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18 História de Missoes

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18 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS 
Charles, elaborou um método ritualista e ascético para a vida religiosa dos membros. 
O uso 
deste método levou ao apelido de metodismo. 
Foi entre os operários ingleses que o movimento conseguiu maior êxito e, enquanto 
John Wesley vivia, tratava-se de avivamento dentro da Igreja Inglesa. Após sai morte, 
organizou-se numa igreja própria. O metodismo alcançou também a América do Norte 
estabelecendo sociedades metodistas partindo na divulgação do Evangelho por todo o
mundo, 
com o envio de missionários mais tarde na história. 
. 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS 
MISSÕES NA ÍNDIA – O GRANDE SÉCULO MISSIONÁRIO 
A Índia é em si mesma um mundo. Tem milhões de habitantes, imersos em todas as 
formas de superstição e paganismo. Ainda que em algumas partes do prevaleça o 
budismo e 
maometismo, a religião que conta com maior número de aderentes é o bramanismo, 
que 
admite três deuses: Brama, o deus criador; Visnu, o deus conservador; Civa, o deus 
destruidor. A essas divindades podem justar-se outras subalternas, representadas por 
figuras 
ridículas ou espantosas e que recebem a homenagem de milhões de adoradores. Tais
são 
alguns dos costumes e algumas das crenças do vasto campo de trabalho, que desde 
longos 
tempos estão desafiando os missionários cristãos. 
Um nome de destaque na Índia foi, William Carey. Carey (17611834), 
chamado de o “ pai das missões modernas”, era inglês. Foi sapateiro 
dos 16 aos 28 anos de idade. Converteu-se na adolescência e pertencia a um 
grupo de batistas. Dedicava-se ao estudo nas horas de folga e assumiu o 
primeiro pastorado em 1785. Publicou em 1792 um livro de 87 páginas com 
o título: “ Uma Inquirição sobre a Responsabilidade dos Cristãos em 
Usarem Meios para a Conversão dos Pagãos”. Carey demonstrava uma 
forte preocupação missionária e um profundo desejo de se envolver 
diretamente, indo ao campo missionário. Numa pregação em Nottingham 
proferiu as palavras: 
“ Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. 
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HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS
by dinael25
on Jun 15, 2015
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História de Missões Mundiais INTRODUÇÃO “... e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. At 1.8b. Segundos antes da ascensão do Senhor Jesus Cristo, os discípulos ali reunidos ouviram de seus lábios a ordem de anunciá-lo até os limites da terra. Contudo, quase 2000 anos passaram-se e essa tarefa é ainda inacabada. Observamos nos últimos anos, o despertar de nossas igrejas por Missões e grande procura de livros, que possam criar uma visão mais bíblica e global do trabalho missionário transcultural. Excelentes livros têm sido escritos sobre este tema, mas é muito difícil documentar tudo, pois houve pessoas anônimas que foram usadas por Deus para serem canal de benção que não temos nenhum dado. Neste trabalho de pesquisa, falaremos sobre o avanço do cristianismo ao redor do mundo e abordaremos também, a HISTÓRIA DAS MISSÕES. Três religiões denominam-se desde o começo, missionária e universalista: “Budismo”,“Cristianismo”, e o “Islamismo”. O Budismo tem sido sempre uma religião oriental. Extinguindo-se na sua terra de origem, a Índia. Difundiu-se à Norte, Sul, Leste e muito pouco à Oeste. O Islamismo, desde o princípio é a religião do deserto, destacando-se no Oriente Médio, prolongando-se em todas as direções, de Marrocos à China Ocidental, da Albânia à Indonésia e de uma forma eficaz na África Tropical. O Cristianismo foi à única religião que realmente conseguiu transforma-se em universal. Contudo, isto não significa, que todas as pessoas da terra se tenham tornado cristãs. Embora saibamos essa verdade, temos de afirmar também, que não existe nenhuma religião no mundo, que não haja vista partidários seus converterem-se ao Cristianismo. A igreja primitiva era do tipo genuinamente missionária. Havia os que trabalhavam de tempo completo, como Paulo e Barnabé, destinados a liderar a obra missionária.Paulo tinha seus auxiliares, aos que ensinava e que por sua vez fundavam Igrejas. Ex. Epáfras em Colossos, Cl 1.7. Em virtude da perseguição após a morte de Estevão, espalharam a pregação pelo mundo, Atos 8.4. Mas, não eram estes os únicos missionários 
voluntários. Quando Paulo chegou a Roma, foi recebido por crentes e não sabemos como eles surgiram na cidade. Alguns dos cristãos eram escravos, como sabemos pelas epístolas de Paulo, estes eram deslocados por toda à parte, acompanhando as comitivas dos seus senhores. Outros eram mercadores e viajavam em razão do interesse de seus negócios. Sabe-se com certeza, que cada cristão era uma testemunha de Cristo. Onde existisse um cristão, havia uma fé ardente, viva e em breve uma comunidade cristã em expansão. No segundo século, havia três centros importantes de vida cristã no mediterrâneo: Antioquia, Roma e Alexandria. Acerca da fundação da Igreja de Antioquia, Lucas não menciona nenhum nome. A Igreja de Roma, provavelmente tenha sido organizada por Pedro e Paulo. Em relação à Igreja de Alexandria, alguém afirma ser o Evangelista Marcos, seu fundador. Porém até agora existe qualquer prova histórica neste sentido. Indiscutivelmente, Missões foi a maior glória da igreja dos primeiros tempos. A igreja era o corpo de Cristo, habitado pelo Espírito Santo. E aquilo que Cristo começou a fazer continuou, com o objetivo de ao longo dos dias chegar aos recantos mais longínquos da terra. HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS AS DEZ ERAS DA HISTÓRIA REDENTIVA Encontramos no livro de Gênesis em seus onze capítulos iniciais três fatos, a saber: 1.1. Uma criação original, gloriosa e boa, Gn 1.31; 1.2. A entrada de um poder rebelde, maligno e sobre humano, Gn 3.1-13; 1.3. O envolvimento do homem nesta rebeldia e mantido sobre o poder deste mal, Gn 6.1-7. Porém, em todo o restante da Bíblia, até Apocalipse, deparamos com um único drama: A entrada do reino, do poder e da glória de Deus dentro deste território ocupado pelo inimigo. Neste trabalho redentivo de Deus para a humanidade, vemos as dez eras, as quais chamamos de “As dez Eras da História Redentiva”, trazendo consigo o seguinte tema: “ A graça de Deus que intervém na história a fim de derrotar o inimigo”. Atentaremos rapidamente para o que ocorreu em cada uma das dez eras, sabendo que todas somam um período de 4.000 anos. a. Na 1a era: Abrão foi escolhido em Gn 12.1-3. O mesmo mandamento foi dado à Isaque em Gn 26.1-5, à Jacó em Gn 28.10,15, e José tranqüilizou seus irmãos dizendo: “ Vocês me venderam, mas Deus me enviou”, Gn 4.4 -8. Ele se tornou uma Bênção para o Egito. 
Até mesmo faraó reconheceu, que José estava cheio do Espírito Santo, Gn 41.38. Porém, esta não foi à obediência missionária intencional que Deus desejava. b. Na 2a era, dá-se o cativeiro, 70 anos Israel é escravizado pelo rei da babilônia, Nabucodonozor, Jr 25.9-11; 29.1,4,10; 2Cr 36.18-21; Ed 5.12. c. Na 3a era, Deus começa a usar os Juizes para lutar em favor do povo, Jz 1.16; d. Na 4a era, Deus começa a contar com reis em Israel, 1Sm 8; 2Cr 36; e. Na 5a era, dá-se o segundo cativeiro e a diáspora; f. Na 6a era, Roma foi conquistada, mas não estendeu o evangelho aos povos bárbaros, celtas e godos. Quase por castigo, Roma foi invadida pelos godos e toda parte ocidental do império foi desmoronada. g. Na 7a era, os godos foram evangelizados, mas não levaram o evangelho mais ao Norte; h. Na 8a era, novamente quase por castigo os vikings invadiram a região dos celtas e godos cristãos e os vikings se tornaram cristãos em meio a esse processo. i. Na 9a era, a Europa, pela primeira vez mudou na fé cristã, se lançou a um exercício de pseudomissão aos serracenos e se dirigiu ao oriente mais distante como conseqüência do grande fracasso das cruzadas. M. Na 10a era, a Europa atingiu então aos confins da terra, mas com motivações muito confusas..2EV. “Deus realiza sua vontade através da obediência voluntária de seu povo, mas quando necessário realiza o seu querer através de meios involuntários”. José, Jonas, Ezequiel, Gideão, são exemplos da obra missionária involuntária na Igreja no Antigo Testamento. Notamos em cada era, Deus preocupado em levar avante sua missão, com ou sem interesse da sua Igreja. A nação escolhida por Deus para receber e mediar bênção, Ex 19.3-8; Dt 28.8-14; Sl 67.1,2; 96.1-3; Is 49.6, se afastaram bastante desse ideal. Havia em Jerusalém muitos estudantes fanáticos da Bíblia, contudo o objetivo principal de cada um era muito mais HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS sustentar e proteger a nação de Israel do que ser uma bênção para as demais nações. Elas não se preocupavam com que seus convertidos fossem circuncidados no coração, Jr 9.24-26; Rm 2.28,29. “ Os que são abençoados não parecem muito ansiosos em compartilhar as bênçãos recebidas, porém, se insistirmos em guardar para nós as bênçãos ao invés de compartilhá-las, então, da mesma maneira que Deus agiu com as nações negligentes, teremos que perder nossas bênçãos para os outros. Deus continua no propósito de usar sua igreja para alcançar o mundo. O reino não poderá parar por nossa causa, Mt 24.14”. 
.HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS PERÍODO DA HISTÓRIA MISSIONÁRIA. Os evangélicos têm refletido bastante sobre tendências na história e sobre o relacionamento deles com acontecimentos vindouros. Notamos que as pessoas estão abertas a uma maneira de encarar a vida, a de viver do tipo, “p ara onde vamos”. Todavia, os cristãos ainda fazem pouquíssima ligação entre o debate sobre profecias e eventos futuros e o debate sobre missões. Eles vêem a Bíblia como um livro de profecias, tanto em relação ao passado como ao futuro.“ A Bíblia toda é um livro missionário... o ponto central do enredo e que une todas as partes é a execução de um propósito missionário que é gradual e vai se revelando aos poucos”. Todos precisamos entender, que a História das Missões, começa bem antes da grande comissão, mais uma vez lembramos, que Deus falou a Abrão em Gn 12.1-3, que iria abençoálo e que seria uma bênção para todas as famílias da terra. O apóstolo Pedro citou essa passagem no dia em que falou no templo, At 3.25. Paulo repetiu-a em sua carta aos Gálatas, Gl 3.8. No entanto alguns comentaristas da Bíblia interpretam que somente a primeira parte do versículo poderia Ter começado imediatamente. Concordamos que Abrão ia rapidamente ser abençoado por Deus e somente depois de 2000 anos poderia se tornar uma bênção para todas as famílias da terra. Pensam eles, que Cristo precisava primeiramente vir e entregar a Grande Comissão. Precisamos sempre lembrar, que o mandamento missionário foi dado para Israel e a nós, Gn 12.1-3; Mt 29.19-20. Muitos que já receberam em sua vida a bênção da salvação em Cristo Jesus de um modo especial podem escolher resistir e tentar abafar qualquer idéia de obrigação ser uma bênção a outros. Mas, essa não é à vontade de Deus: “ Aquele a quem muito for dado, muito se lhe pedirá”, Lc 12.48. esse mandato tem sido ignorado a maior parte do tempo desde os apóstolos. Mesmo nossa tradição protestante reprimiu essa ordem durante mais de 250 anos, preocupando-se só com si mesma e com as bênçãos que ia receber, até um jovem de grandefé e capacidade de suportar as provações surgiu no cenário, William Carey. 2.1. Primeiro Período Um homem sapateiro inglês, chamado “ O Pai das Missões Modernas” nasceu em 1761, na cidade de Paulerspury, perto de Northampton, Inglaterra. Teve uma infância rotineira, não podendo tornarse jardineiro devido problemas persistentes de alergias. Aprendeu a profissão de sapateiro aos 16 anos e trabalhou nela até aos 28. Converteu-se na adolescência, associando-se a um grupo de Dissidentes Batista, dedicando seus momentos de folga ao estudo bíblico. Em 1781, quando estava para completar 20 anos, casou-se com a cunhada de seu 
patrão, Dorothy, a qual era cinco anos mais velha que ele. Apesar das dificuldades econômicas William Carey, não desistiu de seus estudos e da pregação leiga, em 1785 foi convidado a pastorear uma Igreja Batista. Durante o seu pastorado foi despertado para missões e desenvolveu uma perspectiva bíblica sobre o assunto, convencendo-se de que missões estrangeiras eram a responsabilidade principal da Igreja. Quando muitos na época criam, que a Grande Comissão fora dada somente aos apóstolos e a conversão dos pagãos não era problemas deles. Porém as idéias de Carey eram revolucionárias e quando as apresentou a um grupo de ministros, alguém replicou: “ Jovem sente-se. Quando Deus quiser converter os pagãos Ele o fará sem a sua ajuda ou a minha”. HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS Porém, Carey recusou-se calar, publicando um livro de 87 páginas que teve conseqüências de longo alcance, intitulado: “ Uma inquisição sobre a responsabilidade dos cristãos em usarem meios de conversão dos pagãos”. Com muita insistência, os ministros decidiram fundar uma junta de missões, a qual recebeu o nome de: “ Sociedade Batista Missionária” e por esta junta William Carey, foi comissionado à Índia, sendo por causa disto chamado de louco por seu próprio pai e observando a recusa de sua esposa em partir com ele. Todavia, ele estava disposto a partir mesmo sozinho, como o fez. Entristecido viajou deixando esposa e filhos, tendo depois a alegria de vêlos novamente porque a sua família foi a seu encontro e juntos chegaram à Índia em 19 de Novembro. Na cidade de Serampore, Índia, Carey passou os anos restantes da sua vida. Morreu em 1834, mas deixou ali a sua marca e nas missões de todos os tempos. Carey deixou após si, um luminoso roteiro cheio de exemplos dignos de serem imitados por todos os que aspiram andar no caminho do Senhor. Frases como esta marcaram sua vida: “ Apesar de tudo, Deus está comigo. Sua palavra é a verdade segura e ainda que as superstições do paganismo fossem mil vezes piores do que são; ainda que fosse abandonado pelos meus e perseguido por todos, minha esperança, fundada na palavra de Deus, permaneceria sobre todos os obstáculos e triunfaria de todas as provas. A causa de Deus triunfará e eu sairei destas angústias qual ouro purificado ao fogo”. Com o embarque de Carey para a Índia, o 1o período das missões protestantes teve um bom início, pois durante os seus 25 anos de trabalhos iniciais fundou-se 12 agências missionárias. A idéia de que deveríamos nos organizar a fim de enviarmos missionários não foi facilmente recebida, mas finalmente se tornou o padrão aceito. Por sua influência, Carey levou muitas mulheres para orarem por missões, uma tendência que fez com que elas se tornassem as principais guardiãs do conhecimento e da motivação missionária. Depois de alguns anos elas começaram a ir para o campo como missionárias solteiras. 
Há dois destaques a serem observados nesse 1o período da história missionária. Um é a surpreendente demonstração de amor e sacrifício por parte daqueles que partiram como missionários. Outro é o desenvolvimento de uma reflexão perspicaz, de grande valor, acerca da estratégia missionária. Henry Venn, em relação à estrutura do campo missionário, diz: “ Do ponto de vista do resultado eclesiástico e considerando o objetivo final de uma missão como sendo o estabelecimento de uma igreja nativa, pastoreado por pastores nativos e da posição que irão ocupar, deve-se também Ter em mente que, conforme já foi dito de modo muito apropriado, a (eutanásia de uma missão), ocorre quando um missionário, cercado de igrejas nativas bem treinadas, dirigidas por pastores nativos, é capaz de renunciar a todo trabalho pastoral que está em suas mãos e gradualmente transferir todo o seu trabalho de supervisão aos próprios pastores até que imperceptivelmente o seu trabalho deixe de existir, . HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS quando então, a missão passa a ser uma igreja cristã estabelecida. A partir desse momento o missionário deve ser transferido para outras regiões ainda não alcançadas”. 2.2. Segundo Período A exemplo de Carey um outro homem destaca-seneste segundo período da história missionária, Hudson Taylor. Tornou-se famoso de repente. Recebeu quase que só críticas negativas, porém, refletiu longamente debruçado sobre estatística, quadros e mapas. Quando sugeriu que os povos do interior da China precisavam ser alcançados, disseram que ele não conseguiria chegar lá e indagaram-lhe se gostaria de carregar nas suas costas o sangue dos jovens que ele desejava enviar para morrer. Com apenas um conhecimento de medicina de nível técnico, sem qualquer experiência ou conhecimento universitário, sem treinamento missiológico, foi apenas uma das coisas frágeis que Deus usa para confundir os sábios. Hudson tinha por detrás de si um sopro divino. O Espírito Santo opoupou de perigos inesperados e foi sua organização, a Missão ao Interior da China, a organização mais cooperativa e serviçal que já apareceu, atendendo mais de 6.000 missionários, no interior da China. Este 2o período ficou marcado pela evangelização de áreas no interior. A missão para o interior da China surgiu na mente e no coração de um 
homem que sentia uma profunda responsabilidade pelos milhões de chineses, que jamais tinham ouvido falar do evangelho. Uma das frases de Hudson Taylor: “ Deus fez de mim um novo homem”. A grande lição neste segundo período dada por Taylor estava sendo obedecida. Com isso os missionários alcançaram um recorde incrível. Eles implantaram Igrejas em milhares de novos lugares, principalmente em regiões do interior. 2.3. Terceiro Período Este período teve início com dois jovens: Cameron Townsend e Donald McGavran. Cameron estava com tanta pressa para ir ao campo missionário, que não se preocupou em terminar a faculdade. Trabalhando na Guatemala, observou que a maioria dos guatemaltecos não falava o espanhol e ficou tremendamente desafiado, quando um índio daquele país perguntou-lhe: “ Se o seu Deus é tão inteligente e capaz, porque Ele não pode falar em nossa língua?”. Neste terceiro período Cameron dedicou -se às tribos indígenas e surgiu então mais uma agência missionária conhecida como: “ MISSÕES NOVAS TRIBOS”. O tio Cam, como era conhecido e chamado por seus amigos, empenhou-se no trabalho de tradução da Bíblia para muitas tribos. Em dez anos de trabalho árduo completou o N.T. CAKCHIQUEL. Um grupo de mulheres recebidas por Cam, trabalhou entre os shapras, uma das tribos de caçadores de cabeças mais temidas da selva peruana, comandada pelo infame chefe Tariri, que obtivera essa posição assassinando seu predecessor. Porém, com a disposição e coragem 
das missionárias, Tariri começou a ajudá-las como informante a respeito da língua e após pouco anos afastou-se da feitiçaria e do homicídio para tornar-se cristão, estabelecendo um exemplo que muitos de sua tribo o seguiram. Mais tarde Tariri confidenciou a Cam: .HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS “ Se você tivesse mandado homens, nós os mataríamos imediatamente. Se fosse um casal, eu mataria o homem e ficaria com a mulher. Mas, o que poderia um grande chefe fazer com duas moças inocentes que insistia em chamá-lo de irmão?”. . Houve uma filosofia que motivou Cam, mais do que qualquer outra durante toda a sua vida: “ O maior missionário é a Bíblia na língua pátria. Ela jamais precisa de férias e nunca será considerada estrangeira”. Este período caracterizou-se pela categoria mais difícil de se definir, de natureza não geográfica, que temos chamado de “povos ocultos”, a saber, grupos de pessoas que estão socialmente isoladas. Por mais de 40 anos Cameron e Donald McGavran chamaram a atenção para os povos esquecidos. HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DAS MISSÕES ROMANAS A CONQUISTA DO MUNDO ROMANO (100-500) O mundo a que se chegaram os primeiros cristãos era favorável em muitos aspectos à 
pregação do Evangelho. Apesar do Império Romano impor uma disciplina, a paz nunca foi total. Havia sempre ameaça nas fronteiras; revoltas nas províncias; a luta pela queda deste ou daquele imperador ameaçava sempre a organização. A igreja no princípio falava o aramaico, idioma corrente na Palestina. No decurso do tempo verificou-se ser necessário empregar várias línguas para expressão da sua fé. O Império Romano aceitara o grego, para todos os fins. Quem soubesse o grego poderia comunicar-se com facilidade, por isso, a Igreja se envolveu com este idioma. Na época 7% da população nas regiões do Império eram constituídas de judeus que apesar da sua falta de amizade e secura, atraiam muitos para a fé judaica. Como os gregos viviam à procura do saber, encontrou na sinagoga uma sabedora profunda e dinâmica, aparentemente mais antiga que a de Homero. Se não existisse o Livro de Atos dos Apóstolos, nada saberíamos do início da Igreja, exceto o que nos revela as Epístolas. Mas, o Espírito Santo fez com que Lucas escrevesse essa obra, o qual destaca Paulo como seu missionário predileto e com muita razão. Este foi o maior e provavelmente o mais sistemático de todos os missionários. Trabalhou rapidamente entre os gentios, mesmo nos pontos mais remotos do mundo. Roma não era seu objetivo. O missionário desejava apenas conhecer os cristãos romanos e ir para Espanha, Rm 15.23-28. O Império Romano era um mundo de cidades, estas dominavam o pensamento e a vida 
econômica da região que a rodeava. Os judeus encontravam-se fortemente fortalecidos nas províncias orientais do Império. Roma se tornou no 3o., grande centro do mundo cristão, depois de Jerusalém e Antioquia. Seu crescimento se deu principalmente devido ao heroísmo dos crentes dos dias da perseguição de Nero, em 64-65 AD. Nesta época, 64 AD., como muitos dos destemidos evangelistas cristãos que o seguiram, Paulo teve um fim violento. Segundo a tradição ele foi martirizado juntamente com Pedro. Porém, até no exemplo que demonstrou na morte, Paulo inspirou a futura geração à não considerar suas vidas preciosas para si mesmos, pois, se sofressem também reinariam com Cristo, 2Tm 2.11-13; 4.6,7. Nero, imperador romano e um dos maiores perseguidores da Igreja alcançaram uma evidência nunca excedida em tudo que é abominável à natureza humana. À noite freqüentava disfarçados todos os lugares de libertinagem que havia em Roma, representava publicamente nos teatros em estado de nudez, praticava as maiores obscenidades que são possíveis conhecer e impossíveis descrever. Mandou incendiar diversos bairros de Roma. Tocando em uma lira e cantando em seu palácio, regozijou-se com o terrível espetáculo, a destruição de Tróia. Para concluir sua selvageria, tendo falhado no plano para afogar sua própria mãe mandou assassina-la. Este foi apenas um dos principais imperadores de Roma. Porém, verdadeiros homens de Deus surgiram nessa época sem preocupação com tais perseguidores: 3.1. POLICARPO 
Um dos primeiros mártires e amado bispo de Esmirna. Em 156 AD., as autoridades civis o encontraram escondido em um paleiro, com 86 anos de idade o prenderam e . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS convidaram-no a negar sua fé, que seria uma grande vitória para o paganismo e um golpe para a “seita de Jesus”. O bispo teria de dizer: “César é senhor, oferecer incenso e jurar pela divindade do imperador. Mas decidido, Policarpo olha e acena para a multidão no estádio, suspira, levanta os olhos pra o céu e gritou:” fora os ímpios “, durante 86 anos, sirvo a Jesus e ele jamais me fez algum mal”. Sendo ameaçado com fogo, o bispo diz “O fogo com o qual me ameaçam queimar, logo se extingue; existe um fogo que vocês não conhecem, o fogo do juízo vindouro e do castigo eterno, este está reservado para os ‘’ímpios”. Enfurecido o procônsul, mandou ascender à fogueira e uma grande chama envolveu o corpo desse fiel cristão. 3.2. JUSTINO E PERPÉTUA Ainda jovem Justino tornou-se um dos mais hábeis defensores da fé. Perpétua com 22 anos mãe de uma criança pequena, também estava seguindo a fé, quando o imperador VII Severo em 202 AD., decretou a morte desses cristãos, que levados à arena foram executados sem misericórdia. Antes de Perpétua morrer, gritou a alguns amigos cristãos que sofriam torturas ao seu lado: “Transmitam a Palavra à todos,fiquem firmes na fé, amem -se uns aos outros e não permitam que nossas mortes sejam um impedimento para vocês”. 
3.3. ULFILA Um dos maiores missionários estrangeiros. Após 40 anos de trabalho junto aos godos e até traduzindo a Bíblia na língua nativa desse povo, Ulfilas morreu numa missão à Constantinopla. Mesmo diante dessas perseguições o cristianismo crescia assustadoramente. Cada missionário morto era um desafio para os novos seguidores da fé em Cristo. Nos primeiros três séculos da nossa era, ouve um rápido progresso missionário. Na Palestina, a destruição de Jerusalém não provocou o fim da Igreja Cristã. Terminou sim, com a existência nacional dos judeus, durante um período de mais de 1.800 anos. Antioquia na Síria era o segundo lar da Igreja. Foi lá que os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos, Atos 11.26. A Igreja de Roma crescia graças às conversões e também em virtude da convergência, nesta cidade, de cristãos de muitas outras terras. Roma era um pólo de atração para todos o povos. Acerca do rápido crescimento da Igreja Temos duas informações importantes: a) Por volta do ano 166 AD. o bispo Soter observa que 
o número de cristãos ultrapassa o dos judeus e b) a partir do ano 251 temos estatísticas precisas desse período. Três fatores humanos permitiram a difusão das Escrituras: 1) A fervorosa convicção que possuíam muitos dos primeiros cristãos. O historiador Eusébio diz: “Nessa época, muitos cristão s sentiram as almas inspiradas pela Palavra Divina, com um desejo apaixonado de perfeição. A primeira ação em obediência às instruções do Salvador, constituiu em vender seus bens e distribui-los aos pobres. Então, deixando as suas casas, . 
10 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS dedicaram-se a realizar a missão do evangelista, tendo por ambição pregar a Palavra da Fé àqueles que ainda nada tinham ouvido a seu respeito e confiaram-lhe a responsabilidade de elevarem mais aqueles que haviam trazido tão somente a fé. Passaram então a outros países e nações, com a graça e o auxílio de Deus”. 2) Os filósofos desde Platão, não haviam conseguido mais do que dar respostas incertas às perguntas mais angustiantes dos homens. 3) As novas comunidades cristãs recomendavam a si mesmas pela evidente pureza de suas vidas. Os primeiros cristãos eram homens e mulheres, como nós, vivendo no meio de uma sociedade corrompida e exposta a todas as tentações. 1 Coríntios nos mostra como era difícil viver segundo as novas aspirações. Mas, eram ensinados a considerar os seus corpos como tempo do Espírito Santo. . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS A IDADE MÉDIA Em meados do século III o império romano começou a ser perturbado gravemente pelos povos do norte e encontrar grandes dificuldades no trabalho de difundir-se. A pressão contra esse velho império durou até quase a sua destruição. Em 410 AD., Alarico, o Godo, capturou e saqueou Roma. Alguns dos invasores tornaram-se cristãos. Após o fracasso do império, muitos homens começaram a se empenhar no assunto das missões cristãs. Entre eles destacam-se: Gregório, “O Grande” 540 -640, um dos mais capazes e influentes bispos de Roma, na Idade Média. Nessa mesma época outros monges, também serviram à causa missionária como, por exemplo, Bonifácio, apóstolo para Alemanha 700753, morto por um bando de pagãos armados, na Holanda. 4.1. ANSKAR Conhecido como “Apóstolo do Norte”, ele era um ascético de coração, considerado a oração de máxima importância. Como acontecia com a maioria dos líderes religiosos da idade média, foram-lhe atribuídos grandes milagres, mas ele procurava evitar louvores desse tipo, dizendo que: “ O maior milagre de sua vida seria que Deus fizesse dele um homem completamente piedoso”. Anskar morreu pacificamente em 865, sem a coroa de mártir pela 
qual ansiava tanto. Depois de sua morte o povo voltou ao paganismo e somente após o século X a Igreja católica firmou-se novamente na Suécia. 4.2. RAIMOND LULL Nasceu, em 1232 na cidade de Maiorca, junto as costa da Espanha, no Mediterrâneo. Aos 30 anos passou por uma profunda experiência religiosa, “nasceu de novo”. Em uma noite, quando estava compondo uma canção, “ viu o Salvador pendurado na cruz e o sangue correndo em suas mãos, pés e fronte”. Uma semana depois, teve a mesma visão e desta vez se entregou a Cristo. Porém, com dúvidas no coração ele pergunta: “ Como posso, corrompido pela impureza, levantar-me e entrar numa vida mais santa?” Este sentimento de culpa impeliu Lull a abandonar sua riqueza e prestígio e dedicar sua vida à serviço de Deus, aplicando-a ao jejum, oração e meditação. Seu trabalho era lutar contra o Islamismo, evangelizando muçulmanos e em 1314, com mais de 80 anos na Tunísia passou mais 10 anos escondido e orando com seu grupo de novos convertidos. Finalmente, cansado do esconderijo e desejando morrer a serviço do mestre, pois, o martírio seria para ele o mais alto privilégio, ele foi até a praça e apresentou-se ao povo, falando claramente toda a verdade. Enfurecida com ousadia a população o arrastou para fora da cidade apedrejando-o e morreu logo depois. Apesar de ser ignorando pela Igreja católico e condenado como herege 
Lull manteve-se fiel a seu chamado, sempre consciente de seu dever pessoal em difundir a mensagem de Cristo. 4.3. LAS CASAS No final do século XV, a Igreja Católica Romana iniciou um novo período de missões estrangeiras. O Novo Mundo foi visto como um campo propício para a expansão do cristianismo. Os papas e líderes políticos estavam ansiosos para estender o domínio católico a estas terras. A rainha Isabel considerava a evangelização dos índios como a justificativa mais importante para a expansão colonial, pelo que insistia em que sacerdotes e frades estivessem entre os primeiros a estabelecer-se no Novo Mundo. Os franciscanos e os dominicanos e mais . 
12 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS tarde os jesuítas aceitaram o desafio. Dentro de algumas décadas o catolicismo tornou-se uma força permanente e de influência. O cristianismo se firmou com extrema rapidez. Os maiores obstáculos às missões no Novo Mundo eram criados pelos próprios colonizadores, com seu tratamento cruel e desumano para com os nativos. Mesmo após o decreto da rainha Isabel em que consistia em resguardar a liberdade e a integridade dos índios, este continuavam a sofrer todo o tipo de desumanidade por parte dos colonos, que se utilizavam meios para oprimir e escravizar. Os missionários observaram este tipo de tratamento e muitos passaram a desafiar a ira dos colonizadores, no intuito de amenizar as dores dos índios. Dentre estes missionários o que mais se destacou foi Bartolomeu de Las Casas, que embora tenha demorado a reconhecer e admitir este problema, tornou-se o maior defensor dos índios durante o período colonial espanhol. Las Casas nasceu na Espanha em 1474, e era filho de um mercador que viajara com Colombo em sua segunda viagem. Depois de licenciar-se em Leis na Universidade de Salamanca, viajou para a ilha de Espanhola para servir como Conselheiro legal do Governador. Adaptou-se rapidamente ao estilo de vida influente dos colonizadores, aceitando 
o ponto de vista convencional quanto à população indígena, tendo participado inclusive de ataques contra as tribos e escravizado-os em suas plantações. Provavelmente em torno de 1510, Las Casas sofreu uma transformação espiritual tal, que pediu para ser ordenado, tornando-se então no primeiro sacerdote a ser ordenado na América. Se interiormente ele havia mudado muito, exteriormente mudou muito pouco até então, porque aceitava com facilidade o estilo de vida que caracterizava a maioria do clero. Aos poucos foi entendendo que o tratamento dado aos índios não correspondia aos preceitos cristãos e em 1514 por ocasião do Pentecostes, teve finalmente uma verdadeira conversão com relação ao tratamento que afligia os indígenas, porque deduziu que a fé cristã era radicalmente incompatível com o modo desumano pelo qual os espanhóis tratavam os índios. A partir desta concepção juntou-se aos dominicanos,onde encontrou apoio para o seu ponto de vista. Embora Las Casas seja considerado o pai da Teologia da Libertação, o primeiro clamor pela justiça no Novo Mundo foi levantado em 1511, pelo frade dominicano Antonio de Montesinos na Ilha Espanhola. Este clamor causou muita polêmica, motivo pelo qual mais tarde Las Casas tomou partido em sua defesa. Em 1515, Las Casas retornou à Espanha em companhia de Montesinos, onde 
conseguiu apoio do Cardeal Cisneros que o enviou de regresso às Índias com uma comissão para investigar o tratamento dispensado aos índios, contudo a má opinião de parte dos membros contrária aos indígenas e suas atitudes protetoras para com os encomendadores, levaram Las Casas a romper com a comissão e regressar novamente à Espanha. Para defender os índios no Novo Mundo, Las Casas viajou várias vezes a Espanha, apelando em favor dos índios aos oficiais do governo e a todos que quisessem ouvir. Ele tinha o evangelismo como prioridade e com este propósito viajou pela América Central fazendo um trabalho pioneiro. Las Casas foi enviado pelas autoridades espanholas a evangelizar em Cumaná, como forma de comprovar se realmente ele era capaz de colocar em prática suas afirmações de que os índios eram de boa índole e que se convertessem ao verdadeiro Deus seriam os povos mais abençoados da terra. Contudo Las Casas fracassou porque os colonizadores fizeram todo o possível para criar obstáculos e todo o tipo de violência. Posteriormente os . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS próprios índios se rebelaram o que obrigou Las Casas a se refugiar entre os dominicanos em Espanhola. Unindo-se à ordem de Santo Domingo, passou vários anos escrevendo obras literárias. Após doze anos em São Domingos, Las Casas partiu com destino ao Peru, mas em decorrência de mau tempo, desembarcou na Nicarágua. Os colonizadores dessa região reagiram violentamente a suas idéias o que fez com que fugisse para a Guatemala, onde passou a aplicar suas idéias de que o evangelho era para ser pregado pacificamente, contudo os índios que já conheciam o tratamento dos espanhóis não demonstraram interesse de ouvilo. Neste ínterim Las Casas escreveu uma obra chamada “O Único Modo de Chamar Todos os Povos a Fé”. Daí partiu para o México onde foi nomeado bispo de Chiapas, on de demonstrou inflexibilidade para com os encomendadores, como fez constar de seu “Confessionário”, realizou trabalho missionário e mais uma vez retornou à Espanha em face das pressões dos colonizadores renunciando à sua diocese. Na Espanha, Las Casas publicou uma obra chamada “Brevíssimo Relatório da Destruição das Índias”, que causou grande controvérsia em decorrência da polêmica em torno 
dos números por ele apontados que dava margem à dúvida. Em função deste relatório, Carlos V fez promulgar as Leis Novas, que limitavam os direitos dos espanhóis sobre os índios. Este fato causou muita revolta na América, principalmente no Peru aonde chegou a haver uma rebelião armada. Logo, logo, estas Novas Leis caíram rapidamente no esquecimento, prevalecendo o abuso e a exploração. Em 1547, Las Casas com 73 anos de idade, partiu do Novo Mundo para não mais voltar. Sua luta pelos direitos humanos continuou viva na Espanha até sua morte que se verificou cerca de duas décadas após seu retorno. Na Espanha corrigiu e publicou seus escritos, em que se opunha à política colonial Espanhola. Em 1566 morreu Las Casas aos 92 anos de idade e até hoje seu nome é lembrado como um dos maiores humanistas e missionários da história do cristianismo. Contudo suas idéias foram contestadas tanto no Peru em 1552 quanto na Espanha. Alguns anos mais tarde e no meado do século seguinte a Inquisição proibiu a leitura de suas obras. Os inimigos de Las Casas se alegravam ao verem fracassar os seus métodos pacíficos de tratar com os indígenas, porque dizia que “os habitantes originais das terras eram gente afável e generosa, que facilmente seria ganha mediante um bom exemplo e amor”. . 
14 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS MISSÕES MORÁVIAS Surge entre o século XVIII, um grupo na Dinamarca-Halle e logo se tornou uma das maiores Igrejas missionárias de todos os tempos, “Os irmãos Morávios”, liderado pelo Conde Zinzendorf. Este abriu o caminho para a grande era das missões modernas levando a sério a grande comissão. Neste século os Morávios fundaram postos missionários nas Ilhas Virgens, em 1736, América do Norte em 1734, Lapônia e América do sul em 1735, África do sul em 1736 e Labrador em 1771. Nota-se que seu objetivo supremo era espalhar o Evangelho até aos Confins da Terra. Todos os missionários das Missões Morávias tinham de levantar seus próprios sustentos, levando a profissão de artesão ao viajarem para o exterior. Os morávios eram remanescentes da obra de João Hus. Os poucos que ficaram após as perseguições, encontraram asilo junto ao conde de Zinzendorf, na Saxônia, onde fundou, em 1722, uma aldeia denominada Herrnhut (“a cabana do Senhor”) AVIVAMENTO MORÁVIO No ano 1727, irrompeu o conhecido avivamento morávio. Por mais que queiramos, 
não dá para copiar despertamentos espirituais, mas felizmente podemos aprender deles. Zinzendorf Neste ano 2000, se completam três séculos que o conde Nicolas Ludwig von Zinzendorf nasceu. A família, luterana muito crente, morava no reinado de Saxônia, em um castelo a poucos quilômetros da fronteira tcheca. Seu pai, que era secretário de Estado em Dresden, morreu depois de consagrar seu filho de 6 semanas para a obra do Senhor. Quatro anos mais tarde, sua mãe casou-se de novo e o menino foi educado por sua avó e uma tia. Ambas apoiavam o movimento pietista, que procurava reavivar a igreja por pequenas reuniões de estudos bíblicos e oração, como “igrejinhas na igreja” ( ecclesiolae in ecclesia). O líder era o Dr. Spener, que às vezes visitava a família. O menino amava o Senhor, orava muito e sempre lia a Bíblia e o Catecismo de Lutero. Depois de estudar em famosa escola em Halle, aos 15 anos, seguiu para a Universidade de Wittenberg a fim de preparar-se para o serviço governamental, estudando direito e teologia. Concluídos os estudos, fez uma viagem aristocrata através da Alemanha, Holanda, Bélgica e França. Em Düsseldorf, viram uma pintura de Cristo, coroado de espinhos, com as palavras: “Tudo isto fiz por ti. Que fazes tu por mim?”, que reforçaram sua decisão de viver para Cristo. De volta ao lar, casou-se com a condessa Erdmuth von Reuss, que se tornou a 
“Mãe Adotiva da Igreja dos Irmãos (morávios)”. Então, aos 22 anos, iniciou seu ofício como conselheiro real em Dresden. Nas tardes de domingo, dirigia estudos bíblicos para interessados. Comprou da sua avó a gleba de Berthelsdorf e, como senhor feudal, instalou seu amigo João Rothe como pastor, orando para que a vila se transformasse em uma real comunidade cristã, sem saber como Deus responderia a este desejo. Unitas Fratrum Havia uma igreja protestante florescente antes da Reforma na atual República Tcheca (cujas regiões principais eram Boêmia, ao redor da capital Praga, e Morávia, no leste). Estudantes tchecos que freqüentavam a universidade de Oxford ouviam o professor John Wycliffe e levavam seus ensinos bíblicos para casa. Um dos influenciados foi o padre João Hus, professor da Universidade de Praga, que pregava com zelo contra os erros na vida e . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS doutrina da Igreja Católica Romana. Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado vivo em 1415, apesar do salvo-conduto imperial. A Boêmia revoltou-se e foi formada uma igreja evangélica conhecida como a Unitas Fratrum, a União dos Irmãos. Quando, porém, em 1620, a Aústria venceu os tchecos, o novo governo decidiu exterminar os evangélicos. Muitos foram mortos. Outros fugiram, entre eles o famoso educador João Amós Comênio, bispo da Unitas Fratrum, que soluçou que a igreja de Roma tinha se tornado vampira dos próprios cristãos. Parecia que os evangélicos haviam sido extirpados da Boêmia e da Morávia. Entretanto havia uma semente oculta e Deus usou um jovem pastor de ovelhas, Cristiano David, para reacendero fogo. Ele era católico fervoroso, mas pela leitura da Palavra de Deus conheceu a verdade e começou a pregar as boas-novas de salvação, causando um despertamento espiritual, o que levou a mais perseguição. Então, procurando uma saída, David encontrou-se providencialmente com Zinzendorf por intermédio de um amigo do pastor Rothe. O conde consentiu em receber crentes perseguidos em sua propriedade e David voltou para Morávia. Assim, cinco famílias deixaram seu lar para atravessar as montanhas e, depois de doze dias, chegaram à vila Berthel em 1722. 
Herrnhut Foram recebidos com carinho. O administrador indicou uma colina distante para os refugiados se estabelecerem. Neste lugar nasceu o lugarejo de “Herrn -hut”, debaixo da “guarda do Senhor”. Mais famílias chegaram no decorrer dos anos seguintes, especialmente herdeiros da Unitas Fratrum. Além destes, foram recebidos anabatistas, calvinistas e outros, o que causou tensões. De fato, Herrnhut era uma congregação da Igreja Luterana de Berthel, mas o líder da confusão conclamou a todos a deixarem-na, xingando-a de ‘Babilônia’. Muitas pessoas foram levadas pela pregação inflamada, até mesmo o próprio pioneiro David. Embora o líder da desavença tenha endoidado e sido internado em um manicômio, o mal cresceu. Zinzendorf continuava seu trabalho como conselheiro real em Dresden, no inverno, e cuidava da sua propriedade rural, no verão. A igreja na vila Berthel florescia com o trabalho do pastor Rothe. Em sua casa senhorial, o próprio conde explicava a mensagem aos seus arrendatários. Enquanto as coisas iam bem, Zinzendorf não se incomodava com Herrnhut, onde somente perseguidos por causa da fé eram recebidos, prometendo fidelidade à confissão luterana de Augsburg. Em 1727, porém, o radicalismo pediu intervenção. Depois de muita preparação, convocou a todos para uma reunião na casagrande em 
Herrnhut. Ensinou sobre o pecado do separatismo e, depois, como senhor feudal, explicou suas “ordens e proibiçõe s”. Finalmente, submeteu uns “Estatutos” como base para uma (futura) sociedade religiosa voluntária. A reunião foi longa, mas o resultado foi positivo. Todos lhe deram a mão, prometendo seguir as normas. Ele, por sua vez, garantiu que seus arrendatários nunca seriam seus servos feudais nem sua propriedade pessoal, mas poderiam viver como homens livres, algo especial para a época. No mesmo dia da reunião, foram eleitos doze anciãos para a supervisão da congregação. Destes, quatro foram indicados para servirem como ancião-mor, entre eles o próprio Cristiano David. Posteriormente, foram eleitos guardas-noturnos, inspetores de serviços públicos, ajudantes dos enfermos, cuidadores dos necessitados etc. Também foram organizados grupos pequenos para edificação mútua. . 
16 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS Avivamento Depois de receber licença da corte real, Zinzendorf dedicou seu tempo a Herrnhut, deixando seus negócios na mão da esposa. Pelas freqüentes reuniões com os refugiados e com os anciãos, ele percebeu a profunda preocupação dos tchecos em ressuscitar a sua igreja. Mas o conde sabia muito bem que as leis do Estado de Saxônia não permitiriam uma igreja independente. Chegou à conclusão de que a melhor solução seria organizar em Herrnhut uma congregação, uma “igrejinha dentro da igreja” (luterana) de Berthel com características da antiga igreja tcheca. Para isto, quase todos os habitantes de Herrnhut assinaram a Concórdia Fraterna, documento que muito ajudou na paz e no crescimento espiritual. As reuniões de oração, cânticos ou estudos bíblicos era diário. O movimento era de calmo regozijo no Senhor, sem tentativas de estimular as emoções, pois o conde alertara: “Criar excitação religiosa é tão fácil como excitar as paixões carnais. E, freqüentemente, a primeira leva à segunda”. Depois que as brigas cessaram, o pastor Rothe convidou a todos para participar da Santa Ceia na igreja central de Berthel, marcada para o dia 13 de agosto. Ele enfatizou que, 
depois de tantas dificuldades, os irmãos estavam sendo convidados pelo Senhor para sentarem com Ele à mesa. Em meio às lágrimas de muitos, o conde fez a oração de confissão pública, pedindo perdão mediante o sangue de Cristo, o livramento de toda cisão e a bênção de uma união de coração, para que pudessem ser bênção para outros, perto e longe. A liturgia sobre o perdão dos pecados foi dirigida por um pastor vizinho que, então, administrou os elementos. Todos sentiram paz e alegria no Espírito Santo e profunda comunhão com Cristo e com os outros. Depois disseram: “Aprendemos a amar” (Rm 5.5). Não houve man ifestações especiais, mas foi um avivamento autêntico. Este foi o dia do renascimento da Igreja dos Irmãos, a Unitas Fratrum. Resultado Duas semanas depois, Herrnhut iniciou a “Intercessão de Hora em Hora”. Durante 24 horas por dia havia oração e cada irmão tomava seu lugar no rodízio. Foi a reunião de oração mais longa da história, pois durou mais de um século. Algum tempo depois, jovens solteiros começaram a estudar juntos (a Bíblia, geografia, medicina, línguas etc.), pois sentiram que Deus queria prepará-los para uma outra obra. A chamada macedônica veio em 1731 e, no ano seguinte, começou o imenso trabalho missionário morávio. “Os seguidores do Cordeiro” foram por toda parte e, em 20 anos, Herrnhut mandaria mais missionários do que as igrejas 
protestantes em seus 200 anos de existência. Lembremo-nos do seu lema: William Darkeer escreveu: “ A contribuição mais importante dos morávios foi a sua ênfase sobre a idéia de que todo cristão é um missionário e deve testemunhar através da sua vida diária. Se o exemplo dos morávios tivesse sido estudado mais cuidadosamente pelos outros cristãos, é possível que o homem de negócio pudesse ter retido seu lugar de honra na missão cristã”. . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS A VIGÍLIA DOS CEM ANOS Um dos homens destacados dentre os morávios foi o conde Nicolau. Um grande estadista missionário, o que mais se destacou em todos os tempos. Nascido na Alemanha em 1700 teve poderosa influência sobre o cristianismo protestante primitivo e em muito respeito igualou ou superou seus amigos cristãos, John Wesley e Jorge Whitefield. Fundou a Igreja Moravia; compôs hinos e inaugurou um movimento missionário mundial que preparou cominho para William Carey. Em 1722 um grupo de refugiados protestantes abrigou-se em sua propriedade em Bertheisdorf. Logo essa propriedade tornou-se própria comunidade. Em 1727, um período de renovação espiritual chegou ao clímax em um culto de comunhão dia 13 de agosto com um grande re-avivamento que segundo os participantes marcou a chegada do Espírito Santo em Bretheisdorf. Esta noite de pentecostes trouxe uma nova febre pelas missões que se tornou a principal característica do movimento morávio. Foi iniciada uma vigília de orações, que continuou noite e dia, sete dias por semana, sem qualquer interrupção até 1827, denominada a Vigília dos cem anos. 
A missão teve muito êxito, a obra missionária floresceu e por volta de 1950 havia sobre a jurisdição morávia 38 postos e quase 5 mil cristãos professos. Além do conde Zinzendorf, o individuo que mais se desenvolveu na fundação da Igreja foi Christian David, seguido de George Schmidt. Apesar da pobreza e poucos seguidores, os primeiros foram enviados já em 1732. Após 100 anos de atividade missionária, eles contavam com 41 estações, 40 mil batizados nos campos missionários e 208 missionários. Em 1882 (50 anos depois) já tinham aumentado para 700 estações, 83 mil batizados, 335 missionários e 1500 ajudantes nacionais. A proporção de missionários por membros do movimento chegou a 1 por 25, dificilmente igualado por outro grupo na história de missões. A estratégia empregada pelos morávios era: . Iniciar o trabalho de missões entre povos pouco evangelizados e esquecidos; . O missionário deveria ser auto-suficiente economicamente através de comércio, indústria caseira, etc; . Aceitar a cultura do povo, não colocando normas européias de costumes e valores; . 
O missionário era servo do EspíritoSanto enviado para evangelizar e não para doutrinar; e, . Se o povo não aceitasse o evangelho, o missionário deveria procurar outro campo. Os Irmãos Wesley A família Wesley, na Inglaterra, era já por tradição profundamente dedicada a obra cristã. Foram, principalmente, dois irmãos Wesley que se destacaram na história da Igreja; John e Charles. John Wesley (1703-1791), a principal figura do metodismo, tinha, já de berço, influências do puritanismo e do anglicanismo. O movimento que surgiu buscou, não obstante, também aspectos do herrnhutismo e do colonialismo. John, justamente com seu irmão . 
18 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS Charles, elaborou um método ritualista e ascético para a vida religiosa dos membros. O uso deste método levou ao apelido de metodismo. Foi entre os operários ingleses que o movimento conseguiu maior êxito e, enquanto John Wesley vivia, tratava-se de avivamento dentro da Igreja Inglesa. Após sai morte, organizou-se numa igreja própria. O metodismo alcançou também a América do Norte estabelecendo sociedades metodistas partindo na divulgação do Evangelho por todo o mundo, com o envio de missionários mais tarde na história. . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS MISSÕES NA ÍNDIA – O GRANDE SÉCULO MISSIONÁRIO A Índia é em si mesma um mundo. Tem milhões de habitantes, imersos em todas as formas de superstição e paganismo. Ainda que em algumas partes do prevaleça o budismo e maometismo, a religião que conta com maior número de aderentes é o bramanismo, que admite três deuses: Brama, o deus criador; Visnu, o deus conservador; Civa, o deus destruidor. A essas divindades podem justar-se outras subalternas, representadas por figuras ridículas ou espantosas e que recebem a homenagem de milhões de adoradores. Tais são alguns dos costumes e algumas das crenças do vasto campo de trabalho, que desde longos tempos estão desafiando os missionários cristãos. Um nome de destaque na Índia foi, William Carey. Carey (17611834), chamado de o “ pai das missões modernas”, era inglês. Foi sapateiro dos 16 aos 28 anos de idade. Converteu-se na adolescência e pertencia a um grupo de batistas. Dedicava-se ao estudo nas horas de folga e assumiu o primeiro pastorado em 1785. Publicou em 1792 um livro de 87 páginas com o título: “ Uma Inquirição sobre a Responsabilidade dos Cristãos em Usarem Meios para a Conversão dos Pagãos”. Carey demonstrava uma forte preocupação missionária e um profundo desejo de se envolver diretamente, indo ao campo missionário. Numa pregação em Nottingham 
proferiu as palavras: “ Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. No mesmo ano de 1792 foi organizada a Sociedade Missionária Batista e no ano seguinte Carey se baseava nos seguintes pontos: Þ Conversão individual; Þ Formação de uma igreja nacional autônoma; Þ Uso de leigos bem treinados nas Escrituras; Þ Treinamento de pastores nacionais; Þ Tradução da Bíblia e de literatura cristã. Þ Participação ativa na sociedade, influenciando a legislação e o ensino. Apesar de muito sucesso, Carey também enfrentou enormes dificuldades, começando pelo seu próprio lar. O relacionamento com a Sociedade Missionária nem sempre foi harmonioso e os problemas econômicos se faziam sentir. Sua determinação, no entanto, fez superar as adversidades e Carey marcou uma era, deixando uma inspiração missionária para as gerações posteriores e influências positivas no seu país de trabalho. A exemplo de Carey, outro homem resolveu dar sua vida pela Índia, este foi, Alexandre Duff Chegou a Culcutá com sua esposa em 1830. Nasceu e foi criado na Escócia, sendo educado na Universidade de St. Andrews. O avivamento evangélico, que levou a Escócia a ajoelhar-se na década de 1820, entusiasmou este jovem de 33 anos a se tornar o primeiro missionário da Igreja escocesa para o interior. Em sua viagem para a Índia sofreu 
dois naufrágios, tendo um deles perdido toda sua biblioteca pessoal. Foi um golpe esmagador para alguém tão aplicada à erudição como ele. Quando os hindus souberam que ele escapara do naufrágio, disseram: . 
20 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS “ Certamente este homem é um dos favorecidos dos deuses e, portanto de uma obra importante a realizar entre nós”. Duff iniciou logo seus trabalhos os quais consistiam na criação de Institutos destinados a ensinar inglês, língua, que eram obrigados aprender os hindus que quisessem conservar o contato com os dominadores do território. Desse modo, Duff queria abrir um caminho para as classes mais elevadas. Em 1831, abriu sua escola com cinco alunos. No fim da primeira semana havia mais de 300 pedindo entrada. Com o tempo chegou a mais de mil o número de alunos. De modo, que ao mesmo tempo, que ensinava inglês, adquiria influência entre a juventude e ensinava-lhes também o cristianismo. Alguns dos que vieram a dirigir os destinos do povo foram ganhos também para Cristo. Entre outros é digno de especial atenção Ram Mohan Roy. Por causa da capacidade intelectual de Duff, vários príncipes hindus vieram do interior para conhecerem sua Instituições. Em 1864, a falta de saúde obrigou-o voltar para seu país natal, o que foi lamentado por todos. Apesar de suas escassas forças físicas, fez na Inglaterra uma obra importante como 
professor nos colégios indicados a preparar missionários. Neste trabalho por onze anos e em 1878, faleceu aos seus 72 anos. Adoniram Judson (1788-1850) Judson era americano, inicialmente da Igreja Congregacional, mas foi enviado pelos batistas americanos para a Índia. Permaneceu ali pouco tempo e escolheu como novo campo a Birmânia. David Livingstone (1813-1873) Livingstone também era escocês, quem sabe o mais famoso de todos os missionários do período. Estudou medicina e teologia, finalizando os estudos em 1840, sendo enviado no mesmo ano para a África, pela Sociedade Missionária Londrina. Foi um grande desbravador do interior africano, contribuindo, tanto para a divulgação do Evangelho, como para a exploração do continente. Mary Slessor (1848-1915) Slessor era escocesa e representa o grande contingente de mulheres engajadas na obra missionária durante este período. De origem presbiteriana apresentou-se em 1875 à Missão de Calabar (Nigéria) que era uma das missões que aceitavam missionárias solteiras. Fez trabalho 
pioneiro de evangelismo, mas também se envolveu no apoio a escolas, clínicas médicas e servindo o povo local vivendo de forma simples ao estilo da população de Calabar. Robert Morrison (1782-1834) Morrison de origem inglesa era presbiteriano e tinha desde a juventude o desejo de servir no campo missionário. Apresentou-se à Sociedade Missionária Londrina em 1804, sendo enviado para a China em 1807. Foi o primeiro a traduzir a Bíblia ao chinês. John Paton (1824-1907) Paton era escocês, também presbiteriano, e trabalhou inicialmente entre os cortiços de Glasgow, como missionário. Em 1858 navegou para as Ilhas do Pacífico onde trabalhou em . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS diversas ilhas, contribuindo para que, no final do século XIX, poucas ilhas não tivessem sido alcançadas. Quando o rei Frederico IV da Dinamarca precisou de missionários para enviar aos seus súditos, na colônia dinamarquesa de Tranquebar, não encontrando em seu reinado quem se dispusesse a faze-lo, recorreu ao pietista alemão August H. Francke (1663-1727), que lecionava na Universidade de Halle, o qual enviou Bartholomew Ziegenbalg (1683-1719) e Henry Plütschau (1677-1747), os quais partiram da Europa no fim de 1705, chegando em Tranquebar no dia 9 de julho de 1706, sendo os primeiros missionários, não católicos, a chegarem na Índia, provenientes da Europa. Apesar de não serem bem recebidos pelos colonos dinamarqueses, Ziegenbalg e Plütschau não se intimidaram, iniciando os seus estudos do idioma nativo, tendo Ziegenbalg se destacado pela facilidade em aprender outras línguas. Eles traduziram para o tamil o Catecismo de Lutero, orações e hinos luteranos. Em 1711, por questões de saúde, Plütschau regressou definitivamente para a Europa. Ziegenbalg continuouo seu trabalho; compilou uma gramática tamil, escreveu uma obra sobre o Hinduísmo, traduziu para o tamil o Novo 
Testamento (1714) e o Antigo Testamento até o livro de Rute. Ele fundou uma escola industrial e outra para a preparação de catequistas e, também, a primeira imprensa evangélica da Ásia (esta com a ajuda financeira da Sociedade Anglicana para a Promoção do Conhecimento Cristão). Quando Ziegenbalg morreu em 1719, existia em Tranquebar uma comunidade luterana de cerca de 350 pessoas. Poderíamos citar muitos outros missionários e missionárias, verdadeiros “heróis”, deste período. Inclusive, é importante frisar que mesmo que a história escrita tenha se concentrado nos homens, muitos deles só puderam realizar a obra devido ao apoio de suas esposas. . 
22 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS MISSÕES PARA OS ÍNDIOS AMERICANOS Nenhuma outra população nativa tem sido tão solicitada e perturbada por autoridades governamentais, políticos e líderes religiosos do que os índios americanos. John Eliot (1604-1690) Foi um dos primeiros e talvez o maior de todos os missionários para os índios americanos, conhecido como “Apóstolo dos Índios”. Nasceu na Inglaterra em 1604, mas somente aos 40 anos começou seu trabalho missionário. Chegou à América em1631. Pertencia a Missão Indígena dos Puritanos da Nova Inglaterra e trabalhou duramente toda sua vida tentando alcançar os indígenas. Em 1645, fez seu primeiro sermão a um grupo de índios. À medida que as semanas e meses se passavam, alguns índios foram convertidos em menos de um ano. Eliot documentou o seguinte: “ Os índios abandonaram completamente suas cerimônias de conjuração. Estabeleceram períodos de oração em suas tendas, de manhã e à noite”. 
A estratégia utilizada pela missão de Eliot foi: Þ Evangelizar, principalmente através da pregação; Þ Reunir as pessoas convertidas em igrejas locais; e, Þ Fundar cidades cristãs, numa forma de segregação da sociedade corrupta. O missionário sempre se preocupa com o bem estar social dos índios. Ele queria mais que simples profissão de fé. Buscava maturidade espiritual de seus seguidores. Por isso, em 1649, começou traduzir a Bíblia no idioma Moicana. Pouco antes de morrer em 1690 com 85 anos, John Eliot disse: “Pouco posso fazer; todavia, tomei uma decisão pela graça de Cristo, jamais, deixarei o trabalho, enquanto tiver pernas para andar”. David Brainerd (1718-1747) Depois de John Eliot, Brainerd foi o mais famoso daqueles que trabalharam entre os índios. Nasceu no ano de 1718 em Haddam, Connecticut. Brainerd havia sido expulso do cruso teológico de Yale por afirmar que um certo professor não tinha mais a graça de Deus do que uma cadeira. Seus primeiros passos como missionário foram solitários e deprimentes: “Meu coração estava abatido, parecia-me que jamais teria êxito junto aos índios. Minha alma estava cansada da vida. Eu desejava a morte, acima de tudo”. 
Em 1745, houve um reavivamento entre os índios quando as fontes dos esforços de David se evidenciaram. Em 1746, convenceu os índios dispersos em Nova Gersey a se reunirem em Cranbury, onde logo foi estabelecida uma igreja. Após um ano e meio os convertidos chegavam a quase 150. Brainerd morreu dia 9 de outubro de 1747, acometido por tuberculose. David Brainerd foi um desses homens. . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS Tem sido dito que Brainerd orava nas florestas até que a neve se derretesse debaixo de seus pés. Mesmo assim, Brainerd viveu menos de trinta anos. De 1743 a 1747, ele se esforçou para alcançar os índios da América para Cristo. Ele lutava constantemente em oração pelas multidões. Sua curta vida foi um impacto para todo o mundo cristão. A. J. Gordon disse a respeito de Brainerd: “Esse homem orava secretamente nas florestas. Um pouco mais tarde, William Carey leu sobre a sua vida e, impulsionado pela leitura, foi à Índia. Payson, ainda jovem, com pouco mais de vinte anos, após ter feito a mesma leitura, disse que nunca ficou tão impressionado com qualquer coisa em sua vida, como com a história de Brainerd. Murray McCheyne disse que ele, de igual modo, ficou impressionado com aquela leitura”. Brainerd morreu na casa de Jonathan Edwards, que foi poderosamente usado por Deus no primeiro Grande Despertamento na América. Sobre Brainerd, Edwards falou: “Eu louvo a Deus porque foi por sua providência que ele morreu em minha casa, para que eu pudesse ouvir suas orações, testemunhar sua consagração e ser inspirado pelo seu exemplo”. 
À medida que corria o século as missões entre os índios decresceu. Os missionários dirigiam-se para as terras exóticas, onde a população nativa não podia interferir com o avanço da sociedade americana. Muitos eruditos concordam que a evangelização dos índios como de um todo, não foi uma história de sucesso, sendo o fator principal o intenso conflito entre as duas culturas com vistas ao domínio da terra e a crença arraigada dos Estados Unidos de raça branca de que, os índios eram racialmente inferiores e que, não valia a pena preservar aquelas culturas. Após a morte de David Brainerd, outros nomes se destacam nas missões indígenas americanas: Eleazar Wheelock, David Zeisberger, Isaac McCoy, Narcissa Whitman, Henry Spaulding. . 
24 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS MISSÕES NA ÁFRICA Durante séculos a África Negra foi conhecida como “ Cemitério do Homem Branco”. Nesta região a evangelização tem tido um empreendimento dispendioso. Embora as missões protestantes tivessem começado tarde na África, ela tem sido um dos campos missionários mais produtivos no mundo. Calcula-se que neste século 50% da população será composta de cristãos. A maior parte desse crescimento surgiu no século XX, no século IX o trabalho foi lento, mas, foram os missionários pioneiros daquele século que arriscaram tudo para abrir caminho ao evangelho na África. O futuro o cristianismo na África segundo os missionários, dependia da influência européia e do comércio. Poucos missionários se opunham aos conceitos subjacentes do imperialismo que está sendo destacado em anos recentes. Os missionários foram seriamente criticados devido a essa influência, porém, eles travaram longas e amargas batalhas, algumas vezes fisicamente, contra o tráfico de carga humana. E depois do desaparecimento do mercado de escravos, lutaram contra outros crimes, incluindo as táticas cruéis usadas pelo rei Leopoldo para extrair borracha no Congo. Os missionários eram pró-África e sua defesa da 
justiça racial muitas vezes fez com que fossem desprezados pelos seus irmãos europeus. Podemos afirmar que sem a consciência das missões cristãs, muitos crimes praticados pelo colonialismo teriam continuados impunes. As missões protestantes para a África começaram na Colônia do Cabo com os morávios no século XVIII. Em princípios do século XIX, os missionários estavam penetrando em três das principais cabeças de praia. Começaram na Costa Oeste entrando em Serra Leoa, na Costa Leste a partir da Etiópia e Quênia e no Sul estabeleceram sua missão base na cidade do Cabo. Robert e Mary Moffat (1795-1883) Este homem foi o patriarca das missões na África do Sul. Teve significativa influência nesta parte do mundo durante mais de um século. Embora durante sua vida sempre foi ofuscado pelo seu genro sendo sempre chamado de “o sogro de David Livingstone”, entre os dois ele foi o maior missionário. Ele era um evangelista, tradutor, educador, diplomata e explorador, combinando eficazmente esses papéis e se tornando um dos maiores missionários na África de todos os tempos. Nascido na Escócia em 1795 foi criado em circunstância humilde sem nenhum treinamento bíblico formal. Ele não tinha grande inclinação pelos assuntos espirituais, embora 
seus pais fossem presbiterianos com forte zelo missionário. “Fugiu para o mar” por algum tempo e aos 14 anos tornou-se um aprendiz de jardineiro, aprendendo uma arte que praticou pelo resto de seus dias. Em 1814, na cidade de Cheshire, Inglaterra, entrou em uma pequena Sociedade Metodista cujas reuniões eram realizadas numa casa defazenda nas vizinhanças. Essa associação aquecera seu coração. Em 1815, quando ouvia uma mensagem pelo Rev. William Roby, um dos diretores da Sociedade Missionária Londrina, se ofereceu à mesma para servir como missionário. Sendo rejeitado, porque o achou incapaz de efetuar esse sofrido trabalho. Moffat não desanimou, começou estudar teologia com Roby. Depois de um ano se candidatou novamente à SML, sendo então aceito. Logo, foi enviado à África do Sul e depois de 85 dias no mar chegou a cidade do Cabo. . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS Os hardships e as circunstâncias primitivas não o deterão, enquanto introduziu para o norte no interior, onde ganhou para Cristo o mais perigosos outlaw o chefe nessa região. Retornando a Capetown em 1819, encontrou-se a jovem missionária Mary Smith, a qual Moffat havia conhecido na Inglaterra. Casaram-se permanecendo assim durante 53 anos. Em 1827, Moffat, deixou sua mulher com os seus filhos pequenos e foi estudar por onze semanas a língua de uma tribo africana chamada Kuruman, onde assegurou o papel de líder. Ao voltar estava pronto para iniciar a tradução da Bíblia neste idioma, passando 29 anos para completar. Em 1829, quase dez anos da chegada de Moffat em Kuruman, foi realizado o primeiro batismo e em 1838, uma grande Igreja de pedra foi construída existente ainda nos dias de hoje. Embora a carreira de Robert Moffat seja geralmente associada a Kuruman, sua obra se estendeu muito além dessa área. Na verdade o núcleo de crentes em Kuruman não passou de duzentos, mas, sua influência fez-se sentir a centenas de quilômetros. Chefes ou representantes de tribos longínquas iam a Kuruman para ouvir suas mensagens. A mais notável dessas ocasiões foi quando um grande e temido Moselekatse, um dos chefes tribais 
mais infames da África, enviou cinco representantes para visitar Moffat e leva-lo de volta com eles. O encontro entre Moffat e Meselekatse foi inesquecível. Embora Meselekatse nunca houvesse se convertido, ele permitiu que missionário inclusive o filho e a nora de Moffat, John e Emily, estabelecessem um posto missionário entre sua tribo. Contudo, por mais longe que Moffat viajasse, seus pensamentos nunca se afastavam de Kuruman, a qual se tornara um cartão de visita da civilização africana. Três de suas crianças morreram. Mary, a filha a mais velha tornou-se a esposa de David Livingstone. O trabalho de Moffat era a pedra basilar que outro usou em espalhar o evangelho durante todo "o continente escuro”. Abriu muitas estações de missões e serviu como o missionário pioneiro em uma área de centenas de milhas quadradas. Traduziu a Bíblia na língua do Bechwanas. Em 1870 após 53 anos na África, ele sua esposa retornaram a Inglaterra onde um ano mais tarde Mary morreu. Moffat por mais 13 anos continuou a promover missões estrangeiras, viajando pelas ilhas Britânica, tornando-se estadista missionário, desafiando adultos e até jovens com as tremendas necessidades do continente Africano. Levantou fundo para um seminário para que fosse construído na estação de Kuruman 
onde os estudantes nativos foram preparados para o trabalho missionário entre seus próprios povos. Em sua morte em 1883, os jornais de Londres escreveram: Talvez não mais alma genuína respirada sempre... Não se dirigiu às audiências cultivadas dentro dos salões majestosos da abadia de Westminster com a mesma maneira simples em que conduziu à adoração nos huts dos selvagens. . 
26 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS MISSÕES NA EUROPA O período de 1000 a 1500 é marcado pela expansão da Igreja ao norte europeu e pelas lutas em torno do Mediterrâneo, as chamadas Cruzadas. Notamos que a expansão da Igreja, assim como o combate aos muçulmanos, se dá muito mais em função de interesses políticos, do que por questões espirituais ou religiosas. Naturalmente, existem exceções que deixam algum saldo positivo do período. Segundo os cálculos de Dionízio Exíguo, a era da Igreja estava chegando ao fim no finam de mil anos. Pensava ele que, esta data marcada por tremendas calamidades, daria início ao terrível juízo final. Na realidade nada demais aconteceu, contudo o ano deve ser tomado como uma espécie de marco divisório. Uma Europa que possuía por fim um contorno cristão começava sair dos piores horrores da idade média e acumulava uma energia interior que iria se manifestar no decurso dos quatro séculos seguintes, através do comercio, aventuras militares, arte, arquitetura e felizmente na construção do edifico do pensamento teológico. A primeira tarefa, portanto, consistia na Europa difundir o Evangelho até aos seus 
próprios limites. Porém, a Escandinávia vivera durante séculos num quase completo isolamento em relação ao resto do mundo. Durante anos os Nódicos permaneceram nas suas terras distantes, lutando entre si. De repente, no século VII, começaram a expandir tornandose o terror no mundo civilizado e em particular do mundo cristão. A variedade das suas devastações é assustadora e a destruição por eles provocada quase não conheceu limites. A Inglaterra foi uma das primeiras vítimas. Lindisfarne viu-se saqueada em 793. Jarrow em 194. o reino saxão de Northumbria caiu em chamas em 867 e durante certo tempo, pensou-se que a Inglaterra seria uma colônia dinamarquesa. No entanto foi a Irlanda que sofreu mais os ataques dos Vikings, tendo sido completamente destruída a grande e bela civilização cristã e a fonte de muito esforço missionário. Em 851, o norueguês Olaf, o branco, se estabeleceu em Dublin, criando um reino pagão que iria durar cerca de três séculos. No continente europeu eram os dinamarqueses que tomavam a chefia, em relação aos noruegueses. Toda Europa Ocidental foi sistematicamente devastada. Na França do norte e na Holanda, vastas áreas transformaram-se em desertos e os cristãos, sempre que possível, fugiam da tempestade destrutiva. Os normandos conseguiram se agrupar na Itália meridional e na Sicília e o seu reino floresceu gradualmente até atingir uma alta civilização, cujo período 
culminante se verificou durante o reinado do imperador Frederico II (11941250), e que aproveitou elementos da Grécia, do mundo muçulmano, da tradição latina e do norte da Europa. . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS A Dinamarca encontrava-se em maior contato com a Alemanha e, portanto, com o mundo cristão. Seria ali, naturalmente que o cristianismo teria suas primeiras penetrações com êxito. Anskar conseguiu fundar um certo número de Igreja na Dinamarca, mas, a pressão da evangelização não podia manter-se e a vida da Igreja era incerta. Mas, em 1104, Lund, onde é hoje a Suécia, e que era então a principal cidade dos domínios dinamarqueses foi elevada á categoria de sede arcebispal e um dinamarquês nomeado seu arcebispo. A Igreja dinamarquesa ganhava assim, sua estrutura própria, independente de qualquer prelado vizinho. Na Noruega, como na Dinamarca, o pode real desempenhou um papel importante na introdução da fé cristã. O primeiro herói importante da campanha da fé cristã, se tal nome lhe pode atribuir foi o viking espadachim Olaf Tryggvesson (995-1000), que havia sido educado numa colônia escandinava na Rússia, onde iniciara sua carreira como guerreiro. Em 995 depois de seu batismo Olaf votou à Noruega onde foi eleito rei de todo o país. Logo após haver sido eleito, Olaf dedicou-se à tarefa de fazer do cristianismo a religião dos noruegueses. Olaf morreu no ano 1000, porém, sua obra foi continuada por outro 
Olaf: Que tinha por sobrenome Haraldsson (995-1030), conhecido depois como “santo Olaf”, este fez com que o evangelho penetrasse profunda e permanentemente no povo. Pro volta do ano 1220, quase toda Europa era cristã numa certa medida. Porém, uma vasta área permanecia no paganismo. Os pagãos por sua vez convocaram uma grande reunião em que decidiram sacrificar 2 homens em cada trimestre e pedir aos deuses pagãos que os livrasse de sofrer do cristianismo e impedisse a expansão deste pelas suas terra. Mas, os cristãos também, organizaram uma reunião e falaram: “Os pagãos sacrificaram os piores homense atiraram-nos pelos desfiladeiros abaixo; nós, porém, sacrificaremos os melhores homens, como dádiva a nosso Senhor Jesus Cristo e comprometemo-nos a viver melhor e com menos pecado e ofereceremos como penhor de vitória de nosso Trimestre”. As Cruzadas (1096-1291) O primeiro grande empreendimento da Europa renascido foi as Cruzadas, iniciadas em 1096, prosseguindo até o ano de 1291. Mas, o movimento das Cruzadas durou até 1492, quando os mouros foram definitivamente vencidos. A idéia de libertar os lugares santos cristãos das mãos dos 
infiéis não era em si mesma ignóbil. Os homens já lutaram por causas menos elevadas que esta. Porém depois de ter dito tudo o que se pode dizer de favorável em relação às cruzadas, o que o cristão deve considerar é que representou um desastre irreparável a causa cristã. Havia entre os cristãos homens retos e de espírito superior, como Bulhão, o primeiro rei cristão de Jerusalém, mas, para a maioria dos guerreiros cristãos, os muçulmanos . 
28 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS eram infiéis, sem direito a existência, cuja fé não era necessária conservar e que podiam ser chacinados sem dó nem piedade, para a maior glória do Deus cristão. Evidentemente, o ódio cria ódio e o fel engendra fel. Os serracenos sentiamse igualmente felizes ao poder chacinar os cristãos o que perante o seu próprio juízo se encontrava bem justificado. As principais razões para o uso da ofensiva armada dos cristãos nos países do sul europeu foram: . Sentimento religioso – o desejo de se fazer peregrinações a Jerusalém, em poder dos muçulmanos; . Salvação pelas almas – sendo que a participação numa cruza era contada como uma boa obra diante de Deus; . Busca de aventura – atraindo os homens para as longas e demoradas viagens. . Desejo de unir as igrejas ocidental e oriental; 
. A miséria e a fome que predominavam o mundo da época trouxeram um profundo desejo de mudanças e de novas conquistas, além de um fortalecimento do sentimento religioso que levaram muitos a buscarem a realização do monasticismo e do ascetismo. A primeira cruzada vai de (1096-1099). A Segunda de (1147-1149) e a Terceira de (1189-1192). De três formas deixaram as Cruzadas a sua marca indelével na história cristã: 1. Lesaram para sempre as relações entre os ramos ocidental e oriental da cristandade. O mal atingiu o clímax quando a quarta cruzada se desviou de seu objetivo, saqueando Constantinopla em 1204 e, instalando um precário império latino sobre a ruína oriental assim que fora destruído. Sessenta anos depois os bizantinos reagiram, expulsaram os estrangeiros e criaram novamente o seu próprio império oriental. Mas, este era uma sombra do anterior, permanentemente enfraquecido pela luta infindável contra os muçulmanos. Quando Constantinopla caiu nas mãos dos turcos em 1453, revelou-se toda a extensão das culpas dos cruzados. 2. Os cruzados deixaram um rastro de amargor nas relações entre cristãos e muçulmanos 
que continua sendo um fator vivo na situação mundial de nossos dias. Para os muçulmanos, o ocidente é o grande agressor. Há cerca de 900 anos, participou deliberadamente deste papel em nome de Cristo e hoje é muito difícil apagar esta imagem, que continua presente no espírito muçulmano. Porém, isto não quer dizer que os muçulmanos hajam sido sempre ternos e gentis. Também foram bastante agressivos sempre que se viram com força e autoridade para aplica-la, mas, em qualquer caso, os muçulmanos não pretendem ser seguidores do Príncipe da Paz. Para cada muçulmano . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS das terras mediterrâneas, as cruzadas foi um acontecimento de ontem e as feridas estão prontas a abrirem-se de um momento para outro. 3. As cruzadas explicaram a descida da temperatura moral da cristandade. Uma cruzada dirigida contra o barbarismo pagão do Norte poderia tornar-se grande catástrofe. É impossível discordar do juízo moderado de um historiador das cruzadas, dos nossos dias: “Visto dentro da perspectiva da história, todo o movimento das c ruzadas foi um vasto fiasco”. “Os triunfos das cruzadas foram triunfos da fé”. Mas a fé sem sabedoria é perigosa. O historiador quando regride nos séculos observando a sua história galante, acaba por encontrar a sua admiração vencida pela tristeza, ao verificar as limitações da natureza humana. Havia muita coragem e pouca honra; muita devoção e pouca compreensão. Os grandes ideais foram maculados pela crueldade e pela avidez. Viram-se afetados por uma retidão cega e estreita que a própria Guerra Santa foi nada menos que um grande ato de intolerância em nome de Deus, o que é um pecado contra o Espírito Santo. Contudo, as cruzadas foram os primeiros sintomas do despertar da Europa e de uma 
nova capacidade, por parte dos povos europeus de agirem juntamente como um todo. Embora alguns cristãos afirmassem que o serraceno só era bom depois de morto, havia outros que pensavam diferente e acreditavam que por meio da pregação clara e piedosa do evangelho, os serracenos seriam ganhos para a fé em Cristo. © Cruzadas contra os judeus Um dos maiores missionários que surgiu nesta época da história foi Raimund Lull, nascido em 1235, na ilha de Maiorca e dedicando-se à Seara do Mestre durante 50 anos. Luul escreveu dizendo: “ Os missionários converterão o mundo por meio da pregação, mas, também, vertendo lágrima e sangue através de grandes trabalhos seguidos de mortes amargas”. Não era este um homem que formulasse pensamentos que não estivesse pronto para traduzir em atos. Visitou quatro vezes a África do Norte para pregar aos muçulmanos e discutir com eles em pessoa. Na quarta destas visitas, em Gugia, em 1315 foi de tal modo agredido que morreu em resultado dos ferimentos recebidos. . 
30 HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS MISSÕES NA ÁSIA O primeiro grande avanço das missões estrangeiras deu-se ao Sul da Ásia Central. Foi muito difícil a obra do Senhor neste lugar, pois, ali eram praticadas as religiões mais velhas e complexas do mundo, como o hinduísmo, budismo, islamismo, sikismo ou jainismo. Que atração poderia haver numa tradição dogmática como o cristianismo? Os hindus com seus milhares de deuses pensavam ser superiores ao cristianismo que lhes apresentava um único Deus. Mas, o cristianismo como William Carey e os que o sucederam demonstraram que tinham tudo a oferecer ao povo da Ásia Central. Mesmo sem levar em conta o dom gratuito da salvação e da vida eterna, só o cristianismo oferecia as pessoas à libertação das cadeias do antiqüíssimo sistema de castas e do processo interminável de reencarnações que os escravizava. Só o cristianismo se aproximava dos “intocáveis” e lhes oferecia esperança para o momento presente. Só o cristianismo estava disposto a sacrificar seus jovens, homens e mulheres nos perigos do Sul da Ásia com seu clima excessivamente quente, num amor 
desprendido, a fim de erguer espiritualmente seu povo. Os sacrifícios de Carey, Judson e outros que trabalhavam na Índia e na Ásia foram imensos. Carey e Judson sepultaram duas esposas cada um, assim como filhos pequenos, mas, nenhum preço era considerado alto demais para o privilegio de levar o Cristo a essa área do mundo. . 
HISTÓRIA DE MISSÕES MUNDIAIS MISSÕES NA AMÉRICA CENTRAL Em fins de 1880 essa área do mundo chamou a atenção de C. I. Scofield, americano que se tornou famoso pela sua Bíblia editada em linguagem popular. Nesta época os missionários já estavam em quase metade do mundo, porém, haviam se esquecido de seus vizinhos do lado. Baseando sua estratégia como considerava um princípio missionário em Atos 1.8, Scofield decidiu corrigir seu erro: “ Tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria – América Central é o campo não ocupado mais perto de qualquer cristão nos Estados Unidos ou no Canadá! Nós nos esquecemos da nossa Samaria”. Scofield nasceu em Michigan em 1843 e cresceu no Tennessee. Tendo estudado Direito foi admitido na Ordem dos Advogados em Kansas em 1869. Serviu na Assembléia Legislativa e veio ser mais tarde Procurador dos Estados Unidos sob o Presidente Grant. Em 1879 quando

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