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DISCRIMINAÇÃO RACIAL: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A INSERÇÃO DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO

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CENTRO EDUCACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS - UNIFIP 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E 
PREVIDENCIÁRIO 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM CIÊNCIAS JURÍDICAS 
 
 
 
 
 
DISCRIMINAÇÃO RACIAL: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE RACISMO 
INSTITUCIONALE A INSERÇÃO DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO AUGUSTO DE SOUSA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patos-PB 
2020 
 
PAULO AUGUSTO DE SOUSA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCRIMINAÇÃO RACIAL: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A INSERÇÃO 
DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO 
 
 
Pré-Projeto de Pesquisa apresentado ao 
professor da disciplina Metodologia da 
Pesquisa Científica – Programa de Pós-
Graduação Lato Sensu do Curso de 
Especialização em Direito do Trabalho e 
Direito Previdenciário do Centro 
Universitário de Patos, em cumprimento 
às exigências para aprovação na referida 
disciplina. 
 
Orientadora: Prof. Ma. Maria do 
Socorro Nóbrega Lopes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patos-PB 
2020 
 
RESUMO 
 
Esta pesquisa aborda o direito do trabalho e a inclusão do negro no mercado de 
trabalho. Têm por objetivo analisar quais são os diversos fatores que ocasiona o que 
chamamos de desigualdade racial e de que modo o Estado pode garantir o direito ao 
trabalho de forma igualitária entre todas as classes. É utilizado o método de 
abordagem dedutivo, os métodos de procedimento histórico-evolutivo e interpretativo 
e as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. No presente trabalho é 
estudada a evolução histórica da desigualdade racial desde o seu surgimento até os 
dias atuais, as dificuldades dos negros serem inseridos no mercado de trabalho e na 
sociedade como sujeitos sociais. Também aborda os variados tipos de racismo, 
como por exemplo, o estrutural e institucional. Conclui-se que, para que se constitua 
uma vida digna com o gozo de todos os direitos reconhecidos constitucionalmente, é 
preciso que o Estado e a sociedade observem a concretização desses direitos 
através da implantação de ações afirmativas por meio da realização de capacitação 
profissional, garantia de condições, implantação de mais políticas públicas, 
ampliação das quotas raciais, ampliação do acesso à educação para os povos 
negros, capacitações e cursos profissionalizantes e vagas de trabalho destinado aos 
negros, inclusão no contexto socioeconômico, pois é um direito inerente o seu 
condição de pessoa humana. 
 
Palavras-chave: Racismo; Racismo Estrutural; Racismo Institucional; Inserção do Negro no 
mercado de trabalho e Políticas Afirmativas. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This research addresses labor law and the inclusion of black people in the labor 
market. They aim to analyze what are the various factors that cause what we call 
racial inequality and how the State can guarantee the right to work on an equal basis 
among all classes. The deductive approach method, the methods of historical-
evolutionary and interpretive procedure and the techniques of bibliographic and 
documentary research are used. In the present work, the historical evolution of racial 
inequality from its emergence to the present day is studied, the difficulties of blacks 
being inserted in the labor market and in society as social subjects. It also addresses 
the various types of racism, such as structural and institutional. It is concluded that, 
for a dignified life to be constituted with the enjoyment of all constitutionally 
recognized rights, it is necessary that the State and society observe the realization of 
these rights through the implementation of affirmative actions through the realization 
of professional training, guarantee conditions, implementation of more public policies, 
expansion of racial quotas, expansion of access to education for black people, 
training and professional courses and job vacancies for blacks, inclusion in the 
socioeconomic context, as it is an inherent right to their condition of human person. 
Keywords: Racism; Structural Racism; Institutional Racism; Insertion of the Negro in 
the labor market and Affirmative Policies. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 INTRODUÇÃO 
A Constituição Federal de 1988 estabelece como objetivos principais da 
República Federativa do Brasil a cidadania, os valores sociais como promover o bem 
de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
A desigualdade social e racial pode ser percebida por diversos indicadores 
desde os tempos de escravidão. O racismo é um conjunto de teorias e crenças na 
qual se denomina preconceito e discriminação estabelecendo assim hierarquia 
contra um grupo de indivíduos por causa de sua cor ou etnia. 
No cenário atual, as desigualdades raciais continuam se expressando 
exemplarmente e com particular amplitude no mercado de trabalho. Nesta esfera, 
apesar de o texto constitucional brasileiro trazer alguns dispositivos de proteção 
social, trabalhistas e menção de forma expressa em relação a qualquer forma de 
discriminação, diferenciação salarial, a sociedade nos mostra que essa estrutura 
legal não consegue fazer com que a desigualdade, a discriminação e exclusão racial 
não se materializem na sociedade. 
No Brasil enfrentamos grandes desafios a serem superados pela população 
negra, já que esta condição, cumulada da distribuição injusta de riqueza e 
oportunidade de trabalho, dos inúmeros benefícios gerados pela política econômica 
à classe dominante, notadamente “branca”, relega a grande maioria negra às 
condições extremamente precárias de sobrevivência no nosso país. 
A ocupação majoritária do branco no mercado de trabalho acabou por 
empurrar a população não branca para as ocupações subalternas e mais 
desvalorizadas, sobrando assim empregos informais, e menos favorecidos nos quais 
eles se encontram majoritariamente nos dias de hoje. 
Neste sentido, procura-se apresentar à necessidade de legitimação das 
Ações Afirmativas de modo que tais práticas se tornem eficazes na construção da 
inserção dos negros no mercado de trabalho buscando assim uma sociedade 
igualitária e justa. 
No tocante as ferramentas de pesquisa, serão utilizados no desenvolvimento 
deste projeto os métodos de abordagem dedutivo, na qual permite-nos chegar à 
conclusão sobre a possibilidade de promover a igualdade racial entre os povos 
negros e inserção dos mesmos no mercado de trabalho. 
Também se utilizará, respectivamente, o método histórico, para que seja 
possível o conhecimento sobre o tema de forma mais profunda, desde a origem do 
problema racial até os dias atuais, os processos e instituições do passado relativo à 
descriminação do negro no mercado de trabalho; e o método comparativo para 
conferir semelhanças e divergências, através das comparações, entre as 
oportunidades e vagas ofertadas aos negros e brancos no mercado de trabalho. 
Por fim, a revisão bibliográfica pelo meio de informações obtidas em livros, 
artigos científicos, jurisprudências, revistas especializadas e internet, a partir dos 
que norteará a presente pesquisa. 
Diante disso, o presente estudo questiona: quais instrumentos, mecanismo e 
ações afirmativas eficazes, para que o negro seja inserido no mercado de trabalho 
sem sofrer o que chamamos de racismo institucional? Sob esse enfoque o presente 
artigo tem como objetivo analisar o racismo no Brasil e através de ações afirmativas 
procurar soluções para discriminação e desigualdade racial no mercado de trabalho. 
 
 
4 
2 RACISMO E ESCRAVIDÃO NO BRASIL 
 
Antes de adentrar especificamente na análise acerca do racismo no Brasil, é 
preciso definir o conceito de raça e entender como se dá a construção do racismo e 
a discriminação racial em nosso país. 
Raça é um conceito que não corresponde a nenhuma realidade natural, trata-
se ao contrário de um conceito que tão somente detona uma forma de classificação 
social, baseada em uma atitude negativafrente a certos grupos sociais e informada 
por uma noção específica de natureza como algo indeterminado (GUIMARÃES, 
2005). 
Nesse sentido, o racismo é uma forma bastante especifica de naturalizar uma 
vida social, diferenciar uma classe que é tida como desfavorecida socialmente e 
culturalmente. Além de ser um problema racial e social, o racismo está presente em 
todos os ambientes, sejam eles quais forem o negro sofre esse tipo de discriminação 
constantemente na sociedade. A atitude na qual se fundamenta o racismo assim 
como todas as formas de naturalização do mundo social está presente no nosso 
país através de vários exemplos e discursos famigerados no decorrer da explanação 
de presente estudo. 
 
2.1 BREVES CONSIDERAÇÕES A CERCA DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO 
RACISMO NO BRASIL 
A escravidão do negro trouxe profundas marcas para a sociedade 
contemporânea na qual não é negado ao negro o direito de ser livre, mas lhes são 
negadas condições dignas de vida, repentino muitas vezes o que sofriam na época 
escravista e que de algumas formas está presente nos dias de hoje (NUNES, 2006). 
No Brasil, o racismo ganhou forma e cor com a chegada dos escravos 
africanos trazidos pelos Portugueses entre os séculos 16 e 19, foram décadas de 
escravidão. 
Conforme Silva (2008, p. 17) A normas legais rígidas foram adaptadas para 
os escravos, tidas por eles como a solução que a Coroa Portuguesa teve para 
construir um aparato judicial de modo a programar um sistema produtivo baseado na 
exploração de negros trazidos da África. Foi a partir do que ficou estabelecida pelas 
Ordenações, a situação jurídica referente à escravidão africana no Brasil se 
desdobraria de forma a se inovar quando era permitido, e oportuno, e recuar em 
períodos necessários, sempre com fundamento nos interesses da Coroa 
Portuguesa. 
 O meio de atividade escravista era desenvolvido através de um comércio 
ativo dos negros apanhados no continente africano e transportados pelos navios 
negreiros para o Brasil. 
No Brasil, a escravidão no era uma condição imposta pela raça e cor da pele, 
mesmo que o escravo conseguisse fugir, não lhe era possível a reintegração social. 
Portanto, a cor da pele foi preponderante para a manutenção da escravidão. (SILVA, 
2008, p. 26). 
Todavia as mazelas sociais persistiram por muitos anos, nossa nação ficou 
conhecida pelo longo período do escravismo e pelo racismo aqui praticado, maior do 
continente. 
A escravidão brasileira foi a mais longa comparada aos outros países das 
Américas, foi um empreendimento financiado pelo estado tendo por base a 
5 
exploração do negro, implicando assim também na desqualificação da cultura, 
valores e religião. 
Com a segunda maior população negra do mundo, o Brasil fica atrás apenas 
da Nigéria, de mesmo modo ficou conhecido por ter sido o ultimo país da América 
Latina a abolir oficialmente a escravidão (BARROS, 2019). 
 Observa-se que a mácula do preconceito ainda perdura a sociedade em pleno 
século XXI, gera imobilidade e desigualdade social, estancando assim o 
desenvolvimento de um país democrático. 
Foram três séculos de escravidão e de um processo de abolição 
completamente alheios às necessidades dos negros, sem o menor intuito de integrá-
los a sociedade brasileira. 
Na forma resumida, o processo de discriminação racial e o preconceito que 
gira em torno da população negra derivam da história de colonização, o racismo 
como mecanismo que mantém a dominação do colonizador sobre o colonizado. 
A questão das desigualdades raciais está ligada a sociedade, economia e 
política, de acordo com Geruza de Fátima Tomé (2005): 
 
Acredita-se que a luta política pela igualdade entre negros e “brancos” não 
está desconectada da luta pelo fim de uma sociedade que tende a 
homogeneizar culturas, hierarquizar e coisificar as relações entre as 
pessoas que, em última instância, estão condenadas a serem reduzidas 
simultaneamente a consumidores e mercadorias. Assim sendo, para que 
homens e mulheres sejam humanamente emancipados – já que a 
emancipação política já ocorreu – e tenham todos as mesmas condições de 
desenvolver suas potencialidades e uma autêntica individualidade, se faz 
necessário, antes de tudo, repensar radicalmente este modelo de 
organização da vida econômica, social e política. 
 
Parte-se do pressuposto de que o campo da luta política é expressão direta 
do modelo econômico adotado, sendo impossível alterar àquela significativamente 
em prol de uma maioria reprimida, independentemente da cor da pele e do gênero, 
sem que o campo de reprodução da vida, ou seja, a estrutura econômica e produtiva 
seja alterada em profundidade, não apenas de forma superficial, mas chegando 
assim na raiz do problema. 
Desta forma, a desigualdade entre negros e brancos vai muito além de uma 
questão apenas social, mas sim política e econômica, por ser uma classe menos 
desfavorecida desde o seu surgimento, os negros vêm enfrentando dificuldades na 
sua trajetória de vida social e principalmente na sua inserção no mercado de 
trabalho, percepção salarial, ocupação de cargos menos, incentivando assim 
discriminação racial. 
Em um país que venceu a escravidão e quebrou varias barreiras sociais, o 
Brasil de fato se imagina em uma democracia no nosso país, mas que não é 
suficiente para democracia racial, vale salientar que sim, existe acabar com as 
desigualdades sejam elas quais forem a Constituição do Brasil assegura que todos 
são iguais perante a lei, mas a sociedade não trata igualdade como prioridade. 
As leis brasileiras e as normas internacionais proíbem ao empregador e a 
qualquer pessoa a adoção de qualquer prática que implique preconceito ou 
discriminação em virtude de raça. Nesse sentido é a orientação expressa 
na Constituição Federal, artigo 3º, inciso IV: promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641719/artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731577/inciso-iv-do-artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
6 
2.2 PRINCÍPIO DA IGUALDADE E A DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL 
 
A constituição Federal Brasileira em seu art. 5º de forma expressa e clara 
diz que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo a todos direitos iguais, como direito a vida, liberdade, igualdade e 
segurança. 
Igualdade como um comando jurídico, institui uma das mais importantes 
normas jurídicas, através de certo esforço por parte dos intérpretes do 
ordenamento para uma aplicação ajustada, por isso, este princípio serve como 
direcionamento de interpretação e compreensão de todas as normas que compõe 
o sistema jurídico. 
De acordo com a Organização internacional do trabalho (2006, p. 83): 
 
A teoria da igualdade de direitos é um legado da filosofia política, que 
inaugurou a era moderna, fundada nas teses do direito natural de que todo 
ser humano possui idêntica dignidade. A idéia da igualdade não 
permaneceu apenas no campo teórico. Ela foi absorvida pelas declarações 
de direitos e as constituições modernas e, a partir de então, considera-se 
antijurídica a conduta que afronta o princípio da igualdade. 
 
Ao que se refere o racismo, ele é considerado uma concepção que implica a 
relação de uma raça sobre as outras na qual se pretende criar uma justificativa para 
atitudes de preconceitos contra os indivíduos, rompendo assim o princípio da 
igualdade. 
De acordo com Sunstein (2009, p. 174-175) o direito tem a função de 
oferecer um tratamento distinto que promova a igualdade, mas, no formato 
paradoxal, como instância social de regulação, presta-se com frequência a manter 
situações de privilégio e opressão. 
Pode-se afirmar que a ideia de igualdade passa a fazer parte da realidade 
dos novos tempos, estáligada com a ideia de democracia e de justiça social é a 
partir disto que se pode entender o Estado democrático social de direito. Os 
direitos da coletividade exigem o papel intervencionista do estado, que deve criar 
condições necessárias para seu efetivo exercício regular. 
Para Barros (2019, p. 65). A constituição de 1988 é tida como a mais 
democrática que já existiu no Brasil, tudo isso é fruto de uma vasta mobilização da 
sociedade, que conseguiu enxergar através do processo constituinte, uma 
possibilidade de reconstruir direitos, criar novos caminhos e quebrar diversas formas 
de desigualdades construídas durante todo o país. 
O que Maffeton e Veca (2005, p.390) explanam é que a finalidade principal 
da justiça social é constituir o modo como o Estado pelo meio das instituições 
sociais distribuem os direitos e deveres fundamentais e originam a subdivisão dos 
benefícios da cooperação social. 
Deste modo, a Constituição Federal de 1988, buscou materializar o princípio 
da igualdade, a superar o princípio da igualdade meramente formal disposto no 
“caput” do artigo 5º, para atingir a igualdade material quando no seu artigo 3º 
determina que sejam objetivos basilares da República Federativa do Brasil 
arrancar a pobreza e a marginalização, bem como a diminuição das desigualdades 
sociais e regionais, haja vista, que a igualdade. 
Esclarece que a igualdade jurídica surge inseparável da própria liberdade 
individual, e que a ser idêntica perante a lei não significa apenas a aplicação da lei. 
O tratamento entre todos os cidadãos deve ser igual, pois, para todos os indivíduos 
7 
com as mesmas características devem prever-se, através da lei, iguais estados ou 
resultados jurídicos. (CANOTILHO 2003, p.427-428) 
Conforme Gisela Maria Bester (2008, p.176) ao afirmar que “de uma 
concepção passiva o princípio da igualdade adquiriu uma concepção de ação ativa, 
com o escopo de eliminar as discriminações e promover oportunidades de acesso 
de todas as pessoas aos diversos setores sociais”. 
Os povos negros devem ser protegidos através da efetivação da igualdade 
material, pois segundo afirma Serge Atchabahian (2006, p.79): 
 
O principio da igualdade deve ser considerado não proporcional vez que 
varia de acordo com as exigências do ser humano. É proporcional, pois 
longe de ser algo inalterável, relativo aos homens, deve levar em conta as 
peculiaridades destes. 
 
Desta forma, o principio da igualdade deve ser considerado não como 
igualdade absoluta, mas sim como igualdade proporcional vez que varia de acordo 
com as exigências do ser humano. É proporcional, pois longe de ser algo 
inalterável, relativo aos homens, deve levar em conta as peculiaridades destes. 
Essa igualdade pode ser colocada em prática através da “discriminação positiva”, 
buscando assim uma verdadeira igualdade entre as partes. 
Neste sentido, preconiza Pires (p. 18-19): 
 
[...] que prevêem um tratamento distinto para certas pessoas ou categorias 
de pessoas, com vista a garantir-lhes uma igualdade material em relação 
aos outros membros da sociedade. Essas normas são tendencialmente 
temporárias e vigoram enquanto se verificar a situação desfavorável, 
devendo deixar de vigorar logo que ultrapassada a desigualdade. 
 Portanto, observamos um sistema que tem o racismo, nos mostra que a 
sociedade vem mantendo a dominação e a exploração de povos menos 
favorecidos através de um sistema totalmente desigual. Assim o princípio da 
igualdade busca condições para que a desigualdade seja superada, adotando 
medidas compensatórias e eficazes. 
2.3 GARANTIAS CONTRA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL 
 
Na legislação antidiscriminatória anterior à constituição de 1988, a 
discriminação já estava presente, desde a primeira constituição, a Carta Imperial 
de 25 de março de 1824, “a igualdade é contemplada como princípio insculpido 
entre os direitos fundamentais assegurados aos indivíduos; a escravidão então 
vigente, nem considerava todo indivíduo gente, que dirá igual”. (ROCHA, 1996). 
Mais a frente, a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 
16 de julho de 1934, contém alguns dispositivos particulares: 
Art. 113, 1. Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem 
distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça, profissões próprias ou dos 
pais, classe social, riqueza, crenças religiosas ou idéias políticas. 
Art. 121, § 6 A entrada de imigrantes no território nacional sofrerá as 
restrições necessárias à garantia da integração étnica e capacidade física e 
civil do imigrante, não podendo, porém, a corrente imigratória de cada país 
exceder, anualmente, o limite de dois por cento sobre o número total dos 
respectivos nacionais fixados no Brasil durante os últimos cinqüenta anos. 
8 
 
Nessa abordagem, existia restrição da entrada de imigrantes no país fazendo 
com que houvesse discriminação advinda propriamente da constituição daquela 
época. A grande maioria dos imigrantes era negra. 
Embora naquela época houvesse conhecimento sobre a existência do 
racismo no Brasil, ele ficou reconhecido apenas em com a aprovação da Lei n. 
1.390/51 conhecida como "Lei Afonso Arinos", reconhecido como primeiro 
instrumento legal na república federativa do Brasil a de atos à discriminação racial. 
De acordo com a lei penal de forma expressa previu a incriminação das práticas 
relacionadas à descriminação racial tendo como foco a etnia e cor da pele. (SILVA, 
2008, p.76). 
A Organização internacional do trabalho explanou de forma clara ao falar da 
Constituição brasileira, que sob “influencias de normas internacionais, em seu art. 4º, 
VIII, quando delineia os princípios que deverão reger as suas relações 
internacionais” , a fixação dos objetivos devem ser atingidos pela República 
brasileira, que como norma programática promove o bem de todos. (OIT, 2006, p. 
83). 
 O legislador ordinário ainda expandiu os critérios constitucionais a proibir 
qualquer prática de discriminação e o preconceito em razão da raça, raça e demais 
aspectos que estão expressos no nosso texto Constitucional. 
 No texto constitucional, mais precisamente em seu art. 5º e também através 
da lei Lei 7.716/89 são sopesadas condutas tidas como crime de racismo e 
agravante de ser inafiançável e imprescritível. 
Organização internacional do trabalho (2006, p.84) expõe as garantias 
expressas sobre os ilícitos trabalhistas: 
 
Ocorrem também ilícitos trabalhistas quando da adoção de qualquer prática 
discriminatória e limitativa do acesso à relação de emprego, ou sua 
manutenção, por motivo de raça, cor ou origem (Lei 9029/95). No caso de 
rompimento da relação de trabalho, em face de discriminação fundada 
nesses critérios, é facultado ao empregado optar entre a readmissão, com 
ressarcimento integral de todo o período de afastamento, ou a percepção, 
em dobro, da remuneração do período de afastamento (art. 4o , I e II, da Lei 
9.029/95). 
 
Conforme visto a cima, há garantias sobre atos de discriminação dentro do 
direito do trabalho, que visa adoções de medidas nas quais protegem os negros de 
condutas dentro do ambiente em que trabalham. Para configuração do crime de 
racismo é indispensável o dolo, ao que se fala nas relações de trabalho, esse dolo 
tem que ser específico. 
São vários os dispositivos que buscam a isonomia entre os trabalhadores. Na 
própria CLT, pode-se destacar o artigo 460, no que trata a falta de estipulação 
salarial, que o empregado terá direito de receber salário igual ao daquele que, na 
mesma empresa, prestar serviço equivalente, ou do que for habitualmente pago para 
serviço semelhante. Essa norma deixa claro o desígnio de afastar qualquer 
discriminação no que se refere a salário pago por serviço idêntico ou equivalente, 
mesmo que na prática não se tem a mesma eficácia do que está previsto na CLT. 
É importante ressaltar que a conduta criminosa é aquela que recusa e dificulta 
o acesso de um individuo que é qualificado de forma devida a cargo ou emprego, 
seja ele públicoou privado em ração de discriminação. 
9 
Determina a lei 9.459/97 o crime de injúria racial, no qual o ofendido é o 
decoro, ou o indivíduo ver sua honra atacada indignamente de forma subjetiva, 
também se pode configurar discriminação de cor, raça, religião e origem. 
 
3 O RACISMO INSTITUCIONAL E O RACISMO ESTRUTURAL 
 
No tocante ao debate sobre o a questão social, pode-se encontrar as mais 
variadas formas e definições do racismo. Buscando trazer a realidade concreta 
dessas definições, cabe repensar como são organizados e demarcados os 
espaços e privilégios em relação ao negro e ao branco nas diversas instituições. 
 
3.1 DEFINIÇÃO E SURGIMENTO DO RACISMO INSTICUCIONAL 
 
 O racismo Institucional é a manifestação do preconceito e seletividade por 
parte das instituições públicas e privadas, do Estado e das leis, que mesmo de 
forma indireta promovem o preconceito racial e exclusão dos negros da sociedade. 
De acordo com Morais (2013, p. 11) “O termo Racismo Institucional nasceu 
na década de 1960 através do Movimento Negro Norte-americano, mas só ficou 
definido três décadas depois, mais precisamente em 1990 na Inglaterra, como 
resposta ao assassinato do jovem negro Stephen Lawrence por uma gangue 
branca” 
Na mesma linha de raciocínio, o racismo é um sistema de ideias que se 
concretiza nas relações entre pessoas e grupos, na representação e 
desenvolvimento das políticas públicas, nas organizações estatais e estruturas 
governamentais. Ou seja, trata-se de um acontecimento de abrangência ampla e 
complexa que adentra e participa da cultura, da política e da ética. 
 No tocante ao surgimento do racismo institucional Morais (2013, p.12) 
expõe: 
No Brasil, o Racismo Institucional é informado por uma maneira 
notadamente peculiar de lidarmos com a questão racial. A ideia de que, 
pelo fato de não possuirmos segregações raciais legitimadas por um 
aparato jurídico, e as distinções territoriais e simbólicas não serem 
nomeadas através de dualismos de cor como ocorre, por exemplo, nos 
Estados Unidos, construímos nosso cotidiano de forma harmoniosa no que 
diz respeito à questão racial, finda por legitimar o privilégio da população 
branca, silenciando parte considerável da população negra e perpetuando 
uma desigualdade que se mantém sempre sob o atributo da diferença 
social. 
 
As instituições condicionam o comportamento dos indivíduos, resultando em 
disputa por poder político e conflitos de poderes. Pode-se dizer que essa 
percepção institucional do racismo tem como elemento fundamental a relação 
racial. Detêm o poder os grupos que exercem domínio sobre a organização dessas 
instituições, na forma política, econômica e social. 
Almeida (2019) aduz que o domínio no racismo institucional se dá pelos 
estabelecimentos de parâmetros discriminatórios baseados e m raça, no qual serve 
para manter a supremacia do grupo racial que está no poder. Contudo, os padrões 
de cor, e as práticas de poder de um determinado grupo tornem-se um horizonte 
amplo e sociável. Assim o domínio da classe branca em cargos nas instituições 
públicas e privadas não dependeriam de padrões que direta ou indiretamente 
dificulta a ascensão do negro em segundo lugar. 
10 
 No tocante ao que chamamos de hegemonia, o termo não é apenas utilizado 
de forma acidental, vez que um grupo social pode oferecer resistência. O dever de 
assegurar o controle da instituição é do grupo predominante, da mesma forma 
devem ser feitas concessões aos grupos subalternos para que sejam debatidas 
questões essenciais, permanecendo assim a harmonia do grupo. 
 
3.2 RACISMO ESTRUTURAL 
 
 Não se trata tão somente de um poder de um indivíduo de uma raça sobre o 
outro, mas sim de um grupo sobre o outro, transcende a relação individual. 
Acontece quando há controle direto ou indireto de determinados grupos 
institucionais. 
 Vimos que as instituições reproduzem condições para manter a ordem 
social, desta forma é possível dizer que o racismo institucional significa 
interposição de regras e padrões racistas que se vincula a ordem social na qual 
deve se tentar manter resguardada. De modo que a instituição está inteiramente 
ligada e condicionada a uma estrutura social que existe previamente, os conflitos 
que existem, o racismo praticados, fazem partes dessa estrutura. (Almeida, 2019). 
 A viabilidade de práticas de racismo está estruturada em um sistema e 
organização política, econômica e jurídica da sociedade. Vale salientar que o 
racismo se expressa de forma concreta conforme essas desigualdades, porém o 
uso do termo “estrutura” não quer dizer que o racismo seja uma condição na qual 
não se pode reverter ou até mesmo amenizar. 
 Também vale salientar que existem várias ações política institucional 
antirracista que buscam combater esses atos discriminatórios, e que também não 
quer dizer que esses atos cometidos pelos indivíduos não sejam punidos. Falar 
isso seria negar a evolução no aspecto social e histórico do racismo, mesmo ainda 
tendo muito a melhorar em todos os sentidos. 
 O racismo estrutural está pressente através da naturalização de hábitos, 
situações, falas e pensamentos que estão presentes no cotidiano da sociedade 
brasileira e que de forma direta ou indireta incentiva a segregação e o preconceito 
racial. 
 As questões raciais são estruturantes porque fazem parte da construção das 
nossas sociedades. As subjetividades que a sociedade compõe preconceitos, no 
qual acabam construindo as relações de desigualdades sociais que são 
estabelecidas e impostas pela sociedade. E essas relações estão impregnadas de 
uma construção histórica equivocada, que mantém a população negra em posição 
de subalternidade. 
 Ainda que os indivíduos que cometem atos racistas sejam punidos e 
responsabilizados, o olhar estrutural sobre as relações sociais faz chegar à 
conclusão que apenas a responsabilização jurídica não é suficiente para que uma 
sociedade racista deixe de produzir desigualdade racial. 
No entendimento a estrutura do racismo Almeida (2019) diz: 
 
A ênfase da análise estrutural do racismo não exclui os sujeitos 
racializados, mas o concebe como parte integrante e ativa de um sistema 
que, ao mesmo tempo que torna possíveis suas ações, é por eles criado e 
recriado a todo momento. O propósito desse olhar mais completo é afastar 
análises superficiais ou reducionistas sobre a questão racial que, além de 
não contribuírem para o entendimento do problema, dificultam em muito o 
combate ao racismo. 
 
11 
Pensar em racismo como parte da estrutura não retira a responsabilidade de 
cada indivíduo sobre as diversas práticas discriminatórias e não é um álibi para 
racistas, muito pelo contrário, ao entender o racismo como uma forma estrutural e 
não apenas um ato isolado de um grupo ou um indivíduo torna a sociedade mais 
responsável ao combate ao racismo e aos racistas. 
 
Entender que o racimo é parte da estrutura social, e desta forma não precisa 
de intenção para ser manifestado, calar-se diante dele não faz o individuo moral 
responsável ou culpado na forma jurídica, o silêncio o torna responsável pela 
manutenção do racismo em aspecto ético e político. A mudança da sociedade 
depende antes de tudo de adoções de práticas antirracista, uma postura que leva a 
sociedade a seguir essas práticas. Denuncias e repúdio moral não vai fazer com 
que essa prática seja erradicada. 
 
4 MERCADO DE TRABALHO E O RACISMO 
 
Existe uma imensa dificuldade por direitos a democracia e igualdade de 
condições e oportunidades de trabalho para toda população negra, visto tamanha 
injustiça em todos os meios e de todas as formas, sejam sociais, econômicas, de 
gênero, raça e cor. Essas desigualdades de classes estão intrínsecas ao modelo 
capitalista de organização e reprodução de uma sociedade desigual. 
4.1 A INSERÇÃO DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO 
 Apesar da abolição da escravidão desde o Brasil Colonial, ainda mantemos 
viva a escravidão e o preconceito vivo, principalmente quando se fala em 
desiguales no mercadode trabalho. Essas práticas se tornaram tão comuns que 
chegam até o serem invisíveis para quem não sofre esse tipo de preconceito. 
 Existem leis brasileiras e normas internacionais que proíbem o empregador 
ou qualquer outro indivíduo o uso de qualquer prática discriminatória dentro do 
ambiente de trabalho 
Foi através da Convenção nº 111 da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT), de 1958, ratificada pelo Brasil e promulgada pelo Decreto nº 62150, de 
1968, estabeleceu a abolição de toda discriminação em matéria de emprego, 
inclusive por motivos de raça. 
Vale salientar que a OIT tratou sobre os princípios e os direitos 
fundamentais no trabalho onde todos os Estados membros dentre eles o Brasil, 
reafirmaram compromisso de aplicar o princípio da não discriminação em matéria 
de emprego. 
No que se fala Neto (2014, p.17): 
 
A proteção ao trabalho está consubstanciada no artigo 1º da Constituição 
Federal de 1988, segundo o qual os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa são fundamentos da estrutura social brasileira e neste sentido 
cumpre garantir aos homens e mulheres o direito de ter emprego.Assim, ao 
se referir a homens e mulheres, a Constituição não faz nenhuma outra 
distinção, aliás, limita-se em elencar homens e mulheres, tendo em vista a 
abrangência das expressões, encontrando-se implícito que homens e 
mulheres de toda raça, cor, religião, opinião política, ascendência nacional 
ou origem social, tal qual aquelas minorias elencadas na Convenção 111 da 
OIT dispõem de igualdade. O conceito de minorias não deve se prender a 
um pequeno grupo de pessoas (quantidade) mais sim ao grupo de pessoas 
que se torna hipossuficientes diante da relação de trabalho. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/115875/decreto-62150-68
12 
O Direito do Trabalho surgiu, então, para proteger os trabalhadores menos 
favorecidos e mais explorados, no qual se enquadram os negros, mesmo diante das 
novas legislações e políticas afirmativas adotadas pela legislação brasileira, o 
índice de discriminação dessa população ainda é assustador. 
A discriminação no mercado de trabalho começa na seleção ou o que 
podemos chamar de pré-contratação, um dos exemplos claros seria os anúncios 
ofertando vagas para pessoas de boa aparência, desencadeando assim margens 
para discriminação de variadas espécies. Ainda fala Neto (2014, p. 23), em outros 
tipos de práticas pré-contratuais que seriam os denominados “listas sujas” que é o 
trabalhador que processou seu antigo empregador, ou pleiteou seus direitos e 
encargos trabalhistas junto à justiça. Essa prática é muito comum no cotidiano das 
empresas e não existe legislação interna que vede esses atos praticados pelos 
empregadores. 
Durante o contrato de trabalho, as práticas discriminatórias ocorrem em 
grandes números, apesar das descritas acima, existem outras bem corriqueiras no 
mercado de trabalho, tanto envolvendo promoção quanto ao término do contra de 
trabalho. 
 De acordo com os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) na qual 
foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), os trabalhadores 
negros enfrentam mais dificuldade de encontrar um emprego se comparados a 
trabalhadores brancos, mesmo quando possuem a mesma qualificação. Quando 
trabalham, recebem até 31% menos, na mesma pesquisa também se fala que 56% 
dos brasileiros se alto declaram pretos ou pardos (IBGE, 2019). 
 Conforme dados acima citados, os povos de cor escura, mais precisamente 
aqueles que buscam uma oportunidade de trabalho, enfrentam ainda um longo 
caminho e os mais variados obstáculos para serem inseridos no mercado. 
 Ao se falar da inserção do negro no mercado de trabalho, não se pode 
esquecer-se de um caso mais especifico que é o da mulher negra. Não é novidade o 
fato das mulheres ganharem menos que os homens e terem menos oportunidades 
no mercado de trabalho, desta forma, a desigualdade reflete em maior escala sobre 
mulheres de pele escura. 
 De igual forma, estudos realizados pelo Departamento Intersindical de 
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base na Pesquisa Nacional 
por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) comprovaram que uma mulher negra tem precisa 
trabalhar 55 minutos a mais para ganhar o mesmo salário que um homem branco 
ganha em uma hora, já os homens negros o número é de 45 minutos a mais (IBGE, 
2019). 
A situação apresentada desponta um aspecto crucial da desigualdade social 
no país, acarretando assim na injusta distribuição de riqueza, privilegiando uma 
parcela mínima da sociedade, em detrimento dos trabalhadores. Essas 
diferenciações de comportamentos foram historicamente disseminadas desde muito 
tempo em todo país. 
Essas desigualdades refletem em como a população negra sofre para serem 
inseridos no mercado de trabalho, mesmo tendo as mesmas qualificações ou muitas 
vezes até mais qualificados que pessoas brancas. Verifica-se, portanto que o 
fenômeno de discriminação no mercado de trabalho é universal, porque que vemos 
que a relação de trabalho e a relação de poder é um terreno propício para 
determinadas práticas de discriminação, não havendo fiscalização que venha a 
prevenir tais práticas. 
https://www.brasildefato.com.br/2019/11/19/pretos-e-pardos-tem-maior-taxa-de-desocupacao-segundo-ibge/
https://www.brasildefato.com.br/2019/11/19/pretos-e-pardos-tem-maior-taxa-de-desocupacao-segundo-ibge/
https://www.brasildefato.com.br/2019/11/19/pretos-e-pardos-tem-maior-taxa-de-desocupacao-segundo-ibge/
13 
A falta de oportunidades e o alto índice de desemprego fazem com que os 
negros se submetam a qualquer tipo de trabalho no qual são explorados, ocupando 
assim cargos subalternos, recebendo salários que não condizem com sua 
formação intelectual, apenas por nascer com a pele escura. 
 
4.2 AÇÕES AFIRMATIVAS QUE PROMOVAM A IGUALDADE DO NEGRO NO 
MERCADO DE TRABALHO 
 
 As ações afirmativas estão muito relacionadas com o papel do estado na 
promoção de igualdade e oportunidades e a não discriminação, nesse aspecto 
estão incluídos a população negra, que por sua cor são desrespeitados e menos 
favorecidos, por um mercado de trabalho onde não existe igualdade social. 
Podemos observar, de acordo com a organização internacional do trabalho 
(2006, p. 156): 
Hoje é muito difundida a idéia de que medidas de desigualização em favor 
de pessoas ou grupos que sofrem desvantagens sociais são positivas, 
porque visam corrigir desigualdades históricas ou presentes. Em razão 
disso, multiplicam-se ações e políticas que vão nessa direção. É o caso da 
ação afirmativa fundada na idéia clássica de justiça social, que consiste em 
tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida em 
que se desigualam. Isso com a finalidade de implementar uma “igualdade 
concreta (igualdade material), no plano fático, que a isonomia (igualdade 
formal), por si só, não consegue proporcionar”. 
 
As ações afirmativas desigualam para poderem igualar, mais notadamente 
uma igualdade no tocante a oportunidades para aqueles que se encontram como 
vulneráveis no mercado de trabalho e também na sua vida social. A igualdade 
entre os povos sejam por cor, raça, sexo, religião, devem ser corrigidas igualmente 
sob medida justa e eficaz, não apenas na legislação e nos dispositivos a que se 
estão previstas. 
 Para todos os efeitos as ações afirmativas é um termo de bem amplo alcance 
na qual deve indicar conjunto de estratégias políticas, econômicas e sociais, e é 
através dessas ações que se procura favorecer ou igualar determinados grupos 
sociais que sofrem essas desigualdades negativas e também discriminações. 
Pertencer ao grupo dos brancos sempre foi uma maneira mais fácil de ter 
acesso mais recorrente ao bem-estar, saúde, segurança e oportunidades. É o que 
podemos presenciar em uma sociedade cujo modelo rotula as pessoas desde a 
sociedade ocidental, passando pelo colonialismo até a modernidade dos dias atuais. 
De toda forma,pertencer ao grupo dos negros é pertencer a uma parcela inferior, 
marginalizada e dominada, sujeitos por muito tempo considerados “coisa” em 
qualquer direito de cidadania. (SILVA, 2008, p. 86). 
 O estado brasileiro tem o papel de colocar em prática ações afirmativas que 
visem acelerar o ritmo de participação das classes menos desfavorecidas em todos 
os aspectos sociais, para que esses povos sejam inseridos e acolhidos igualmente 
na sociedade, no trabalho, nas escolas, universidades e que haja tratamento igual. 
 Para Silva (2006, p. 102) o Estado brasileiro não pode esquecer-se de 
programar normas legais que implicam na busca do respeito à igualdade material 
para que os princípios e regras se tornem eficazes ao plano social, caso contrário 
corre-se o risco de serem apenas programáticos e escritos, como mera formalidade. 
A despeito da questão social, o maior desafio que é enfrentado é a aplicabilidade e 
eficácia do principio da igualdade, de um lado coibindo toda e qualquer forma de 
discriminação e do outra execução de medidas que reduzam essas desigualdades.
14 
 No tocante ao combate a discriminação o nosso ordenamento ainda não é 
capaz de ter resposta para punir todo tipo de discriminação, seja ela qual for, 
principalmente as que são internas, tanto nas públicas como nas privadas, que é 
onde ocorre o maior índice de discriminação racial. 
 Contudo, nota-se que a preocupação com a diversidade vem crescendo nas 
empresas, mesmo que em sua parcela mínima, o negro vem através de muitos anos 
ganhando seu espaço no mercado de trabalho. Através de movimentos sociais em 
todo o mundo, vem-se dando mais visibilidade e voz a toda e qualquer prática de 
discriminação no mercado de trabalho e em mais áreas da vida desses povos. 
 As empresas vêm cada vez mais se preocupando em adotar programas de 
inclusão, no interesse de não apenas melhorar a imagem da empresa, mas sim, 
ampliar os seus meio de competitividade, tornar o ambiente de trabalho mais 
coorporativo e mais produtivo, fazendo com que seja mais receptível a todos os tipos 
de diferenças. 
Vale ressaltar de acordo com a organização internacional do trabalho (2006, 
p.160): 
 
Ressalte-se que a ação afirmativa está relacionada à idéia de igualdade 
proporcional, exigida pelo bem comum, que, para ser alcançado, faz-se 
necessária a eliminação das desigualdades, por meio de medidas 
corretivas, protetivas de direitos, ou distributiva de benefícios ou encargos, 
entre os membros da sociedade. A ação afirmativa, assim concebida, é a 
expressão clara da noção de igualdade substantiva, uma vez que procura 
assegurar justiça social por meio da igualação de disparidades intergrupais. 
 
No Brasil existem algumas ações afirmativas, uma delas é a fixação de 
quotas, que seria a reserva de espaço em favor de grupos sociais desfavorecidos, 
como por exemplo, o negro e a pessoa com deficiência, para promover-lhes a 
inserção social nas universidades e em vagas para cursos profissionalizantes, assim 
como para inserção no mercado de trabalho. 
Existem ainda outros mecanismos inclusivos que produzem efeitos a melhorar 
a participação social desses povos menos desfavorecidos, no qual seria a 
implantação de divulgação de programas de oferta vagas para negros, tratamentos 
preferenciais não diferenciando dos demais, mas sim tentando a igualdade dos 
povos. 
Para a OIT (2006, p. 163) o sistema de quotas é apenas uma das 
modalidades de ações afirmativas que visam corrigir essas desigualdades. Para 
muitos esses sistema se restringe apenas para universidades, mas ele pode e deve 
ser abrangido para programas de profissionalização do menor; de promoção ao 
primeiro emprego; de formação profissional e qualificação para o trabalho da mulher 
e da pessoa com deficiência; de combate à discriminação dos trabalhadores 
portadores do vírus HIV/AIDS; de combate à homofobia; e de promoção da 
diversidade no ambiente de trabalho. 
 A ampliação de quotas para diversos tipos de programas e situações seriam 
uma ação afirmativa eficaz no combate a discriminação na sociedade e nos mais 
variados tipos de ambientes sociais, fazendo com que a população negra tenta vez e 
voz, e que os demais povos saibam respeitar o lugar de pessoas negras, tratando 
como iguais, mas, respeitando e compreendendo a sua história e luta contra o 
preconceito. 
 Além das quotas, como já ressaltado, existem inúmeras medidas que 
podem configurar uma ação afirmativa. Elas tanto podem incidir de iniciativas 
15 
públicas, como é o caso das políticas para as mulheres, das políticas de promoção 
de igualdade racial e da política para a integração da pessoa portadora de 
deficiência (Dec. n. 3.298/99), que compreende um conjunto de ações que objetivam 
assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos, como 
devem também advir de iniciativas privadas, internas das próprias empresas. (OIT, 
2006, p. 163) 
 Existem dois princípios no qual se refere à discriminação racial, a secretaria 
especial de políticas de promoção de igualdade racial (SEPPIR), desenvolve uma 
política institucional na qual usa como base esses princípios, o primeiro é o princípio 
da transversalidade no qual informa ações de implementação em todas as esferas 
públicas e privadas, devido à existência de dificuldade de demarcar uma área maior 
de significância para enfrentar os efeitos da discriminação racial, por isso essa 
política de incorporar a equidade étnica racial sobre diversas iniciativas do poder 
público e privado. Também existe o princípio da descentralização, este, por sua vez 
permite à inserção das políticas públicas de promoção a igualdade racial em todos 
os entes da federação (união, estados, municípios e distrito federal) que assim 
teriam o dever de colocar essas políticas em práticas para que tenham abrangência 
nacional. Desta forma todos os agentes, ou melhor, dizendo, todas as entidades 
estariam assim compromissadas com a perspectiva de trabalho compartilhado para 
soluções análogas as questões sobre discriminação racial. (OIT, 2006, p. 168). 
 Conclui-se que há vulnerabilidade nos grupos discriminados, e cabe não tão 
somente iniciativa do estado, mas também da população no geral e nas próprias 
empresas a criação das mais variadas ações afirmativas, programas de integração 
social, em atuação conjunta ao combate a discriminação e preconceito que ocorre 
em todas as áreas dos indivíduos, tem de haver interesse público para acabar com 
essas práticas, haver fiscalização para que essa sociedade se materialize de deixe 
de ser taxada e vista como uma sociedade racista e que passe a ser conhecida 
como uma sociedade igualitária, onde o princípio da igualdade é aplicado de forma 
eficaz. 
 Os desenvolvimentos de programas que insira os negros tanto na formação 
educacional quanto na inserção no mercado de trabalho, deveriam ser ampliados e 
ofertado a esses, tidos como uma classe menos favorecida. Falta-se mais ênfase na 
realização de campanhas a fim de sensibilizar e conscientizar os empregadores nos 
setores públicos e privado, com o objetivo de incentivar a contratação de pessoas 
negras, por meio das mídias e ferramentas de comunicação. 
 Deste modo, verifica-se o empenho do governo na construção de políticas 
públicas para pessoas ngras, a exemplo de todas as propostas aprovadas acima, 
bem como a participação da sociedade civil que atua corroborando os movimentos 
reivindicatórios, através de associações e organizações não governamentais que 
visam diminuir as estatísticas de exclusão social. Quando é dada a oportunidade de 
qualquer cidadão opinar e colaborar na criação de políticas públicas, facilita a 
aproximação do governo com a sociedade, deixando-o mais consciente das ações 
que são prioritárias, afinal somos nós cidadãos que seremos atingidos por elas. 
 
 
 
 
 
16 
5 CONCLUSÃO 
 
Diante do exposto no presente artigo, pôde-se constatar que os negros 
sofrem com a discriminação desde muito tempo, e esse fenômeno do racismo e 
discriminaçãotem sua formação nacional histórica. As práticas advêm desde a 
escravidão, onde até hoje existem feridas profundas e difíceis de serem curadas 
mesmo com todos os avanços da sociedade. 
 No Brasil as políticas de afirmações são recentes, e ainda não foram 
totalmente recepcionadas e colocadas em práticas de maneira correta, ou se pode 
dizer, que não tem a eficácia a qual se pretende, nem mesmo o alcance a qual se 
queria chegar. Para um país que acabou com a escravidão deveria ter avançado 
mais em relação à inclusão de pessoas menos favorecidas seja por conta da cor, 
raça, sexo, religião e demais povos que são rotulados e deixados em segundo 
plano. 
 Foi visto que as práticas de discriminação são tanto internas como externas, e 
que além de ser responsabilidade do estado, também é de responsabilidade de 
todos os órgãos, entidades, pessoas jurídicas e também pessoas físicas. Como foi 
exposto o Brasil é o segundo país com a maior população negra do mundo, isso só 
afirma a responsabilidade que se deve ter para com esses povos, que de um lado é 
visto como minoria, mas de forma comprovada os números nos mostra a proporção 
desses no nosso país. 
Verifica-se que o processo de implantação dessas ações é praticamente isolado e 
não integradas metodicamente, em uma estratégia nacional de acessibilidade 
universal à educação, de oportunidades igualitárias no mercado de trabalho. 
 Cabe uma reflexão sobre unificar programas e ações de maneira a 
conscientizar a sociedade que há uma construção e um ganho maior para todos os 
povos, tanto políticos, sociais e econômicos em razão de tais políticas adotadas. 
 Os negros tem cada vez se encorajados a buscar seus direitos e a não aceitar 
discriminação e também serem menosprezados, injuriados por conta da cor de sua 
pele, vem ganhado espaço através de movimentos sociais, protestos e usando as 
mídias sociais ao seu favor para ensinar o que é o racismo, o que ele acarreta na 
vida de quem sofre por não ter oportunidades iguais, conscientizar pessoas a verem 
o lado e a se colocar no lugar dos inúmeros povos que sofrem qualquer tipo de 
preconceito, seja no dia-a-dia, nas oportunidades de trabalho, dentro da própria 
empresa, escola e unidades de saúde, ou seja, em todos os ambientes que não se 
consegue citar. 
 Conclui-se, portanto que não se trata de apenas inserção da população negra 
no mercado de trabalho, mas, uma questão social que afeta todas as áreas de quem 
sofre esse tipo de preconceito, e que merecem serem tratados de forma igual aos 
demais, terem as mesmas oportunidades, lutarem pelos seus objetivos sem se 
preocupar com olhares diferentes, com o repúdio, ter vez e voz como todos os 
outros, se qualificar e receber os mesmo salários que os demais, nada mais justo 
que sejam respeitados e tenham seu espaço. 
 
 
 
 
17 
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