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Princípios e Limitações do Direito Tributário

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DIREITO TRIBUTÁRIO II EM EXERCÍCIOS - ICMS/SP 
PROF. DIEGO ADERNE E MARCELO TANNURI 
 
Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 
e Marcelo Tannuri 
1
AULA 1 
Aula 1 - Princípios gerais. Limitações ao poder de tributar. Imunidade. 
Incidência e não incidência. 
 
I. Princípios gerais. Limitações ao poder de tributar. 
1. (FMP/2012/ISS-POA/AFRM) Quanto à garantia da legalidade 
tributária, assinale a alternativa correta. 
(A) A atualização da base de cálculo do IPTU depende sempre de lei em 
sentido estrito, não sendo válida eventual delegação que a lei municipal faça 
ao Executivo para que proceda a tal atualização, ainda que a própria lei 
estabeleça o indexador a ser utilizado. 
(B) A definição do prazo para recolhimento do tributo (vencimento) não 
depende de lei em sentido estrito, podendo ser feita por ato administrativo 
normativo, mesmo se o legislador ordinário definir o prazo na própria lei, 
hipótese em que o Executivo poderá alterá-lo livremente. 
(C) O Código Tributário Nacional dispõe no sentido de que a obrigação 
tributária acessória decorre da "legislação tributária" e considera compreendido 
nessa expressão também as normas complementares que versem sobre 
tributos e relações jurídicas a ele pertinentes, dentre as quais os atos 
normativos expedidos pelas autoridades administrativas. 
(D) A garantia da legalidade tributária constitui uma limitação ao poder de 
tributar que tem como escopo principal concretizar o princípio da isonomia em 
matéria tributária. 
(E) A legalidade tributária constitui simples transposição, para o campo 
tributário, da legalidade geral estampada no rol dos direitos e garantias 
individuais, não ostentando conteúdo adicional que permita considerá-la mais 
rígida ou qualificada, a ponto de considerar-se que implique reserva absoluta 
de lei. 
 
 As limitações constitucionais ao poder de tributar se originam dos 
princípios constitucionais tributários e das imunidades tributárias. Estas 
serão abordadas no próximo tópico. 
 Os princípios constitucionais tributários são regras e diretrizes para 
impedir que o Poder de Tributar seja absoluto. Segundo a doutrina majoritária, 
o STF já reconheceu que esses princípios constituem direitos e garantias 
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individuais e, portanto, são cláusulas pétreas. Vamos dar uma olhada no 
art. 60 da CF/88. 
 CF, art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
 I - a forma federativa de Estado; 
 II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
 III - a separação dos Poderes; 
 IV - os direitos e garantias individuais. 
 Os princípios são os seguintes: 
I) Legalidade Tributária 
II) Isonomia Tributária (Igualdade) 
III) Irretroatividade Tributária 
IV) Anterioridade Tributária 
V) Não-confisco 
VI) Liberdade de Tráfego 
VII) Uniformidade Geográfica 
VIII) Vedação da tributação diferenciada da renda da dívida pública e 
da remuneração dos agentes públicos 
IX) Vedação das Isenções Heterônomas 
X) Vedação da discriminação tributária em razão da procedência ou 
destino 
XI) Não-cumulatividade 
 
I) Legalidade Tributária 
 CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
 I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça 
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 O princípio da legalidade tributária decorre da legalidade genérica que 
está prevista no art. 5º, II, da CF/88: “II - ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”. 
 A partir desse princípio, podemos afirmar que a instituição ou majoração 
de um tributo deve ocorrer por meio de lei. Como não há especificação sobre o 
tipo de lei, podemos afirmar que o artigo acima se refere à lei ordinária, 
salvo disposição em contrário da própria Constituição. 
 Nessa linha, se um Município desejar instituir o ITBI, deverá editar uma 
lei para tanto. É comum que essas leis sejam seguidas de um decreto que 
regulamente e dê detalhes sobre a sistemática do tributo, mas para instituí-los 
é necessário uma lei. 
 Existem tributos que só podem ser instituídos por Lei Complementar, 
por expressa disposição da própria CF/88. São eles: 
• Empréstimos Compulsórios – Art. 148 
• Imposto sobre Grandes Fortunas – Art. 153, VII 
• Impostos Residuais – Art. 154, I 
• Contribuições Residuais – Art. 195, §4º 
 
 Perceba que todos eles são de competência da União. 
 Além da Constituição Federal, o CTN também dispõe sobre a necessidade 
de lei para algumas definições. Vejamos: 
 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
 II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto 
nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
 III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, 
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
 IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
 V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias 
a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
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 VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos 
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
 § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de 
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 
 § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto 
no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da 
respectiva base de cálculo. 
 Vale mencionar que esse rol é taxativo, ou seja, arrola todas as 
hipóteses em que se exige lei ordinária. 
 
 I.a) Tipicidade Tributária 
 De acordo com a doutrina, além da instituição, em si, do tributo, é 
necessário que a lei determine todos os diversos aspectos relacionados à 
incidência tributária – aspectos material, temporal, espacial, quantitativo e 
pessoal – de maneira que o sujeito passivo se encaixe, sem dúvidas, naquela 
hipótese de incidência, ao praticar o fato gerador. Esse entendimento é a 
chamada tipicidade tributária. 
 
 I.b) Exceções ao Princípio da Legalidade Tributária 
 O princípio da legalidade tributária comporta várias exceções 
(mitigações/atenuações), muito cobradas pelas bancas organizadoras. 
Não é necessário lei para: Instrumento idôneo: 
• Instituir obrigações tributárias 
acessórias. Art. 113, §2º, CTN. 
Normas infralegais. 
• Definir prazo de vencimento de tributo. 
Art. 160, CTN - Entendimento do STF. 
Normas infralegais. 
• Atualização monetária da base de 
cálculo de tributo. Art. 97, §2, CTN. 
Normas infralegais. A atualização 
do IPTU não pode ser superior ao 
índice oficial de correção 
monetária (Súmula nº 160 do 
STJ). Trata-se de simples 
atualização monetária, e não 
pode constituir em aumento da 
base de cálculo. 
• Majorar/reduzir as alíquotas do II, IE, Decreto. Portaria do Ministério 
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IOF e IPI. Art. 153, §1º, CF/88. da Fazenda. 
• *Reduzir/restabelecer as alíquotas do 
ICMS-combustíveis (incidência 
monofásica). Art. 155, §4°, IV, “c”. 
Deliberação dos Estados e DF. 
Não pode ser decidido por um 
único Estado. 
• *Reduzir/restabelecer as alíquotas da 
CIDE-combutíveis. Art. 177, §4º, I, “b”. 
Decreto. 
• Conceder benefícios fiscais do ICMS. 
(subsídio ou isenção, redução de base de 
cálculo, concessão de crédito presumido, 
anistia ou remissão). Art. 155, §2º, XII, 
“g”. 
Deliberação dos Estados e DF. 
Não pode ser decidido por um 
único Estado. 
 
 * No tocante ao ICMS-combustíveis e CIDE-combustíveis, não se trata 
de majoração de alíquotas, mas sim de restabelecimento da alíquota 
reduzida, anteriormente definida em lei. 
 Nesse rumo, de acordo com o art. 62, §2º, da CF/88, Medida 
Provisória poderá ser utilizada para instituir ou majorar tributos, já que 
possui força de lei ordinária. 
 OBS: esse dispositivo não é válido para os tributos que exigem lei 
complementar para tanto. 
 Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las 
de imediato ao Congresso Nacional. (...) 
 § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de 
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só 
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em 
lei até o último dia daquele em que foi editada. 
 Esse parágrafo segundo é muito cobrado juntamente com o princípio da 
anterioridade, por isso vou deixar para explicá-lo melhor quando estudarmos 
esse princípio. 
Comentários: 
Letra A: Errado. A simples atualização monetária da base de cálculo do 
IPTU pode ser feita por decreto municipal. Vejamos o entendimento do STJ 
sobre o assunto: 
 
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 “1. Nos termos da jurisprudência pacífica desta Corte, a majoração da 
base de cálculo do IPTU depende da elaboração de lei, não podendo um 
simples decreto atualizar o valor venal dos imóveis sobre os quais incide tal 
imposto com base em uma planta de valores, salvo no caso de simples 
correção monetária. 
 2. Não há que se confundir a simples atualização monetária da 
base de cálculo do imposto com a majoração da própria base de 
cálculo. A primeira encontra-se autorizada independentemente de lei, 
a teor do que preceitua o art. 97, § 2º, do CTN, podendo ser realizada 
mediante decreto do Poder Executivo; a segunda somente poderá ser realizada 
por meio de lei. Art. 97, §2º, CTN.” (AgRg no Agravo Em Recurso Especial Nº 
66.849, Humberto Martins,06.12.2011) 
Letra B: Errado. Realmente, a definição do prazo de recolhimento do tributo 
não depende de lei, podendo ser estipulado por atos infralegais. Porém, caso 
esse prazo venha expresso na lei, o Executivo não poderá alterá-lo, devido à 
hierarquia normativa. Ora, o que foi definido por lei, só pode ser alterado por 
lei, e não por atos infralegais. 
Letra C: Correto. Veremos o tópico “legislação tributária” futuramente. 
 CTN, Art. 113. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação 
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela 
previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os 
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas 
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações 
jurídicas a eles pertinentes. 
 Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das 
convenções internacionais e dos decretos: 
 I - os atos normativos expedidos pelas autoridades 
administrativas; 
Letra D: Errado. O princípio da legalidade tributária não está relacionado ao 
princípio da isonomia, mas sim ao princípio da legalidade genérica do art. 
5º da CF/88: “II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei;”. 
Letra E: Errado. A legalidade tributária é mais específica (qualificada) e 
rígida que a legalidade genérica. A primeira implica a reserva absoluta de 
lei, ou seja, a instituição de tributos deve estar expressa em lei no sentido 
estrito. 
Gabarito: C 
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2. (FCC/2011/TCM-BA/Procurador) Comparada com a norma de 
Direito Penal, verifica-se que a norma tributária é mais rígida. No 
Direito Penal, o nullum crimen nulla poena sini lege exige que o delito 
seja típico, decorra de uma previsão legal precisa, mas se permite ao 
juiz, ao sentenciar, a dosimetria da pena, com relativa liberdade, assim 
como diminuir ou afrouxar a pena a posteriori. No Direito Tributário, 
além de se exigir seja o fato gerador tipificado, o dever de pagar o 
tributo também deve sê-lo em todos os seus elementos, pois aqui 
importantes são tanto a previsão do tributo quanto o seu pagamento, 
baseado em fórmulas de quantificação da prestação devida, e que a 
sociedade exige devam ser rígidas e intratáveis. 
(Sacha Calmon Navarro Coelho. Curso de direito tributário brasileiro. 
9.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 220) O texto acima está se 
referindo ao princípio explícito da 
(A) legalidade. 
(B) irretroatividade da lei tributária. 
(C) anterioridade da lei tributária. 
(D) segurança jurídica. 
(E) igualdade. 
Comentários: 
 O texto fala em “fato gerador tipificado”, se referindo à tipicidade 
tributária, que é uma decorrência do princípio da legalidade tributária. 
Gabarito: A 
 
3. (FCC/2010/SEFAZ-SP/Técnico da Fazenda Estadual) Nos termos da 
Constituição Federal, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios 
(A) exigir ou aumentar tributo mediante lei que o estabeleça e autorize. 
(B) cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a 
lei que o instituiu ou aumentou. 
(C) tributar patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. 
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(D) utilizar tributo com efeito de confisco. 
(E) instituir imposto sobre templos de qualquer culto 
Comentários: 
 Questão fácil! É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Portanto, é 
permitido a essas entidades federativas exigir ou aumentar tributo mediante 
lei que o estabeleça e autorize. 
Gabarito: A 
 
4. (CESPE/2011/TJ-ES/Juiz Substituto) Assinale a opção correta com 
referência aos princípios do direito tributário. 
(A) Para a dispensa ou redução de penalidades, não é necessário disposição 
em lei, uma vez que a própria administração pública pode, de ofício, atuar 
nesses casos. 
(B) É permitido que lei tributária disponha, de modo genérico, sobre alíquota e 
base de cálculo de tributo. 
(C) As obrigações tributárias acessórias, embora não estejam inseridas na 
obrigação principal, devem, necessariamente, ser instituídas por lei. 
(D) Em respeito ao princípio da legalidade tributária, garantia assegurada ao 
contribuinte, a União não pode exigir um tributo que a lei não estabeleça, mas 
pode aumentá-lo sem tal exigência. 
(E) No sistema brasileiro, é juridicamente possível a instituição de 
determinados tributos por meio de leis complementares. 
Comentários: 
LetraA: Errado. O art. 97, VI, do CTN determina expressamente que 
somente a lei pode estabelecer hipóteses de dispensa ou redução de 
penalidades 
Letra B: Errado. Para estabelecer normas gerais sobre base de cálculo é 
necessária a edição de lei complementar. Veremos melhor o papel da lei 
complementar no direito tributário na aula sobre legislação tributária. 
 CF, Art. 146. Cabe à lei complementar: (...) 
 III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre: 
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 a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, 
bases de cálculo e contribuintes; (...) 
Letra C: Errado. As obrigações acessórias decorrem da legislação tributária, ou 
seja, podem estar previstas em decretos, portarias e outros instrumentos 
infralegais. Art. 113, §2º, CTN. 
Letra D: Errado. Consoante o princípio da legalidade, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem 
lei que o estabeleça. Art. 150, I, CF/88. 
Letra E: Correto. Existem diversos tributos que precisam de lei complementar 
para ser instituídos. São eles: empréstimos compulsórios, imposto sobre 
grandes fortunas, impostos residuais e contribuições residuais. 
Gabarito: E 
 
5. (ESAF/2010/MPOG/APO) De acordo com a Constituição Federal, 
não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos 
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado. Trata-se do princípio da anterioridade tributária. 
Entretanto, a própria Constituição estabelece que ato do Poder 
Executivo pode elevar alíquotas de determinados tributos, como, por 
exemplo: 
a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados e 
contribuição social sobre o lucro líquido. 
b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuição de intervenção no 
domínio econômico sobre combustíveis e imposto sobre importações. 
c) Imposto sobre importações, imposto sobre exportações e imposto sobre a 
renda. 
d) Imposto sobre importações, imposto sobre a renda e imposto sobre 
produtos industrializados. 
e) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis, 
imposto sobre a renda e imposto sobre exportações. 
Comentários: 
 Essa questão tem um péssimo enunciado. O princípio descrito não é o da 
anterioridade tributária, mas sim o da irretroatividade tributária. Além disso, a 
pergunta feita versa sobre o princípio da legalidade. 
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 Os tributos que podem ser majorados por ato do Poder Executivo 
(decreto) são o II, IE, IOF e IPI. O imposto sobre a renda (IR) não é uma das 
exceções ao princípio da legalidade, ou seja, precisa de lei para a majoração 
de sua alíquota. Com isso, eliminamos as letras “a”, “c”, “d” e “e”, restando 
apenas a letra “b”, que é o gabarito da questão. 
 Entretanto, a meu ver, a questão está incompleta, pois o Executivo só 
poderá majorar a alíquota da CIDE-combustíveis se ela estiver reduzida, em 
relação ao valor previsto na lei, que será o teto para a majoração. Trata-se de 
restabelecimento de alíquota. 
Gabarito: B 
 
6. (FCC/2009/ICMS-SP/Agente Fiscal de Rendas) Sobre os princípios 
que regem nosso Sistema Tributário Nacional é correto afirmar: 
(A) Não se aplica o Princípio da Anterioridade a: Imposto sobre Importação de 
Produtos Estrangeiros, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto de 
Renda e Proventos de Qualquer Natureza e Imposto sobre Transmissão Causa 
Mortis. 
(B) O princípio da Vedação de Confisco tem por objetivo estabelecer a 
tributação justa e livre de arbitrariedade, não se aplica, porém, a todas as 
espécies tributárias, mas somente aos tributos de natureza vinculada à 
atuação estatal. 
(C) Em razão do princípio da Isonomia Tributária, é vedada à União a 
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País. 
(D) O princípio da Capacidade Contributiva não se aplica às taxas e às 
contribuições de melhoria, mas tão somente aos impostos. 
(E) Em razão do princípio da Imunidade Recíproca é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios tributar o patrimônio, a renda ou 
serviços, uns dos outros, inclusive aqueles relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas 
pelo usuário. 
 
II) Isonomia Tributária (ou Igualdade Tributária) 
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 CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: (...) 
 II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em 
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos 
ou direitos; 
 O princípio da isonomia tributária é uma particularização do princípio 
fundamental da igualdade, previsto no caput do art. 5º da CF/88. 
 CF, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 
 A isonomia possui duas perspectivas: 
 i) Igualdade na lei – se refere à criação da norma tributária (âmbito 
abstrato) pelo legislador, que não poderá criar dispositivos discriminatórios. 
 ii) Igualdade perante a lei – se refere à aplicação da norma tributária 
(âmbito concreto) pelo Poder Público, que não poderá aplicar a norma de 
maneira a gerar discriminação. 
 Perceba que o princípio da isonomia não proíbe o tratamento desigual 
que seja razoável, mas sim o favoritismo e a discriminação. Por isso, esse 
princípio também é chamado de “princípio da vedação dos privilégios 
odiosos”. 
 Esse é o entendimento doutrinário de que é necessário tratar igualmente 
os iguais (equidade horizontal) e desigualmente os desiguais (equidade 
vertical) na medida de suas desigualdades. 
 II.a) Capacidade contributiva 
 CF, Art. 145. § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do 
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos 
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte. 
 O princípio da capacidade contributiva é uma forma de concretização do 
princípio da isonomia tributária. 
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 Nesse sentido, o legislador deve tributar o contribuinte de acordo com 
sua capacidade de arcar com esse ônus, levando em consideração o mínimo 
vital. Para isso, existem alguns instrumentos que podem ser utilizados, como 
a pessoalidade, a progressividade, a seletividade e a proporcionalidade. 
 A pessoalidade consiste em observar alguns aspectosrelacionados ao 
contribuinte, tais como suas características pessoais e manifestações de 
riqueza. 
 A seletividade também é um instrumento de aplicação da capacidade 
contributiva e visa diminuir ou aumentar o ônus tributário de acordo com a 
essencialidade do bem. 
 A progressividade é a forma mais evidente e direta da aplicação do 
princípio da capacidade contributiva, pois as alíquotas variam conforme varia a 
base de cálculo. 
 É válido mencionar que a progressividade só pode ser aplicada em 
situações autorizadas pela Constituição. 
 (...) inexiste espaço de liberdade decisória para o Congresso Nacional, 
em tema de progressividade tributária, instituir alíquotas progressivas em 
situações não autorizadas pelo texto da Constituição. (ADC 8-MC, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 13-10-1999) 
 Com a proporcionalidade, o montante a ser pago varia de acordo com 
a base de cálculo, mas a alíquota é fixa. 
 Vale ressaltar que não é sempre que é possível o uso desses 
instrumentos, a depender da sistemática do tributo em questão. 
 Por exemplo, a progressividade funciona para o IR, que é um imposto 
direto e pessoal, mas não poderia ser utilizada para o ICMS, que é um imposto 
indireto e real. 
Súmula nº 656 do STF 
É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas 
progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de 
bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel. 
 
Comentários: 
Letra A: Errado. Como veremos ainda nesta aula, o Imposto sobe a 
Transmissão Causa Mortis não é uma das exceções ao princípio da 
anterioridade. 
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Letra B: Errado. Também veremos esse princípio nesta aula. O princípio da 
vedação ao confisco se aplica a todos os tributos, e não apenas aos vinculados. 
A CF/88 não faz essa restrição em seu art. 150, IV. 
Letra C: Errado. A concessão de tais incentivos fiscais é permitida 
expressamente pelo art. 151, I, da CF/88. Além disso, esses incentivos fiscais 
têm relação com o princípio da uniformidade geográfica, e não com o princípio 
da isonomia. 
Letra D: Muita atenção com essa assertiva! Vejamos novamente o artigo 
que trata da capacidade contributiva: 
 CF, Art. 145. § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte 
(...) 
 
ATENÇÃO 
 Apesar da CF/88 se referir a “impostos”, no artigo 
acima, o STF já consolidou o entendimento de que o 
princípio da capacidade contributiva é válido para outros 
tributos, como taxas e contribuições. 
 Por outro lado, a FCC levou em consideração a 
letra da CF/88, desconsiderando a posição do STF e de 
parte da doutrina. Essa assertiva foi considerada como 
correta. 
 
 Na hora da prova, é necessário analisar todas as assertivas e, às vezes, 
precisamos marcar a menos errada, pois não é possível saber a posição da 
banca no momento da prova. 
 Como as letras “a”, “b”, “c” e “e” estão indiscutivelmente erradas, só 
restaria marcar a letra “d”, que é o gabarito oficial. 
Letra E: Errado. Veremos imunidade tributária ainda nesta aula. A exploração 
de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas 
pelo usuário não está protegida pela imunidade tributária recíproca. Art. 150, 
§3º, CF/88. 
Gabarito: D 
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7. (FCC/2009/TCE-GO/Analista de Controle externo) Previsto 
expressamente na Constituição Federal como sendo um princípio 
direcionado aos impostos para que, sempre que possível, tenham 
caráter pessoal e atendam às condições econômicas do contribuinte, 
corresponde ao princípio da 
(A) isonomia. 
(B) pessoalidade. 
(C) capacidade contributiva. 
(D) dignidade da pessoa humana. 
(E) progressividade. 
Comentários: 
 Ao ler o enunciado da questão, podemos perceber, mais uma vez, o 
entendimento da FCC, no sentido de que a capacidade contributiva é um 
princípio para os impostos. Correta a letra “C”. 
Gabarito: C 
 
8. (FCC/2009/TJ-GO/Juiz) Dispõe o verbete nº 656 das Súmulas do 
STF que “é inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas 
para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis − ITBI - 
com base no valor venal do imóvel”. Por sua vez, o verbete nº 668 das 
Súmulas do STF disciplina que “é inconstitucional a lei municipal que 
tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional no 29/2000, 
alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o 
cumprimento da função social da propriedade urbana”. Considerando 
estes dois verbetes que expressam o entendimento do STF e a 
disciplina constitucional das limitações constitucionais ao poder de 
tributar, é correto afirmar que 
(A) a progressividade de alíquotas viola o princípio da vedação ao confisco, na 
medida em que a alíquota vai aumentando gradativamente, independente da 
base de cálculo, levando em conta apenas critérios pessoais. 
(B) o STF entende ser possível a aplicação de alíquotas progressivas nos casos 
expressamente autorizados na Constituição Federal. 
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(C) o STF só admite para o IPTU a progressividade de alíquotas no tempo, 
como instrumento da política urbana. 
(D) a progressividade de alíquotas viola o princípio da capacidade contributiva, 
razão pela qual só pode ser aplicada excepcionalmente. 
(E) na tributação extrafiscal é permitida a aplicação de alíquotas progressivas 
em razão da base de cálculo, como forma de estímulo ou desestímulo a 
determinados comportamentos. 
Comentários: 
Letras A e D: Errado. A progressividade de alíquotas é um instrumento 
legítimo de concretização do princípio da capacidade contributiva. Além disso, 
a alíquota aumenta quando a base de cálculo aumenta. 
Letra B: Correto. É o entendimento do STF que já vimos acima. 
Letra C: Errado. Atualmente, a CF/88 autoriza expressamente que o IPTU seja 
também progressivo em razão do valor do imóvel. 
 CF, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
 I - propriedade predial e territorial urbana; 
 § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 
182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: 
 I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; 
Letra E: Errado. 
 “A lei tributária pode discriminar por motivo extrafiscal ramos de 
atividade econômica, desde que a distinção seja racional.” (ADI 1.643, 
Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-12-2002, Plenário) 
 Realmente a tributação extrafiscal tem por objetivo estimular ou 
desestimular determinados comportamentos, por meio de tratamento 
discriminatório razoável. Porém, segundo o STF, a progressividade só pode ser 
utilizada nos casos expressamente autorizados pela Constituição Federal. 
Gabarito: B 
 
9. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) O princípio da isonomia 
tributária, previsto no art. 150, inciso II, da Constituição, proíbe o 
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
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equivalente. Entretanto, tal princípio exige a sua leitura em harmonia 
com os demais princípios constitucionais. Destarte,pode-se concluir, 
exceto, que: 
a) em matéria tributária, as distinções podem se dar em função da capacidade 
contributiva ou por razões extrafiscais que estejam alicerçadas no interesse 
público. 
b) relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a 
Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido, 
por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados. 
c) a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no 
tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o 
princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional. 
d) determinado segmento econômico prejudicado por crise internacional que 
tenha fortemente atingido o setor não permite tratamento tributário 
diferenciado sem ofensa ao princípio da isonomia. 
e) a proibição de importação de veículos usados não configura afronta ao 
princípio da isonomia. 
Comentários: 
Letra A: Correto. O princípio da isonomia deve ser aplicado levando-se em 
consideração a capacidade contributiva ou por motivos extrafiscais 
alicerçadas constitucionalmente. Entendimento do STF: “A lei tributária pode 
discriminar por motivo extrafiscal ramos de atividade econômica, desde 
que a distinção seja racional.” (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
julgamento em 5-12-2002, Plenário). 
Letra B: Correto. Em consonância com os artigos 179 e 146, III, “d”, da 
CF/88. 
Letra C: Correto. Tratamento tributário diferenciado, amparado pela 
Constituição, não fere o princípio da isonomia. Entendimento do STF: 
 “A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades 
financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de 
salários, não fere, à primeira vista, o princípio da isonomia tributária, 
ante a expressa previsão constitucional.” (AC 1.109-MC, Rel. p/ o ac. Min. 
Ayres Britto, julgamento em 31-5-2007, Plenário, DJ de 19-10-2007.) 
Letra D: Errado. É possível o tratamento tributário distintivo por motivos 
extrafiscais. No caso em questão, o segmento econômico prejudicado poderia 
receber benefícios fiscais, com vistas no interesse público, sem violar o 
princípio da isonomia. 
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Letra E: Correto. Consoante o entendimento do STF: “é inaceitável a 
orientação de que a vedação da importação de automóveis usados 
afronte o princípio constitucional da isonomia.” (RE 312.511, rel. min. 
Moreira Alves, Primeira Turma, DJ de 28.06.2002). 
Gabarito: D 
 
10. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) A Constituição 
Federal, entre outras limitações ao poder de tributar, veda o 
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente. Sobre esta isonomia tributária, é correto afirmar que: 
a) o STF entendeu inconstitucional, por ofensa a tal princípio, norma que 
proibia a adoção do regime de admissão temporária para as operações 
amparadas por arrendamento mercantil. 
b) não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos 
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de 
pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do 
simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho 
sem assistência do Estado. 
c) viola o princípio da isonomia a instituição, por parte de lei estadual, de 
incentivos fiscais a empresas que contratem empregados com mais de 
quarenta anos. 
d) para que um tratamento tributário diferenciado, como a isenção, seja 
justificado, não é necessário haver correlação lógica entre este e o elemento 
de discriminação tributária. 
e) não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais 
e prestadoras de serviços, bem como entre diferentes ramos da economia. 
Comentários: 
Letra A: Errado. Vejamos essa recente decisão do STF sobre o assunto: 
 “O art. 17 da Lei 6.099/74 proíbe a adoção do regime de admissão 
temporária, mais benéfico ao contribuinte, para as operações de importação 
amparadas por arrendamento mercantil. O Supremo Tribunal Federal já 
decidiu pela adequação dessa regra ao princípio da isonomia (...)”. 
(AgRg no REsp 1136713/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 20/09/2011) 
 
Letra B: Correto. É exatamente o teor da decisão do STF: 
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 “Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por 
motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e 
empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando 
do regime do simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado 
de trabalho sem assistência do Estado.” (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
julgamento em 5-12-2002, Plenário, DJ de 14-3-2003.) 
Letra C: Errado. O princípio da isonomia pode ser usado para incentivar o 
contribuinte a determinado comportamento, pautado pelo interesse público. 
Veja o entendimento do STF nesse sentido: 
 “Ao instituir incentivos fiscais a empresas que contratam empregados 
com mais de quarenta anos, a Assembleia Legislativa paulista usou o caráter 
extrafiscal que pode ser conferido aos tributos, para estimular conduta 
por parte do contribuinte, sem violar os princípios da igualdade e da 
isonomia. (...)”. (ADI 1.276, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-8-
2002, Plenário, DJ de 29-11-2002.) 
Letra D: Errado. Se não houver correlação lógica, racionalidade e 
razoabilidade, um tratamento tributário diferenciado estaria sendo arbitrário, 
violando o princípio da isonomia. 
Letra E: Errado. Como já vimos, a lei tributária pode discriminar por 
motivo extrafiscal ramos de atividade econômica, desde que a distinção 
seja racional. 
Gabarito: B 
 
11. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) O princípio da 
capacidade contributiva, que informa o ordenamento jurídico 
tributário, estabelece que, sempre que possível, os impostos terão 
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do 
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os 
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e 
as atividades econômicas do contribuinte. Sobre ele, assinale a opção 
incorreta. 
a) Tal princípio aplica-se somente às pessoas físicas. 
b) Constitui subprincípio do princípio da solidariedade. 
c) Visa, entre outros objetivos, a assegurar o mínimo vital, ou mínimo 
existencial. 
d) Constitui subprincípio do princípio da igualdade. 
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e) É compatível com a progressividade de alíquotas. 
Comentários: 
Letra A: Errado. O princípio da capacidade contributiva é válido tanto para 
pessoas físicas, como pessoas jurídicas. É exemplo disso o comando 
constitucional de dispensar às microempresas e empresas de pequeno porte 
tratamento diferenciado. 
Letras B e D: Correto. Segundo a doutrina, o princípio da capacidade 
contributiva pode ser considerado como decorrente do princípio da isonomia 
(igualdade) e da solidariedade. 
Letra C: Correto. Um dos pontos a serem considerados pelo princípio da 
capacidade contributiva é assegurar o mínimo vital, vale dizer, o rendimento 
mínimo para uma existência digna. 
Letra E: Correto. A progressividade é um dos instrumentos de aplicação 
concreta do princípio da capacidade contributiva. 
Gabarito: A12. (FGV/2011/ICMS-RJ/Auditor Fiscal) Assinale, dentre os impostos 
abaixo, aquele que não obedece ao princípio da progressividade. 
(A) IPTU 
(B) ITBI 
(C) Imposto de Renda 
(D) IPVA 
(E) ITR 
Comentários: 
 A CF/88 traz, de forma expressa, o seguinte: 
• IR - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei. Art. 153, §2º. (progressividade 
obrigatória) 
• ITR - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a 
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. Art. 153, §4º. 
(progressividade obrigatória); 
• IPTU – poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel. Art. 156, 
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§1º, I; e progressivo no tempo. Art. 182, §4º, II. (progressividade 
facultativa) 
 
 Além disso, parte da doutrina considera que o IPVA também obedece ao 
princípio da progressividade, devido ao §6º, do artigo 155, da CF, que diz que 
ele poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. 
 Vale mencionar que esse não é o entendimento do STF. Vejamos: 
 “IPVA. Lei estadual. Alíquotas diferenciadas em razão do tipo do 
veículo. Os Estados-membros estão legitimados a editar normas gerais 
referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 
24, § 3º, da Constituição do Brasil. Não há tributo progressivo quando as 
alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em 
consideração a capacidade contributiva.” (RE 414.259-AgR, Rel. Min. Eros 
Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.) 
 Já o ITBI, indiscutivelmente, não pode ter alíquotas progressivas, em 
razão da Súmula nº 656 do STF. 
Súmula nº 656 do STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas 
progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - 
ITBI com base no valor venal do imóvel. 
 A banca acatou o entendimento doutrinário, considerando que o IPVA 
obedece ao princípio da progressividade. 
Gabarito: B 
 
13. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) Segundo a 
definição de tributo presente no Código Tributário Nacional, uma de 
suas características é a de não constituir sanção por ato ilícito. Assim 
sendo, julgue como Falso (F) ou Verdadeiro (V) os itens a seguir e 
assinale a opção correta. 
I. Ainda no caso de furto de sinal por “clonagem”, o ICMS – Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços – é devido sobre o serviço de telefonia 
móvel onerosamente contratado de operadora por usuário. 
II. A renda obtida com o tráfico de drogas deve ser tributada, já que o que se 
tributa é o aumento patrimonial, e não o próprio tráfico. 
III. No caso de importação ilícita, reconhecida a ilicitude e aplicada a pena de 
perdimento, não poderá ser cobrado o imposto de importação, já que 
“importar mercadorias” é elemento essencial do tipo tributário. 
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IV. As vendas inadimplidas equivalem às vendas canceladas para fins de 
incidência tributária, eis que no sistema tributário nacional, embora tenha 
consagrado o regime de competência como a regra geral de apuração dos 
resultados, o inadimplemento constitui hipótese de cancelamento de venda, e 
não tendo ingressado a receita de venda, não há que se falar em tributação. 
a) F, V, V, F 
b) V, V, V, F 
c) F, V, V, V 
d) V, F, V, F 
e) V, V, F, F 
 
 II.b) Pecunia Non olet 
 O princípio pecúnia non olet também tem origem na isonomia tributária. 
 Ora, quem pratica fato gerador de tributo, seja de maneira legal ou 
ilegal, será alcançado pelo ônus tributário. Vejamos um julgado do STF: 
 “A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código Tributário 
Nacional, assentou entendimento de ser possível a tributação de renda 
obtida em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato 
gerador é interpretada com abstração da validade jurídica do ato efetivamente 
praticado, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Princípio 
do non olet”. (HC 94240 SP, Min. Dias Toffoli, Julgamento: 23/08/2011) 
 
Comentários: 
I e II) Corretas. De acordo com o princípio pecunia non olet (dinheiro não tem 
cheiro), não é relevante a licitude da atividade praticada pelo sujeito passivo, 
conforme reza o art. 118 do CTN. 
 Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-
se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto 
ou dos seus efeitos; 
III) Correto. Essa assertiva é ligeiramente diferente das anteriores. Nesse 
caso, o fato gerador foi desconsiderado, em virtude da pena de 
perdimento. Apesar de a mercadoria ter entrado fisicamente no país, não 
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houve a entrada jurídica, logo não houve a importação, para fins de tributação, 
tampouco o lançamento. 
 
IV) Errado. A inadimplência do comprador não influi na incidência do imposto. 
Vejamos mais uma decisão do STF: 
 “As vendas canceladas não podem ser equiparadas às vendas 
inadimplidas porque, diferentemente dos casos de cancelamento de vendas, 
em que o negócio jurídico é desfeito, extinguindo-se, assim, as obrigações do 
credor e do devedor, as vendas inadimplidas - a despeito de poderem resultar 
no cancelamento das vendas e na consequente devolução da mercadoria -, 
enquanto não sejam efetivamente canceladas, importam em crédito para o 
vendedor oponível ao comprador.” (RE 586482, Relator(a): Min. DIAS 
TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 23/11/2011) 
 
Gabarito: B 
 
14. (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) Dispõe o art. 144, do CTN que “o 
lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da 
obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada”. Esta regra legal encontra fundamento de 
validade no princípio constitucional da 
(A) irretroatividade da lei tributária. 
(B) anterioridade anual. 
(C) anterioridade nonagesimal. 
(D) legalidade. 
(E) vedação ao confisco. 
 
III) Irretroatividade Tributária 
 CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: (...) 
 III - cobrar tributos: 
 a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
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 O princípio da irretroatividade tributária veda que a lei instituidora ou 
majoradora de tributos tenha aplicação sobre fatos geradores pretéritos à sua 
entrada em vigor. 
 Exemplo: Antônio compra um carro (fato gerador o IPVA) no dia 5 de 
fevereiro, quando a alíquota desse imposto é de 6%. Em 8 de fevereiro, uma 
lei é publicada aumentando a alíquota do IPVA para 10%. Essa lei expressa 
que entrará em vigor na data de sua publicação. Em virtude da 
irretroatividade tributária, o fato gerador ocorrido no dia 5 de fevereiro está 
protegido. Logo, Antônio não será afetado por essa majoração e pagará o IPVA 
com a alíquota de 6%. 
 A irretroatividade tributária visa fornecer segurança jurídica e obedece 
à garantia constitucional expressa no inciso XXXVI, do art. 5º: “a lei não 
prejudicaráo direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
 III.a) Retroatividade imprópria 
 Retroatividade (própria) é quando uma lei tem aplicação sobre fatos 
passados. Retroatividade imprópria é quando uma lei tem aplicação sobre fatos 
que se iniciaram no passado, mas ainda não foram concluídos. Vejamos a 
retroatividade imprópria na prática, com a Súmula nº 584 do STF. 
Súmula nº 584 do STF 
Ao imposto de renda (IR) calculado sobre os rendimentos 
do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício 
financeiro em que deve ser apresentada a declaração. 
 
 De acordo com essa Súmula, se uma lei que majorar o IR for publicada e 
entrar em vigor no dia 10 de novembro de 2012, terá aplicação sobre os 
rendimentos auferidos nesse mesmo ano, desde 1º de janeiro de 2012 (início 
do fato gerador). 
 O STF entende que o fato gerador do IR só se completa no dia 31 de 
dezembro e, por isso, não haveria ofensa ao princípio da irretroatividade 
tributária. 
 Por outro lado, a doutrina majoritária discorda do entendimento do STF, 
ao defender que a Constituição Federal não ampara a retroatividade imprópria. 
Comentários: 
 Agora ficou fácil! O art. 144 do CTN traz o princípio da irretroatividade 
tributária. Ora, uma lei posterior, em regra, não será válida para fatos 
geradores anteriores a ela. 
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Gabarito: A 
 
15. (CESPE/2011/TJ-ES/Juiz Substituto) No que concerne a 
capacidade tributária, fato gerador e irretroatividade da lei tributária, 
assinale a opção correta. 
(A) A nulidade ou a anulabilidade do ato jurídico, sob o enfoque do direito civil, 
são irrelevantes para o direito tributário, pois a definição do fato gerador é 
interpretada abstraindo-se tais fatos. 
(B) A capacidade tributária passiva da pessoa jurídica depende de ela estar 
regularmente constituída. 
(C) Na análise da capacidade contributiva, o CTN confere ao fisco o poder 
discricionário, na consideração da pessoalidade, para graduar o tributo. 
(D) O CTN adota como regra a irretroatividade da lei tributária. Nesse sentido, 
a lei aplica-se ao ato pretérito, salvo tratando-se de ato não definitivamente 
julgado. 
(E) Em decorrência do postulado da capacidade contributiva, é possível que 
profissionais da mesma categoria ou função sejam tributados de modo diverso. 
Comentários: 
Letra A: Correto. É o teor do princípio pecunia non olet. 
 CTN, Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada 
abstraindo-se: 
 I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto 
ou dos seus efeitos; 
Letra B: Errado. De acordo com o art. 126, III, do CTN, a capacidade 
tributária passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente 
constituída. 
Letra C: Errado. Segundo a CF/88 (art. 145. §1º), os impostos terão caráter 
pessoal sempre que possível. Isso não delega discricionariedade ao Fisco, 
pelo contrário, impõe (vincula) que os impostos serão sempre graduados de 
acordo com a capacidade econômica do contribuinte, quando forem pessoais. 
Letra D: Errado. O CTN, de fato, adota como regra a irretroatividade da lei 
tributária. Nesse sentido, a lei pode ser aplicada a ato pretérito, em algumas 
situações, tratando-se de ato não definitivamente julgado. Vejamos: 
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 Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
 II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: (...) 
 Veremos isso melhor na aula de aplicação e interpretação da legislação 
tributária. 
Letra E: Errado. Observe mais uma vez o art. 150 da CF/88. 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem 
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de 
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente 
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
 O tratamento desigual é possível para contribuinte em situação de 
desigualdade. Os que se encontram em situações iguais devem ser tratados 
igualmente. 
Gabarito: A 
 
16. (FCC/2011/TJ-PE/Juiz Substituto) A regra da anterioridade, que 
veda cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, NÃO se aplica 
(A) aos impostos de importação e exportação. 
(B) ao IR. 
(C) ao ITR. 
(D) às contribuições sociais. 
(E) aos impostos estaduais. 
 
 
 
 
IV) Anterioridade Tributária 
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 CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: (...) 
 III - cobrar tributos: (...) 
 b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; 
 c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada 
a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
 O princípio da anterioridade tributária está relacionado com o princípio da 
irretroatividade tributária, visto que ambos visam propiciar segurança 
jurídica. Enquanto esse último se refere à vigência da lei, o primeiro se 
refere à eficácia dela. 
 Pode-se dizer também que a anterioridade traz a garantia da não-
surpresa do contribuinte, na medida que fornece um espaço de tempo entre a 
publicação da lei e sua efetiva aplicação. 
 A anterioridade tributária pode ser dividida em dois princípios, a 
anterioridade anual (alínea “b”) e a anterioridade nonagesimal (alínea 
“c”). 
ATENÇÃO 
 Perceba que a CF/88 fala em instituir ou majorar 
tributo. Quando o tributo é reduzido, não há que se falar 
em princípio da anterioridade tributária, visto que é 
desnecessária a proteção da não-surpresa. 
 
 IV.a) Anterioridade Anual 
 Também chamado de “anterioridade”, “anterioridade genérica” ou 
“anterioridade de exercício”, esse princípio veda a cobrança de tributos no 
mesmo exercício financeiro da publicação da lei instituidora ou 
majoradora de tributos. Vale dizer que o exercício financeiro, no Brasil, 
coincide com o ano civil. 
 Nesse rumo, caso uma lei majoradora do ITBI seja publicada e entre em 
vigor no dia 3 de fevereiro de 2012, ela só terá eficácia em 1º de janeiro de 
2013. 
 Vale mencionar que a regra da anterioridade anual é relativa e 
comporta exceções, como veremos adiante. 
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 IV.b) Anterioridade Nonagesimal 
 Esse princípio, também conhecido como “anterioridade mitigada”, 
“anterioridade nonagesimal” ou “noventena”, veda a aplicação (eficácia) da lei 
que institui ou majora tributos antes de decorridos 90 dias de sua 
publicação. 
 Essas regras da anterioridade anual, nonagesimal e da irretroatividade 
tributária são cumulativas. 
 Vejamos agora as exceções constitucionais (art. 150, §1º, CF/88) de 
ambos os princípios. 
Exceções à anterioridade anual Exceções à noventena (90 dias) 
II, IE, IOF, IEG 
Empréstimos Compulsórios 
 
 
IPI IR 
Restabelecimento de alíquotas:CIDE – combustíveis 
ICMS - combustíveis 
Alteração de base de cálculo: 
IPVA 
IPTU 
Contribuições para a seguridade 
social 
 
 
 Pessoal, fiz umas marcações na tabela acima para ajudar na 
memorização, ok? 
 Exemplo: o governo federal publica lei aumentando a alíquota do IPI de 
10% para 30%, no dia 10 de dezembro de 2012. Como vimos no quadro 
acima, esse imposto é uma exceção ao princípio da anterioridade anual, mas 
deve observar a noventena. Por isso, essa nova alíquota só poderá ser 
cobrada no dia 10 de março (91º dia após a publicação da lei). 
 
 
 
Decorrente de guerra ou sua iminência 
Decorrente de calamidade pública 
Exceções 
aos dois 
princípios 
Imposto estadual 
Imposto municipal 
Imposto federal 
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Contagem do tempo: 
• Dezembro 2012: dia 10 ao 31 = 22 dias (incluindo o dia da publicação) 
• Janeiro 2013: total de 31 dias 
• Fevereiro 2013: total de 28 dias 
• Março 2013: dia 1º ao 10 = 10 dias 
• Total: 22 + 31 + 28 + 10 = 91 dias 
 
 
 Conforme fizermos os exercícios, essas regras ficarão mais claras. 
 Por último, vale mencionar o extinto princípio da anualidade 
tributária, que determinava que, para instituir ou majorar tributo, era preciso 
prévia autorização na lei orçamentária anual. 
 Atualmente, esse princípio não tem mais aplicação no nosso sistema 
tributário nacional. 
ATENÇÃO 
 Não confunda o princípio da anterioridade anual 
(atualmente válido) com o princípio da anualidade 
(atualmente sem aplicação). 
 
 Além das exceções previstas na Constituição, é importante saber o 
entendimento do STF sobre a aplicação do princípio da anterioridade. 
Não se submetem ao princípio da anterioridade 
• Redução do prazo de recolhimento do tributo 
• Atualização monetária do tributo 
• Revogação de isenção e outros benefícios fiscais 
• Prorrogação de alíquota majorada previamente 
 
 Vejamos as decisões pertinentes. 
Súmula nº 669 do STF 
Norma legal que altera o prazo de recolhimento da 
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da 
anterioridade. 
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 “A utilização da UFIR para a correção monetária da contribuição 
previdenciária, instituída pela Lei 8.383/91, não se sujeita ao princípio da 
anterioridade (CF, art. 195, § 6º), uma vez que houve apenas a substituição 
do indexador anteriormente utilizado por outro fator de correção monetária, 
não havendo, portanto, modificação substancial desta contribuição de modo a 
justificar a exigência do prazo de 90 dias para sua entrada em vigor” (RE 
236.472-PE, rel. Min. Ilmar Galvão, 29.6.99.) 
 
 “Revogada a isenção, o tributo volta a ser imediatamente exigível, 
sendo impertinente a invocação do princípio da anterioridade.” (RE 
204.062, Rel. Min. Carlos Velloso, 27/09/1996) 
 
 “Entendeu-se que também no que se refere à contribuição social sobre o 
lucro incidiria a orientação segundo a qual a Lei 8.981/95 veio assegurar às 
empresas um benefício fiscal que viabilizou a compensação de prejuízos 
apurados em exercícios anteriores, não havendo se falar em ofensa ao 
princípio da anterioridade ou da irretroatividade.” (RE 545308/SP, rel. orig. 
Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, 8.10.2009) 
 
 “A Lei paulista 11.813/04 apenas prorrogou a cobrança do ICMS com a 
alíquota majorada de 17 para 18%, criada pela Lei paulista 11.601/2003. O 
prazo nonagesimal previsto no art. 150, III, c, da Constituição Federal 
somente deve ser utilizado nos casos de criação ou majoração de 
tributos, não na hipótese de simples prorrogação de alíquota já 
aplicada anteriormente.” (RE 584100 SP; Relator(a): Min. ELLEN GRACIE; 
Julgamento:25/11/2009) 
 
Comentários: 
 A questão se refere à anterioridade anual. Já vimos que as exceções são: 
II, IE, IOF, IEG, IPI, empréstimos compulsórios decorrente de guerra ou 
calamidade pública, contribuições para a seguridade social e restabelecimento 
de alíquotas de CIDE-combustíveis e ICMS-combustíveis. Correta a letra “A”. 
Gabarito: A 
 
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17. (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) A Constituição Federal fixa 
regras que limitam o exercício da competência tributária. Dentre elas 
podem ser citadas as regras da anterioridade anual e da anterioridade 
nonagesimal. 
Estas regras não são absolutas, comportando exceções. NÃO se 
submete às regras da anterioridade anual e nonagesimal, ao mesmo 
tempo, a majoração de alíquota do imposto sobre 
(A) produtos industrializados (IPI). 
(B) a renda e proventos de qualquer natureza (IR). 
(C) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários (IOF). 
(D) a propriedade territorial rural (ITR). 
(E) circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS). 
Comentários: 
 Como já vimos, os tributos que são exceções à anterioridade anual e à 
nonagesimal são o II, o IE, o IOF, o IEG e os empréstimos compulsórios 
decorrente de guerra ou calamidade pública. Correta a letra “C”. 
Gabarito: C 
 
18. (FCC/2010/AL-SP/Agente Legislativo Especializado) Submete-se 
integralmente aos princípios da legalidade, anterioridade anual e 
anterioridade nonagesimal o imposto sobre 
a) os produtos industrializados. 
b) a renda e proventos de qualquer natureza. 
c) a transmissão de bens causa mortis e doação. 
d) a propriedade de veículos automotores. 
e) a propriedade territorial urbana. 
Comentários: 
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 Dessa vez a questão nos questiona sobre o tributo que não é exceção 
aos princípios mencionados. O único tributo que não está em nossa lista de 
exceções é o ITCMD, que deve observar integralmente os princípios 
supramencionados. Correta a letra “C”. 
Gabarito: C 
 
19. (FCC/2010/Gov-RO/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) O 
Estado de Rondônia majorou a base de cálculo do IPVA para o 
exercício de 2010, em 20 de novembro de 2009, conforme lei 
publicada no diário oficial do Estado naquela data. Considerando que a 
lei entrou em vigor na data de sua publicação, é correto afirmar que 
esta lei terá eficácia 
(A) 90 dias a contar do início do exercício de 2010, tendo em vista a 
anterioridade nonagesimal. 
(B) na data de sua publicação, podendo ser aplicada imediatamente, ainda no 
exercício de 2009, por ser exceção à anterioridade. 
(C) 90 dias a contar da publicação, por dever obediência apenas à 
anterioridade nonagesimal. 
(D) a partir do início do exercício financeiro de 2010, por ser exceção à 
anterioridade nonagesimal, mas se submeter à anterioridade anual. 
(E) 90 dias da publicação, desde que já no outro exercício financeiro, por dever 
obediência às regras de anterioridades nonagesimal e anual. 
Comentários: 
 Conforme vimos em nossa tabela, a alteração da base de cálculo do IPVA 
é uma exceção à noventena, mas deve observar a anterioridade anual. 
Portanto, a lei em questão terá eficácia a partir de 01/01/2010. 
Gabarito: D 
 
20. (FGV/2012/OAB) A Lei X, promulgada em 20 de outubro de 2008, 
determinou a majoração do ISS. Já a Lei Y, promulgadaem 16 de 
novembro de 2009, reduziu o ICMS de serviços de telecomunicação. 
Por fim, o Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, elevou o IOF para 
compras no exterior. Diante dessas hipóteses, é correto afirmar que 
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A) o ISS poderá ser cobrado somente quando decorridos 90 dias da publicação 
da Lei X, ao passo que os novos valores do ICMS e do IOF poderão ser 
cobrados a partir da publicação dos diplomas legais que os implementaram. 
B) todos os impostos mencionados no enunciado somente poderão ser 
cobrados no exercício financeiro seguinte à publicação do diploma legal que os 
alterou por força do princípio da anterioridade. 
C) na hipótese do enunciado, tanto o ISS como o ICMS estão sujeitos ao 
princípio da anterioridade nonagesimal, considerada garantia individual do 
contribuinte cuja violação causa o vício da inconstitucionalidade. 
D) o IOF, imposto de cunho nitidamente extrafiscal, em relação ao princípio da 
anterioridade, está sujeito apenas à anterioridade nonagesimal, o que significa 
que bastam 90 dias da publicação do decreto que alterou sua alíquota para 
que possa ser cobrado. 
Comentários: 
 O ISS não é uma das exceções ao princípio da anterioridade anual, nem 
da noventena, devendo observá-los. Por isso, só poderá ser cobrado decorridos 
90 dias da publicação da lei, desde que não seja no ano de 2008. 
 
 
 
 
 Fazendo a contagem dos 90 dias, podemos afirmar que a cobrança da 
majoração do ISS está vedada até o dia 17 de janeiro (90 dias a contar de 20 
de outubro), podendo ser cobrado a partir do dia seguinte (18 de janeiro). 
 Quanto ao ICMS, a cobrança será imediata, pois a Lei Y reduziu o 
imposto. Vale lembrar que o princípio da anterioridade só se aplica no caso de 
instituição ou majoração do tributo. 
 No tocante ao IOF, a cobrança também será imediata, visto que ele é 
uma das exceções ao princípio da anterioridade anual e da noventena. Perceba 
que a questão diz que o aumento desse imposto se deu por meio de Decreto, o 
que é possível porque o IOF também é exceção ao princípio da legalidade. 
 Assim, correta a letra A. 
Gabarito: A 
 
17 20 
Outubro Novembro Dezembro Janeiro 
Vedação decorrente da anterioridade anual 
Vedação decorrente da anterioridade nonagesimal 
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21. (FGV/2011/ICMS-RJ/Auditor Fiscal) Acerca do princípio da 
anterioridade tributária, assinale a alternativa correta. 
(A) A contribuição social sobre o lucro e a contribuição social sobre a folha de 
salários estão sujeitas ao princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal. 
(B) A majoração do imposto incidente sobre a importação de produtos 
estrangeiros e do imposto territorial rural não estão sujeitos ao princípio da 
anterioridade. 
(C) A cobrança de qualquer tributo só poderá ser realizada um ano após a sua 
criação, em decorrência da previsão constitucional do princípio da 
anterioridade. 
(D) A cobrança de qualquer tributo só poderá ser realizada um ano após a 
publicação da lei que o criou, em decorrência da previsão constitucional do 
princípio da anterioridade. 
(E) Imposto extraordinário, no caso de guerra externa, não observa o princípio 
da anterioridade, mas deve respeitar a anterioridade nonagesimal. 
Comentários: 
Letra A: Correto. Ambas as contribuições mencionadas são contribuições para 
a seguridade social, definidas no art. 195 da CF/88. O §6º desse mesmo artigo 
determina que essas contribuições observem o princípio da noventena, mas 
não o da anterioridade anual. 
Letra B: Errado. O II (imposto sobre importação) não está sujeito ao princípio 
da anterioridade, mas o ITR deve observá-lo. 
Letras C e D: Errado. O princípio da anterioridade veda a cobrança de tributo 
instituído ou majorado no mesmo ano da publicação da lei. Não se trata de 
vedação por um ano. Se a lei fosse publicada em 31 de dezembro, essa 
proibição só ocorreria por um dia. 
Letra E: Errado. O IEG é uma exceção a ambos os princípios. 
Gabarito: A 
 
22. (FCC/2012/TCE-AP/Analista de Controle Externo) Medida 
provisória que majore alíquota de Imposto sobre a Renda e Imposto 
sobre Operações de Câmbio, Crédito, Seguro e Valores Mobiliários − 
IOF produz efeitos, 
(A) imediato no caso do IOF e noventa dias depois de sua edição, no caso do 
Imposto sobre a Renda. 
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(B) no exercício financeiro seguinte, se convertida em lei até o último dia do 
exercício em que foi editada, em ambos os casos. 
(C) no exercício financeiro seguinte, se convertida em lei até o último dia do 
exercício em que foi editada, no caso do IOF. 
(D) no exercício financeiro seguinte, se convertida em lei até o último dia do 
exercício em que foi editada, no caso do Imposto sobre a Renda. 
(E) em ambos os casos, imediatamente. 
 
 IV.c) Medida Provisória 
 Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las 
de imediato ao Congresso Nacional. (...) 
 § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de 
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só 
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida 
em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
 É possível instituir ou majorar tributos (não apenas impostos) por 
meio de Medida Provisória, pois ela tem força de lei ordinária. Com efeito, 
esse diploma não pode ser utilizado para tributos que exigem lei 
complementar. 
 Caso a alíquota do IPVA fosse aumentada por meio de Medida Provisória 
em setembro de 2011, essa cobrança só poderia ocorrer a partir de 1º de 
janeiro de 2012, em virtude do princípio da anterioridade anual. Todavia, 
existe mais uma condição. 
 Por se tratar de Medida Provisória, além desse lapso temporal, a 
cobrança só poderia ocorrer, em 1º de janeiro de 2012 se a medida fosse 
convertida em lei até 31 de dezembro de 2011. Ficou claro? 
 Perceba que o artigo acima não altera as exceções do princípio da 
anterioridade. O próprio parágrafo segundo ratifica os tributos excepcionados, 
quais sejam, o II, IE, IPI, IOF e IEG. Repare também que os empréstimos 
compulsórios não foram mencionados, já que é necessário lei complementar 
para sua instituição. 
 OBS 1: a restrição da conversão em lei até o último dia do exercício só 
se aplica a impostos (exceto o II, IE, IPI, IOF e IEG), não se aplicando aos 
outros tributos. 
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 OBS 2: segundo o STF, caso ocorram mudanças significativas no 
texto original da medida provisória ao ser convertida em lei, a noventena 
deverá contar da publicação da lei de conversão, e não da publicação da 
medida provisória. 
 Vamos aos exercícios. 
Comentários: 
 O IR é uma exceção à noventena, mas se submete à anterioridade anual. 
Por isso, sua majoração só poderá ser cobrada no exercício financeiro 
seguinte. Além disso, por se tratar de medida provisória, só terá eficácia se 
for convertida em lei até o último dia do exercício em que foi editada. 
 Já o IOF é uma exceção ao princípio da anterioridade anual e da 
noventena, podendo ser exigido imediatamente. Além disso, não é 
necessárioque a conversão da medida provisória em lei ocorra até 31 de 
dezembro. Correta a letra D. 
Gabarito: D 
 
23. (FMP/2011/TCE-MT/Auditor Público Externo) O Presidente da 
República, em 23 de novembro de 2010, editou e publicou medida 
provisória aumentando a alíquota do imposto de importação sobre 
determinado produto. A medida provisória foi convertida em lei em 5 
de março de 2011. O imposto majorado pode ser exigido a partir de 
(A) 1º de janeiro de 2011. 
(B) 23 de fevereiro de 2011. 
(C) 1º de janeiro de 2012. 
(D) 23 de novembro de 2010. 
(E) 5 de março de 2012 . 
Comentários: 
 Como vimos, o imposto de importação não se submete ao princípio da 
anterioridade, nem sofre a restrição imposta pelo §2º do art. 62 da CF, vale 
dizer, a conversão da medida provisória em lei não precisa ocorrer até 
31 de dezembro. Portanto, a majoração do imposto de importação poderá 
ser exigida imediatamente. Correta a letra D. 
Gabarito: D 
 
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24. (ESAF/2008/Prefeitura de Natal/Auditor do Tesouro Municipal) O 
Governador do Estado de Minas Gerais fez publicar, em 6 de novembro 
de 2007, em atenção às Constituições Estadual e Federal, medida 
provisória visando à majoração de imposto estadual. A norma entrou 
em vigor na data de sua publicação. O Poder Legislativo Estadual, 
porém, somente converteu a medida provisória em lei no dia 20 de 
fevereiro de 2008. Em face da situação hipotética e considerando os 
parâmetros de vigência e aplicação da legislação tributária, aponte em 
que data o aumento poderá ser efetivamente cobrado. 
a) 1º de janeiro de 2008. 
b) 4 de fevereiro de 2008. 
c) 20 de maio de 2008. 
d) 1º de janeiro de 2009. 
e) 31 de março de 2009. 
Comentários: 
 Muito boa essa questão! Vamos lá! 
 A questão nos informa que um imposto estadual foi majorado por 
medida provisória, mas não especifica qual. Como nenhum dos impostos 
estaduais (IPVA, ITCMD e ICMS) é exceção ao princípio da anterioridade ou à 
restrição do §2º do art. 62, saber qual é o imposto não fará diferença para a 
resolução da questão. 
 A publicação da medida provisória foi em 6 de novembro de 2007. 
Considerando o principio da anterioridade anual, o imposto só poderia ser 
exigido em 1º de janeiro. Considerando a noventena, a cobrança só poderia 
ser realizada em 4 de fevereiro de 2008 (já respeitando o prazo da 
anterioridade anual). 
 Porém, para que a medida provisória tivesse efeito em 2008, seria 
necessário que ela fosse convertida em lei até 31 de dezembro de 2007, o 
que não ocorreu. A conversão só foi realizada em 20 de fevereiro de 2008. Por 
isso, a medida provisória e a lei de conversão não terão efeito no exercício de 
2008, postergando a exigência do tributo majorado para 1º de janeiro 
de 2009. Correta a letra D. 
Gabarito: D 
 
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25. (ESAF/2009/AFRF) Entre as limitações constitucionais ao poder de 
tributar, que constituem garantias dos contribuintes em relação ao 
fisco, é incorreto afirmar que: 
a) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando 
considerados em sua perspectiva estática. 
b) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por 
exemplo, não significa necessariamente confisco. 
c) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica, pode 
ser confiscatório. 
d) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da 
progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação 
dos tributos. 
e) a identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da 
totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente. 
 
V) Não-confisco 
 CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: (...) 
 IV - utilizar tributo com efeito de confisco 
 O princípio do não-confisco visa limitar a tributação, de maneira que esta 
não seja insuportável para o contribuinte. 
 Segundo o STF, a identificação do efeito confiscatório deve ser feita em 
função da totalidade da carga tributária imposta por uma mesma 
entidade federativa, mediante verificação da capacidade de que dispõe o 
contribuinte para suportar a incidência de todos os tributos que ele deverá 
pagar, dentro de determinado período (ADIn 2.010-2/DF, Min. Celso de Mello) 
 Nessa linha, o confisco ficará caracterizado se a carga tributária afetar o 
patrimônio ou os rendimentos do contribuinte sem levar em consideração a 
razoabilidade e a proporcionalidade. 
 Vejamos uma importante decisão do STF sobre o efeito confiscatório: 
 “A caracterização do efeito confiscatório pressupõe a análise de 
dados concretos e de peculiaridades de cada operação ou situação, 
tomando-se em conta custos, carga tributária global, margens de lucro e 
condições pontuais do mercado e de conjuntura social e econômica. O isolado 
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aumento da alíquota do tributo é insuficiente para comprovar a 
absorção total ou demasiada do produto econômico da atividade 
privada, de modo a torná-la inviável ou excessivamente onerosa.” (RE 
448432 CE, Min. Joaquim Barbosa) 
 Apesar da proibição do art. 150 se referir a tributos, as multas também 
se submetem ao princípio do não-confisco, na medida em que não podem 
ser irrazoáveis ou desproporcionais, segundo o entendimento do STF. 
 Vejamos as duas decisões abaixo, uma sobre multa moratória e outra 
sobre multa de ofício. 
 “Conheço do Recurso e dou-lhe parcial provimento para julgar 
procedente o executivo fiscal, salvo quanto à multa moratória que, fixada 
em nada menos de 100% do imposto devido, assume feição 
confiscatória. Reduzo-a para 30%, base que reputo razoável para a 
reparação da impontualidade do contribuinte.” (STF, 2ª Turma, RE 
81.550/MG, rel. Min. Xavier de Albuquerque, mai/75) 
 
 “TRIBUTÁRIO. COFINS. PARCELAMENTO. JUROS. MULTA DE 80%. 
ALEGAÇÕES DE EFEITO CONFISCATÓRIO, USURA, E DESRESPEITO AOS 
PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA ISONOMIA. Alegações 
improcedentes, em face da legislação que rege a matéria, visto que as 
cominações impostas à contribuinte, por meio de lançamento de ofício, 
decorrem do fato de haver-se ela omitido na declaração e recolhimento 
tempestivos da contribuição (...)” (RE 241074 RS, Min. ILMAR GALVÃO, 
11/11/2002) 
Comentários: 
Letras A e C: Correto. Esse é um entendimento doutrinário, defendido por 
Aires F. Barreto (ISS na Constituição e na Lei. 3ª ed. Dialética, 2009, p. 21-
22). Segundo ele, os impostos sobre o patrimônio e a renda podem ser 
confiscatórios, quer na sua perspectiva estática (propriedade imobiliária), 
quer na sua perspectiva dinâmica (transmissão de propriedade imobiliária). 
Letra B: Correto. O caráter fiscal não deve ser analisado apenas com base na 
alíquota, mas dentro do contexto da situação. O IPI tem caráter extrafiscal, 
vale dizer, é utilizado para estimular ou desestimular uma conduta por parte 
do contribuinte. A alíquota de 150% não necessariamente é confiscatória. 
Vale citar, como exemplo, o caso dos cigarros, cuja alíquota do IPI pode 
ultrapassar 300%. 
Letra D: Correto. A progressividade é um instrumento de aplicação do 
princípio da capacidade contributiva e deve ser utilizada com razoabilidade e 
DIREITO TRIBUTÁRIO II EM EXERCÍCIOS

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