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LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
GUIA 
BÁSICO DE 
MEDITAÇÃO 
 
METODOLOGIA, FILOSOFIA E PRÁTICA. 
 
 
 
2006 
 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
DEDICATÓRIA 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 Sem o amparo Espiritual de Deus e Cristo, além de meus Mestres, Kuthumi, 
El Moria, Saint-Germain, nada me seria possível. 
As páginas deste livro são uma homenagem à Narcí Castro de Souza e 
todos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Francisco de Assis – Casa Bezerra de Menezes, 
pelo convívio de vinte anos de aprendizado. 
Agradeço aos meus amigos do Grupo de Estudos: Ana Korner, , Junior, 
Marcos Povoa, Rogério Povoa, Rondinele, Rapahel Lima, Sergio May e Marcello Soto. 
Luiz Franklin de Mattos 
 
 
 
 
 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
 
INTRODUÇÃO 
O que é meditação? 
Por que devemos meditar? 
Como meditar? 
Para quê ou para quem devemos meditar? 
Qual a diferença entre meditação e concentração? 
Com certeza muitas dessas perguntas já vieram a sua mente, em muitos momentos 
distintos, baseadas em suas experiências individuais ou coletivas. 
Vamos analisar melhor esse processo, de modo bem simples, direto e objetivo. 
Num sentido amplo, nossa existência pode ser entendida em três níveis distintos, 
em três planos imediatos, embora existam sete, onde nos movemos e existimos1. 
Existem sete planos de existência ou de consciência na natureza ( Divino, 
Monádico, Espiritual ou Atmico, Intuicional ou Búdico, Mental, Astral e Físico). Possuímos, 
portanto, sete corpos, um para cada plano, são eles o Espiritual, Intuicional, causal, 
Mental, Astral, Etérico e Físico. 
Eles estão co-existindo agora, interpenetrando-se, um dentro do outro, numa 
vibração cada vez mais sutil e intensa, quanto mais saímos dessa existência físico, rumo 
ao divino, mais, luminoso, mais, vibrante, mais, intenso e poderoso, ou glorioso, será esse 
corpo. 
 Como nosso objetivo é um curso básico, começaremos pelo Corpo Mental que é um 
veículo por meio do qual o espírito se manifesta como intelecto concreto, em que se 
desenvolvem poderes mentais de memória e imaginação criativa, sendo um corpo 
perecível. 
Num nível mais imediatamente abaixo, encontramos o Corpo Astral, também 
perecível, que tem como função principal permitir ao homem que ele expresse seus 
sentimentos, paixões, desejos e emoções, positivas ou não, verdadeiras ou ilusórias, 
servindo de intermediário entre o corpo físico e o corpo mental. 
 O terceiro corpo é o que mais conhecemos, chamado de corpo físico, com qual 
temos a idéia de existir, de sentir, de ver, de construir nossos sonhos materiais. 
 
1
 Narcí Castro de Souza – Projetando Luz: Um Guia de Aprendizado Espiritual. Editora Francisco de Assis. Rio de Janeiro. 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
Os hábitos de nossa vida física, as emoções que alimentamos e a vida mental que 
construímos pelo modo de pensar, influenciam nosso corpo físico, conseqüentemente o 
corpo astral e o depois o mental. 
 A meditação harmoniza todos os nossos corpos e nos conecta ao Cósmico. 
FINALIDADES DA MEDITAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aquietai-vos, e sabei que sou Deus. 
Salmo 46:10 
Para nós, ocidentais, meditar significa refletir a respeito de alguma coisa. No 
oriente, meditar é algo bem diferente. É entrar num estado de consciência onde se torna 
mais fácil compreender a si mesmo. 
Para a maioria das pessoas a meditação está relacionada a coisas como 
relaxamento físico, redução de estresse e paz de espírito. Embora esses sejam objetivos 
válidos, o verdadeiro propósito da meditação é algo superior e mais espiritual. Afinal, os 
iogues e os profetas que primeiro reconheceram e aperfeiçoaram os princípios da 
meditação começaram a praticar a meditação para encontrar o CRISTO INTERIRO, O EU 
PROFUNDO, O SELF, A CONSCÊNCIA CÓSMICA, A PAZ PROFUNDA. Seu objetivo 
não era o descanso, mas a iluminação. 
Num mundo repleto de violência, conflitos de várias ordens, ansiedades, medos, 
angústias e frustrações, nós perdemos a noção de quem somos, de onde viemos e para 
onde vamos. 
Grande parte dessa confusão é criada pela mente, mente objetiva, concreta. 
Podemos dizer que ela é o instrumento de nossa consciência e contém a somatória de 
nossos condicionamentos, padrões de pensamento, nossa memória e nosso lado racional. 
A mente é como um lago agitado. 
 
Quando dizemos sol, lua, marte, nossa mente vai construindo mecanismos que nos 
permitam identificar e diferenciar cada astro. Mas, ao ouvirmos felicidades, amor universal, 
custamos a “identificar” o que isso significa. 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
Quando olhamos no espelho nossa imagem sabemos que não somos nós, embora 
seja algo muito parecido, movimenta-se, tem a cor de nossos olhos, nossas características 
particulares de olhos, nariz, boca, cor de pele. 
Da mesma forma, quando meditamos estamos saindo do “espelho” e voltando o 
olhar para o reflexo do nosso Eu-Superior, Eu-Profundo ou Consciência Crística, no mais 
profundo silêncio, no santuário de nosso Ser. 
Meditar nada mais é do que aquietar os pensamentos, serenar a mente para que 
possamos reconhecer com clareza nossa essência. Durante esse processo de aquietar a 
mente nos damos conta de nossos padrões de pensamento e de ação e, assim, podemos 
transformá-los por meio de métodos reflexivos, contemplativos e espirituais sem nenhum 
tipo de violência ou mecanismo artificial ou com entorpecentes. 
Meditar não significa ficar em uma posição exótica, em martírios corporais, em 
jejuns nocivos, ou práticas físicas que nos levem a transe momentâneo e superficial. Muito 
pelo contrário, meditar é encontrar-se de forma calma, serena, silenciosa, com seu Eu 
Interior, sem nenhum tipo de punição moral ou física. 
TÉCNICAS DE RELAXAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
Uma forma de fazer um relax rápido é: 
� Visualizar uma paisagem que você conheça ou não. Crie o máximo de detalhes 
possível e sinta-se nesse lugar. 
� Imaginar que você está em uma sala preenchida por luz azul. Você inspira essa luz, 
deixa que ela relaxe seu corpo e a devolve para o ambiente expirando. 
� Sentir-se flutuando no espaço tal qual uma ave. 
 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
 
EXERCÍCIOS PREPARATÓRIOS 
 
 Para auxiliar nas práticas de meditação, apresento uma proposta que pode ser feita 
semanalmente, conjugando-se um exercício de mentalização, um outro de contemplação e 
um de ampliação da capacidade mental. O tempo máximo dessa prática é de 5 minutos. 
 Visualize um triângulo eqüilátero de aproximadamente dez centímetros diante de 
sua testa (em frente ao chakra frontal), afastado uns quinze centímetros. Preencha esse 
triângulo com uma das cores listadas abaixo. Essa cor é emitida e irradiada de seu chakra 
frontal. Depois de ver triângulo totalmente preenchido por essa cor, mentalize e vivencie a 
virtude, analise durante a semana o que ela representa em sua vida ou como você deve 
aplicá-la em seu cotidiano. 
TRIÂGULO / COR VIRTUDE 
BRANCO Discernir entre o Real e o Irreal 
ROSA Indiferença acerca do Irreal e aos Frutos da Ação ( Desapego) 
VERMELHO Controle dos Pensamentos 
ALARANJADO Controle da Ação 
AMARELO Tolerância 
VERDE Resistência (ao mal e as tormentas do cotidiano) – Paciência 
AZUL Fidelidade ao Cristo (Fé) 
ANIL Equilíbrio 
VIOLETA Ânsia de Unir-se ao Divino 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
 
TÉCNICAS DE HARMONIZAÇÃO 
Respiramos cerca de 20.000 vezes num dia. Em cada respiração, absorvemos por 
volta de 300 ml de ar. Mas nossos pulmões foram planejados para muito mais, pois a 
capacidade pulmonar de um adulto é de cerca de 4 litros. Nossa respiração cotidiana 
movimenta apenas 10% do que nossos pulmões comportam. Assim, nosso corpo e nossa 
mente funcionam com uma quantidade de combustível bem menordo que necessitam e 
jamais poderemos expressar plenamente nossos potenciais e viver uma vida realmente 
saudável se não aumentarmos nossa absorção de oxigênio. 
Para a realização de qualquer exercício abaixo faça o seguinte exercício 
respiratório, sempre pelas narinas, de forma lenta, serena e calma, não faça nenhum tipo 
de esforço, procure apenas inspirar profundamente, enchendo bem os pulmões, sem gerar 
desconforto, prenda por alguns segundos, solte lentamente sem violência, repita a 
respiração e vá relaxando, soltando os músculos, dos pés, pernas, tronco, braços, 
pescoço e cabeça. 
 
1) NATUREZA 
(a) Quando estiver em contato com a natureza, sente-se diante de uma 
paisagem e observe-a. Ouça os sons, veja as cores, sinta os aromas mas 
não fique dando nome às coisas ou analisando-as: "esse cheiro deve ser 
daquela flor", "como é bonita a forma daquela montanha", "o som desses 
passarinhos me deixa tão relaxado...". Apenas ouça, veja e sinta sem 
criar frases na sua mente, sem ficar tagarelando internamente. 
(b) Imagine-se viajando por uma imensa floresta, verde, cercada de 
montanhas, com cachoeiras, riachos, belos animais amigos, passeie pela 
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paisagem, interagindo com os diversos elementos da imagem, imagine-se 
recebendo as energias da natureza, curativas e harmonizadoras. 
(c) Passeio pela natureza, visualize-se de pé de frente para o mar, na areia 
branca, leve, solta, o sol dourado brilhante, o céu azul, o mar azul. 
Mergulhe nesse mar, deixe as ondas baterem em você, agradeça os 
seres cósmicos que mantém o mar como força viva e divina; saia do mar 
caminhe pela areia, imagine que você está tão leve que nem deixa as 
pegadas na areia, vá a um riacho de águas cristalinas, escute uma 
cachoeira, banhe-se em suas águas, agradeça os seres a mantém viva. 
Terminado o banho de cachoeira, atravesse uma planíce verdejante, 
cheia de flores e ervas e plantas medicinais que exalam aromas 
agradáveis, o sol brilhante atinge diversos cristais coloridos que refletem 
raios e espectros sobre seu corpo, caminhe, indo em direção a montanha, 
suba na montanha, sem se sentir cansado, vá ao topo da montanha, sinta 
o vento em sua face, desça flutuando, vá pouse suavemente, veja uma 
caverna, desça até o centro e imagine-se atravessando uma cortina de 
fogo, que purifica e harmoniza a tudo e todos, após atravessar a cortina 
de fogo, veja-se em um imenso jardim florido, com bancos brancos de 
mármore, sente-se e se harmonize com a paz do lugar! 
2) SOL & LUA 
(a) Sente-se diante de uma janela e deixe que a claridade solar ou lunar 
invada seu corpo. Sinta a luz penetrando pelo alto de sua cabeça e 
fluindo por todo o corpo. Mantenha sua atenção nesse fluxo de energias 
curativas. 
3) MANTRAS 
(a) Repita o mantra OM durante todo o tempo da sua meditação. Mantras 
são sons que trazem uma determinada qualidade de energia para quem 
os vocaliza. O mantra OM é um dos mais antigos do hinduísmo e sua 
qualidade é o equilíbrio e a serenidade. Ele nos traz energia e ajuda a 
clarear a mente. Veja abaixo outros mantras: 
i. OM MANI PADME HUM (Pronúncia em Sânscrito) 
ii. OM MANI PEME HUNG (Pronúncia em Tibetano) 
iii. O MANTRA – GAYATRI :OM - BHUR BHUVA SWAH /TAT 
SAVITUR VARENAYAM /BHARGO DEVASYA DHIMAHI 
/DHIYO YO NAH PRACHODAYAT 
4) SÍMBOLOS SAGRADOS 
(a) Olhe atentamente para um símbolo ou um objeto sagrado, devocional, 
que lhe chame a atenção naturalmente. Olhe para esse símbolo e 
envolva-se com ele. Observe-o atentamente até que você possa mantê-lo 
com clareza na sua mente, mesmo de olhos fechados, receba as 
sublimes vibrações que eles emitem. Harmonize-se 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
 
 
5) SONS & MÚSICAS 
(a) Sente-se em silêncio e preste atenção a cada som que surgir ao seu 
redor. Dos pássaros, da natureza ou outros. Ouça tudo ao mesmo tempo. 
Não se detenha em nenhum deles. Nenhum é mais importante do que os 
outros, nenhum é melhor ou mais agradável. Não julgue, apenas ouça. 
Evite relacioná-los com os objetos ou seres que os produzem. Permita-se 
ouvir o som puro, o som divino, e perceber sua qualidade intrínseca. 
(b) Música – ouça uma música e viaje pela historia harmoniosa de seus sons, 
veja-se equilibrado e feliz, sinta e viva mentalmente a música. 
6) CORES 
(a) Você pode meditar com as cores também. Pergunte ao seu corpo de qual 
cor ele necessita para estar em harmonia. Aceite qualquer cor que lhe 
venha à mente. Imagine um grande jorro de luz dessa cor fluindo sobre 
você ou mergulhe num oceano tingido com a cor escolhida. Não se 
preocupe em "ver" a cor, você pode apenas senti-la com seus sentidos 
interiores. 
(b) Algumas cores para meditar e envolver-se: violeta, azul, amarelo 
dourado, verde, branca, rosa e vermelho-rubi. Você pode circular com as 
diversas cores do arco-íris pelo seu corpo, pelos seus músculo, ossos e 
órgãos, harmonizando-os e curando-os. 
(c) Você pode repetir o exercício anterior, depois de se banhar nas diversas 
cores veja-as irradiando de seu coração para pessoas que necessitem de 
equilíbrio, saúde e paz, ou envie essa luz para a humanidade. 
7) OBSERVE SEUS PENSAMENTOS 
(a) Observe seus pensamentos e tente perceber o espaço que existe entre 
um e outro. Mesmo numa mente completamente confusa, os 
pensamentos surgem e desaparecem deixando um breve espaço entre si. 
Descubra esse espaço, nem que seja apenas um segundo. Observe-o e 
você vai perceber que ele começará a se ampliar. Ao penetrar nesse 
espaço em branco, você estará além da mente. 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
 
 
PREPARANDO A PRÁTICA 
A prática da meditação, embora simples, requer bastante disciplina e regularidade. 
Abaixo estão algumas dicas de como iniciar sua prática de meditação. 
1. Escolha um lugar sereno onde você possa sentar-se de maneira confortável e com 
a coluna ereta. Pode ser numa cadeira ou no chão com as pernas cruzadas. Sentar-
se sobre uma pequena almofada ajuda a manter as costas eretas. Use roupas que 
não apertem nem incomodem. 
2. Sente-se e feche os olhos. 
3. Concentre-se na respiração, mas inspire e expire normalmente. Não tente controlar 
ou alterar a respiração deliberadamente. Apenas observe. 
4. Um dos exercícios mais simples é observar a respiração. Sinta o ar entrando e 
saindo pelas narinas. Acompanhe seu caminho por todo o corpo. Repare nos 
movimentos da barriga, do peito. Veja se há movimentos ou sensações na pelve, 
pernas, cabeça, etc. Esteja com o ar o tempo todo. 
5. Ao observar a respiração, vai ver que ela muda. Haverá variações na velocidade, no 
ritmo e na profundidade, e pode ser que ela pare por um momento. Não tente 
provocar nenhuma alteração. Novamente, apenas observe. 
6. Comece dando uma ordem mental e vá relaxando dos dedos dos pés, para o peito 
do pé, as pernas, coxas, ventre, abdômen, costas, coluna, dedos das mãos, 
antebraços, braços, ombros, pescoço, cabeça, nuca... Se quiser, relaxe também os 
seus órgãos, músculo, nervos, articulações, e por aí vai. 
7. Acender um incenso ou colocar uma música bem suave pode ajudar a criar um 
clima de tranqüilidade no início. Depois de algum tempo, pode ser que você prefira 
dispensá-los. 
8. Pode ser que você se desconcentre de vez em quando, pensando em outras coisas 
ou prestando atenção aos ruídos externos. Se isso acontecer, desvie a atenção 
para a respiração. 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
9. Se durante a meditação você perceber que está se concentrando em algum 
sentimento ou expectativa, simplesmente volte a prestar atenção na respiração. 
Não gere um conflito com o que vem em sua mente. Identifique, registre, apague e 
esqueça, voltando a acompanhar a sua respiração. 
10. Evite meditar quando estiver com sono ou muito cansado. Você se sentirá frustrado 
por nãoconseguir se concentrar e desanimará de sua prática diária. Um bom 
horário para meditar é pela manhã, quando estamos mais tranqüilos e 
descansados. Porém, isso também é individualizável. Se você sentir que consegue 
melhores resultados à noite, escolha esse horário. 
11. Comece com quinze minutos diários. Coloque um relógio para despertar após esse 
tempo, assim sua mente não poderá sabotá-lo fazendo-o acreditar que já se 
passaram muito mais que quinze minutos. 
12. Não se mova durante esse tempo. O corpo é como um pote e a mente é a água 
dentro dele. Mover o recipiente faz com que a água também se mova e, lembre-se, 
o que você quer é que sua mente permaneça quieta e imóvel. 
13. A atenção deve estar voltada para o objeto da meditação (a respiração, um símbolo, 
um mestre, um grande pensamento universal, numa virtude divina, etc.) sem que 
isso necessite de grandes esforços. Caso você disperse, reconduza sua atenção 
suavemente ao objeto escolhido. 
14. Qualquer coisa que aconteça estará bem. Se houver um monte de pensamentos 
desfilando pela sua cabeça, se você tiver vontade de chorar ou de rir, se você achar 
que nunca vai conseguir se concentrar, tudo bem. 
15. Apenas continue sentado e, sempre que possível, volte a sua atenção para o objeto 
sobre o qual está meditando, criando uma situação feliz, equilibrada e serena, 
pensando no Cósmico. 
16. Ao final, mantenha os olhos fechados e permaneça relaxado por dois ou três 
minutos. Saia do estado de meditação gradualmente, abra os olhos e assuma sua 
rotina. 
 
 
 
REGULARIDADE DA MEDITAÇÃO 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
 Embora os resultados de uma boa meditação possam ser sentidos de imediato, 
somente a regularidade, ou seja, a prática freqüente, pode contribuir de modo constante 
para a ampliação dos benefícios em sua saúde física e mental, ampliação das vibrações 
sutis e espirituais, estado de paz e alegria interior. 
 O ideal é uma prática no mesmo horário, num mesmo local. Caso isso não seja 
possível, procure manter o tempo da meditação constante, ou seja, se você medita dez 
minutos por dia, faça sempre dez minutos de meditação. 
 As pessoas perguntam sempre: Por quanto tempo devo meditar? E quando? Devo 
praticar vinte minutos pela manhã e à noite, ou é melhor fazer várias sessões curtas, ao 
longo do dia? 
Sim, é bom meditar durante vinte minutos, mas isso não significa que vinte minutos 
é o limite. A questão não é por quanto tempo você vai meditar, a questão é saber se a 
meditação de fato lhe traz certo estado de presença mental em que você está um pouco 
aberto e pode entrar em contato com a essência do seu coração. E cinco minutos de 
prática sentado, plenamente consciente, têm valor muito maior do que vinte minutos de 
cochilo! 
Uma outra dúvida que surge é qual o tempo de prática da meditação? 
 Não existe um prazo. Pode ser por sua vida inteira, por anos, por meses. Sugerimos 
que ela seja praticada por toda a sua vida, pois assim os benefícios espirituais se ampliam, 
se consolidam e se mantém numa freqüência vibracional elevada e permanente. 
 Outra questão: é melhor dez minutos de boa meditação, do que duas horas de 
meditação inconstante, não relaxada, não conectada, não inserida num contexto de 
elevação espiritual. 
MEDITAÇÃO E O COTIDIANO 
 
Rinpoche (um sábio tibetano) diz que um iniciante em meditação deve praticar em 
sessões curtas, ou seja, praticar por quatro ou cinco minutos e então fazer uma pequena 
pausa de apenas um minuto. Durante a pausa não abandonar o estado desperto de sua 
consciência. É curioso que às vezes, quando você está lutando para praticar corretamente, 
no exato momento em que descansa — se ainda está alerta e no presente — é que a 
meditação de fato acontece. Por isso a interrupção é parte tão importante da meditação 
quanto se centrar no Cristo Interior. 
Ao apresentar esse texto lembro que aos “modernos” praticantes da espiritualidade 
de supermercado, iludidos com o “poder mágico”, faltam conhecimentos de como integrar 
a prática da meditação com a vida de todo dia. 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
Nunca será demais lembrar que você deve integrar meditação na ação diária, isto é 
a base e o ponto central, o propósito da própria meditação: trazer ao cotidiano a 
experiência mística. A violência e a tensão, os desafios e as distrações da vida moderna 
fazem essa integração ainda mais urgente e necessária. 
É comum ouvir pessoas dizerem “meditei por vários anos, mas não mudei”. Isto 
porque há um abismo entre aquilo que você considera prática espiritual e seu cotidiano. 
Eles parecem existir em dois mundos separados e nenhum desses mundos inspira o outro. 
Como obter então essa integração, esse permear do quotidiano com o calmo estado 
de espírito e o largo desapego da meditação? Não há substituto para a prática regular, 
porque apenas através da prática real começaremos a experimentar de maneira 
inquebrantável a tranqüilidade da natureza da nossa mente, sendo assim capazes de 
sustentar essa experiência na vida de todo dia. 
Então, após meditar, é importante não se entregar à tendência que temos para 
solidificar o modo como percebemos as coisas. Quando você retorna à vida de todo dia, 
deixe que a sabedoria, a percepção de si mesmo, a compaixão, o humor, a fluidez, o 
espaço e o desapego que a meditação lhe trouxe penetrem na sua experiência 
quotidiana. 
Então o que importa de fato não é só a prática de sentar-se para meditar, mas muito 
mais o estado da mente em que você se encontra depois da meditação. 
Isso é integração. E se você quer consegui-la, o que precisa fazer não é praticar 
apenas como remédio ou terapia ocasional, mas como se isso fosse seu sustento diário 
ou alimentação. Por isso, um modo excelente de desenvolver a capacidade de integração 
é praticar num ambiente de retiro, longe das tensões da vida urbana moderna. 
Com muita freqüência as pessoas procuram a meditação com a esperança de 
resultados extraordinários, como visões, luzes ou algum milagre sobrenatural. Quando 
nada disso acontece, sentem-se desapontadas. Mas o milagre verdadeiro da meditação é 
mais ordinário e muito mais útil. É uma transformação sutil, que não acontece apenas na 
sua mente e nas suas emoções, mas também e realmente no seu corpo. E é muito 
curativa. Cientistas e médicos descobriram que, quando você está em boa disposição de 
espírito, até mesmo as células do seu corpo estão como se estivesse e se sentissem 
mais felizes; e quando sua mente está num estado negativo, suas células podem se 
tornar malignas. O estado geral de sua saúde tem muito a ver com o estado da sua 
mente e com seu modo de ser. 
Disse aqui que a meditação é a estrada para a iluminação e o maior empenho da 
nossa vida. Todas as vezes que falo a respeito da meditação para meus alunos, sublinho a 
necessidade de praticá-la com disciplina resoluta e orientada devoção; ao mesmo tempo, 
sempre lhes digo como é importante fazer isso do modo mais criativo e inspirado possível. 
Em certo sentido a meditação é uma arte, e você deve trazer até ela o deleite do artista e a 
fertilidade da invenção. 
Torne-se tão inspirado, elevado, místico no respirar para obter sua paz quanto você 
está nas andanças neuróticas e competitivas do mundo. É muito simples ser destrutivo, 
violento, paranóico e agressivo, embora seja muito difícil ser pacífico. 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
Assim se achar que a meditação não chega fácil à sua sala na cidade, seja criativo 
e saia para a natureza. Ela é sempre uma fonte infalível de inspiração. Para acalmar sua 
mente, dê um passeio no parque ao nascer do sol, ou observe o sereno numa rosa do 
jardim. Deite-se na grama e contemple o céu, deixando sua mente se expandir em sua 
amplidão. Deixe que o céu de fora desperte o céu que há dentro de você. Entre num 
riacho e misture sua mente à música da água; torne-se umcom essa sonoridade 
incessante. Sente-se ao lado de uma cascata e deixe seu riso purificador refrescar-lhe o 
espírito. Caminhe numa praia e receba o vento do mar, em cheio, doce, em seu rosto. 
Comemore e use a beleza do luar para equilibrar sua mente. Sente-se junto a um lago ou 
num jardim e, respirando tranqüilamente, deixe sua mente quedar-se silenciosa enquanto 
a lua sobe majestosa e lenta na noite sem nuvens. 
 
Tudo pode ser usado como um convite à meditação. Um sorriso, um rosto no metrô, 
a visão de uma pequenina flor crescendo numa rachadura do calçamento, um belo traje 
numa vitrina, o modo como o sol banha vasos de flores em uma janela. Esteja desperto 
para qualquer sinal de beleza e graça. Ofereça cada alegria, mantenha-se desperto em 
todos os momentos para "as novidades que sempre estão chegando do silêncio". 
Numa situação cotidiana lembre sempre que o humor e a atmosfera da nossa 
mente têm uma grande influência sobre nós. Se sua atmosfera é “positiva” tudo será 
positivo, mas se sua atmosfera for “negativa” ou “ baixo-astral” tudo ao seu redor será 
ruim. 
Se a situação for aparentemente ruim, pare e respire, nada é ruim, mas a sua 
percepção está equivocada. Sente-se com a atenção voltada para sua mente e sinta seu 
bom humor e sua atmosfera cheia de alegria. Se o humor está inquieto ou a atmosfera 
está sombria, ao inspirar absorva mentalmente tudo o que é insalubre ou prejudicial; e ao 
expirar dê mentalmente calma, clareza e alegria, purificando e curando a atmosfera e o 
ambiente da sua mente. 
Às vezes, sentimos culpa. Às vezes, somos arrogantes. Em outras, nossos 
pensamentos e lembranças nos aterrorizam e nos tornam muito infelizes. Os pensamentos 
cruzam nossa mente o tempo todo e, quando sentamos, estamos dando a todos eles 
muito espaço para que surjam. 
Como nuvens em um céu amplo ou ondas em um vasto mar, estamos dando a 
todos os nossos pensamentos espaço para que apareçam. Quando um deles atrai nossa 
atenção e nos arrebata, quer seja agradável ou desagradável, devemos rotulá-lo 
"pensando", com toda a abertura e bondade que pudermos reunir, e deixar que ele se 
dissolva no amplo céu. Não há problema se as nuvens e ondas imediatamente retornam. 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
Simplesmente reconhecemos sua existência mais uma vez, com amizade incondicional, 
rotulamos "pensando" e deixamos que elas se dissolvam continuamente. 
Às vezes, as pessoas usam a meditação para tentar evitar mais sentimentos ou 
pensamentos perturbadores. Tentamos usar o rótulo como uma forma de afastar o que 
nos incomoda e, quando nos conectamos com algo prazeroso ou inspirador, podemos 
achar que finalmente conseguimos e tentamos ficar nesse ponto onde há paz, harmonia e 
onde não temos nada a temer. 
Portanto, desde o início, é bom lembrar sempre que meditar relaciona-se com abrir 
e relaxar, surja o que surgir, sem selecionar ou escolher. Definitivamente, não significa 
reprimir nada e também não tem a finalidade de estimular o apego. 
 
Não devemos rejeitar esse aspecto, mas compassivamente reconhecê-lo como 
"pensando" e deixar que ele vá. Então aparece uma surpresa muito agradável. Tudo bem. 
Que seja assim. Mais uma vez, não devemos nos apegar a esse aspecto, mas 
compassivamente reconhecê-lo como "pensando" e deixar que ele vá. Portanto, como 
meditadores, também podemos parar de lutar contra nossos pensamentos e perceber que 
honestidade e senso de humor são muito inspiradores e úteis contra ou a favor de algo. 
De qualquer forma, o objetivo não é tentar livrar-se dos pensamentos, mas ver sua 
verdadeira natureza. Ficaremos dando voltas inúteis com nossos pensamentos se 
acreditarmos em sua solidez. Na verdade, eles são como imagens de sonho. São como 
uma ilusão — não são tão sólidos assim. Como dizemos, são apenas pensamentos. 
No início, as pessoas acham essa meditação empolgante. É como um novo projeto 
e achamos que a prática talvez nos livre de nossos aspectos indesejáveis e nos torne 
pessoas alertas, isentas de julgamento e incondicionalmente cordiais. Entretanto, após um 
certo tempo, essa sensação se esgota. Encontramos um tempo todos os dias e sentamos 
em nossa própria companhia. Voltamos à respiração continuamente, atravessamos o 
tédio, a irritação, o medo e o bem-estar. Essa perseverança e repetição — quando contêm 
honestidade, leveza, humor e bondade — são a própria recompensa. 
MEDITAÇÃO PARA SER BUDDHA 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
 
Buddha é uma palavra em sânscrito que significa totalmente desperto. Ele se 
refere não apenas a Shakyamuni, ou Gautama, o fundador dos ensinamentos que vieram 
a ser conhecidos como o budismo, mas também a qualquer pessoa que atinge a 
iluminação, do mesmo modo que Cristo, o Ungido, possui o mesmo significado 
Há incontáveis seres iluminados, chamados de Mestres Cósmicos ou 
Ascencionados, que são seres que transformaram completamente suas mentes, 
eliminaram toda a energia negativa e se tornaram completos, perfeitos. 
Eles não estão confinados a um corpo físico impermanente, como nós, mas estão 
livres da morte e do renascimento. Eles podem ficar em um estado de consciência pura, 
ou aparecer de diversas formas — um pôr-do-sol, uma música, um mendigo, um professor 
— para comunicar sua sabedoria e amor aos seres comuns. Eles são a própria essência 
da compaixão e da sabedoria, e sua energia está ao nosso redor, todo o tempo. 
Cada ser vivo, pela virtude de ter uma mente, é capaz de se tornar um buddha. A 
natureza fundamental da mente é pura, clara e livre das nuvens de conceitos e emoções 
perturbadores que a obscurecem. Enquanto nos identificarmos com os estados confusos 
da mente, acreditando, "Eu sou uma pessoa raivosa, Eu sou deprimido, Eu tenho muitos 
problemas, Eu sou sozinho, Eu sou doente, Eu sou sofredor", não nos daremos nem 
mesmo a oportunidade para mudar. 
É claro que nossos problemas são muito profundos e complexos, mas não são reais 
e sólidos como pensamos. Também temos a sabedoria que pode reconhecer nosso 
pensamento confundido, e a capacidade de dar e de amar. É uma questão de identificação 
e desenvolvimento gradual destas qualidades, até chegar ao ponto em que elas surjam 
espontaneamente e sem esforço. Não é fácil tornar-se iluminado, mas é possível. 
A PREPARAÇÃO 
Pense muito e irradie sempre amor e compaixão, refletindo brevemente sobre todos 
os seres da humanidade, nossos irmãos de humanidade. Expresse seu desejo de 
experimentar a verdadeira felicidade e seu desejo de evitar o sofrimento. Então pense que 
de seu coração a compaixão se derrama para a humanidade, para ajudar a todos os seres 
e conduzi-los à paz e felicidade perfeitas por meio do contato com a própria iluminação, de 
Buddha, pois só assim eu poderei atingir a minha iluminação. 
Por este objetivo, estou praticando esta meditação. Pelo mérito que criei através da 
prática diária da generosidade e das outras virtudes, possa eu atingir o estado de 
iluminação de Buddha para ajudar a todos os seres que vivem neste Universo. 
 
LUIZ FRANKLIN DE MATTOS 
A VISUALIZAÇÃO DO BUDDHA 
Cada aspecto da visualização deve ser feito de pura luz dourada transparente, 
intangível e radiante que sai do centro de seu coração. Veja-se completamente envolvido 
nessa luz dourada dos pés até a cabeça, com um campo energético dourado de uns dois 
metros. 
Veja-se no Tibet, caminhando pelo Himalaia, num imenso vale verdejante, até uma 
planície cercada por dois riachos de águas cristalinas. No Meio de um pequeno platô há 
um grande trono dourado, adornado com jóias. Sobre a superfície plana do trono, está um 
assento, constituído de um grande lótus aberto e dois discos radiantes, representando o 
sol e a lua, um sobre o outro. 
Sentado sobre isto, está o Buddha, que atingiu estas realizações e é a 
corporificação de todos os seres iluminados. Ele está sentado na postura de lótus 
completo.A palma de sua mão direita está sobre o joelho direito, com os dedos tocando o 
assento de lua, significando o seu grande controle. Sua mão esquerda está sobre seu 
colo, em gesto de meditação, segurando um pote cheio de néctar, que é o remédio para 
curar nossos estados perturbadores e outros obstáculos. 
O rosto de Buddha é muito belo. Seu olhar sorridente e compassivo está 
direcionado para você e, simultaneamente, para todos os outros seres. Sinta que ele é 
livre de todos os pensamentos de julgamento e crítica, e que ele aceita a você assim como 
é. Seus olhos são longos e finos. Seus lábios são vermelho-cereja. Seus cabelos são 
pretos. 
A PURIFICAÇÃO 
Sinta a presença viva do Buddha e tome refúgio nele, recordando suas qualidades 
perfeitas e sua disposição e habilidade para ajudá-lo. Faça um pedido, de coração, para 
receber as bênçãos e se tornar livre de toda a energia negativa, enganos e outros 
problemas, e para receber todas as realizações do caminho para a iluminação. 
Seu pedido é aceito. Um fluxo de luz branca e dourada purificadoras, cuja natureza 
é a mente iluminada, flui do coração de Buddha e entra em seu corpo, pela topo de sua 
cabeça. Assim como a escuridão de uma sala é instantaneamente eliminada no momento 
em que uma luz é ligada, assim também a escuridão de sua energia negativa é eliminada 
sob o contato com esta luz branca radiante. 
Quando você terminar, sinta que toda a sua energia negativa, problemas e 
obscurecimentos sutis foram purificados. Seu corpo sente felicidade e luz. Concentre-se 
nisto por um instante. Volte à consciência objetiva lentamente.

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