1. Maria, 45 anos de idade, agricultora, moradora da cidade de Várzea da Palma - MG, e Juscelino, 65 anos de idade, vendedor, morador da mesma cidade, são vizinhos lindeiros. Em 20 de agosto de 2017, após chuvas torrenciais, uma parte da propriedade de Maria se deslocou e passou a integrar a propriedade de Juscelino. Na parte do terreno que foi removida de forma abrupta, Maria cultivava milho, feijão e mandioca, com o intuito de auferir renda. Diante do prejuízo que teve, Maria procurou por Juscelino e lhe explicou a sua situação financeira e o prejuízo que teve em decorrência do ocorrido, dessa forma, solicitou que ele lhe pagasse uma certa quantia pela terra que havia se descolado da sua propriedade e passado a integrar a propriedade dele. Juscelino, por sua vez, disse a Maria que não tinha intenção de lhe indenizar pela terra e que não tinha culpa pelo ocorrido, tendo em vista que havia sido um fenômeno da natureza. Após incessantes conversas com Juscelino, em 20 de maio de 2018, Maria procurou pelo auxílio de um advogado para saber o que poderia ser feito.
Considerando os direitos de Maria na situação apresentada, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Maria tem o direito de ser indenizada por Juscelino pelo deslocamento de terra da sua propriedade, dessa forma, caso Juscelino se recuse a realizar o pagamento, o mesmo deverá concordar com a remoção da parte de terra acrescida e Maria tem o prazo de um ano para requerer a indenização, sob pena de decadência.
PORQUE
II. De acordo com o Código Civil, quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado, além disso, recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
Maria tem o direito de ser indenizada por Juscelino pelo deslocamento de terra da sua propriedade, conforme a asserção I. A asserção II está correta, pois de acordo com o Código Civil, quando uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro por força natural violenta, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Além disso, recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. Portanto, Maria tem o direito de ser indenizada por Juscelino ou de ter a parte de terra removida, caso ele se recuse a pagar a indenização.
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Direito Civil e Direito Processual Civil
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