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PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEL

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CURSO DE INICIAÇÃO 
PROFISSIONAL – Unidade 3 
 
 
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
Ministério do Meio Ambiente - MMA 
Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis 
Raquel Breda dos Santos - Diretora do Departamento de Produção e Consumo 
Sustentáveis 
Rivaldo Pinheiro Neto - Gerente de Projeto 
 
Apoio 
Gustavo de Oliveira – Analista Ambiental 
 
Departamento de Educação Ambiental 
 
Renata Rozendo Maranhão – Diretora do Departamento de Educação Ambiental 
Nadja Janke – Gerente de Projeto 
 
Apoio 
 
Ana Luisa Teixeira de Campos – Analista Ambiental 
 
 
Equipe de desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
 
Conselho Regional 
 
Antônio Ricardo Alvarez Alban 
 
Diretoria Regional Bahia 
 
Leone Peter Correia da Silva Andrade 
 
Departamento Regional Bahia 
 
Área de Meio Ambiente 
 
Edisiene de Souza Correia 
 
Núcleo de Inovação e Tecnologias 
Educacionais 
 
Ricardo Santos Lima 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenação Técnica do Projeto 
 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
 
Coordenação Educacional 
 
Marcelle Rose da Silva Minho 
 
Coordenação de Produção 
 
André Luiz Lima da Costa 
 
Autores 
 
Alexsandro dos Santos Reis 
Ana Karina da Silva Torres 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
Edisiene de Souza Correia 
Flávia Bezerra Amorim 
José Rafael Nascimento Lopes 
Kátia Goés Macedo de Oliveira 
Marina Lordelo Carneiro 
Michelle Cruz Costa Calhau 
Patrícia Bahia da Silva 
Thiago Henrique Carvalho do Nascimento 
 
 
Revisão Técnica 
 
Alexsandro dos Santos Reis 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
Flávia Bezerra Amorim 
Geovana Cardoso Fagundes Rocha 
Marina Lordelo Carneiro 
Patrícia Bahia da Silva 
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva 
Vanessa de Souza Lemos 
 
Revisão Pedagógica 
 
Geovana Cardoso Fagundes Rocha 
Vanessa de Souza Lemos 
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva 
 
Projeto gráfico e diagramação 
 
Fábio Ramon Rego da Silva 
 
Revisão 
 
Lídia Chagas de Santana 
 
 
 
 
Equipe de Ilustradores: 
 
Alex Romano 
Antônio Ivo 
Daniel Soares 
Fábio Ramon 
Leonardo Silveira 
Ricardo Barreto 
Vinicius Vidal 
 
Este curso foi desenvolvido a partir do Acordo de Cooperação de Pequena Escala, 
SSFA/BRA-002/2013, celebrado no âmbito do Projeto n° 61-P7 (Brazil Project): 
"Produção e Consumo Sustentáveis" entre o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento 
Regional da Bahia – SENAI/DR/BA para o Ministério do Meio Ambiente – MMA. 
 
Departamento de Produção e Consumo Sustentável 
Ariel Cecílio Garces Pares 
 
Coordenação-Geral 
Rivaldo Pinheiro Neto 
 
Equipe do MMA 
Gustavo de Oliveira 
Vana Tercia Silva de Freitas 
Alan Ainer Boccato Franco 
Adeilton Santos Moura 
Anísia Batista Oliveira de Abreu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOS INICIAIS DE CONSUMO SUSTENTÁVEL 
O padrão de vida socioeconômico é um dos pontos que mais impacta no padrão de 
consumo das pessoas. Por exemplo, quanto maior o poder aquisitivo, maior consumo que, 
por sua vez, acarreta aumento no consumo de energia, água e outros elementos naturais 
o que gera problemas ambientais. Vamos aprender conceitos que nos ajudarão a 
compreender o consumo sustentável. 
 
Consumo e Consumismo 
 
Cada vez mais ouvimos nos meios de comunicação as palavras consumo e consumismo. 
Enquanto o consumo é a necessidade de obter um serviço ou produto para atender a uma 
finalidade específica, o consumismo não analisa a real necessidade. Cabe destacar que o 
consumo interage diretamente com a sustentabilidade e pode ser um poderoso 
instrumento para alcançá-la (COMPERJ). 
 
Já o consumismo vem a ser o ato de consumir, em excesso, produtos e serviços que, na 
maioria das vezes, o consumidor não tem necessidade alguma de adquirir. Muitos de nós 
não paramos para pensar de que forma compramos, por que compramos e o que pode 
estar associado ao ato de comprar. 
 
Consumerismo 
 
A prática do consumismo está presente em nossa sociedade há muito tempo, no entanto, 
parte da sociedade já tem demonstrado está contrária ao padrão insustentável do consumo. 
O movimento mais antigo que conhecemos referente à relação do consumo é conhecido 
como Consumerismo, que se iniciou no final do século XIX, nos Estados Unidos. Foi a 
partir desse movimento que se originou o Direito do Consumidor, segundo MMA (2005): 
 
“... Considerando as imperfeições do mercado e sua incapacidade de 
solucionar, de maneira adequada, uma série de situações como 
práticas abusivas, acidentes de consumo, injustiças nos contratos de 
adesão, publicidade e informação enganosa, degradação ambiental, 
exploração de mão-de-obra etc., o consumerismo deu origem ao 
Direito do Consumidor, uma disciplina jurídica que visa estudar as 
relações de consumo, corrigindo as desigualdades existentes entre 
fornecedores e consumidores (MMA, 2005)....” 
 
 
 
No Brasil, as práticas consideradas consumeristas, foram registradas a partir dos anos 80 
(SANTOS, 2009). De modo geral esse movimento sugere a seleção, não apenas de 
produtos, mas de empresas que possuam em seu histórico boas práticas ambientais, sejam 
socialmente justas com seus funcionários e possuam relações transparentes e éticas com 
seus clientes. 
 
Você Sabia? 
Existe uma grande organização, a Consumers International, de caráter transnacional, que 
atua em 115 países e se configura como uma intensa rede de movimentos em defesa dos 
consumidores. 
 
Novas Práticas de Padrões de Consumo 
 
A partir da Rio 92 o tema do impacto ambiental do consumo surgiu como uma questão 
de política ambiental relacionada às propostas de sustentabilidade. Ficou cada vez mais 
claro que estilos de vida diferentes contribuem de forma diferente para a degradação 
ambiental (MMA,2005). 
 
Diversas estratégias começaram a ser disseminadas através de organizações 
ambientalistas com o objetivo de sensibilizar os cidadãos da necessidade de mudança de 
padrão de consumo. Esse movimento gerou uma nova forma de ver e agir e fez surgir as 
seguintes estratégias: 
 
- Consumo verde 
Nessa estratégia o consumidor busca a compra de produtos que sejam verdes, ou seja, que 
possuam selos ou que sejam oriundos de empresas responsáveis: 
 
“...o consumidor, além de buscar melhor qualidade e preço, inclui em 
seu poder de escolha, a variável ambiental, dando preferência a 
produtos e serviços que não agridam o meio ambiente, tanto na 
produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte final 
(MMA, 2005). ..” 
 
 
 
 
 
Ao escolher produtos sustentáveis o consumidor tem a possibilidade de valorizar seu 
poder de compra e influenciar o mercado produtor. 
 
Nessa estratégia as empresas investiram em inovação e tecnologia para a produção de 
produtos verdes. No entanto, esses produtos se tornaram mais caros não atingindo a 
maioria da população. O consumidor passou a trocar de marcas e continuou a consumir 
na mesma velocidade, mas, por outro lado, passou a dar preferência a produtos 
ambientalmente corretos. 
 
- Consumo consciente e responsável 
 
A proposta do consumo consciente e responsável, também conhecido como consumo 
ético, é a mudança individual no padrão de consumo considerando não somente o aspecto 
ambiental, mas, também, o social. Os impactos gerados pela ação de consumir que 
envolvem a produção, o uso e o descarte dos produtos, também são considerados. O 
principal ator desse cenário é o consumidor, pois ele será o responsável por essa mudança 
de paradigma. Ao disseminar essa nova postura, ele passará a receber a denominação de 
Consumidor Consciente. 
Esse consumidorse preocupa com suas escolhas, pesquisa informações, analisa o produto 
e dá preferência por empresas sérias, com responsabilidade ambiental e que sejam 
socialmente justas, economicamente viáveis e ambiental e socialmente corretas, de 
acordo com os princípios da sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba Mais 
Foi elaborado na Rio +20 pelo Instituto Akatu o decálogo do consumo consciente, onde 
foram elaboradas propostas de produção sustentável. 
Fonte: AKATU (2012). 
 
 - Consumo Sustentável 
 
O consumo sustentável é uma proposta mais ampla que as anteriores, pois além das 
inovações tecnológicas e das mudanças nas escolhas individuais de consumo, enfatiza 
ações coletivas e mudanças políticas, econômicas e institucionais para fazer com que os 
padrões e os níveis de consumo se tornem mais sustentáveis (MMA, 2005). 
 
Dessa forma, precisamos ser consumidores responsáveis e contar com política pública 
que propiciem a produção sustentável aliada ao direito do consumo com justiça social e 
sustentabilidade ambiental. Segundo MMA (2005): “Neste sentido, é necessário envolver 
o processo de formulação e implementação de políticas públicas e o fortalecimento dos 
movimentos sociais”. 
 
O consumo sustentável é resultante da mudança: do pensar, do agir e do sentir. Leva 
naturalmente a pensar de forma coletiva, a agir de forma sustentável e a sentir socialmente 
responsável. Pensando na qualidade de vida, valorizando o SER e não o TER, 
demandando menos recursos naturais, produzindo menos resíduos e proporcionando 
bem-estar às futuras gerações. 
 
No momento em que nós nos percebemos como parte importante desse sistema e 
assimilamos uma postura consciente, passamos a adotar práticas de consumo sustentável 
e a buscar influenciar e transformar o meio em que vivemos, para transformá-lo em um 
ambiente mais equilibrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS E DEVERES DOS CONSUMIDORES 
 
Agora estudaremos os nossos direitos e deveres como consumidores, o novo paradigma1 
da sociedade de consumo, como é ser um consumidor consciente e a importäncia da 
cidadania. 
 
A construção do padrão consciente de consumo exige relações mais estreitas entre 
governo, produtores, comerciantes e consumidores em busca de formas alternativas e 
solidárias de produção, articulando experiências de mercados limpos e justos com o 
movimento de consumidores. Porém, para que este cenário se constitua, um dos 
propósitos é que os cidadãos, em busca da cidadania, lutem pela conquista dos seus 
direitos e que possam legitimá-los. 
 
Normalmente o consumo e a cidadania são pensados juntos e o ato de adquirir um bem 
de consumo segue as forças do mercado que influenciam e direcionam muitas de nossas 
ações. Para se proteger, o consumidor deve ser crítico, ético e responsável por suas 
atitudes, ter interesse pelos problemas coletivos, se associar e sempre reivindicar novos 
direitos. 
 
Quando o consumidor, após adquirir um produto, ficar insatisfeito, perceber que foi ou 
poderá ser lesado, ele poderá agir de duas formas: individualmente, buscando um 
ressarcimento pelo dano causado ou coletivamente, se possuir informações necessárias 
para uma análise crítica e perceber que o produto adquirido ou o serviço contratado não 
é seguro ou traz prejuízos sociais e ambientais, entrando com ação coletiva contra a 
empresa ou acionando o Ministério Público, ou seja, agindo de fato como um cidadão. 
Dessa forma, a partir de conhecimentos adquiridos, ele passa a se empoderar para atuar 
de forma cidadã. 
 
Podemos citar como estratégias de empoderamento2 do consumidor (MMA, 2005 
adaptado): 
 
- Organização de cooperativas ou redes de consumo: permite o consumidor escapar 
da relação de exploração na esfera do consumo, fortalecendo a percepção coletiva; 
- Boicote: definido como uma recusa planejada e organizada a comprar bens ou 
serviços de certas lojas, empresas e até mesmo países; 
- Rotulagem ambiental: informa sobre os aspectos ambientais de uma empresa, 
possibilitando o consumidor optar por consumir com responsabilidade 
socioambiental; 
- Economia solidária: prática associativa e solidária com valorização da cultura e 
do ser humano. Os consumidores que consomem bens oriundos da economia 
solidária estão combatendo a exclusão social. 
 
Perceba que no momento em que as insatisfações são identificadas e discutidas 
coletivamente, temos a possibilidade de contribuir para uma sociedade mais justa. Para 
 
1 Um modelo, padrão a ser utilizado. 
2 Adquirir conhecimento, capacitar. 
 
 
 
 
assegurar nosso direito enquanto consumidores, várias leis foram elaboradas para garantir 
o direito do consumidor e garantir uma relação saudável entre as empresas e a sociedade. 
 
No Brasil, no início dos anos de 1990, iniciou a vigência da mais importante lei para os 
consumidores, o Código de Defesa do Consumidor, que institui vários tipos de proteção 
para quem adquire produtos e serviços no mercado. O documento prevê também padrões 
de conduta, prazos e penalidades em caso de desrespeito à lei (BRASIL, 2009). 
 
Saiba Mais 
O PROCON – Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor atua em todo Brasil e é 
destinado à defesa dos direitos e interesses dos consumidores e funciona como órgão 
auxiliar do poder judiciário. 
 
Os direitos dos consumidores em geral têm consagração no artigo 6º do Código de Defesa 
do Consumidor, Lei Nº 8.078, de 11 de Setembro de 1990, sintetizados da seguinte forma 
(MMA, 2005): 
 
• Proteção da vida, saúde e segurança; 
• Educação para o consumo; 
• Informação adequada e clara sobre produtos e serviços; 
• Proteção contra a publicidade enganosa e abusiva e métodos comerciais ilegais; 
• Proteção contra práticas e cláusulas abusivas nos contratos; 
• Prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais; 
• Adequação e prestação eficaz dos serviços públicos em geral; 
• Acesso à justiça e aos órgãos administrativos e facilitação da defesa em favor do 
consumidor. 
 
Com este código, a pressão política exercida pelos movimentos coletivos dos 
consumidores conseguiu se organizar de tal forma que passou a influenciar e atuar nas 
relações de consumo e em algumas decisões do país. 
 
Você Sabia? 
 
Existe um congresso mundial dos consumidores realizado para discutir direitos desse 
público. O 20º Congresso Consumers International debateu como os desafios globais 
oriundos do século XXI. 
 
Com atitudes corretas e coletivas, teremos uma sociedade cada vez mais justa em que o 
consumo se transforma numa prática social, política e ecológica. 
 
 
 
 
 
 
 
3R’S – REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR 
 
Atualmente o termo “resíduo sólido” (a sobra de qualquer material que foi utilizado), 
tem sido adotado em substituição a palavra lixo que é descrita nos dicionários como algo 
inútil e sem valor. O termo resíduo sólido, que ganhou força a partir da Lei n° 12.305 de 
2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é considerado como um bem 
de valor econômico e social, diferente de rejeito que vem sendo aplicado para aqueles 
materiais que ainda não têm uma alternativa de reaproveitamento e não apresentam outra 
possibilidade de destinação final3 que não a disposição ambientalmente adequada4. Esses 
conceitos são primordiais para a aplicação de ações prioritárias na gestão de resíduos 
sólidos conhecidos como 3R’s: reduzir, reutilizar e reciclar. Vamos estudar cada um 
deles? 
 
Reduzir 
 
Para reduzir a geração de resíduos é importante analisarmos nosso padrãode produção 
e consumo, pois significa consumir menos e de forma consciente (consumo sustentável) 
e adotar medidas de produção que gere menos resíduo (produção sustentável). Dessa 
forma, é necessário investimento em educação e treinamento dos empresários, 
funcionários e da população em geral, visto que exige mudança do comportamento, 
causado pela falta de informação e atitudes de uma sociedade acostumada com o 
desperdício. 
 
Assim, é importante refletirmos ao fazermos uma compra, pois muitas vezes adquirimos 
produtos que não precisamos ou utilizamos poucas vezes. Como forma de reduzir a 
quantidade de resíduos gerados podemos: optar por produtos com maior durabilidade, ao 
invés daqueles com uma única utilização, dar preferência a produtos pouco embalados ou 
a granel5, avaliar a necessidade de realizar determinadas compras (para evitar 
desperdícios), escolher produtos mais concentrados ou compactos, evitar as embalagens 
descartáveis, sempre que possível (SENAI, 2014). 
 
 
 
 
 
3 Destinação Final: A destinação final ambientalmente adequada se refere-se destinação de resíduos que inclui a 
reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações, entre 
elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública 
e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos (BRASIL, 2010). 
4 Disposição ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais 
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais 
adversos (BRASIL, 2010). 
5 Granel: Usado para resíduo em estado sólido, geralmente granular, que pode ser disposto no piso, geralmente em 
formato de pilhas. 
 
 
 
 
Reutilizar 
 
Já reutilizar é a segunda alternativa dos 3Rs e uma ação para aqueles resíduos que não 
puderam ser minimizados na fonte. De acordo com a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, a reutilização consiste no “processo de aproveitamento dos resíduos sólidos 
sem sua transformação biológica, física ou físico-química”. Ou seja, é dar utilidade a 
produtos (para funções idênticas ou similares) que muitas vezes descartamos por 
considerarmos inúteis, quando na verdade não são. Alguns exemplos de reutilização são: 
reuso de garrafa PET para acondicionar outros produtos, folhas de papel com impressão 
em apenas um lado (pode-se transformar em rascunho), uso de pallets como base para 
móveis. 
 
Reciclar 
 
O termo reciclagem se origina da palavra recycle de origem inglesa, a qual significa 
repetir o ciclo (re = repetir, e cycle = ciclo). A Política Nacional de Resíduos Sólidos 
ainda acrescenta que reciclagem é “o processo de transformação dos resíduos sólidos 
que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas com 
vistas à transformação em insumos ou novos produtos”. Por meio da reciclagem os 
produtos que poderiam ser descartados de forma inadequada podem retomar a origem na 
forma de matérias-primas, isso proporciona a economia, pois seu processamento 
geralmente exige menos insumos quando comparados ao processamento para obter 
materiais originais, além disso, reduz a necessidade de dispor os resíduos em aterros 
sanitários ou industriais. 
Saiba Mais 
Pesquise no site da instituição Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) 
boas práticas relacionadas à reciclagem de resíduos. 
 
 
Embora seja um processo importante, o sucesso da reciclagem depende de uma série de 
procedimentos, como por exemplo, a segregação dos resíduos (plástico, papel, vidro, etc.) 
na fonte de geração, de acordo com suas características através da coleta seletiva6, pois 
isso evita custos futuros com a separação, além de contribuir com a melhoria do produto 
reciclado. Isso ajuda a diminuir os custos com matérias-primas para as empresas e, ao 
mesmo tempo, a quantidade de resíduos sólidos produzidos pela população. 
 
Ao longo dos últimos anos, com a disseminação da coleta seletiva, foi sendo percebido 
que a segregação do resíduo em muitos tipos nem sempre é necessária, e, por isso, em 
alguns casos separar o resíduo como reciclável e não reciclável, ou seco e úmido é 
suficiente. Como exemplos de materiais com potencial para reciclagem podemos citar os 
papéis e papelões, vidros, metais e plásticos. 
 
 
6 Coleta Seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição 
(BRASIL, 2010). 
 
 
 
Como pôde ser observado, essas ações são simples de serem desenvolvidas e podem ser 
aplicadas por todos nós, seja pela família ou pela empresa. A aplicação dos 3R’s estimula 
a reflexão sobre o nosso padrão de produção e consumo, visto que isto influencia 
diretamente na quantidade de recursos naturais consumidos e na quantidade de resíduos 
gerados. Esses conceitos são importantes e devem ser praticados e disseminados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOGÍSTICA REVERSA 
Vimos anteriormente, que os resíduos devem ser retornados para os geradores a fim de 
que sejam encaminhados para um processo que lhes convertam em produto novamente 
(reciclagem) ou outra destinação ambientalmente correta. Mas, como retornar esse 
resíduo para o seu gerador (fabricante)? Será necessário acondicionar, coletar, armazenar 
e transportar esse resíduo, não é mesmo? Qual será a melhor modalidade de transporte 
(rodoviário, ferroviário, marítimo...)? E o custo envolvido com essa operação será viável? 
Essas e outras perguntas fazem parte do sistema de Logística Reversa de um resíduo. 
A palavra “reversa” é para indicar o “retorno”, ou seja, a Logística Reversa visa garantir 
o retorno do resíduo sólido para o processo produtivo, como matéria-prima, ou para outra 
forma de destinação final ambientalmente adequada. 
Você Sabia? 
A prática da logística reversa não é recente. Temos como exemplo o retorno das garrafas 
de vidro de bebidas, como refrigerantes, e do garrafão plástico com água mineral em que 
ambos são devolvidos vazios em nova compra do produto. 
Veja a seguir o conceito de Logística Reversa, segundo a Lei Federal nº 12.305, de 2010, 
que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em seu Art. 3º: 
 
“.. A logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico 
e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios 
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao 
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros 
ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada 
(BRASIL, 2010). ..” 
 
São muitos os ganhos com a reciclagem e eles são possíveis devido à ajuda da logística 
reversa. A redução: (i) do consumo de recursos naturais como matéria-prima; (ii) do 
consumo de energia; (iii) da perda da biodiversidade com a exploração de recursos 
naturais; (iv) da geração de resíduos sólidos, efluentes e emissões atmosféricas; e do (v) 
custo de tratamento dos resíduos, podem ser citados como ganhos com a prática de 
reciclagem. Já os ganhos econômicos, apesar do custo com o sistema logístico, consiste 
em obter uma matéria prima mais barata. 
Apesar de todas as contribuições em relação aos ganhos ambientais e econômicos, 
somente com a PNRS, a Logística Reversa passou a ser considerada e instituída como um 
instrumento de gestão dos resíduos sólidos. Sendo assim, não somente o governo é 
responsável pela gestão dos resíduos,mas, também, as empresas e consumidores. A essa 
responsabilidade pela gestão dos resíduos, dá-se o nome de responsabilidade 
compartilhada. Observe na figura, a seguir, um modelo de um sistema de logística reversa 
incluindo a responsabilidade compartilhada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dessa forma, para que ocorra o retorno do resíduo ao processo produtivo, como matéria-prima, 
será necessário o envolvimento de todos: consumidor (gerador direto do resíduo), comerciantes, 
distribuidores, importadores e fabricantes. Todos deverão contribuir para a Logística Reversa! 
Porém, as prefeituras não têm responsabilidade direta na Logística Reversa, devendo somente 
apoiar e facilitar, e sendo remuneradas caso assumam alguma etapa. 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre Logística Reversa, leia a Lei Federal nº 12.305, de 2010, que instituiu a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTULAGEM AMBIENTAL E SELOS VERDES 
 
Os termos rotulagem e selos ambientais, também conhecidos como rotulagem ecológica 
e selos verdes, estão relacionados com certificação de produtos adequados ao uso e que 
apresentam menor impacto no meio ambiente em relação a outros produtos comparáveis 
disponíveis no mercado. Os selos, como também outras atividades dos programas de 
rotulagem ambiental, servem a uma variedade de propósitos e tem como objetivo um 
público específico (BARBOZA, 2001). 
 
Com o despertar para a relevância das questões ambientais, alguns países desenvolvidos 
saíram na frente em relação à Rotulagem Ambiental. O primeiro selo verde foi o “Anjo 
Azul” (Blaue Engel), em 1978, selo do governo alemão, certificava os produtos que eram 
provenientes de reciclagem, com baixa toxicidade, sem CFC (clorofluorcarbonetos), etc. 
Os dados indicam que são 3,6 mil produtos certificados para os consumidores 
(VOLTOLINI, 2010). Proliferaram assim, rótulos e declarações de desempenho 
ambiental, quer voluntários ou quer obrigatórios. 
 
Dessa forma, mesmo com a variedade de rótulos ambientais e a falta de garantia da sua 
confiabilidade, a rotulagem ambiental se tornou um poderoso instrumento de mercado, 
pois as empresas que passam a reconhecer as preocupações ambientais ganharam 
vantagem competitiva e começaram a despertar o interesse do consumidor, sendo 
diferencial para escolha na hora da compra. Esta iniciativa alcançou grande repercussão 
e houve a preocupação com a credibilidade e a busca pela imparcialidade. Assim, foram 
formadas organizações públicas (entidades governamentais) e privadas (entidades 
independentes) com o objetivo de validar produtos e serviços rotulados. 
 
Neste contexto, em 1993 foi criada a série de Normas ISO 14020. Esta série surge como 
resultado da necessidade de normalizar a relação entre produtos e consumidores, ou seja, 
as relações B2B (Business to Business)7 a nível internacional. Dessa maneira, além dos 
rótulos ambientais, os produtores passaram apresentar a metodologia de avaliação e 
verificação geral, fazendo autodeclarações ambientais de que os seus produtos são 
ambientalmente orientados, através de instrumento denominado “declaração ambiental” 
(BARRETO, 2007). 
 
A rotulagem ambiental, de acordo com a norma ISO 14020, determinou um conjunto de 
critérios para avaliar os esquemas de rotulagem ambiental que busca estimular a procura 
de produtos e serviços através de um conjunto de informações indicativas e relevantes 
sobre os seus desempenhos ambientais, conforme veremos a seguir: 
 
 
 
 
 
 
7Business to Business (B2B): termo que nos conduzem a duas instancias de negócios, duas entidades que tem entre si 
relações de intercambio de informações, aquisições, negociações, aceites e transação comercial efetivamente conclusa. 
 
 
 
 
Rotulagem Tipo I – Rótulos ambientais certificados ou Programas de Selo Verde –
ISO 14024 
 
Os Rótulos ambientais (Tipo I) são utilizados por produtos ou embalagens, verificados 
por uma parte independente da produção ou venda dos produtos, podendo esta ser 
executada por instituições governamentais, do setor privado ou organizações sem fins 
lucrativos. Também são conhecidos por programas de 3ª parte que estabelecem critérios 
de forma independente, proporcionando assim credibilidade e transparência à certificação 
do processo. 
 
Atualmente no Brasil somente de agricultura orgânica são cerca de 20 selos no mercado. 
Em relação à faixa de consumo de energia dos eletrodomésticos, o país apresentou 
importantes avanços com o selo “Procel”, por exemplo, do Instituto Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Na área de manejo florestal, 
se instalaram no Brasil algumas das certificadoras internacionais tais como: Forest 
Stewardship Council (FSC), o maior certificador de mundial, que aqui chama-se 
Conselho Brasileiro de Manejo Florestal. 
 
Todos esses selos são independentes e não sofrem com a desconfiança que existem nos 
selos autorreguladores ou do Tipo II. No quadro apresentado a seguir, podem ser 
encontrados alguns dos rótulos ambientais de Tipo I. 
 
 
Selos utilizados no Brasil e sua abordagem 
 
Rotulagem Tipo II – Autodeclarações Ambientais - ISO 14021 
 
As Rotulagens Tipo II são conhecidas como “autodeclarações”, são feitas pelos 
produtores, importadores ou distribuidores, de modo a comunicar informação sobre 
aspectos ambientais dos seus produtos e serviços. São também chamadas de Programas 
de 1ª Parte, pois envolvem rotulagem de produtos ou embalagens, declarados diretamente 
por aqueles que serão beneficiados que geralmente são: fabricantes, varejistas, 
distribuidores ou comerciantes do produto. Como estas declarações não são certificadas 
por uma terceira parte independente, a exatidão, a credibilidade e a confiabilidade destas 
é questionável se comparadas às declarações ambientais Tipos I e III. 
 
 
 
 
 
Esses rótulos ou declarações surgiram no final dos anos 80 e início dos anos 90 e são 
feitos pela parte que faz a reivindicação ambiental, uma empresa ou instituição, que 
declara sem verificação independente. Mesmo sem verificação independente, existe a 
Norma ISO 14021 que “especifica os requisitos para autodeclarações ambientais, 
incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos. As embalagens 
utilizam tipos diferentes de selos, um dos mais conhecidos é o símbolo de reciclagem 
Möbius, como veremos na figura a seguir. 
 
 
O símbolo de reciclagem Möbius é usado para indicar que o produto pode ser reciclado 
e/ou o percentual reciclagem no produto. 
Fonte: CEMPRE, 2008. 
 
 
• Rotulagem Tipo III – Declarações Ambientais de Produto (EPDs) 
 
A Rotulagem Tipo III ou Declaração Ambiental de Produto (em inglês, Environmental 
Product Declaration, EPD) é um conjunto de dados ambientais quantificáveis ao longo 
do ciclo de vida do produto ou serviço, através de diagramas que apresentam indicadores 
ambientais (aquecimento global, depleção de recursos8, resíduos, entre outros), 
acompanhados da sua respectiva interpretação, baseados nos Requisitos Específicos para 
as diferentes categorias de produto. 
 
São também chamados de 2a parte, pois não é o próprio produtor, nem uma terceira parte 
desinteressada da venda do produto quem garante as informações prestadas, mas um 
grupo de pessoas ou empresas que se reuniu para definir alguns critérios a fim de que os 
produtos adquiram o selo. 
 
Este tipo de rotulagem é definido pela norma NBR ISO 14025, a qual estabelece 
categorias predefinidas de parâmetrospara a elaboração de declarações ambientais do 
produto e é normalmente desenvolvida por iniciativa da própria indústria, por associações 
comerciais, ou por determinados segmentos empresariais que se responsabilizam pelo 
fornecimento das informações contidas nos selos. Estes rótulos não estão consolidados 
 
8Depleção de recursos: Categoria de impacto ambiental resultante da diminuição da quantidade de recursos naturais 
provocada pelo seu consumo pelos seres humanos. (ONTOLOGIA, 20--) 
 
 
 
 
 
tecnicamente, pois somente incluem as categorias de impacto que já foram estudadas no 
âmbito de cada produto e as linhas diretrizes para o estudo do Avaliação do Ciclo de Vida 
- ACV. 
 
Saiba Mais 
Aprofunde seus estudos sobre Rotulagem Ambiental aplicada às embalagens, visitando o 
Portal do CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPRAS SUSTENTÁVEIS 
 
Um dos temas prioritários definidos pelo Plano de Ação para Produção e Consumo 
Sustentáveis é o de Compras Sustentáveis. Dessa forma, você sabe onde e como foi feito 
o produto que você compra em seu dia a dia? Esta é a pergunta inicial para provocar a 
sua reflexão sobre o tema. Associado a esta questão, vamos entender o que significa 
rastreabilidade associado ao conceito de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). 
 
Falando em conceitos, a palavra rastreabilidade tem o seu significado vinculado à 
capacidade de seguir o rastro, a pista, a vida anterior do produto comprado. Este conceito 
está ligado à Avaliação do Ciclo de Vida, e é a forma do consumidor ou do comprador 
entender a origem do produto adquirido. Rastreabilidade é um tema muito interessante e 
já vem sendo trabalhado no Brasil para garantir, por exemplo, a procedência (origem) da 
madeira através do Documento de Origem Florestal (DOF) e, dessa forma, minimizar o 
contrabando e o desmatamento ilegal. 
 
Outro termo importante que será trabalhado neste capítulo é aquisição. Em organizações 
privadas ou públicas, esse é o sinônimo mais utilizado para o termo compra. Isto porque, 
aquisição é mais geral, de entendimento mais amplo, e trata tanto do produto quanto do 
serviço a ser contratado ou adquirido. 
 
Mas afinal, o que é uma compra sustentável? 
 
De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, as compras 
sustentáveis podem ser encaradas como: 
 
“.. Uma solução para integrar considerações ambientais e sociais em 
todas as fases do processo de compra e contratação dentro de grandes 
empresas públicas e privadas, visando reduzir impactos sobre a saúde 
humana, o meio ambiente e os direitos humanos (Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, ...” 
 
Para o consumidor, no seu dia a dia, é importante observar o rótulo do produto, pois esse 
deve conter as informações da empresa e do seu conteúdo; pesquisar sobre a empresa 
também é uma postura consciente, já que muitas apresentam diversas certificações 
ambientais, rótulos de projeção internacional e, também, sistemas de gestão reconhecidos 
pelos seus pares. Por outro lado, é difícil fazer a escolha do produto ou do serviço 
baseando-se nestes critérios, já que, para o cidadão que também é consumidor, os critérios 
preço e custo-benefício ainda são os mais importantes, frente à situação econômica atual 
do Brasil. Ainda assim, o sistema de rotulagem e as certificações são as formas mais 
eficientes de alertar o consumidor sobre suas escolhas. 
 
Compras sustentáveis no setor privado 
 
O olhar focado em preço, prazo e qualidade faz parte da interminável jornada do 
comprador institucional (BETIOL et al., 2012). Neste sentido, ainda segundo os autores, 
“a aquisição de bens e serviços pode representar mais de 50% dos gastos de uma empresa, 
 
 
 
 
podendo ultrapassar a marca dos 80% em setores como o varejo e das indústrias eletrônica 
e automotiva” (BETIOL et al., 2012). Ou seja, as empresas compram muito! Dessa forma 
é preciso ter um olhar ambientalmente correto acerca destes processos de aquisição. 
 
Um exemplo interessante para aquisições sustentáveis no setor privado, por sua vez, pode 
ser analisado a partir do exemplo do Selo PROCEL, que apresenta indicadores de 
consumo de energia elétrica por aparelhos. Este Selo pode contribuir nas compras 
sustentáveis como um dos requisitos na aquisição de produtos com o consumo de energia 
dentro das premissas que a empresa deseja seguir. 
 
Observe que no setor privado o processo de aquisição é relativamente mais simples, 
seguindo geralmente o critério de “menor preço”, não incluindo o sistema licitatório 
observado no setor público. Dessa forma, diversos fatores podem ser levados em 
consideração dentro das organizações, além do ciclo de vida do produto, a localidade do 
produto/serviço, o tipo de descarte e tantos outros. 
 
Dentro da lógica que atenda aos critérios da sustentabilidade, o setor público (que efetua 
um grande volume de aquisições anualmente) também começou a aderir às compras 
sustentáveis, mas com uma nomenclatura diferente: Compras Públicas Sustentáveis 
(CPS). 
 
Compras Públicas Sustentáveis - CPS 
 
Por que é tão importante para o setor público realizar compras públicas sustentáveis? 
 
De acordo com o ICLEI (2014), “as compras e contratações públicas movimentam entre 
10 e 20 % do PIB nos países latino-americanos”, conforme divulgado pela Rede 
Interamericana de Compras Governamentais. Ainda, segundo a rede, ao constatar os 
possíveis impactos ambientais e adotar novos conceitos e critérios, “é possível incentivar 
um desenvolvimento mais sustentável por meio da ampliação de oferta de produtos mais 
sustentáveis e inovadores pelo mercado” (ICLEI, 2014). 
 
De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: 
 
“.. a prática de CPS permite atender as necessidades específicas dos 
consumidores finais através da compra do produto que oferece o maior número 
de benefícios para o ambiente e para a sociedade. São também conhecidas como 
licitações públicas sustentáveis9, eco-aquisições, compras ambientalmente 
amigáveis, consumo responsável ou licitação positiva. Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão ...” 
 
 
 
 
 
9Licitação pública sustentável: é uma solução para integrar considerações ambientais e sociais em todos os estágios do 
processo da compra e contratação dos agentes públicos (de governo) com o objetivo de reduzir impactos à saúde 
humana, ao meio ambiente e aos direitos humanos. (BIDERMAN, 20_?) 
 
 
 
 
Para os fins deste curso, será utilizado o termo Compras Públicas Sustentáveis (CPS), 
para aquelas que pressupõem: 
 
 Responsabilidade de consumidor. 
 Comprar somente o necessário. 
 Promover a inovação. 
 Abordagem do ciclo de vida. 
 
As compras públicas sustentáveis são um subtema dentro da proposta das compras 
sustentáveis que merecem um destaque diferenciado, pois, adiciona requisitos especiais 
nas aquisições, já que são feitas exclusivamente pelo setor público. A única ressalva a ser 
feita é de que os compradores do setor público precisam cumprir as determinações 
relativas à Lei nº 8666/1993, que determina a compra através do processo de licitação10, 
com as aplicações do Decreto nº 7746/2012 que permite a adoção de critérios e práticas 
de sustentabilidade nas aquisições públicas. 
 
Adicionar critérios de sustentabilidade nas aquisições públicas não é mais uma novidadeno mundo e no nosso país, o Brasil, já que vem sendo adotado por alguns estados e até 
pela federação. Desta forma, amadurecer alguns processos, adotar sistemas de gestão e 
aliar-se a empreendedores sustentáveis tem sido uma inteligente medida do setor público. 
 
Já existem mecanismos para fazer aquisição de serviços e produtos sustentáveis, tanto no 
setor público quanto no setor privado. Dessa forma, é muito importante amadurecer as 
normas, criar novos instrumentos legais de controle e quem sabe tornar obrigatório este 
processo dentro das organizações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10Licitação: é o procedimento administrativo formal em que a Administração Pública convoca, mediante condições 
estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas interessadas na apresentação de propostas para o 
oferecimento de bens e serviços. A licitação objetiva garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e 
a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, de maneira a assegurar oportunidade igual a todos os 
interessados e possibilitar o comparecimento ao certame do maiornúmero possível de concorrentes (TRIBUNAL DE 
CONTAS DA UNIÃO, 20_?). 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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<http://www.akatu.org.br/Institucional/SalaDeImprensa/Avisos-de-Pauta/Akatu-propoe-
novos-modelos-de-negocios-na-Rio20> Acesso em: 18 set 2014. 
 
COMPERJ. Agenda 21. Padrões de Consumo. 20-?, Disponíevl em 
<http://www.agenda21comperj.com.br/temas/ordem-social/padroes-de-consumo>. 
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BRASIL. Lei nº 12.305 de 2010. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política 
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