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UNIP - DIREITO TRIBUTARIO

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Autoras: Profa. Joseane Cauduro
 Profa. Camila Barreto Pinto Silva
Colaboradora: Profa. Divane Alves da Silva
 Profa. Elizabeth Alexandre Garcia
Direito Tributário
Professoras conteudistas: Joseane Cauduro / Camila Barreto Pinto Silva
Joseane Cauduro, gaúcha, é bacharel em Direito pela Universidade Paulista (Unip) e mestre em Direito 
Constitucional e Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Há vários anos leciona na Universidade 
Paulista algumas disciplinas, tais como: Direito Constitucional, Tributário, Trabalhista e Social. Participa, também, como 
grande colaboradora na elaboração de livros-textos, inclusive gravando as respectivas aulas na Unip Interativa. 
Camila Barreto Pinto Silva, professora titular da Universidade Paulista (UNIP), tem experiência na área de Direito, 
com ênfase em Direito Internacional Público e Privado, Direito Empresarial e Direito do Consumidor. Professora 
na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FAPAN), desenvolveu o Centro de Iniciação Científica (CIC). 
Doutora em Filosofia do Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2011), possui mestrado em Direito 
em Relações Sociais na subárea de Direito Comercial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003), 
especialização em Direito Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996) e graduação em Direito 
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1990). Leciona Instituições Judiciárias e Ética, História do Direito 
e Direitos Humanos, Filosofia do Direito, Psicologia Jurídica, Direito Internacional Privado, Direito e Globalização e 
Direito Empresarial.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C371d Cauduro, Joseane 
Direito tributário / Joseane Cauduro. – São Paulo, 2013.
136 p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-041/13, ISSN 1517-9230.
1. Direito. 2. Direito Tributário. 3. Competência tributária I. 
Título.
CDU 341.39
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Ana Luiza Fazzio
 Michel Kahan Apt
Sumário
Direito Tributário
APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7
INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 NOçÕES FUNDAMENTAIS SOBRE O SISTEMA JURÍDICO TRIBUTÁRIO ..........................................9
1.1 Finalidade do Estado e o Direito Tributário ............................................................................... 10
1.2 Direito Financeiro e Tributário ........................................................................................................ 10
1.3 Natureza jurídica do Direito Tributário ....................................................................................... 10
1.4 Direitos que se relacionam com o Direito Tributário ..............................................................11
1.5 Fontes do Direito Tributário ............................................................................................................. 13
1.5.1 Fontes formais primárias ..................................................................................................................... 13
1.5.2 Fontes formais secundárias ............................................................................................................... 17
1.6 Vigência, eficácia e aplicação da legislação tributária .......................................................... 19
1.6.1 Vigência das normas quanto ao tempo......................................................................................... 20
1.6.2 Vigência da norma quanto ao espaço ............................................................................................ 21
1.7 Aplicação da legislação tributária ................................................................................................. 21
1.8 Interpretação da legislação tributária ......................................................................................... 22
1.9 Integração da legislação tributária .............................................................................................. 23
1.10 Princípios – limitações ao poder de tributar .......................................................................... 24
1.10.1 Princípios – Definição ......................................................................................................................... 24
1.10.2 Princípios gerais com repercussão no âmbito tributário .................................................... 24
1.10.3 Princípios específicos do Direito Tributário ............................................................................... 25
2 COMPETêNCIA TRIBUTÁRIA ........................................................................................................................ 31
2.1 Diferença entre competência e capaciadade tributária ....................................................... 33
3 TRIBUTOS – NOçÕES BÁSICAS .................................................................................................................. 34
3.1 Imposto .................................................................................................................................................... 37
3.2 Taxas .......................................................................................................................................................... 41
3.3 Contribuição de melhoria ................................................................................................................. 43
3.4 Empréstimos compulsórios .............................................................................................................. 43
3.5 Contribuições especiais ...................................................................................................................... 44
4 O SURGIMENTO DA OBRIGAçãO TRIBUTÁRIA E O CRÉDITO TRIBUTÁRIO ............................... 48
4.1 Obrigação tributária ............................................................................................................................ 48
4.1.1 Definição .................................................................................................................................................... 48
4.1.2 Fato gerador .............................................................................................................................................. 49
4.1.3 Hipótese de incidência ......................................................................................................................... 50
4.1.4 Fato gerador e hipótese de incidência ...........................................................................................51
4.1.5 Base de cálculo ....................................................................................................................................... 51
4.1.6 Alíquota ...................................................................................................................................................... 51
4.1.7 Sujeito ativo .............................................................................................................................................. 51
4.1.8 Sujeito passivo ......................................................................................................................................... 51
4.2 Crédito tributário ................................................................................................................................. 54
4.2.1 Definição .................................................................................................................................................... 54
4.2.2 Constituição do crédito tributário .................................................................................................. 54
4.2.3 Notificação ................................................................................................................................................ 55
4.2.4 Modalidade de lançamento ................................................................................................................ 55
4.3 Causas suspensivas do crédito tributário ................................................................................... 56
4.3.1 Hipóteses de causas suspensivas do crédito tributário ........................................................... 56
4.4 Causas extintivas do crédito tributário ....................................................................................... 59
4.5 Exclusão do crédito tributário ......................................................................................................... 64
Unidade II
5 IMPOSTOS EM ESPÉCIE ..................................................................................................................................71
5.1 Impostos municipais ............................................................................................................................71
5.2 Impostos estaduais .............................................................................................................................. 81
5.3 Impostos federais ................................................................................................................................. 92
6 ADMINISTRAçãO TRIBUTÁRIA .................................................................................................................108
6.1 Fiscalização ...........................................................................................................................................109
6.2 Dívida ativa ........................................................................................................................................... 110
6.3 Certidões negativas ............................................................................................................................111
7 ILÍCITOS TRIBUTÁRIOS ..................................................................................................................................111
7.1 Ilícitos administrativos ..................................................................................................................... 112
7.2 Ilícitos penais – Crimes contra a Ordem Tributária – Lei nº 8.137/1990 ..................... 112
8 SANçãO ADMINISTRATIVA E SANçãO PENAL ................................................................................. 114
8.1 Extinção da punibilidade pelo pagamento .............................................................................. 114
7
APreSenTAção
Iremos trabalhar a disciplina Direito Tributário, disciplina interdisciplinar do curso de Ciências 
Contábeis. Esta tem por objetivo agregar ao aluno conceitos básicos do Direito Tributário, sua legislação 
pertinente e, sempre que possível, contextualizar a teoria transmitida por meio de casos práticos, no 
intuito de facilitar a compreensão do aluno. Acreditamos que o bacharel em Ciências Contábeis deve ter 
a mais ampla formação acadêmica em virtude de seu papel cada vez mais importante e ascendente na 
realidade econômica do nosso país. Por esse motivo, a importância de receber conhecimentos acerca do 
Direito Tributário, uma área financeira importantíssima para todas as sociedades empresariais, afinal, o 
desejo dos empresarios na atualidade é respeitar a lei, mas, na medida da legalidade, diminuir a carga 
tributária que é extremamente ostensiva. Assim, profissionais com conhecimentos tributários serão 
muito bem-vindos e muito bem remunerados no mercado de trabalho. Os tributaristas costumam dizer 
que eles próprios pagam seus salários por intermédio da economia que podem gerar para as empresas. 
Desejamos um bom estudo e que todo aprendizado seja de grande valia!
Convido você ao desafio de enfrentar as dificuldades e as maravilhas do Direito Tributário. Aceita?
InTroDução
Os ensinamentos aqui repassados visam a conceder ao aluno os parâmetros necessários à 
compreensão dessa vertente do Direito Público. Demonstraremos a importância do Direito Tributário 
em nosso cotidiano, uma vez que ele está presente em todas as atividades que realizamos, como na 
compra de leite, na venda de um automóvel etc.
O Direito Tributário é um complexo de leis e normas que se relacionam direta e indiretamente com 
outros ramos do direito, seja por meio de sua legislação ou da relação que provoca entre os contribuintes 
e o governo público.
Observe que estamos diante de um ramo do Direito que visa à arrecadação financeira para a 
manutenção das atividades governamentais, motivo pelo qual, em inúmeras situações, deparamo-nos 
com emaranhados legais e ainda com a ganha tributária dos entes governantes, estes na ordem nacional, 
estadual ou municipal.
Nessa seara, temos por interesse trazer ao conhecimento os conceitos básicos do Direito Tributário, 
a classificação dos tributos, a competência que cada órgão governante tem para tributar e quais são os 
instrumentos legislativos corretos para a regulamentação do Direito Tributário.
Vamos abordar ainda o conceito e a regulamentação da obrigação tributária, em que momento o 
crédito é gerado, qual a forma e como a administração tributária é realizada.
Conforme mencionado, estamos diante de um ramo do Direito de tamanha complexidade que não 
temos a pretensão, neste livro, de esgotar todas as possibilidades e discussões que se formam em volta 
desse tema.
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Direito tributário
Unidade I
1 noçÕeS FunDAMenTAIS SoBre o SISTeMA JurÍDICo TrIBuTÁrIo
Você deve estar pensando: em que consiste o sistema jurídico tributário?
Em primeiro lugar, faz-se necessário conceituar o que é sistema.
Sistema é a reunião ordenada de várias partes que formam um todo, de tal sorte que elas se 
sustentem mutuamente, e as últimas se explicam pelas primeiras.
Sistema jurídico tributário é uma unidade do direito. Essa unidade consiste no conjunto de 
normas hierarquizadas, formado por princípios e regras que têm por fim cuidar direta e indiretamente 
da instituição, arrecadação e fiscalização de tributos.
Podemos classificar os sistemas tributários em rígidos e flexíveis, dependendo de a partilha 
tributária ser exaustiva ou não.
O sistema é rígido quando a Constituição Federal (CF) relacionar todos os tributos e, 
respectivamente, a pessoa jurídica política que poderá, dentro de sua competência privativa, 
instituir e exigi-los dos respectivos contribuintes. Este é o caso do sistema jurídico tributário 
brasileiro, ou seja, a CF determina quais são os tributos que cada pessoa política poderá instituir 
e exigir. Exemplo: IPTU – imposto municipal.O sistema jurídico flexível consiste naquele em que não há vedações no exercício das competências 
tributárias, ressalvadas algumas exceções previstas nas constituições. Por esse, é possível haver cobrança 
de um mesmo tributo por mais de um Estado, exigíveis dos mesmos contribuintes. Exemplo: Estados 
Unidos e Itália. Além do aspecto de relacionar quais impostos poderão ser criados e cobrados, e por 
quem, os sistemas jurídicos rígidos também impõem princípios que limitam o poder de tributar. Exemplo: 
princípio da anterioridade.
Outra característica do sistema tributário brasileiro é que ele é uno e complexo:
• Uno – porque se insere dentro de um único sistema jurídico, universal, cujos ramos do direito, por 
mais variados que sejam, entrelaçam-se por uma única coluna vertebral, ou seja, a Constituição 
Federal.
• Complexo – pela infinidade de princípios, regras e normas de caráter geral e específico, que 
necessitam ser bem estudados e compreendidos para serem corretamente aplicados aos casos 
concretos.
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1.1 Finalidade do estado e o Direito Tributário
O Estado é uma nação politicamente organizada, e é formado por quatro elementos essenciais: 
povo, território, soberania e fim teleológico.
Mas qual seria a finalidade do Estado? O fim do Estado é buscar o bem comum para toda a sociedade. 
Isso significa dizer que cabe ao Estado financiar a educação, a saúde, a cultura, o lazer etc. Para tanto, 
há necessidade de este gerar receitas públicas. Temos duas espécies, que são:
• Receita pública originária: é aquela proveniente do patrimônio do Estado, ou seja, gerada pela 
utilização dos bens que o Estado possui. Exemplos: aluguéis, empréstimos, doações pura e simples, 
prescrições aquisitivas etc.
• Receita pública derivada: é aquela decorrente da imposição do tributo. São prestações 
patrimoniais impostas aos cidadãos; receitas que provêm dos contribuintes. Exemplos: tributos, 
multas, confisco.
1.2 Direito Financeiro e Tributário
O Direito Tributário é parte do Direito Financeiro e este consiste no conjunto de princípios e normas 
que rege a arrecadação, a gestão patrimonial e os dispêndios efetuados pelo Estado no desempenho de 
suas funções. O seu conteúdo abrange as normas do Direito Tributário, orçamentário, crédito público, 
contabilidade pública etc.
Sendo parte do primeiro, o Direito Tributário estuda as relações jurídicas entre o Estado (fisco) e 
os particulares (contribuintes), no que concerne ao âmbito da instituição, arrecadação, fiscalização e 
extinção do tributo.
1.3 natureza jurídica do Direito Tributário
O Direito Público regula a atividade do Estado (em si mesmo, em suas relações com particulares, em 
suas relações com outros Estados estrangeiros).
O direito privado regula as relações jurídicas entre os particulares entre si, entendendo-se como 
particulares, pessoas físicas, pessoas jurídicas de direito privado e o próprio Estado, quando se relaciona 
com os particulares em posição de igualdade, em uma relação de coordenação e não de subordinação 
(exemplo: compra e venda de imóvel).
Dito isso, podemos afirmar com veemência que o Direito Tributário faz parte do ramo do Direito 
Público, uma vez que se trata de normas que regulam a relação do Estado com os particulares, havendo 
claramente uma relação de subordinação dos contribuintes frente ao poder do fisco.
Você imagina um funcionário público municipal chegar a sua casa e oferecer uma negociação de 
pagamento do IPTU? Isso não se verifica na prática, porque os entes políticos não buscam negociação. 
A relação tributária entre o fisco e o particular é marcada pela superioridade do fisco.
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1.4 Direitos que se relacionam com o Direito Tributário
Você sabe quais os ramos do Direito que se relacionam com o Direito Tributário? São eles:
• Direito constitucional: este é o mais importante dos direitos, uma vez que condiciona todos os 
demais, conferindo-lhes a estrutura.
• Direito civil: fornece normas que auxiliam o entendimento do Direito Tributário, como a figura do 
enriquecimento sem causa.
• Direito judiciário: aqui na presença de litígios de Direito Tributário na justiça.
• Direito penal: oferece conceitos e institutos sobre penalidades, como contrabando, descaminho, 
crime de apropriação indébita etc.
A CF destina um capítulo inteiro ao Direito Tributário – arts. 145/1621, e ainda impõe diversos 
princípios a ele aplicáveis.
 Saiba mais
Sobre o tema, leia o seguinte texto:
ARAUJO, S. M. L. de. A ética na relação jurídica tributária: a questão 
da transparência fiscal como instrumento de orientação aos contribuintes. 
In: Anais do XXI Encontro Nacional do Conpedi. Florianópolis: Fundação 
Boiteux, 2012. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/
publicacao/?evento=37#DIREITO%20TRIBUT%C3%81RIO>. 
Exemplo de aplicação
Conforme os conceitos estudados até aqui, analise e responda às questões a seguir:
1) Por que se diz que nosso sistema jurídico tributário é rígido quanto aos impostos?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
1 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 4 mai. 
2012.
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2) De onde provém a maior parte da receita do Estado?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
3) De qual ramo do direito o Direito Tributário faz parte? Justifique.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
4) Qual a diferença entre Direito Financeiro e Direito Tributário?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Respostas
1) O sistema jurídico tributário é rígido em face das disposições constitucionais acerca dos tributos 
que poderão ser instituídos; da competência tributária, que é clara com relação a quem pode 
instituir tais tributos; e, por fim, a CF ainda limita o poder de o fisco tributar quando estabelece 
os princípios que deverão ser respeitados pelos entes políticos.
2) A maior parte da receita pública do Estado provém das receitas derivadas, que são aquelas 
provenientes da imposição tributária.
3) O Direito Tributário faz parte do Direito Público. Isso se deve pela relação jurídica que se estabelece 
entre Estado e particular, ou seja, o Estado encontra-se num patamar muito superior ao do 
particular. As normas são imperativas. 
4) O Direito Financeiro é mais amplo que o DireitoTributário, inclusive o Tributário faz parte do 
Financeiro. O Direito Financeiro cuida de toda atividade do Estado, enquanto o Tributário cuida 
apenas da parte da arrecadação de receitas.
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1.5 Fontes do Direito Tributário
Você deve estar se perguntando: o que são fontes? As fontes são as origens de um determinado 
sistema jurídico. No caso do Direito Tributário, as fontes podem se dividir em materiais e formais.
a) Fontes materiais exprimem situações ou fatos tributários que inspiram o legislador a regulamentar. 
Exemplos: a renda, a transmissão da propriedade, os serviços etc.
Para as fontes materiais surtirem efeito no Direito Tributário, há a necessidade de tomarem forma. 
Esse trabalho cabe ao Poder Legislativo, ou seja, cabe ao Legislativo discutir e aprovar leis a fim de 
regulamentar nosso Direito Tributário. 
b) Fontes formais são as regras jurídicas, as quais são dotadas de forma. Podem ser primárias ou 
secundárias.
1.5.1 Fontes formais primárias
Estão contidas no art. 59 da Constituição Federal. São elas:
• CF/1988.
• Emendas à CF.
• Leis Complementares.
• Leis Ordinárias.
• Leis Delegadas.
• Medidas Provisórias.
• Decretos Legislativos.
• Resoluções.
Considerando a importância de cada uma delas, vamos conhecê-las:
— Constituição Federal
A CF pode ser considerada o esqueleto de todo o sistema jurídico brasileiro. É ela que dá sustentação 
ao corpo. Imagine que a coluna vertebral seria a CF e as vértebras seriam as divisões do direito – entre 
elas estaria inclusive o Direito Tributário.
A CF é a maior fonte formal do Direito Tributário e dedica a esse ramo: 
- os princípios gerais: arts. 145/149;
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- os princípios específicos que limitam o poder de tributar: arts. 150/152;
- as competências tributárias: art. 145, I, II e III; 147, 148, 153, 154, 149 c/c 195, I, II, III, § 4º etc.;
- a repartição das receitas tributárias: arts. 157/162.
— Emendas à Constituição
Tais atos normativos modificam ou emendam a atual constituição e, portanto, 
são consideradas normas constitucionais em sentido formal, situadas em patamar 
hierárquico superior às Leis Complementares, mas inferior à CF originária em face 
do exame de sua constitucionalidade. Após passarem por esse exame, integram-se 
à CF e passam a ocupar o mesmo grau hierárquico (REGIANI, 2009).
— Lei Complementar
A LC integra a eficácia da norma constitucional. Isso quer dizer que ela irá complementar preceitos 
básicos constitucionais, uma vez que estes, sem a complementação, carecem de aplicação.
Dentro da Constituição existem normas de eficácia limitada, ou seja, estas têm aplicabilidade mediata, 
o que significa dizer que somente incidem sobre os interesses que regulam após uma normatividade 
ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade; são aquelas que dependem de complementação do 
legislador infraconstitucional para se tornarem exigíveis.
A própria CF determina a matéria que cabe à LC, vejamos o art. 146:
Art. 146: Cabe à Lei Complementar2:
I. dispor sobre conflitos de competências em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II. regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III. estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases 
de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. 
2 Disponível em: <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_04.02.2010/art_146_.shtm>. Acesso 
em: 14 mai. 2012.
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Direito tributário
Atualmente, na esfera tributária, entre as situações já mencionadas, a Lei Complementar é obrigatória 
nos seguintes temas:
- instituição de empréstimos compulsórios: art. 148, CF;
- criação de impostos residuais: art. 154, I, CF.
Mas você deve estar se perguntando: qual o precedimento para se aprovar uma LC? A LC, para 
ser aprovada, exige um quórum qualificado (votação específica). De acordo com o art. 69, CF, para ser 
aprovada uma lei complementar será necessária uma votação de maioria absoluta, o que significa que 
50% + 1 da totalidade dos integrantes das duas casas legislativas deverão concordar com o texto de lei 
e votar favoravelmente a sua aprovação.
— Lei Ordinária
Todas as demais matérias, que não as citadas anteriormente, serão de competência da Lei Ordinária 
regulamentar.
A Lei Ordinária é elaborada pelos Poderes Legislativos das unidades políticas (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios) de conformidade com a competência material outorgada pelo Constituinte.
São as LOs que instituem os tributos (existem exceções em que a LC institui, por exemplo, caso dos 
empréstimos compulsórios).
E como são aprovadas as LOs? Sua aprovação exige maioria simples, ou seja, necessita de uma 
votação de 50% +1 dos votos dos presentes na sessão ordinária legislativa.
―— Leis Delegadas
São elaboradas pelo Presidente da República, o qual deverá solicitar a delegação ao Congresso 
Nacional.
No Direito Tributário, a LD não é considerada fonte, pois não são objetos de delegação os atos de 
competência exclusiva do Congresso Nacional e matéria reservada à LC – art. 68, § 1º, CF.
— Decreto Legislativo – art. 49, I, CF 
Os tratados, as convenções e os atos internacionais, firmados pelo Presidente da República, 
devem ser submetidos à apreciação do Congresso Nacional, o qual se pronunciará mediante 
decreto legislativo.
Também é por meio de decreto legislativo que o Congresso Nacional dispõe sobre os efeitos da 
medida provisória rejeitada, quando de sua vigência temporária.
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Procedimento legislativo: a matéria deve ser discutida e aprovada nas duas casas, e caberá ao 
presidente do Senado promulgar o decreto legislativo se aprovado.
— Medida Provisória
Prevista no art. 62 da CF: 
Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
Medidas Provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional.
Esse texto foi adotado após a Emenda Constitucional 32/2001 – anteriormente, as MPs 
tinham validade de 30 dias, podendo ser prorrogadas inúmeras vezes, o que acarretava sua 
eterna manutenção, sem a aprovação do Congresso Nacional. Essa é a razão de a antiga CPMF 
ter sido prorrogada inúmeras vezes por meio de Medida Provisória. Hoje essa atitude seria 
impossível.
Atualmente, a MP tem validade a partir da publicação, devendo ser convertida em lei no prazo 
máximo de 120 dias, caso contrário perde sua validade.
 Lembrete
Esse prazo fica suspenso durante os recessos parlamentares.
Pergunta-se: é possível instituir ou majorar impostos por meio de Medida Provisória?
Infelizmente, a resposta é sim, e o fundamento legal encontra-se no parágrafo 2º do art. 62, da CF. 
Vejamos:
Medida Provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto 
II, IE, IPI, IOF, impostos extraordinários por motivo de guerra – só produzirá 
efeitos no exercício financeiro seguinte, isto se houver sido convertida em 
lei até o último dia do ano em que foi editada.
Isso significa que é possível que o Presidente da República majore, por exemplo, o Imposto de 
Importação por meio de MP, publique-a e no dia seguinte esteja refletindo seus efeitos no mundo 
jurídico.
Vimos no parágrafo anterior uma alusão ao princípio da anterioridade genérica, o qual iremos 
comentar nos próximos itens.
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 observação
MP não pode tratar de matérias de competência de LC.
A MP é comparada à LO, e é por isso que pode instituir impostos, desde que haja relevância e urgência.
 Lembrete
O STF entende que os requisitos de relevância e urgência para edição de 
MP são de apreciação discricionária do Poder Executivo, salvo em casos de 
excesso de poder, que o Judiciário poderá examinar. 
— Resoluções
As resoluções que importam ao Direito Tributário são as do Senado Federal, uma vez que tratam das 
alíquotas mínimas e máximas de determinados impostos. O Senado Federal também poderá, mediante 
resoluções, estabelecer as alíquotas interestaduais do ICMS e de exportação de mercadorias para o 
exterior.
Art. 155, § 2º, V, CF: “Quórum de aprovação: Para aprovação de resoluções exige-se maioria absoluta 
dos membros do Senado”.
1.5.2 Fontes formais secundárias 
São de menor importância, visto que têm a função de viabilizar os comandos das fontes primárias.
Mas quais seriam as fontes formais secundárias? São elas:
• Decretos e regulamentos – expedidos pelo chefe do Executivo (Presidente, Governador e 
Prefeito) para fiel execução das leis – art. 84, IV, CF. 
Visam regulamentar as disposições contidas na lei.
Excepcionalmente, a Constituição confere ao Poder Executivo poderes para alterar alíquotas dos 
impostos (II, IE, IOF, IPI); porém, a lei deve prever.
• Instruções Ministeriais: art. 87, II, CF – são atos normativos expedidos pelos ministérios relativos 
à matéria que lhes cabe. O fim destas é garantir a execução das leis.
• Circulares, ordens de serviço e outros: são emitidos pelos chefes de departamento, mesma 
finalidade.
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• Normas complementares: art. 100, CTN – são aquelas, por exemplo, expedidas pelos departamentos 
administrativos dos poderes públicos. Têm por finalidade estabelecer entendimentos ou 
procedimentos acerca de matéria tributária.
 Saiba mais
Sobre o tema, leia o seguinte texto:
NOVAES, P. L. P. A Lei complementar e sua aplicabilidade no sistema 
tributário constitucional brasileiro. In: Anais do XVIII Encontro Nacional do 
Conpedi. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009. Disponível em: <http://
www.conpedi.org.br/anais/36/09_1422.pdf>.
Exemplo de aplicação
Conforme os conceitos estudados até aqui, analise e responda às questões a seguir:
1) Qual matéria deverá ser tratada por Lei Complementar?
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2) Qual matéria deverá ser tratada por Lei Ordinária?
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3) Qual o quórum de aprovação da Lei Complementar e da Lei Ordinária?
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4) É possível alterar as alíquotas dos Impostos de Importação e de Exportação por meio de decreto?
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Respostas
1) A Lei Complementar é um ato normativo que tem por função específica complementar normas 
de eficácia limitada da Constituição Federal, pois esta é posterior à regulamentação, elas carecem 
de aplicação. Ainda, o artigo 146, da CF, estabelece as matérias que deverão ser tratadas por meio 
de LC.
 observação
Quando for necessário regulamentar uma matéria por intermédio de 
LC, a Constituição faz tal exigência expressamente. Se ela nada determinar, 
será o caso de lei ordinária.
2) Todas as demais matérias que não de competência da Lei Complementar deverão ser tratadas por 
Lei Ordinária. A Lei Ordinária é a regra, sendo a Lei Complementar a exceção.
3) Para aprovar Lei Complementar, exige-se um quórum de maioria absoluta, ou seja, 50% + 
1 do total dos membros do Congresso Nacional. Para aprovar a Lei Ordinária, exige-se um 
quórum de maioria simples, ou seja, 50% + 1 dos presentes em sessão ordinária do Congresso 
Nacional.
4) A regra geral é que somente a lei pode alterar os tributos, inclusive com relação às alíquotas; 
porém, no caso dos Impostos de Importação e de Exportação, será possível alterar as alíquotas 
mediante decreto, que é ato exclusivo do Poder Executivo, uma vez que esses impostos têm 
finalidade de regular o câmbio, assim precisam ser alterados com maior facilidade.
1.6 Vigência, eficácia e aplicação da legislação tributária
Você deve estar se perguntando: o que são vigência, eficácia e aplicação da legislação tributária?
Vigência é termo jurídico que expressa a existência da lei tributária. Com a publicação, fixa-se a 
existência da lei e identifica-se sua vigência.
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Eficácia da lei é a capacidade de irradiar efeitos jurídicos. Com a eficácia, ela reúne condições de 
ser aplicada aos casos práticos.
Aplicação da lei significa que a eficácia, que no primeiro instante surge com sua potencialidade 
contida, passa a irradiar seus efeitos jurídicos, em virtude da superveniência de um fato tributário, 
gerador da obrigação principal ou acessória.
Exemplo de aplicação
Analise as questões práticas a seguir:
Vamos trabalhar alguns exemplos?
Caso 1: a Lei X, publicada em 8/12/98, diz que quem auferir renda deverá pagar Y% de imposto 
de renda; nesse caso, Pedro não auferiu renda. Pergunta-se: quando se inicia a vigência e a eficácia da 
norma? E essa nova disposição, será aplicada ao caso concreto?
• a Lei era vigente (existia) em 8/12/98, com a publicação;
• a eficácia depende da aplicação do princípio da anterioridade genérica – só terá eficácia em 1/1/99;
• a nova Lei não é aplicável a Pedro, porque este não realizou o fato gerador descrito na norma “auferir renda”.
Caso 2: a Lei Z, publicada em 3/4/99, aumenta a alíquota do IPI. Esta diz que a Lei entra em vigor 
na data de sua publicação. Pergunta-se: quando se inicia a vigência e a eficácia da norma? E essa nova 
disposição, será aplicada ao caso concreto?
• a Lei era vigente a partir de 3/4/99;
• é eficaz após 90 dias da data da publicação, em respeito ao princípio da anterioridade nonagesinal;
• será aplicável sempre que ocorrer o fato gerador do IPI – de acordo com o art. 46, CTN, são 
fatos geradores do IPI: o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; a sua 
saída de estabelecimentos indústriais; na sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e 
levado a leilão.
1.6.1 Vigência das normas quanto ao tempo
A partir de quando a lei entra em vigor?
Com relação à entradaem vigor de norma tributária, temos as seguintes opções:
• a própria lei pode apontar a data em que entra em vigor;
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• a lei pode determinar que entra em vigor a partir da publicação;
• se nada falar, entende-se que entra em vigor 45 dias após sua publicação – vacatio legis;
• no exterior (embaixadas, aeronaves, embarcações), entra em vigor três meses após sua publicação.
Agora vamos ver outras particularidades do art. 2º, LINDB:
• a vigência de uma lei pode ser temporária, se houver previsão na própria lei;
• se a lei não tiver disposição que tem vigência temporária, estará em vigor até que outra a revogue 
ou modifique;
• lei posterior revoga lei anterior, quando:
— expressamente a declare;
— seja com ela incompatível;
— regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
1.6.2 Vigência da norma quanto ao espaço
Pense: onde a lei tributária será aplicada?
Art. 1o, LICC: “Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo país (território nacional)”.
 Lembrete
Vale para todos aqueles que estão em território nacional, sejam 
brasileiros ou estrangeiros.
Art. 1º, § 1º: Nos estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 
três meses depois de oficialmente publicada.
 observação
Abre a possibilidade de entrar em vigor também no estrangeiro.
1.7 Aplicação da legislação tributária
Vamos nos dedicar a saber quando se daria a aplicação da legislação tributária.
Art. 105, CTN: “A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa”. 
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Regra geral: as leis dispõem para o futuro; regulam fatos que irão ocorrer.
Agora, com relação aos fatos geradores já ocorridos, deve-se aplicar a legislação da época. Os 
ocorridos anteriores à vigência da lei nova regem-se não por ela mas pela lei vigente ao tempo em que 
tais fatos geradores foram praticados.
E quanto aos fatos pendentes? Quando a lei cita os fatos pendentes, está se referindo às questões 
judiciais que pendem de decisão final. Se for o caso, será possível aplicar a legislação nova, desde que 
em benefício do réu.
1.8 Interpretação da legislação tributária
Interpretar uma lei é buscar seu verdadeiro sentido, conhecer qual era a intenção do legislador ao 
escrever aquele texto.
Vários são os métodos de interpretação que são aplicados de forma regular a todas as áreas do 
direito. São eles:
a) Gramatical ou literal: interpretação literal da norma (sentido etimológico e a gramática).
O art. 111, do Código Tributário Nacional, determina: interpreta-se literalmente a legislação tributária 
que disponha sobre:
I. suspensão ou exclusão de crédito tributário;
II. outorga de isenção;
III. dispensa do cumprimento de obrigação tributária acessória.
Ou seja, sempre que a lei estiver prevendo uma desoneração do contribuinte, esta deverá ser 
interpretada literalmente, nada além disso.
b) Lógica/sistemática: interpretar um texto legal em coerência com todo ordenamento jurídico, 
não de forma isolada.
c) Histórico: leva em consideração as circunstâncias ocasionais da época em que a lei foi elaborada.
Exemplo: a imunidade de impostos conferida ao papel destinado à impressão de livros também 
deve ser concedida aos CDs que servem para o mesmo fim. Na época, o legislador constituinte 
não tinha condições de prever o incremento dessa tecnologia, mas hoje não teria cabimento não 
conceder igual isenção, visto que ambos os materiais têm a mesma finalidade.
d) Teleológica: leva em consideração os fins que a lei queira atingir. Na época da interpretação, deve 
ser considerado o fim que a norma pretendia.
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No Direito Tributário, existem regras específicas acerca de como interpretar textos de lei. Vejamos:
• art. 111 – interpretação literal (já comentada);
• art. 112 – interpretação mais favorável, em caso de dúvida, ao sujeito passivo/acusado.
1.9 Integração da legislação tributária 
Vamos partir agora para a integração da legislação tributária. O que vem a ser integração?
Integrar tem o sentido de completar. O intérprete fica autorizado a suprir lacunas por meio da 
utilização de técnicas jurídicas.
Art. 4º, LICC: Quando a lei for omissa o juiz decidirá de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais do direito. 
Art. 108, CTN: Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada:
I. a analogia;
II. os princípios gerais do Direito Tributário;
III. os princípios gerais do Direito Público;
IV. a equidade.
Mas qual o significado e em que consistem a analogia, os princípios gerais do Direito Tributário e os 
princípios gerais do Direito Público e da equidade?
Analogia: significa aplicar o entendimento dado a um determinado caso anteriormente julgado, 
desde que este seja semelhante ao caso em tela. A analogia somente será utilizada se não houver 
disposição legal expressa para solucionar esse conflito judicial.
Princípios do Direito Tributário: legalidade, igualdade, capacidade contributiva, imunidade, 
proibição do confisco e da bitributação, da segurança jurídica etc.
Princípios gerais do Direito Público: outros princípios gerais de todas as áreas do Direito Público. 
Exemplo: impessoalidade, moralidade, eficiência, publicidade, irretroatividade das leis, entre outros.
Equidade: critério de justiça. A equidade não pode ser utilizada para dispensa de pagamento de 
tributo devido. Somente será utilizada em último caso, e desde que a lei permita julgar baseado em 
critérios de equidade.
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1.10 Princípios – limitações ao poder de tributar
Os princípios, juntamente com as competências tributárias, limitam o poder de tributar dos 
entes políticos na medida em que apontam como deve ser exercida a competência tributária. 
Pense: primeiramente, o que são princípios? E quais seriam os princípios que limitam o poder de 
tributar?
1.10.1 Princípios – Definição
Sentido etimológico – vem do latim principium, significa começo, origem. Cientificamente, significa 
que são os alicerces sobre os quais se constroem um sistema, o que conduz à conclusão de que uma 
ofensa a um princípio representa uma agressão ao próprio sistema.
Podemos dizer que os princípios jurídicos são normas de maior hierarquia, autênticas sobrenormas 
que orientam a interpretação e a aplicação das demais, sinalizando seu alcance e sentido.
1.10.2 Princípios gerais com repercussão no âmbito tributário 
Vamos ver agora os princípios específicos do Direito Tributário.
a) Princípio da isonomia
A CF preceitua este no art. 5º, caput, que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza.
A igualdade pode ser entendida em dupla acepção.
Sentido material: significa o desejável tratamento equânime de todos os homens, proporcionando-lhes 
idêntico acesso aos bens da vida. Esta jamais foi alcançada.
Sentido formal: significa que todos são iguais perante a lei. Porém, esse princípio permite tratar os 
iguais igualmente e os desiguais desigualmente.
O princípio da igualdade autoriza o estabelecimento de discriminações, por meio das quais se 
viabiliza seu atendimento, em busca da realização da justiça.
b) Princípio republicano 
O art. 1º, CF, proclama ser o Brasil uma República. República é forma de governo, fundada na 
igualdade formal das pessoas. 
Esse princípio se apoia nas ideias de certeza e igualdade e também evoca o respeito à capacidade 
contributiva dos cidadãos, diretriz moduladorada exigência de impostos.
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c) Princípio federativo
Expresso no art. 1º, da CF: “a República Federativa do Brasil [...]”; neste, temos a seguinte ideia: 
vivemos numa federação. Federação é forma de Estado, que significa dizer como será o poder distribuído 
num mesmo território. 
Daí dizer que o legislador constituinte optou pela forma de federação. Dessa forma, todos os entes 
políticos (U-E-DF-M) têm autonomia para criar suas leis, escolher seus representantes.
Podemos usar esse princípio no Direito Tributário, uma vez que ele garante uma isonomia entre 
os entes politicos; assim todos terão suas competências tributárias estabelecidas, evitando uma 
guerra fiscal.
d) Supremacia do interesse público sobre o privado 
Este predica que a atuação do Estado somente pode voltar-se ao alcance de resultados de interesse 
público, e, na hipótese de eventual conflito entre interesse coletivo e interesse particular, a prevalência 
será sempre do interesse coletivo.
Na seara tributária, a supremacia do interesse público sobre o particular pode ser traduzida, 
singelamente, na convivência harmônica entre a adequada realização da arrecadação fiscal e o respeito 
aos direitos dos contribuintes.
1.10.3 Princípios específicos do Direito Tributário
Você já pensou em que consiste a capacidade econômica do contribuinte? Quem será que tem 
capacidade econômica para contribuir?
a) Capacidade econômica – art. 145, § 1º, CF
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte […].
Os tributos devem respeitar a capacidade econômico-financeira do contribuinte. Embora o dispositivo 
constitucional se refira apenas a impostos, a doutrina e a jurisprudência o interpretam de forma mais 
ampla, abrangendo todos os tributos. 
O mesmo dispositivo utiliza o termo se possível, que é interpretado da seguinte forma: os chamados 
impostos reais que incidem sobre o patrimônio não devem utilizar esse princípio cuja aplicação não seja 
adequada.
Exemplo: as alíquotas aplicadas no pagamento do Imposto de Renda – IR (quem ganha mais paga 
mais, e quem ganha menos paga menos); o pagamento diferenciado para o pagamento de taxa de água 
– paga mais quem consome mais.
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O conceito de capacidade contributiva pode ser definido como a aptidão da pessoa colocada na 
posição de destinatário legal tributário, para suportar carga tributária, numa obrigação cujo objeto é o 
pagamento de imposto, sem perecimento da riqueza lastreadora da tributação.
b) Princípio da legalidade tributária – art. 150, I, CF; art. 97, CTN: 
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
A instituição ou majoração dos tributos exige lei em sentido formal. 
Acresce-se que, no parágrafo 6º, fica reforçada a ideia de legalidade, estatuindo a exigência de lei específica.
§ 6º: qualquer subsídio ou isenção, redução da base de cálculo, concessão 
de crédito presumido [...] relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 
poderá ser concedido mediante lei federal, estadual ou municipal, que 
regule exclusivamente as matérias [...].
Da mesma forma, em regra, a majoração das alíquotas. Todavia, quanto às alíquotas, existem as 
seguintes exceções, isto é, podem ser majoradas por ato do chefe do Poder Executivo: II, IE, IPI, IOF 
e Cide sobre a importação de petróleo, álcool e gás, sendo que, nesse último caso, pode-se reduzir e 
reestabelecer a alíquota por meio de decreto.
Acredita-se que não se trata de exceção, mas sim de mitigação do princípio em homenagem à noção 
de praticidade. Mas qual a finalidade dessas majorações?
Sabemos que tais impostos têm finalidade extrafiscal, ou seja, têm potencialidade para regular o 
comércio exterior, a indústria nacional e o mercado financeiro. Desse modo, demandam agilidade na 
modificação da intensidade de sua imposição, que estaria comprometida caso obrigatória a edição de 
lei para viabilizá-la.
Você já se perguntou como se dá a instituição ou majoração de um imposto? Para que haja a 
instituição ou majoração de um imposto, deve haver ato do Legislativo – normalmente, por meio de LO 
ou LC, mas pode ocorrer por MP e decreto, dependendo da urgência e interesse público relevante.
c) Princípio da isonomia ou igualdade tributária – Art. 150, II, CF: 
É vedado:
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situações equivalentes, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
profissional ou função […].
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Devem-se tratar igualmente os contribuintes que estão em situação equivalente, independentemente 
de sua profissão ou função. Por exemplo, todos os empregados que recebem mensalmente até R$ 
1.499,00 de salário estão isentos de pagar Imposto de Renda; agora os que recebem R$ 2.000,00 por 
mês deverão recolher na fonte uma alíquota de 7,5% sobre seu salário.
d) Princípio da irretroatividade – art. 150, III-A, CF; art. 105, CTN: 
É vedado cobrar tributos: “em relação a fatos geradores ocorridos antes da 
vigência da lei que os houver instituído ou majorado [...]”.
Significa dizer que não se aplica lei nova a fatos geradores pretéritos. A lei é editada para regular 
situações futuras. Mas você já se perguntou se existe exceção a essa regra? A resposta ao seu 
questionamento é a seguinte: sim, existe.
Exceções: art. 106, CTN – a lei retroagirá para fins de:
• interpretação;
• extinguir ou reduzir a penalidade de situações jurídicas pendentes de decisão judicial definitiva.
e) Princípio da anterioridade genérica – art. 150, III-B, CF:
É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou.
Em regra, tributo instituído ou majorado não pode ser exigido no mesmo exercício financeiro (ano civil) 
em que foi publicada a lei. Isso quer dizer que a lei que institui ou majora determinado imposto deve ser 
publicada num exercício financeiro e somente passará a ter eficácia no próximo exercício financeiro.
Novamente, pergunte-se: existe exceção a essa regra? Sim, existe.
Exceções: IPI, IOF, II, IE – art. 153, I, II, IV, V; Impostos Extraordinários – art. 148, I e 154, II.
f) Princípio da anterioridade nonagesinal – art. 150, III-C, CF:
É vedado cobrar tributos antes de decorrido 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea “b”;
Deve ser aplicada de forma conjunta com a anterioridade genérica e veda a cobrança de tributo 
criado ou majorado antes de transcorrido os 90 dias da publicação da lei. E quais seriam as exceções à 
anterioridade nonagesinal?
Exceção à anterioridade nonagesinal: todos os já citados, excluindo o IPI e incluindo o IR e a base de 
cálculo do IPTU e do IPVA.
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As duas modalidades de anterioridade se entrecruzam, ampliando a proteção aos contribuintes. Quer dizer 
que, no mínimo, o contribuinte terá 90 dias para se preparar para nova exação, podendo o prazo ser bem maior, 
caso a lei veiculadora da nova exigência fiscal seja publicada no início do exercício financeiro (EC 42/2003).
g) Princípio do não confisco – art. 150, IV, CF: 
É vedado utilizar tributo com efeito de confisco.
Você deve estar se perguntando: qual o fim desse princípio? Ele visa a concretizar o direito de 
propriedade, pois a cobrança dos tributos não pode infringir esse direito fundamental.
O confisco é a absorção total ou substancial da propriedade privada pelo Poder Públicosem a 
correspondente indenização. Em nosso ordenamento jurídico, diante da grande proteção conferida 
ao direito de propriedade3, o confisco é medida de caráter sancionatório, sendo admitida apenas 
excepcionalmente. Exemplo: confisco de glebas de terras utilizadas em culturas de substâncias ilegais. 
Pense. Será que já houve manifestação do Poder Judiciário a respeito de referido princípio? STF – 
tem declarado inconstitucional penas elevadas, pois entende que ofendem o princípio do não confisco.
ADI-MC 1.075-DF – tributação confiscatória – multa de 300% – inconstitucionalidade.
RE 239.964-4-RS – IPI – multa moratória de 20% – razoabilidade.
Mas pode o Poder Judiciário reduzir multa administrativa-tributária com fundamento nesse princípio? 
Embora multa não tenha natureza jurídica de tributo, a jurisprudência tem aceitado a redução 
com fundamento no direito de propriedade e de livre iniciativa. Uma multa abusiva pode inviabilizar a 
empresa, e há pelo menos um precedente do STF nesse sentido, que se trata de uma lei do ICMS do RJ 
que prevê multa de 300% em uma determinada situação.
h) Princípio da não cumulatividade: 
Esse princípio é aplicado ao IPI – art. 153, § 3º, II; ao ICMS – art. 155, § 2º, I; e também à Cofins – art. 195, § 12, CF.
Deve-se compensar o que for devido em cada operação com o que foi pago nas etapas anteriores da 
produção. A cobrança se efetiva por meio de um sistema de créditos e débitos, nos quais a entrada do 
produto gera um crédito e a saída econômica, isto é, a venda, gera um débito. Após determinado período 
previsto em lei, temos a apuração do débito menos crédito.
Exemplo: B adquire insumos de A, credita-se do IPI que A lhe cobrou (10), industrializa e vende o 
produto a C, debitando-se do IPI devido (30), e recolhe o saldo de 20.
3 COSTA, R. H. Contribuição Previdenciária dos servidores públicos federais.
Inconstitucionalidade da Lei 9.783/99. Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. São Paulo.
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i) Princípio da progressividade de alíquotas:
Segundo o STF, só é possível a progressividade das alíquotas nos impostos se for expressamente 
autorizada pela CF (é o caso dos seguintes impostos: IPTU, IR e ITR).
j) Princípio da uniformidade geográfica – art. 151, I, CF: 
É vedado à União:
I- Instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou 
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao DF ou ao 
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico 
entre as diferentes regiões do País.
A União, por meio da cobrança de seus tributos, não pode prejudicar ou privilegiar qualquer ente 
federativo, salvo na hipótese de incentivos fiscais. 
Exemplo: Zona Franca de Manaus.
A norma reforça a diretriz maior da isonomia.
 Saiba mais
Sobre o tema, leia o seguinte texto:
CASTRO, A. A. de; RIBEIRO, M. de F. Princípios constitucionais tributários, 
imunidades e isenções e as limitações ao poder de tributar. In: SILVEIRA, V. O. da; 
ROVER, A. J. (Coord.). Direito tributário. Florianópolis: Funjab, 2012. p. 355-385. 
Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/publicacao/livro.php?gt=71>. 
Exemplo de aplicação
Leia e reflita: 
Governo prorroga IPI reduzido para veículos até junho4
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou hoje a prorrogação da redução do 
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos novos por mais três meses. A medida valerá 
agora até 30 de junho.
4 Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/economia,governo-prorroga-ipi-reduzido-para-veiculos-ate-
junho,347141,0.htm>. Acesso em: 4 mai. 2012.
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Com isso, a alíquota do IPI, que era de 7% para carros 1.0, permanecerá isenta. Para modelos 1.4 até 
2.0, ficará em 5,5% para motores flex e 6,5% para a gasolina, metade da alíquota normal. Com o novo 
imposto, os preços dos carros caem em média de 5% a 7%. 
Com base no texto e na teoria apresentada, responda:
1) É possível diminuir a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, e essa diminuição 
da alíquota surtir efeitos imediatos na vida prática?
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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
2) Se o inverso ocorresse, ou seja, se o governo decidisse aumentar a alíquota, será que seus efeitos 
também seriam imediatos?
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______________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
3) O que você entende por princípio da anterioridade genérica e princípio da anterioridade 
nonagesimal? Será que esses princípios são aplicados em face do IPI?
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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Respostas
1) Sim, é possível diminuir as alíquotas do IPI e, após a publicação da lei ou decreto, a matéria passa 
a ter efeitos imediatos.
2) Agora, se o governo aumentar as alíquotas do IPI, seja por lei ou decreto, será respeitado um prazo 
de 90 dias a contar da publicação dela. Ou seja, só passa a ter eficácia 90 dias após a publicação.
3) Princípio da anterioridade genérica significa que uma lei que institui ou modifica um tributo 
deverá ser publicada num exercício financeiro e seus efeitos iniciam a partir do próximo exercício. 
Princípio da anterioridade nonagesinal determina que a lei publicada, por exemplo, em 1/1/2010, 
terá seus efeitos a partir de 1/4/2010 – 90 dias após a publicação.
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2 CoMPeTênCIA TrIBuTÁrIA
Você já parou para pensar a respeito do rigor que norteia as relações originadas pelo Direito 
Tributário? Pois bem, mais uma vez estamos diante de regulamentações que devem, obrigatoriamente, 
ser cumpridas, sob a pena de as relações jurídicas perecerem de vícios que não as deixaram existir.
É desse modo com a competência tributária. Sabemos que a federação brasileira é constituída 
pela União, estados-membros, Distrito Federal e municípios, e não é possível que qualquer um 
deles, de forma indiscriminada, institua tributos, pois se deve respeitar o que é disposto em nossa 
Constituição Federal, na qual consta a disciplina da competência tributária.
Assim, a competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a um determinado ente 
político para que este institua um tributo, descrevendo, então, em instrumento legislativo próprio, todos 
os elementos necessários para o seu cálculo, sua cobrança e fiscalização, ou seja, determinação de sua 
hipótese de incidência, seu sujeito ativo e passivo da relação, sua base de cálculo e sua alíquota.
Em caso de não estar expressamente contida na Constituição Federal, a tributação caberá à União 
Federal e a instituição dos tributos.
Por fim, conclui que se trata da aptidão constitucional para a instituição de tributos. 
Em uma federação, principalmente a Federação Brasileira,que tem por peculiaridade a divisão em 
quatro entes diferentes, o constituinte procurou detalhar a competência para a instituição e legislação 
sobre tributos, visando a garantir autonomia desses entes, pois, sem recursos financeiros, a autonomia dos 
entes federativos é apenas retórica. No mais, a ideia era evitar o máximo possível a chamada guerra fiscal.
Vale lembrar que a CF não cria tributos, mas autoriza a sua instituição, geralmente por meio de lei 
ordinária. Você já pensou em como se daria essa instituição?
Existem quatro tipos de competência:
1. privativas;
2. residuais;
3. comuns;
4. extraordinária. 
E os critérios para partilha, como se darão?
a) quando existe específica prestação estatal, sendo o ente competente aquele que efetivar a 
prestação (taxa e contribuição de melhoria);
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b) quando não há uma prestação específica por parte do ente federativo; nessas hipóteses, 
que abarcam os impostos, a competência se define a partir de determinada materialidade 
econômica.
• Competências privativas
Consiste em reserva, exclusividade, outorga constitucional de competência tributária exclusivamente 
a determinado ente para instituição de tributo específico, que poderá ser exigido dentro de sua 
competência territorial.
— Competências privativas da União
- impostos: IOF, II, IE, ITR, IR, IPI, IGF, Impostos Extraordinários; art. 153 e 154, II, da CF;
- contribuições sociais: contribuição de interesse das categorias profissionais e Cide (Contribuição 
de Intervenção no Domínio Econômico) – art. 149, CF; 
- empréstimos compulsórios: art. 148, CF.
— Competências privativas dos Estados
ICMS, IPVA, ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações), art. 155, CF.
— Competências privativas municipais
ISS, IPTU, ITBI (Imposto de Transmissão Intervivos, a qualquer título, de bens imóveis).
Distrito Federal – tendo em vista que a CF proíbe a sua divisão em municípios, sua competência 
abrangerá todos os tributos de competência privativa dos estados e municípios. 
• Competência residual – União Federal; art. 154, I, CF
Consiste na outorga constitucional à União para que, desejando, crie novos impostos não previstos 
no texto constitucional originalmente, os quais deverão, por sua vez, observar as regras e condições 
impostas para sua instituição e cobrança.
E quais os requisitos da competência residual? São eles:
— competência da União;
— aplica-se exclusivamente a impostos;
— instituição por meio de Lei Complementar;
— não poderão ser cumulativos;
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— não podem ter fato gerador de outros impostos;
— não podem ter base de cálculo de outros impostos.
• Competência extraordinária – União: art. 154, II, CF
Em caso de guerra ou em sua iminência, é permitido à União instituir imposto extraordinário de 
guerra, que pode ter fato gerador próprio dos seus tributos. Exemplo: imposto extraordinário sobre 
produtos industrializados, ou ainda é permitido utilizar fato gerador de imposto que não é de sua 
competência. 
Nesse caso, imagine outro exemplo: a prefeitura cobra o IPTU e a União também poderá cobrar 
o Imposto Extraordinário sobre a propriedade de bens imóveis urbanos. Ambos irão conviver 
pacificamente.
Importante: Esse imposto deverá ser suprimido gradativamente depois de cessadas as causas de sua 
criação.
Art. 76, CTN – Estabelece que o Imposto Extraordinário deve ser suprimido totalmente no prazo 
máximo de cinco anos, a contar da celebração da paz.
• Competência comum
Designa que não existe exclusividade de competência, podendo ser instituída por qualquer dos entes 
da federação, desde que haja uma contraprestação específica.
O ente que prestar o serviço poderá cobrar por ele. É o caso das taxas, contribuições de melhoria.
Você já se perguntou se existem princípios no CTN que exemplificam a competência comum? Pois 
bem, a resposta é: sim, existem. Veja a seguir os artigos do CTN a esse respeito:
Art. 7º, CTN – Princípio da indelegabilidade da competência: não há previsão no ordenamento 
brasileiro para que um ente federativo transfira sua competência constitucional para outro ente. Mesmo 
eventual alteração constitucional seria provavelmente declarada inconstitucional pelo STF, pois estamos 
tratando da federação brasileira, que é cláusula pétrea.
Art. 8º, CTN – Princípio da não caducidade: não há prazo para a instituição de tributo, isto é, o ente 
federativo poderá instituí-lo a qualquer tempo.
2.1 Diferença entre competência e capaciadade tributária
Antes de darmos continuidade à nossa disciplina, precisamos saber a diferença entre competência 
e capacidade tributária. Você já se perguntou a respeito de tal diferença? Ela existe? Vamos tratar desse 
assunto agora.
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Se competência é aptidão jurídica para instituir tributos, a capacidade é aptidão para cobrá-lo e/
ou fiscalizá-lo.
A competência é indelegável, mas a capacidade é passível de delegação. Exemplo: até recentemente, 
por meio de delegação, o INSS fiscalizava e cobrava as contribuições previdenciárias incidentes sobre a 
folha de salários. 
Outro exemplo, previsto na CF, é o ITR, cuja competência de instituição é da União, mas a cobrança 
e a fiscalização poderão ser transferidas para o município onde se encontram os bens.
 Lembrete
As competências tributárias são a faculdade de instituir tributos na 
sociedade quando há previsão constitucional, não podendo ser delegadas. 
As competências podem ser privativas, ou seja, de cada um dos entes 
tributantes, ou comum, que consiste na possibilidade de todos os entes 
federativos tributarem.
 Saiba mais
Sobre o tema, leia o seguinte texto:
BRANCO, L. G. F. de A. Sistema Constitucional Tributário: a competência 
tributária para instituição das contribuições sociais e as modificações 
introduzidas na Lei 8.212/91 pela Lei 11.941/09. In: Anais do XX Encontro 
Nacional do Conpedi. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2011, p. 6927-6946. 
Disponível em: <http://www.conpedi.org.br/anais/XXcongresso/Integra.pdf>. 
3 TrIBuToS – noçÕeS BÁSICAS
Ao pensarmos em Direito Tributário, pensamos naturalmente em tributos. Não conseguimos dissociar 
um de outro. E você, já se perguntou qual o conceito de tributo?
Conceito de tributo: art. 3o, CTN
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e obrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada5.
5 Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm>. Acesso em: 7 mai. 2012.
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Direito tributário
Agora, sinta-se convidado para que, juntos, possamos proceder à análise dos termos que constam 
da definição de tributo. Vamos lá!
Prestação pecuniária: é uma obrigação que pode ser exigida em moeda ou em valor que nela possa 
exprimir-se (dação em pagamento em bens imóveis ou títulos da dívida pública ou da dívida agrária).
Compulsória: obrigatória, porque nasce por força de lei e não por vontade das partes. Não existe 
faculdade em pagar o tributo. Ele é imposto por lei.
Que não constitua sanção de ato ilícito: porque se decorrer de ato ilícito, por exemplo, o 
descumprimento de obrigação, tratar-se-á de penalidade, e não de tributo. O tributo decorre de lei, ou 
seja, uma vez ocorrido o fato gerador, incide o tributo.
Exemplo: venda de armas ou prostituição – auferiu renda – IR, não importando a ilicitude da 
atividade, importa o fato gerador. 
Instituída em lei: observância do princípio da legalidade. Deve existir lei descrevendo o fato gerador, 
o contribuinte, a base de cálculo, a alíquota etc.Caso contrário, não poderá ser cobrado.
Atividade administrativa plenamente vinculada – art. 142, CTN: 
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento tendente 
a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, 
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, 
identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, aplicar penalidade. 
Parágrafo único: A atividade administrativa de lançamento é vinculada e 
obrigatória, sob pena de responsabilização funcional6.
Classificação dos tributos
Vejamos como a doutrina classifica os tributos:
a) Quanto à competência impositiva: podem ser federais, estaduais, distritais ou municipais.
b) Quanto à vinculação da atividade do Estado:
• Vinculados: a arrecadação é destinada a um fim específico. Exemplo: contribuição de melhoria 
– construção de uma obra pública, ou taxa por um serviço público. São tributos vinculados: 
contribuição de melhoria e taxas.
• Não vinculados: arrecadação não possui destinação específica. Servem para fazer frente às 
necessidades da coletividade. Exemplo: impostos.
6 Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm>. Acesso em: 7 mai. 2012.
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c) Quanto à função:
• Fiscais: Estado arrecada valores para o bem geral da coletividade. A finalidade é a arrecadação de 
receitas públicas.
• Extrafiscais: o objetivo é a interferência no domínio econômico, mas também para restringir certas 
condutas das pessoas, como de atividades nocivas. Exemplo: tributo com alíquotas mais pesadas, 
como cigarro, bebidas alcoolicas etc.
• Parafiscais: tributos vinculados à satisfação de certas situações que não são características do 
Estado. Exemplo: contribuições sociais cobradas pelo INSS.
Na prática, essas exações, na sua totalidade, são cobradas por pessoa diversa daquela que as instituiu, 
beneficiando-se dos dividendos tributários.
Espécies de tributo
Passemos agora ao conceito de tributo.
O conceito de tributo é utilizado de forma genérica para definição das formas de arrecadação da 
administração pública, sendo que, dependendo da espécie, há necessidade de observâncias distintas aos 
princípios tributários e ainda à destinação da origem de sua arrecadação.
O artigo 5º do Código Tributário Nacional regulamenta as espécies de tributos que, por sua vez, 
designa apenas três espécies, quais sejam: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. 
Atualmente, conforme veremos a seguir, esse conceito está ultrapassado, cabendo acrescentar como 
espécie as contribuições e os empréstimos compulsórios, isso principalmente após a promulgação da 
Constituição Federal de 1988, em que tais contribuições foram mencionadas e regulamentadas por meio 
do capítulo do Sistema Tributário.
Art. 5º CTN: Os tributos são: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Derrogado (revogação 
parcial), pois houve ampliação dos tributos.
Art. 217, CTN: traz a contribuição social.
Arts. 145, 148 e 149, CTN: a análise destes deixa claro que são tributos:
• imposto;
• taxas;
• contribuição de melhoria (art. 145);
• contribuições sociais (art. 148);
• empréstimo compulsório (art. 149).
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3.1 Imposto
Voce já pensou na definição de imposto? E em suas características?
Definição: art. 16, CTN: 
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte (Art. 16, CTN).
Características:
• genérico: porque atende aos interesses gerais da coletividade;
• não vinculado;
• compulsório: imposto por lei;
• envolve atividade plenamente vinculada (o fiscal deve observar a lei para fazer o 
lançamento);
• sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados conforme a 
capacidade econômica do contribuinte (tabela de IR, isenção de IPTU para alguns imóveis, 
isenção de IPVA para carros fabricados há mais de 20 anos).
Classificação dos impostos
A doutrina faz a seguinte classificação dos impostos:
• Imposto real: incide sobre as coisas – é aquele que incide sobre o patrimônio em geral, sem levar 
em conta os aspectos pessoais do contribuinte (IPVA, IPTU).
• Imposto pessoal: incide sobre as pessoas – é o imposto que estabelece diferenças tributárias em 
função das condições próprias do contribuinte. (IRPF).
• Imposto cumulativo: incide em cada operação tributável, em que não é prevista compensação, 
dedução ou abatimento, em relação à operação anterior (ITBI, IOF).
• Não cumulativos: a norma prevê a compensação, abatimento ou dedução do valor do tributo 
pago ou devido na operação anterior (IPI, ICMS).
• Imposto proporcional: tem alíquota única, incidente sobre o valor tributável. Exemplo: alíquota de 
2% do ITBI incidente sobre a transmissão de bens imóveis.
• Imposto progressivo: tem duas ou mais alíquotas. As alíquotas variam desproporcionalmente em 
função do valor tributável. O tributo vai aumentando desproporcionalmente. Exemplo: IRPF, IPTU, 
este pode ser progressivo em razão do valor do imóvel.
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Espécies de imposto
Pense: quais são as espécies de impostos?
União:
II – Imposto de Importação de Produtos Estrangeiros.
IE – Imposto de Exportação para o Exterior, de produtos nacionais e estrangeiros.
IR – Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
ITR – Imposto Territorial Rural.
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados.
IOF– Imposto de Operações, Câmbio e Seguro ou relativo a títulos e valores mobiliários.
Estaduais:
ITCMD – Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações.
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de 
serviços de transporte interestaduais e intermunicipais e de comunicação.
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.
Municípios:
IPTU – Imposto de Propriedade Territorial Urbana.
ITBI – Imposto de Transmissão intervivos, a qualquer titulo, por ato oneroso, de bens imóveis.
ISS – Imposto sobre Serviços de qualquer natureza, não compreendida no ICMS.
Certamente, você já efetuou em seu dia a dia o pagamento de vários dos impostos elencados, 
mesmo sem saber. 
Iremos estudar os impostos em espécie com maiores detalhes adiante.
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Direito tributário
Exemplo de aplicação
Conforme os conceitos estudados até aqui, analise e responda às questões a seguir:
1) As receitas públicas são classificadas em originárias e derivadas. Explique e dê dois exemplos.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
2) O Direito Tributário se relaciona com outros ramos do Direito? Justifique.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
3) Descreva a importância do Direito Tributário na graduação de contabilidade.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

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