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DEPÓSITO DE FERRO TITÁNIO E VANÁDIO CAMPO ALEGRE DE LOURDES PIAUI

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
SECRETARIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO – SICM
COMPANHIA BAIANA DE PESQUISA MINERAL – CBPM
SÉRIE ARQUIVOS ABERTOS 30
Depósitos de
Ferro - Titânio - Vanádio:
Campo Alegre de Lourdes / Bahia
Antônio Marcos Vitória de Moraes
Plínio Melchiades de Oliveira Veiga
2008
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page i
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
SECRETARIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO
Jaques Wagner
Governador
Rafael Amoedo Amoedo
Secretário da Indústria, Comércio e Mineração
CBPM - COMPANHIA BAIANA DE PESQUISA MINERAL
Nilton Silva Filho
Diretor Presidente
Rafael Avena Neto
Diretor Técnico
Juvenal Maynart Cunha
Diretor Administrativo e Financeiro
Gustavo Carneiro da Silva
Gerente de Publicações
Plínio Melchiades de Oliveira Veiga
Coordenador Série Arquivos Abertos
M827 Moraes, Antonio Marcos Vitória de. 
Depósito de ferro-titânio-vanádio: Campo Alegre de Lourdes, Bahia/ Antonio
Marcos Vitória de Moraes e Plínio Melchiades de Oliveira Veiga. ._ Salvador:
CBPM, 2008.
48p.: il., mapas .__ (Série Arquivos Abertos, 30)
ISBN 978-85-85680-34-3
1. Geologia Regional. 2. Recursos Minerais.3. Ferro. 4. Vanádio II. Título:
Depósitos de Ferro – Titânio – Vanádio: Campo Alegre de Lourdes. II. Antonio
Marcos Vitória de Moraes. III. Plínio Melchiades de Oliveira Veiga.
CDU: 55 (814.: 553.46) 
CDD: 551
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page ii
iii
APRESENTAÇÃO
A forte demanda dos países emergentes e da economia mundial tem feito com que esteja ocorrendo uma pro-
nunciada retomada da importância econômica dos metais, e um consequente aumento nos preços dos minerais
metálicos no mercado internacional, resultando numa corrida para os depósitos que estavam num processo
muito lento de aproveitamento e na busca de novos depósitos e reavaliação dos antigos jazimentos, principal-
mente aqueles com pesquisas de detalhe já executadas.
Inserem-se, nesta última conceituação, os depósitos de ferro, titânio e vanádio de Campo Alegre de Lourdes,
na Bahia, cujas reservas medida e indicada são superiores a 110 milhões de toneladas. Os teores médios con-
siderados para essas reservas são da ordem de 50% de Fe2O3; 21% de TiO2 e de 0,7 % de V2O5.
A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM, empresa de economia mista do Governo do Estado da
Bahia, vem, atualmente, consolidando e avaliando informações geológicas e geofísicas, de cunho regional e
de detalhe, incluindo cálculo de reservas e de ensaios tecnológicos preliminares das mineralizações de ferro
da região norte do Estado, com destaque para o minério de Fe, Ti e V.
A intenção é transformar essa região em um novo pólo de desenvolvimento, atraindo investidores e con-
tribuindo para a melhoria das condições econômicas do povo baiano. Para tanto, vale salientar as reservas dos
depósitos em causa e as possibilidades de separação do vanádio, decorrentes dos avanços tecnológicos e pela
alta dos preços das commodities.
Os aspectos relacionados ao impulso que certamente será dado ao município de Campo Alegre de Lourdes,
localizado, em lugar remoto, com baixo índice populacional, deverá promover uma melhoria do atual índice
de IHD-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), atualmente da ordem de 0,49 um dos mais
baixos do Estado da Bahia.
Além dos dados constantes nesta publicação, encontram-se disponíveis nos setores de documentação da
CBPM diversos relatórios técnicos e análises de laboratórios especializados, relacionados a estes depósitos,
realizadas em amostras superficiais e de testemunhos de sondagem, que consolidam as informações ora apre-
sentadas. O aproveitamento econômico do minério de Fe-Ti-V estabelecerá uma nova perspectiva, con-
siderando-se os avanços tecnológicos, atualmente disponíveis, extensivos a outros elementos metálicos, ainda
em estágio preliminar de avaliação.
Esta publicação, a trigésima da Série Arquivos Abertos, objetiva sintetizar a geologia, a geofísica e a metalo-
genia de um importante arcabouço tectônico do noroeste da Bahia, com uma diversificada abordagem, que
certamente atingirá, com ênfase, os setores acadêmico e empresarial.
Nilton Silva Filho
Diretor Presidente da CBPM
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page iii
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page iv
RESUMO.....................................................................................................................................................
.
ABSTRACT..................................................................................................................................................
1 – INTRODUÇÃO....................................................................................................................................
1.1 – Localização e Acesso..............................................................................................................
1.2 – Aspectos Socioeconômicos...................................................................................................
1.3 – Clima, Fisiografia e Geomorfologia........................................................................................
2 – GEOLOGIA REGIONAL, UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS E
FEIÇÕES TECTONOESTRUTURAIS................................................................................................
2.1 – Geologia Regional/Trabalhos Anteriores..............................................................................
2.2 – Unidades Estratigráficas.........................................................................................................
2.3 – Feições Tectonoestruturais....................................................................................................
3 – LEVANTAMENTOS GEOFÍSICOS.....................................................................................................
4 – GEOLOGIA LOCAL............................................................................................................................
5 – PETROGÊNESE.................................................................................................................................
6 – RECURSOS MINERAIS DE FERRO – TITÂNIO E VANÁDIO..........................................................
6.1 – Áreas Mineralizadas, Reservas e Considerações Econômicas.........................................
6.1.1 – Áreas Mineralizadas...................................................................................................
6.2 – Reservas...................................................................................................................................
7 – CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS...................................................................................................
8 – ENSAIOS DE BENEFICIAMENTO E METALÚRGICOS...................................................................
9 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................................................................
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................................
APÊNDICE
A – PROJETO Fe-Ti DE CAMPO ALEGRE DE LOURDES....................................................................
B – SÉRIE ARQUIVOS ABERTOS 30......................................................................................................
SUMÁRIO
v
vii
ix
1
1
1
3
3
3
5
6
7
9
12
17
17
17
24
32
34
36
37
41
41
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page v
vi
B1 – PUBLICAÇÕES DISPONÍVEIS PARA CONSULTA..................................................................
B2 – COLABORADORES NA INTEGRAÇÃO DE DADOS..............................................................
B3 – EDITORAÇÃO E APOIO TÉCNICO..........................................................................................B4 – VOLUMES JÁ PUBLICADOS DA SÉRIE ARQUIVOS ABERTOS..........................................
ANEXO – MAPA GEOLÓGICO
41
41
42
42
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page vi
vii
RESUMO
Estão reunidas nesta publicação - Arquivo Aberto nº 30, informações de cunho geológico regional, de semi-
detalhe e detalhe, centralizadas nas mineralizações de ferro, titânio e vanádio de Campo Alegre de Lourdes,
Estado da Bahia, suas reservas e teores, complementadas por dados de geofísica, tecnologia mineral e de eco-
nomicidade dos depósitos.
O principal objetivo é caracterizar a natureza dos depósitos e seus aspectos econômicos para que os profis-
sionais e empresários do Setor Mineral possam dispor de uma publicação que induza a elevação do conheci-
mento científico e o aproveitamento das citadas mineralizações, proporcionando emprego e riqueza para uma
das regiões de baixo índice de desenvolvimento humano.
Identificou-se um complexo de rochas máfico-ultramáficas, acamadadas, diferenciadas, que foi caracterizado
como sendo de piroxenito, gabro-anortosito e ilmenita/magnetitito (apatitito), cristalizado a partir de um
magma de composição basalto/toleiítica, intraplaca, transicionando para alcalina, indicada pela presença de
cpx (augita) e de rochas com Ol e Hy normativos na temperatura de 600 a 650°C e fugacidade do oxigênio
(log fO2 entre –18,9 e -21,8); posteriormente foi intensamente deformado e retromorfizado para cloritaxisto e
tremolitaxisto.
O complexo em causa é considerado como uma intrusão anorogênica do Paleoproterozóico (1800 a 2500Ma)
no mesmo patamar da Suíte Alcalina Serra do Meio, do Complexo Peixe e do Carbonatito de Angico dos Dias,
consequentemente acima do Complexo Gnáissico-Migmatítico (inferior a 2.500Ma) e embaixo do Grupo
Santo Onofre (1.000 a 1.800Ma). As anomalias positivas de európio e de elementos de terras-raras são suges-
tivas de uma origem a partir de uma fonte mantélica.
Coberturas (Terciário/Plioceno) são bastante expressivas rodeando os 11 morrotes (inselbergs) mineralizados
em meio ao pediplano regional.
Os depósitos de ferro, titânio e vanádio estão concentrados em uma área de 13,6km de comprimento por 7km
de largura, exibindo corpos alongados predominantemente na direção N/S.
A área em apreço está inserida na porção norte do Domínio Tectônico – Corredor do Paramirim, entre as faixas
de dobramentos Riacho do Pontal e Rio Preto, geograficamente situada no noroeste da Bahia e sul do Piauí,
representado nesta porção por zonas de cavalgamento e transcorrência e dobrada no estilo sinformal revirado,
com vergência para leste e redobrada segundo dobras abertas normais, orientadas norte/sul, com ondulações
quase ortogonais.
Levantamentos geofísicos mostram a presença de um gradiente lateral ascendente para norte, compatível com
a colisão tectônica de blocos crustais, representado por um consistente baixo magnético.
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page vii
viii
Sulfetos: pirita, calcopirita, pentlandita e arsenietos ocorrem em intervalos específicos e em zonas de fraturas.
Poderão ser, no futuro, alvos de outras investigações particulares, como a constatação de metais do grupo da
platina e ouro, por exemplo.
O particionamento preferencial do vanádio é para a estrutura da magnetita, embora também esteja presente na
ilmenita.
A percentagem de magnetita diminui em direção ao topo da sequência cumulática e é acompanhada do aumen-
to de silicatos (predominam plagioclásios).
Existe um comportamento divergente de P2O5 e SiO2 no ilmenita-magnetitito (fator coletor de óxidos de ferro
e titânio).
A posição estratigráfica do cumulato, rico em apatita (clorapatita) é incerta, porém ocorre com maior frequên-
cia nos trechos com ferro-titânio. A ordem de cristalização dos minerais iniciou-se com clinopiroxênio, segui-
do de plagioclásio, hornblenda pargasítica e apatita + magnetita + ilmenita.
As reservas atualmente dimensionadas são de 114 milhões de toneladas, sendo 60 milhões medida, com teo-
res médios de Fe2O3 de 49,98%, TiO2 de 20,74% e V2O5 de 0,71%, 40 milhões indicada e cerca de14 milhões
de colúvio, estas últimas com teores variáveis destes óxidos.
Sete estudos tecnológicos, compreendendo ensaios físicos tradicionais de separação gravimétrica e magnéti-
ca, com parciais obtenções de ferro e titânio e de ensaios químicos, estes viáveis para os três óxidos, permite
concluir que o minério é passível de aproveitamento econômico, dadas as atuais condições elevadas de preços
dos metais no mercado internacional.
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ix
ABSTRACT
In this publication – Arquivos Abertos 30 – are gathered information regarding regional, semi-detailed and
datailed geology, centered on the mineralizations of iron, titanium and vanadium of Campo Alegre de Lourdes,
Bahia state, their reserves and concentrations, complemented by data on geophysics, mineral technology and
profitability of deposits.
The main objective is to characterize the nature of the deposits and their economic aspects so that the
professionals and enterprisers of the Mineral Sector may have available a publication that induces an increase
of the scientific knowledge and the profitability of the mineralizations mentioned, for the benefit of
employment and wealth, for one of the regions of lowest index of human development of Bahia state.
A complex of mafic-ultamafic, bedded, differentiated rocks has been identified, characterized as being
pyroxenite, gabbro-anorthosite and ilmenite magnetitites (apatitite) crystallized from a tholeiitic basalt
magma, intraplate, grading to an alkaline composition as indicated by the presence of cpx (augite) and
normative Ol and Hy bearing rocks in the temperature of 600 to 650º C and oxigen fugacity (log fO2 between
– 18.9 and – 21.8) strongly deformed and retromorphosed to chlorite schist and tremolite schist.
This complex is considered as a Paleoproterozoic (1,800 to 2,500Ma) anorogenic intrusion in the same time
slice of the Serra do Meio alkaline suite, the Peixe Complex and the Angico dos Dias carbonatite and so, above
the Gneissic-Migmatitic Complex (older than 2,500Ma) and below the Santo Onofre Group (1,000 to 1,800
Ma). The positive europium and rare earths anomalies, suggest for the complex an origin from a mantle
source.
Cover rocks (Tertiary/Pliocene) are rather expressive, surrounding the 11 mineralized low hills (inselbergs) in
the middle of the regional pediplane.
The iron, titanium and vanadium deposits are concentrated inside an area 13,6km long and 7km wide,
displaying elongate bodies in north-south direction.
The area at issue is situated in the northern sector of the Paramiririm Corridor Tectonic Domain, between the
Riacho do Pontal and Rio Preto fold belts geographically situated in of Bahia northwest and south of Piauí,
represented in this portion by thrust and strike-slip zones and folded in the overturned synform style, with
vergence to east and refolded, according to normal open folds, in north/south direction, with almost orthogonal
undulations.
Geophysical surveys show the presence of a lateral gradient northwards increasing, compatible with the
tectonic collision of crustal blocks, represented by a constant magnetic low.
Sulfides: pyrite, chalcopyrite, penthandite and arsenides occur in specific intervals and fracture zones and may
be, in the future, targets of other particular investigations, as the search for platinum group metals and gold.
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page ix
x
The preferential partitioning of the vanadium is for the magnetite structure, though it is also present in
ilmenite.
The concentration of magnetite decreases towards the top and is followed by the increase of silicates
(dominantly plagioclase).
There is a diverging behaviour of P2O5 and SiO2 in the ilmenite-magnetitite (collecting factor of iron and
titaniumoxides).
The stratigraphic position of the cumulate, when rich in apatite (chlorapatite) is uncertain, but occurs with
more abundance in stretches of iron-titanium. The crystallization order of the minerals began with
clinopyroxene, followed by plagioclase, pargasitic hornblende, apatite+ magnetite+ilmenite.
The reserves presently evaluated are of 114 million tons, being 60 million measured with Fe2O3 average,
concentration of 49.98%, TiO2 of 20.74% and V2O5 of 0.71%; 40 million tons indicated and 13 million of
colluvium with variable concentration of these oxides.
Seven technological studies, comprising physical tradidional analyses of gravimetric and magnetic separation,
with obtaining partially iron and titanium and of chemical assays, these viable for the three oxides, permit
conclude that ore exploitation is feasible under the economic view point, taking into account the good
conditions of price and trade.
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1
CBPM / CPRMArquivos Abertos 30
1. INTRODUÇÃO
Aescolha do tema sobre Depósitos de Ferro,Titânio e Vanádio de Campo Alegre deLourdes, para dar continuidade à Série
Arquivos Abertos, resultou da indicação da atual
Diretoria Técnica da CBPM, por considerar uma
oportunidade de resgatar e atualizar as informações
desses recursos minerais, face ao significativo
momento de desenvolvimento do Setor Mineral
Brasileiro e Internacional.
Os recursos minerais metálicos, capitaneados
pelo ferro e pelo níquel, trouxeram a reboque, por
exemplo, suas associações, entre outras, quando
presentes, do titânio, do vanádio e dos metais do
grupo da platina, estes últimos ainda não devida-
mente avaliados na região pesquisada.
A CBPM, detentora de direitos minerários de
importantes áreas portadoras de ferro – titânio –
vanádio na região noroeste do Estado da Bahia,
detém muitas informações no seu acervo técnico e,
através deste tema, apresenta uma síntese dos resul-
tados alcançados em pesquisas próprias e de ter-
ceiros, além de teses de mestrado em petrologia
realizadas pela UnB, objetivando atrair investimen-
tos e desenvolvimento para uma região de IDH-M
(Îndice de Desenvolvimento Humano – Municipal)
da ordem de 0,493, próximo de 0,300 um dos mais
baixos do Brasil.
Esta publicação tem como objetivo principal
a divulgação das informações geológicas, geofísi-
cas e metalogenéticas dos 11 depósitos de ferro –
titânio – vanádio de Campo Alegre de Lourdes.
Em razão da restrita divulgação dos resulta-
dos de beneficiamento do minério, incluiu-se tam-
bém um resumo deste tema por considerá-lo de fun-
damental importância no aproveitamento econômi-
co dos depósitos em causa, apesar de ressaltar a
necessidade de se elaborar um documento específi-
co, mais detalhado, em futura oportunidade.
1.1 - LOCALIZAÇÃO E ACESSO
Os depósitos de minério de ferro, titânio e
vanádio estão localizados no município de Campo
Alegre de Lourdes, noroeste do Estado da Bahia,
próximos da fronteira da parte sul do Estado do
Piauí (figura 1). Seus corpos principais situam-se
numa faixa de direção norte/sul, com aproximada-
mente 11km de comprimento por 1,5km de largura,
distante 10km a noroeste da sede municipal.
O acesso principal rodoviário, a partir de
Salvador, pode ser feito obedecendo-se o seguinte
trajeto: Salvador – Petrolina, pelas estradas asfal-
tadas, BR-324, 116 e 407, num percurso total de
500km. De Petrolina toma-se a rodovia BR-235 até
a cidade de Remanso, com extensão de 205km e de
Remanso até Campo Alegre de Lourdes, num per-
curso de 110km de estrada cascalhada municipal,
totalizando 815km (Salvador/Campo Alegre de
Lourdes). Os jazimentos são alcançados por
estradas carroçáveis no sentido oeste até o Povoado
de Pedra Comprida, numa extensão de 10km, daí
segue-se para norte e sul para as demais áreas dos
depósitos. 
Voos diários, ida e volta, interligam Salvador
a Petrolina, entretanto o percurso para Campo
Alegre de Lourdes terá que ser complementado por
via terrestre (345km).
1.2 - ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
O município de Campo Alegre de Lourdes é
desprovido de água encanada, de saneamento bási-
co e de uma adequada malha rodoviária. Os sis-
temas educacional e de saúde estão organizados de
modo razoável na sede e, precariamente nos distri-
tos e povoados. O principal açude da região tem
capacidade total de 1.627 x 10m3.
A população foi estimada, em julho de 2002,
como da ordem de 28.000 habitantes. A mão-de-
obra, não muito bem qualificada, é abundante.
A oferta de energia elétrica é incipiente.
Telefonia e pequenas atividades econômico-finan-
ceiras estão basicamente restritas à sede do municí-
pio, restando uma agricultura de subsistência, total-
mente dependente das rigorosas condições climáti-
cas do semi-árido e de uma pecuária extensiva e
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page 1
2
CBPM / CPRM Arquivos Abertos 30
Figura 1 – Mapa de Localização do Depósito de Fe–Ti–V de Campo Alegre de Lourdes
Figure 1 – Localization Map of Campo Alegre de Lourdes Fe–Ti–V
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page 2
3
CBPM / CPRMArquivos Abertos 30
diversificada, não se dispondo de alternativas de
produção, a não ser de um extrativismo depre-
datório de madeiras de lei e de mel silvestre.
A riqueza mineral carece de um impulso de
melhoria das informações geológicas / tecnológi-
cas, além de decisões políticas e econômicas para
ser viabilizada.
Nesse precário panorama socioeconômico
registra-se uma elementar extração mineral através
de garimpos de quartzo, calcário e de argilas uti-
lizadas nas olarias rudimentares existentes na região.
A fraca demanda por matéria-prima na cons-
trução civil decorre do lento crescimento da sede do
município de Campo Alegre de Lourdes e da sua
zona rural.
A rede bancária está representada por agên-
cias do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal
e Bradesco.
1.3 – CLIMA, FISIOGRAFIA E 
GEOMORFOLOGIA
O Centro de Estatísticas e Informações do
Governo da Bahia inclui a região em apreço no
Polígono das Secas do Nordeste Brasileiro, desta-
cando a presença de um clima do tipo semi-árido,
com precipitações pluviométricas irregulares du-
rante os meses de dezembro a março e um período
seco de abril a novembro, com uma taxa anual
média de 742mm. A temperatura mínima varia entre
15 e 20ºC nos meses de junho e julho e a máxima
entre 30 e 35ºC nos meses de setembro a novembro.
A região está inserida na parte média da bacia
hidrográfica do São Francisco, contendo cursos
d´água e lagoas intermitentes. O padrão de
drenagem é principalmente dendrítico, controlado
por falhas e ou fraturas, segundo calhas rasas, ao
longo dos locais com relevo plano a suavemente
ondulado, que propicia a formação de dezenas de
lagoas durante o período chuvoso.
A cobertura vegetal dominante é um reflexo
das condições áridas reinantes, caracterizadas pela
presença de caatinga densa, com variações para ou-
tros subtipos similares, condicionados às variações
pedológicas. Algumas áreas apresentam vegetação
gramínea, com elementos de porte arbustivo
espaçadamente distribuídos e núcleos isolados com
palmeiras, principalmente carnaubeiras.
Em meio ao pediplano regional ocorrem tre-
chos bastante dissecados, nos quais se destacam
relevos residuais tipo inselbergs e cristas estruturais
com altitudes médias de 500-600m, que são susten-
tados por depósitos de ferro-titânio-vanádio, nas
adjacências oeste, cerca de 10km, da cidade de
Campo Alegre de Lourdes.
2.1 – GEOLOGIA REGIONAL/TRABALHOS
ANTERIORES
Ageologia, a estratigrafia e o arcabouço es-trutural/tectônico da região noroeste daBahia e sul do Piauí, mais especificamente
a área de Campo Alegre de Lourdes e suas adjacên-
cias têm sido alvo de importantes trabalhos científi-
cos e econômicos.
Kegel em 1956 mencionou a existência de
dois grupos tectônicos, constituídos principalmente
por gnaisses encimadospor quartzitos e micaxistos,
cujo trend estrutural seria N-S e outro de direção
NE-SW, englobando filitos e quartzitos, relacionan-
do-os a uma inconformidade no embasamento
cristalino.
Ainda Kegel em 1965 assinalou a presença
de dois lineamentos denominando-os de Remanso e
Floresta, ressaltando que o próprio rio São Fran-
cisco muda o seu curso de norte para nordeste e até
para leste.
Barbosa em 1965 apresentou uma importante
2. GEOLOGIA REGIONAL, UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS E EFEIÇÕES 
ESTRUTURAIS/TECTÔNICAS
Arquivo Aberto 30 11/27/08 5:47 PM Page 3
4
CBPM / CPRM Arquivos Abertos 30
contribuição à estratigrafia da região de Campo
Alegre de Lourdes e adjacências. 
Uma das primeiras referências na literatura
geológica do minério (Fe-Ti-V) de Campo Alegre
de Lourdes figura no Relatório Final do Projeto
Piauí I (DNPM/CPRM – Caldasso, 1973) durante o
mapeamento realizado na escala 1:250.000. Nesta
oportunidade, foram visitados os depósitos e cole-
tadas amostras para análises e estimado um poten-
cial de recursos da ordem de 500 milhões de
toneladas.
Cassedane (1976) realizou uma caracteriza-
ção mineralógica a partir do minério superficial
intemperizado e estabeleceu semelhanças entre o
tipo de minério de Campo Alegre de Lourdes com
Allard Lake. Estudos posteriores negam esta afir-
mação devido à ausência de rochas do tipo mange-
rito e jotunito, típicas de complexos anortosíticos,
ligadas ao ambiente de Fe-Ti-V, porém identifi-
cadas mais precisamente em Angico dos Dias,
localizado nas vizinhanças.
A CBPM iniciou suas atividades na região
em 1976, através de estudos de fotointerpretação,
mapeamento geológico e sondagem (dois furos),
sendo então coletadas amostras para análises quími-
cas e petrográficas.
Nesta abordagem geológica regional enfati-
za-se o significado tectônico dos limites cratônicos
postulados por Almeida (1977), por conter maciços
plutônicos portadores de expressivos depósitos de
ferro-titânio-vanádio.
Na região de Campo Alegre de Lourdes,
Mascarenhas et al. (1984), fundamentados em
dados geofísicos de Gomes & Motta (1980) e de
Davino (1982), propuseram um limite gravimétrico
praticamente coincidente com o limite de Almeida,
anteriormente citado, para o Cráton do São Fran-
cisco, com base em uma combinação de queda de
valores de profundidade Moho, cerca de 32km, com
um forte gradiente negativo de valores de Bouguer,
no sentido cráton afora.
Os dados extraídos do Projeto Campo Alegre
de Lourdes (CAL) e Peixe, concebidos e executa-
dos pelo Convênio de Cooperação Mútua entre a
CPRM e a CBPM, em 1997, foram bastante subs-
tanciais para consolidar as informações geológicas
regionais em apreço.
Considerando a finalidade desta publicação,
arquivo aberto centrado nas mineralizações de fer-
ro, titânio e vanádio de Campo Alegre de Lourdes,
foram selecionados os aspectos geológicos regio-
nais e do arcabouço tectônico, intimamente ligados
a este tema.
A CBPM iniciou suas atividades geológicas
preliminares de maior abrangência na região em
1976/1977 – Projeto Campo Alegre de Lourdes -
Fase I, através de estudos de fotointerpretação,
mapeamento geológico e sondagem (dois furos),
onde foram coletadas, para análises, amostras
superficiais e de subsuperfície, com a finalidade de
se obter informações em razão da grande cobertura
quaternária regional envolvendo os principais cor-
pos mineralizados. Uma perspectiva promissora de
reservas de 111,7 milhões de toneladas de minério
foi então estabelecida, naquela época, para os jazi-
mentos.
Durante 1977, a Companhia continuou os
trabalhos prospectivos visando a avaliação econô-
mica dos depósitos de ferro, titânio e vanádio, cons-
tando de mapeamento geológico de detalhe,
sondagem (1.700m) de todos os 11 corpos minera-
lizados conhecidos, perfis magnetométricos, análi-
ses químicas e petrográficas, além de ensaios de
beneficiamento.
Os estudos realizados revelaram a presença
de vanádio nos depósitos, destacando-os como uma
das maiores reservas do mundo.
Pesquisas iniciais sobre o aproveitamento do
minério de Fe, Ti e V foram realizadas no período
compreendido entre julho/1978 e abril/1981, por
Paulo Abib Engenharia (1978), pelo Centro Técnico
Aeroespacial (1978), pelo Rautaruuki (1980), pelo
Ceped (1978, 1980, 1981), e pelo Outokumpu
(1981).
A partir do Convênio DNPM/CPRM/Prospec
– foi realizado, em 1978, o Projeto Borda Sul da
Bacia do Parnaíba, consistindo em levantamentos
aéreos, gamaespectrométrico e magnetométrico.
No ano seguinte, foi executado o Projeto Ferro
–Titânio de Campo Alegre de Lourdes-Fase II e em
1987, foi realizado o Projeto Remanso-Fase I, por
Leite, Carlson de M. M. et al. - CBPM.
Sano, em 1987, elaborou uma série de estu-
dos comparativos por imagens de satélite Landsat
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CBPM / CPRMArquivos Abertos 30
5, dos corpos ferrotitanados de Campo Alegre de
Lourdes com outros similares localizados em áreas
adjacentes ao norte do paralelo 10º.
Em 1989, a geóloga Lúcia Furukawa
Couto do Instituto de Geociências da Univer-
sidade de Brasília concluiu uma Dissertação de
Mestrado, denominada - Estudo Petrológico do
Complexo Máfico/Ultramáfico de Campo Alegre
de Lourdes e dos Óxidos de Fe, Ti, (V) As-
sociados, destacando a sequência de rochas
cumuláticas como sendo de piroxenito, gabro-
anortosito e ilmenita-magnetitito, cristalizado a
partir de um magma de composição toleiítica
intraplaca, transicionando para alcalino, indica-
do pelas presenças de cpx (augita) e de rochas
com Ol e Hy normativos, na temperatura de 600-
650ºC e fugacidade de oxigênio (log fO2 entre
–18,9 e- 21,8).
Em 1992, Leite, C.M.M. apresentou uma
proposta para estudos de alta resolução geocro-
nológica na província metalogenética de Campo
Alegre de Lourdes. 
Em 1993, foi apresentado por Leite, C.
M. M; Santos, R.A. e Conceição, H. no Sim-
pósio do Cráton do São Francisco, um traba-
lho sobre a Província Toleiítica - Alcalina de
Campo Alegre de Lourdes – Geologia e
Evolução Tectônica.
Em 1994, dentro do Programa de Levan-
tamentos Geológicos Básicos do Brasil, foi apre-
sentado o Projeto Campo Alegre de Lourdes. Neste
mesmo ano, no Boletim de resumos expandidos do
Congresso Brasileiro de Geologia, consta um tema
sobre a tectônica e as estruturas da região de Campo
Alegre de Lourdes, elaborado por Carlson Leite e
Reginaldo Alves.
Em 1997, a CPRM em conjunto com a
CBPM concluiu o Mapeamento Geológico/Metalo-
genético, na escala 1:100.000, das Folhas de
Campo Alegre de Lourdes e Peixe. A partir do
segundo semestre de 2005 foram executados pela
CBPM/Gepro os trabalhos de pesquisa – Fase III.
Os resultados foram apresentados em um Relatório
Final.
Em 2005/2006 a CBPM promoveu o levanta-
mento aerogeofísico da faixa Campo Alegre de
Lourdes/Mortugaba.
2.2 – UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS
A busca de informações, pelos técnicos ante-
riormente citados, em áreas de melhor exposição
foi necessária, tendo em vista a presença de exten-
sas e espessas coberturas superficiais em torno dos
setores mineralizados.
O Complexo Máfico e Ultramáfico de Cam-
po Alegre de Lourdes teve origem a partir de uma
intrusão anorogênica ocorrida no Paleoprotero-
zóico, entre 1.800 e 2.500 milhões de anos, mesmo
patamar da suíte alcalina Serra do Meio, do Com-
plexo Angico dos Dias e do Complexo Peixe.
As grandes coberturas de psamitos limoniti-
zados, lateritos concrecionários e areias eólicas,
pertencentes a uma superfície de aplainamento do
tipo pediplano, relacionada ao intervalo Terciá-
rio/Plioceno e os depósitos com paleoclima, final
do tipo semi-árido, do Quaternário/Pleistoceno,
representados por tálus, areias eólicas móveis,
além de aluviões do Holoceno, são destacados,
considerando a sua vasta ocorrência na área em
questão.
Os corpos mineralizados mais expressivos do
Complexo Máfico-Ultramáfico de CampoAlegre
de Lourdes estão localizados a 12km do setor no-
roeste da sede do município e contêm expressivas
reservas mundiais de ferro, titânio-vanádio. O mi-
nério ocorre disposto ao longo de uma série de mor-
rotes que constituem um relevo tipo inselberg em
meio ao pediplano regional.
Na avaliação econômica dos depósitos reali-
zada pela CBPM, no final da década de 70, (Lima
et al., 1977; Souza & Sampaio, 1979) ficou carac-
terizado um complexo básico com anortositos e
litotipos ricos em apatita subordinados, intensa-
mente deformados e retrometamorfizados para
cloritaxistos e tremolitaxistos, intrudidos por diques
de diabásio.
O complexo foi interpretado como tendo
dimensões aproximadas de 13,6km na direção
norte-sul por 7km na direção este/oeste e é intrusi-
vo em gnaisses e migmatitos do Grupo Caraíba. As
reservas medidas do minério de Fe-Ti-V foram
quantificadas, na época, em 112 milhões de
toneladas, com teores de 45% de Fe, 21% de TiO2
e 0,75% de V2O5, cujos detalhes e modificações
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serão informados no item 5 –, Recursos Minerais,
com as ampliações de reservas e teores.
Couto, Lucia F. em 1989, apresentou os estu-
dos de mestrado da região de Campo Alegre de
Lourdes, caracterizando-a com um complexo do
tipo máfico-ultramáfico, diferenciado, acamadado,
e cristalizado a partir de um magma de composição
basáltico-toleiítica. As rochas do complexo foram
divididas em três grupos: cumuláticas (piroxenitos,
gabros, leucogabros/anortosíticos, ilmenita mag-
netitito e cumulato à apatita); diabásios e rochas
derivadas da milonitização dos tipos anteriores.
Valiosas informações constam dos estudos de
Couto (1989). Diversos dados estão a seguir men-
cionados, tais como: o fracionamento do plagioclá-
sio e do clinopiroxênio a partir de um magma
toleiítico original intraplaca, conforme atestam o
padrão de distribuição de elementos de terras-raras
(ETR), quando normalizados em relação aos con-
dritos, de intrusões acamadadas rasas.
As assinaturas geoquímicas de elementos
maiores foram definidas por dois grupos de rochas
diferenciadas, caracterizadas por razões distintas de
MgO/FeO e padrões de distribuição de ETR, com
ou sem a presença de anomalias positivas de Eu.
Foi também observada uma diminuição da
razão FeO/(FeO+Fe2O3) e da percentagem de mag-
netita em direção ao topo, enquanto que a percen-
tagem de silicatos aumenta, definindo um acamada-
mento rítmico.
O retrometamorfismo ficou evidenciado pela
transformação de piroxênios em talco, actinolita e
clorita e por agregados de epidoto, albita, quartzo e
calcita.
Os dados obtidos a nordeste do povoado de
Peixe, nas vizinhanças de Campo Alegre de
Lourdes, atestam texturas cumuláticas, ás vezes aca-
madadas, sendo o principal mineral o plagioclásio.
Rochas miloníticas foram classificadas em
milonito-xisto de magnetita tremolitito e de mag-
netita gabro, magnetita tremolitito e brecha de
metagabro.
Os padrões de distribuição dos ETR são su-
gestivos de uma magmatogênese a partir da fusão
de uma fonte mantélica, onde a granada foi um
importante componente residual.
As demais unidades estratigráficas: Com-
plexo Gnáissico-Migmatítico, Unidade Serra da
Boa Esperança, Rochas Plutônicas Diversas, Grupo
Santo Onofre e Bacia do Parnaíba estão descritas
com detalhes e podem ser conhecidas acuradamente
no relatório do Programa de Levantamentos
Geológicos Básicos do Brasil, Folhas de Campo
Alegre de Lourdes e Peixe, executados em 1997,
pela CPRM e CBPM.
2.3 – FEIÇÕES TECTONOESTRUTURAIS
A área em estudo está inserida na porção
norte do Domínio Tectônico Corredor do Para-
mirim (Alkmim et al, 1993), no compartimento lo-
calizado entre as faixas de dobramentos Riacho do
Pontal e Rio Preto, geograficamente situada no limi-
te noroeste da Bahia e Sul do Piauí. Este posiciona-
mento geotectônico reflete um expressivo evento
do Proterozóico, consubstanciado por dobramentos,
cavalgamentos e transcorrências, afetando gnaisses
e migmatitos do embasamento arqueano, rochas
supracrustais e uma suíte granítica alcalina, além de
complexos de natureza toleiítica e carbonatítica.
Esse magmatismo relaciona-se a um ambiente
anorogênico em crosta continental.
O Complexo Máfico-Ultramáfico de Campo
Alegre de Lourdes apresenta-se dobrado em estilo
sinformal revirado com vergência para leste e redo-
brado segundo dobras abertas normais orientadas
N-S, com ondulações quase ortogonais.
Os morros de minério de Fe-Ti-V apresentam
marcante acamadamento ígneo primário, destacado
por níveis de cumulatos de feldspato. A integração
dos indicadores cinemáticos observados nos morros
Redondo, Chico Velho e Testa Branca mostra que
os corpos de minério podem originalmente ter sido
um único corpo.
A evolução tectônica é assinalada por even-
tos de magmatismo intrusivo anorogênico, e por
eventos de dobramentos e cisalhamentos transcor-
rentes dúctil – rúptil dextral, com direção submeri-
diana e tangenciais, esses últimos associados à tec-
togênese brasiliana.
Os estudos dos elementos estruturais, apesar
das dificuldades encontradas na região, devido à
presença de expressivas coberturas que restringem
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as observações de afloramentos, levaram o autor do
tema, (CPRM – Reginaldo A.S. – 1997) a reunir
informações em feições planares e lineares, agru-
padas em domínios.
A integração dos indicadores cinemáticos
indica que os corpos de minério podem ter sido
originalmente um único corpo.
A figura 2 mostra o arcabouço tectônico atu-
alizado do Cráton do São Francisco com a localiza-
ção da área do Projeto Campo Alegre de Lourdes,
de acordo com dados do Programa de Levan-
tamentos Geológicos Básicos do Brasil, executado
pelo Convênio de Cooperação Mútua, entre a
CPRM e a CBPM. A área motivo da presente pu-
blicação está inserida neste contexto geral, na sua
extremidade norte.
3. LEVANTAMENTOS GEOFÍSICOS
Os dados geofísicos preliminarmente obtidosem Campo Alegre de Lourdes e áreas adja-centes por Gomes & Mota - CPRM (1980)
mostram a presença de feições geofísicas e tectôni-
cas, a exemplo de anomalias Bouguer com forte
gradiente que sugerem um hot spot ensiálico.
As principais informações do levantamento
gravimétrico terrestre indicam ainda a presença de
um forte gradiente lateral ascendente para norte da
área em apreço, o que está compatível com uma
colisão tectônica de blocos crustais durante o está-
gio final de evolução.
O Complexo Campo Alegre de Lourdes é
também identificado pela presença de um forte
baixo magnético, segundo Moraes & Leite, (1978),
que o destaca das encaixantes representadas por
gnaisses, migmatitos e metassedimentos pro-
terozóicos. A subdivisão das unidades magnéticas
com continuidade para sudeste e oés-noroeste su-
gere a extensão regional do Complexo. O contato
leste se faz através de uma zona de cisalhamento de
direção norte-sul, com presença de gnaisses miloni-
tizados e das rochas hospedeiras do minério,
observáveis no furo de sondagem, próximo do
Morro do Chico Velho. Outras informações sobre
zonas de contatos foram interpretadas como bem
próximas dos corpos de minérios, como, por exem-
plo, a zona de cisalhamento com direção norte-sul:
Lazan I, Lazan II, Chico Velho e Sítio.
Os depósitos de Fe-Ti-V estão definidos por
anomalias com até 0,0030e.m.u. de susceptibilidade
magnética e amplitude de até 1.250nT. As ano-
malias gravimétricas com resíduos de até 20mgal e
contraste de densidade de até 0,11g/cm3 também
caracterizam a área em estudo (Gomes, 1993).
As tentativas de aplicação da cintilometria
apresentaram problemas devido à espessa cobertura
sedimentar tércio/quaternária na área em questão.
Segundo Ives Garrido, (2008), envolvendo a
área de Campo Alegre de Lourdes, a CBPM, realizou,como parte de um programa maior, plurianual, que
visa cobrir progressivamente o Estado da Bahia com
estudos aerogeofísicos de alta resolução, o le-
vantamento da faixa Campo Alegre de Lour-
des/Mortugaba (Lasa, 2005/2006), utilizando métodos
magnético e gamaespectrométrico. Estes levantamen-
tos, a nível regional, objetivaram principalmente a ca-
racterização, a otimização e a seleção de ambientes
potencialmente portadores de mineralizações, tendo
como meta a descoberta de depósitos minerais. Esta
área aerolevantada representa situações reconhecidas
pelas expressividades dos seus potenciais minerais,
inserida nas regiões econômicas Baixo-Médio São
Francisco, Chapada Diamantina, Irecê, e Serra Geral.
A faixa Campo Alegre de Lourdes/Mortu-
gaba abrange um bloco de 71.513km2 com
157.340km de perfis (linhas de vôo) aeromagnéti-
cos e aerogamaespectrométricos de alta resolução,
com linhas de produção e controle espaçadas de
500 metros e 5.000 metros, orientadas nas direções
E-W e N-S, respectivamente, com altura de voo fi-
xada em 100 metros sobre o terreno (figura 3).
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Figura 2 – Arcabouço Tectônico do São Francisco com localização da Área do Projeto Campo Alegre de Lourdes.
1 – Embasamento. 2 – Traços estruturais das zonas de cobertura deformada no interior do cráton. As setas indicam o sentido do
movimento. 3 – Zonas de coberturas proterozóicas indeformadas. 4 – Traços estruturais das faixas marginais; FRP – Faixa Rio
Preto; FRPT – Faixa Riacho do Pontal; FS – Faixa Sergipana. 5 – Limite do cráton.
Adaptado e modificado a partir de Alkimim et al. (1993)
Figure 2 – Tectonic framework of São Francisco craton with localization of the area of Campo Alegre de Lourdes Project. 1 –
Basement – 2 – Structural traces of deformed cover zones within in the craton. Arrows indicate sense of movements. 3 –
Undeformed Proterozoic cover zones. 4 – Structural traces of marginal belts: FRP – Rio Preto Belt; FRPT – Riacho do Pontal Belt;
FS – Sergipan belt; 5 – Craton boundary.
Adapted and modifief from Alkimim et al. (1993)
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Figura 3 – Mapa Magnético de Campo Total
Figure 3 – Tltal Magnetic Field Map
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Os produtos finais relativos à fase de aqui-
sição e processamento de dados do aerolevanta-
mento em apreço estão contidos no relatório ela-
borado pela empresa subcontratada (Lasa). Consta
de 27 volumes com informações na forma de texto
e mapas temáticos nas escalas 1:100.000,
1:250.000 e 1:500.000. Os resultados na forma de
mapas de contorno temáticos são acompanhados
dos arquivos digitais finais do levantamento, e
foram gravados em DVD-Rom com 4,7GB de
capacidade, contendo Banco de Dados (GDB em
formato Geosoft), Arquivos de Grid (formato
Geosoft), Arquivos XYZ ASCII, Arquivos de
Mapas Temáticos e Arquivos de Plotagem de
todos os temas (HPGL).
A faixa Campo Alegre de Lourdes/Mortu-
gaba ainda não foi contemplada com análises e
interpretações sistemáticas pelo Projeto Análise e
Interpretação de Levantamentos Aerogeofísicos no
Estado da Bahia. Porém, para subsidiar as progra-
mações dos trabalhos prospectivos, foi realizada
uma análise qualitativa dos dados nesta faixa, onde
se observaram zonas magnetométricas anômalas
bem definidas, com assinaturas próprias, traduzidas
por padrões dipolares e de linhas de dipolo, com
linearidades variáveis e amplitudes fortes a muito
fortes. Algumas destas anomalias estão diretamente
relacionadas com os corpos mineralizados já co-
nhecidos, propiciando um melhor entendimento de
suas geometrias. As demais anomalias detectadas
nas vizinhanças indicam a presença de novos sítios
mineralizados na região.
Os produtos destes trabalhos estão disponíveis
na CBPM e podem ser adquiridos através de solici-
tações via fax, e-mails ou diretamente na empresa.
Destaca-se a apresentação em meio analógico:
impressos, mapas temáticos e de interpretação, com
alvos selecionados e mosaicos de linhas-de-voo. A
resolução consiste em informações de alta tecnologia
e confiabilidade, além da rapidez na aquisição dos
dados, proporcionando racionalização de custos e
diminuição dos riscos em pesquisa mineral.
4. GEOLOGIA LOCAL
Piroxenitos, gabros e anortositos são as princi-pais rochas que compõem o Complexo Má-fico-Ultramáfico de Campo Alegre de Lour-
des, as quais com as faixas de minério de Fe-Ti-V
(ilmenita-magnetitito), constituem o arcabouço fun-
damental da área em consideração. 
Diabásios ocorrem em contato intrusivo,
preferencialmente em zonas intensamente miloniti-
zadas completando o quadro litológico em apreço.
Esse Complexo representa um corpo
cumulático diferenciado de filiação toleiítica, for-
mado por processos de cristalização fracionada, e
recristalizado sob condições sintectônicas na fácies
xisto-verde, zona da biotita. Os teores de titânio e
alumínio nos clinopiroxênios indicam um ambiente
de intrusão anorogênica intraplaca.
Os corpos de ilmenita-magnetitito expõem-
se em forma de morrotes, salientes no relevo, como
verdadeiros inselbergs, constituindo, no conjunto,
elevações com 11,5km de comprimento por 1,2km
de largura, sendo localmente denominados de sul
para norte de Morro do Anfilófio, Morro do Sítio,
Morro do Tuiuiú, Morro da Carlota, Morro do
Chico Velho, Pedra Comprida, Morro Redondo,
Morro da Testa Branca, Morrinho do Lazan II,
Morrinho do Lazan I e Morro Branco. No capítulo
6 estão descritas as principais informações das
áreas mineralizadas (Figura 4).
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Os estudos petrológicos do ComplexoMáfico – Ultramáfico de Campo Alegre deLourdes (CAL) e dos óxidos de Fe, Ti (V)
realizados por Lúcia Furukawa Couto, a nível de
Dissertação de Mestrado, em 1989, apresentaram,
entre outras informações, a petrografia, o quimismo
de rocha, o quimismo mineral, a geoquímica do
ilmenita-magnetitito, as implicações petrogenéti-
cas, incluindo o comportamento dos óxidos SiO2 e
P2O5, estabelecendo critérios comparativos entre
depósitos mundiais e os depósitos de ferro, titânio e
vanádio do Complexo Campo Alegre de Lourdes. 
As principais conclusões foram ordenadas,
após as comparações com depósitos mundiais que
apresentaram as relações petrogenéticas mais simi-
lares com o minério de Campo Alegre de Lourdes e
também foram destacadas as características dos
intervalos mineralizados mais importantes.
A partir da constatação de que o Complexo
Máfico – Ultramáfico de Campo Alegre de Lourdes
é um corpo ígneo diferenciado e acamadado, que
encerra um importante depósito de ferro, titânio e
vanádio e que a sucessão estratigráfica reconhecida
é a de piroxenito – gabro/anortosito – ilmenita/mag-
netitito, aliadas a um alto teor de anortita do plagio-
clásio (An = 67%), foram eliminadas algumas com-
parações, como, por exemplo, aos complexos anor-
tosíticos tipo Allad Lake, entre outros.
A associação mais compatível é com o
Complexo de Portivaara (Finlândia) que é um corpo
acamadado, cristalizado a partir de um magma de
composição toleiítica e que também encerra um
depósito de Fe – Ti – V, com valores de V2O5 entre
0,8% e 1,7% na magnetita. As presenças de olivina,
ainda não expressivamente encontrada em Campo
Alegre de Lourdes,de minério disseminado e de
ilmenita somente como acessório, são as principais
diferenças salientadas. As dimensões dos depósitos
também são equivalentes (12km x 1,5km).
O Complexo de Oursi também é um corpo
acamadado de Fe, Ti e V com semelhanças devido à
presença dos minerais cúmulos, plagioclásio, augita,
hiperstênio, magnetita e ilmenita. As texturas cumu-
láticas e as texturas gradacionais sugerem a cogeneti-
cidade dos piroxenitos, gabros, anortositos e do
ilmenita magnetitito, em uma intrusão acamadada,
estas contidas em Campo Alegre de Lourdes.
No Complexo de Campo Alegre de Lourdes,
relíctos de piroxênio foram identificados como de
composição de augita rica em magnésio e permitem
caracterizar o magma original como sendo toleiíti-
co intraplaca, cristalizado em condições rasas.
O ilmenita-magnetitito apresenta textura
granular hipidiomórfica a alotriomórfica, na qual os
contatos são mutuamente interferentes, o que su-
gere que houve crescimento adcúmulos, com
cristalização contemporânea, porém com ilmenita
formada pouco tempo depois que a magnetita.
A martitização, transformação pseudomórfi-
ca de magnetita em hematita é frequente no miné-
rio. (Fotomicrografias a, b, c, d).
Pelo menos duas gerações de sulfetos ocor-
rem: monofásica (calcopirita) ou bifásica (calco-
pirita e pirita).
Apirita cristaliza entre os cristais de ilmenita ou
de magnetita ou em fraturas, sempre acompanhada de
clorita e que podem conter outros sulfetos, tais como:
calcopirita e pentlandita. (Fotomicrografias e, f, g).
Dois tipos de anfibólio foram determinados:
um de composição pargasítica (origem ígnea e caráter
intercúmulos), e outro indicando composição acti-
nolítica com origem metamórfica na fácies xisto-
verde, zona da biotita, mais evidente nos milonitos.
Embora a magnetita apresente maiores teores
em V2O5 (média de 0,99%), a ilmenita também é
rica em vanádio (média de 0,52% de V2O5). A esti-
mativa de temperatura (600 a 653ºC) e da fugaci-
dade do oxigênio (log.fO2 entre – 18,9 e –21,8) para
a formação de pares coexistentes de ilmenita e mag-
netita refletem provavelmente valores mais baixos
que os originais, porém similares a outros complexos
acamadados intrusivos. Para estimar a temperatu-
ra e a fugacidade do oxigênio, foram utilizadas
análises químicas por microssonda eletrônica,
obtendo-se resultados comparáveis aos depósitos
tipos Somerset Dam e Kap Edvard Holm, com
resultados evidentes de fase de oxidação subsólida
do espinélio e dentro dos padrões de complexos
5. PETROGÊNESE
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acamadados; a baixa solubilidade da ilmenita na
magnetita também é comprovada.
O particionamento preferencial do vanádio é
para a estrutura da magnetita, embora esteja tam-
bém presente na ilmenita.
Foram identificados dois tipos de acamada-
mento rítmico no ilmenita-magnetitito: um cen-
timétrico, dado pela alternância de bandas ricas em
óxidos e bandas ricas em óxidos e plagioclásio, e o
outro da ordem de 20 metros, que é caracterizado
pela diminuição, “aos saltos”, da percentagem de
magnetita, da razão FeO/(FeO+Fe2O3) e de V2O5
em direção ao topo.
A presença da anomalia positiva de európio e
de An normativo (28 - 65%) nas rochas gabróicas,
evidenciam a atuação do processo de cristalização
fracionada de plagioclásio.
A diminuição da percentagem de magnetita
em direção ao topo é também acompanhada pelo
aumento da percentagem de silicatos (predomina o
plagioclásio).
A presença de um acamadamento rítmico de
unidades implica um ambiente tectônico calmo
durante a cristalização magmática.
Existe um comportamento divergente dos
óxidos P2O5 e SiO2 no ilmenita-magnetitito, o que
pode refletir imiscibilidade entre líquido rico em
Fotomicrografia a – Martita (Mart) com lamelas de exsolução de ilmenita
Photomicrography a – Martite (Mart) showing exsolution lamellae of ilmenite
sílica e líquido rico em fósforo, o qual age como
fator coletor dos óxidos de Fe-Ti.
A posição estratigráfica do cumulato rico em
apatita (clorapatita) é incerta, ocorrendo em abundân-
cia em associação com os óxidos de ferro e titânio.
A ordem provável de cristalização dos minerais
do complexo é: clinopiroxênio – plagioclásio – horn-
blenda pargasítica – apatita + magnetita + ilmenita.
Essas informações oriundas de Couto (1989)
são complementadas pelas seguintes sugestões para
realização de trabalhos posteriores:
a) detalhamento da variação química dos óxi-
dos por microssonda eletrônica para definir a dife-
renciação magmática;
b) realização de furos estratigráficos, espe-
cialmente na seção ultramáfica, que talvez possa
conter concentrações de sulfetos.
A CBPM desenvolveu posteriormente um tra-
balho de pesquisa de detalhe, incluindo sondagem,
prospecção dos corpos mineralizados e seleção de
intervalos que provavelmente contêm informações
úteis na identificação de sulfetos e de metais do
grupo da platina (Veiga, Plínio, 2008 concorda com
esta hipótese). As análises para estes metais deverão
abranger também zonas com teores anômalos em
ferro-titânio-vanádio (Complexo Máfico – Ultramá-
fico de CAL – Ilmenita/Magnetitito).
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Fotomicrografia c – Martita (Mart) com cristais orientados de ilmenita (Il) preenchendo vênulas e
com lamelas de exsolução de ilmenita
Photomicrography c – Martite (Mart) showing aligned crystals of ilmenite (Il), filling veinlets and with
exsolution lamellae of ilmenite
Fotomicrografia b – Cristal de ilmenita (Il) bem fraturado, contornado por hematita/martita (cor mais
clara) proveniente da martitização total da titanomagnetita (Ti–Mag). As partes escuras representam a
ganga (Nicóis ll)
Photomicrography b – Ilmenite crystal (Il), fractured, contoured by hematite/martite (lighter color)
derived from the complete martitization of titanomagnetite (Ti–Mag). The dark parts represent the gangue
(Nicols II)
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Fotomicrografia d – Cristais de ilmenita (Il) com inclusões de pirita e hematitização incipiente nas
bordas e ao longo de fraturas
Photomicrography d – Ilmenite crystals (Il) with pyrite inclusions and incipient hematitization on the
rims and along the fractures
Fotomicrografia e – Cristais de titanomagnetita com martitização incipiente, de ilmenita não alterada e
de pirita remobilizada na ganga
Photomicrography e – Titanomagnetite crystals showing incipient martitization of unaltered ilmenite and
of pyrite remobilized in the gangue
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Fotomicrografia f – Exsoluções lamelares de ilmenita (Il) e inclusões de pirita (Pi) em titanomagneti-
ta (Ti–Mag) e Cristais de ilmenita atravessados por lamelas retas de hematita
Photomicrography f – Exsolution lamellae of ilmenite (Il) and inclusions of pyrite (Pi) within titano-
magnetite (Ti–Mag) and ilmenite crystals crossed by straight lamellae of hematite
Fotomicrografia g – Titanomagnetita (Ti–Mag) martitizada nas bordas e nas fraturas e ilmenita (Il)
com exsolução de hematita em lamelas mais claras
Photomicrography g – Tiatanomagnetite (Ti–Mag), martitized on rims and fractures, and ilmenite (Il)
showing hematite exsolution in lighter lamellae
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6.1 – ÁREAS MINERALIZADAS, RESERVAS
E CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS
6.1.1 - Áreas Mineralizadas
As fotos que acompanham esta publicação(SAA 30) demonstram, com fidelidade, ocontraste do relevo pediplanizado e as
áreas elevadas, verdadeiros inselbergs, bem como
alguns detalhes das feições tectônicas das zonas
aflorantes. Individualmente, os morrotes apresen-
tam dimensões médias da ordem de 220m x 250m
(fotos1, 2, 3).
No conjunto, o ilmenita magnetitito apresen-
ta acamadamento rítmico em escala centimétrica
bastante regular, definido pela alternância de ban-
das ricas em óxidos de Fe-Ti e bandas de plagioclá-
sio, estas causadoras de uma feição positiva de rele-
vo em locais de intenso intemperismo.
Rochas intensamente milonitizadas ocorrem
em zonas de cisalhamento (foto 4).
A escassez de afloramentos de hospedeiras e
da zona de minério só permite considerar o limite
do complexo de forma inferida, com base em pou-
cas informações disponíveis, como, por exemplo,
os afloramentos do Morro Branco (fotos 5 e 6).
A provável existência de uma zona transcor-
rente entre os Morros Redondo e Testa Branca leva
a uma interpretação de que a presença isolada do
Morro Branco é tida como resultante de outra zona
transcorrente paralela à primeira.
A provável existência de uma zona transcor-
rente entre os Morros Redondo e Testa Branca, leva
a uma interpretação de que a presença isolada do
Morro Branco é tida como resultante de outra zona
transcorrente paralela à primeira. Uma alternativa
seria ligar os morros Testa Branca e Redondo por
uma dobra (zona tracejada). Encontramos nessa
última a melhor expectativa do corpo em profundi-
dade. A representação da (figura 5) é esquemática e
não está em escala. Apenas o nível de Fe-Ti-V foi
desenhado, mas espera-se que a intrusão acompanhe
essa geometria (Sá,1988), compilado de Maia, C.
M. M., Projeto Peixe Pau de Birro (inédito). 
O contato leste do Complexo se faz através
de uma zona de cisalhamento N-S, razoavelmente
impressa nos Morros Lazan I, Lazan II, Chico
Velho e Sítio.
O minério em superfície é constituído por
ilmenita com hematita subordinada e magnetita -
(vanádio).
As elevações denominadas de Morro
Redondo, Morro da Testa Branca, Morro Branco e
Tuiuiú apresentam acamadamento rítmico mais evi-
dente, o que possibilita o reconhecimento de uma
laminação ígnea (fotos 7, 8).
Os melhores afloramentos ocorrem a norte
do Morro da Testa Branca, onde ocorrem gabros,
piroxenitos e diabásios, com texturas ígneas bem
preservadas.
Pequenas lagoas e a presença de rolados
inibem uma boa visualização dos afloramentos.
A ganga tem uma composição mineralógica
formada por feldspato caulinizado e mica.
As dificuldades impostas pelo forte magne-
tismo da área pesquisada inibem a obtenção de ati-
tudes e consequentemente das estruturas locais com
poucas exceções (foto 9).
Segundo Jardim de Sá a primeira fase de
deformação é identificada pela presença de uma
foliação suborizontal, produto de uma tectônica
recumbente.
A fase que representa o acamadamento rítmi-
co expõe-se através de um dobramento isoclinal.
O confronto de estilo de dobramentos em
superfície com a seção estratigráfica de furos de
sondagem apresenta certas ambiguidades e mere-
cem interpretações localizadas para a maioria dos
corpos mineralizados.
A fase representada pelo cisalhamento foi
identificada nos Morros do Sítio, Chico Velho e
Lazan I, com a presença de uma forte lineação de
estiramento do tipo mullion (foto 10).
A fase tardia de dobramento, presente no
minério, mostra plano axial suborizontal e eixo
aproximadamente E-W, possivelmente correla-
cionável com o redobramento das foliações do tipo
mullion (foto 11).
6. RECURSOS MINERAIS DE FERRO – TITÂNIO E VANÁDIO
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Foto 1 – Morro da Carlota, no centro e mais para a esquerda início do Morro Redondo
Photo 1 – Carlota hill at the center and Redondo hill more to the left
Foto 2 – Morro da Carlota, Vista do lado oeste
Photo 2 – Carlota hill, west side view
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Foto 3 – Morros Carlota–Redondo–Testa Branca da esquerda, para a direita
Photo 3 – Carlota–Redondo–Testa Branca hills, lined from the left to the right
Foto 4 – Morro Branco. Vista do lado W. Foliação de cisalhamento com ângulo de cerca de 50º para W
Photo 4 – Branco hill, west side view. Shear foliation dipping around 50°W
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Foto 5 – Morro Branco. Afloramentos com ângulo de mergulho de cerca de 30º para W
Photo 5 – Branco hill. Outcrops show dips of around 30°W
Foto 6 – Morro Branco. Continuação da zona de fratura, preenchida com fosfato amarelado
Photo 6 – Branco hill. Extension of the fracture zone, filled with yellowish phosphate
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Foto 7 – Morro do Tuiuiú. Face sul. Close–up
Photo 7 – Tuiuiú hill. Face south. Close–up
Foto 8 – Morro do Tuiuiú. Face W. De baixo para cima
Photo 8 – Tuiuiú hill. Face W. From bottom to top
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Foto 9 – Morro da Testa Branca. Parte oeste. Zona de cavalgamento com movimento de sul para norte
Photo 9 – Testa Branca hill. Part west. Zone of riding with moving from south to north
Foto 10 – Morro do Anfilófio II.
Destaque da pequena elevação de
magnetitito em forma de mullion
Photo 10 – Anfilófio II hill.
Magnetitite small elevation is
outstanding, in form of mullion
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As descrições anteriormente citadas com as
respectivas fotos expressam com fidelidade as
feições dos corpos mineralizados.
6.2 – RESERVAS
O primeiro cálculo das reservas dos corpos
de minério de Fe-Ti-V foi realizado na fase II do
Projeto Campo Alegre de Lourdes da CBPM,
abrangendo os corpos de minério dos alvos de
Morro Branco, Testa Branca, Redondo, Chico
Velho, Carlota I, Carlota II, Tuiuiú, Sítio, Lazan I,
Lazan II e Anfilófio:
– Reservas Medidas - 48,60 Mt@ 43,94%
Fe; 20,53% TiO2; 0,75% V2O5;
– Reservas Indicadas - 29,38 Mt@ 20,42%
TiO2; 0,71% V2O5;
– Reservas Inferidas -19,51 Mt@ 20,61%
TiO2; 0,79 % V2O5;
– Reserva do Colúvio - 14,22 Mt;
– Reserva Total - 111,72 Mt.
Para a Fase III do Projeto Ferro-Titânio de
Campo Alegre de Lourdes da CBPM o método de
cálculo das reservas foi o mesmo utilizado na Fase
II, com a utilização da seção padrão, com as
seguintes atividades:
– Elaboração de perfis topográficos ao longo
das seções;
– Cálculo das áreas de cada seção;
– Volumes dos blocos entre seções con-
tíguas, utilizando a média das suas áreas e a distân-
cia média entre as seções;
– Valor médio das densidades determinadas
em cada bloco. Esses dados foram extraídos das
planilhas de cálculo da reserva medida do Projeto
Ferro-Titânio de Campo Alegre de Lourdes – Fase
II (Souza & Sampaio, 1979);
– Nas seções elaboradas após a segunda fase
de sondagem, utilizou-se a densidade daseção anti-
ga mais próxima.
– Utilização de teores resultantes da análise
sistemática dos testemunhos de sondagem.
Na aplicação do método, admitiu-se que:
Foto 11 – Idem. Zona de fechamento de dobra
Photo 11 – Idem. Fold closure zone
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1. as reservas medidas em todos os morros
têm como datum inferior a área de influência dos
furos de sondagem;
2. para a medida das áreas das seções, utili-
zou-se o programa Autocad 2002.
Os cálculos de reservas abrangeram os cor-
pos de minério de onze morros (Branco, Lazan I,
Lasan II, Pedra Comprida, Redondo, Chico Velho,
Carlota I, Carlota II, Tuiuiú, Sítio, Anfilófio I e
Anfilófio II) (Anexo 1).
Reserva Medida
Para esta classe, foram considerados os blo-
cos de minério aflorantes e bloqueados em profun-
didade através de sondagem. A reserva insere-se na
área de influência dos respectivos furos, sendo a
densidade e o teor médio obtidos a partir da
amostragem sistemática dos testemunhos corres-
pondentes. O total das reservas medidas obtidas –
60.085.954t – constitui-se, na sua maior parte, de
minério alterado, com magnetismo fraco ou ausente
e engloba os blocos definidos com teores médios
obtidos da ordem de: 59,85% de Fe2O3, 20,64% de
TiO2 e 0,68% de V2O5.
Nos quadros a seguir são apresentados os
resumos do cálculo da reserva medida. Os valores
considerados para a densidade foram extraídos do
Projeto Ferro-Titânio de Campo Alegre de Lourdes
– Fase II (Souza & Sampaio, 1979).
RESERVA MEDIDA – MORRO BRANCO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 BA-BB e BC-BD 1.406 153,87 216.341 3,69 798.298 4,46 59,49 19,28 0,78
2 BC-BD e BE-BF 4.382 115,64 506.734 3,69 1.869.948 4,46 59,49 19,28 0,78
3 BE-BF e BG-BH 8.884 87,93 781.170 3,84 2.999.693 11,26 50,39 20,85 0,81
4 BG-BH e BI-BJ 5.739 104,49 599.668 3,84 2.302.725 11,26 50,39 20,85 0,81
TOTAL – – – 2.103.913 3,79 7.970.664 9,09 53,29 20,34 0,80
RESERVA MEDIDA – MORRO TESTA BRANCA
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 TO-TP e TA-TB 12.792 96,0 1.228.032 3,87 4.752.484 13,71 56,55 20,09 0,62
2 TA-TB e TI-TJ 8.670 80,27 695.941 3,96 2.755.926 13,71 56,55 20,09 0,62
3 TI-TJ e TC-TD 8.109 85,62 694.293 4,10 2.846.601 16,87 53,95 20,12 0,61
4 TC-TD e TK-TL 11.148 68,97 768.877 4,10 3.152.396 16,87 55,92 21,59 0,58
5 TK-TL e TE-TF 13.580 70,69 959.970 4,01 3.849.480 16,28 53,11 21,59 0,59
6 TE-TF e TM-TN 11.465 81,08 929.582 4,01 3.727.624 16,28 53,11 21,59 0,59
TOTAL – – – 5.276.695 3,99 21.084.511 15,53 54,87 20,86 0,60
As reservas do minério in situ, mais as
reservas de minério coluvial, discriminadas por
morro/corpo de minério estão também
mostradas:
Para efeito de caracterização, devem ser con-
siderados, basicamente, dois tipos principais de
minério: o não oxidado, ou com alteração apenas
incipiente, e o oxidado. Como esta diferença entre
os dois tipos está ligada a fenômenos intempéricos,
a zonação dos corpos mineralizados é no sentido
vertical, ligada à superfície atual do terreno. Por
outro lado, não se observa nenhuma zonação de
origem primária, de modo que há grande homo-
geneidade química e mineralógica, quer se consi-
derem pontos de uma mesma ocorrência, ou ocor-
rências diversas. Deste modo, as características
aqui descritas são válidas para os onze corpos isola-
dos que constituem o jazimento.
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Minério Não Oxidado
Este tipo foi pouco atingido ou não atingi-
do pelos agentes de intemperismo. Distribui-se
unicamente em subsuperfície, em geral abaixo da
cota 500, que corresponde ao nível de aplaina-
mento dos gnaisses. Macroscopicamente, apre-
senta cor preta, forte magnetismo, textura gra-
noblástica média, inequigranular, isotrópica ou
levemente orientada, aspecto que é definido pela
orientação de grãos e filetes, de cor verde-clara,
da ganga silicática.
Projeto Ferro-Titânio de Campo Alegre de Lourdes – Fase III
Reserva Total de Minério de Fe-Ti-V de Campo Alegre de Lourdes – BA
(minérios in situ + coluvial)
Reserva (t)
Corpo de Minério in situ Minério Reserva
Minério/Morro Medida Indicada Coluvial Total
Branco 7.970.664 6.150.176 1.387.284 15.508.124
Lazan I 38.080 169.600 19.252 226.932
Lazan II 454.872 856.800 7.140 1.318.812
Testa Branca 21.085.511 16.468.748 3.224.210 40.778.469
Redondo 14.487.747 10.600.701 2.418.493 27.506.941
Chico Velho 1.432.886 584.075 616.610 2.633.571
Carlota I 4.674.718 - 2.473.295 7.148.013
Carlota II 1.030.724 - 1.387.284 2.418.008
Tuiuiú 7.619.124 4.750.489 1.502.509 13.872.122
Sítio 1.043.450 322.022 188.330 1.553.802
Anfilófio 249.998 192.554 80.435 522.987
Total 60.085.954 40.095.166 13.304.842 113.487.781
Reservas Medidas - 60,10 Mt@ 49,98% Fe; 20,74% TiO2; 0,71% V2O5;
Reservas Indicadas - 40,1 Mt@ 18,56% TiO2; 0,61% V2O8;
Reserva do Colúvio - 13,30 Mt;
Reserva Total - 113,50 Mt.
RESERVA MEDIDA – MORRO REDONDO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 RI-RJ e RA-RB 9.225 77,46 714.569 3,90 2.786.819 6,04 57,68 20,71 0,77
2 RA-RB e RK-RL 9.784 80,14 784.090 3,90 3.057.951 6,04 57,68 20,71 0,77
3 RK-RL e RC-RD 4.563 122,99 561.203 3,80 2.132.571 7,14 58,83 20,75 0,76
4 RC-RD e RM-RN 3.223 82,72 266.607 3,80 1.013.107 7,14 58,83 20,75 0,76
5 RM-RN e RE-RF 5.916 98,86 584.856 3,88 2.269.241 5,51 57,43 20,64 0,78
6 RE-RF e RO-RP 6.867 61,88 424.930 3,88 1.648.728 5,51 57,43 20,64 0,78
7 RO-RP e RG-RH 3.526 72,63 256.093 4,02 1.029.494 6,50 51,19 21,92 0,75
8 RG-RH e RQ-RR 1.431 95,58 136.775 4,02 549.836 6,50 51,19 21,92 0,75
TOTAL – – – 3.729.123 3,99 14.487.747 6,19 57,15 20,83 0,77
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RESERVA MEDIDA – MORRO DO CHICO VELHO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 XA-XB e XC-XD 716 113,19 81.044 3,69 299.052 3,58 57,48 20,18 0,65
2 XC-XD e XE-XF 1.116 95,12 106.154 3,69 391.708 2,88 57,12 20,83 0,66
3 XE-XF e XG-XH 1.374 56,90 78.181 3,53 275.979 2,66 57,07 23,50 0,70
4 XG-XH e XI-XJ 954 51,01 48.702 3,53 171.918 2,54 55,93 25,78 0,75
5 XI-XJ e XL-XM 850 98,06 83.351 3,53 294.229 2,54 55,93 25,78 0,75
TOTAL - – – 397.432 3,60 1.432.886 2,87 56,80 22,82 0,69
RESERVA MEDIDA – MORRO DA CARLOTA II (CORPO MENOR)
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 CU-CV e CM-CN 694 99,76 69.233 3,44 238.162 4,13 62,68 21,95 0,74
2 CM-CN e CA-CB 807 82,24 66.368 3,44 228.306 4,13 62,68 21,95 0,74
3 CA-CB e CG-CH 633 100,22 63.440 3,44 218.244 4,13 60,27 21,50 0,77
4 CG-CH e CR-CS 739 136,11 100.585 3,44 346.012 0,62 63,74 19,74 0,64
TOTAL - – – 299.626 3,44 1.030.724 2,74 62,53 21,11 0,71
RESERVA MEDIDA – MORRO DA CARLOTA I (CORPO MAIOR)
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 CO-CP e CA-CB 568 93,24 52.960 3,79 200.718 2,23 60,39 22,46 0,60
2 CA-CB e CG-CH 901 100,79 90.812 3,79 344.177 2,23 60,39 22,46 0,60
3 CG-CH e CC-CD 1.399 107,57 150.490 3,71 558.318 2,53 60,76 21,70 0,62
4 CC-CD e CI-CJ 2.874 92,95 267.138 3,71 991.082 2,53 61,28 22,07 0,68
5 CI-CJ e CE-CF 4.153 92,83 385.523 3,70 1.426.435 3,70 61,08 21,96 0,76
6 CE-CF e CS-CT 3.484 49,60 172.806 3,76 649.751 3,70 61,08 21,96 0,76
7 CS-CT e CK-CL 2.391 23,39 55.925 3,76 210.728 3,70 61,08 21,96 0,76
8 CK-CL e CP-CQ 1.436 54,36 78.061 3,76 293.509 3,70 61,08 21,96 0,76
TOTAL - – – 1.253.715 3,72 4.674.718 3,14 61,00 22,01 0,71
RESERVA MEDIDA – MORRODO LAZAN I
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 LIA –LIB 190,4 20 3.808 4,0 15.232 3,93 51,51 21,21 0,77
2 LIA –LIB 190,4 30 5.712 4,0 22.848 3,93 51,51 21,21 0,77
TOTAL – – – 9.520 4,0 38.080 3,93 51,51 21,21 0,77
RESERVA MEDIDA – MORRO DO LAZAN II
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA FeO Fe2O3 TiO2 V2O5
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t) (%) (%) (%) (%)
1 LIIA –LIIB 1.263,53 30 37.906 4,0 151.624 3,93 51,51 21,21 0,77
2 LIIA –LIIB 1.263,53 60 75.812 4,0 303.428 3,93 51,51 21,21 0,77
TOTAL – – – 113.718 4,0 455.052 3,93 51,51 21,21 0,77
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Reserva Indicada
As reservas desta classe são integradas por
blocos em subsuperfície cujo limite superior é o da
reserva medida e o inferior determinado a partir da
possança do corpo. Os limites laterais obedeceram
à tendência do prolongamento do corpo. Assim
sendo, este tipo de reserva foi balizado em níveis
cujas cotas variam desde 480 até 360m, com amplo
predomínio da cota 430m. 
No Morro da Carlota, as seções elaboradas a
partir dos dados de sondagem mostram um
fechamento da mineralização em profundidade. Por
este motivo, a reserva indicada não foi considerada.
Seus teores foram extrapolados dos blocos contígu-
os amostrados que são constituídos, essencial-
mente, por minério com pouca ou nenhuma alte-
ração, em geral fortemente magnético. 
Somente os teores de TiO2 e V2O5 foram
considerados, de vez que não variam muito com a
profundidade. O total das reservas indicadas obti-
das é da ordem de 40.095.166,13t, com teores
médios de 20,56% de TiO2 e 0,68% de V2O5.
Nos quadros a seguir são apresentados os
resumos do cálculo da reserva indicada. As
unidades utilizadas são: metro quadrado (m2) para a
área média entre as seções contíguas; metro (m)
para a distância média entre as seções; metro cúbi-
co (m3) para o volume e tonelada por metro cúbico
(t/m3) para a densidade. Os valores considerados
para a densidade foram extraídos do Projeto Ferro-
Titânio de Campo Alegre de Lourdes – Fase II
(Souza&Sampaio, 1979), utilizando-se os mesmos
critérios usados na reserva medida. Os blocos e
seções podem ser verificados em apêndices especí-
ficos do Relatório da Fase III da CBPM.
RESERVA MEDIDA – MORRO DO TUIUIÚ
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t)
1 UA-UB/2 2.409,83 11,85 28.556,48 3,89 111.084,71
2 UA-UB+UC-UD 9.514,04 102,68 976.901,63 3,89 3.800.147,34
3 UC-UD+UE-UF 13.181,05 22,45 295.914,57 3,89 1.151.107,68
4 EU-UF/2 6.076,84 108,16 657.271,01 3,89 2.556.784,23
TOTAL – – – 1.958.643,69 3,89 7.619.123,96
RESERVA MEDIDA – MORRO DO SÍTIO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t)
1 SE-SF/2 389,64 33,21 12.939,94 3,10 40.113,81
2 SE-SF+SA-SB 1.335,18 76,08 101.580,49 3,10 314.899,52
3 SA-SB+SC-SD 2.049,84 89,65 183.468,16 3,10 569.681,30
4 SC-SD/2 1.104,30 34,69 38.308,17 3,10 118.755,33
TOTAL – – – 336.296,76 3,10 1.043.449,96
RESERVA MEDIDA – MORRO ANFILÓFIO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t)
1 AA-AB/3 567,76 63,27 35.922,18 3,10 111.358,76
2 AA-AB/3 567,76 78,77 44.722,46 3,10 138.639,63
TOTAL – – – 80.644,64 3,10 249.998,39
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RESERVA INDICADA – MORRO BRANCO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t)
1 BA-BB e BC-BD 1.031 153,87 158.640 3,69 585.382
2 BC-BD e BE-BF 1.721 115,64 199.016 3,69 734.369
3 BE-BF e BG-BH 7.214 87,93 634.327 3,84 2.435.816
4 BG-BH/2 5.968 104,49 623.596 3,84 2.394.609
TOTAL – – – 1.615.579 3,80 6.150.176
RESERVA INDICADA – MORRO TESTA BRANCA
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t)
1 TA-TB/2 3.120 96,0 299.520 3,96 1.186.099
2 TA-TB e TI-TJ 8.049 80,27 646.093 3,96 2.558.528
3 TI-TJ e TC-TD 10.871 85,62 930.775 4,10 3.816.177
4 TC-TD e TK-TL 10.914 68,97 752.738 4,10 3.086.226
5 TK-TL e TE-TF 10.804 70,69 763.735 3,87 2.955.654
6 TE-TF e TM-TN 9.134 81,08 740.585 3,87 2.866.064
TOTAL – – – 4.133.446 ? 16.468.748
RESERVA INDICADA – MORRO REDONDO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t)
1 RI-RJ e RA-RB 5.318 77,46 441.932 3,90 1.723.535
2 RA-RB e RK-RL 5.994 80,14 480.359 3,90 1.873.400
3 RK-RL e RC-RD 4.137 122,99 508.810 3,80 1.933.478
4 RC-RD e RM-RN 3.495 82,72 289.106 3,80 1.098.603
5 RM-RN e RE-RF 5.275 98,86 521.486 3,88 2.023.366
6 RE-RF e RO-RP 3.842 61,88 237.743 3,88 922.443
7 RO-RP e RG-RH 1.916 72,63 139.159 4,02 559.419
8 RG-RH e RQ-RR 1.214 95,58 116.034 4,02 466.457
TOTAL – – – 2.734.629 3,87 10.600.701
RESERVA INDICADA – MORRO DO CHICO VELHO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. RESERVA
(m2) (m) (m3) (t/m3) (t)
1 XA-XB e XC-XD 468 113,19 52.973 3,69 195.470
2 XC-XD e XE-XF 801 95,12 76.191 3,69 281.145
3 XE-XF/2 535 56,90 30.442 3,53 107.460
TOTAL – – – 159.606 3,59 584.075
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Tonelagem do Colúvio
O material coluvionar situado ao lado do
minério in situ, formado essencialmente por mata-
cões de minério e, secundariamente, por fragmentos
de rocha básica alterada, alcança expressiva to-
nelagem, formando depósitos que podem ser facil-
mente lavrados. Durante o mapeamento geológico,
delimitou-se sua área de ocorrência e foram feitos
onze ensaios de densidade. Sua espessura foi estima-
RESERVA INDICADA – MORRO DO LAZAN I
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. TON.
(m2) (m) (m3) t/m3) (t)
1 LIA -LIB 848 20 16.960 4,0 67.840
2 LIA -LIB 848 30 25.440 4,0 101.760
TOTAL – – – 42.400 4,0 169.600
RESERVA INDICADA – MORRO DO LAZAN II
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. TON.
(m2) (m) (m3) t/m3) (t)
1 LIIA -LIIB 2.380 30 71.400 4,0 285.600
2 LIIA -LIIB 2.380 60 142.800 4,0 571.200
TOTAL – – – 214.200 4,0 856.800
RESERVA INDICADA – MORRO DO TUIUIÚ
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. TON.
(m2) (m) (m3) t/m3) (t)
1 UA-UB/2 1.332,44 11,85 15.789,41 3,89 61.420,80
2 UA-UB+UC-UD 6.452,72 102,68 662.565,29 3,89 2.577.379,98
3 UC-UD+UE-UF 8.396,45 22,45 188.500,30 3,89 733.266,17
4 EU-UF/2 3.276,14 108,16 354.350,55 3,89 1.378.423,64
TOTAL – – – 1.221.205,55 3,89 4.750.490,59
RESERVA INDICADA – MORRO SÍTIO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. TON.
(m2) (m) (m3) t/m3) (t)
1 SE-SF/2 238,45 33,21 7.918,92 3,10 24.548,65
2 SE-SF+SA-SB 427,70 76,08 32.539,42 3,10 100.872,20
3 SA-SB+SC-SD 562,85 89,65 50.459,50 3,10 156.424,45
4 SC-SD/2 373,60 34,69 12.960,18 3,10 40.176,56
TOTAL – – – 103.878.02 3,10 322.021,86
RESERVA INDICADA – MORRO ANFILÓFIO
BLOCO SEÇÕES ÁREA DIST. VOLUME DENS. TON.
(m2) (m) (m3) t/m3) (t)
1 A-AB/3 437,30 63,27 27.667,97 3,10 85.770,71
2 AA-AB/3 437,30 78,77 34.446,12 3,10 106.782,97
TOTAL – – – 62.114,09 192.553,68
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da com base nos furos de sonda e trincheiras e con-
siderada para a construção das seções geológicas.
O cálculo da área de cada seção foi feito uti-
lizando-se o programa Autocad 2002. Os volumes
foram calculados através da seção – padrão, uti-
lizando-se as áreas médias entre seções contíguas e
a distância média entre elas.
A relação estéril/minério neste material é va-
riável de morro para morro, dependendo de uma série
de fatores. Desta forma, parece conveniente não aven-
tar conjecturas sobre teores para o colúvio. Este parâ-
metro poderá ser determinado, posteriormente, em
operações de desmonte, com elementos mais precisos.
As reservas estimadas para o material de
colúvio são as seguintes:
Projeto Ferro-Titânio de Campo Alegre de Lourdes – Fase

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