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QUADRO-RESUMO: DIREITO DAS COISAS – INTRODUÇÃO E POSSE INTRODUÇÃO - os direitos reais consistem no poder jurídico que uma pessoa (titular do direito) exerce sobre uma coisa. - é possível verificar na relação de direito real a existência de um sujeito ativo (titular do direito), uma coisa (objeto do direito), a inflexão imediata do sujeito ativo sobre a coisa (poder jurídico). - nessas relações, existe um sujeito passivo não determinado, eis que todos os direitos reais produzem eficácia erga omnes, ou seja, contra todos. - estão previstos, expressamente, no art. 1225, do CC. - trata-se de rol taxativo. - os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no CRI dos referidos títulos, salvo os expressos no CC. - já os direitos reais sobre coisas móveis quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. DIREITO REAL ≠ DIREITO PESSOAL - o direito real é oponível erga omnes, enquanto que o direito pessoal possui um sujeito passivo determinado. - o objeto do direito real é sempre determinado, mas o do sujeito pessoal pode ser determinável. - o direito real exige a existência atual da coisa, enquanto que o direito pessoal admite como objeto uma coisa futura. - o direito real pode ser adquirido por usucapião, o que não acontece com o direito pessoal. - o direito real confere ao seu titular a prerrogativa de acompanhar a coisa em poder de quem quer que ela se encontre (seqüela), o que não ocorre com o direito pessoal. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS Direito real sobre coisa própria - propriedade Direito real sobre coisa alheia Direitos reais de gozo e de fruição - superfície - servidão - usufruto - uso - habitação Direitos reais de garantia - penhor - hipoteca - anticrese - propriedade fiduciária Direito real de aquisição - direito do promitente comprador de imóveis DA POSSE INTRODUÇÃO - posse é a exteriorização da propriedade. - conceito extraído da teoria objetivista (Ihering), adotado pelo CC. - art. 1196, CC – se considera possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. - posse é a visibilidade do domínio e possuidor é aquele que age como se proprietário fosse. - não confundir – vide tabela: Detenção - considera-se detentor todo aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. - o detentor, também chamado de “fâmulo da posse”, não tem a posse, mas apenas a conserva em nome de outrem, cumprindo suas ordens e instruções (ex: caseiro). DA POSSE (continuação) CLASSIFICAÇÃO DA POSSE - vide tabela: Boa-fé e má-fé - art. 1201, CC – possuidor de boa-fé é aquele que ignora os vícios sobre a posse. - possuidor de má-fé é o que tem conhecimento sobre os mesmos. Justa ou injusta - posse justa é a que não é violenta, clandestina e nem precária. - posse injusta é violenta, clandestina e precária. a) violenta – obtida pelo uso da força. b) clandestina – obtida através de um processo de ocultamento. c) precária – obtida por abuso de confiança. Direta e indireta - direta é a posse de quem tem a coisa em seu poder, o que não afeta a condição jurídica do proprietário que mantém a posse indireta. - a posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. - art. 1197, CC. Nova e velha - nova é a posse de até 01 ano e 01 dia, inclusive. - velha é a posse superior a 01 ano e 01 dia. Posse ad interdicta - é a posse que se pode amparar nos interditos, na hipótese de turbação, esbulho, ameaça ou perda. Posse ad usucapionem - é a posse que permite a aquisição da propriedade por usucapião. EFEITOS DA POSSE - os principais efeitos: a) na faculdade do possuidor se valer da proteção possessória; b)na possibilidade de se adquirir a propriedade por usucapião. - a proteção possessória é composta pelos interditos possessórios: a) Reintegração de Posse – esbulho (é uma agressão à posse que priva o possuidor da mesma); b) Manutenção de Posse – turbação (é uma agressão à posse que não priva o possuidor da mesma); c) Ação de Interdito Proibitório – ameaça (agressão em potência, ou seja, existe a possibilidade de ocorrer a agressão, mas ela ainda não ocorreu). - art. 1210, CC - arts. 926 e 932, CPC. - o autor da ação possessória pode, ainda, pleitear, de forma cumulada, a condenação do réu ao pagamento de perdas e danos por ele causados, além da cominação de pena para o caso de nova turbação ou esbulho, bem como desfazimento da construção ou plantação realizada em detrimento da posse do requerente (art. 921, CPC). - a lei confere ao possuidor o direito subjetivo de defender-se por seus próprios meios, desde que o faça logo e maneira proporcional à agressão sofrida (art. 1210, § 1º, CC). - é necessário que a defesa direta da posse seja exercida logo após a agressão. - os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção ou restituição da posse. - denomina-se legítima defesa da posse o exercício da autotutela na hipótese de turbação e desforço imediato no caso de esbulho. - em relação aos efeitos da posse, no que toca aos frutos, deve-se observar que o possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. - devem ser restituídos os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé, depois de deduzidas as despesas de produção e custeio. O mesmo acontece com os frutos colhidos com antecipação. - os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados. - os frutos civis reputam-se percebidos dia por dia. DA POSSE (continuação) - o possuidor de má-fé, por sua vez, responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que constituiu a má-fé. Contudo, mesmo estando de má-fé, terá direito às despesas na produção e custeio. - o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa (art. 1217, CC). - o possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ele na posse do reivindicante (art. 1218, CC). - no que toca às benfeitorias, o possuidor de boa-fé terá direito de retenção das necessárias e úteis até receber justa indenização. Em relação às voluptuárias, poderá levantá-las, sem detrimento da coisa, se não lhe forem pagas. - já o possuidor de má-fé, terá direito apenas ao ressarcimento das benfeitorias necessárias, mas não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantas as benfeitorias voluptuárias. AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE - art. 1204, CC – a posse se adquire desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.- os meios de aquisição da posse podem ser classificados – vide tabela: Originário - a aquisição da posse realiza-se independentemente da anuência ou da aquisição de um possuidor anterior. - não existe relação de causalidade entre a posse atual e a anterior. - não há transmissão da posse. - exemplo: usucapião. Derivado - a aquisição da posse decorre da anuência de um possuidor anterior e é precedida de um negócio jurídico. - existe relação de causalidade entre a posse atual e a anterior. - há transmissão da posse. - exemplo: locatário. - se a aquisição se deu por um meio originário, a posse estará livre de vícios anteriores. - se a aquisição se deu por meios derivados, os vícios anteriores existentes irão se transmitir ao possuidor atual. - vide tabela – meios de aquisição da posse: Originários Apreensão da coisa - recai sobre coisa sem dono (res nullius) ou sobre coisa abandonada (res derelicta) Exercício do direito - ocorre quando o possuidor exerce ostensivamente o direito que pode ser objeto da ação possessória. Derivados - é a TRADIÇÃO – transferência da posse de um possuidor para o outro, a entrega da coisa. Pode ser: Real - decorre da entrega efetiva do bem. Ficta - decorre de atos que simbolizam a entrega do bem (ex: entrega das chaves). Consensual - decorre do consenso entre as partes e em regra é estabelecida por um contrato. - Constituo Possessório – ocorre quando o possuidor aliena bem de sua propriedade, mas nele permanece à título de outro, como, por exemplo, é o caso do proprietário de um imóvel, resolve vendê-lo, mas nele permanece como locatário. Nestes casos, opera-se a transmissão da posse indireta, mas a permanência na posse direta. - a posse pode ser adquirida: a) pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; b) por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. DA POSSE (continuação) - a posse se transmite aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. - perde-se a posse quando cessar, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem (art. 1196, CC).
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