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Capítulo II

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CARLA DE SOUZA ZAMPIER
Capítulo II - Inflamação Aguda e Crônica
Visão geral da inflamação: é uma resposta protetora do hospedeiro a invasores estranhos e tecidos necróticos, porém ela mesma pode causar lesão tecidual;
● Os principais componentes da inflamação são a reação vascular e a resposta celular. Ambas são ativadas por mediadores derivados das proteínas plasmáticas e de várias células;
- As manifestações externas da inflamação, chamadas de sinais cardinais, que resultam da reação vascular e resposta celular, são: calor, rubor e tumor;
- Os dois sinais cardinais adicionais da inflamação aguda, dor e perda de função, ocorrem como consequência da elaboração do mediador e da lesão mediada por leucócitos;
● As etapas da resposta inflamatória podem ser lembradas com os cinco R:
1. Reconhecimento do agente lesivo;
2. Recrutamento dos leucócitos;
3. Remoção do agente;
4. Regulação (controlo) da resposta;
5. Resolução (reparo).
Inflamação aguda: é uma resposta rápida e de curta duração à lesão ou a micróbios e outras substâncias estranhas, que é designada a levar leucócitos e proteínas plasmáticas para os locais da lesão;
» A inflamação aguda possui dois componentes principais: alterações vasculares e eventos celulares.
» Estímulos para a inflamação aguda: infecções, trauma, agentes químicos e físicos, necrose tecidual, corpos estranhos e reações imunológicas.
Alterações vasculares: alterações do calibre vascular que resultam num aumento do fluxo sanguíneo (vasodilatação) e alterações estruturais que permitem que as proteínas plasmáticas deixem a circulação (aumento da permeabilidade vascular).
- Lesão endotelial: 
» Resulta no extravasamento vascular, causado por necrose e desprendimento da célula endotelial;
» Resposta contínua imediata: o extravasamento começa imediatamente após a lesão e persiste por várias horas (ou dias) até que os vasos danificados sejam trombosados ou reparados;
» Extravasamento prolongado tardio: começa após um certo tempo (de 2 a 12 horas),
durante várias horas ou dias, e envolve vênulas e capilares (ex.: queimadura solar que aparece ao anoitecer, após um dia no sol).
- Lesão endotelial mediada por leucócitos: Acumulação de leucócitos que libertam muitos mediadores tóxicos.
- Trancitose aumentada: Ocorre via canais formados pela fusão de vesículas intracelulares, aumentando a permeabilidade vascular após exposição a certos mediadores (ex.: VEGF).
- Extravasamento de novos vasos sanguíneos: O reparo do tecido envolve a formação de novos vasos (angiogênese).
Respostas dos vasos linfáticos;
● A pequena quantidade de líquido intersticial normalmente formada é removida por drenagem linfática;
●Na inflamação, o fluxo da linfa é aumentado e auxilia a drenagem do fluido do edema do espaço
extra vascular;
● Além do líquido, os leucócitos e os restos celulares podem caminhar na linfa;
● Nas reações inflamatórias mais severas (ex.: micróbios), os linfáticos podem transportar o
agente lesivo, tornando-se inflamados secundariamente (linfagite), bem como os nódulos
linfáticos de drenagem (linfadenite), estes últimos estando frequentemente aumentados.
Lesão tecidual induzida por leucócitos:
● Os leucócitos podem eliminar micróbios e células mortas através de fagocitose seguida de
destruição nos fagolisossomas;
● A destruição é causada por radicais livres (ERO, NO) gerados nos leucócitos activados e nas
enzimas lisossômicas;
● As enzimas e as ERO podem ser libertadas para o meio extracelular, por vários mecanismos:
- Se o vacúolo fagocítico permanecer temporariamente aberto para fora, antes do fechamento
completo do fagolisossoma (regurgitação durante a alimentação);
- Se as células encontrarem materiais que não podem ser facilmente ingeridos (ex.: Imuno complexos depositados na membrana basal glomerular), a tentativa de fagocitar estas
substâncias (fagocitose frustrada) inicia uma forte ativação dos leucócitos e as enzimas são
libertadas dentro do tecido circundante ou no lúmen;
- Depois da fagocitose de substâncias potencialmente nocivas (ex.: cristais de urato), que lesam a
membrana do fagolisossoma.
Mediadores químicos da inflamação:
● Os mediadores podem ser produzidos localmente pelas células, no sítio da inflamação, ou
podem estar em circulação no plasma (sintetizados pelo fígado) como precursores
inativos que são ativados no local da inflamação;
● A maioria dos mediadores induz os seus efeitos através da ligação a receptores específicos nas
células-alvo;
● Os mediadores podem estimular a libertação de moléculas efetoras secundárias pelas células alvo;
● As ações da maioria dos mediadores são estreitamente reguladas.
Inflamação crônica: – é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses ou anos) na
qual a inflamação ativa, destruição tecidual e reparação ocorrem simultaneamente;
- Infiltração de células mononucleares, incluindo macrófagos, linfócitos e plasmocitos;
- Destruição tecidual, francamente induzida pelos produtos das células inflamatórias;
- Reparo, envolvendo proliferação de novos vasos (angiogênese) e fibrose;
Inflamação aguda pode progredir para inflamação crônica quando a resposta aguda não pode
ser resolvida, ou devido à persistência do agente lesivo ou por causa da interferência com o
processo normal de cura;
A inflamação crônica origina-se nos seguintes contextos:
- Infecções persistentes por microrganismos difíceis de erradicar (ex.: micro bactérias, Treponema pallidum), que causam infecções persistentes e suscitam uma resposta imune mediada por linfócitos (hipersensibilidade tardia);
- Doenças inflamatórias imunomediadas (distúrbios de hipersensibilidade);
- Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos.
Inflamação granulomatosa:
● Consiste num padrão distintivo da inflamação crônica, caracterizada por agregados de macrófagos ativados que assumem uma aparência epitelial;
 Ex.: tuberculose, hanseníase, sífilis, doença de Crohn;
● Efetivamente, a formação de um granuloma “encerra” o agente ofensor e, portanto, é um
mecanismo útil de defesa, mas nem sempre isto acontece e em algumas doenças (ex.:
tuberculose) a inflamação granulomatosa com fibrose subsequente pode ser a principal causa da
disfunção do órgão;
Morfologia
- Nas preparações com H&E, as células epiteliais nos granulomas exibem um citoplasma
granular róseo com limites celulares indistintos;
- Os agregados de macrófagos epiteliais são circundados por um colar de linfócitos;
- Normalmente, são encontradas células gigantes multinucleadas nos granulomas;
- Nos granulomas associados com certos microrganismos infecciosos (bacilo da tuberculose), a
combinação de hipóxia e lesão por radical livre leva a uma zona central de necrose com
aparência granular caseosa macroscopicamente (necrose caseosa).
Efeitos sistêmicos da inflamação:
● Febre: citocinas (TNF e IL-1) estimulam a produção de prostaglandinas no hipotálamo;
● Produção de proteínas da fase aguda: proteína C reativa, fibrinogênio e proteína amilóide
A sérica; síntese estimulada por citocinas (IL-6, outras) agindo nas células do fígado;
● Leucocitose: as citocinas (fatores estimulantes de colônias) estimulam a produção de
leucócitos dos precursores na medula óssea;
● Outras manifestações da resposta da fase aguda: aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial; redução da sudorese; tremores, calafrios, anorexia, sonolência e mal-estar;
● Em diversas infecções graves, choque séptico: queda na pressão sanguínea, coagulação
intravascular disseminada, anomalias metabólicas; induzidas por altos níveis de TNF.

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