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RUPTURA DE TALUDES Conceitos e fatores de segurança Causas Gerais de Ruptura Guidicini e Nieble (2016) relatam em seu livro que as causas de ruptura de taludes podem ser internas, externas ou intermediárias , sendo: -CAUSAS INTERNAS, o efeito das oscilações térmicas e a diminuição dos parâmetros de resistência (coesão e ângulo de atrito) por ação do intemperismo; -CAUSAS EXTERNAS: mudanças na geometria do sistema, efeito das vibrações e mudanças naturais na inclinação das encostas; -CAUSAS INTERMEDIÁRIAS: elevação do nível d’agua, rebaixamento rápido do lençol freático, erosão subterrânea As sobrecargas de tráfego ou edificações nos taludes também influênciam na estabilidade e devem ser previstas no dimensionamento. Fatores Deflagadores dos Movimentos de Massa Movimentos de Massa Movimentos de Massa são qualquer deslocamento de um determinado volume de solo ou de rocha, independente da velocidade e que podem causas danos significativos como por exemplo, perdas de vidas e danos à estruturas pré existentes. . Estes podem ser classificados em rastejo, escorregamento planar, circular ou em cunha, fluxo de detritos, queda ou rolamento de blocos rochosos e processos erosivos. Existem diversas propostas de classificação dos movimentos de massa, sendo a Escala de Varnes (1978) a mais utilizada internacionalmente. Escala de Varnes Varnes (1978) classificou os movimentos de massa de acordo com a velocidade, em três categorias, sendo: Desmoronamento, Escorregamentos e Fluimentos (Rastejo) Fonte: Guidicini e Nieble (2016) Classificação dos Movimentos de Massa Augusto Filho (1992) revisou a proposta de classificação de Varnes (1978) e ajustou as características à dinâmica ambiental brasileira. Fonte: Gerscovich (2016) Rastejo São movimentos lentos (cm/ano) e contínuos do material da encosta, perceptíveis em árvores, cercas e postes inclinados. De acordo com Guidicini e Nieble (2016) sua movimentação está associada à ação da gravidade e pelo efeito da variação térmica, em que o processo de expansão e contração resulta no deslocamento do material. Fonte: http://iis.org.br/opiniao/ilhabela-e-a-ocupacao-de-encostas/ Escorregamentos São movimentos rápidos com superfície de ruptura bem definida, permitindo a correta visualização entre o material deslizado e o talude resistente. O escorregamento pode ser: - escorregamento planar; - escorregamento circular; - escorregamento cunha Escorregamento Planar (Translacional) Fonte: http://avaliacaoriscosbc.blogspot.com.br/2013/03/tipos-de-escorregamentos.html Escorregamento Circular (Rotacional) Fonte: http://avaliacaoriscosbc.blogspot.com.br/2013/03/tipos-de-escorregamentos.html Escorregamento em Cunha Fonte: http://avaliacaoriscosbc.blogspot.com.br/2013/03/tipos-de-escorregamentos.html Queda ou Rolamento de Blocos Rochosos Fonte: https://emidius.mi.ingv.it/GNDT/T19990907/photos/alb_photos/069.jpg Fluxo de Detritos Fonte: http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA4_MovMassa/GA43_tipos/Tipos.html Fonte: http://www.ntd.tv/2017/02/21/natural-spectacle-debris-flow-illgraben/ Investigação geológico - geotécnica Para o eficiente estudo de uma encosta é recomendável: - visitas técnicas ao local para conhecimento do problema e observações diretas em campo, com profissional qualificado, afim de realizar um mapeamento geológico da região; - pesquisa prévia a bibliografias de referências do local e do solo em estudo; - Investigação geotécnica eficiente de subsuperfície como sondagens a percussão (em solo) e/ou sondagens rotativas (em rocha); - Instrumentação do solo com Inclinômetros, Medidor de Nível d’água, entre outros, que permitem obter dados reais das movimentações nas encostas, se houver. NBR 11682 / 2009 – Estabilidade de Encostas Esta norma prescreve as recomendações mínimas para estabilidade de encostas, taludes ou contenções. Estabilidade tem como definição o equilíbrio entre as FORÇAS RESISTENTES e FORÇAS ATUANTES de um maciço, acrescido de um fator de segurança. Força Resistente é a própria resistência do solo, definida pelos parâmetros de resistência como coesão (c) e ângulo de atrito (). Força Atuante são as forças instabilizadoras, como água, sobrecargas e peso próprio do solo. Fatores de Segurança Os projetos de estabilização de encostas por meio de retaludamento ou contenções, devem incluir fatores de segurança que possuem a finalidade de cobrir incertezas de topografia, perfis geológico-geotécnicos, sondagens, assim como incertezas nas etapas de projeto e nas etapas construtivas. A NBR 11682/2009 apresenta a variação do fator de segurança mínimo entre 1,2 a 1,5, a depender dos graus de riscos alto, médio ou baixo quanto a perda de vidas humanas e quanto a danos materiais ou ambientais. Nível de Segurança quanto a perda de vidas humanas – NBR 11682/2009 Nivel de Segurança Critérios Alto Áreas com intensa movimentação e permanência de pessoas, como edificações públicas, residenciais ou industriais, estádios, praças e demais locais, urbanos ou não, com possibilidade de elevada concentração de pessoas. Ferrovias e rodovias de tráfego intenso Médio Áreas e edificações com movimentação e permanência restrita de pessoas Ferrovias e rodovias de trafego moderado Baixo Áreas e edificações com movimentação e permanência eventual de pessoas Ferrovias e rodovias de trafego reduzido Nível de Segurança quanto a danos materiais e ambientais – NBR 11682/2009 Nível de Segurança Critérios Alto Danos materiais: Locais próximos a propriedades de alto valor histórico, social ou patrimonial, obras de grande porte e áreas que afetem serviços essenciais. Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais graves, tais como nas proximidades de oleodutos, barragens de rejeito e fábricas de produtos tóxicos Médio Danos materiais: Locais próximos a propriedades de valor moderado Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais moderados Baixo Danos materiais: Locais próximos a propriedades de valor reduzido Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais reduzidos Tabela 2 - Nível de Segurança quanto a danos materiais e ambientais Fatores de Segurança Mínimo – NBR 11682/2009 Tabela 2 - Nível de Segurança quanto a danos materiais e ambientais Danos de Vidas Humanas Danos Materiais e Ambientais Alto Médio Baixo Alto 1,5 1,5 1,4 Médio 1,5 1,4 1,3 Baixo 1,4 1,3 1,2 Por fim, define-se o valor do fator de segurança mínimo para análises de estabilidade do maciço (Tabela 3). Tabela 3 - Fatores de Segurança mínimos . Por fim, define-se o valor do fator de segurança mínimo para análises de estabilidade do maciço. Fatores de Segurança Mínimo – NBR 11682/2009 Tabela 2 - Nível de Segurança quanto a danos materiais e ambientais Por fim, define-se o valor do fator de segurança mínimo para análises de estabilidade do maciço (Tabela 3). Tabela 3 - Fatores de Segurança mínimos No caso de estabilidade de contenções de aterro, além do fator de segurança mínimos acima definidos, as mesmas devem atender também a critérios mínimos de estabilidade quanto ao deslizamento, tombamento e capacidade de carga da fundação. Verificação de Segurança Fator de segurança mínimo Deslizamento na base 1,5 Tombamento 2,0 Capacidade de Carga da Fundação 3,0