacao.com.br/plano-d e-aula-diferencas/amp/ https://www.youtube.com/watch?v=ZhGHEZUzQX0 https://www.educacaoetransformacao.com.br/plano-de-aula-diferencas/amp/ https://www.educacaoetransformacao.com.br/plano-de-aula-diferencas/amp/ Caso opte por usar a fábula, esclareça para a turma que as fábulas são histórias que, a exemplo do conto popular e do conto maravilhoso, são narrativas curtas que têm animais como personagens. Nelas, os animais pensam, se emocionam, falam e agem como se fossem seres humanos. Para informações sobre o gênero fábula você poderá acessar: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/14777/1/2016_RoniaGerlaniade SouzaSantana_tcc.pdf Recursos complementares A seguir, apresentamos algumas sugestões de links para educadores. O respeito às diferenças: um caminho para a aprendizagem: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=549 99 Dez desenhos animados sobre inclusão e diferenças https://bdm.unb.br/bitstream/10483/14777/1/2016_RoniaGerlaniadeSouzaSantana_tcc.pdf https://bdm.unb.br/bitstream/10483/14777/1/2016_RoniaGerlaniadeSouzaSantana_tcc.pdf http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=54999 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=54999 https://somostodosgigantes.com.br/10-desenhos-animados-sobre-i nclusao-e-diferencas/ MÓDULO 3 PARTICIPAR E EXPLORAR 1. Introdução A linguagem se define como qualquer forma de comportamento intercomunicativo, verbal ou não-verbal (Cabral & Nick, 1998), que compreende um sistema de expressão humana por meio de palavras, de sinais e movimentos usados para expressar significados ou sentimentos. A linguagem é um instrumento de transmissão de informações e é essencial em https://somostodosgigantes.com.br/10-desenhos-animados-sobre-inclusao-e-diferencas/ https://somostodosgigantes.com.br/10-desenhos-animados-sobre-inclusao-e-diferencas/ vários aspectos da vida social e acadêmica (ALVAREZ, SANCHES, & CARVALHO, 2008). Através da organização, combinação e articulação de palavras, tanto de forma oral como escrita, a linguagem tem como objetivo a comunicação. Para tanto, é necessário tanto a compreensão verbal, ou seja, o entendimento acerca do input linguístico, como também a capacidade de produção verbal — denominada output linguístico (STERNBERG, 2008). A aquisição da linguagem é um componente fundamental para que a criança se insira socialmente, mas será este o único elemento importante? Acreditamos que não. Participar de interações sociais positivas requeratenção às expectativas e normas sociais, o que faz do desenvolvimento moral um componente crucial durante os anos pré-escolares. A moralidade diz respeito ao conjunto de regras que norteiam os variados contextos sociais, e a legitimidade dessas regras está na convivência social (VINHA, 1999). De acordo com Pereira e Morais (2017), é importante para o professor da educação infantil conhecer o desenvolvimento cognitivo, social e motor, incluindo o desenvolvimento moral, para que possa planejar ações que contribuam com o desenvolvimento infantil. 2. Aprofundamento Linguagem e Comunicação A linguagem oral se desenvolve desde o nascimento. Assim quea criança inicia seu contato com o código oral da sua cultura, passa a se familiarizar com os sons do seu idioma e, posteriormente, irá produzi-los funcionalmente por meio da fala. A aquisição da linguagem é complexa e se dá através das interações que a criança realiza com outras pessoas. O período pré-linguístico se dá, em geral, durante o primeiro ano de vida e é fundamental para as posteriores aquisições linguísticas, pois é nesta etapa que a criança inicia as vocalizações e desenvolve as capacidades de diferenciar os sons da fala, que constituem pré-requisitos essenciais para a criança poder utilizar a sua língua materna (RIGOLET, 2006). Este período é universal, e mesmo as crianças que nascem surdas se desenvolvem linguisticamente da mesma forma que as crianças sem problema de audição. Entre os 0-6 meses, caso a criança não emita reação a sinais sonoros e/ou não sorria e não estabeleça contato visual; Entre 6-12 meses, caso a criança deixe de produzir sons vocais, não reaja quando chamada pelo seu nome e não reaja a sons familiares como o de um telefone tocando; Entre 12-18 meses, caso a criança não emita palavras isoladas e não reaja olhando ou sorrindo quando brincam com ela; Entre 18-24 meses, caso haja ausência de compreensão de instruções simples (Pega o copo/ Me alcança a bolsa) ou a criança tenha vocabulário muito reduzido (4-6 palavras). Entre os 24-36 meses, caso se perceba ausência de combinação de duas palavras para formar frases (por exemplo: dá bola). É importante salientar que esses sinais muitas vezes refletem uma falta de estimulação para a linguagem, a qual pode ser minimizada a partir de orientação e aumento da exposição da criança a contextos de interação linguísticas. Todavia, por vezes podem ser um sinal de problemas significativos, como quadros de transtorno do neurodesenvolvimento. Assim, a avaliação especializada é sempre a melhor orientação quando um sinal de alerta está presente. Medos na Infância Por que as crianças sentem medo? E por que será que na etapa pré-escolar – especialmente entre os 3 e os 5 anos – os medos parecem estar tão presentes? Para responder esta pergunta é preciso relembrar, como vimos no Módulo 1, que cada emoção teve e tem uma função na nossa sobrevivência. Então, por que será que o medo é importante? O medo coloca o nosso organismo em estado de alerta, prevenindo que nos aproximemos de situações potencialmente arriscadas e acionando rapidamente um repertório de ações caso já estejamos em uma situação de perigo. Em função do caráter adaptativo e da importância dessa emoção para a sobrevivência da espécie, alguns medos parecem vir pré-programados, principalmente dois deles: medo de altura e medo de sons muito altos. PRÁTICA DO PROFESSOR Começo de conversa Professor, desde o nascimento a criança é inserida em um universo de linguagens. A linguagem não está restrita apenas à oralidade e à escrita, mas envolve também diferentes modos de expressão que se relacionam entre si, como as imagens, os movimentos corporais e os sons presentes no cotidiano. Por isso, é preciso abordá-la em sua pluralidade. Sendo assim, todos os tipos de linguagens, tanto musical, verbal, escrita, pictográfica, visual, são formas de comunicação. As crianças possuem, por isso, diversas formas de se comunicar, se expressar, mostrar os seus desejos, seja entre elas ou com os adultos. Partimos, portanto, do pressuposto de que a linguagem e a comunicação estão aliadas ao desenvolvimento moral da criança. A Educação Moral, segundo Piaget, deve ser experienciada de todas as formas e em todos os ambientes da escola. O autor afirma que os procedimentos de Educação Moral devem levar em consideração a criança, oferecendo situações em que seja possível vivenciar princípios morais de reciprocidade, de cooperação, de respeito mútuo, construindo, desta forma, sua autonomia moral: Se, realmente, o desenvolvimento moral da criança ocorre em função tanto do respeito mútuo como do respeito unilateral, [...] a cooperação no trabalho escolar está apta a definir-se como o procedimento mais fecundo de formação moral. (Piaget, 1996, p.21).Buscando formar seres humanos autônomos, ativos e criativos, não podemos perder de vista a perspectiva lúdica do processo de participar e explorar. Sendo assim, os jogos, brincadeira e a literatura podem estar presentes nesse processo, levando a criança a traçar seus caminhos e estratégias de ação em busca do desenvolvimento da linguagem, comunicação e desenvolvimento moral para solucionar problemas referentes ao medo, por exemplo, com a mediação do professor, de forma lúdica e prazerosa. Assim, destacamos nesse planejamento algumas atividades que possibilitam garantir o direito à participação e exploração lúdicas das crianças. Dados das Aulas O que a criança poderá aprender com as atividades propostas ● Ampliar vocabulário; ● Desenvolver habilidades de leitura e de expressão oral; ● Desenvolver atitudes de interação, de colaboração e de troca de experiências em grupos; ● Despertar o gosto por ouvir histórias; ● Ter contato com a literatura infantil; ● Ampliar a capacidade de imaginação; ● Criar possibilidades de interação mediante o conhecimento e reconhecimento do outro; ● Desenvolver competências e habilidades para expor ideias próprias; ● Estabelecer vínculos afetivos entre os pares; ● Desenvolver atitudes de interação, de colaboração e de troca de experiências; ● Desenvolver atitudes de respeito durante a escuta e fala do outro; ● Reconhecer emoções e sentimentos por meio da influência que pessoas e situações exercem sobre eles; ● Desenvolver a oralidade; ● Expressar sentimentos, opiniões, emoções, dúvidas, vontades, angústias, medos, dentre outros; ● Trabalhar em equipe; ● Utilizar diferentes tipos de linguagens; ● Identificar e interpretar as situações, comportamentos e eventos que provocam cada emoção e sentimento; ● Aprender a expressar seus sentimentos e emoções de maneira assertiva e respeitosa; ● Aprender a respeitar os sentimentos e emoções dos colegas; ● Desenvolver a noção de pesquisa como propulsora da construção do conhecimento. Duração das atividades Aproximadamente 60 minutos cada uma Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno Não há necessidade de conhecimentos prévios, tratam-se de atividades que irão ampliar a linguagem e comunicação, o desenvolvimento moral e os medos da infância por meio de alguns de seus direitos de aprendizagem: Participar e Explorar. DICA! DICA Professor, faça uma reflexão dos seus conhecimentos sobre linguagem e comunicação, desenvolvimento moral e medos na infância. Registre informações sobre os mesmos. Estratégias e recursos da aula Informações ao professor Professor, as atividades propostas nesse planejamento visam contemplar dois dos direitos da aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Participar e Explorar. O que diz a BNCC: Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos,decidindo e se posicionando. (BNCC p.38) Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. (BNCC p.38) Se quiser ter acesso à BNCC na íntegra, basta acessar o link, a seguir: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_11051 8_versaofinal_site.pdf Professor, ao planejar, analise o perfil da turma, a proposta (projetos) desejada pelas crianças, fique atento aos seus interesses, busque contemplar as experiências no contexto diário, semanal, mensal, bimestral. Situe-se no ambiente escolar, ou seja, nos espaços a serem apropriados pelas crianças, áreas internas e externas, cantos de interesses, entre outros. Considerando as aprendizagens selecionadas para sua turma, organize rotinas diárias, considere diferentes modalidades organizativas que levem em consideração sua frequência e encadeamento, reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada um. Caso você não possua professor auxiliar, convide crianças maiores para ajudar as menores, convide outros profissionais da instituição ou familiares das crianças para participar dos momentos que você considerar necessário. DICA Para ter um planejamento condizente com a aprendizagem das crianças, é necessário que você fique atento às suas diferentes necessidades, garantindo os direitos de aprendizagem a todos. Assim, é fundamental considerar o conhecimento prévio, se for o caso, e as necessidades das http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf crianças, e isso passa pelos saberes cotidianos que são a ponte para a construção de novos conhecimentos. Orientamos que em alguns momentos incentivem as crianças a eleger por si próprias o tipo de registro que usará, que pode ser: desenhos, colagens, pinturas, escrita, fotos, objetos que representam e expressam os acontecimentos da atividade proposta. Se ela optar pela escrita, permita que realize tentativas livres e espontâneas dessa linguagem, ou você poderá escrever por ela, se esse for seu desejo, ou seja, respeitando exatamente o que a criança disser. O mais importante desse processo é explorar a criatividade, a expressão e a autonomia da criança na realização das ações propostas. Em vez de explicar de forma expositiva o que é cada material que irá compor determinada atividade, permita que os alunos explorem, com suas próprias mãos, esses materiais. É por meio da exploração que as crianças se familiarizam com diferentes formas, texturas, movimentos, sons e cores. vAtividades lúdicas Nos primeiros anos de vida, os pequenos estão descobrindo o mundo, curiosos e atentos a tudo que acontece ao seu redor. Cheirar, morder, apertar, observar, ouvir, tatear... são ações que aguçam os cinco sentidos que deverão ser explorados e estimulados a todo momento. Seja na hora do banho, na hora de mamar e comer, dar os primeiros passos, ou realizar um passeio, nas brincadeiras, nos momentos de leitura, tudo deverá se transformar em estímulo para o desenvolvimento das crianças. Nessa perspectiva, sugerimos algumas atividades que os bebês e crianças bem pequenas possam vivenciar. Utilize legumes como batatas, cenouras, quiabo e beterrabas para transformá-los em carimbos. Depois, com um pedaço de papel, um pouco de tinta e muita criatividade, é só soltar a imaginação! No site, a seguir, você terá acesso a aula: “Carimbos: possibilidades de escrita”, que descreve como produzir e utilizar carimbos artesanais. Não se esqueça: é necessário que você faça adaptações ao nível de suas crianças. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.htm l?aula=50365 3ª Atividade - Caixa sensorial CRIANÇAS PEQUENAS E BEM PEQUENAS Campos de Experiência: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50365 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50365 O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e movimentos Traços, sons, cores e formas Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações Professor, a caixa sensorial é normalmente uma caixa de papelão ou outro recipiente grande cheio de objetos selecionados para estimular os sentidos. A caixa sensorial ou tátil pode ser preenchida com uma grande variedade de materiais, desde papel picado, folhas secas, areia e muito mais. Essa atividade é como um mundo de descobertas: estimula o livre brincar e oferece oportunidades infinitas para a criança experimentar e aprender. Você poderá utilizar a caixa sensorial colocando objetos para que as crianças possam pegar e brincar. Veja como fazer: ● Separe de 3 a 5 caixas (calcule uma média de 4 crianças por caixa). ● Feche todos os lados de cada caixa com fita adesiva e confeccione em um deles um buraco com cerca de 10 cm de diâmetro que seja suficiente para a entrada e saída da mão da criança com facilidade. ● Separe alguns objetos para colocar dentro delas, como bolas, cones, brinquedos de empilhar, brinquedos de encaixe e materiais que lembrem músicas do cotidiano das crianças, como aranha (música da Dona Aranha), pintinho (música do Pintinho Amarelinho), ursino (música Ursinho Pimpão) etc. A caixa sensorial também poderá ser usada assim: ● Coloque areia, gelatina ou grãos, arroz, milho e feijão crus, por exemplo; ● Basta pegar uma caixa plástica e enchê-la com o que preferir; ● Se for um bebê e uma caixa grande, é possível deixá-lo sentadinho dentro da caixa para brincar; ● Se for criança pequena, ela pode brincar com ferramentas, forminhas e baldinhos, do lado de fora da caixa. Outra ideia para caixa sensorial Coloque dentro da caixa brinquedos e, à medida que as crianças forem pegando, explore-o com perguntas como: Que brinquedo é esse? Como é? Faz barulho? Qual é sua cor? Como posso usar esse brinquedo?..; Sugira que utilize o brinquedo em uma brincadeira com outra criança; Se for algum brinquedo de empilhar, ajude-os na construção; Deixe as crianças brincarem livremente. Esteja sempre próximo explorando as diferentes situações: dialogue com a criança, problematize o que está sendo vivenciado (faça perguntas sobre o que estão fazendo, como conseguiram realizar...); 4ª Atividade - O que estou vendo? Essa é uma brincadeira tranquila, adequada para qualquer momento. Pode ser realizada assim: ● Para começar, uma criança, que é a líder, escolhe mentalmente um objeto que esteja à vista e diz em voz alta: “O que estou vendo?” ● As demais crianças perguntam: “o que você vê?” e A líder responde: “uma coisa da cor azul”, por exemplo; ● As outras crianças tentam então adivinhar o objeto; ● Uma a uma, as crianças dizem o nome de alguma coisa azul até que o mistério seja solucionado; ● Quem acertar a adivinhação é o vencedor e escolhe o próximo objeto; ● Para prolongar mais a adivinhação do objeto, é melhor escolher algo de cor bem comum, pois se for algo visível e destacado será muito fácil. Outra versão para a brincadeira: O que estou vendo? Nesta versão de O que estou vendo? A dica é a primeira letra do nome, e não a cor, o objeto. Por exemplo, se for um cachorro, o participante dirá: “Eu vejo uma coisa, com meus olhinhos que começa com a letra C”. Para que o jogo fique mais competitivo, é atribuída uma letra do alfabeto a cada jogador, e o líder seleciona um objeto que comece com essa letra. O objeto é então identificado por sua cor: “Estou vendo uma coisa, com meus olhinhos, que é de cor azul”. Se o próximo jogador for a letra B, as adivinhações podem ser: bola, boneca, biscoito, etc. 5ª Atividade - Telefone sem fio Campos de Experiência: O eu, o outro e o nós Traços, sons, cores e formas Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações 1º momento: Antes de iniciara brincadeira, estabeleça um diálogo com a turma: ● Quem conhece o telefone? ● Quem tem telefone em casa? ● Para que serve o telefone? Ouça as respostas das crianças e proponha que façam uma pesquisa em casa, com a ajuda de um adulto, sobre informações sobre o telefone, tais como: função, onde podemos encontrar, quem inventou, tipos de telefones etc. 2º momento: Em data marcada para a entrega da pesquisa, permita que as crianças apresentem suas descobertas. Auxilie as crianças que necessitarem ou que solicitem sua ajuda. Convide a turma para confeccionar um painel com as informações coletadas. Solicite também que relatem o que acharam da atividade: se foi fácil ou difícil realizar, quem ajudou na pesquisa, o que aprenderam... 3º momento: Apresente imagens de telefones antigos e atuais para as crianças observarem os diferentes aparelhos. Destaque a evolução dos aparelhos, mostrando como eles eram antes e como estão agora. DICA Você poderá acessar os sites, a seguir, se em sua escola tiver laboratório de informática. Se preferir, você poderá apresentar imagens e slides por meio de data show ou DVD, ou até mesmo cartazes. Imagens de telefones poderão ser vistas em: Museu das comunicações e humanidades https://acervo.oifuturo.org.br/ Evolução do telefone https://www.smartkids.com.br/trabalho/evolucao-do-telefone. Vídeos sobre telefone poderão ser acessados: A invenção do telefone Realizando a brincadeira https://acervo.oifuturo.org.br/ https://www.smartkids.com.br/trabalho/evolucao-do-telefone As crianças deverão estar sentadas em roda. Uma das crianças, irá falar uma palavra ou frase no ouvido do colega vizinho. Em seguida, este falará para a outra criança, e assim sucessivamente até chegar na última criança, que deverá falar em voz alta o que aconteceu. Avaliação da atividade Após cada atividade, solicite que as crianças expressem de forma oral ou escrita sua opinião sobre a mesma. Como registro, as crianças poderão representar com desenhos o momento vivido ou mesmo produzir um texto coletivo. Que tal construir um telefone sem fio? Faça assim: ● Solicite que as crianças tragam de casa 2 potes de iogurte; ● Fure cada pote para passar barbante (do tamanho que você desejar), use uma agulha de crochê; ● Depois de passar a ponta do barbante pelo fundo de cada pote, amarre um pedacinho do palito de dente para que o fio fique preso; ● Você terá dois potes de iogurte, que, interligados pelo fio de barbante, viraram telefones sem fio. Fotografe!! Como dito no Módulo 2, é importante fazer registros fotográficos. A fotografia é um recurso para revelar aprendizagens. A imagem expressa uma linguagem interpretativa, possibilitando uma reflexão acerca do trabalho que foi realizado. 6ª Atividade - Peixes no aquário crianças pequenas bem pequenas e bebês Campos de Experiência: O eu, o outro e o nós Traços, sons, cores e formas Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações Professor, entendemos que valores morais são os princípios e normas que determinam o comportamento de uma pessoa e a sua interação com a sociedade. Existem alguns valores que são apresentados como “universais”, pois estão presentes em quase todas as sociedades do mundo por serem considerados importantes para uma vida social harmoniosa. PARA REFLETIR Professor, o que entende sobre valores morais? Qual a sua concepção? Qual/is a importância dos valores morais em nossa sociedade? Você tem trabalhado essa questão com as crianças? De que maneira? Você tem possibilitado que as crianças façam escolhas construtivas, se responsabilizando por elas? Sua turma consegue resolver situações problemas com ética? LEMBRE-SE Os valores morais podem ser variáveis, ou seja, podem divergir entre sociedades ou grupos sociais diferentes. Isso porque os valores morais são baseados em diversos fatores, como cultura, tradição, cotidiano, religião e educação de determinado povo. Realizando a brincadeira Esta atividade poderá ser realizada com o intuito de trabalhar o raciocínio lógico-matemático, o senso reflexivo e crítico, de forma que as crianças possam tornar-se cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, além de ser uma oportunidade para comparar igualdades e diferenças. Materiais necessários: ● Durex; ● Papel sulfite ou papel pardo; ● Lápis de cor e de escrever; ● Tesoura; ● Borracha; ● Giz de cera. Desenvolvimento Faça uma roda de conversa e descubra o que as crianças sabem sobre peixes e aquários. Você poderá iniciar o diálogo a partir dos seguintes questionamentos: ● Quem já viu um aquário? ● Como ele é? ● Alguém tem aquário em casa? ● Que peixes podem ser colocados em aquário? ● Como devemos cuidar de um aquário? ● Que alimentos podemos dar aos peixes de aquário?... Cole um papel pardo ou sulfite (cole uma folha ao lado da outra) para simbolizar um aquário. Se preferir poderá contornar no formato de aquário redondo ou quadrado, por exemplo. Cante com as crianças a música “Peixe Vivo”. Você poderá colocar a música e cantar com as crianças. Se achar conveniente, escreva a letra da música em um cartaz, faça a leitura da mesma, explore letras, palavras, frases... leia com as crianças e depois cante! A partir disso, devem ser entregues às crianças alguns pedaços de papel (1/4 da folha sulfite) para cada participante. Oriente-as a desenhar um peixinho da forma que conseguirem nesse papelzinho. Depois que terminarem, devem colar o peixe no “aquário”. Após, faça uma reflexão conjunta sobre os peixinhos: ● Eles não são todos iguais? ● São do mesmo tamanho? Do mesmo jeito? ● Tem a mesma cor? ● Quantos peixinhos são da mesma cor? ● Quantos são de cores diferentes? ● Todos os peixinhos estão indo para o mesmo lado?... Destaque para a turma que, assim como os peixinhos, somos todos diferentes e com características próprias. Além disso, cada um está indo para um lado, ou seja, cada um tem seu caminho, seus sonhos, seus desejos etc.O aquário é o mundo onde vivemos e os peixinhos são todos nós, com nossas diferenças. Como trabalhar com bebês ou crianças bem pequenas? Convide os pais ou outro responsável pelas crianças para participar da atividade, explicando como ela será realizada. Entregue aos presentes um pedaço de papel sulfite, como o descrito anteriormente, e peça-lhes que desenhem um peixinho, como desejarem e conseguirem, e depois recortem e colem no “aquário”. Esse momento deverá ser realizado com os adultos juntos da criança. Instrua-os a cantarem a música “Peixe vivo”. Ao finalizar a atividade, solicite aos familiares que manifestem o que entenderam da atividade, deixando-os à vontade para expor suas ideias. Se for necessário, apresente questionamentos a fim de que percebam a diferença existente entre nós, para isso você poderá utilizar os questionamentos registrados anteriormente. Música Peixe Vivo – Cantiga popular Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria? Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria? Como poderei viver Como poderei viver Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia? Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia? Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria? Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria? Como poderei viver Como poderei viver Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia? Sem a tua, sem a tua Você poderá ter acesso a um vídeo da música no site: https://www.youtube.com/watch?v=_g34ENRtLqA Avaliação da atividade Para finalizar esse momento, peça que digam o que acharam da atividade. É importante que justifiquem suas respostas. DICA Se a turma demonstrar interesse sobre o assunto, você poderá propor que façam uma pesquisa sobre peixes e aquários, por exemplo. No Módulo 1 e 2, e também na atividade anterior desse planejamento, demos dicas de como realizar uma pesquisa. Use as informações registradas nesses registros. Faça adaptações de acordo com sua turma. LEMBRE-SE Inserir crianças menores no universo da pesquisa permitirá que elas sejam protagonistas de sua aprendizagem.Acreditamos que o protagonismo infantil requer estratégias de ensino que permitam às crianças expressarem suas ideias, seus anseios e dúvidas. Para informações sobre como trabalhar a investigação de crianças, você poderá acessar o site: https://www.youtube.com/watch?v=_g34ENRtLqA&ab_channel=BobZoom https://www.univates.br/editora-univates/media/publicacoes/16 6/pdf_166.pdf. OUTRA POSSIBILIDADE Utilize o cartaz com a letra da música para trabalhar a leitura e escrita de palavras. Faça a leitura, linha por linha, mostrando às crianças cada palavra. Ressalte as vogais, fale outras palavras que comecem com cada uma delas, perguntando-lhes outras. Convide as crianças para identificar onde estão as vogais e/ou palavras que forem ditadas por você e, ao encontrá-las, a criança poderá circular com giz de cera, por exemplo. 7ª Atividade - Trenzinho ou cobra CRIANÇAS PEQUENAS E BEM PEQUENAS Campos de Experiência: O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações Organize as crianças, colocando uma atrás da outra ou de mãos dadas, para explicar a brincadeira. As crianças andam em duplas, trios ou em grupos maiores, uma atrás da outra, com as mãos no ombro do amigo da https://www.univates.br/editora-univates/media/publicacoes/166/pdf_166.pdf https://www.univates.br/editora-univates/media/publicacoes/166/pdf_166.pdf frente, mas também podem andar de mãos ou braços dados e formar uma roda. Para variar, sugira que elas andem de costas até encostar em algum colega. 8ª Atividade - A canoa virou Campos de Experiência: O eu, o outro e o nós Traços, sons, cores e formas Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Convide as crianças para realizar uma brincadeira usando uma cantiga de roda. Faça um levantamento dos conhecimentos prévios das crianças sobre a realidade musical vivida por elas. Para a realização do diálogo, você poderá apresentar imagens que lembrem cantigas de roda. Apresente-as e explore-as por meio de questionamentos como os sugeridos a seguir: ● Quem gosta de ouvir música? ● Que músicas vocês gostam de ouvir? ● Onde e com quem vocês escutam música? ● Vocês têm algum brinquedo com música? Como ele é? ● Quem conhece alguma brincadeira com música? Que brincadeira é essa? ● Quem sabe o que é cantiga popular? Alguém pode me dar algum exemplo? Ouça as crianças, faça outros questionários de acordo com o desenrolar do diálogo. Em seguida, pergunte se as crianças conhecem a cantiga popular “A canoa virou”. Caso alguém conheça, peça-lhe que cante a música. Após cantar, registre a letra da música na lousa ou fixe um cartaz na parede com a letra em caixa alta. Se a turma conseguir fazer tentativa de leitura, solicite que façam uma leitura silenciosa, pois esse tipo de leitura possibilita a adaptação da criança às suas características individuais de ritmo, pontuação, compreensão e interpretação. Em seguida, faça uma leitura em voz alta junto com as crianças. Se preferir, peça-lhes que façam tentativas de leitura, cada uma lê uma estrofe, por exemplo. A canoa virou A canoa virou Pois deixaram ela virar Foi por causa de Maria Que não soube remar Se eu fosse um peixinho E soubesse nadar Eu tirava Maria Do fundo do mar Siri pra cá, Siri pra lá Maria é bela E quer casar. Como brincar Em roda, as crianças giram cantando somente a primeira parte da música, que vai até o verso ”Que não soube remar”. Um a um, os nomes vão sendo chamados e o escolhido se solta, vira de costas para o centro da roda e dá as mãos novamente para os vizinhos. A cantoria recomeça e o grupo vai elegendo um a um os colegas até que todos tenham sido chamados e estejam de costas. Ainda girando, eles começam a cantar a segunda parte da canção, chamando novamente os colegas, um a um. O escolhido se solta dos amigos e volta à posição original. A brincadeira termina quando todos estiverem novamente de frente para o centro da roda. ATENÇÃO Você poderá apresentar uma lista de cantigas de roda para as crianças e fazer uma votação, uma pesquisa de opinião para decidir qual cantiga será usada. Nesse caso, a definição deverá ser feita em dia anterior para que você possa providenciar possíveis materiais e local para realização da atividade. Avaliação das atividades Após cada atividade, solicite que as crianças expressem de forma oral ou escrita sua opinião sobre ela. Como registro, as crianças poderão representar com desenhos o momento vivido ou produzir um texto coletivo. Avaliação alternativa Se a criança não for capaz de responder verbalmente, ou se tiver dificuldades importantes na fala ou não verbais, você poderá utilizar a Comunicação Alternativa abaixo para avaliar a atividade. Solicite que elas apontem ou peguem a ficha, para representar se gostaram ou não. Sugestões de cantigas de roda A barata https://www.vagalume.com.br/galinha-pintadinha/a-barata.html A galinha do vizinho https://www.ouvirmusica.com.br/temas-infantis/1746902/PIAGE T, J. Os procedimentos de Educação Moral. In: MACEDO, L. (Org.), Cinco estudos de educação moral. São Paulo, Casa do Psicólogo, 1996, p. 1–36. (trabalho publicado originalmente em 1930). BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação: PNBE: Histórico. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-biblioteca-da-escol a Acesso em 25 de jun. de 2021 SILVA, Elenice de Brito Teixeira, NEVES, Vanessa Ferras Almeida. Brincando de roda com bebês em uma instituição de Educação infantil. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/galinha-pintadinha/a-barata.html https://www.ouvirmusica.com.br/temas-infantis/1746902/ http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-biblioteca-da-escola http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-biblioteca-da-escola https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang=pt https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang =pt Acesso em 18 de jul. 2021 Histórico das Cantigas de rodas e suas características https://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/ Acesso em 18 de jul. de 2021 MÓDULO 4 BRINCAR Neste módulo, adentraremos nas teorias, conceitos e classificações de brinquedo, brincadeira e jogo. Veremos qual o significado das atividades lúdicas e aprofundaremos nossos conhecimentos sobre os jogos, brinquedos e brincadeiras como elementos constitutivos da aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de pré-escolares. Para tanto, veremos a importância do brincar para o desenvolvimento das crianças, o papel dos professores e cuidadores em assegurar o direito de brincar das crianças, e https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang=pt https://www.scielo.br/j/er/a/GSjfjw9F4YgJJdpXLS8GMCq/?lang=pt https://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/%20Acesso%20em%2018%20de%20jul.%20de%202021 https://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/%20Acesso%20em%2018%20de%20jul.%20de%202021 alguns exemplos de materiais e brincadeiras que podem ser utilizados em sala de aula. Bons estudos! De maneira geral, a criança pequena traz consigo o impulso da descoberta, da curiosidade e do querer aprender. Ela mexe com os dedos, cria vozes, esconde as mãos, descobre os pés, faz algo sumir e aparecer, inventa coisas, transforma um objeto em tantos outros… tudo isso são brincadeiras. Para muitos pesquisadores, essas atitudes são uma forma de a criança estar se descobrindo e compreendendo o mundo que a cerca, inventando-o e se encontrando nele. É muito difícil encontrar uma criança que não brinca. Se isso acontece, a primeira coisa que nos vem à cabeça é que alguma coisa está fora da ordem, certo? Você já parou para pensar sobre essa questão? Já observou alguma criança que não tem o hábito de brincar? Refletiu sobre essa situação? Já parou para pensar quais foram suas brincadeiras preferidas durante a infância? Você já refletiu sobre o significado das palavras brinquedo, brincadeira e jogo? Já ouviu a palavra lúdico? Sabe o que significa lúdico? Enquanto professora, vocêtem propiciado oportunidades para a sua turma brincar? Jogar? E os jogos eletrônicos, você teve oportunidade de refletir sobre eles no desenvolvimento da criança em idade pré-escolar? Estas são algumas das indagações sobre as quais iremos discorrer neste Módulo. Assista a TED Talk de Stuart Brown sobre o brincar na infância e se inspire para os aprendizados deste módulo! As cem linguagens da criança Loris Malaguzzi A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos cem pensamentos cem modos de pensar de jogar e de falar. Cem, sempre cem modos de escutar de maravilhar e de amar. Cem alegrias para cantar e compreender. Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens (e depois cem, cem, cem) mas roubaram-lhe noventa e nove. A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo. Dizem-lhe: de pensar sem as mãos de fazer sem a cabeça de escutar e de não falar de compreender sem alegrias de amar e de maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. Dizem-lhe: de descobrir um mundo que já existe e de cem roubaram-lhe noventa e nove. Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho são coisas que não estão juntas. Dizem-lhe enfim: que as cem não existem. A criança diz: Ao contrário, as cem existem. Ao usar o cem como simbologia, Malaguzzi nos leva a pensar na ideia de que a criança é possuidora de ilimitadas formas de manifestar suas linguagens. Ela se comunica e se expressa por meio de múltiplas linguagens, de “cem linguagens”. Ela (re)constrói, (re)formula seu conhecimento, atualizando-o, compartilhando-o e aprendendo com o outro. Pensando na perspectiva da criança como protagonista, construtora de sua aprendizagem, e do professor como mediador, que trabalha com a escuta, coordena as atividades e respeita a evolução de cada criança, faremos neste Módulo uma incursão na análise de alguns teóricos que descrevem a importância de jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil. Vários teóricos empenharam-se no estudo do lúdico. Dentre eles, podemos destacar: Rousseau, Pestalozzi, Froebel, Dewey, Jacquin, Piaget e Vygotsky. Tais teóricos foram importantes na organização de concepções pedagógicas em que a atividade lúdica é percebida como um processo pelo qual a criança enriquece o senso de responsabilidade, desenvolve a auto expressão e desenvolve-se física, cognitiva e socialmente. Rousseau, no século XVIII, demonstrou que cada criança tem sua própria maneira de ver, pensar e sentir, e que a conquista ativa beneficia a aprendizagem. Esse pensador valorizou também a experiência concreta, sugerindo que o aluno não deve receber lições verbais e, sim, vivenciar experiências concretas (Rousseau, 1973). Pestalozzi, no final do século XVIII e início de XIX, abriu novo rumo para a educação moderna por meio de suas observações sobre o desenvolvimento psicológico dos alunos e sobre o êxito ou o fracasso das técnicas pedagógicas. Ele destacou o jogo como valor social que fortalece as normas de cooperação e amplia o senso de responsabilidades. Froebel, também no final do século XVIII e meados do XIX, fortaleceu os métodos lúdicos na educação, fez do jogo uma arte, um importante instrumento para promover a educação para crianças. O pedagogo alemão reconheceu que o jogo é uma atividade a partir da qual a criança expressa sua visão de mundo, resultando em benefícios intelectuais, morais e físicos, e que é primordial no desenvolvimento integral desta. Destaca, ainda, que o jogo seria também a principal fonte do desenvolvimento na primeira infância, para ele o período mais importante da vida humana, um período que constitui a fonte de tudo o que caracteriza o indivíduo, toda a sua personalidade (Arce, 2004) Dewey, no final do século XIX e meados do XX, desacreditou das atividades abstratas e reforçou as formas de ocupação ativa. Com isso, valorizou o jogo. Para ele, o jogo faz o ambiente natural da criança, ao passo que a referências abstratas e remotas não correspondem a seu interesse (Dewey, 1954). Observa-se, pois, que grandes pensadores e educadores do passado já reconheciam o valor pedagógico do jogo e aproveitavam-no como agente educativo. Jacquin (1963) argumenta que o jogo é muito importante e é também um aliado do educador, o qual deve utilizar a força educativa do jogo na formação da criança. Entretanto, quando em um estudo mais aprofundado sobre o jogo, o brinquedo e a brincadeira, encontramos dificuldade em conceituar e diferenciar a brincadeira do jogo, pois os referidos termos muitas vezes são tratados como sinônimos ou como atividades lúdicas. Se nos dicionários, os significados se equivalem, no senso comum “brinquedo” é usado para objetos como bola, boneca, pião, carrinho etc.; “brincadeira” remete à ideia de ação e movimento e envolve os tradicionais pega-pega, ciranda, casinha e outros; e “jogos”, por sua vez, é uma atividade competitiva, com regras e procedimentos, como nos jogos de tabuleiro ou de quadra. Nos deparamos, nesse sentido, com uma multiplicidade de referências para interpretá-los, porque a compreensão do jogo ou do brincar depende do contexto no qual o termo está sendo utilizado. Cada teórico os imagina e admite conforme aspectos que são importantes para sua área de atuação. No entanto, por exemplo, o educador pode conceber o lúdico como meio de desenvolver a criança em seus aspectos físico, cognitivo, afetivo, emocional e social, o sociólogo pode concebê-lo destacando-o do ponto de vista sociológico; o economista tirando proveito do seu aspecto financeiro, e, assim, sucessivamente. Reforçando O jogo e a brincadeira são, por princípio, educativos, pois por meio deles as crianças aprendem inúmeras lições. Mas devemos nos lembrar também do prazer que essas atividades proporcionam aos seus participantes, ainda que enfrente obstáculos, porque é por seu intermédio que elas satisfazem a sua necessidade de ação. Conceituando: brinquedo, brincadeira, jogo e lúdico Registre! . Construindo os conceitos de jogo, brincadeira e brinquedo 1 Ao tentarmos definir o termo lúdico, algumas dificuldades se fazem presentes por implicarem uma diversidade de elementos, como jogo, brincadeira, brinquedo e divertimento. Huizinga (1971), por exemplo, ao estudar os jogos como elemento da cultura, afirma ser impossível termos a exata definição do jogo, apesar deste fazer parte da vida. O autor reconhece o jogo como uma atividade livre, porém com regras a serem respeitadas, dizendo até que o jogador que desrespeita as regras é um “desmancha prazeres”, pois sem as regras o jogo perde o seu sentido. Esse autor destaca que o caráter não sério atribuído à brincadeira se dá porque ela está mais relacionada ao cômico, ao riso, que acompanha na maioria das vezes o ato lúdico, se contrapondo ao trabalho, considerado atividade séria. Assim, brincar não é ficar sem fazer nada, como pensam alguns adultos. É necessário estarmos atentos ao ato de brincar, pois a criança se empenha durante esta atividade da mesma maneira que se esforça para aprender a andar, a falar, a comer etc. Friedmann (1996), por outro lado, define atividade lúdica como abrangendo os conceitos de brincadeira, jogo e brinquedo. Essa autora descreve que brincadeira se refere a ação de brincar espontaneamente que resulta de uma atividade não-estruturada. Ao brincar, a criança não está preocupada com resultados. Para ela, o jogo é o termo que pode ser compreendido como uma brincadeira que envolve regras. Brinquedo, por sua vez, é o objeto do brincar. Kishimoto (1998), discorda que a palavra lúdico seja utilizada como sinônimo de jogo, brinquedo e brincadeira. Ela concorda com a definição de brinquedo dada por Friedmann, mas difere das demais. A autora registra que brincadeira tem conduta estruturada, com regras, e jogo designa tanto o objeto quanto as regras do jogo da criança. Ressalta,ainda, que o brinquedo pode ser utilizado de diferentes maneiras, enquanto jogos trazem regras estruturadas externamente. Assim, durante a brincadeira a criança poderá modificar regras com maior facilidade do que em jogos, por exemplo, inventar novas regras ou modificá-las, incluir novos membros, ou seja, terá mais autonomia, ao passo que em jogos as regras são determinadas antes de iniciar a atividade. Brougére (1997) destaca que brinquedo é um objeto que a criança manipula livremente e que jogo pode ser destinado tanto à criança quanto ao adulto, pois os objetos lúdicos dos adultos são chamados de jogos. A brincadeira, por sua vez, é uma atividade livre, não pode ser delimitada, pode inclusive, fabricar seus objetos. Nós, entretanto, para indicar o envolvimento da criança com o brinquedo e em situações de brincadeira, escolhemos o lúdico como expressão que serve de sinônimo dos termos jogo, brincar e brincadeira. . O jogo infantil segundo Piaget e Vygotsky Como destacamos anteriormente, diferentes estudiosos se embrenharam nos estudos sobre os jogos. Contudo, falta destacar dois deles: Piaget e Vygotsky, por reconhecermos que ambos adotam o papel ativo da criança na construção do conhecimento durante as atividades lúdicas. A relação da criança com o jogo é estudada sob o ponto de vista psicogenético por Piaget (1975). Para esse autor, que postula o conhecimento como um processo contínuo de construção e reconstrução, a atividade lúdica participa desse processo. Assim, o conhecimento é o resultado de uma relação evolutiva entre a criança e o meio. Ela constrói e reconstrói suas ações e ideias em relação às novas experiências ambientais e vai se adaptando a novas situações, pois, a partir da livre manipulação de diferentes objetos, torna-se capaz de reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que, consequentemente, exige uma adaptação mais completa através da autorregulação, elo comum entre todos os seres vivos. A adaptação, que é o processo de modificação interior, não é um processo passivo, mas ativo, o que significa que o organismo, ao se adaptar, está se modificando mas, ao mesmo tempo, modificando o meio, assim, esse processo ocorre através da assimilação e da acomodação. A assimilação, que consiste na absorção de experiências novas às estruturas interiores – organização de ação e pensamento –, persiste que o indivíduo reconheça e identifique os objetos e/ou acontecimentos novos, aplicando-os aos esquemas preexistentes. Já a acomodação, que consiste na modificação interior para adaptar-se às novas experiências, supõe uma modificação do organismo como resultado da influência do medo. Toda atividade mental se processa pela assimilação e acomodação em níveis gradualmente crescentes, em um avançar progressivo, construindo gradativamente novas estruturas, cada vez mais potentes. Ou seja, partindo do que já tem, constrói-se algo novo em nível um pouco superior. Por exemplo, a criança que ouve começa a balbuciar em resposta à conversa a seu redor e gradualmente aproxima as palavras que está assimilando. Papai sai como papá e mamãe como mamã, mas, à medida que persiste em seus esforços, acomoda os sons que emite aos que ouve, e seu balbucio infantil se transforma em fala compreensível, se adaptando aos requisitos de linguagem de seu ambiente. Para adaptar-se a uma nova experiência, o bebê que está aprendendo a comer seus primeiros alimentos sólidos usando uma colher precisa aprender a assimilá-lo, lambendo e mastigando em vez do método anterior de sucção. Ao mesmo tempo, precisa abrir a boca e acomodar-se ao tamanho e posição da colher em vez do mamilo a que está habituado. Os mecanismos de assimilação e acomodação são constantes, funcionam simultaneamente em todos os níveis biológicos e intelectuais e possibilitam o desenvolvimento tanto físico quanto cognitivo. Esses dois processos participam de todas as ações e, às vezes, um predomina sobre o outro, outras vezes se encontram em equilíbrio. A criança passa a assimilar o meio através das experiências, da ação, até o momento em que acomoda suas estruturas interiores às novas experiências, construindo daí uma nova estrutura. Essa nova estrutura construída servirá de base para a construção de outras estruturas, em níveis cada vez mais superiores. É por isso que Piaget insiste na explicação de que as operações mentais, os pensamentos, emergem de ações motoras e experiências sensoriais que são interiorizadas. Ele acredita que, quando a criança se encontra numa situação desafiadora, quer em casa, quer na escola, o desafio a impulsiona em direção a níveis mais elevados de desenvolvimento intelectual, ou, de maneira mais simplificada, ela aprende a partir de seus erros. É por essa razão que ele afirma ser a criança o sujeito de sua própria aprendizagem. O processo de enfrentar os conflitos, as perturbações ou os desequilíbrios é chamado de processo de equilibração, processo de crescimento e aprendizagem no desenvolvimento cognitivo. Sua função é produzir uma coordenação balanceada entre a assimilação e a acomodação. Embora o desenvolvimento intelectual seja um processo contínuo de equilíbrio e desequilíbrio, ele pode ser descrito, segundo Piaget, como uma sequência de estágios. Para ele, as crianças atravessam, numa mesma sequência, diferentes estágios de desenvolvimento intelectual. Algumas podem desenvolver-se mais depressa do que as outras enquanto aprendem a se adaptar ao mundo ao seu redor. A criança necessita de desafios um pouco acima do estágio em que se encontra para, através do seu próprio esforço, atingir um estágio em nível superior, pois está, nessa perspectiva, construindo novas estruturas mentais que passarão a servir de base para a construção de outras estruturas em níveis superiores, ou seja, o conhecimento alcançado é tido como melhor, mais completo. Os diferentes níveis de conhecimento podem ser assim resumidos: 1 Nível sensório-motor: de zero até aproximadamente dois anos, ou até a aquisição da linguagem. A criança, neste nível, tem uma inteligência essencialmente prática. As noções de espaço e tempo, por exemplo, são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento. Nessa fase, a criança desenvolve seus sentidos, seus movimentos, sua percepção e, também, necessita do adulto por inteiro, pois dele dependerão seu crescimento e sua relação social. 2 Nível pré-operatório: de dois anos a aproximadamente sete anos. A criança se torna capaz de representar mentalmente pessoas e situações, faz leituras incompletas da realidade, prioriza alguns aspectos em detrimento de outros e é centrada em si mesma, pois não consegue colocar-se, abstratamente, no lugar do outro. É a fase em que a criança imita tudo e tudo quer saber (fase do porquê). 3 Nível das operações concretas: aproximadamente dos sete aos onze anos, doze anos. A criança demonstra sinais da lógica peculiar dos adultos e começa a pensar de forma mais organizada e sistemática. Desenvolve a capacidade de refazer um trabalho mental, voltando ao ponto inicial de uma situação. É a fase escolar em que a criança incorporará os acontecimentos sistematizados, tomará consciência de seus atos e despertará para o mundo em cooperação com seus semelhantes. Nível das operações formais: aproximadamente dos doze aos quinze anos. Neste nível, a representação permite a abstração total. A criança não se limita mais à representação imediata, às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente. Reforçando os estágios que contemplam a idade pré-escolar Estágio sensório-motor que duraria até aproximadamente os dois anos, a criança não possui capacidade de abstração e sua atividade intelectual é de natureza sensorial e motora. Nesta fase é enfatizada a importância dos estímulos ambientais para o desenvolvimento da criança. Estágio pré-operatório, com duração até os seis anos. Nesta fase a criança já não depende unicamente das suas sensações e movimentos e passa a identificar um significantedo significado, desenvolvendo assim sua capacidade simbólica. Caracteriza-se pelo egocentrismo (incapacidade da criança de ver-se do ponto de vista de uma outra pessoa). Componente - Destaque 3 A partir da definição desses diferentes níveis de conhecimento, os jogos fazem parte do processo de construção gradativa e assumem um caráter evolutivo. Sua origem pode ser verificada nos primeiros meses de vida da criança, na forma do chamado jogo de exercício sensório-motor, passando, do segundo ao sexto ano de vida, para o jogo simbólico, o qual progride e se manifesta a partir da etapa seguinte, como jogo de regras. Há, portanto, três formas básicas de atividade lúdica que caracterizam a evolução do jogo na criança de acordo com a fase de desenvolvimento em que aparecem. A atividade lúdica surge, a princípio, sob a forma de simples exercícios motores, os quais são os primeiros a aparecerem e, também, os menos estáveis. Seu objetivo é o próprio prazer do funcionamento. Daí dizer-se que o que caracteriza esse tipo de jogo é o prazer funcional, a necessidade interna de gastar energia: pulando, gritando e manipulando: são os jogos de exercícios sensório-motores. Nos primeiros meses de vida, o bebê estica e recolhe os braços e as pernas, movimenta as mãos e os dedos, toca objetos e os sacode, produzindo sons. Esses exercícios são reconhecidos pelo valor exploratório que têm, pois, ao executá-los, a criança exercita e explora os movimentos do próprio corpo e seu ritmo, ou, pura e simplesmente, vê o efeito que sua ação vai produzir. Temos, por exemplo, o caso em que a criança manipula objetos, deslocando, montando e desmontando-os, através do qual ela descobre os próprios gestos e os repete na busca prazerosa de seus efeitos. Apesar de os jogos de exercícios sensório-motores serem os primeiros a aparecer, eles não são específicos dos dois primeiros anos de idade, podendo reaparecer durante toda a infância e até mesmo no adulto. Para exemplificar esse tipo de conduta lúdica na criança, Piaget (1975) cita o fato de a mesma, aos cinco anos ou seis anos, se divertir com um pé só ou tentando saltar dois ou mais degraus da escada. No adulto, Piaget cita como exemplo o caso do indivíduo que adquire pela primeira vez um aparelho de som ou um automóvel e se diverte fazendo funcionar o aparelho de som ou passeando no carro. A criança, assim como o adulto, tem única e exclusivamente, a finalidade de vivenciar o prazer de exercer os novos poderes adquiridos. Com o desenvolvimento da criança, os jogos de exercício transformam-se em jogos simbólicos quando passam a ser acompanhados de imaginação representativa. No período que compreende os dois e seis anos de idade, a atividade lúdica se apresenta sob a forma de jogo simbólico, isto é, jogo de ficção, de imaginação ou faz de conta. É o período em que a criança metamorfoseia um objeto num outro, por exemplo, uma caixa deslocada para frente e para trás pode ser usada por ela para representar simbolicamente um automóvel. O desempenho de papéis também é marcante nesse tipo de jogo, no qual a criança brinca, por exemplo, de mãe e filha, de professor e aluno, sendo essa uma maneira de assimilar a realidade, um meio de autoexpressão. Ao brincar de escolinha, a criança está reproduzindo os papéis de professor e aluno, ao brincar de casinha está representando os papéis de mãe e filha, assim, se por um lado ela está criando cenas, por outro está imitando situações de seu cotidiano. O jogo simbólico possibilita à criança a realização de seus sonhos e fantasias, permite viver num mundo de faz de conta. Nesse mundo, ela pode realizar, de verdade, atos proibidos, pode divulgar seus conflitos internos, medos e angústias, diminuindo suas tensões e frustrações. Ao brincar de faz de conta, a criança imagina situações em que não existem sanções e coações e nas quais seus conflitos são compensados. Os jogos simbólicos têm, ainda, grande relevância para a produção do conhecimento na escola. A criança, ao explorar a realidade através dos sistemas simbólicos torna-se produtora de linguagens, criadora de convenções, e com isso poderá submeter-se às regras de funcionamento tanto de casa quanto de sua escola. O jogo simbólico tem seu apogeu no período pré-operatório e vai entrando em declínio no período das operações concretas. Ele deixa de ser indispensável à medida que a criança vai crescendo e a vida vai lhe oferecendo condições reais de expansão do “eu”. Isso se dá porque ela está conseguindo um melhor equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, interessando-se mais pelo mundo real do que por suas fantasias particulares. A terceira forma de atividade lúdica é o jogo de regras, o qual manifesta-se aproximadamente por volta dos cinco anos, mas é próprio, sobretudo, do período que vai dos sete aos onze anos, ainda que nunca parem de se desenvolver durante a vida do indivíduo, estando presente nos esportes, no xadrez, nos jogos de cartas, dentre outros. O jogo de regras supõe relações sociais e interindividuais, pois a regra é uma ordenação, uma regularidade imposta pelo grupo, sendo que a violação é considerada uma falta. Essa forma de jogo pressupõe, portanto, pelo menos dois indivíduos, bem como certas obrigações comuns, as regras, o que lhe confere um caráter eminentemente social. Segundo Piaget (1975), o jogo de regras é a atividade lúdica do ser socializado. vEsse tipo de jogo também é importante para a construção do conhecimento na escola, uma vez que, por meio dele, a criança é estimulada a participar de desafios que se renovam a cada jogada. Compreender melhor, fazer melhores antecipações, ser mais rápido, cometer menos erros ou errar por último, coordenar situações, ter condutas estratégicas, dentre outras são chaves para o sucesso. Esses desafios, que requerem um único vencedor ou grupo de vencedores, a princípio são organizados por regras, as quais supõem uma coordenação dos pontos de vista, e exigem que a criança se coloque do ponto de vista do outro, algo importante para o desenvolvimento social, ao mesmo tempo em que se declara como uma manifestação de respeito ao próximo. As três formas de atividades lúdicas descritas anteriormente vão evoluindo de acordo com o desenvolvimento da criança, sendo que elementos das atividades precedentes podem aparecer a qualquer momento nas fases subsequentes. Assim, o jogo que, a princípio era, para ela, egocêntrico e espontâneo, vai se tornando, cada vez mais, uma atividade social. Na concepção piagetiana, a aprendizagem se processa na medida em que o sujeito constrói esquemas, assimila-os, modifica-os e realiza novas descobertas. Inicialmente, a criança descobre o próprio corpo e, em seguida, começa a discriminar os objetos que a circula e a querer manipulá-los, construindo esquemas de ação que vão sendo internalizados. A inteligência está, pois, ligada à ação. É de acordo com essa concepção que o jogo, a brincadeira e o brinquedo constituem importantes fontes de desenvolvimento, porque despertam a curiosidade da criança, favorecendo-lhe constantes descobertas. Nesse sentido, Piaget (1975), além de salientar a importância da ação, propõe que o ensino seja adequado, progressivo, diversificado e global. Ele se preocupa com o desenvolvimento do raciocínio, isto é, com a capacidade do sujeito de identificar, associar e estabelecer relações cada vez mais complexas. E para que isto aconteça, é necessário que o ensino se desenvolva numa perspectiva de pesquisas concretas e vivenciais.
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