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FACVLDADE MAURÍCIO DE NASSAU CAMPUS JOÃO PESSOA DIREITO CIVIL IV AULA 6 – Propriedade PROPRIEDADE - CONCEITO • “O poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limites estabelecidos na lei, bem como e reivindicá-lo de quem injustamente o detenha”; • Art.1.228, CC: “o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”. • Caio Mário da Silva – “[...] mais se sente do que se define”. • Propriedade plena; • Propriedade limitada. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS a) Direito de usar (jus utendi)/deixar de usar – faculdade de o dono servir-se da coisa e de utilizá-la da maneira que entender mais conveniente, sem, no entanto, alterar-lhe a substância, podendo excluir terceiros de tal uso; b) Direito de gozar ou usufruir (jus fruendi) – poder de perceber os frutos naturais e civis da coisa e de aproveitar economicamente os seus produtos; c) Direito de dispor (jus abutendi) – consiste o pode de transferir a coisa, de gravá-la de ônus e de aliená-la a outrem a qualquer título; d) Direito de reaver (rei vindicatio) – reivindicar a coisa das mãos de quem injustamente a possua – direito de sequela. AÇÃO REIVINDICATÓRIA • É uma tutela específica, fundada no direito de sequela; • Pode utilizá-la quem está privado da coisa que lhe pertence e quer retomá-la de quem a possui ou detém injustamente; • Caráter essencialmente dominial; • Pressupostos: a) A titularidade do domínio, pelo autor, da área reivindicada; b) A individualização da coisa; c) A posse injusta do réu. à Pode a ação se intentada contra o mero detentor? Art. 1.228, CC. AÇÃO REIVINDICATÓRIA • Art. 1.232, CC – “Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem”. Exceções: art. 1.284 e 1.214, CC, além de outros. • Se a posse for justa, carece da ação o titular do domínio; • Na ação reivindicatória detém injustamente a posse quem não tem título que a justifique, mesmo que não seja violenta, clandestina ou precária, e ainda que seja de boa-fé; • A pretensão reivindicatória é imprescritível; • Ver questão da usucapião, que pode ser alegada pelo possuidor, em matéria de defesa – Súmula 237/STF; AÇÃO REIVINDICATÓRIA X AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE REIVINDICATÓRIA IMISSÃO DE POSSE O Autor pede o domínio e a posse Não discute propriedade nem a posse O Réu pode opor toda e qualquer matéria de defesa sobre uma ou outra alegação O Réu pode propor apenas a nulidade da aquisição ou justa causa para retenção da coisa O Autor requer a consolidação em concreto do ius possidendi OBJETO • Podem ser reivindicados todos os bens que são objeto de propriedade; • As coisa incorpóreas, os direitos considerados em si mesmos (p. ex. o usufruto), pois são relações jurídicas dotadas de ações protetoras de outra espécie, bem como coisas futuras são insuscetíveis de reivindicação; • Coproprietário – art. 1.314, CC LEGITIMIDADE • ATIVA: a) o proprietário; b) é indispensável a outorga uxória para seu ajuizamento, bem como a citação de ambos os cônjuges se o réu for casado; c) os herdeiros, mesmo sem a existência de formal de partilha (art. 1.784, CC) – o imóvel tem que estar registrado em nome do de cujus; d) o promitente comprador, titular de direito real (art. 1.417, CC). E se a ação for promovida contra o compromissário comprador? E se a propriedade não for plena? LEGITIMIDADE • PASSIVA: a) aquele que está na posse ou detém a coisa, sem título ou suporte jurídico; b) quem possui a coisa em nome de terceiro, incumbe a denunciação da lide; c) quem a deixou de possuir com dolo, transferindo para outro com a intenção de dificultar ao autor sua reivindicação – o autor pode demandar o possuidor ficto ou verdadeiro; d) contra quem é reputado possuidor embora não tenha em verdade a posse do bem – ao final da ação caberá indenizar o autor, no caso de procedência do pedido. CARACTERÍSITCAS DA PROPRIEDADE • Plena – quando todos os seus elementos se acham reunidos; • Exclusiva – é empregado no sentido de poder o seu titular afastar quem quer que dela queira utilizar-se; • Irrevogável ou perpétua – não se extingue pelo não uso, subsiste independentemente do exercício. DESCOBERTA • Quem quer que ache coisa alheia perdida, há de restituí- la ao dono ou legítimo possuidor (art. 1.233, CC); • Ao descobridor é assegurado o direito a uma recompensa, denominada achádego; • O direito de recompensa só é devido se o dono tiver interesse em receber a coisa (art.1.234, CC); • Em caso de abandono pelo proprietário, pode-se operar a sua ocupação pelo descobridor (art. 1.263, CC); • Caso o descobridor recolha a coisa, deverá preservar a coisa, tomando os cuidados necessários para restituir ao dono, fazendo jus a indenização pelas despesas realizadas; • Responsabilidade do descobridor – art. 1.235, CC.
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