Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ações Afirmativas De acordo com a Educação Para As Relações Étnico-Raciais, as Ações Afirmativas são “o conjunto de medidas especiais voltadas a grupos discriminados e vitimados pela exclusão social ocorridos no passado ou no presente.”. Sendo estes grupos compostos por pessoas homossexuais, de classe social inferior à outros, racial, mulheres, deficientes físicos e idosos. Conhecido, também, como políticas afirmativas são projetos feitos por governos com o objetivo de ajudar os grupos que sofrem discriminação, sendo esse o seu principal objetivo. Essas Ações Afirmativas existem em vários países, sendo elas amparadas por várias Convenções, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (1979), ratificada pelo Brasil em 1984, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1968), ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968, sendo ela, desta forma, vigente em vários países. Tendo o seu surgimento no Brasil na época de Getúlio Vargas, em 1930, com o objetivo de atender as reclamações do movimento operário, promulgou a Lei de Nacionalização do Trabalhado, dando inicio à essas Ações Afirmativas no Brasil. De acordo com o entendimento de Joaquim Benedito Barbosa Gomes (2001, p.40) essas Ações Afirmativas vêm com o objetivo de endireitar a discriminação presente, causadas por práticas feitas no passado. Ele ainda diz que as Ações Afirmativas Consistem em políticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional, de compleição física e situação socioeconômica [adição nossa]. Impostas ou sugeridas pelo Estado, por seus entes vinculados e até mesmo por entidades puramente privadas, elas visam a combater não somente as manifestações flagrantes de discriminação, mas também a discriminação de fundo cultural, estrutural, enraizada na sociedade. De cunho pedagógico e não raramente impregnadas de um caráter de exemplaridade, têm como meta, também, o engendramento de transformações culturais e sociais relevantes, inculcando nos atores sociais a utilidade e a necessidade de observância dos princípios do pluralismo e da diversidade nas mais diversas esferas do convívio humano. (GOMES,2001, p. 6-7) Um exemplo que muitos pensam dessas Ações são a política de adoção de cotas raciais nas universidades, mas nem todos se lembram que ela também pode ser ver presente quando falamos das mulheres, que tem delegacias especializadas em crimes contra elas. Entendo, desta forma, que elas sofreram muito ao longo dos anos, e, por conta disso, merecem um tratamento diferenciado e que possa as favorecer. Outro exemplo de locais em que essas Ações são adotadas são nas empresas privadas que separam uma certa quantia de vagas exclusivamente para as pessoas com deficiência física. Essas medidas não resolvem a desigualdade, de forma definitiva, passada por essas pessoas na sociedade, mas ela demostra o conhecimento de um problema agindo para incluir de forma ativa essas pessoas e ajuda-las contra essa discriminação sofrida por eles. De acordo com o entendimento de Luiz Alberto David Araújo (2006, p. 131) sobre a constituição, “ela põe o principio da igualdade como um de seus pilares estruturais”, desta maneira não se deve, por parte dos legisladores e aplicadores das leis, tratar todos de forma igual, ignorando as suas distinções. Ainda nas palavras dele “o princípio da isonomia deve constituir preocupação tanto do legislador como do aplicador da lei.” Ressaltando ele que a igualdade deve-se ser vista sob a máxima aristotélica que aconselha “o tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, na medida dessa desigualdade” (ARAÚJO, 2006). Podemos entender, a partir desse entendimento, que essas Ações Afirmativas não apenas vêm com o objetivo de fazer medidas que ajudem quem sofrem discriminação, mas também reforçar algo que já está entendido na Constituição Federal de 1988. Ainda partindo desse entendimento podemos observar o que diz Pedro Lenza O art. 5º, caput, consagra que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Deve-se, contudo, buscar não somente essa aparente igualdade formal (consagrada no liberalismo clássico), mas, principalmente, a igualdade material, na medida em que a lei deverá tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. (2009, p. 679). Reforçando o pensamento de Luiz Alberto David Araújo sobre a CF/88 e, desta maneira, as Ações Afirmativas que vêm com esse objetivo. Compreende-se então que as pessoas que são tratadas de forma desigual, aquelas que não tem as mesmas oportunidades das outras, podem se aproveitar de um tratamento diferenciado, sendo que este tem que ser razoável e protegido pelo o que está escrito na CF/88. Atualmente ainda existe muitos debates sobre esse assunto, alguns argumentando que esses sistemas de amparo aos descriminados é errado, que se preocupam em favorecer certos grupos de uma forma até equivocada, outros dizem que são mais do que necessários e que houve uma demora do Estado em faze-los. Porém não se pode negar que é algo que deve ser feito, podendo ser por respeito aos fatos históricos que envolvem esses grupos, podendo ser para cumprir as leis à cerca deles, ou até mesmo para aumentar os níveis econômicos do país, afinal alguns desses programas garantem a inclusão em universidades e empresas o que acaba gerando um aumento na economia do país. Mesmo com todos os debates, como dito acima, os benefícios para a sociedade e a economia são visíveis, já que elas procuram integrar esses grupos menos favorecidos na economia e educação dos seus respectivos países. Essas Ações Afirmativas foram feitas para atuarem desde o momento em que foram criadas até o momento em que não haverá mais discriminação contra os grupos de negros, deficientes, mulheres, homossexuais e outros. Desta forma elas foram feitas sem um prazo final, mas com o intuito de garantir a integração e aceitação desses grupos na sociedade de cada cidade, estado, região e país. Referencias e Bibliografias: BETONI, Camila. Ações Afirmativas. Santa Catarina. Disponível em: <https://www.infoescola.com/sociologia/acoes-afirmativas/> Acesso em: 20 de abr. 2018, 20:40:28. O que são Ações Afirmativas. Disponível em: <http://www.seppir.gov.br/assuntos/o- que-sao-acoes-afirmativas>. Acesso em: 20 de abr. 2018, 20:04:58. HOSKEN, Cristiane de Lima. Ações Afirmativas. Minas Gerais. 2006. Disponível em:<https://aplicacao.mpmg.mp.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/867/3.1.3% 20A%C3%A7%C3%B5es%20afirmativas.pdf?sequence=1>. Acesso em:20 de abr. 2018, 21:30:45. ARAÚJO, Luiz Alberto David. Direito Constitucional: Princípio da Isonomia e a Constatação da Discriminação Positiva. São Paulo: Saraiva, 2006. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado: Igualdade Formal e Material. São Paulo: Saraiva, 2010. Componentes: Victoria Stefani Oliveira Duarte, Kimberlly Emanuelle de Souza Pereira, Daiane Andrade Carvalho da Silva.
Compartilhar