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Aula 01 Administração Pública p/ TRT-MT (Analista Judiciário - Área Administrativa) - com videoaulas Professores: Carlos Xavier, Felipe Petrachini Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 88 AULA 01: Abordagem clássica e neoclássica da administração (por conta do tópico princípios gerais da administração). Teoria das Relações Humanas. Visão geral sobre planejamento e gestão estratégica (Gestão Estratégica: ferramentas de análise para gestão e planejamento estratégico, tático e operacional, estratégias. Negócio, missão, visão e valores nas organizações.) Sumário 1. Palavras iniciais ......................................................................................................................................... 2 2. Planejamento estratégico, tático e operacional. ......................................................................................... 3 2.1. Algumas ferramentas de planejamento estratégico. ............................................................................ 11 2.2. Uma metodologia do planejamento estratégico ................................................................................... 18 3. Gestão estratégica .................................................................................................................................... 26 4. Negócio, Missão, Visão de Futuro, Valores e Fatores Críticos. .............................................................. 29 5. Princípios gerais da administração. ......................................................................................................... 32 5.1. Abordagem Clássica ............................................................................................................................ 32 5.1.1. Administração Científica ................................................................................................................. 33 5.1.1.1. O Fordismo .................................................................................................................................. 38 5.1.2. Teoria Clássica ................................................................................................................................ 40 5.2. Abordagem Neoclássica ...................................................................................................................... 45 6. Teoria das Relações Humanas ................................................................................................................. 53 7. Questões comentadas ............................................................................................................................... 57 8. Lista de Questões. .................................................................................................................................... 75 9. Gabarito ................................................................................................................................................... 87 10. Bibliografia Principal .......................................................................................................................... 88 Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 88 1. Palavras iniciais Oi de novo! Hoje vamos estudar vários assuntos ligados ao planejamento e à gestão estratégica nas organizações. Além disso, estudaremos também os princípios gerais da administração (e assuntos associados, de acordo com a teoria clássica e neoclássica da administração), e a teoria das relações humanas. Essas teorias específicas são um pouco deslocadas do assunto geral da aula, mas não justificavam a elaboração de uma específica para elas. Então, estão prontos para iniciarmos o conteúdo? Vamos lá! Boa aula! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 88 2. Planejamento estratégico, tático e operacional. Antes de começarmos esta parte da aula propriamente dita, temos que ver o que significa planejamento. Planejamento pode ser definido como um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa ou organização. Deste modo, o planejamento é importante para que se possa: x Interferir no próprio futuro, determinando o caminho a ser seguido; x Prever e articular os recursos a serem utilizados para atingir os objetivos; e x Determinar a melhor forma de, coordenando suas forças e fraquezas, enfrentar as situações futuras que possam ser previstas. Neste sentido, precisamos fazer um esforço para não confundir planejamento com: x Previsão: pois estas são o resultado de esforços para verificar quais os eventos que poderão ocorrer, com base no registro de uma série de probabilidades. Antigamente acreditava-se que o planejamento poderia ser uma simples previsão, mas o foco atual do planejamento está muito mais nas potencialidades que a organização pode desenvolver em relação ao seu ambiente, de modo a ter sucesso; x Projeção: que correspondem à situação em que o futuro tende a ser igual ao passado em sua estrutura básica; Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 88 x Predição: é a situação futura que tende a ser diferente do passado, mas sobre a qual não se pode exercer controle algum; x Resolução de problemas: corresponde a aspectos imediatos que procuram tão somente a correção de certas descontinuidades e desajustes entre a empresa e as forças externas que lhe sejam potencialmente relevantes; x Plano: é o documento formal que consolida as informações desenvolvidas do processo de planejamento, sendo o limite da formalização do planejamento, uma visão estática, uma decisão sobre os caminhos a tomar observando-se a relação custos/benefícios. O planejamento possui os seguintes princípios gerais: a) Princípio da contribuição aos objetivos: o planejamento deve sempre visar ao objetivo máximo da organização, hierarquizando os objetivos e buscando cumpri-los em sua totalidade; b) Princípio da precedência do planejamento: ele sempre vem antes das outras funções administrativas; c) Princípio da maior influência (ou penetração) e abrangência: o planejamento é a mais abrangente das funções organizacionais, e por isso ele pode provocar uma série de modificações na organização; d) Princípio das maiores eficiência, eficácia e efetividade: o planejamento procura maximizar os resultados e minimizar as dificuldades, ou deficiências. Relembrando: eficácia significa entregar os produtos/serviços pretendidos, eficiência é a relação entre os insumos utilizadose os produtos/serviços produzidos, e Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 88 efetividade representa a medida na qual a organização gera valor agregado e impactos na sociedade por meio de seus produtos e serviços. Para Ackoff, existem ainda os princípios específicos do planejamento: e) Planejamento participativo: o seu principal resultado não é o plano final, mas o processo desenvolvido através da participação dos envolvidos; f) Planejamento coordenado: todos os aspectos envolvidos no planejamento devem atuar de maneira interdependente; g) Planejamento integrado: os planejamentos dos vários escalões das organizações devem ser integrados, nos níveis estratégico, tático e operacional; h) Planejamento permanente: como o ambiente é mutável, é necessário que o planejamento também seja permanentemente realizado. Para Benome (2007), os princípios do planejamento seriam outros: : i) Inerência: o planejamento é uma função indispensável à organização, sendo parte integrante de todos os setores de uma organização, estejam ou não ligados à área principal do negócio. j) Universalidade: o planejamento busca antecipar as variáveis e consequências que influenciarão a organização sob todos os pontos de vista e levando em conta diferentes opiniões para evitar uma visão unilateral. São as considerações acerca dos Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 88 cenários e seus imprevistos, que devem ser ao menos calculados. k) Unidade: apesar de ter múltiplas facetas, o planejamento deve ser integrado em um conjunto coerente com base em critérios que contemplem mais de uma área ao mesmo tempo. l) Previsão: deve-se estabelecer prazos e cronogramas claros para a execução das tarefas, inclusive considerando correções de rumo. m) flexibilidade: o planejamento deve ser adaptável às diferentes situações, pois assim fica mais fácil fazer os ajustes de trajetória necessários para o sucesso. O que eu digo sobre tudo isso? Tem que ter todos em mente! Além disso, saiba que aspectos mais gerais como a flexibilidade, típica do planejamento, também podem ser consideradas como princípios!!! São quatro as dimensões necessárias à realização do planejamento (Baptista, 1981, apud Teixeira; Souza, 2003): x Racional: trata-se da racionalidade, criatividade e reflexão necessárias para sua realização. x Política: trata-se do poder de decisão envolvido em um planejamento. x Técnico-administrativa: trata-se do sistema de trabalho estruturado através do planejamento, respondendo a perguntas como que? quanto? quem? quando? Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 88 x Valorativa: trata-se da avaliação de valor sobre os benefícios e prejuízos que aquilo que está sendo planejado pode trazer. Tendo tudo isso em mente, é possível começarmos a desdobrar o planejamento em três tipos comumente cobrados em concursos:: estratégico, tático e operacional. De forma geral, é possível afirmar que: 1. Planejamento estratégico: é elaborado pelo nível institucional da organização (presidência/diretores), englobando a organização como um todo e sua interação com o ambiente. Aqui há uma preocupação com os objetivos de longo prazo e com as estratégias e ações que serão necessárias para alcançá- los. É realizado de cima para baixo na estrutura organizacional. Para acompanhar seu funcionamento existe o controle estratégico, que se relaciona a elementos da organização como um todo, no longo prazo, e considerando o ambiente externo. 2. Planejamento tático: é realizado pela gerência intermediária e consiste em um desdobramento do planejamento estratégico aplicado a cada departamento específico da organização. Consiste na resposta à pergunta: quais as ações que o departamento/área deve ter para contribuir, no seu âmbito, à concretização daquilo que foi previsto no planejamento estratégico? Para acompanhar seu funcionamento existe o controle tático, que se relaciona a elementos de cada departamento. 3. Planejamento operacional: é conduzido pelos níveis mais baixos da gerência/supervisão operacional, buscando formalizar as metodologias a serem aplicadas no dia a dia dos funcionários Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 88 e como será a operacionalização dos trabalhos corriqueiros. Com isso, contribui para o sucesso do planejamento tático e, como consequência, para o do planejamento estratégico. Neste nível existe o controle operacional, que verifica se os procedimentos previstos foram implementados corretamente. Perceba que os três níveis de planejamento estão integrados entre sí, sendo cada um apropriado a um nível de decisão da organização. Para que não reste dúvidas na hora da prova, vamos ver mais detalhes sobre cada um dos níveis do planejamento: O planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação mercadológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao melhor grau de interação com os fatores externos - não controláveis - e atuando de forma inovadora e diferenciada. Ele é responsabilidade dos níveis mais altos da organização. Atenção: para o seu concurso você deve relacionar planejamento estratégico com as seguintes palavras-chave: plano, projetos, longo prazo, objetivos, metas, nível estratégico, cúpula, sistêmico, integrado, organização como um todo Para Chiavenato (2008), o planejamento estratégico interage com três parâmetros: a visão de futuro, o ambiente externo e os fatores internos da organização. Além disso, ele apresenta cinco características fundamentais do planejamento estratégico: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 88 1. Ele está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável; 2. É orientado para o futuro, em um horizonte de longo prazo; 3. Ele é compreensivo, ou seja, aborda a organização como um todo, de forma global e sistêmica; 4. O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso, dada a diversidade dos interesses de todos os envolvidos; 5. Ele é uma forma de aprendizagem organizacional, que aprende através da adaptação ao contexto ambiental complexo, competitivo e mutável. O planejamento tático é voltado para uma área da organização, planejando a utilização eficiente dos recursos disponíveis (alocação de recursos) para a consolidação dos objetivos previamente fixados. É conduzido pelos níveis organizacionais intermediários. Chiavenato (2008) destaca que as políticas, investimentos, obtenção de recursos, etc., estão relacionados com os planos táticos. Além disso, o autor afirma que os planos táticos geralmente envolvem: 1. Planos de produção. Envolvendo métodos e tecnologias necessárias para as pessoas em seu trabalho, arranjo físico do trabalho e equipamentos como suportes para as atividades e tarefas. 2. Planosfinanceiros. Envolvendo captação e aplicação do dinheiro necessário para suportar as várias operações da organização. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 88 3. Planos de marketing. Envolvendo os requisitos de vender e distribuir bens e serviços no mercado e atender ao cliente. 4. Planos de recursos humanos. Envolvendo recrutamento, seleção e treinamento das pessoas nas várias atividades dentro da organização. Recentemente, as organizações estão também se preocupando com a aquisição de competências essenciais para o negócio através da gestão do conhecimento corporativo. O planejamento operacional, por sua vez, está mais ligado à formalização de metodologias e procedimentos, gerando basicamente os planos de ação ou planos operacionais. É conduzido pelos níveis organizacionais mais baixos. Chiavenato (2008) afirma que, apesar dos planos operacionais serem muito diversificados, eles podem ser classificados em: 1. Procedimentos. São os planos operacionais relacionados com métodos, como os fluxogramas e listas de verificação. 2. Orçamentos. São os planos operacionais relacionados com dinheiro. 3. Programas (ou programações). São os planos operacionais relacionados com tempo. Inclui o cronograma, o gráfico de Gantt, o PERT, entre outros. 4. Regulamentos. São os planos operacionais relacionados com comportamentos das pessoas. Vamos ver os principais conceitos associados e a metodologia do planejamento estratégico. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 88 2.1. Algumas ferramentas de planejamento estratégico. As principais ferramentas hoje utilizadas no planejamento estratégico começaram a surgir na década de 1970. Os mais importantes para você ter em mente para o seu concurso são: a matriz de crescimento e de participação no mercado (Matriz BCG); a curva de experiência; as Unidades Estratégicas de Negócio (UENs); e a Matriz de Atratividade do Mercado e Posição no Mercado; A Matriz de Ansoff; e a analise SWOT. Estas várias técnicas, ferramentas e conceituais podem ser utilizados para ajudar a empresa a definir o seu posicionamento estratégico. Vamos ver cada um deles! A matriz de crescimento e de participação no mercado (Matriz BCG) implica na classificação dos produtos da empresa segundo sua posição QDV�YDULiYHLV�³SDUWLFLSDomR�QR�PHUFDGR´�H�³FUHVFLPHQWR�GDV�YHQGDV´��FRQIRUPH� apresentado na matriz abaixo: Para uso da matriz, os produtos devem ser lançados em uma das posições, a depender do crescimento do mercado e da participação que ele detenha. De forma geral, as posições em que um produto pode ser colocado na matriz são as seguintes: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 88 1. Produtos em questionamento Se nada for feito para mudar a posição de mercado, estes produtos SRGHP�DEVRUYHU�JUDQGHV� LQYHVWLPHQWRV�H�GHSRLV�VH� WRUQDUHP�³DEDFD[LV´��3RU� outro lado, a empresa deve buscar aumentar esta participação para que o SURGXWR�SDVVH�D�VH�HQTXDGUDU�QD�FDWHJRULD�³HVWUHOD´� 2. Estrela São os produtos que servem de referência no mercado e que possuem taxas de crescimento potencialmente elevadas. São produtos com algum potencial de rentabilidade, mas que tendem a gerar um equilíbrio financeiro devido aos altos investimentos necessários nesta fase. É preciso PDQWHU� D� SDUWLFLSDomR� GH� PHUFDGR� SDUD� TXH� HOHV� QmR� VH� WRUQHP� ³HP� TXHVWLRQDPHQWR´�� 3RU� RXWUR� ODGR�� PDQWLGD� D� SDUWLFLSDomR� GH� PHUFDGR�� R� SURGXWR�SRGH�VH�WRUQDU�³YDFD�OHLWHLUD´��TXDQGR�R�PHUFDGR�SDUDU�GH�FUHVFHU� 3. Vaca leiteira (tamEpP�FKDPDGR�GH�³PLQD´� Como o crescimento do mercado é baixo, poucos investimentos são necessários e os lucros e a geração de caixa tendem a ser altos. 4. $EDFD[L��WDPEpP�FKDPDGD�GH�³&DFKRUUR´� Devem ser evitados e minimizados em uma empresa. Deve ser feita uma avaliação da real necessidade do produto no portfólio da empresa para que sejam feitos planos de recuperação do produto ou mesmo seu abandono. Deve-se tomar cuidado em evitar planos de recuperação elevados para SURGXWRV�³$EDFD[L´��(VWD�SRVLomR� WDPEpP�p�FKDPDGD�GH�³&DFKRUUR´��dog, no original). Um outro conceito importante é o de curva de experiência. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 88 Segundo a curva de experiência, os custos unitários de manufatura ou de uma indústria de serviços diminuem com a experiência ou com o volume de produção acumulada de dada empresa. Em outras palavras, quanto mais se produz, maior a experiência, por isto, menor o custo! Essa experiência vem através da aprendizagem, e a redução de custos decorre, dentre outros, dos seguintes fatores: x das economias de escala; x da eficácia e especialização do trabalho; x da curva de aprendizagem de mão de obra; x do desenvolvimento de novos processos e métodos; x da padronização; etc. Vamos visualizar isto!? Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 88 A principal consequência da curva de aprendizagem é que a empresa que estiver produzindo a maior quantidade possuirá o menor custo unitário. Deste modo, a estratégia de maior participação no mercado seria fundamental. Vamos entender agora o que são as Unidades Estratégicas de Negócios (UENs)!? As Unidades Estratégicas de Negócios - UENs -, conceito desenvolvido pela consultoria McKinsey para a General Electric, tornaram-se muito populares na década de 1990. Segundo este conceito, uma grande empresa deveria ser dividida em UENs, que agrupariam os produtos e os fatores relacionados com um mesmo mercado, sendo responsáveis pela sua gestão, comercialização e controle dos fatores que influenciam sua área de atuação. Isso porque cada uma destas unidades deveriam se posicionar perante a concorrência de maneira direta (e não por intermédio da HPSUHVD�³PmH´�� O conceito de UEN provocou mudanças na concepção de funcionamento e planejamento das grandes corporações, alterando as estruturas divisionais com a criação de unidades independentes e distinguindo dois níveis estratégicos: um que afeta a organização como um todo e outro que se restringe à UEN. Algumas técnicas de planejamento estratégico foram desenvolvidas a partir do modelo das UENs, inclusive a Matriz de Atratividade do Mercado e Posição Competitiva. Segundo ela, em vez de colocar produtos para análise em uma matriz estratégica deveriam se colocar as unidades de negócios. Como eixos de DQiOLVH�� SRGHULDP� VHU� XWLOL]DGRV� D� ³SRVLomR� FRPSHWLWLYD´� H� D� ³DWUDWLYLGDGH� GR� PHUFDGR� RX� VHWRU´�� &RPR� FRQVHTXrQFLD�� SRGHU-se-ia analisar as várias UENs de uma organização e o resultado desta análise subsidiaria o planejamento Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 88 estratégico. Com pequenas variações em sua abordagem esta matriz recebeuoutros nomes como, matriz GE, matriz de planejamento de negócios estratégicos da GE, matriz de atratividade do mercado e posição de negócios, multifatores do portfólio da GE e política direcional. Vamos ver como estas ideias ficam na Matriz? Fonte: Tavares (2010). Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 88 Outra técnica importante para que as organizações possam planejar alternativas para definir seus objetivos futuros é a matriz de Ansoff, apresentada a seguir: Segundo a Matriz de Ansoff, são quatro as estratégias que as RUJDQL]Do}HV�GHYHP�VHJXLU�HP�IXQomR�GDV�GLPHQV}HV�³produtos´�H�³mercados´� serem novos ou já existentes: 1. Penetração de mercado. A organização busca aumentar sua participação a partir de produtos e mercados já existentes, podendo buscar o crescimento orgânico/direto ou a aquisição de concorrentes. 2. Desenvolvimento de mercado. Neste caso a organização busca expandir através da colocação dos produtos existentes em novos mercados. 3. Desenvolvimento de produtos. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 88 Ocorre quando a organização opta por criar novos produtos, inclusive por meio de segmentação ou modificação de design, para vender no mesmo mercado. 4. Diversificação. A última estratégia proposta na Matriz de Ansoff é a diversificação, que consiste na entrada de novos produtos em novos mercados. O último dos conceitos mais importantes ligados ao planejamento estratégico é a matriz SWOT, que aborda as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças observadas por uma organização. Desde já é bom que memorizemos algo que é muito comum se ver em concursos: forças e fraquezas são do ambiente interno da organização, já oportunidades e ameaças vêm do ambiente externo! Vamos estudar essa matriz em maior profundidade na próxima aula, pois ela é especialmente cobrada em concursos! - Agora que já conhecemos estas ferramentas, vamos ver como se realiza o planejamento estratégico! Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 88 2.2. Uma metodologia do planejamento estratégico Mais do que entender a visão, missão, etc., é importante que você compreenda de forma mais ampla como se dá a metodologia do planejamento estratégico e como estas atividades se inserem dentro do processo. Existem diversas metodologias para a elaboração do planejamento estratégico e todas elas são passiveis de cobrança em nosso concurso. Cada livro que se busca têm informações um pouco diferentes dos outros, então resolvi que abordaremos uma visão mais global, de modo que vocês possam ampliar seus horizontes e se preparar para o que quer que surja na prova. A abordagem que utilizaremos é a proposta por Djalma de Oliveira. Para ele, as fases básicas para a elaboração e implementação do planejamento estratégico podem ser definidas como: Fase I - diagnóstico estratégico Fase II - Missão da empresa Fase III - instrumentos prescritivos e quantitativos Fase IV - Controle e avaliação. Vamos ver cada uma destas fases? Fase I - Diagnóstico Estratégico Nesta fase busca-VH� UHVSRQGHU� j� SHUJXQWD� ³RQGH� HVWRX´"� e� fundamental que o diagnóstico seja realista, completo e impessoal, evitando problemas futuros no desenvolvimento e na implementação do planejamento estratégico. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 88 Esta fase pode ser dividida em 5 etapas: a) Identificação da Visão b) Identificação dos valores c) Análise externa d) Análise interna e) Análise dos concorrentes Na identificação da visão, os principais responsáveis pela organização estabelecem o que a empresa quer ser em um futuro próximo ou distante. Algumas vezes a visão pode se configurar irrealista, mas isto não gera problemas, pois posteriormente será feita uma análise da empresa frente às oportunidades e ameaças do ambiente, considerando sua visão. Em um FXUVLQKR�SUHSDUDWyULR��XPD�GHFODUDomR�GH�YLVmR�SRGHULD�VHU�DOJR�FRPR�³WRUQDU- se um curso de referência na preparação de candidatos a concursos públicos HP�WRGR�R�%UDVLO´� Na identificação dos valores é onde são delineados os princípios, crenças e questões éticas fundamentais que pautarão as ações e decisões da empresa ao longo do tempo. Os valores estão intimamente ligados à cultura organizacional. Alguns valores que se deveria esperar de uma organização S~EOLFD��³(VWD�RUJDQL]DomR�WHUi�VXDV�Do}HV�SDXWDGDV�SHOD�pWLFD��FRPSURPLVVR� FRP�R�LQWHUHVVH�S~EOLFR��H�IRFR�QRV�UHVXOWDGRV´�� Na etapa de análise externa são analisadas as ameaças e oportunidades do ambiente externo. Neste sentido, os objetivos da organização devem ser usados como critérios para avaliar e classificar as oportunidades. Além disto, deve-se procurar ter alguma garantia de que, praticamente, todas as oportunidades atraentes possíveis foram identificadas, descritas e analisadas. Outro aspecto a considerar é a divisão do ambiente da empresa em duas partes, o direto, que representa o conjunto de fatores que a organização pode identificar, avaliar e medir, e o indireto, que pode ser identificado mas não pode ser avaliado ou medido. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 88 A análise interna, por sua vez, é quando se verificam os pontos fortes e fracos (assim como os pontos neutros) da organização. Ponto neutro é aquele que é identificado internamente à empresa, mas não se dispõe de critérios e parâmetros para definir se este ponto é forte ou fraco. Por fim, chegamos à última etapa da fase I, a análise dos concorrentes. Nesta etapa deve ser feito uma análise detalhada da concorrência com o objetivo de identificar as vantagens competitivas da organização e dos concorrentes. Vou resumir o que é mais importante em provas de concurso como um todo: Saiba diferenciar visão, missão (mais detalhes logo mais...) e valores: 9LVmR� p� ³FRPR� HVWDUHPRV� QR� ORQJR� SUD]R´�� 0LVVmR� p� ³R� TXH� QyV� fazemos paUD� D� VRFLHGDGH´�� 9DORUHV� FRQVWLWXHP� D� FXOWXUD� EiVLFD� GD� organização. Análise do ambiente externo e interno, em conjunto, constituem a análise SWOT. Algumas bancas chegam a falar em matriz FOFA (Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças) - por isso não se surpreenda! A análise dos concorrentes pode utilizar diversas ferramentas como a análise das cinco forças de Porter. Fase II - Missão da empresa Neste ponto deve ser estabelecida a razão de existir da organização, bem como seu posicionamento estratégico. Podemos dividir esta fase nas seguintes etapas: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 88 a) Estabelecimento da missão da empresa; b) Estabelecimento dos propósitos atuais e potenciais; c) Estruturação e debate de cenários; d) Estabelecimento da posturaestratégica; e) Estabelecimento das macroestratégias e macropolíticas A primeira etapa é o estabelecimento da missão propriamente dita. A missão é a determinação do motivo central da existência da empresa e deve ser definida em termos de satisfazer a alguma necessidade do ambiente externo, e não em termos de simplesmente oferecer algum produto ou serviço ao mercado. Missão é "para que serve" a organização! Uma declaração de missão de interessante é a da Coca-&ROD�� ³%XVFDPRV� UHIUHVFDU� R�PXQGR� HP� FRUSR��PHQWH�H�HVStULWR´� A segunda etapa é o estabelecimento dos propósitos atuais e potenciais. Propósitos correspondem à explicitação dos setores de atuação dentro da missão em que a empresa já atua ou está analisando a possibilidade de atuar. A terceira etapa é a estruturação e debate de cenários, que representam situações, critérios e medidas que servem para montar o futuro da empresa. Para sua elaboração podem ser utilizadas técnicas objetivas, como projeções de dados socioeconômicos, e técnicas subjetivas, como a idealização de situações futuras possíveis pelos dirigentes da organização. Existem duas abordagens para a construção de cenários, a projetiva, que ³SURMHWD´� GDGRV� GR� SDVVDGR� SDUD� R� IXWXUR�� VHQGR� PDLV� OLJDGD� D� GDGRV� quantitativos e um futuro único, e a prospectiva, que tenta identificar o futuro com base em variações qualitativas, subjetivas ou objetivas, visão global, análises intencionais e outros. Dado o contexto de mudanças rápidas, a abordagem prospectiva é mais recomendável do que a projetiva, uma vez que, ao mesmo tempo, aceita vários futuros possíveis e possui caráter mais amplo, integrando o qualitativo, o quantitativo, o subjetivo, o objetivo, o Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 88 conhecido e o desconhecido. De qualquer forma, os cenários elaborados devem ser sempre claros, focados, plausíveis e relevantes para o contexto organizacional estudado. Em seguida vem o estabelecimento da postura estratégica, resultante da análise dos pontos fortes e fracos e que a qualifica para aproveitar oportunidades e se proteger de ameaças. A postura estratégica é a maneira mais adequada para a organização alcançar seus propósitos dentro da missão, respeitando sua situação interna e externa atual. A quinta e última etapa da fase de missão da organização é a etapa de estabelecimento das macroestratégias e macropolíticas. Macroestratégias são as grandes ações ou caminhos que a organização adotará para melhor interagir, usufruir e gerar vantagens competitivas da empresa. Macropolíticas são as grandes orientação que servirão como base para as decisões, de caráter geral, que a empresa deverá tomar para melhor interagir com o ambiente. Observa-se que aqui, o mais importante para os concursos está em saber o que é missão, diferenciando de visão e valores. Além disto, é bom saber alguns detalhes do uso de cenários. Em essência: a abordagem prospectiva é preferível à projetiva. A primeira é mais adaptável aos ambientes em mudança, considera vários cenários de futuro possíveis e todo tipo de informação disponível. A segunda é mais HVWiWLFD��SURMHWD�GDGRV�SDVVDGRV�SDUD�R�IXWXUR�H�p�PDLV�³PDWHPiWLFD´� Fase III - instrumentos prescritivos e quantitativos Nesta fase são utilizados instrumentos prescritivos, que explicitam o que deve ser feito para que se alcance os propósitos da missão, de acordo com tudo o que já foi estabelecido anteriormente no planejamento estratégico. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 88 Além destes, também são utilizados instrumentos quantitativos com o objetivo de planejar os recursos necessários, onde se destaca o orçamento como peça de planejamento. O tratamento dos instrumentos prescritivos pode ser realizado segundo as seguintes etapas: a) Estabelecimento de objetivos, desafios e metas. b) Estabelecimento de estratégias e políticas. c) Estabelecimento de projetos programas e planos de ação. Para melhor entendimento, cabe uma breve explicação sobre o que é cada um destes instrumentos prescritivos: x Objetivo: é o conjunto de resultados futuros que a organização deseja atingir, devendo ser, preferencialmente, mensuráveis e específicos. x Objetivo funcional: é o objetivo parcial, relacionado às áreas funcionais da organização; x Desafio: é uma realização que deve ser continuadamente perseguida, perfeitamente quantificável e com prazo estabelecido, contribuindo para atingir o objetivo; x Metas: corresponde aos passos ou etapas que levam ao cumprimento do objetivo, devidamente quantificados e com prazos previstos para o seu cumprimento. x Estratégia: é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar, de maneira diferenciada, os objetivos, desafios e metas estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente. x Política: é a definição dos níveis de delegação, faixas de valores e/ou quantidades limites e de abrangência das estratégias e ações para a consecução dos objetivos. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 88 x Diretrizes: são o conjunto estruturado e interativo dos objetivos, estratégias e políticas da empresa. x Projetos: são os trabalhos a serem realizados com responsabilidades de execução; x Programas: são os conjuntos de projetos hegemônicos quanto aos seus objetivos ou finalidades; x Plano de ação: são os conjuntos das partes comuns dos diversos projetos quanto ao assunto que está sendo tratado (planos de ação de marketing, logística, etc.) Todas estas definições são importantes, pessoal! E ao menos uma delas pode ser cobrada em nosso concurso! Tenham atenção! Fase IV - Controle e avaliação. É nesta etapa que se verifica o andamento do planejamento estratégico e das ações da empresa rumo à situação planejada. Em sentido amplo, esta etapa envolve processos de: x Estabelecimento de padrões de medida e de avaliação; x Medida dos desempenhos apresentados; x Comparação do realizado com o planejado; x Avaliação dos profissionais envolvidos no processo; x Comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas, projetos e planos de ação estabelecidos; x Análise dos desvios observados em relação ao planejado; x Tomada de ações corretivas; x Feedback de informações para uso em futuros processos de planejamento. Vamos ter um cuidado adicional quanto a este tópico: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 88 Apesar de estar incluído dentro de planejamento estratégico, em geral, vocês devem ter atenção pois a sua banca pode considerar que esta etapa já está dentro da gestão estratégica, pois vem durante e após a implementação! A seguir dou algumas dicas para responder questões que venham a abordar isto: Procurem dicas na própria questão e não descartem alternativas assim logo de cara! Se a TXHVWmR� GD� SURYD� GLVVHU� ³VHJXQGR� 'MDOPD� GH� 2OLYHLUD´ marquem que controle e avaliação se incluem no planejamento HVWUDWpJLFR�� 3RGHPRV� FRQVLGHUDU� WDPEpP� TXH� ³FRQWUROH� H� DYDOLDomR� do planejamento estratégico´�HVWDULD�GHQWUR�GH�SODQHMDPHQWR�De qualquer modo��ROKHP�DV�RXWUDV�DOWHUQDWLYDV�SURFXUDQGR�³D�PDLV� FHUWD´� RX� D� ³PDLV� HUUDGD´���� Lembrem-se, é um concurso público e a vontade das bancas é soberana! O mais provável é que considerem termos como os relacionados a seguir como mais ligados à gestão estratégica e não ao planejamento: implementação, gestão, administração, controle e avaliação da estratégia estão dentro da gestão estratégica. Vamos entender agora o que é a gestão estratégica. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 88 3. Gestão estratégica A gestão estratégica pode ser entendida como a união do plano estratégico e de sua implementação em um só processo, visando assegurar as mudanças organizacionais necessárias para a implementação do plano através da participação dos vários níveis organizacionais envolvidos em seu processo decisório. Por unir o plano estratégico e sua implementação, é possível dizer que a gestão estratégica é algo mais amplo do que o planejamento estratégico. Em outras palavras, gestão estratégica é o conjunto de atividades, intencionais e planejadas, estratégicas, contínuas, operacionais e organizacionais, que visa adequar e integrar a capacidade interna da organização ao ambiente externo, dando à organização um direcionamento de longo prazo. Atenção - relacione gestão estratégica a: longo prazo, administração, contínua, gerenciamento interno, adaptação ao ambiente externo, ações corretivas, feedback de informações, implementação, controle estratégico, indicadores e metas, Balanced Scorecard A gestão estratégica busca reunir o plano estratégico (fruto do planejamento estratégico) e sua implementação em um único processo contínuo que visa assegurar à organização um direcionamento de longo prazo no seu dia-a-dia. Seu foco está na condução da organização como um todo de forma estratégica, alinhada ao plano estratégico estabelecido. Uma ferramenta típica da gestão estratégica é o Balanced Scorecard, que considera as seguintes perspectivas (decore isso): Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 88 1. Perspectiva financeira; 2. Perspectiva do cliente; 3. Perspectiva dos processos internos; 4. Perspectiva da aprendizagem e crescimento. Podemos dizer ainda que a administração estratégica pode ser dividida nas etapas de: 1. Formulação da estratégia, onde o planejamento é realizado e resulta no plano estratégico a ser seguido pela organização; 2. Operacionalização da estratégia, onde os objetivos são desdobrados em metas para posterior acompanhamento; e 3. Acompanhamento e controle, onde as metas e objetivos são acompanhados e controlados de modo a gerar informações que retroagirão (feedback) para a correção de rumos e para uso em um novo ciclo de planejamento. Enquanto o planejamento estratégico é mais burocrático e centralizado na cúpula da organização, a gestão estratégica, mais focada na operacionalização, acompanhamento e controle, e é conduzida de forma mais descentralizada, uma vez que a implementação e controle da estratégia organizacional possuem desdobramentos com indicadores e metas a serem cumpridas por toda a organização. Como vimos até agora, o processo de gestão estratégica é diferente do processo de planejamento por estar muito mais ligado à implementação e monitoramento da gestão de tudo que foi estabelecido no plano. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 88 Lembro que planejamento e gestão estratégica são coisas distintas, mas em alguns modelos teóricos eles se aproximam bastante, por isto é preciso tomar cuidado com as questões de prova! Tenham atenção! - Tendo como base o conhecimento sobre gestão e o planejamento estratégico, já discutidos até agora, vamos reforçar alguns conceitos específicos sobre estratégia no próximo tópico! Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 88 4. Negócio, Missão, Visão de Futuro, Valores e Fatores Críticos. De forma geral, parte do que está sendo tratado nesse tópico você já viu na aula de hoje, mas prefiro trazer os conceitos de uma outra forma, para reforçá-los ainda mais na sua cabeça: Negócio: trata-se da principal atividade desenvolvida pela organização. É o que ela faz. Missão: é a razão de existir da organização na sociedade, incluindo elementos relacionados ao seu negócio e seu impacto na sociedade. Este impacto na sociedade é uma verdadeira medida de efetividade das ações organizacionais. Geralmente vem em uma só declaração, mas pode ser diferente. A HPSUHVD� ³5HQRVD´�� XPD� GDV� IiEULFDV� GD� FRFD-cola, tem a seguinte missão organizacional, dividida em 3 tópicos: x Refrescar todos os consumidores em corpo, alma e mente. x Inspirar momentos de otimismo através de nossas marcas e ações. x Criar valor e fazer a diferença onde quer que atuemos. Visão: é uma visão de futuro sobre como a organização se vê no futuro. É diferente de missão, pois visualiza um ponto a ser atingido, por isso, termina servindo como guia para orientar as decisões estratégicas ao longo do tempo. Veja o exemplo de visão da Renosa, empresa fabricante de produtos Coca-Cola: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 88 Queremos ser um dos melhores fabricantes de Coca-Cola no mundo. Essa visão é ainda explicada: x "um dos melhores": em crescimento de receita e retorno aos Stakeholders; x "fabricantes de Coca-Cola": uma Companhia orientada pelo cliente e focada no consumidor; x "no mundo": em comparação com os fabricantes de Coca-Cola com ações listadas em bolsa. Valores: são as pressuposições básicas que guiam o comportamento organizacional. Os valores da Renosa são: x Paixão x Liderança x Ética x Inovação x Responsabilidade x Qualidade x Comunicação x Colaboração Objetivos: são declarações amplas sobre o que a organização deseja alcançar ou conquistar ao longo do tempo, podendo ser afirmações atemporais. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 88 Metas: são os desdobramentos dos objetivos em partes a serem cumpridas ao longo do tempo, por áreas e pessoas específicas da organização. Devem ser específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais, sendo etapas para a concretização dos objetivos. Permitem que seja verificada a eficácia dos trabalhos realizados quando as metas de resultados organizacionais são atingidas, e a eficiência quando as metas de uso de recursos em processos e projetos são alcançadas. Estratégia: é o caminho escolhido pela organização para atingir os objetivos desejados. Em outras palavras, é um conjunto de compromissos e ações a serem tomadas para explorar as competências essenciaise obter vantagem competitiva, levando à concretização dos objetivos, atingimento da visão de futuro e realização da missão da organização. Fatores críticos de sucesso: são os resultados minimamente satisfatórios a serem atingidos para garantir o sucesso do desempenho competitivo da organização. Em outras palavras, são pontos-chave que definem se a organização obteve sucesso ou não. Por isso, são derivados dos próprios objetivos organizacionais. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 88 5. Princípios gerais da administração. As diferentes escolas da era clássica da administração apresentam princípios para a administração, por isso temos que estudá-las por completo. Além disso, a escola neoclássica também fala nisso, por isso vale uma revisão dessa escola. Peço que você reforce a memorização dos 14 princípios gerais da administração de Fayol, já que acredito que, desta parte do assunto, é o mais provável de ser cobrado. 5.1. Abordagem Clássica A abordagem Clássica engloba o trabalho que dois pioneiros do estudo da administração desenvolveram no início do Século XX, buscando aumentar a eficiência das indústrias que cresciam de forma muito desordenada entre o final do Século XIX e o início do Século XX. Frederick Winslow Taylor, considerado o fundador da Abordagem Clássica, era americano e buscava a melhoria da eficiência através da racionalização do trabalho. Seus estudos são profundamente ligados ao estudo dos tempos e movimentos dos funcionários e geraram a Administração Científica. O segundo autor de grande relevância foi Henry Fayol, pai da Teoria Clássica da Administração. Francês, Fayol trabalhava a milhares de quilômetros de Taylor. Eles não mantinham contato, mas mesmo assim, e ainda partindo de ideias distintas, criaram teorias sobre a administração que se FRPSOHPHQWDYDP��VHQGR�FKDPDGDV��HP�FRQMXQWR��GH�³Abordagem Clássica´� da administração. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 88 A ideia central de ambos os autores era desenvolver uma visão científica da administração, com princípios e normas que deveriam ser seguidos para que ela pudesse ser eficiente. Apesar disso, essas teorias tinham diferenças entre si. Vamos estudar cada uma delas para entendê-las um pouco melhor e responder corretamente a qualquer questão de prova que venha pela frente! 5.1.1. Administração Científica A Administração Científica foi desenvolvida por Taylor, no início do Século XX, com o objetivo de maximizar o desempenho das organizações através do atingimento do melhor desempenho possível no exercício das tarefas, reduzindo as perdas e os desperdícios de qualquer natureza, gerando lucro para empresa e para o trabalhador. Taylor enfocava o estudo dos tempos e movimentos dos empregados como forma de melhorar o desempenho do chão de fábrica. - Mas o que são os tempos e movimentos?! - Resposta: imagine uma linha de produção... que tal a produção de hamburgers em uma loja da McDonalds, para o nosso exemplo?! Nessa linha de produção, cada funcionário tem seu papel. O cozinheiro pega a carne e coloca no fogo, o assistente abre os pães e prepara as verduras, o atendente pega o sanduiche pronto e entrega ao cliente, etc. Isso tudo acontece de uma forma perfeitamente organizada e padronizada, de modo que cada movimento do funcionário é previsto e cronometrado, criando- VH�XP�³WHPSR�LGHDO´�SDUD�UHDOL]DomR�GH�FDGD�WDUHID��$VVLP��p�SRVVtYHO�VDEHU�R� desempenho do funcionário em cada tarefa. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 88 - Perceba que essa é a primeira teoria que vemos, sendo a ³IXQGDGRUD´� GD� DGPLQLVWUDomR�� H� HP� YiULRV� DVSHFWRV� VHXV� SUHFHLWRV� são utilizados até hoje! Como vimos, Taylor defendia a uniformidade das técnicas e métodos de trabalho com o objetivo de melhorar o desempenho. Além disso, desde aquela época, ela achava que os funcionários deveriam ser bem remunerados de acordo com sua produtividade, para que o desempenho melhorasse e o custo unitário fosse reduzido. - Carlos, agora não entendi! Como é que iam reduzir o custo unitário se o funcionário seria melhor remunerado?! - Simples! Com a remuneração melhor e os tempos e movimentos padronizados, o funcionário se dedicaria mais ao trabalho e menos à ³YDGLDJHP´��ID]HQGR�FRP�TXH�D�SURGXWLYLGDGH�VXELVVH�H�R�FXVWR�GH�FDGD�peça caísse, mesmo com remunerações superiores! A tentativa de Taylor de substituir métodos elementares de produção por métodos científicos ficou conhecida como Organização Racional do Trabalho (ORT), que tem os seguintes fundamentos: 1. Análise do trabalho em si e estudo dos tempos e movimentos: é a análise das tarefas, de como elas são realizadas e de como elas podem ser melhor realizadas por meio do uso de técnicas e ferramentas mais apropriadas. Além disso, encontrada a melhor forma de fazer as coisas, seria criado um tempo-padrão de execução para controle do desempenho dos funcionários. 2. Estudo da fadiga humana: trata-se de entender como o cansaço corporal influencia no exercício das tarefas de cada trabalhador, visando diminuir a perda de eficiência decorrente do cansaço dos trabalhadores. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 88 3. Divisão do trabalho e especialização do trabalhador: dividindo o trabalho que antes era executado por apenas um artesão em várias etapas, e possuindo trabalhadores especializados em cada uma delas, seria possível aumentar a eficiência operacional. 4. Desenho de cargos e tarefas: trata-se da ideia básica de definir quem faz o que e como as tarefas devem ser executadas. 5. Incentivos e prêmios salariais por produção: Taylor achava que a remuneração baseada no número de horas trabalhadas não estimula ninguém a ter um bom desempenho. Assim, o trabalhador deveria receber estímulos salariais para produzir com eficiência cada vez maior. A lógica era: Quem produz mais, ganha mais; quem produz menos, ganha menos! 6. A ideia do Homo Economicus: esse conceito estabelece que o KRPHP�p�XP�DQLPDO�³HFRQ{PLFR´��RX�VHMD��WUDEDOKD�DSHQDV�HP� troca de recompensas financeiras para que possa viver a sua vida. 7. O ambiente de trabalho: a administração científica atribuía grande importância à características como arranjo físico, minimização do esforço do trabalhador e um certo nível de conforto. Mas não se engane: isso não acontecia por causa de uma preocupação com o trabalhador, mas pelo desejo de maior eficiência de seu trabalho! 8. Padronização: quanto maior a padronização nos processos, menores seriam as perdas e desperdícios, e maior seria a eficiência. Perceba que, no fundo, a organização racional do trabalho possibilita a prosperidade do empregado ao mesmo tempo da do empregador, pois o empregado produz mais e recebe mais! Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 88 Além dos princípiosbásicos da ORT, devemos conhecer ainda os SULQFtSLRV�GD�DGPLQLVWUDomR� FLHQWtILFD�GH�7D\ORU��SDUD� ³PDWDU´�DV�TXHVW}HV�GH� concurso que venham sobre isso: 1. Planejamento: o trabalho deve ser planejado pela organização com base em métodos científicos, e não operado conforme o critério individual do trabalhador. 2. Preparo: os trabalhadores devem ser cientificamente selecionados e treinados para as tarefas planejadas. 3. Controle: o trabalho deve ser controlado, para que seja possível verificar se o que foi previsto está sendo cumprido. 4. Execução: as atribuições e responsabilidades de execução devem ser distribuídas de forma planejada. Em resumo, é possível afirmar que a administração científica combina as seguintes ideias em uma perspectiva sobre a administração: x Ciência, em lugar de empirismo. x Harmonia, em vez de discórdia. x Cooperação, e não individualismo. x Rendimento máximo, em lugar de produção reduzida. x Desenvolvimento de cada homem, no sentido de alcançar maior eficiência e prosperidade. Mas nem tudo são flores nesta escola da administração. A Administração Científica de Taylor sofreu muitas críticas. Dentre elas, as seguintes podem ser destacadas para você levar em sua cabeça para o concurso: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 88 1. O homem, visto como uma máquina pela Administração Científica, foi pouco considerado por essa teoria, que o percebia apenas como um instrumento de trabalho como qualquer outro, não considerando diversos aspectos motivacionais além do dinheiro. 2. O trabalhador deveria ser superespecializado nas poucas tarefas que executava rotineiramente. Percebeu-se, posteriormente, que essa não era uma forma de agir que resultaria sempre em aumento da produtividade. 3. A administração científica não considera o trabalhador como ser humano e social, mas como um apêndice da máquina. Assim, o ser humano era visto de uma forma muito pequena e específica, pouco ampla. Era como se o homem substituísse o boi que move a moenda ou o rio que move o moinho... 4. Apesar de todo o seu desenvolvimento com uma suposta base científica, não há comprovação científica (vejam só!), de que essa escola da administração realmente conseguia aumentar, por si só, a eficiência organizacional. 5. A organização não era vista como um todo, mas observada microscopicamente, assim como o trabalhador, com foco nas tarefas a serem realizadas. Vista de forma extremamente compartimentada, a organização não poderia trabalhar sobre toda a sua complexidade. 6. Outra crítica à administração científica é a limitação do seu campo de atuação ao chão de fábrica industrial, não considerando outros aspectos organizacionais. 7. A abordagem prescritiva e normativa utilizada não consegue atender a todos os tipos de situação que podem surgir na organização. 8. A organização era vista como um sistema fechado pela administração científica, de modo que essa escola não Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 88 conseguia perceber as diversas inter-relações entre o ambiente e a organização como geradoras de influências na mesma. - Bem, com isso acabamos a primeira Escola. Não se preocupem, nem todas as escolas trazem tanto assunto assim. É que tem algumas que são mais cobradas nos concursos, então temos que nos precaver, não é!? 5.1.1.1. O Fordismo Em linha com o pensamento da administração científica de Taylor surge o Fordismo. Trata-se do sistema de produção em massa baseado na linha de montagem desenvolvido por Henry Ford. A ideia básica de Ford era a de que seria possível aumentar a produtividade da linha de produção com a implementação de uma linha de montagem que utilizasse o trabalhador da melhor forma, reduzindo o tempo de trabalho e os custos. De forma geral, fala-se nos seguintes princípios do Fordismo para a administração: x Princípio da intensificação: trata-se da redução do tempo de produção através da maximização do uso dos equipamentos e matérias-primas, além da maior agilidade na colocação do produto no mercado para consumo. x Princípio da economicidade: nada mais é do que reduzir o estoque de matéria prima ao mínimo para que enquanto os produtos finais sejam vendidos (carros), sua venda seja Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 88 suficiente para pagar o custo das materiais primas e dos salários dos empregados. x Princípio da produtividade: trata-se de aumentar a capacidade de produção de cada trabalhador em um tempo determinado por meio do uso da especialização do trabalho na linha de montagem. Sobre este último princípio, cabe destacar a existência de dois pontos essenciais da produção em massa que foram bastante utilizados para a linha de montagem de Ford: x Uso de peças e componentes padronizados e intercambiáveis entre si: para produzir em massa, Ford iniciou um processo de controle de qualidade das peças para que elas estivessem todas de acordo com um determinado padrão de uso na fábrica, podendo ser facilmente trocadas por outras peças da mesma especificação, se assim fosse necessário. x Especialização do trabalhador: A especialização do trabalhador é base para o funcionamento da linha de montagem, já que cada um deve ser um verdadeiro especialista na pequena parte do processo produtivo pela qual é responsável. A ideia é que cada trabalhador faça apenas uma pequena parte do trabalho total, mas que faça a sua parte com máxima eficiência. Juntando o uso desses dois princípios à construção de uma linha de montagem móvel - na qual o produto em processo vem até o trabalhador, e não o contrário - Ford conseguiu reduzir drasticamente o tempo de cada ciclo de trabalho dos operários de modo que a produtividade aumentou drasticamente. É ainda atribuída à Ford a ideia de que os funcionários deveriam ser capazes de comprar os produtos da empresa para a qual trabalham. Na Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 88 verdade, Ford levou esta ideia muito a sério ao duplicar o salário de seus funcionários com este objetivo. Vamos agora estudar a Teoria Clássica da Administração, que também faz parte da Abordagem Clássica. 5.1.2. Teoria Clássica O objetivo central da Teoria Clássica era o mesmo da Administração Científica: maximizar a eficiência organizacional. Apesar disso, a Teoria Clássica de Fayol dava ênfase ao papel da estrutura organizacional como um todo na obtenção de elevados graus de eficiência. Essa estrutura seria possuidora de funções e princípios que deveriam ser respeitados para o sucesso organizacional. Assim, o foco também estava sobre o papel do executivo de alto nível da organização realizar toda a estruturação de forma correta para garantir os bons resultados. É com base nessa teoria que foram criadas as estruturas organizacionais que hoje são representadas por meio de um organograma (gráfico que representa as estruturas das organizações). De forma mais específica, a Teoria Clássica previa a existência de diferentes funções paraque as organizações pudessem se estruturar adequadamente. As funções básicas da organização, para Fayol, eram: 1. Funções técnicas: relativas à produção. 2. Funções comerciais: relativas à venda, compra e troca. 3. Funções financeiras: relativas ao gerenciamento e busca de capital. 4. Funções de segurança: aquelas que relacionam com a proteção individual e patrimonial. 5. Funções contábeis: relacionadas com a contabilidade. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 88 6. Funções administrativas: é a função responsável pela formulação das questões gerais da empresa, coordenação dos esforços, harmonização dos atos e construção do seu corpo social. Ela é que integra e coordena as outras funções. É a função ADMINITRAÇÃO, pessoal! Preocupado com a estruturação organizacional e com a função da administração, Fayol definiu a administração como um conjunto de diferentes atividades que representam a função do administrador em uma empresa: x Prever: trata-se de avaliar o futuro e traçar um plano de ação para chegar até ele. x Organizar: trata-se da atividade que proporciona os recursos materiais e sociais para a empresa, tais como matérias-primas, recursos financeiros, pessoas, etc. x Comandar: é a atividade de dirigir o pessoal da organização. x Coordenar: É a criação de harmonia entre as atividades, esforços e atos do negócio com o objetivo de facilitar o sucesso do trabalho. x Controlar: trata-se da verificação dos trabalhos para que se certifique de que tudo está caminhando conforme o planejado. - Carlos!!! É muita coisa para decorar!!! - Eu sei pessoal... eu sei... mas para esse caso específico, lhes dou o seguinte mnemônico para memorizar: Fayol = P.O.C.C.C. = POC3 Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar! Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 88 Saiba que, para fayol, cada uma dessas funções repercute sobre a seguinte, determinando o seu desenvolvimento. Além disso, é preciso ter em mente ainda os 14 Princípios Gerais da Administração de Fayol. Reproduzo, a seguir, os referidos princípios, conforme apresentado por Chiavenato (2011): 1. Divisão do trabalho. Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência da organização. 2. Autoridade e responsabilidade. Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si. 3. Disciplina. Depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos. 4. Unidade de comando. Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. 5. Unidade de direção. Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo. 6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais. Os interesses da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares dos indivíduos. Isso é o mesmo que dizer que os interesses dos indivíduos devem ser os mesmos da organização, ou seja, deve haver identidade de interesses. 7. Remuneração do pessoal. Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. 8. Centralização. Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. 9. Cadeia escalar. É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do principio do comando. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 88 10. Ordem. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. 11. Equidade. Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal. 12. Estabilidade do pessoal. A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa ficar no cargo, melhor será para a empresa. 13. Iniciativa. A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. 14. Espírito de equipe. A harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças para a organização. - Impressionante como todos esses princípios nos parecem atuais, não é?! Antes de você ter estudado isso (se é que já não estudou antes!), você diria que as ideias de estabilidade, remuneração justa, espírito de equipe, etc., são ideias que tem mais de 100 anos!? Pois é! Essas são ideias que remontam ao princípio da administração enquanto ciência, por meio da Teoria Clássica de Fayol! Com sua clara preocupação com a estrutura organizacional, Fayol apresentava a necessidade de uma estrutura do tipo linear, que é aquela baseada nas ordens que são dadas do chefe para o subordinado, de cima para baixo na estrutura organizacional, sendo que cada área termina tomando as decisões relativas ao seu próprio trabalho. Perceba que, esse tipo de estrutura organizacional termina sendo baseado nos princípios da unidade de comando, unidade de direção, centralização da autoridade e cadeia escalar. No que diz respeito ao trabalhador, a Escola Clássica apresenta 6 diferentes qualidades que se mostram relevantes para a execução de diferentes tipos de tarefa. Na estruturação das diferentes funções organizacionais, é preciso considerar a necessidade de encontrar trabalhadores com diferentes níveis de: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 88 1. Qualidades físicas, que incluem vigor, destreza, força, agilidade, saúde, etc. 2. Qualidades intelectuais, incluindo a capacidade de compreender assuntos e ter discernimento, analisar, julgar e pensar sobre coisas novas. 3. Qualidades morais, tais como firmeza, iniciativa, energia, dignidade, etc. 4. Cultura geral, incluindo conhecimentos diversos que não se relacionam apenas à função exercida. 5. Conhecimentos especiais, ligados especificamente à função exercida 6. Experiência, que diz respeito ao conhecimento adquirido através da prática e vivência. A Teoria Clássica também sofreu várias críticas ao longo do tempo. As principais críticas a essa escola são as seguintes: 1. Sua abordagem é bastante simplificada quanto à estrutura organizacional, considerando apenas a organização formal. 2. Apesar de indicar diversos princípios para a administração, não há comprovação formal de seu funcionamento científico com base em experimentos. 3. Ela se baseia em uma concepção extremamente racional da administração, o que não é suficiente para capturar todo seu espírito, que engloba aspectos sistêmicos e menos formalizados. 4. A Teoria Clássica tem uma visão excessivamente mecanicista da organização, considerando sua estrutura como uma máquina que, quando não funciona bem, é porque tem defeitos que precisam ser corrigidos em sua estrutura. 5. Assim como a Administração Científica de Taylor, a Escola Clássica de Fayol desconsidera a importância da organização informal. Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.brPágina 45 de 88 6. Por fim, a organização é vista como um sistema fechado, que não interage com seu ambiente, o que faz com que vários aspectos de sua complexidade sejam desconsiderados. Com isso encerramos a abordagem clássica. Vejamos a abordagem neoclássica e seus princípios. 5.2. Abordagem Neoclássica O momento econômico que se vivia na década de 1950 era de forte retomada na produção industrial mundial, pois a segunda guerra mundial havia acabado e os esforços globais estavam direcionados para a reconstrução da Europa, gerando impactos econômicos por todo o mundo. Além disso, o ambiente começava a passar por mudanças e a organização precisava se adaptar, ao mesmo tempo em que deveria enfocar os resultados. Neste contexto, surge a Abordagem Neoclássica, com a Teoria Neoclássica, retomando vários dos preceitos da Teoria Clássica da administração com uma visão mais moderna e aplicada à crescente complexidade organizacional, sem desconsiderar aspectos de outras escolas da administração. A visão do ser humano adotada aqui é a de homem organizacional e administrativo, que aceita incentivos mistos, tanto econômicos quanto sociais e simbólicos para o alcance de uma melhor produtividade. Nessa perspectiva, o ser humano é racional, mas também social, sendo voltado para o alcance dos seus próprios objetivos e também dos objetivos da organização. Veremos mais sobre essas duas perspectivas nos próximos tópicos da aula. Segundo Chiavenato (2011), a Abordagem Neoclássica se baseia nos seguintes fundamentos: Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 88 1. A administração é um processo operacional composto por funções, como: planejamento, organização, direção e controle. 2. Como a administração envolve uma variedade de situações da organização, ela precisa ser fundamentada em princípios básicos que tenham valor preditivo. 3. A administração é uma arte que deve se apoiar em princípios universais, como a Medicina ou a Engenharia. 4. Os princípios da administração são verdadeiros, assim como os princípios de outras ciências. 5. A cultura e o universo físico e biológico geram impactos no ambiente do administrador. Seja como ciência ou arte, a teoria administrativa não precisa englobar todo o conhecimento possível para que possa servir de fundamento científico para os princípios da Administração. As principais características da Teoria Neoclássica são: 1. A ênfase na prática administrativa: é uma teoria bastante pragmática e que busca resposta para problemas reais da organização. 2. A reafirmação, até certo ponto, da Teoria Clássica: vários dos pressupostos clássicos são retomados, como a existência de princípios gerais da administração, a departamentalização, etc. 3. A ênfase nos princípios gerais: a administração, segundo a Abordagem Neoclássica, necessitava ser estudada em seus princípios gerais para que os administradores pudessem usar o conhecimento na prática. 4. A ênfase nos resultados e objetivos: o foco da organização não deve ser sobre si mesma, mas sim sobre os objetivos e resultados que ela deve alcançar. 5. Existência de conceitos ecléticos: os conceitos utilizados pela Abordagem Neoclássica são muito diversos, absorvendo Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 88 ideias de diferentes teorias administrativas, apesar de considerar a importância dos Clássicos. É na Abordagem Neoclássica que são discutidos os princípios básicos de organização, que são: 1. Divisão do trabalho: para que a produção de uma organização seja eficiente ela precisa decompor o processo de trabalho em uma série de pequenas tarefas que o constituem, de modo que cada funcionário seja responsável pela realização de uma pequena parte. A divisão do trabalho começou a ser praticada durante a revolução industrial, possibilitando o aumento drástico nas quantidades de produção de produtos em massa. A divisão do trabalho traz maior produtividade e rendimento do pessoal, eficiência da organização e redução dos custos. Como consequência de sua implementação, pode-se dividir o trabalho do aparato administrativo da organização em níveis, que são: I) o institucional - nível mais elevado, composto pelos diretores; II) O nível intermediário - composto pelos gerentes; III) O nível operacional - composto pelos supervisores dos funcionários que executam as tarefas. 2. Especialização: a especialização é consequência da divisão do trabalho, já que cada órgão e cada cargo passam a ser responsáveis por trabalhos especializados específicos. A consequência da especialização é a divisão da estrutura organizacional em departamentos. 3. Hierarquia:trata-se de outra consequência da divisão do trabalho, sendo um desdobramento da função de comando para que cada pessoa responda a um chefe específico, criando uma cadeia de relações chefe-subordinado (cadeia escalar) que vai Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 88 da base da organização até o seu nível mais elevado. O que se observa é que, conforme se sobe na cadeia escalar, maior é a autoridade o administrador. Neste sentido, autoridade é o direito formal e legítimo de tomada de decisões, dando ordens e alocando recursos dentro da organização com foco no atingimento de objetivos. Chiavenato (2011) destaca que a autoridade se distingue por três características: 1) ser alocada em posições da organização, e não em pessoas; 2)ser aceita pelos subordinados; 3) fluir abaixo por meio da hierarquia verticalizada. Além disso, importante destacar o que significa responsabilidade e delegação. Responsabilidade é o dever de realizar aquilo que lhe foi designado (por meio da autoridade) pelo seu superior hierárquico. Delegação, por sua vez, é a transferência de autoridade e responsabilidade (há muita controvérsia sobre isso!!!) de um superior para um subordinado dentro da hierarquia organizacional. O propósito é permitir que as pessoas tomem decisões e realizem seu trabalho sem necessidade de consultar o chefe o tempo todo, fazendo com que a organização funcione de maneira mais ágil e flexível. A delegação pode envolver a tarefa inteira, a escolha da pessoa certa, a transferência completa de autoridade e responsabilidade, a informação adequada, retroação para orientação, e avaliação do desempenho. 4. Amplitude administrativa: trata-se do número de funcionários que um administrador pode supervisionar, e é também conhecida como amplitude de comando ou de controle. Mantido o número de funcionários, quanto maior a amplitude de controle, mais funcionários cada chefe terá, o que implicará uma cadeia de comando menor, formando uma organização "achatada" na sua estrutura. Quanto menor a amplitude de Administração Pública p/ TRT-MT (AJAA) Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 88 controle, mais níveis hierárquicos a organização terá, formando uma organização "alta". Além disso, é aqui que se discutem profundamente questões como eficiência e eficácia, administração por objetivos, vantagens e desvantagens da centralização
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