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Resumo - Crimes contra a organização do trabalho

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TÍTULO II: DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO 
DO TRABALHO 
 
1. ATENTADO CONTRA A LIBERADE DE TRABALHO (197) 
 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: I – a exercer ou não exercer arte, 
ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em 
determinados dias: detenção de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 II – a abrir ou a fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação 
de atividade econômica: detenção de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 A segunda parte do inciso II (parede ou paralisação) foi revogada expressamente pela Lei 
7783/89 (Lei de Greve). 
 Objeto jurídico: visa à tutela da liberdade da pessoa no que concerne ao trabalho, isto é, o 
direito de livremente exercer uma atividade ou profissão, consoante assegurado pela CF (art. 5º, 
XIII). Elemento subjetivo: dolo. 
 É um delito de natureza de constrangimento ilegal, porém a coação tem por fim atingir a 
liberdade de trabalho da vítima. Os meios empregados são a violência física e moral. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: é a pessoa vítima do constrangimento. No 
inciso II, considera-se vítima o proprietário do estabelecimento. 
 Consumação e tentativa: consuma-se no momento em que a vítima pratica ou se abstém de 
algumas das condutas elencadas no art.. A tentativa é possível. 
 Concurso de crimes: havendo emprego de violência contra a pessoa, o agente responderá pelo 
crime aqui em tela em concurso material com o crime correspondente à violência. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
2. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E 
BOICOTAGEM VIOLENTA (198) 
 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a 
não fornecer a outrem ou a não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou 
agrícola. Detenção de 1 mês a 1 ano e multa, além da pena correspondente à violência. 
 É crime de ação múltipla. 
 Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho: o sujeito ativo obriga o passivo a firmar 
um contrato de trabalho. A lei não previu a hipótese em que o indivíduo é constrangido a não 
realizar o contrato, poderá este fato ser enquadrado como constrangimento ilegal (146). O crime 
consuma-se com a celebração do contrato. A tentativa é possível. Havendo violência contra a 
pessoa, o agente responderá pelo crime em estudo em concurso material com um dos crimes 
contra a pessoa. 
 Boicotagem violenta: força-se alguém a provocar o isolamento econômico de outrem 
(boicotado). Sujeitos passivos são, portanto, aquele que sofre a violência ou grave ameaça bem 
como o que sofre isolamento econômico (boicotado). O crime consuma-se no momento em que a 
vítima coagida não fornece a outrem ou não adquire matéria-prima ou produto industrial ou 
agrícola. A tentativa é possível. Havendo violência contra a pessoa, o agente responderá pelo 
crime em estudo em concurso material com um dos crimes contra a pessoa. 
 Ação penal é pública incondicionada. 
 
3. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO (199) 
 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de 
determinado sindicato ou associação profissional. Detenção de 1 mês a 1 ano, e multa, além da 
pena correspondente à violência. 
 Objeto jurídico: tutela-se a liberdade de associação profissional ou sindical. 
 O sindicato ou a associação profissional deve ser específico. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: é a pessoa constrangida a participar ou deixar 
de participar do sindicato ou associação profissional. Se a violência for dirigida a terceira pessoa, 
esta também será sujeito passivo. 
 Consumação e tentativa: consuma-se no momento em que a vítima coagida passa a integrar ou 
não determinado sindicato ou associação profissional. A tentativa é possível. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
4. PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DE 
ORDEM (200) 
 Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra a pessoa 
ou contra a coisa. Detenção de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos 
3 empregados (§único). 
 Objeto jurídico: a liberdade de trabalho. 
 Suspensão do trabalho: é o chamado lockout, isto é, abandono do trabalho pelos empregadores. 
Abandono coletivo: é a greve; abandono do trabalho pelos empregados. 
 Sujeito ativo: no caso de abandono de trabalho (greve), são os empregados que, participando do 
movimento, praticam o ato violento ou concorrem para ele; é indispensável o concurso de pelo 
menos 3 empregados. No caso de suspensão de trabalho, são sujeitos ativos os empregadores. 
Neste caso, a lei não exige o número mínimo de 3 pessoas, mas, segundo a doutrina, o verbo 
participar pressupõe a pluralidade de pessoas; pode, nessas condições, o patrão ser violento. 
Sujeito passivo: pode ser tanto a pessoa física, no caso de violência contra a pessoa, como a 
pessoa jurídica, no caso de dano a ela causado. 
 Consumação e tentativa: consuma-se com a prática do ato violento pelo empregado ou 
empregador durante o movimento; inclui-se a violência contra a coisa e não apenas contra a 
pessoa. A tentativa é possível. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
5. PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO (201) 
 Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra 
pública ou serviço de interesse público. Detenção de 6 meses a 2 anos e multa. 
 Objeto jurídico: tutela-se o interesse da coletividade. 
 Nessa figura criminosa não há o emprego de violência ou grave ameaça. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa, seja empregado, seja empregador. Sujeito passivo: é crime vago, 
pois o sujeito passivo é a coletividade. 
 Consumação e tentativa: consuma-se com a efetiva interrupção de obra pública ou de serviço 
de interesse coletivo. A tentativa é possível. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
6. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. 
SABOTAGEM (202) 
 Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou 
embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as 
coisas nele existentes ou delas dispor. Reclusão de 1 a 3 anos e multa. 
 Objeto jurídico: tutela-se a organização do trabalho. 
 Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola: a invasão ou ocupação é 
realizada com a finalidade de obstar ou perturbar o curso normal do trabalho (elemento subjetivo 
do tipo). Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Sujeito passivo é o empregador. O crime 
consuma-se com a efetiva invasão ou ocupação do estabelecimento, independentemente da 
concretização do fim do agente (impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho). É crime 
formal. 
 Sabotagem: consiste em danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor, 
com o fim de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho (elemento subjetivo do tipo). 
Consuma-se com a efetiva danificação ou disposição, independentemente da concretização do 
fim do agente. É crime formal. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
7. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA (203) 
 Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho. Detenção 
de 1 a 2 anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 Objeto jurídico: tutelam-se as leis trabalhistas. 
É norma penal em branco. 
 Exs: conduta de obrigar os empregados a assinarem pedido de demissão dando plena quitação, ou 
então realizar o pagamento de salário inferior ao mínimo legal, mas fazendo com que os 
empregados assinem recibo de valor igual ao salário mínimo. 
 Sujeito ativo: é o empregador, empregado ou terceira pessoa. Sujeito passivo: é o titular dos 
direitos assegurados pela legislação trabalhista. 
 Consumação e tentativa: consuma-se no momento em que a vítima é impedida de exercer, usar 
ou gozar o direito assegurado pela legislação do trabalho. A tentativa é possível. 
 Forma simples (caput): detenção de 1 a 2 anos e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 Figura equiparada (§1º): na mesma pena incorre quem: 
I – obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o 
desligamento do serviço em virtude de dívida (elemento subjetivo do tipo). 
 É crime formal, consuma-se com o ato de obrigar ou coagir o empregado a usar mercadorias 
de determinado estabelecimento. A tentativa é possível. 
II – impede alguém de desligar-se de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da 
retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. 
 Consuma-se no momento em que a vítima é efetivamente impedida de desligar-se do serviço. 
 Forma majorada (§2º): a pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é menor de 18 anos, idosa, 
gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
8. FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO (204) 
 Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho. 
Detenção de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 É norma penal em branco, pois é a CLT que elenca tais obrigações. 
 Sujeito ativo: é o empregador, mas nada impede que outras pessoas cometam tal crime, como o 
empregado. Sujeito passivo: Estado. 
 Consumação e tentativa: consuma-se com a efetiva frustração da obrigação legal. A tentativa é 
possível. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
9. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA 
(205) 
 Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa. Detenção de 3 meses a 2 
anos ou multa. 
 Objeto jurídico: tutela-se o cumprimento das decisões administrativas relativas ao exercício de 
atividade, trabalho. 
 Sujeito ativo: é crime próprio; é a pessoa impedida de realizar atividade por decisão 
administrativa. Sujeito passivo: Estado. 
 Consumação e tentativa: é crime habitual, consuma-se com o desempenho contínuo, habitual da 
atividade. A tentativa é inadmissível. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
10. ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO (206) 
 Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro 
(elemento subjetivo do tipo). Detenção de 1 a 3 anos e multa. 
 Objeto jurídico: tutela-se o interesse do Estado em manter seus trabalhadores em território 
nacional. 
 Não basta o mero aliciamento, a lei exige o recrutamento, mediante fraude, ou seja, seduzir, atrair 
a vítima, mediante o emprego de meio enganoso, de falsas promessas. 
 Ex.: falsa promessa a mulheres de emprego honesto em determinado país, com altos salários, 
quando, na realidade, as trabalhadoras serão levadas a exercer o meretrício. 
 Sujeito ativo: é crime comum. Sujeito passivo: o Estado e os trabalhadores enganados. 
 Consumação e tentativa: consuma-se com o recrutamento, mediante o emprego de fraude. Não 
se exige a efetiva saída dos trabalhadores do território nacional. É crime formal. A tentativa é 
possível, embora difícil. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
11. ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO 
TERRITÓRIO NACIONAL (207) 
 Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional 
(elemento subjetivo do tipo). Detenção de 1 a 3 anos e multa. 
 Objeto jurídico: tutela-se o interesse do Estado em manter os trabalhadores em seus locais de 
origem. 
 No crime em tela não se exige o emprego de fraude; basta o aliciamento. 
 Sujeito ativo: é crime comum. Sujeito passivo: Estado. 
 Consumação e tentativa: consuma-se com o mero aliciamento dos trabalhadores. Trata-se de 
crime formal. A tentativa é possível. 
 Forma simples (caput): Detenção de 1 a 3 anos e multa. 
 Forma equiparada (§1º): incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade 
de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer 
quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições de seu retorno ao local de origem. 
 O objetivo do dispositivo é evitar que o trabalhador seja explorado economicamente para a 
obtenção de colocação trabalhista. 
 Quanto à segunda parte: é indiferente, para a consumação, que o trabalhador, por outros 
meios, consiga retornar à sua localidade. Trata-se de crime omissivo puro. Atinge o momento 
consumativo com a conduta negativa, sendo irrelevante qualquer acontecimento posterior. 
 Forma majorada (§2º): a pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é menor de 18 anos, idosa, 
gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
 É crime de ação penal pública incondicionada

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