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O Caráter Histórico e Social da Moral

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Aula 3: O caráter histórico e social da moral
A Ética nos concursos
Diversos concursos públicos procuram avaliar os conhecimentos do candidato acerca das noções gerais sobre Ética, Moral e Filosofia. Por isso propomos a você um desafio: realizar as questões relacionadas à disciplina Ética que foram cobradas no concurso público para analista judiciário do Tribunal Regional do Trabalho – 19. Região. 
Agora sim: aula 3
Tentando sobreviver, o ser humano supera a sua natureza natural, instintiva, transformando-a em uma dimensão social. Para que a vida em sociedade seja possível, são estabelecidas regras que organizam as diversas relações humanas. Sem princípios, normas ou regras que criam o mundo moral, torna-se inimaginável a existência de qualquer povo ou cultura.
Se a moral constituída regula o que os homens realizam socialmente, o seu significado, função e validade variam historicamente nas diferentes sociedades.
O comportamento moral muda de acordo com o tempo e lugar, conforme as condições pelas quais diferentes sociedades foram se organizando ao longo da história. E o desenvolvimento dessa organização depende de uma mudança da realidade, dirigida por finalidades conscientes: o trabalho humano. Por ele, o homem transforma a natureza, aprendendo a conhecê-la e adaptando-a às suas necessidades. Ele favorece a convivência, desenvolve habilidades, levando os seres humanos a conhecerem as próprias forças e limitações.
O que quer dizer trabalho para você? Sobre o que estamos falando?
O trabalho na Idade Média
Na Idade Média, período de mais ou menos mil anos, comprendido entre o final da Idade antiga (ocorrido nos séculos III-IV), com destaque para o ano de 476, em que o Império Romano do Ocidente encontra seu final oficial, e os séculos XIII-XIV (Renascimento), a arte mecânica ainda é considerada inferior. Nela impera um regime de servidão, organizado sob relações de dependências evassalagens.
Riqueza, religião e ética
Nesse quadro histórico, a medida de riqueza era determinada por um único fator: a quantidade de terra. Daí o motivo das disputas contínuas que ela suscitava, deflagrando guerras com frequência. Clique nas imagens para saber mais:
Conhecendo o burgos
	
	
Ainda sobre o sistema fabril
Sob o sistema fabril, em que a máquina e o capital desalojam das mãos do trabalhador sua importância e habilidade, encontramos um segundo exemplo para caracterizar a relação moral-história. Transformações de peso na vida social e econômica, como o desenvolvimento das técnicas, da experimentação e a ampliação dos mercados, estão na base de seu surgimento.
Os instrumentos de produção passam a ser comprados pelo capital acumulado, obrigando os mestres artesãos e os ajudantes a venderem sua força de trabalho em troca de um salário para sobreviver. Com o aumento da produção, o que é produzido deixa de pertencer aos trabalhadores, sendo oferecido como mercadoria pelo burguês que retém um valor não-remunerado: mais-valia ou lucro. Nessas condições, surge a classe econômica dos trabalhadores assalariados ou proletariado.
O “advento” da relação trabalhista
Através de uma série de revoluções nos Países Baixos, na Inglaterra e particularmente no final do século XVIII na França, consolida-se a posição da burguesia. Ao longo do século XIX, a lei da produção de mais-valia – trabalhar para garantir lucros – vigora em solo inglês. O capitalismo é estabelecido.
Condições subumanas de vida marcam a existência do proletariado, permeadas por extensas jornadas de trabalho de dezesseis a dezoito horas, sem quaisquer direitos trabalhistas; crianças e mulheres tornam-se mão-de-obra necessária e barata. Miséria, sofrimento e insegurança marcam a existência dos novos operários fabris. Diante dessas circunstâncias, compreendemos a proliferação de comportamentos morais individualistas e egoístas que animam as relações sociais burguesas. No vídeo ao lado, você vê uma versão caricaturizada das condições de trabalho em uma fábrica, ainda que sejam épocas históricas diferentes.
Para encerrar...
“(...) as considerações morais não podem alterar a necessidade objetiva, imposta pelo sistema, de que o capitalista alugue por um salário a força de trabalho do operário e o explore com o fim de obter uma mais-valia. A economia é regida, antes de mais nada, pela lei do máximo lucro, e essa lei gera uma moral própria. Com efeito, o culto ao dinheiro e a tendência a acumular maiores lucros constituem o terreno propício para que nas relações entre os indivíduos florescam o espírito de posse, o egoísmo, a hipocrisia, o cinismo e o individualizmo exacerbado. Cada um confia em suas próprias forças, desconfia dos demais, e busca seu próprio bem-estar, ainda que tenha de passar por cima do bem-estar dos outros. A sociedade se converte assim num campo de batalha no qual se trava uma guerra de todos contra todos” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ:2002,49).

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