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Extração dos compostos ativos de medicamentos

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
 FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
 
QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL QFL0314
 EXPERIÊNCIA 01 – EXTRAÇÃO DOS COMPONENTES ATIVOS DE MEDICAMENTOS 
 Docentes: Daisy Rezende e Paulo Moreno
 Louise Zanella Martins NUSP:9337454
 Ana Cláudia Andrade Pepato NUSP:9341021
 Farmácia e Bioquímica (Noturno)
 São Paulo
 2018
1.INTRODUÇÃO 
Os medicamentos exercem um papel fundamental na saúde da sociedade atual.Os tratamentos de doenças geralmente envolvem a utilização de um ou mais medicamentos.Entre eles,os analgésicos constituem o grupo de acesso mais facilitado,já que em maioria possuem venda livre nas farmácias(sem a necessidade de ser apresentada receita médica para adquiri-los) e portanto sendo encontrados facilmente em praticamente todos os domicílios.1
O ácido acetilsalicílico origina-se do ácido salicílico ou salicilato presente em diversas plantas(como por exemplo salgueiro-chorão) utilizadas como medicamentos.Anotações de 1.500 a.C já recomendavam o uso de folhas dessa planta para o alívio de dores reumáticas.Em 1897, o laboratório farmacêutico alemão Bayer conjugou quimicamente o ácido salicílico com acetato, criando o ácido acetilsalicílico (Aspirina). Este foi o primeiro fármaco a ser sintetizado na história da farmácia. 2
O ácido acetilsalicílico (AAS), quimicamente chamado de ácido 2-acetoxibenzóico,é um dos medicamentos analgésicos mais consumidos e vendidos no mundo. O AAS pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES). O fármaco apresenta ação anti-inflamatória, analgésica (contra a dor), antipirética (contra a febre) e inibidora da agregação plaquetária.3
A síntese da aspirina é possível através de uma reação de acetilação do ácido salicílico , um composto bifuncional (ou seja, possui dois grupos funcionais: fenol e ácido carboxílico). A reação de acetilação do ácido salicílico (1) ocorre através do ataque nucleofílico do grupo -OH fenólico sobre o carbono carbonílico do anidrido acético (2), seguido de eliminação de ácido acético (3), formado como um subproduto da reação. É importante notar a utilização de ácido sulfúrico como um catalisador desta reação de esterificação, tornando-a mais rápida e prática do ponto de vista comercial.4
 
 Figura 1-síntese do ácido acetilsalicílico
 
 Fonte:Universidade Federal de Santa Catarina. 
Possui fórmula molecular C9H8O4 e massa molar é 180,158g/mol.Seu ponto de fusão é 136°C e seu ponto de ebulição é 140°C.É pouco solúvel em água(3mg/mL),e muito solúvel em etanol,clorofórmio e éter etílico.Em alta exposição(acima de 100mg/kg) apresenta efeitos hepatotóxicos,levando à náuseas,dores abdominais,hiperventilação,convulsões e coma.5
O Ibuprofeno foi sintetizado pela primeira vez em Dezembro de 1961 no Reino Unido, pelo Dr. Stewart Adams e seus colegas John Nicholson e Colin Burrows. Nesse mesmo ano, este fármaco foi patenteado. Mas apenas em 1969 aparece comercializado no Reino Unido e posteriormente nos EUA, em 1974. Hoje é comercializado em todo o mundo sendo atualmente usado por milhões de consumidores.6
Embora o Ácido Acetilsalicílico seja o fármaco anti-inflamatório não esteróide mais usado e aquele com o qual todos os demais agentes anti-inflamatórios são comparados, cerca de 15% dos pacientes apresentam intolerância a este fármaco. A procura de fármacos alternativos ao Ácido Acetilsalicílico com maior atividade anti-inflamatória, menor irritação gástrica, ou ainda de ação mais longa, diminuindo a dose diária administrada, levou ao desenvolvimento do Ibuprofeno. Este fármaco não deve ser utilizado em associação com Ácido Acetilsalicílico mas pode ser administrado alternadamente com o Paracetamol.6
O Ibuprofeno,quimicamente denominado ácido 2-(4- isobutilfenil)-propiônico ,é uma droga não-esteroidal anti-inflamatória que também possui efeitos analgésico e antipirético,sendo uma substância reconhecidamente segura no tratamento pediátrico da febre e da dor.7
O medicamento disponível comercialmente é geralmente o racemato, que é a mistura dos dois isômeros, pois sua separação é muito difícil. O isômero biologicamente ativo é o enantiômero (S)- ibuprofeno, e o enantiômero (R)-ibuprofeno, biologicamente inativo, é convertido dentro do nosso organismo para 
a forma ativa, minimizando possíveis efeitos colaterais e potencializando o ativo.8 
Figura 2:isômeros do Ibuprofeno
 
 Fonte:Química nova interativa -sociedade brasileira de química 
Sua síntese tradicional era desenvolvida pela Companhia Boots (Indústria farmacêutica da Inglaterra) que teve sua patente expirada, desta forma, outras empresas iniciaram a produção do ibuprofeno através de rotas alternativas. A síntese tradicional é considerada marrom, por ser um processo que necessita de seis passos de reações, utilizando uma grande quantidade de solvente, reagentes corrosivos e quantidades estequiométricas de materiais.9
 A síntese “verde” para produção do ibuprofeno vem sendo utilizada pela Companhia 
BHC desde 1991, apresentando a vantagem de produzir aproximadamente 25% a mais de produto com relação à síntese antiga, ocorrendo em apenas três etapas via um processo catalítico, onde o catalisador (HF) pode ser reciclado e reutilizado, o que dispensa o uso de solventes para a purificação do produto final.9
 Figura 3: síntese verde do Ibuprofeno
 
 Fonte: University of Scranton 
Disponível em:<http://www.scranton.edu/faculty/cannm/green-chemistry/portuguese/organicmodule.shtml>.Acesso em 2 de abril de 2018.
Possui fórmula molecular C13H18O,massa molar 206,285 g/mol. Seu ponto de fusão é entre 75-78°C seu ponto de ebulição é de 157°C.É praticamente insolúvel em água(0,021mg/mL) e muito solúvel na maioria dos solventes orgânicos.A alta exposição(5-10g levando em conta a massa corporal) apresenta efeitos 
hepatotóxicos,estupor,coma,falência respiratória e acidose.10
O paracetamol,quimicamente chamado de ‎N-(4-hidroxifenil)etanamida,foi pela primeira vez comercializado em 1955 pelos Laboratórios McNeil, como um aliviador de dores e febre para crianças, sob o nome registrado de Tylenol, Elixir das Crianças. Em 1956, os comprimidos de 500 mg de paracetamol foram também 
colocados à venda no Reino Unido com o nome comercial "Panadol". Em Junho de 1958 iniciou-se a comercialização de uma nova forma de apresentação (xarope), o "Elixir Panadol". Em 1963, o paracetamol foi adicionado à Farmacopéia Britânica e desde então o seu uso espalhou-se por diversos lugares do mundo.11
O paracetamol ou acetaminofeno apresenta-se como o fármaco mais versátil e mais usado no tratamento da febre e da dor em diversos pacientes incluindo crianças, mulheres grávidas e idosos. É um fármaco com propriedades analgésicas e antipiréticas,mas sem propriedades anti- inflamatórias clinicamente provados.É muito utilizado por não interagir com outros medicamentos facilmente.O paracetamol 
pode ser sintetizado por esterificação do p-aminofenol com o anidrido acético.11
Figura 4- síntese do Paracetamol
 
 Fonte:Química nova interativa-sociedade brasileira de química 
Disponível
em:<http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarMolecula.php?id=s-8vaLIMvEcKje92Uy3Cfc8eNyEiSRdkk4cMCg-owU3EzY8naVq8xJfzI9iazVJSF2Bvg7he8U2DEISQ_hG5UQ⇒.Acesso em 2 de abril de 2018.
Possui fórmula molecular C8H9NO2 e a massa molar é 151,165g/mol.Seu ponto de fusão é entre 169-171°C.É ligeiramente solúvel em água(14mg/mL),e muito solúvel em etanol,metanol,acetona,acetato de etila.Praticamente insolúvel em éter,pentano,benzeno.11
Exposição de 4g/dia pode levar a sérios problemas hepáticos.Os sintomasde overdose são falência renal,pancreatite e acidose.Casos raros demonstram reações na pele,levando à necrose do tecido.12
No experimento realizado no laboratório,foram identificados os princípios ativos de três amostras que continham Ácido acetilsalicílico,Ibuprofeno e Acetaminofeno.
Vários métodos foram utilizados para a fim de viabilizar a identificação.São eles:
Extração
-Simples:é realizada apenas em uma etapa,ou seja,é determinado o volume do solvente extrator e realiza-se a extração com todo esse volume de uma única vez.
-Múltipla:envolve duas ou mais extrações simples.
-Com solvente:esse processo é feito o uso das diferenças de solubilidade das substâncias,para separá-las uma das outras.Pode ser aplicado a misturas sólidas,líquidas e gasosas.
♦Misturas Sólidas: quando o material solúvel se dissolve rapidamente no solvente,o processo é executado tratando o sólido com o solvente,agitando e filtrando.Se a dissolução for lenta,pode-se optar por esperar várias horas ou dias,ou utilizar o extrator de Soxhlet.Esse extrator é muito eficiente para extrair substâncias não voláteis de misturas sólidas.O solvente é colocado no balão e aquecido;transforma-se em vapor,passa pelo braço lateral do extrator e condensa-se no condensador de refluxo,pingando sobre a mistura sólida a ser extraída ;esta encontra-se encapsulada em um recipiente poroso,que realiza a filtração simultaneamente.O solvente acumula-se no reservatório até atingir a altura do sifão,quando então é todo sifonado de volta para o balão,carregando o material extraído;como este material não é volátil,fica no balão,enquanto o solvente reinicia o processo.13
♦ Misturas Líquidas: é necessário usar um solvente que não seja miscível com o líquido da mistura,formando assim duas fases.No equilíbrio,a relação das concentrações do soluto nas duas fases é aproximadamente constante(para uma dada temperatura), independente da concentração total. Esta relação, designada como coeficiente de distribuição ou coeficiente de partição, é aproximadamente igual à relação das solubilidades do soluto nos dois solventes.A extração com solvente não retira todo o soluto da mistura original.A quantidade de resíduo deixada é conforme o coeficiente de partição. Com extrações múltiplas, é extraído mais soluto em comparação com a extração única.13
 
 Fórmula coeficiente de partição 
♦ Extração contínua Líquido-Líquido:é utilizado para extrair um soluto não volátil de uma mistura líquida e quando o coeficiente de partição com o solvente não é muito favorável.Para utilizar o extrator líquido-líquido,o solvente tem que ser menos denso que o líquido a ser extraído.13
♦Misturas Gasosas:utiliza-se solventes quimicamente ativos já que gases raramente possuem grandes diferenças de solubilidade.Essa extração consiste em usar um solvente ou uma mistura de solvente com alguma outra substância que tem a propriedade de reagir quimicamente com o composto que se quer extrair,transformando-o em algo solúvel no solvente.13
Cromatografia
Separação de substâncias a partir das diferenças no grau de adsorção e solubilidade. A mistura é depositada sobre a fase estacionária.Um solvente é passado através da fase estacionária movimentando-se por gravidade,por efeito capilar ou pressão aplicada.Os componentes de uma mistura são absorvidos na superfície da fase estacionária em graus variados. Quando o solvente passa pela amostra depositada,os componentes tendem a ser arrastados juntamente com o solvente.Quando o solvente passa lentamente através da fase estacionária,os componentes da mistura movem-se a velocidades diferentes uns dos outros,ocorrendo assim a separação.13
As substâncias movem-se a velocidades diferentes por duas razões:o grau de adsorção na superfície do adsorvente e o grau de solubilidade no solvente.Quanto mais fortemente adsorvida for uma substância,mais lentamente ela se moverá;e quanto mais solúvel for uma substância,mais rapidamente ela se moverá.Há muitos fatores que influenciam o grau de adsorção,porém o mais importante é a polaridade. Porém, como na cromatografia usa-se um solvente que dissolve todos os componentes,a influência da polaridade na solubilidade não é de grande relevância como é para a adsorção.As substãncias mais polares,são em geral mais retidas na cromatografia por moverem-se mais lentamente,independentemente da polaridade do solvente.13
♦Em camada delgada:
Esta técnica consiste de uma fase estacionária fixada em uma placa (de vidro ou alumínio) e uma fase móvel, que é composta por um solvente ou combinação de solventes, chamado eluente. A amostra a ser analisada é aplicada sobre esta fase estacionária, que é um adsorvente.Após a aplicação da amostra, a CCD deve ser introduzida em uma cuba de vidro contendo o solvente apropriado (eluente ou fase móvel),juntamente com o papel de filtro.Este deve estar embebido em eluente,a fim de facilitar a saturação e o arraste.A altura do solvente na cuba não pode ultrapassar a linha de aplicação da amostra. O eluente deve arrastar a amostra.O solvente sobe através do adsorvente por ação capilar.Após esse processo,a CCD deve ser revelada através de métodos não destrutivos como Luz UV ou vapor de iodo.13
Quando o solvente percorre uma distância L cm, o soluto percorreu uma distância menor chamada D cm.D/L é para uma dada substância sob condições específicas,uma constante.É chamado valor de Rf sob condições experimentais.Pode ser usado na identificação dos componentes de uma mistura em condições determinadas.13
♦Em coluna
A cromatografia em coluna é comumente utilizada para purificação de substâncias orgânica ou, para remover o material de partida ou isolar o produto desejado de uma reação.O solvente(fase móvel)flui por ação de seu próprio peso,descendo através de um sólido adsorvente (fase estacionária).13 
Nela a mistura é passada através de um tubo de vidro vertical preenchido com sílica ou alumina (ou outra fase estacionária) e é coletada em pequenas frações.Deve ser feita uma cromatografia em camada delgada após a realização da cromatografia em coluna.14
Existe uma relação aproximada entre o valor de Rf 1 e o volume do solvente necessário para retirar uma substância da coluna,se o adsorvente e o solvente forem os mesmos na placa e na coluna.Esta relação pode ser usada para determinar o volume ideal de cada fração a ser coletada.O volume da coluna na fórmula,é o volume ocupado pela fase estacionária(adsorvente).13
 
♦ Recristalização
Método mais comum de purificação de substâncias sólidas.O processo de recristalização consiste na dissolução do sólido a ser purificado em um solvente quente ou, até mesmo, em ebulição, (se necessário, a mistura quente é filtrada para a remoção de quaisquer impurezas insolúveis) e posteriormente, na sua cristalização, à medida que a solução resfria. Idealmente, somente a substância desejada precipita na forma cristalina e todas as impurezas solúveis permanecem na água-mãe (solução restante após a cristalização). O sólido cristalino pode ser separado da água-mãe por filtração em seguida, secado. Se uma única operação de recristalização não levar à substância pura, o processo pode ser repetido com o mesmo ou outro solvente.13
♦ Cristalização:
Solubilidade (de um sólido em um líquido em determinadas condições) é o nome que se dá à concentração da solução saturada,que é incapaz de dissolver quantidades adicionais de sólido.Ao resfriar uma solução saturada,parte do material dissolvido deverá cristalizar.Em soluções supersaturadas a agitação ou atrito com bastão de vidro ajudam a iniciar o processo de cristalização.Para separar os cristais obtidos,deve-se executar uma filtração à vácuo, a fim de assegurar a melhor remoção da solução.13
♦ Filtração a vácuo
Operação para separar um sólido de um líquido. É feita com funil de Buchner ,no qual é colocado papel de filtro circular.Esse é acoplado à boca de um frasco kitassato e no mesmo é feita a conexão com uma peça de borracha,responsável por isolar o ambiente externodo ambiente interno.A filtração a vácuo produz uma separação muito mais eficiente,deixando o sólido bem mais seco em relação à filtração simples.13
2. RESUMO
A partir de métodos previamente conhecidos e detalhados pelos docentes,foi realizada a identificação dos princípios ativos dos medicamentos Ácido acetilsalicílico,Ibuprofeno e Acetaminofeno. Utilizando os equipamentos disponibilizados no laboratório, foram realizados vários processos que viabilizaram o sucesso do experimento. Podem ser citadas como etapas chave: extração, cromatografia, recristalização, evaporação do solvente e filtração à vácuo.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 EXTRAÇÃO DO COMPONENTE ATIVO
Utilizando-se de almofariz e pistilo foram pulverizados os comprimidos fornecidos para o experimento, limpando o almofariz entre as amostras para que não houvesse contaminação, e no caso da drágea após a maceração foi retirado todo material de revestimento com uma pinça. O material foi transferido para erlenmeyers de 50 ml e adicionado 3 ml de metanol, em seguida foram tampados com rolhas envoltas por papel alumínio, os erlenmeyers foram abertos depois de alguns minutos de agitação.
Após cerca de cinco minutos, a fase sólida estava sedimentada e a fase sobrenadante foi transferida para tubos de ensaio, notou-se que transferir o sobrenadante diretamente para o tubo de ensaio foi mais eficaz que a utilização da pipeta de Pasteur. Ao verter o erlenmeyer sobre o tubo foi possível observar nas paredes da vidraria o sedimento, tornando a transferência mais rápida e eficaz. 
Foi adicionado outros 3 ml de metanol nos tubos de ensaio, em seguida foram centrifugados e o sobrenadante foi utilizado para fazer a segunda extração. Após a extração final, os tubos foram centrifugados e o resultado foi um sobrenadante bastante límpido.
3.2. CROMATOGRAFIA EM COLUNA
Três pipetas de Pasteur de vidro foram preparadas colocando uma pequena quantidade de algodão, sendo pressionado na ponta da pipeta utilizando uma vareta de metal, e sobre o algodão foi colocado alumina até que o conjunto de algodão e alumina alcançasse a altura de aproximadamente 1,5 cm. As pipetas foram fixadas em três suportes universais com um béquer embaixo para recolher o metanol usado a princípio. Utilizando uma proveta de 10 ml, foi adicionado 3 ml de metanol, completando a coluna até a superfície. Depois de alguns minutos o metanol alcançou a camada de alumina, e então a solução com o fármaco foi adicionada com um conta gotas periodicamente até que toda a solução passou pela coluna, sendo recolhida por erlenmeyers. Depois que toda a solução passou pela coluna, foi adicionada uma pequena quantidade de metanol para evitar que alguma amostra fosse retida pela alumina. 
3.3 EVAPORAÇÃO DO SOLVENTE
Os erlenmeyers foram colocados sobre chapas de aquecimento agitando de tempos em tempos até que a solução com o fármaco se reduzisse à metade e a consistência passasse de líquido para gel. Os erlenmeyers foram retirados da chapa de aquecimento, tampados com papel alumínio perfurado e guardados dentro do armário do laboratório até o dia seguinte, permitindo que o solvente evaporasse lentamente e sem contaminação. 
3.4. FILTRAÇÃO À VÁCUO
Na aula seguinte os cristais da amostra A foram colocados sobre um papel de filtro molhado com algumas gotas de metanol e previamente cortado para se adequar à circunferência do funil de Büchner, os cristais secaram à vácuo por aproximadamente 5 minutos. Dois vidros de relógio e um béquer pequeno foram pesados e identificados, e os cristais foram transferidos dos papéis de filtro para as vidrarias utilizando espátulas. Cada amostra teve a sua massa e em seguida seu ponto de fusão determinados. 
3.5. ANÁLISE DE ANALGÉSICOS POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA 
Foram colocadas pequenas quantidades de cada cristal dentro de três eppendorfs e completados com uma solução de metanol até alcançar a marca de 1 ml. Em seguida foram agitados até a solubilização dos cristais, e utilizando-se de tubos capilares as soluções foram pingadas numa placa cromatográfica previamente marcada com lápis de ponta macia. As soluções padrão também foram adicionadas à placa, que foi colocada dentro de um béquer com um papel de filtro embebido no eluente na parede, na base do béquer adicionou-se um volume de eluente correspondente a pouco menos da marca inferior de 1 cm da placa. O eluente utilizado no experimento foi uma solução de clorofórmio:metanol (9:1).O béquer foi tampado com um vidro de relógio e após alguns minutos o eluente alcançou a marca superior de 0,5 cm da placa, que foi agitada para que a solução evaporasse. Após seca, a placa foi analisada sob luz ultravioleta e as bandas foram delimitadas com lápis para análise posterior.
4. DISCUSSÃO
4.1 EXTRAÇÃO DO COMPONENTE ATIVO
No início do experimento as três amostras foram maceradas, a amostra (B) posteriormente determinada como Acetaminofeno estava em forma de drágea e por isso requeria uma lavagem rápida antes de ser macerada. Em laboratório a drágea não foi lavada e consequentemente na hora da maceração notamos pedaços do revestimento dentre a amostra, os quais foram retirados com uma pinça. 
Ao adicionar 3 ml de metanol às amostras notou-se que no erlenmeyer correspondente à amostra (B) havia menor volume final do que nos frascos das outras amostras, mesmo tendo sido adicionado o mesmo volume de solvente. 
Após transferir o sobrenadante para um tubo de ensaio, por falta de atenção na leitura do relatório houve um erro. Ao invés de adicionar outra porção de metanol no erlenmeyer contendo as amostras para dar continuidade à extração do componente ativo, o solvente foi adicionado nos tubos de ensaio. Para reverter a situação de forma a não obter um volume final excessivo, o que levaria a um maior tempo para evaporação do solvente nas fases seguintes, os tubos de ensaio foram colocados numa centrífuga e o sobrenadante foi usado junto de uma pequena quantia de metanol para extrair o restante do componente ativo das amostras nos erlenmeyers. 
Nota-se que teria sido preferível se o metanol puro fosse adicionado aos erlenmeyers para fazer a segunda extração e não o sobrenadante, pois havia uma grande quantidade de componente dissolvido no metanol, o que levou a uma diminuição do potencial de extração do componente pelo líquido. Dessa forma o volume final seria maior, apenas acarretando um maior tempo dedicado à cromatografia em coluna e evaporação. 
4.2 CROMATOGRAFIA EM COLUNA
Sabendo-se que é importante não deixar a coluna de alumina secar pois isso pode causar rachaduras e comprometer a eficácia da separação, colocou-se metanol até o topo da coluna, um béquer de descarte foi colocado abaixo do sistema e assim que o metanol atingiu uma marca pouco acima da coluna de alumina, o béquer foi substituído por um erlenmeyer que coletou a amostra. Assim que a solução de medicamento atingiu a mesma marca acima da alumina colocou-se metanol até o equivalente a 0,5 cm da coluna, para se certificar que a amostra não ficasse retida na alumina ou na camada de algodão. 
Na preparação da coluna o algodão utilizado como retenção para que o adsorvente não passe pela extremidade da coluna foi empacotado com muita pressão, o que dificultou a passagem da amostra e aumentou o tempo de separação. Em duas das amostras, (B) e (C), o líquido não gotejava conforme o tempo passava, portanto foi necessário exercer pressão no bocal da coluna com a palma das mãos, o que levou a um gotejamento mais rápido. 
4.3 EVAPORAÇÃO DO SOLVENTE
Os erlenmeyers contendo o volume total do líquido eluído da coluna foram colocados em duas chapas de aquecimento, os agitando periodicamente. Os frascos se aqueceram por mais tempo do que era necessário pois o processo de evaporação do solvente foi mais rápido do que o esperado e o aquecimento das chapas era desigual, o que levou a amostra (C) a se cristalizar antes. Para que não houvesse problemas na próxima fase do experimento, foi colocada uma pequena quantidade de metanole misturou-se até que a amostra cristalizada voltasse a fase anterior com uma consistência de gel. Após a total evaporação do solvente os erlenmeyers foram tampados com papel alumínio perfurado para evitar a contaminação da amostra.
4.4 FILTRAÇÃO À VÁCUO
Depois de permanecer por 24 horas dentro do armário do laboratório os erlenmeyers foram destampados e os cristais foram analisados. A amostra (B) foi a única que estava totalmente cristalizada, a amostra (A) ainda estava em fase líquida com aparência igual à noite anterior, então foi usado um bastão de vidro para agitar a amostra, inicialmente nada ocorreu mas depois de alguns minutos notou-se que a amostra estava em fase sólida, cristalizada. Isso ocorreu pois o sistema estava em equilíbrio e a perturbação causada pelo bastão de vidro quebrou o equilíbrio de cristalização do composto, solidificando-o. Sabendo-se que a amostra (A) não cristalizou, durante o experimento chegamos a conclusão que era o medicamento Ibuprofeno de acordo com as informações presentes no relatório. A amostra (C) havia se cristalizado na fase anterior do experimento, portanto apresentava-se de forma diferente da amostra (B), com todo o composto ativo solidificado no fundo do erlenmeyer e após ser quebrado com uma espátula apresentou grandes cristais. 
Apenas as amostras (A) e (C) foram filtradas à vácuo, pois a amostra (B) já estava totalmente cristalizada e seca. Após permanecer 5 minutos sob o papel de filtro para retirar o solvente remanescente, os cristais foram pesados sob vidros de relógio. 
	Amostra
	Dosagem teórica (mg)
	Dosagem obtida (mg)
	Rendimento (%)
	A
	600
	870
	145%
	B
	750
	440
	58%
	C
	500
	630
	63%
Tabela 1. Rendimento obtido das amostras A, B e C.
Notou-se que a amostra (A) apresentou rendimento superior à 100%, nos levando a concluir que os cristais obtidos não continham apenas o componente ativo dos medicamentos mas também impurezas, pois o valor obtido deveria ser igual ou menor que o valor teórico. A cromatografia em coluna não separou completamente os compostos da amostra, pois uma grande quantidade de outros componentes estavam presentes no material eluído. O rendimento da amostra C é referente a uma cápsula de 500mg, calculado a partir do peso total do composto ativo extraído e cristalizado das duas cápsulas fornecidas (1000mg).
	Amostra 
	Início da fusão (ºC)
	Término da fusão (ºC) 
	 Δ T (ºC)
	A - Ibuprofeno
	75,0 
	76,1
	1,1 
	B - Acetaminofeno
	173,3 
	179,0 
	5,7
	C - Ácido Acetilsalicílico
	138,2 
	144,6 
	6,4
Tabela 2. Pontos de fusão das amostras A, B e C
A maior diferença de temperatura na determinação do ponto de fusão dos cristais foi a da amostra C, referente ao ácido acetilsalicílico. Isso ocorreu pois durante a evaporação do solvente o erlenmeyer referente à essa amostra permaneceu mais tempo na chapa de aquecimento do que era necessário, o que levou a amostra a se solidificar rapidamente. 
4.5 ANÁLISE DE ANALGÉSICOS POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
Após a preparação e realização da cromatografia em camada delgada com as três amostras e os padrões, a placa foi colocada sob luz ultravioleta e as seis bandas foram analisadas. Cada banda foi medida e o valor do fator de retenção (Rf) para cada amostra foi calculado a partir do ponto de origem até o ponto central da banda. 
 
A distância percorrida pelo solvente é a mesma para todas as amostras, 4,5 cm, obtém-se os seguintes resultados:
	Amostra 
	Distância percorrida (cm)
	Rf
	Ibuprofeno
	3,4
	0,76
	Acetaminofeno
	1,4
	0,31
	Ácido Acetilsalicílico
	2,2
	0,49
	Padrão AAS
	2,0
	0,45
	Padrão Acetaminofeno
	1,5
	0,34
	Padrão Ibuprofeno
	2,3
	0,52
Tabela 3. Distâncias percorridas pelas bandas das amostras e os respectivos 
valores de Rf. 
Imagem 5. Placa de cromatografia em camada delgada sob luz ultravioleta (esquerda) e sob luz visível (direita).
A cromatografia em camada delgada foi utilizada nesse experimento para identificar os compostos ativos de medicamentos, como pode ser visto na tabela 3, foram obtidos valores de Rf próximos em dois casos. O fator de retenção referente à amostra de acetaminofeno (Rf: 0,31) foi bastante próximo ao fator do padrão fornecido (Rf: 0,34), assim como o fator referente à amostra de ácido acetilsalicílico (Rf: 0,49) e o seu respectivo padrão (Rf:0,45). Os valores que mais diferiram foram relativos ao ibuprofeno (Rf: 0,76) e seu padrão (Rf: 0,52), isso pode ser atribuído à grande quantidade de impurezas que permaneceram na amostra após a separação e cristalização, o que diminuiu a polaridade da amostra, facilitando a eluição da substância e aumentando o seu Rf. Caso a amostra estivesse com maior grau de pureza o seu Rf seria próximo ao Rf padrão fornecido. Isso foi observado na amostra de acetaminofeno, que de acordo com a tabela 1 é a amostra com menos impurezas dentre todas as analisadas, seu Rf variou em 0,03; o menor valor dentre todos os compostos. 
 CONCLUSÃO
Através da execução das etapas do experimento, foi possível identificar os princípios ativos das três amostras; concluindo que a amostra A corresponde ao Ibuprofeno; a amostra B corresponde ao Acetaminofeno; e a amostra C corresponde ao Ácido acetilsalicílico. Notou-se durante a análise de dados do que a presença de impurezas afeta diretamente na quantidade de composto ativo obtida no final do experimento. O rendimento calculado se baseia no fato que a massa total de cristais corresponde ao composto ativo presente em cada cápsula de medicamento, mas no caso da amostra A de ibuprofeno, a massa obtida continha grandes quantidades de impurezas. Isso foi posteriormente verificado com a cromatografia de camada delgada, onde a banda referente a essa amostra teve maior arraste e maior Rf que a banda do ibuprofeno padrão.
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