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CURSO DE FILOSOFIACURSO DE FILOSOFIA
AULAS 05 e 06
CURSO DE SOCIOLOGIACURSO DE SOCIOLOGIA
AULAS 05 e 06
CURSO DE FILOSOFIA
Aulas no. s 05 e 06 ÉTICA
A. Ética Antiga: Aristóteles, Sêneca e Epicuro:
Características da ética em Aristóteles:
 a) _________________________________
 b) _________________________________
 c) _________________________________
Característica da ética em Sêneca:
a) _________________________________
Característica da ética em Epicuro:
a) _________________________________
Algumas questões: 
01. (UFSJ) – Sobre a ética na Antiguidade, é CORRE-
TO afirmar que 
a) o ideal ético perseguido pelo estoicismo era um 
estado de plena serenidade para lidar com os so-
bressaltos da existência. 
b) os sofistas afirmavam a normatização e verdades 
universalmente válidas. 
c) Platão, na direção socrática, defendeu a necessi-
dade de purificação da alma para se alcançar a 
ideia de bem. 
d) Sócrates repercutiu a ideia de uma ética intimista 
voltada para o bem individual, que, ao ser exerci-
da, se espargiria por todos os homens.
02. (ENEM) – “Nossa discussão será adequada se ti-
ver tanta clareza quanto comporta o assunto, pois 
não se deve exigir a precisão em todos os racio-
cínios por igual, assim como não se deve buscá-la 
nos produtos de todas as artes mecânicas. Ora, as 
ações belas e justas, que a ciência política investiga, 
admitem grande variedade e flutuações de opinião, 
de forma que se pode considerá-las como existin-
do por convenção apenas, e não por natureza. E 
em torno dos bens há uma flutuação semelhante, 
pelo fato de serem prejudiciais a muitos: houve, por 
exemplo, quem perecesse devido à sua riqueza, e 
outros por causa da sua coragem. Ao tratar, pois, de 
tais assuntos, e partindo de tais premissas, deve-
mos contentar-nos em indicar a verdade aproxima-
damente e em linhas gerais; e ao falar de coisas que 
são verdadeiras apenas em sua maior parte e com 
base em premissas da mesma espécie, só podere-
mos tirar conclusões da mesma natureza. E é den-
tro do mesmo espírito que cada proposição deverá 
ser recebida, pois é próprio do homem culto buscar 
a precisão, em cada gênero de coisas, apenas na 
medida em que o admita a natureza do assunto.”
(Aristóteles. Ética a Nicômaco)
No texto acima, o filósofo Aristóteles explica que
a) o método da ciência política é dialético, isto é, 
parte de opiniões comuns aceitas pela maioria ou 
pelos sábios.
b) não há resposta objetiva em questões morais.
c) a finalidade da ética e da ciência política é a ação, 
não a verdade.
d) é necessário buscar a verdade absoluta ao resol-
ver problemas morais.
e) a teoria política possui um método tão exato 
quanto o da matemática.
Prof. Daniel
CURSO DE FILOSOFIA
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03. (UNESP) – Como podemos interpretar a seguinte 
citação de Aristóteles: “O bem é aquilo a que todas 
as coisas tendem”? 
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973 
(Col. Os Pensadores. p.249). 
a) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identi-
ficada com o “bem”, ou seja, dizer que todas as 
ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que 
todas as coisas tendem a um bem.
b) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identi-
ficada com o “prazer”, ou seja, dizer que todas 
as ações tendem a um fim é o mesmo que dizer 
que devemos buscar uma vida de satisfação dos 
impulsos.
c) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identifi-
cada com a “honra”, ou seja, dizer que todas as 
ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que 
é preciso realizar grandes feitos para ser reco-
nhecido e isso é a verdadeira felicidade.
d) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identifi-
cada com a “riqueza”, ou seja, dizer que todas as 
ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que 
é preciso acumular a maior quantidade de dinhei-
ro possível, pois só assim é possível prevenir-se 
da pobreza.
04. (UEL – PR) – A felicidade é portanto, a melhor, a 
mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e es-
ses atributos não devem estar separados como na 
inscrição existente em Delfos. Entre as coisas, a mais 
nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a 
mais doce é ter o que amamos. Todos estes atributos 
estão presentes nas mais excelentes atividades, e 
entre essas a melhor, nós a identificamos como fe-
licidade.
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais 
excelentes atributos, Aristóteles a identifica como
a) busca por bens materiais e títulos de nobreza.
b) plenitude espiritual a ascese pessoal.
c) finalidade das ações e condutas humanas.
d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
e) expressão do sucesso individual e reconheci-
mento público.
05. (PUC – PR) – Em relação à definição de Bem apre-
sentada por Aristóteles, no Livro I da Ética a Nicô-
maco, considere as seguintes alternativas: 
 I. O Bem é algo que está em todas as coisas, sen-
do identificada nos objetos, mas não entre os 
homens. 
 II. O Bem é aquilo a que todas as coisas tendem, 
ou seja, o bem é definido em função de um fim. 
III. O Bem é o meio para termos uma ciência eficien-
te e útil, tal como a arte médica será eficiente se 
tivermos o bem como meio de sua prática. 
IV. O Bem é algo abstrato, de difícil acesso à com-
preensão humana. 
De acordo com tais afirmações, podemos dizer que: 
a) Apenas a alternativa II está correta. 
b) As alternativas II e III estão corretas. 
c) Todas as alternativas estão corretas. 
d) As alternativas III e IV estão corretas. 
e) Apenas a alternativa III está correta.
06. PUC – PR) – Para Aristóteles, em Ética a Nicôma-
co, “felicidade [...] é uma atividade virtuosa da alma, 
de certa espécie”. Assinale a alternativa que NÃO 
condiz com a referida definição aristotélica de feli-
cidade: 
a) Felicidade só é possível mediante uma capacida-
de racional, própria do homem. 
b) Ter felicidade é obter coisas nobres e boas da 
vida que só são alcançadas pelos que agem reta-
mente. 
c) Felicidade é uma fantasia que o homem cria para si. 
d) Nenhum outro animal atinge a felicidade a não 
ser o homem, pois os demais não podem partici-
par de tal atividade. 
e) A finalidade das ações humanas, o Bem do ho-
mem, é a felicidade.
07. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir: 
 A virtude é, pois, uma disposição de caráter 
relacionada com a escolha e consiste numa 
mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual 
é determinada por um princípio racional próprio do 
homem dotado de sabedoria prática.
 (Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e 
Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Livro II, p. 273.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
situada ética em Aristóteles, pode-se dizer que a 
virtude ética: 
a) reside no meio termo, que consiste numa escolha 
situada entre o excesso e a falta. 
b) implica na escolha do que é conveniente no 
excesso e do que é prazeroso na falta. 
c) consiste na eleição de um dos extremos como o 
mais adequado, isto é, ou o excesso ou a falta. 
d) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório 
em razão de preferências pragmáticas. 
e) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia 
com o fato de que a natureza é que nos torna 
mais perfeitos
CURSO DE FILOSOFIA
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08. (ENEM) – Alguns dos desejos são naturais e neces-
sários; outros, naturais e não necessários; outros, 
nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã 
opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não 
satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso 
pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter 
sua satisfação ou parecem geradores de dano.
EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. 
Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o 
homem tem como fim
a) alcançar o prazer moderado e a felicidade.
b) valorizar os deveres e as obrigações sociais.
c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com 
resignação.
d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela 
divindade.
e) defendera indiferença e a impossibilidade de se 
atingir o saber.
09. (UEM – PR) – “Acostuma-te à ideia de que a morte 
para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal 
residem nas sensações, e a morte é justamente a 
privação das sensações. A consciência clara de que 
a morte não significa nada para nós proporciona a 
fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe 
tempo infinito e eliminando o desejo de imortalida-
de. Não existe nada de terrível na vida para quem 
está perfeitamente convencido de que não há nada 
de terrível em deixar de viver. É tolo, portanto, quem 
diz ter medo da morte, não porque a chegada desta 
lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria 
espera.”
(Epicuro, Carta sobre a felicidade [a Meneceu]. São Paulo: ed. 
Unesp, 2002, p. 27. In: COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. 
SP: Saraiva, 2006, p. 97).
A partir do trecho citado, é correto afirmar que
01) a morte, por ser um estado de ausência de sen-
sação, não é nem boa, nem má.
02) a vida deve ser considerada em função da morte 
certa.
04) o tolo não espera a morte, mas vive apoiado nas 
suas sensações e nos seus prazeres.
08) a certeza da morte torna a vida terrível.
16) a espera da morte é um sofrimento tolo para 
aquele que a espera.
10. (UEM – PR) – A filosofia de Epicuro (341 a 240 a.C.) 
pode ser caracterizada por uma filosofia da natureza 
e uma antropologia materialista; por uma ética fun-
damentada na amizade e a busca da felicidade nos 
princípios de autarquia (autonomia e independência 
do sujeito) e de ataraxia (serenidade, ausência de 
perturbação, de inquietação da mente).
Sobre a filosofia de Epicuro, assinale o que for 
correto.
01) A filosofia de Epicuro fundamenta-se no atomis-
mo de Demócrito. Epicuro acredita que a alma 
humana é formada de um agrupamento de 
átomos que se desagregam depois da morte, 
mas que não se extinguem, pois são eternos, 
podendo reagrupar-se infinitamente.
02) Para Epicuro, a amizade se expressa, sobre-
tudo, por meio do engajamento político como 
forma de amar todos os homens representados 
pela pátria.
04) Epicuro, como seu mestre Demócrito, foi ateu, 
considera que a crença nos deuses é o resul-
tado da fantasia humana produzida pelo medo 
da morte.
08) Epicuro critica os filósofos que ficavam reclu-
sos no jardim das suas academias e ensinavam 
apenas para um grupo restrito de discípulos. 
Acredita que a filosofia deve ser ensinada nas 
praças públicas.
16) Para Epicuro, não devemos temer a morte, 
pois, enquanto vivemos, a morte está ausente e 
quando ela for presente nós não seremos mais; 
portanto, a vida e a morte não podem encon-
trar-se. Devemos exorcizar todo temor da morte 
e sermos capazes de gozar a finitude da nossa 
vida.
CURSO DE FILOSOFIA
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B. Ética e Liberdade: Guilherme de Occam 
(Brevilóquio sobre o principado tirânico) e 
Etienne de la Boétie (Discurso da Servidão 
Voluntária)
Guilherme de Occam, franciscano que viveu no 
período medieval, um dos pensadores do nominalismo, 
afirmava que o ser humano possui um direito subjetivo 
natural, e elevando o poder de tomar decisões à dignidade 
de direito, Ockham irá contestar o poder tirânico, que 
segundo ele, serviria apenas para corromper a liberdade 
subjetiva, o livre arbítrio dado por Deus. Para Occam (ou 
Ockham), a liberdade apresenta-se como a possibilidade 
que se tem de escolher entre o sim ou o não, de poder 
escolher entre o que me convém ou não e decidir e dar 
conta da decisão tomada ou de simplesmente deixar 
acontecer. Occam denuncia aqueles que em nome da 
religião, passaram a usurpar a liberdade. E que tais 
usurpadores entendem, assim como ele, a liberdade 
como um dom de Deus da natureza.
No Discurso da Servidão Voluntária, editado pela 
primeira vez em 1553, Etienne La Boétie sugere que, 
uma vez instalado, o tirano detém a vontade e o poder 
de subjugar. Mas não se torna senhor por querer, e sim 
por ter ocupado determinado lugar já preparado, por 
ter respondido à demanda já formulada por aqueles, 
naqueles que domina: o povo. A força da servidão não 
é, fundamentalmente, o medo. A servidão não nasce 
da covardia, assim como a liberdade não nasce da 
coragem. O chocante da questão da servidão voluntária 
é a estranha vontade ou o estranho desejo de servir. 
Trata-se do desejo de ser amigo do rei.
Mas, afirma Etienne, amizade é igualdade. A 
separação resultante de quando os amigos se esforçam 
para elevar um dos seus acima deles, quebra os laços 
da amizade, o viver junto, a partilha dos pensamentos 
e a igualdade das vontades. A amizade é destruída 
quando a semelhança entre pares é substituída pela 
hierarquia que separa superiores e inferiores.
 
Algumas questões sobre eles:
11. (UEM – PR) – No Discurso da Servidão Voluntária, 
Etienne de La Boétie (1530 – 1563) opõe-se à teoria 
do direito divino segundo a qual alguns homens, por 
terem sido eleitos por Deus e ungidos reis, têm mais 
dignidade que os outros homens, razão pela qual 
podem exigir obediência e submissão dos demais 
que deverão servi-los. Assinale o que for correto. 
01) Etienne de La Boétie insurge-se apenas 
contra a monarquia absoluta e hereditária, 
todavia admite que a obediência e a sujeição 
são aceitáveis quando os governantes são 
escolhidos pelo povo.
02) Etienne de La Boétie é o precursor das teorias 
contratualistas que irão fundamentar a filosofia 
política de Jean-Jacques Rousseau e Thomas 
Hobbes.
04) Para Etienne de La Boétie, a tirania existe não 
por serem os homens obrigados a obedecer ao 
tirano e aos seus representantes, mas porque 
desejam, voluntariamente, servi-los por esperar 
deles obter vantagens em bens materiais ou 
honoríficos, assim como a garantia para o seu 
patrimônio.
08) O povo, segundo Etienne de La Boétie, é res-
ponsável pela própria servidão, pois pode es-
colher entre ser livre ou servo. Aceita o jugo por 
conveniência e por ter medo da liberdade.
16) A teoria política do liberalismo, ao defender a 
não intervenção do Estado na economia e o 
livre mercado, toma, como modelo, a obra de 
Etienne de La Boétie.
12. (UEM – PR) – A liberdade é, entre todos os bens, o 
maior e o mais difícil de ser exercido, devido à com-
plexidade de sua natureza, que se relaciona com a 
ética, com a Filosofia política, com a Filosofia exis-
tencialista etc. Sobre os diferentes usos do conceito 
de liberdade, assinale o que for correto.
01) Para Guilherme de Ockham, o poder tirânico é 
contrário à liberdade concedida por Deus, e de-
vemos, por isso, submeter até mesmo a Igreja 
e o papa ao direito natural e divino.
02) Para Hannah Arendt, a liberdade não represen-
ta um ente de razão ou um direito divino, mas 
um fato político genuíno, razão pela qual o ser 
da política é a liberdade, e seu campo de expe-
riência, a ação humana.
04) O pensamento liberal defende, majoritariamen-
te, a intervenção do Estado, da religião e das 
ciências na vida do cidadão, pois a ingerência 
do Estado e das instituições aumenta, segundo 
o liberalismo, o bem-estar e a liberdade dos in-
divíduos.
08) Para Etienne de La Boétie, a liberdade é espon-
tânea e intransferível, razão pela qual o cidadão 
jamais perde, mesmo sob o jugo da escravidão, 
da ditadura e do despotismo, a consciência de 
ser livre.
16) Para Sartre, a liberdade não depende de um 
projeto existencial, pois o existencialismo é 
uma crítica à razão prática em nome da razão 
teórica, que é racional e a priori.
CURSO DE FILOSOFIA
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13. (UEM – PR) – Guilherme de Ockham (1280 – 1349) 
traz novas ideias à teoria política, “ainda que conti-
nue teológica, isto é, referida à vontade suprema de 
Deus. Diante da tradição teocrática medieval, são 
novas as ideias de comunidade política natural, lei 
humana política e direito natural dos indivíduos como 
sujeitos dotados de consciência e de vontade.” 
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed., São Paulo: Ática, 
2008, p. 366). 
Assinale o que for correto.
01) Guilherme de Ockham não separa o poder es-
piritual da Igreja do poder temporal da comuni-
dade política;por essa razão, ele afirma que, 
em nenhuma hipótese, o bom cristão pode con-
testar a autoridade da palavra do Papa.
02) O tiranicídio não é admitido por Guilherme de 
Ockham, todavia os governados podem resistir 
ao tirano e procurar instrumentos legais que con-
testam sua autoridade para forçá-lo a abdicar.
04) Guilherme de Ockham pertence à corrente 
nominalista, segundo a qual os conceitos 
universais são apenas conteúdos da nossa 
mente, expressos em nomes, isto é, são apenas 
palavras sem nenhuma realidade específica 
correspondente.
08) Contrariamente ao que pensava Santo Agos-
tinho, o homem, para Guilherme de Ockham, 
não foi dotado de livre-arbítrio, razão pela qual 
não pode ser responsabilizado pelos seus atos.
16) Guilherme de Ockham reconhece dois grandes 
tipos de direitos naturais: o direito natural objetivo, 
isto é, a ordem natural hierárquica estabelecida 
pela lei divina, e o direito natural subjetivo, possuí-
do pelo indivíduo como ser racional e livre.
C. Ética em Kant:
Para o pensador iluminista alemão, a base para 
nosso senso do que é bom ou ruim, certo ou errado, 
é a nossa consciência de que os seres humanos são 
agentes livres e racionais que devem receber o respeito 
apropriado a esses seres. 
Para Kant, a única coisa que é incondicionalmente 
boa é uma boa vontade. Uma pessoa age de boa vontade 
quando faz o que faz porque acha que é seu dever: 
quando age a partir de um senso de obrigação moral. O 
senso de obrigação moral pode ser identificado quando 
coincidir com o que Kant denominou de Imperativo 
categórico, que se expressa pela seguinte afirmação: Aja 
apenas com base na máxima que você pode usar como 
lei universal. Ou, dizendo de outra forma: sempre tratar as 
pessoas como fins em si mesmas, nunca apenas como 
um meio para os próprios fins. Ou seja, para Kant não 
são nossas inclinações ou interesses que determinam 
nossas ações, mas a obediência aos “princípios dos fins” 
determinados por nossa própria Razão.
Agora, alguns testes:
14. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir. 
 As leis morais juntamente com seus princípios 
não só se distinguem essencialmente, em todo o 
conhecimento prático, de tudo o mais onde haja um 
elemento empírico qualquer, mas toda a Filosofia 
moral repousa inteiramente sobre a sua parte pura e, 
aplicada ao homem, não toma emprestado o mínimo 
que seja ao conhecimento do mesmo (Antropologia).
KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. de 
Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, 2009. p.73.
Com base no texto e na questão da liberdade e 
autonomia em Immanuel Kant, assinale a alternativa 
correta.
a) A fonte das ações morais pode ser encontrada 
através da análise psicológica da consciência 
moral, na qual se pesquisa mais o que o homem 
é, do que o que ele deveria ser. 
b) O elemento determinante do caráter moral de 
uma ação está na inclinação da qual se origina, 
sendo as inclinações serenas moralmente mais 
perfeitas do que as passionais. 
c) O sentimento é o elemento determinante para a 
ação moral, e a razão, por sua vez, somente pode 
dar uma direção à presente inclinação, na medi-
da em que fornece o meio para alcançar o que é 
desejado. 
d) O ponto de partida dos juízos morais encontra-se 
nos “propulsores” humanos naturais, os quais se 
direcionam ao bem próprio e ao bem do outro. 
e) O princípio supremo da moralidade deve assen-
tar-se na razão prática pura, e as leis morais de-
vem ser independentes de qualquer condição 
subjetiva da natureza humana.
15. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir.
 Na Primeira Secção da Fundamentação da 
Metafísica dos Costumes, Kant analisa dois conceitos 
fundamentais de sua teoria moral: o conceito de vontade 
boa e o de imperativo categórico. Esses dois conceitos 
traduzem as duas condições básicas do dever: o seu 
aspecto objetivo, a lei moral, e o seu aspecto subjetivo, 
o acatamento da lei pela subjetividade livre, como 
condição necessária e suficiente da ação.
(DUTRA, D. V. Kant e Habermas: a reformulação discursiva da 
moral kantiana. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. p. 29.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
teoria moral kantiana, é correto afirmar: 
a) A vontade boa, enquanto condição do dever, con-
siste em respeitar a lei moral, tendo como motivo 
da ação a simples conformidade à lei. 
b) O imperativo categórico incorre na contingência 
de um querer arbitrário cuja intencionalidade de-
termina subjetivamente o valor moral da ação. 
CURSO DE FILOSOFIA
6
c) Para que possa ser qualificada do ponto de vista 
moral, uma ação deve ter como condição neces-
sária e suficiente uma vontade condicionada por 
interesses e inclinações sensíveis. 
d) A razão é capaz de guiar a vontade como meio 
para a satisfação de todas as necessidades e 
assim realizar seu verdadeiro destino prático: a 
felicidade. 
e) A razão, quando se torna livre das condições sub-
jetivas que a coagem, é, em si, necessariamente 
conforme a vontade e somente por ela suficiente-
mente determinada. 
16. (UFU) – Autonomia da vontade é aquela sua pro-
priedade graças à qual ela é para si mesma a sua 
lei (independentemente da natureza dos objetos do 
querer). O princípio da autonomia é, portanto: não 
escolher senão de modo a que as máximas da es-
colha estejam incluídas simultaneamente, no querer 
mesmo, como lei universal. 
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. 
Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1986, p. 85. 
De acordo com a doutrina ética de Kant: 
a) O Imperativo Categórico não se relaciona com a 
matéria da ação e com o que deve resultar dela, 
mas com a forma e o princípio de que ela mesma 
deriva. 
b) O Imperativo Categórico é um cânone que nos 
leva a agir por inclinação, vale dizer, tendo por 
objetivo a satisfação de paixões subjetivas. 
c) Inclinação é a independência da faculdade de 
apetição das sensações, que representa aspec-
tos objetivos baseados em um julgamento univer-
sal. 
d) A boa vontade deve ser utilizada para satisfazer 
os desejos pessoais do homem. Trata-se de fun-
damento determinante do agir, para a satisfação 
das inclinações.
17. (UNIOSTE) – Kant representa um marco central na 
história da ética ocidental. Sobre os pressupostos 
de sua concepção moral seria adequado assinalar 
que: 
a) Com a ética do dever ou das normas, Kant defen-
de a autonomia da vontade, isto é, a vontade livre 
e autolegislativa que confere a si mesma a norma 
do agir moral. 
b) Os imperativos são fórmulas que exprimem a re-
lação entre leis objetivas do querer e as imperfei-
ções subjetivas humanas. Eles podem ser hipo-
téticos, quando a ação representa um meio para 
alcançar um fim que se queira; ou categóricos, 
quando a ação é objetivamente necessária por si 
mesma e está relacionada à outra finalidade. 
c) Como na filosofia de Platão, a razão kantiana 
aplica-se a dois objetivos: um teórico e outro prá-
tico. O novo fundamento da ética kantiana emer-
girá de uma crítica à razão prática que é a própria 
razão, voltada à ação ou à questão do agir moral. 
d) A sensibilidade não representa uma resistência 
permanente à razão prática e pode levar à viola-
ção da lei moral. No entanto, ela não é intrinseca-
mente má. O mal, desvio moral, está em conver-
ter a sensibilidade em norma suprema da moral e 
fazer do desejo um absoluto. 
e) A formulação kantiana, age segundo a máxima 
que te leve a querer ao mesmo tempo que ela se 
torne lei universal, revela que o imperativo manda 
agir conforme pressupostos universalizáveis, isto 
é, conforme máximas subjetivas. 
D. Utilitarismo em Hume, Stuart Mill e Bentham:
Pode-se resumir o Utilitarismo da seguinte maneira: 
O ser humano busca o prazer e foge da dor. Nesse 
sentido, os utilitaristas defenderam a ideia de que o 
princípio que rege tanto as ações individuais quanto as 
sociais é a busca da felicidade para o maior número de 
pessoas. Esse princípio da utilidade daria consistência 
a uma Ética capaz de produzir o melhor dos indivíduos 
e a melhor das coletividades.Portanto, a busca do 
prazer pela fuga da dor é o princípio motivador da ação 
humana, tanto individual quanto coletiva.
Algumas máximas do pensamento utilitarista: 
– A utilidade das coisas é mensurável e a desco-
berta da ação apropriada para cada situação é 
uma questão de aritmética moral.
– O cálculo moral depende da identificação do 
valor aritmético de sete variáveis: Intensidade/
Duração/Certeza/Proximidade/Fecundidade/
Pureza/Extensão.
– O sofrimento é sempre um mal. Ele só e admissí-
vel para evitar um sofrimento maior.
CURSO DE FILOSOFIA
7
Alguns testes:
18. (ENEM) – O utilitarismo é uma teoria moral que pro-
cura oferecer uma forma de diferenciar ações corre-
tas e incorretas.
Assinale qual das alternativas abaixo define melhor 
o princípio básico do utilitarismo.
a) Uma ação moralmente correta é aquela que está 
de acordo com o imperativo categórico.
b) Uma ação moralmente correta é aquela que pro-
duz o maior saldo positivo de prazer ou bem-estar 
para todos os afetados pela ação, considerados 
imparcialmente.
c) Uma ação moralmente correta é aquela que está 
de acordo com a máxima que diz “não faça aos 
outros aquilo que não gostaria que fizessem para 
ti”.
d) Uma ação moralmente correta é aquela que gera 
mais felicidade para o agente.
e) Uma ação moralmente é aquela em que a pessoa 
age com honestidade.
19. (UFSM) – Nem sempre há consenso em uma so-
ciedade plural, diversificada, sobre se uma ação é 
certa ou errada, moral ou imoral. Um bom exemplo 
disso é o caso do aborto. Tirar a vida de um feto 
com menos de 3 meses de idade, num caso em que 
a gravidez ocorreu por descuido, é visto por algu-
mas pessoas como uma ação imoral, mas ao mes-
mo tempo outras pessoas pensam que se trata de 
uma ação moral. Mas, afinal, o aborto, nesse caso, 
é moral ou imoral?
Diante dessa questão, o que diria um utilitarista?
a) Que o aborto é uma ação imoral porque está ti-
rando a vida de uma pessoa em formação e tirar 
uma vida humana é incorreto.
b) Que o aborto é uma ação moral, porque a mulher 
é dona de seu próprio corpo e pode fazer o que 
desejar com ele.
c) Que ambas as respostas estão corretas, depen-
dendo da perspectiva da pessoa.
d) Que existe apenas uma resposta correta para a 
questão e é necessário apenas, para descobrir 
essa resposta, calcular o quanto de prazer ou so-
frimento cada uma das possibilidades de ação irá 
provocar.
20. (UNIOESTE) – Na contramão das previsões que 
anunciaram a morte da filosofia moral utilitarista, 
essa doutrina continua sendo um tema privilegiado 
no campo de estudos sobre a Ética. A que se deve 
atribuir a vitalidade atual dos estudos sobre o Utili-
tarismo? 
a) É possível afirmar que, se o Utilitarismo continua 
fecundando a reflexão ética em nossos dias, é 
porque, à luz dessa doutrina, os direitos têm prio-
ridade sobre o bem. Por isso, na “era dos direitos”, 
para falar com Norberto Bobbio, é compreensível 
que as éticas dos direitos busquem inspiração no 
Utilitarismo. 
b) Os utilitaristas chegaram a um consenso na 
interpretação do conceito de utilidade. Um 
conceito que privilegia o interesse individual em 
detrimento do interesse geral e que leva a sério a 
pessoa humana. 
c) Não se pode ignorar que justiça e equidade estão 
suficientemente asseguradas na teoria utilitarista. 
Daí a importância que essa teoria adquire no ce-
nário atual. O Utilitarismo não admite que mino-
rias sejam oprimidas e direitos humanos violados. 
d) Qualquer sistema ético deve promover o bem
-estar e preocupar-se com a minimização do so-
frimento. Daí a pertinência do Utilitarismo, uma 
doutrina sensível às preocupações distributivas, 
que não opõe princípio de utilidade e princípio de 
equidade. 
e) O Utilitarismo é um modelo ético desafiante que 
nos leva a pensar sobre importantes questões da 
ética normativa, da metaética e da teoria da ação. 
A doutrina tem o mérito de considerar e ao mes-
mo tempo avaliar a importância das consequên-
cias da ação humana, como também de colocar 
em primeiro plano a satisfação das necessidades 
e dos interesses humanos da maioria. 
CURSO DE FILOSOFIA
8
E. Ética em Nietzsche:
Nietzsche quer evidenciar que os valores “bem” e 
“mal” têm uma proveniência e uma história. Eles não 
existiram desde sempre, não são obra de uma divindade 
ou de um princípio superior. “Humanos, demasiado 
humanos”, em algum momento e em algum lugar, 
simplesmente foram criados; por isso mesmo, surgem, 
passam por transformações e podem vir a desaparecer, 
dando lugar a novos valores.
A principal crítica de Nietzsche é que a 
universalidade das exigências morais comuns, e que 
na visão dele seriam de “escravos e fracos”, seria 
prejudicial ao desenvolvimento dos homens superiores, 
pois supõe que todos os agentes morais sejam iguais. 
Haveria então dois tipos principais de moralidade; a 
moral de senhores e a moral de escravos. A moral de 
escravos, dos seguidores em rebanhos, não deixa que 
os homens realizem tudo o que a natureza humana tem 
a capacidade de realizar. Por isso, a transvaloração 
de valores seria uma substituição da moralidade 
de escravos , que impede a realização máxima da 
potencialidade do homem, por uma moralidade que nos 
faça ir em direção ao “além do homem”.
 
Alguns testes: 
21. (UFSJ) – “A Filosofia a golpes de martelo” é o sub-
título que Nietzsche dá à sua obra Crepúsculo dos 
ídolos. Tais golpes são dirigidos, em particular, ao(s) 
a) conceitos filosóficos e valores morais, pois eles 
são os instrumentos eficientes para a compreen-
são e o norteamento da humanidade. 
b) existencialismo, ao anticristo, ao realismo ante a 
sexualidade, ao materialismo, à abordagem psi-
cológica de artistas e pensadores, bem como ao 
antigermanismo. 
c) compositores do século XIX, como, por exemplo, 
Wolfgang Amadeus Mozart, compositor de uma 
ópera de nome “Crepúsculo dos deuses”, paro-
diada no título. 
d) conceitos de razão e moralidade preponderantes 
nas doutrinas filosóficas dos vários pensadores 
que o antecederam e seus compatriotas e/ou 
contemporâneos Kant, Hegel e Schopenhauer. 
22. (UFSJ) – Ao declarar que “a moral e a religião per-
tencem inteiramente à psicologia do erro”, Nietzs-
che pretendeu 
a) destruir os caminhos que “a psicologia utiliza para 
negar ou afirmar a moral e a religião”. 
b) criticar essa necessidade humana de se vincu-
lar a valores e instituições herdados, já que “o 
Homem é forjado para um fim e como tal deve 
existir”. 
c) denunciar o erro que tanto a moral quanto a reli-
gião cometem ao confundir “causa com efeito, ou 
a verdade com o efeito do que se considera como 
verdade”. 
d) comprovar que “a moral e a religião estão no 
imaginário coletivo, mas para se instalarem 
enquanto verdade elas precisam ser avalizadas 
por uma ciência institucionalizada”. 
23. (UEM – PR) – Friedrich Nietzsche critica o pensa-
mento socráticoplatônico e a tradição da religião 
judaico-cristã por terem desenvolvido uma razão e 
uma moral que subjugaram as forças instintivas e 
vitais do ser humano, a ponto de domesticar a von-
tade de potência do homem e de transformá-lo em 
um ser fraco e doentio. Assinale o que for correto. 
01) Ao criticar a moral tradicional racionalista, con-
siderada hipócrita e decadente, Nietzsche pro-
põe uma moral não-repressiva, que permite o 
livre curso dos instintos, de modo que o homem 
forte possa, ao mesmo tempo, acompanhar e 
superar o movimento contraditório e antagônico 
da vida. 
02) Para Nietzsche, o super-homem deveria ter a 
missão de criar uma raça capaz de dominar a 
humanidade, sendo, por isso, necessário ani-
quilar os mais fracos. 
04) Nietzsche concorda com o marxismo, quando 
esse afirma que a história da humanidade é a 
história das lutas de classes, e considera que o 
socialismo é a única forma de organização so-
cial aceitável. 
08) Nietzsche identifica dois grandes tipos de moral, 
isto é, a moral aristocrática de senhores e a mo-
ral plebéia de escravos. A moral de escravos é 
caracterizada pelo ressentimento, pela inveja epelo sentimento de vingança; é uma moral que 
nega os valores vitais e nutre a impotência. 
16) Os valores que constituem a moral aristocráti-
ca de senhores são, para Nietzsche, eternos e 
invioláveis. Devem orientar a humanidade com 
uma força dogmática, de modo que o homem 
não se perca. 
CURSO DE FILOSOFIA
9
F. Ética e Liberdade: Sartre e Boaventura Santos 
(crítica da razão indolente - conceito de senso 
comum ético)
Sartre afirma que a noção de liberdade originária 
envolve uma responsabilidade radical, e que a 
solidão em que é feita a escolha não isenta o sujeito 
do compromisso com a universalidade, isto é, com os 
outros. A invenção do valor imanente a cada ato de 
escolha, decorrente da inexistência de valores prévios 
determinantes da conduta humana, faz com que a 
liberdade não se dissocie nunca da responsabilidade 
pela afirmação de valores e critérios em cada ato livre.
O que sobressai na concepção existencialista 
das relações entre subjetividade, liberdade e 
responsabilidade é, sobretudo, a radicalidade com que a 
filosofia de Sartre focaliza a conduta humana diante de 
suas possibilidades. Essa radicalidade está expressa na 
noção de angústia, isto é, na ausência de fundamento 
da própria existência enquanto contínuo processo de 
escolha, constante exercício de liberdade, orientado 
pelo projeto existencial, que não é outra coisa senão a 
projeção de possibilidades que orientam precariamente 
o sujeito em direção a si mesmo.
Para Boaventura Santos, “o novo senso comum 
deverá ser construído a partir das representações 
mais inacabadas da modernidade ocidental: o princípio 
da comunidade, com as suas duas dimensões (a 
solidariedade e a participação), e a racionalidade 
estético-expressiva, isto é, o prazer, a autoria e a arte-
factualidade discursiva”. 
O que pretende o sociólogo português é propor um 
senso comum ético, fundada na solidariedade, capaz 
de superar “a ética antropocêntrica e individualista 
decorrente de uma concepção muito estreita de 
subjetividade e que funciona numa sequência linear: um 
sujeito, uma ação, uma consequência”.
Alguns testes:
24. (UFU) – Leia o excerto abaixo e assinale a alterna-
tiva que relaciona corretamente duas das principais 
máximas do existencialismo de Jean-Paul Sartre, a 
saber: 
i. “a existência precede a essência” 
ii. “estamos condenados a ser livres” 
 Com efeito, se a existência precede a essência, 
nada poderá jamais ser explicado por referência a 
uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, 
não existe determinismo, o homem é livre, o homem 
é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, 
não encontramos já prontos, valores ou ordens que 
possam legitimar a nossa conduta. [...] Estamos 
condenados a ser livres. Estamos sós, sem 
desculpas. É o que posso expressar dizendo que 
o homem está condenado a ser livre. Condenado, 
porque não se criou a si mesmo, e como, no 
entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, 
é responsável por tudo o que faz. 
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. 
3ª. ed. S. Paulo: Nova Cultural, 1987.
a) Se a essência do homem, para Sartre, é a liber-
dade, então jamais o homem pode ser, em sua 
existência, condenado a ser livre, o que seria, na 
verdade, uma contradição. 
b) A liberdade, em Sartre, determina a essência da 
natureza humana que, concebida por Deus, pre-
cede necessariamente a sua existência. 
c) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicio-
nal, à qual o homem, como existência já lançada 
no mundo, está condenado, e pela qual projeta o 
seu ser ou a sua essência. 
d) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo, 
porque a existência do homem depende da es-
sência de sua natureza humana, que a precede e 
que é a liberdade. 
CURSO DE FILOSOFIA
10
25. (UFU) – Leia os dois fragmentos abaixo:
 “... Por outras palavras, não há determinismo, 
o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não 
encontramos diante de nós valores ou imposições 
que nos legitimem o comportamento. Assim, não 
temos nem atrás de nós nem diante de nós, no 
domínio luminoso dos valores, justificações ou 
desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que 
traduzirei dizendo que o homem está condenado a 
ser livre. Condenado porque não criou a si próprio; 
e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao 
mundo, é responsável por tudo o que fizer.” 
Jean-Paul Sartre
“Os homens fazem sua própria história, mas 
não a fazem como querem; não a fazem como 
circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas 
com que se defrontam diretamente, legadas e 
transmitidas pelo passado”. 
Karl Marx
a) Enquanto Sartre defende que há determinismo, 
Marx defende que o homem é livre independente 
das circunstâncias.
b) Sartre defende que não há determinismo e Marx 
estabelece um meio termo entre o determinismo 
e a total liberdade do homem;
c) Quando Sartre afirma “o homem está condenado 
a ser livre”, diz o mesmo que Marx quando de-
fende que “os homens fazem sua própria história, 
mas não a fazem como querem”.
d) Sartre diz que o homem está limitado pela sua 
própria existência, enquanto Marx afirma que o 
homem está limitado pelas condições históricas.
26. (ENADE) – Uma das mais famosas frases de Sartre 
é “estamos condenados à liberdade”.
De acordo com o dito sartriano,
 I. o ser humano é fruto do acaso.
 II. não se pode fugir à necessidade de deliberar so-
bre as próprias ações.
III. não se pode agir livremente.
IV. no universo do humano está a medida das ações 
e da responsabilidade do homem.
 V. o homem é o lobo do homem.
Estão certos apenas os itens
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e IV. 
e) IV e V.
27. (UEM – PR) – A primeira grande filosofia da liberdade 
é exposta por Aristóteles em sua obra Ética a Nicô-
maco, a qual, com variantes, permanece através dos 
séculos, chegando até o século XX, quando foi reto-
mada por Jean-Paul Sartre. Assinale o que for correto.
01) Para Aristóteles, a liberdade é um ato de 
autodeterminação com o qual o homem dá a si 
mesmo os motivos e os fins de sua ação, sem 
ser constrangido ou forçado por ninguém. 
02) Sartre, na sua obra o Existencialismo é um Hu-
manismo, discute a questão da liberdade como 
sendo uma questão de ética, pois implica a res-
ponsabilidade para com os outros. 
04) Fundamentado na sua concepção de liberdade, 
Aristóteles defende a democracia para todos 
os homens, preconizando, inclusive, o fim da 
escravidão. 
08) Na Ética a Nicômaco, Aristóteles define o ato 
voluntário como princípio de si mesmo. Portan-
to, para esse filósofo, tanto a virtude quanto o 
vício dependem da vontade do indivíduo. 
16) O existencialismo cristão de Jean-Paul 
Sartre acredita que o livre-arbítrio é inerente 
à essência do homem e, como a essência 
precede a existência, o homem é um ser capaz 
de autodefinição.
28. (UNESP) – Para o teórico Boaventura de Sousa 
Santos, o direito se submeteu à racionalidade 
cognitivo-instrumental da ciência moderna e tornou-
se ele próprio científico. Existe a necessidade de 
repensarmos os direitos humanos. Boaventura nos 
instiga a pensar que eles possuem um caráter racio-
nal e regulador da vida humana. Esses direitos não 
colaboram para eliminar as assimetrias políticas, 
culturais, sociais e econômicas existentes, especial-
mente nos países periféricos. Os direitos humanos, 
num plano universalista e aberto a todos, não mo-
dificam as estruturas desiguais, mas ratificam a or-
denação normativa para comandar uma sociedade.
(Adriano São João e João Henrique da Silva. “A historicidade 
dos direitos humanos”. Filosofia, ciência e vida, dezembro de 
2014. Adaptado.)
De acordo com o texto, os direitos humanos são 
passíveis de crítica, porque
a) desempenham um papel meramente formal de 
proteção da vida.
b) inexistem padrões universalistas aplicáveis à to-
talidade da humanidade.
c) são incompatíveis com os valores culturais de na-
ções não ocidentais.
d) sua estrutura normativa carece de racionalidade 
e de cientificidade.
e) são destituídos de uma visão religiosa e espiritu-alista de mundo.
CURSO DE FILOSOFIA
11
29. (FUNCAB) – Boaventura de Souza Santos, com 
base no paradigma todo conhecimento é local e 
total, resgata o papel do senso comum na ciência 
moderna. Sobre essa questão:
a) A ciência pós-moderna, ao sensocomunizar-se, 
foca o conhecimento em autoconhecimento, em 
sabedoria de vida, na valorização da diversidade, 
e não apenas na produção tecnológica.
b) O global se apropria do discurso do senso co-
mum, em benefício próprio em prol da transdisci-
plinaridade.
c) O poder local apropria-se do discurso global mu-
dando as relações em prol da pluralidade e be- 
neficiando interesses particulares no contexto 
plural.
d) A ciência apropria-se do saber local, para uso de 
novas tecnologias, sendo esta relação visível na 
relação tecnologia e meio ambiente.
e) Local e global se mesclam num contexto plural, 
transformando o senso comum em benefício de 
uma ciência transdisciplinar cujo objetivo é o 
amplo avanço nas tecnologias no interior, abran-
gendo, inclusive, as terras indígenas.
G. Bioética:
A bioética é uma ética aplicada que trata de conflitos 
e controvérsias morais no âmbito das Ciências da 
Vida e da Saúde, envolvendo valores e práticas. Suas 
reflexões abordam temas que atingem a vida de forma 
irreversível.
Entre os temas associados, podemos destacar:
– aborto e clonagem. 
– eutanásia e uso de órgão de animais em seres 
humanos. 
– fertilização artificial e conservação do corpo 
humano após a morte. 
– produção de transgênicos e engenharia genética 
humana. 
Alguns testes: 
30. (UFSM) – O biólogo Edward Wilson sustenta que a 
teoria da evolução explica não apenas a evolução 
das características físicas predominantes em uma 
espécie, mas também a evolução de traços sociais 
(como a divisão social do trabalho, a evolução da 
linguagem e da moralidade). Se isso é verdade, então 
aquilo que hoje tendemos a considerar moralmente 
correto pode ser um produto de nosso passado 
evolutivo. Se nosso passado evolutivo tivesse sido 
diferente, é possível que nossa sensibilidade moral 
hoje também fosse diferente.
Observe as afirmações a seguir, considerando as 
que são compatíveis com o enunciado da questão. 
 I. O fato de hoje tendermos a valorizar atos de 
bondade e compaixão e a desvalorizar atos de 
crueldade é um traço biológico de nossa espécie 
que deve ter trazido vantagens adaptativas aos 
nossos antepassados.
 II. Há um conjunto de normas morais que não mu-
dam e que sempre foram adotadas universal-
mente.
III. A evolução moral está correlacionada com a ca-
pacidade adaptativa dos indivíduos e grupos ao 
ambiente em que vivem.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I. 
b) apenas II. 
c) apenas I e III. 
d) apenas II e III. 
e) I, II e III. 
31. (ENEM) – Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu 
da clonagem humana – transferiu embriões para o 
útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedi-
mento é crime em inúmeros países. Aparentemente, 
o médico possuía um laboratório secreto, no qual fa-
zia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida 
de que uma criança clonada irá aparecer em breve. 
Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai 
acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, 
podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, 
ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos 
pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. 
Sofremos pressão para entregar um bebê clonado 
saudável ao mundo.” 
CONNOR,S.Disponível em:www.independent.co.uk.
Acessoem:14ago.2012(adaptado).
A clonagem humana é um importante assunto de 
reflexão do campo da bioética que, entre outras 
questões, dedica-se a: 
a) refletir sobre as relações entre o conhecimento 
da vida e os valores éticos do homem.
b) legitimar o predomínio da espécie humana sobre 
as demais espécies animais no planeta.
c) relativizar, no caso da clonagem humana, o uso 
dos valores de certo e errado, de bem e mal.
d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os 
processos de reprodução humana e animal. 
e) fundamentar técnica e economicamente as pes-
quisas sobre células-tronco para uso em seres 
humanos. 
CURSO DE FILOSOFIA
12
32. (UNESP) – A condenação à violência pode ser estendida à ação dos militantes em prol dos direitos animais que 
depredaram os laboratórios do Instituto Royal, em São Roque. A nota emocional é difícil de contornar: 178 cães 
da raça beagle, usados em testes de medicamentos, foram retirados do local. De um lado, por mais que seja mi-
nimizado e controlado, há o sofrimento dos bichos. Do outro lado, está nosso bem maior: nas atuais condições, 
não há como dispensar testes com animais para o desenvolvimento de drogas e medicamentos que salvarão vidas 
humanas. 
(Direitos animais. Veja, 25.10.2013.) 
Sob o ponto de vista filosófico, os valores éticos envolvidos no fato relatado envolvem problemas essencialmente 
relacionados 
a) à legitimidade do domínio da natureza pelo homem. 
b) a diferentes concepções de natureza religiosa.
c) a disputas políticas de natureza partidária.
d) à instituição liberal da propriedade privada. 
e) aos interesses econômicos da indústria farmacêutica. 
01. a
02. b
03. a
04. c
05. a
06. c
07. a
08. a
09. 17 (01, 16)
10. 17 (01, 16)
11. 12 (04, 08)
12. 03 (01, 02)
13. 22 (02, 04, 16)
14. e
15. e
16. a
17. a
18. b
19. d
20. e
21. d
22. c
23. 09 (01, 08)
24. c
25. b
26. d
27. 11 (01, 02, 08)
28. a
29. a
30. c
31. a
32. a
Gabarito
CURSO DE SOCIOLOGIA
Aula nº 05 TRABALHO E SOCIEDADE
Trabalho é toda a atividade humana intencional que 
produz objetos ou presta serviços com valor de uso 
e/ou troca. É a atividade desenvolvida pelo homem para 
produzir riquezas. O vocábulo vem da palavra latina 
tripalium, que era um instrumento usado para castigar 
escravos. 
Segundo Karl Marx, trabalho “é a atividade 
consciente e planejada na qual o ser humano, ao 
mesmo tempo em que extrai da natureza bens capazes 
de satisfazer suas necessidades materiais; cria as 
bases de sua realidade sociocultural.” 
Em outras palavras, na visão de Marx, o trabalho não 
representa apenas uma atividade que objetiva atender 
às necessidades do ser humano, que com ele cria bens 
de valor para a troca e dele retira sua subsistência, mas 
com o trabalho o homem também constrói a si mesmo 
e constrói a sociedade em que vive. Portanto, pode-
-se afirmar que o modo como foi exercido o trabalho 
tem relação direta com o modo como se organizaram 
diversas formas de sociedade através dos tempos. 
A história do trabalho acompanhou a história da 
humanidade: nas formações primitivas o trabalho 
coletivo era necessário para a sobrevivência dos 
grupos, e também fortalecia os laços de solidariedade 
e comunhão. A domesticação de plantas alterou 
substancialmente as relações de trabalho; como 
decorrência, surgiu a agricultura e com ela a 
sedentarização. Nas comunidades tribais a terra é 
propriedade comum e a agricultura a principal atividade 
econômica, juntamente com a criação de animais, a 
caça, a pesca e a coleta. 
 https://jornalismocultural.uniritter.edu.br/?p=37
Com o domínio e sofisticação de ferramentas 
criadas pelo homem, e posteriormente a utilização de 
máquinas, os modos de produção e o trabalho foram 
gradualmente se modificando, até chegarmos à noção 
de trabalho que conhecemos hoje, que é culturalmente 
específica: o trabalho vendido, assalariado. 
Entre o modelo das sociedades comunais e o modo 
de produção capitalista, passamos por sociedades 
escravagistas, pelo modo de produção tributário e 
pelo modo de produção feudal. Em cada uma delas, 
há diferentes concepções no modo como o trabalho 
é visto e organizado. Compreender a forma como o 
trabalho é organizado ajuda a entender o caráter de 
uma civilização. 
É importante lembrar que embora a noção de trabalho 
que tenhamos hoje nos remeta ao trabalho urbano, em 
todos os tempos e independentemente do modo de 
produção, da região ou época estudada, o trabalho no 
campo (quer seja na agricultura ou na pecuária, quer 
seja para suprir necessidadesde consumo imediato ou 
com fins comerciais) foi e continua sendo essencial para 
a sobrevivência do ser humano.
O trabalho nas sociedades comunais
O primeiro modo de produção da história é o que teve 
início com os primeiros grupos humanos organizados 
que deixaram de ser nômades para se dedicarem ao 
plantio de terras coletivas, à caça e à coleta de alimentos 
produzidos pela natureza. São características das 
sociedades comunais: a propriedade coletiva (ausência 
de propriedade privada) dos meios de produção e o 
cooperativismo e, ainda, o proveito coletivo do produto 
do trabalho comum. Esse era o modo de produção 
característico das sociedades do período Paleolítico 
até a Idade dos Metais, e dos habitantes primitivos 
dos países das Américas, incluindo o Brasil, antes da 
chegada dos europeus. 
O trabalho nas primeiras civilizações – o modo 
de produção tributário (asiático)
Surgido em um dos berços da civilização ocidental, 
a Mesopotâmia, o chamado modo de produção asiático 
representa a transição das sociedades primitivas, 
comunais, para as formas de organização social 
CURSO DE SOCIOLOGIA
2
baseadas em classes sociais e econômicas. Predominou 
em diversas regiões que existiram na Europa Meridional 
no final da Antiguidade, na China e Índia antigas, e na 
América, no Egito, e na América entre as civilizações 
dos maias, astecas e incas. 
Tinha por base a servidão coletiva de grupos 
de trabalhadores agrícolas (camponeses) que eram 
submetidos a um regime compulsório de trabalho nas 
terras de propriedade de um Rei, Imperador ou Faraó, a 
quem cabia a produção (que era então distribuída entre a 
nobreza). Além de trabalharem na lavoura, de pagarem 
tributos para trabalhar nas terras e de contribuírem com 
enormes “excedentes” da produção para o sustento das 
demais classes, os camponeses eram, em períodos de 
entressafra, utilizados na construção de obras públicas, 
como foi o caso das Pirâmides do Egito. 
Na China Antiga, como nas demais civilizações 
antigas, o camponês sustentava a economia: além de 
dar ao Estado grande parte da colheita, pagava taxas 
e impostos ao Estado e aos proprietários rurais e ainda 
lutava nas guerras. 
O trabalho escravo
A escravidão esteve presente em praticamente 
todas as sociedades: das civilizações Grega e Romana 
às Américas, principalmente durante o período colonial, 
em que os indígenas e africanos capturados foram 
tratados e comercializados como uma mercadoria. 
Foi a mão de obra escrava que permitiu a construção 
dos monumentos romanos, dos engenhos de açúcar 
no Brasil e que sustentou as economias da América 
colonial. 
Características da escravidão tradicional:
•	 Negação da cidadania: as pessoas submetidas 
à escravidão não possuíam direitos individuais 
ou de propriedade, por serem elas próprios 
considerados propriedade;
•	 Como qualquer propriedade, os escravos podiam 
ser usados e comercializados;
•	 A jornada de trabalho do escravo, que não é 
sujeito de direitos, e as tarefas que lhe caberiam 
executar, eram definidas pelo seu proprietário; 
Embora a escravidão tradicional tenha sido abolida 
e seja proibida por lei em quase todos os países do 
mundo, a “escravidão moderna” está presente em todos 
os cantos da Terra, inclusive no Brasil. O trabalho em 
condições “análogas às de escravo” está presente na 
prostituição forçada, nos trabalhos forçados de homens, 
mulheres e crianças na construção, em fábricas e na 
agricultura, nos casamentos de crianças forçadas a se 
casar com homens mais velhos. Embora formalmente 
livres e amparados pela lei, os “novos escravos” são, de 
fato, impossibilitados de exercerem sua liberdade e têm 
suas vidas controladas por seus exploradores. 
 olma.org.br
Segundo dados da Organização Internacional do 
Trabalho (disponíveis em:: http://www.ilo.org/global/
topics/forced-labour/lang--en/index.htm ), em 2016:
•	 40,3 milhões de pessoas viviam em escravidão 
moderna, incluindo 24,9 em trabalhos forçados e 
15,4 milhões no casamento forçado; isso significa 
que há 5.4 vítimas da escravidão moderna para 
cada 1.000 pessoas no mundo.
•	 10 milhões, ou 1 em cada 4 vítimas da escravidão 
moderna, são crianças;
•	 Dos 24,9 milhões de pessoas presas no trabalho 
forçado, 16 milhões de pessoas são exploradas 
no setor privado, como trabalho doméstico, 
construção ou agricultura; 4,8 milhões de pessoas 
em exploração sexual forçada e 4 milhões de 
pessoas em trabalho forçado imposto pelas 
autoridades estatais;
•	 Mulheres e meninas são desproporcionalmente 
afetadas pelo trabalho forçado, representando 
99% das vítimas na indústria do sexo e 58% em 
outros setores.
Já o site da Global Slavery Index (Ìndice 
Global da Escravidão, disponível em: https://www.
globalslaveryindex.org/index/) informa que em 2016 o 
Brasil tinha um número estimado de 161.100 pessoas 
vivendo em situação análogas às de escravo, sendo que 
somente em 2015 foram resgatados 936 trabalhadores. 
Essas pessoas são principalmente jovens com idades 
entre 15 e 39 anos, de baixa escolaridade. A incidência 
desse crime é maior nas áreas rurais no país, mas 
ocorre também nas cidades, na construção civil, na 
indústria têxtil e no contexto doméstico. 
As notícias abaixo, veiculadas pelos Jornais R7 e 
O Globo, ambas de 2017, demonstram que o trabalho 
escravo ainda é utilizado:
Famílias ricas de São Paulo mantém estrangeiros 
como empregados domésticos em condições de 
trabalho escravo. Os estrangeiros eram enganados por 
CURSO DE SOCIOLOGIA
3
agências que prometiam um salário bom para trabalhar 
como empregadas domésticas em casas da grande 
São Paulo. Mas na verdade, elas acabaram vítimas de 
tráfico de pessoas e trabalho escravo. (leia notícia na 
íntegra em: https://noticias.r7.com/sao-paulo/familias-
ricas-mantem-estrangeiros-em-condicoes-de-trabalho-
escravo-01082017)
RIO - A Justiça decidiu que a Zara Brasil é a 
responsável pelo caso de trabalho análogo à escravidão 
registrado na cadeia produtiva da marca em 2011. A 
determinação da 4ª Turma do Tribunal Regional do 
Trabalho (TRT) de São Paulo foi divulgada nesta terça-
-feira. A decisão pode levar a empresa à “lista suja” do 
Ministério do Trabalho. Desde a época da autuação, 
a Zara, parte da multinacional Inditex, alega que a 
responsabilidade pelos trabalhadores flagrados em 
situação irregular é do fornecedor, a confecção AHA. Em 
nota enviada nesta terça, a companhia reforçou esse 
posicionamento e informou que recorrerá da decisão 
junto ao Tribunal Superior do Trabalho.
(Leia mais: https://oglobo.globo.com/economia/
justica-decide-que-zara-responsavel-por-trabalho-
escravo-flagrado-em-2011-22070129#ixzz5I3EeqiDQ 
stest Leia a notícia na integra em: https://oglobo.globo.
com/economia/justica-decide-que-zara-responsavel-
por-trabalho-escravo-flagrado-em-2011-22070129. 
Aproveite e consulte, no Site do Ministério do 
Trabalho, a “lista negra do trabalho escravo” – ela traz 
a última atualização do cadastro de empregadores que 
tenham submetido trabalhadores a condições análogas 
às de escravo: http://trabalho.gov.br/noticias/4428-
ministerio-publica-cadastro-de-empregadores-que-
tenham-submetido-trabalhadores-a-condicoes-
analogas-as-de-escravo. 
 
O trabalho dos servos nos feudos da Idade Média
O trabalho dos servos (camponeses) nas grandes 
propriedades rurais, os feudos, predominou na Idade 
Média. No modo de produção feudal, a posse de terra 
definia não somente o status social, mas também as 
formas de trabalho e de relacionamento. 
O servo não era tratado como mercadoria e podia 
inclusive ser um homem livre, se assim o permitisse o 
senhor feudal, mas teria que pagar tributos sempre que 
morasse no feudo. Além de terem que trabalhar nas 
porções de terra exclusivas dos senhorio (cultivar a terra 
do senhor feudal alguns dias da semana; obrigação a 
que se dava o nome de corveia), também deviam pagar 
pelo uso da terra que cultivavam. 
O trabalhador livre e assalariado
Embora os escravos constituíssem boa parte da 
força de trabalho nassociedades da Idade Antiga e os 
servos a base do sistema de produção feudal, também 
durante esses períodos houve a utilização, em diferentes 
escalas, de trabalhadores livres. Na Fenícia, homens 
livres dedicavam-se a fabricar embarcações, a produzir 
joias artesanais e tecidos para o comércio. Na Europa 
medieval, os artesãos – pessoas que se dedicavam a 
produção de inúmeros artefatos de acordo com sua 
especialidade e necessidade dos feudos – assim como 
os comerciantes, eram homens livres. 
Com o avanço do sistema capitalista e a abolição da 
escravidão, os donos dos meios de produção passam 
a empregar trabalhadores livres para a produção 
em massa. A troca da força de trabalho por salário 
caracteriza o trabalho assalariado. 
As condições do trabalhador assalariado 
imediatamente trazidas com a Revolução Industrial 
eram terríveis: devido à grande oferta de mão de obra, 
os empregadores estabelececiam salários baixíssimos 
e longas horas de trabalho sem pausas para descanso 
em condições insalubres. Como a lógica do sistema 
visava apenas ao lucro, muitos empregavam mulheres 
e crianças pra trabalharem em iguais condicões por 
salários ainda menores. 
Estas condições levaram à formação de sindicatos, 
através dos quais os trabalhadores começaram a exigir 
melhores salários, tratamento mais justo e condições 
mais humanas de trabalho. Os sindicatos começaram 
a organizar greves e manifestações . A primeira “lei 
trabalhista, o Moral and Health Act, promulgado na 
Inglaterra em 1802, fixou a jornada de trabalho infantil 
em 12 horas e proibiu o trabalho noturno, o que eram 
avanços para a época.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicam 
o Manifesto Comunista, que foi o primeiro documento 
histórico a discutir os direitos do trabalhador. O temor 
à adesão dos trabalhadores aos ideais socialistas foi 
um dos motivos pelos quais, progressiva e lentamente, 
se criassem legislações voltadas para a proteção do 
trabalhador e para a criação da responsabilidade social 
dos Estados, que passou a ser implementada ao longo 
do século XX.
CURSO DE SOCIOLOGIA
4
A jornada de trabalho no capitalismo
 “Que é uma jornada de trabalho? ” De quanto é o 
tempo durante o qual o capital pode consumir a força 
de trabalho, cujo valor diário ele paga? Por quanto 
tempo pode ser prolongada a jornada de trabalho além 
do tempo de trabalho necessário à reprodução dessa 
mesma força de trabalho? A essas perguntas, viu-se que 
o capital responde: a jornada de trabalho compreende 
diariamente as 24 horas completas, depois de descontar 
as poucas horas de descanso, sem as quais a força 
de trabalho fica totalmente impossibilitada de realizar 
novamente sua tarefa. Entende-se por si, desde logo, 
que o trabalhador, durante toda a sua existência, nada 
mais é que força de trabalho e que, por isso, todo o 
seu tempo disponível é por natureza e por direito tempo 
de trabalho, portanto, pertencente à autovalorização 
do capital. Tempo para a educação humana, para o 
desenvolvimento intelectual, para o preenchimento de 
funções sociais, para o convívio social, para o jogo 
livre das forças vitais físicas e espirituais, mesmo o 
tempo livre de domingo — e mesmo no país do sábado 
santificado — pura futilidade! [...] Em vez da conservação 
normal da força de trabalho determinar aqui o limite da 
jornada de trabalho é, ao contrário, o maior dispêndio 
possível diário da força de trabalho que determina, por 
mais penoso e doentiamente violento, o limite do tempo 
de descanso do trabalhador. O capital não se importa 
com a duração de vida da força de trabalho. O que 
interessa a ele, pura e simplesmente, é um maximum 
de força de trabalho que em uma jornada de trabalho 
poderá ser feito fluir. [...] A produção capitalista, 
que é essencialmente produção de mais-valia, 
absorção de mais-trabalho, produz, portanto, com o 
prolongamento da jornada de trabalho não apenas 
a atrofia da força de trabalho, a qual é roubada 
de suas condições normais, morais e físicas, de 
desenvolvimento e atividade. Ela produz a exaustão 
prematura e o aniquilamento da própria força de 
trabalho. Ela prolonga o tempo de produção do 
trabalhador num prazo determinado mediante o 
encurtamento de seu tempo de vida. 
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São 
Paulo: Abril Cultural, 1983. v. 1. p. 211-2.
A Constituição do México de 1917 foi a primeira 
da História a limitar a jornada de trabalho para oito 
horas, regulamentar o trabalho da mulher e do menor 
e a garantir férias remuneradas e proteção do direito 
da maternidade. Logo depois, a partir da Constituição 
de Weimar (República de Weimar, Alemanha, 1919-
1933), as Constituições europeias passaram também a 
garantir os mesmos direitos.
No Brasil, o trabalho livre e assalariado tomou o 
lugar do trabalho escravo após a abolição da escravidão, 
em 1888. A vinda de imigrantes europeus aumentou o 
contingente de homens livres para o trabalho, gerando 
um enorme contingente de mão de obra barata. Também 
por aqui as más condições e salários impulsionaram os 
primeiros sindicatos brasileiros. As primeiras normas 
trabalhistas surgiram a partir do final do século XIX, com 
o Decreto nº 1.313/1891, que regulamentou o trabalho 
dos menores de 12 a 18 anos. 
Após a Revolução de 30, durante o governo de 
Getúlio Vargas, é criado o Ministério do Trabalho, 
Indústria e Comércio. A Constituição de 1934 viria a 
ser a primeira a tratar de Direito Trabalhista no Brasil, 
garantindo direitos como salário mínimo, jornada de oito 
horas, repouso semanal, férias anuais remuneradas, 
proteção do trabalho feminino e infantil, isonomia 
salarial e liberdade sindical.
A “Justiça do Trabalho”, também surgida com a 
Constituição de 1934, foi instalada de fato em 1941. As 
normas trabalhistas foram reunidas em um único código 
em 1943, dando origem à Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT). 
A Constituição Federal de 5 de outubro de 1988 
consagrou os Direitos Sociais em diversos artigos, 
inclusive o artigo 7º, que elenca os Direitos dos 
Trabalhadores, e é considerada uma Constituição 
avançada sob vários aspectos, inclusive por conter 
proteções antidiscriminatórias nas relações de emprego, 
como por exemplo:
•	 as que protegem a mulher: o artigo 5º, I enfatiza 
que homens e mulheres são iguais em direitos 
e obrigações e o 7º, XX, dá proteção, mediante 
incentivos, ao mercado de trabalho da mulher;
•	 as que protegem o trabalhador de discriminação 
por idade – o art. 7º, XXX proíbe diferenças 
decorrentes da idade e o art. 227, § 3º, II e III 
preveem garantias previdenciárias e trabalhistas 
e acesso à escola ao trabalhador adolescente;
•	 a que protegem os imigrantes – o art. 5º, 
caput, dá aos residentes no País a garantia de 
inviolabilidade de direitos fundamentais, entre os 
quais o trabalho, que é direito social fundamental 
(art. 6º); 
•	 que protegem os deficientes – o artigo 7º, XXXI, 
traz expressamente a proibição de discriminações 
com vistas a salário e admissão. 
Além disso, o artigo 7º, XXXII determina 
expressamente que não é permitida a distinção entre 
trabalhos manual, técnico e intelectual, além dos 
respectivos profissionais. A CF/88 também trouxe a 
redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas 
semanais; a instituição do abono de férias para os 
trabalhadores (um terço do salário); a ampliação da 
licença maternidade para 120 dias; a licença paternidade 
de cinco dias; o seguro-desemprego e o 13º salário para 
aposentados. 
CURSO DE SOCIOLOGIA
5
ASSIMILAÇÃO
01. (ENEM) – Uma mesma empresa pode ter sua sede 
administrativa onde os impostos são menores, as 
unidades de produção onde os salários são os mais 
baixos, os capitais onde os juros são os mais altos 
e seus executivos vivendo onde a qualidade de vida 
é mais elevada.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da 
montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001 
(adaptado).
No texto estão apresentadas estratégias empresa-
riais no contexto da globalização. Uma consequênciasocial derivada dessas estratégias tem sido
a) o crescimento da carga tributária.
b) o aumento da mobilidade ocupacional.
c) a redução da competitividade entre as empresas.
d) o direcionamento das vendas para os mercados 
regionais.
e) a ampliação do poder de planejamento dos Esta-
dos nacionais.
02. Na produção social que os homens realizam, eles 
entram em determinadas relações indispensáveis 
e independentes de sua vontade; tais relações de 
produção correspondem a um estágio definido de 
desenvolvimento das suas forças materiais de pro-
dução. A totalidade dessas relações constitui a es-
trutura econômica da sociedade – fundamento real, 
sobre o qual se erguem as superestruturas política e 
jurídica, e ao qual correspondem determinadas for-
mas de consciência social. 
MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In. MARX, 
K. ENGELS F. Textos 3. São Paulo. Edições Sociais, 1977 
(adaptado).
Para o autor, a relação entre economia e política 
estabelecida no sistema capitalista faz com que
a) o proletariado seja contemplado pelo processo de 
mais-valia.
b) o trabalho se constitua como o fundamento real 
da produção material.
c) a consolidação das forças produtivas seja compa-
tível com o progresso humano.
d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional 
ao desenvolvimento econômico.
e) a burguesia revolucione o processo social de for-
mação da consciência de classe.
TESTES
03. (ENEM) – No início foram as cidades. O intelectual 
da Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas. 
Foi com o desenvolvimento urbano ligado às fun-
ções comercial e industrial – digamos modestamen-
te artesanal – que ele apareceu, como um desses 
homens de ofício que se instalavam nas cidades 
nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um ho-
mem cujo ofício é escrever ou ensinar, e de prefe-
rência as duas coisas a um só tempo, um homem 
que, profissionalmente, tem uma atividade de pro-
fessor e erudito, em resumo, um intelectual – esse 
homem só aparecerá com as cidades.
LE GOFF, J. Os intelectuais da Idade Média. Rio de Janeiro: 
José Olympio, 2010.
O surgimento da categoria mencionada no período 
em destaque no texto evidencia o(a)
a) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.
b) relação entre desenvolvimento urbano e divisão 
de trabalho.
c) importância organizacional das corporações de 
ofício.
d) progressiva expansão da educação escolar.
e) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.
04. (ENEM) – Dominar a luz implica tanto um avanço 
tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos 
cíclicos da natureza, com a passagem das estações 
e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação 
noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, 
e a percepção temporal começa a se pautar pela 
marcação do relógio. Se a luz invade a noite, per-
de sentido a separação tradicional entre trabalho e 
descanso – todas as partes do dia podem ser apro-
veitadas produtivamente.
SILVA FILHO. A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: 
Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).
Em relação ao mundo do trabalho, a transformação 
apontada no texto teve como consequência a
a) melhoria da qualidade da produção industrial.
b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
c) permissão ao trabalhador para controlar seus 
próprios horários.
d) diminuição das exigências de esforço no trabalho 
com máquinas.
e) ampliação do período disponível para a jornada 
de trabalho.
CURSO DE SOCIOLOGIA
6
APERFEIÇOAMENTO
05. (UEL – PR) – Sobre a exploração do trabalho no capita- 
lismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), é 
correto afirmar:
a) A lei da hora-extra explica como os proprietários 
dos meios de produção se apropriam das horas 
não pagas ao trabalhador, obtendo maior exce-
dente no processo de produção das mercadorias.
b) A lei da mais valia consiste nas horas extras 
trabalhadas após o horário contratado, que não 
são pagas ao trabalhador pelos proprietários dos 
meios de produção.
c) A lei da mais-valia explica como o proprietário dos 
meios de produção extrai e se apropria do exce-
dente produzido pelo trabalhador, pagando-lhe 
apenas por uma parte das horas trabalhadas.
d) A lei da mais valia é a garantia de que o trabalha-
dor receberá o valor real do que produziu durante 
a jornada de trabalho.
e) As horas extras trabalhadas após o expediente 
constituem-se na essência do processo de produ-
ção de excedentes e da apropriação das merca-
dorias pelo proprietário dos meios de produção.
06. (ENEM) – Estamos testemunhando o reverso da 
tendência histórica da assalariação do trabalho e 
socialização da produção, que foi característica 
predominante na era industrial. A nova organização 
social e econômica baseada nas tecnologias da 
informação visa à administração descentralizadora, 
ao trabalho individualizante e aos mercados perso-
nalizados. As novas tecnologias da informação pos-
sibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das 
tarefas e sua coordenação em uma rede interativa 
de comunicação em tempo real, seja entre continen-
tes, seja entre os andares de um mesmo edifício.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 
2006 (adaptado).
No contexto descrito, as sociedades vivenciam 
mudanças constantes nas ferramentas de comunicação 
que afetam os processos produtivos nas empresas. Na 
esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado:
a) o aprofundamento dos vínculos dos operários 
com as linhas de montagem sob influência dos 
modelos orientais de gestão.
b) o aumento das formas de teletrabalho como solu-
ção de larga escala para o problema do desem-
prego crônico.
c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização 
como respostas às demandas por inovação e 
com vistas à mobilidade dos investimentos.
d) a autonomização crescente das máquinas e com-
putadores em substituição ao trabalho dos espe-
cialistas técnicos e gestores.
e) o fortalecimento do diálogo entre operários, ge-
rentes, executivos e clientes com a garantia de 
harmonização das relações de trabalho. 
07. (ENEM) – No final do século XX e em razão dos 
avanços da ciência, produziu-se um sistema presi-
dido pelas técnicas da informação, que passaram a 
exercer um papel de elo entre as demais, unindo-
-as e assegurando ao novo sistema uma presença 
planetária. Um mercado que utiliza esse sistema de 
técnicas avançadas resulta nessa globalização per-
versa.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: 
Record, 2008 (adaptado).
Uma consequência para o setor produtivo e 
outra para o mundo do trabalho advindas das 
transformações citadas no texto estão presentes, 
respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e amplia-
ção da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento 
de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desva-
lorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redu-
ção da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento 
dos níveis de desemprego.
08. (ENEM) – Uma dimensão da flexibilização do tempo 
de trabalho é a sutileza cada vez maior das frontei-
ras que separam o espaço de trabalho e o do lar, o 
tempo de trabalho e o de não trabalho. Os mecanis-
mos modernos de comunicação permitem que, no 
horário de descanso, os trabalhadores permaneçam 
ligados à empresa. Mesmo não exercendo direta-
mente suas atividades profissionais, o trabalhador 
fica à disposição da empresa ou leva problemas 
para refletir em casa. É muito comum o trabalha-
dor estar de plantão, para o caso de a empresa 
ligar para o seu celular ou pager. A remuneração 
para esse estado de alerta é irrisória ou inexistente. 
KREIN, J. D. Mudanças e tendências recentes na 
regulação do trabalho.
n: DEDECCA, C. S.; PRONI, M. W. (Org.). Políticas públicas e 
trabalho: textos para estudo dirigido. Campinas: IE/Unicamp; 
Brasília: MTE, 2006 (adaptado).
A relação entre mudanças tecnológicas e tempo de 
trabalho apresentada pelo texto implica
a) O prolongamento da jornada de trabalho coma 
intensificação da exploração.
b) O aumento da fragmentação da produção com a 
racionalização do trabalho.
c) O privilégio de funcionários familiarizados com 
equipamentos eletrônicos.
d) O crescimento da contratação de mão de obra 
pouco qualificada.
e) declínio dos salários pagos aos empregados 
mais idosos.
CURSO DE SOCIOLOGIA
7
09. (ENEM) – Se vamos ter mais tempo de lazer no 
futuro automatizado, o problema não é como as 
pessoas vão consumir essas unidades adicionais 
de tempo de lazer, mas que capacidade para a 
experiência terão as pessoas com esse tempo livre. 
Mas se a notação útil do emprego do tempo se torna 
menos compulsiva, as pessoas talvez tenham de 
reaprender algumas das artes de viver que foram 
perdidas na Revolução Industrial: como preencher 
os interstícios de seu dia com relações sociais e 
pessoais; como derrubar mais uma vez as barreiras 
entre o trabalho e a vida.
THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a 
cultura popular tradicional. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 
(adaptado).
A partir da reflexão do historiador, um argumento 
contrário à transformação promovida pela Revolução 
Industrial na relação dos homens com o uso do 
tempo livre é o(a):
a) intensificação da busca do lucro econômico.
b) flexibilização dos períodos de férias trabalhistas.
c) esquecimento das formas de sociabilidade tradi-
cionais.
d) aumento das oportunidades de confraternização 
familiar.
e) multiplicação das possibilidades de entreteni-
mento virtual.
10. (ENEM) – Procuramos demonstrar que o 
desenvolvimento pode der visto como um 
processo de expansão das liberdades reais que 
as pessoas desfrutam. O enfoque nas liberdades 
humanas contrasta com visões mais restritas 
de desenvolvimento, com as que identificam 
desenvolvimento com crescimento do Produto 
Nacional Bruto, ou industrialização. O crescimento 
do PNB pode ser muito importante como um meio 
de expandir as liberdades. Mas as liberdades 
dependem também de outros determinantes, como 
os serviços de educação e saúde e os direitos civis.
 SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Cia. das 
Letras, 2010.
A concepção de desenvolvimento proposto no texto 
fundamenta-se no vínculo entre
a) incremento da indústria e atuação no mercado fi-
nanceiro.
b) criação de programas assistencialistas e controle 
de preços.
c) elevação da renda média e arrecadação de 
impostos.
d) garantia da cidadania e ascensão econômica.
e) ajuste de políticas econômicas e incentivos fis-
cais.
11. (ENEM) – 
TEXTO I
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer.
BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de 
Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento).
TEXTO II
 O trabalhador fica mais pobre à medida que 
produz mais riqueza e sua produção cresce em força 
e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria 
ainda mais barata à medida que cria mais bens. 
Esse fato simplesmente subentende que o objeto 
produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se 
lhe opõe como um ser estranho, como uma força 
independente do produtor.
MARX, K. (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 
2004 (adaptado).
 Com base nos textos, a relação entre trabalho e 
modo de produção capitalista é
a) baseada na desvalorização do trabalho especiali-
zado e no aumento da demanda social por novos 
postos de emprego. 
b) fundada no crescimento proporcional entre o nú-
mero de trabalhadores e o aumento da produção 
de bens e serviços. 
c) estruturada na distribuição equânime de renda e 
no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata. 
d) instaurada a partir do fortalecimento da luta de 
classes e da criação da economia solidária. 
e) derivada do aumento da riqueza e da ampliação 
da exploração do trabalhador.
CURSO DE SOCIOLOGIA
8
APROFUNDAMENTO
12. (UEL – PR) – Leia os textos que seguem. O primeiro 
é de autoria do pensador alemão Karl Marx (1818-
1883) e foi publicado pela primeira vez em 1867. O 
segundo integra um caderno especial sobre traba-
lho infantil, do jornal Folha de S. Paulo, publicado 
em 1997.
 “(...) Tornando supérflua a força muscular, a 
maquinaria permite o emprego de trabalhadores 
sem força muscular ou com desenvolvimento físico 
incompleto, mas com membros mais flexíveis. Por 
isso, a primeira preocupação do capitalista, ao 
empregar a maquinaria, foi a de utilizar o trabalho 
das mulheres e das crianças. (...) [Entretanto,] 
a queda surpreendente e vertical no número de 
meninos [empregados nas fábricas] com menos de 
13 anos [de idade], que frequentemente aparece 
nas estatísticas inglesas dos últimos 20 anos, foi, em 
grande parte, segundo o depoimento dos inspetores 
de fábrica, resultante de atestados médicos que 
aumentavam a idade das crianças para satisfazer a 
ânsia de exploração do capitalista e a necessidade 
de traficância dos pais.” 
(MARX, K. O Capital: crítica da economia política. 19. ed. Rio de 
Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. Livro I, v. 1, p. 451 e 454).
“A Constituição brasileira de 1988 proíbe qualquer 
tipo de trabalho para menores de 14 anos. (...) Apesar 
da proibição constitucional, não existe até hoje uma 
punição criminal para quem desobedece à legislação. 
O empregador que contrata menores de 14 anos está 
sujeito apenas a multas. ‘As multas são, na maioria das 
vezes, irrisórias, permanecendo na casa dos R$ 500’, 
afirmou o Procurador do Trabalho Lélio Bentes Corrêa. 
Além de não sofrer sanção penal, os empregadores 
muitas vezes se livram das multas trabalhistas devido a 
uma brecha da própria Constituição. O artigo 7º, inciso 
XXXIII, proíbe ‘qualquer trabalho’ a menores de 14 
anos, mas abre uma exceção – ‘salvo na condição de 
aprendiz’.” 
(Folha de S. Paulo, 1 maio 1997. Caderno Especial Infância 
Roubada – Trabalho Infantil.)
Com base nos textos, é correto afirmar:
a) Graças às críticas e aos embates questionando o 
trabalho infantil durante o século XIX, na Inglater-
ra, o Brasil pôde, no final do século XX, comemo-
rar a erradicação do trabalho infantil.
b) Em decorrência do desenvolvimento da 
maquinaria, foi possível diminuir a quantidade 
de trabalho humano, dificultando o emprego do 
trabalho infantil nas indústrias desde o século 
XIX, na Inglaterra, e nos dias atuais, no Brasil.
c) A legislação proibindo o trabalho infantil na Ingla-
terra do século XIX e a legislação atual brasilei-
ra são instrumentos suficientes para proteger as 
crianças contra a ambição de lucro do capitalista.
d) O trabalho infantil foi erradicado na Inglaterra, 
no século XIX, através das ações de fiscalização 
dos inspetores nas fábricas, exemplo que foi se-
guido no Brasil do século XX.
e) O desenvolvimento da maquinaria na produção 
capitalista potencializou, no século XIX, o empre-
go do trabalho infantil. Naquele contexto, a legis-
lação de proteção à criança pôde ser burlada, o 
que ainda se verifica, de certa maneira, no Brasil 
do final do século XX.
13. (UEM – PR) – Sobre o conceito de trabalho, assina-
le o que for correto.
01) Em todos os tempos históricos, o trabalho serviu 
para atender às necessidades sociais, econô-
micas, políticas e culturais dos agrupamentos 
humanos. 
02) A escravidão esteve ausente das sociedades 
ocidentais em eras históricas antigas e somen-
te foi incorporada na produção econômica de 
tais sociedades com o desenvolvimento da 
agricultura na Idade Média.
04) Para Durkheim, o trabalho é a única forma social 
na qual as relações de coerção estão ausentes.
08) Para Marx, a divisão da sociedade em classes 
no capitalismo é definida pela posição ocupada 
pelos indivíduos no processo produtivo.
16) Weber argumenta que a mudança nos valores 
surgidos com o protestantismo

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