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SEMANA 01 Estruturas de Fundacoes Capitulo 01 Investigacao do Subsolo

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1 
 
1 Investigação do subsolo 
 
 
João Crisóstomo dos Santos Neto 
Introdução 
 
Neste primeiro capítulo, iremos falar sobre a importância da investigação do subsolo para as 
Estruturas de Fundações, e os métodos de investigação geotécnica existentes, destacando 
aqueles que são os mais utilizados. 
 
Para a elaboração de um projeto de fundação, é fundamental que o projetista responsável 
tenha um amplo conhecimento do solo no qual irá projetar uma edificação. Na grande maioria 
dos casos. a investigação do subsolo é realizada através de sondagens de simples 
reconhecimento a percursão (SPT), mas, dependendo do tipo e do porte da obra, pode ser 
necessário a utilização de outros métodos, como a sondagem rotativa por exemplo. 
 
Independentemente do tipo de obra, seja ela de grande ou pequeno porte, residencial ou 
comercial, é imprescindível a realização de ensaios de sondagem. Porém, é comum 
observarmos que na grande maioria dos projetos de pequenas dimensões, que nenhum tipo 
de investigação seja realizada. Nesses casos, é realizada apenas uma avaliação visual do 
solo, o que não é recomendado. 
 
O conhecimento das características físicas do solo é importante não só para garantir 
segurança à edificação. Ela também será fundamental para auxiliar e dar suporte ao projetista 
na escolha do melhor tipo de fundação a ser utilizada no projeto desenvolvido, trazendo assim, 
economia para a obra, uma vez que é comum o superdimensionamento de projetos de 
fundações em casos onde não há necessidade. 
 
De acordo com alguns estudos realizados, estima-se que cerca de 0,2% a 0,5% do valor do 
custo total da obra é destinado para esta fase do projeto. Como pode ser observado, o 
investimento que se faz com esse tipo de serviço é razoavelmente baixo, dada a sua 
importância, e não compromete o valor total do custo da obra. Além disso, é essa análise que 
dará ao projetista, a segurança necessária para a elaboração de um projeto que garanta a 
estabilidade da edificação projetada, e principalmente, a integridade de todos os seus 
ocupantes. 
 
 
Objetivos 
 
Após a leitura dos conteúdos apresentados nesse capítulo, espero que você seja capaz de: 
 
 Reconhecer a importância da realização das investigações geotécnicas; 
 Identificar os principais tipos de prospecções superficiais; 
 Compreender a real necessidade da utilização de sondagens do solo para a escolha do 
tipo de fundação; 
 Verificar as recomendações das conforme normas técnicas para a realização das 
sondagens; 
 
2 
 
Esquema 
 
1.1 Investigação Geotécnica 
1.2 Prospecções Superficiais 
1.3 Planejamento para Investigação do Solo 
1.4 Sondagens 
1.4.1 Quantidade e Locação das Sondagens 
1.4.2 Profundidade das Sondagens 
1.5 Sondagem de Simples Reconhecimento a Percursão – SPT 
1.5.1 Resistência do Solo - SPT 
1.6 Sondagem de Penetração Estática – CPT 
1.7 Sondagem Rotativa 
1.8 Conclusão 
 
 
 
1.1 Investigação Geotécnica 
 
De acordo com o item 4 da NBR 6122 - Projeto e Execução de Fundações (2010), as 
investigações de terrenos constituídos por solo, rocha, mistura de ambos ou rejeitos, para fins 
de projeto e execução de fundações compreendem: 
 
a) Investigação de campo: 
 
 Sondagens a trado; 
 Poços e trincheiras; 
 Sondagens de simples reconhecimento à percursão; 
 Sondagens rotativas; 
 Realização de provas de carga; 
 Ensaios em geral. 
 
b) Investigação em laboratório: 
 
 Caracterização; 
 Resistência; 
 Deformabilidade; 
 Permeabilidade; 
 Colapsibilidade; 
 Expansabilidade. 
 
 
 
1.2 Prospecções Superficiais 
 
A prospecção superficial tem como objetivo a avaliação preliminar do solo a pequenas 
profundidades, auxiliando na escolha dos métodos e processos das demais fases de 
investigação. Esse tipo de investigação é utilizada em fundações rasas ou de pequenas 
cargas e os tipos mais usados são: 
 
 
3 
 
a) Abertura de poços ou trincheiras: permite a análise direta (táctil-visual) das camadas 
do solo; 
 
b) Prova de carga: é utilizada para fins de fundações por sapatas rasas, conforme NBR 
6489 – Prova de carga direta sobre o terreno de fundação (1984); 
 
c) Sondagens a trado: tem como finalidade a coleta de amostras deformadas, e deve ser 
realizada conforme NBR 9603 – Sondagem a Trado (1986). 
 
 
 
1.3 Planejamento para Investigação do Solo 
 
Para a construção de uma edificação, são necessárias a realização de diversas etapas ao 
longo de todo o projeto. Para que cada uma dessas etapas atinja o nível de qualidade 
desejada e atenda ao prazo estipulado para a sua realização, é necessário que exista um 
planejamento das atividades a serem desenvolvidas. E na etapa de investigação do solo não 
é diferente. 
 
Segundo Das (2007), a investigação do solo de uma determinada estrutura é dividida em 
quatro fases: 
 
a) compilação das informações existentes relacionadas à estrutura: nessa fase, são 
consideradas as informações da estrutura a ser construída, bem como sobre a sua 
utilização futura; 
b) coleta de informações existentes para as condições do subsolo: nessa fase, são 
obtidas informações já existentes do local, através de mapas geológicos, manuais de 
solos emitidos pelos departamentos rodoviários e relatórios de exploração do solo 
utilizados em estruturas próximas. É importante ressaltar que esse tipo de 
levantamento poderá proporcionar redução de custos consideráveis na programação 
de investigação; 
c) reconhecimento do local de construção proposto: durante essa fase, o engenheiro 
deve realizar uma inspeção visual do terreno, bem como da área circunvizinha, 
observando informações como o tipo de vegetação do local, acessibilidade do local, 
natureza da drenagem, rachaduras de estruturas vizinhas, dentre outras informações 
pertinentes; 
d) investigação detalhada do local: essa fase refere-se à realização da exploração do 
solo através de sondagens realizadas no local. 
 
 
É comum imaginar que a etapa de investigação do solo inicia-se diretamente 
com realização das sondagens. Veja que essa etapa do projeto é iniciada bem 
antes, com a análise da estrutura a ser projetada, e do local em que ela será 
localizada. 
 
 
1.4 Sondagens 
 
Como já foi falado anteriormente, é fundamental que no início de qualquer tipo de obra seja 
feita a realização da investigação do solo, no intuito de obter o conhecimento necessário sobre 
as características físicas de uma determinada área. Para isso, são utilizadas as sondagens 
do solo. 
4 
 
As sondagens são realizadas com o objetivo de determinar quais são as condições naturais 
do solo. De acordo com Rebello (2008), através desse procedimento é possível determinar o 
tipo do solo, as características físicas e sobretudo, a sua resistência. Além disso, a sondagem 
permite a determinação do nível do lençol freático. 
 
 
 
 
1.4.1 Quantidade e Locação das Sondagens 
 
Para a determinação da locação e a quantidade de furos de sondagem que devem ser 
realizados em um terreno, deve ser considerada a NBR 8036 – Programação de Sondagens 
de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundação de Edifícios (1983). 
 
De acordo com a norma citada, a quantidade de sondagens deve ser, no mínimo, de uma 
para cada 200 m² de área da projeção em planta, para até 1200 m² de área. Para áreas cuja 
dimensão varie de 1200 m² a 2400 m², é necessário realizar uma sondagem para cada 400 
m² que excederem 1200 m². Para terrenos de dimensões superiores a 2400 m², a quantidade 
de sondagens deverá seguir um plano particular da construção. 
 
Para quaisquer uma das circunstâncias acima citadas, o número mínimo de sondagens a 
serem realizadas deve ser: 
 
 
a) duas, para área de projeção de até 200 m²; 
b) três, para área entre 200 m² e 400 m². 
 
 
Em algumas situações, como na fase deescolha de terreno por exemplo, a disposição em 
planta da edificação poderá não estar finalizada. Nesses casos, a NBR 8036 estabelece que 
a distância das sondagens deverá ser no máximo de 100 m, sendo três o número mínimo a 
serem realizadas. 
 
A norma ainda estabelece que as sondagens devem ser localizadas em planta, e apresenta 
também alguns critérios referentes à locação das mesmas: 
 
a) na fase preliminar e de planejamento, as sondagens devem ser dispostas igualmente 
em toda a área; já na fase de projetos, as locações das sondagens podem seguir 
critérios específicos, que levem em conta pormenores estruturais. 
b) em casos em que a quantidade de sondagens necessárias for maior que três, elas não 
devem ser dispostas ao longo de um mesmo alinhamento. 
 
 
 Exemplificando 
 
 
1) Considerando uma residência térrea com uma área de edificação projetada em planta 
de 10 por 30 m, determine, de acordo com a NBR 8036, a quantidade mínima de 
sondagens a serem realizadas: 
 
Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a área de projeção em planta da residência 
é de 300 m². Assim, considerando o item 4.1.1.2 (a) da NBR 8036, deverão ser realizadas no 
mínimo 3 (três) sondagens. 
5 
 
2) Considerando um edifício residencial de 12 pavimentos, com uma área de edificação 
projetada em planta de 40 por 50 m, determine, de acordo com a NBR 8036, a 
quantidade mínima de sondagens a serem realizadas: 
 
Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a área de projeção em planta do edifício é 
de 2000 m². Assim, considerando o item 4.1.1.2 da NBR 8036, deverão ser realizadas no 
mínimo 8 (oito) sondagens. 
 
 
 
1.4.2 Profundidade das Sondagens 
 
Com relação à profundidade das sondagens, a NBR 8036 estabelece que ela deve ser 
determinada em função do tipo do edifício, das características da estrutura, das dimensões 
em planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e topográficas do local 
do terreno. 
 
A norma diz ainda que as sondagens devem ser realizadas até a profundidade na qual o solo 
não seja mais solicitado pelas cargas provenientes da estrutura, determinando como critério 
a profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, em função das cargas estruturas a ele 
aplicado, seja menor do que 10% da pressão geostática. 
 
 
 
Existem casos em que a edificação pode apresentar uma planta composta por 
vários corpos. Nessa situação, a NBR 8036 estabelece que todos os critérios 
da norma se aplica a cada corpo da edificação. 
 
 
 
A referida norma apresenta alguns critérios específicos em que a sondagem poderá ser 
interrompida, antes de atingir a profundidade determinada: 
 
a) Quando a sondagem atingir uma camada do solo de compacidade ou consistência 
elevada, e as condições geológicas do local mostrarem não haver outras 
possibilidades de se chegar a outras camadas; 
 
b) Quando a sondagem atingir a rocha ou camada impenetrável à percursão, subjacente 
a solo adequado ao suporte da fundação. 
 
 
De acordo com o item 4.1.2.5 da norma, em casos de corpos de fundações isolados e muito 
espaçados entre si, a profundidade da exploração deve ser determinada a partir da 
consideração simultânea da menor dimensão dos corpos de fundação, da profundidade dos 
seus elementos e da pressão estimada por eles transmitida. 
 
Para auxiliar na estimativa da profundidade das sondagens a serem realizadas, a NBR indica 
a utilização do gráfico a seguir (Figura 01): 
6 
 
 
 
Figura 1: Gráfico para estimativa da profundidade 
Fonte: ABNT – NBR 8036 (1983) 
 
 
Onde: 
 
q = pressão média sobre o terreno (peso específico dividido pela área em planta; 
Ƴ = peso específico médio estimado para os solos ao longo da profundidade em 
questão; 
M = coeficiente decorrente do critério definido no item 4.1.2.2 da NBR 8036; 
B = menor dimensão do retângulo circunscrito à planta de edificação; 
L = maior dimensão do retângulo circunscrito à planta de edificação; 
D = profundidade da sondagem 
 
 
 
 
7 
 
 Exemplificando 
 
 
Considere um edifício residencial de 8 pavimentos, com as seguintes características: 
 
- área da edificação projetada em planta: 10 por 30 m; 
- carga distribuída sobre o terreno: 120 kN/m²; 
- peso específico médio estimado para o solo: 18 kN/m²; 
 
Determine, de acordo com a NBR 8036, a quantidade mínima e a profundidade das 
sondagens a serem realizadas. 
 
Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a área de projeção em planta do edifício é 
de 300 m². Assim, considerando o item 4.1.1.2 da NBR 8036, deverão ser realizadas no 
mínimo 3 (três) sondagens. 
 
Para a determinação da dimensão das sondagens, deve-se utilizar o gráfico para estimativa 
da profundidade (Figura 01). Para isso, devemos identificar as coordenadas nos eixos x e y: 
 
→ eixo y: 
 
q
Ƴ⋅M⋅B
 → 
120
18 ⋅0,1 ⋅10
 = 6,67 
 
 
→ eixo x: 
 
L
B
 → 
30
10
 = 3 
 
Analisando o gráfico para estimativa de profundidade com os resultados acima encontrados, 
temos que: 
 
D
B
 → 
D
10
 = 1,8 → portanto, D = 18 
 
Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a profundidade das sondagens deverá ser 
de 18 metros, atendendo ao item 4.1.2 da NBR 8036. 
 
 
 
1.5 Sondagem de Simples Reconhecimento a Percurssão - SPT 
 
O ensaio SPT (Standard Penetration Test), também conhecido como Sondagem de Simples 
Reconhecimento a Percussão é a mais tradicional forma de reconhecimento do solo e o 
método mais utilizado dentre os existentes, devido a sua simplicidade e facilidade na 
aplicação dos resultados. 
 
Em 2001, a sondagem SPT foi regulamentada no Brasil pela ABNT, através da NBR 6484 - 
“Solo: Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio”. 
 
 
8 
 
De acordo com a referida norma, o método de execução de sondagens de simples 
reconhecimento – SPT, tem como finalidade: 
 
 
a) a determinação do tipo de solo em suas respectivas profundidades; 
b) a determinação da posição do nível d’água; 
c) a determinação dos índices de resistência à penetração, a cada metro. 
 
 
A sondagem SPT (Figura 02) é realizada através de um equipamento composto por um tripé, 
do qual se deixa cair de uma altura padrão de 75 cm um martelo de ferro com peso de 65 Kg, 
de forma cilíndrica ou prismática. Esse peso, faz penetrar no solo um tubo de aço (amostrador 
padrão), com diâmetro externo de 50,8 mm e diâmetro interno de 34,9 mm (REBELLO, 2008). 
 
 
 
 
 
Figura 2: Sondagem SPT 
Fonte: Autor (2017) 
 
 
 
De acordo com Cintra e Aoki (2008), a sondagem de simples reconhecimento (SPT) é 
executada em três fases, que são repetidas a cada metro de profundidade. As três etapas 
são: 
9 
 
1) Perfuração: esta etapa consiste na abertura de um furo. A NBR 6484 recomenda que 
a abertura seja iniciada com um trado concha, para o primeiro metro, e para as demais 
profundidades é indicado a utilização de um trado helicoidal. 
 
2) Penetração: esta fase é a responsável pela determinação do índice de resistência à 
penetração do solo (NSPT), através da execução do ensaio, conforme NBR 6484. 
 
3) Amostragem: nesta etapa, é realizada a retirada do amostrador e posteriormente são 
identificados o tipo e as camadas de solo. 
 
 
A cada metro perfurado, deve ser realizado o ensaio de penetração dinâmica, conforme o item 
4.3 da NBR 6484. No ensaio, deve ser anotado o número de golpes necessários para fazer 
com que o amostrador padrão penetre o solo, numa profundidade de 45 cm, divididos em 
segmentos de 15 cm, como pode ser observado através da Figura 03. 
 
 
 
 
Figura 3: Penetração dinâmica - SPT 
Fonte: Autor (2017) 
 
 
 
Para cada metro perfurado, são coletadas amostras deformadas do subsolo através do 
amostrador.Estas amostras são acondicionadas em sacos plásticos, com identificação, para 
posteriormente serem classificadas e identificadas táctil-visualmente, segundo os termos 
prescritos nas normas NBR 6502 – Rochas e Solos (1995) e NBR 7250 – Identificação e 
Descrição de Amostras de Solos Obtidas em Sondagens de Simples Reconhecimento dos 
Solos (1982). Estas amostras deverão ficar arquivadas por 30 dias após a data do ensaio, a 
disposição do cliente, e posteriormente poderão ser descartadas. 
 
10 
 
De acordo com a NBR 6484, existem algumas situações em que a sondagem poderá ser 
paralisada: 
 
a) Quando, em 3 metros seguidos, forem necessários 30 golpes para a penetração do 
amostrador dos 15 cm iniciais; 
 
b) Quando, em 4 metros seguidos, forem necessários 50 golpes para a penetração do 
amostrador dos 30 cm iniciais; 
 
c) Quando, em 5 metros seguidos, forem necessários 50 golpes para a penetração do 
amostrador dos 45 cm iniciais. 
 
 
 
1.5.1 Resistência do Solo - SPT 
 
O índice de resistência à penetração (NSPT), é a soma do número de golpes necessários para 
a penetração dos últimos 30 cm do amostrador padrão no solo. Como pode ser observado na 
Figura 03, os 15 cm iniciais são desconsiderados para a determinação do NSPT. 
 
Este índice nos permite determinar parâmetros e propriedades, como a compacidade ou 
consistência do solo analisado, através da Tabela 01 a seguir: 
 
 
Tabela 01: Classificação do Solo 
 
 
Fonte: ABNT – NBR 7250 (1982) 
 
 
Segundo Rebello (2008), existem diversas relações que leva em conta a tensão admissível 
do solo (σADM) e o número de golpes necessários para cravar os últimos 30 cm (NSPT). A 
fórmula abaixo, apesar de não levar em conta o tipo do solo, pode ser utilizada para relacionar 
de forma rápida os valores encontrados no ensaio SPT. 
 
σADM = √NSPT - 1 (kgf/cm²) 
11 
 
Existe um estudo elaborada por Chiossi (1987), em que é possível a determinação da 
resistência do solo através do número de golpes da sondagem SPT (Tabela 02). 
Diferentemente da fórmula acima, o tipo de solo é considerado. Nos casos em que o número 
de golpes for um valor que esteja entre os citados na tabela, esses valores deverão ser 
interpolados para encontrar a resistência do solo correspondente. 
 
Tabela 02: Resistência do Solo - SPT 
 
 
 
 
 
Fonte: Chiossi (1987) 
 
 
É importante ressaltar que os valores encontrados através da fórmula e da 
tabela são genéricos e imprecisos, podendo ser utilizados para uma análise 
preliminar. Além disso, é importante destacar que, se os resultados obtidos 
através da tabela e da fórmula forem diferentes, como no exemplo acima, 
devemos considerar em favor da segurança o de menor valor. 
 
 
 Exemplificando 
 
Considerando a sondagem a seguir, determine a resistência do solo a 4 metros de 
profundidade. Para isso, utilize a fórmula e tabela apresentadas: 
 
Figura 4: Resultado de sondagem 
Fonte: Autor (2017) 
12 
 
Para uma profundidade de 4 metros, temos N = 8 
 
 
1) Pela fórmula, tem-se: 
 
 
σADM = √N - 1 → σADM = √8 - 1 
 
σADM = 1,8 kg/cm² 
 
 
2) Pela tabela, tem-se: 
 
 
Para argila: 4 a 8 golpes → 1,0 a 2,0 Kg/cm² 
 
Com isso, teremos que: 
 
σADM = 2,0 kg/cm². 
 
 
 
1.6 Sondagem de Penetração Estática 
 
Este tipo de sondagem foi desenvolvido na década de 30 na Holanda, e também é conhecida 
como Sondagem do Cone Holandês ou Cone Penetration Test - CPT. O equipamento para a 
realização desse tipo de ensaio possui hastes emendáveis que possuem em sua ponta um 
cone com um ângulo de 60º e uma área de 10 cm² (OLIVEIRA; BRITO,1998). 
Segundo Rebello (2008), a penetração do cone é realizada continuamente a uma velocidade 
de 1 cm/s, e o esforço requisito para proceder com a penetração do cone no solo é registrado 
durante todo o processo. Nesse ensaio é possível determinar a resistência de ponta (qc), e 
também o atrito lateral. 
 
Uma das vantagens desse tipo de sondagem em relação a sondagem SPT, é que nesse 
método os resultados são registrados durante todo o procedimento, ou seja, por toda a 
profundidade, enquanto no segundo método a análise é considerada em apenas 30 cm por 
metro. 
 
Para a utilização da fórmula e tabela apresentadas anteriormente na determinação da 
resistência do solo, é necessário estabelecer uma relação entre os resultados dos ensaios 
CTP e SPT. Para isso, devemos utilizar a equação abaixo, que determina o Nspt, com base 
na resistência de ponta (qc), que deverá ser expresso em Mpa. 
 
 
N = 
qc
K
 
 
 
 
A tabela a seguir (Tabela 03), apresenta os valores para K, de acordo com o tipo de solo que 
será analisado: 
13 
 
Tabela 03: Coeficiente K – Sondagem CPT 
 
TIPO DE SOLO K 
AREIA 0,60 
AREIA SILTOSA * AREIA ARGILOSA * AREIA ARGILO-SILTOSA 0,60 
SILTE * SILTE ARENOSO * ARGILA ARENOSA 0,60 
SILTE ARENO-ARGILOSO * ARGILA SILTO-ARENOSA 0,38 
SILTE ARGILOSO 0,30 
ARGILA * ARGILA SILTOSA 0,25 
 
Fonte: Rebello (2008) 
 
 
 
 Exemplificando 
 
 
Considerando uma sondagem cujo qc seja igual a 2Mpa e o solo silte argiloso, determine o 
valor de NSTP: 
 
 
N = 
qc
K
 → N = 
2
0,3
 → N = 7 
 
 
1.7 Sondagem Rotativa 
 
Em alguns casos, é necessário a realização de sondagens em solos rochosos ou em terrenos 
em que a sondagem de simples reconhecimento à percursão não conseguiu penetrar o solo. 
Nesse tipo de situação, é utilizado a sondagem rotativa para a coleta de amostras. 
 
De acordo com a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN (1997, p. 28), 
a sondagem rotativa pode ser definida como: 
 
um método de investigação que consiste no uso de um conjunto 
motomecanizado, projetado para a obtenção de amostras de materiais 
rochosos, contínuas e com formato cilíndrico, através da ação perfurante 
dada basicamente por forças de penetração e rotação que, conjugadas, 
atuam com poder cortante. 
 
A sondagem rotativa também pode ser caracteriza como um tipo de investigação geotécnica 
realizada com um tubo (barrilete) que possui uma peça cortante, feita com material que possui 
alta dureza (coroa) em sua extremidade, que penetra o terreno por meio de um movimento de 
rotação. 
 
Segundo Oliveira e Brito (1998), o equipamento utilizado para a realização da sondagem 
rotativa consta de uma sonda motorizada, bomba de água, hastes, barriletes e coroas, sendo 
que estes dois últimos podem ter dimensões variadas, para permitir a execução das 
perfurações. A série de diâmetros padronizados são denominados com as letras EW, AW, 
BW, NW e HW, sendo que os diâmetros mais utilizados são o NW e HW (Tabela 04). 
14 
 
Tabela 04: Diâmetro mais comuns de furos e testemunhos 
 
DENOMINAÇÃO 
DIÂMETRO DO FURO 
 (mm) 
DIÂMETRO DO 
TESTEMUNHO (mm) 
EW 37,71 21,46 
AW 48,00 30,10 
BW 59,94 42,04 
NW 75,69 54,73 
HW 99,23 76,20 
 
Fonte: Oliveira e Brito (1998) 
 
 
 
Na maioria dos casos em que há a necessidade da utilização da sondagem rotativa, ela é 
combinada com a sondagem do tipo SPT. Com a combinação desses dois tipos de métodos, 
a sondagem passa a ser definida como mista. Essa situação ocorre quando se utiliza a 
sondagem SPT até uma determinada profundidade em que o amostrador não consegue mais 
penetrar o solo, e a partir daí, é dada continuidade à perfuração através da sondagem rotativa. 
 
 
É importante ressaltar que para a penetração do amostrador em solos rochosos 
e consolidados através da sondagem rotativa, é necessário que o amostrador 
seja constituído de uma coroa de material robusto, como diamante por 
exemplo. 
 
Nas sondagens rotativas, é recomendado que o amostrador penetro o solo por pelo menos 4 
metros de profundidade, para ter a segurança de que não estáatravessando um simples 
matacão (REBELLO, 2008). 
 
 
 
1.8 Conclusão 
 
Como você pode observar durante a leitura deste capítulo, foram apresentados os 
procedimentos mais usuais para a investigação do solo, assim como as formas de 
interpretação dos resultados encontrados nesses procedimentos, para a avaliação da 
capacidade de resistência do solo. 
 
Nos próximos capítulos, você irá compreender que esta fase inicial é importantíssima para o 
projeto das estruturas de fundações. Através de investigações geotécnicas bem realizadas, 
você terá as condições necessárias para definir qual o melhor tipo de fundação a ser utilizada 
em um determinado projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Resumo 
 
Neste primeiro capítulo, iniciamos o nosso estudo referente às Estruturas de Fundações 
dando destaque: 
 
 aos tipos de investigações geotécnicas, que podem ser realizadas em campo ou em 
laboratório; 
 aos métodos mais usados de prospecção superficial, que são utilizados para uma 
análise preliminar do solo; 
 às fases do planejamento para a investigação do solo; 
 a informações importantes sobre sondagens, como quantidade, locação e 
profundidade das mesmas; 
 a sondagem de simples reconhecimento a percursão - SPT, que é o procedimento 
mais utilizado nas investigações;

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