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Assuntos da Rodada 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL: 1 Aplicação da lei penal. 1.1 Princípios da 
legalidade e da anterioridade. 1.2 A lei penal no tempo e no espaço. 1.3 
Tempo e lugar do crime. 1.4 Lei penal excepcional, especial e 
temporária. 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. 1.6 
Pena cumprida no estrangeiro. 1.7 Eficácia da sentença estrangeira. 1.8 
Contagem de prazo. 1.9 Interpretação da lei penal. 1.10 Analogia. 1.11 
Irretroatividade da lei penal. 1.12 Conflito aparente de normas penais. 
2 O fato típico e seus elementos. 2.1 Crime consumado e tentado. 2.2 
Pena da tentativa. 2.3 Concurso de crimes. 2.4 Ilicitude e causas de 
exclusão. 2.5 Excesso punível. 2.6 Culpabilidade. 2.6.1 Elementos e 
causas de exclusão. 3 Imputabilidade penal. 4 Concurso de pessoas. 5 
Crimes contra a pessoa. 6 Crimes contra o patrimônio. 7 Crimes contra 
a fé pública. 8 Crimes contra a administração pública. 9 Lei nº 
8.072/1990 (delitos hediondos). 10 Disposições constitucionais 
aplicáveis ao direito penal. 11 Crimes contra a Dignidade Sexual. 
 
 
 
 
Rodada #1 
Direito Penal 
 
Professor Pedro Ivo 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
2 
a. Teoria em Tópicos 
 
1. A lei penal é a fonte formal imediata do Direito Penal e é classificada pela 
doutrina majoritária em incriminadora e não incriminadora. 
 
2. Dizemos “incriminadoras” aquelas que criam crimes e cominam penas. 
 
3. Dizemos “não incriminadoras” as que não criam delitos e nem cominam penas. 
As “não incriminadoras” subdividem-se em: 
3.1. Permissivas: Autorizam a prática de condutas típicas. 
3.2. Exculpantes: Estabelecem a não culpabilidade do agente ou 
caracterizam a impunidade de algum crime. 
3.3. Interpretativas: Explicam determinado conceito, tornando clara a sua 
aplicabilidade. 
 
4. A analogia jurídica consiste em aplicar a um caso não previsto pelo legislador 
a norma que rege caso análogo, semelhante. A analogia não diz respeito à 
interpretação jurídica propriamente dita, mas à integração da lei, pois sua 
finalidade é justamente suprir lacunas desta. Classifica-se em: 
4.1. Analogia in malam partem: É aquela em que se supre a lacuna legal 
com algum dispositivo prejudicial ao réu. Isto não é possível no nosso 
ordenamento jurídico. 
4.2. Analogia in bonam partem: Neste caso, aplica-se ao caso omisso uma 
norma favorável ao réu. Este tipo de analogia é aceito em nosso 
ordenamento jurídico. 
 
5. A regra geral no Direito Penal é a da prevalência da lei que se encontrava em 
vigor quando da prática do fato, ou seja, aplica-se a lei vigente quando da 
prática da conduta – Princípio do “Tempus Regit Actum”. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
3 
6. Novatio legis incriminadora ocorre quando um indiferente penal (conduta 
considerada lícita frente à legislação penal) passa a ser considerado crime pela 
lei posterior. Neste caso, a lei que incrimina novos fatos é irretroativa, uma 
vez que prejudica o sujeito. 
 
7. A lei penal pode, também, ser mais gravosa. Aqui não temos a tipificação de 
uma conduta antes descriminalizada, mas sim a aplicação de tratamento mais 
rigoroso a um fato já constante como delito. Para esta situação também não 
há que se falar em retroatividade, pois, se a nova lei for mais grave terá 
aplicação apenas a fatos posteriores à sua entrada em vigor. Jamais 
retroagirá, conforme determinação constitucional. 
 
8. O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como lícito 
fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova 
descriminaliza fato que era considerado infração penal. Opera-se a extinção 
da punibilidade. Encontra embasamento no artigo 2º do Código Penal. 
 
9. Segundo os princípios que regem a lei penal no tempo, a lei abolicionista É 
norma penal retroativa, atingindo fatos pretéritos, ainda que acobertados pelo 
manto da coisa julgada. Isto porque o respeito à coisa julgada é uma garantia 
do cidadão em face do Estado. Logo, a lei posterior só não pode retroagir se 
for prejudicial ao réu. 
 
10. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado. 
 
11. A lei mais favorável é retroativa. Sendo assim, somente podemos falar em 
retroatividade quando lei posterior for mais benéfica ao agente, em 
comparação àquela que estava em vigor quando o crime foi praticado. 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
4 
12. Quando se diz que uma lei penal é dotada de ultratividade, quer-se afirmar 
que ela, apesar de não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores à 
sua saída do sistema. Assim, para a situação, em que um delito é praticado 
durante a vigência de uma lei que posteriormente é revogada por outra 
prejudicial ao agente, ocorrerá a ultratividade da lei. 
 
13. As leis excepcionais e temporárias são auto revogáveis, ou seja, não há 
necessidade da edição de outra lei para retirá-las do ordenamento jurídico. É 
suficiente para tal o decurso do prazo ou mesmo o término de determinada 
situação. Para que sua aplicabilidade seja plena, o legislador percebeu ser 
necessária a manutenção de seus efeitos punitivos após sua vigência aos que 
afrontaram a norma quando vigorava. 
 
14. As leis excepcionais e temporárias possuem ultratividade, pois se aplicam 
sempre ao fato praticado durante sua vigência. 
 
15. Normas penais em branco são disposições cuja sanção é determinada, 
permanecendo indeterminado o seu conteúdo; Sua exequibilidade depende do 
complemento de outras normas jurídicas ou da futura expedição de certos atos 
administrativos; Classificam-se em: 
15.1. Normas Penais em Branco em Sentido Lato: São aquelas em que o 
complemento é determinado pela mesma fonte formal da norma 
incriminadora, ou seja, o complemento tem a mesma natureza jurídica e 
provém do mesmo órgão que elaborou a lei penal incriminadora. 
15.2. Normas Penais em Branco em Sentido Estrito: São aquelas cujo 
complemento está contido em norma procedente de outra instância 
legislativa, ou seja, o complemento tem natureza jurídica diversa e emana 
de órgão distinto daquele que elaborou a lei penal incriminadora. 
 
16. Alguns autores referem-se à chamada lei penal em branco inversa ou ao 
avesso. Trata-se de situação em que o preceito primário é completo, mas o 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
5 
secundário necessita de complementação. Neste caso, o complemento só pode 
ocorrer por lei sob pena de afronta ao princípio da reserva legal. 
 
17. O entendimento majoritário é o de que deve haver a retroação da lei penal 
em branco, tal qual ocorre com as demais normas. Cabe, entretanto, ressaltar 
que quando o complemento se inserir em um contexto de excepcionalidade, a 
sua modificação, ainda que benéfica ao réu, não pode retroagir. Trata-se, 
simplesmente, da aplicação do disposto no art. 3º do Código Penal que garante 
a ultratividade das leis penais excepcionais. 
 
18. Em princípio, o artigo 3º do Código Penal se aplica a norma penal em 
branco, na hipótese de o ato normativo que a integra ser revogado ou 
substituído por outro mais benéfico ao infrator, não se dando, portanto, a 
retroatividade. Essa aplicação só não se faz quando a norma, que 
complementa o preceito penal em branco, importa real modificação da figura 
abstrata nele prevista ou se assentaem motivo permanente, insusceptível de 
modificar-se por circunstancias temporárias ou excepcionais, como sucede 
quando do elenco de doenças contagiosas se retira uma por se haver 
demonstrado que não tem ela tal característica. 
 
19. Ocorre o conflito aparente de normas penais quando o mesmo fato se 
amolda a duas ou mais normas incriminadoras. A conduta, única, parece 
subsumir-se em diversas normas penais. Ou seja, há uma unidade de fato e 
uma pluralidade de normas contemporâneas identificando aquele fato como 
criminoso. 
 
20. Não é admissível que duas ou mais leis penais ou dois ou mais dispositivos 
da mesma lei penal se disputem, com igual autoridade, exclusiva aplicação ao 
mesmo fato. Para evitar a perplexidade ou a intolerável solução pelo bis in 
idem, o direito penal (como o direito em geral) dispõe de regras, explícitas ou 
implícitas, que previnem a possibilidade de competição em seu seio. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
6 
 
21. A doutrina, regra geral, indica 04 princípios a serem aplicados a fim de 
solucionar o conflito aparente de leis penais, são eles: 
21.1. Princípio da Especialidade: Estabelece que a lei especial prevalece 
sobre a geral. Considera-se lei especial aquela que contém todos os 
requisitos da lei geral e mais alguns chamados especializantes. 
21.2. Princípio da Subsidiariedade: Ocorre a subsidiariedade expressa, 
quando a própria norma reconhecer seu caráter subsidiário, admitindo 
incidir somente se não ficar caracterizado o fato de maior gravidade. No 
caso da subsidiariedade tácita a norma nada diz, mas, diante do caso 
concreto, verifica-se seu caráter secundário. 
21.3. Princípio da Consunção: Conhecido também como princípio da 
absorção, é um princípio aplicável nos casos em que há uma sucessão de 
condutas com existência de um nexo de dependência. De acordo com tal 
princípio, o crime mais grave absorve o crime menos grave. Ao contrário 
do que ocorre no princípio da especialidade, aqui não se reclama a 
comparação abstrata entre as leis penais. Comparam-se os fatos, 
inferindo-se que o mais grave consome os demais, sobrando apenas a lei 
penal que o disciplina. 
21.4. Princípio da Alternatividade: Ocorre quando uma norma jurídica prevê 
diversas condutas, alternativamente, como modalidades de uma mesma 
infração. Para estes casos, mesmo que o infrator cometa mais de uma 
dessas ‘condutas alternativas’, isto é, se, acaso, violar mais de um dever 
jurídico, será apenado somente uma vez. 
 
22. Para determinar o tempo do crime, a doutrina criminal tem apresentado 
três teorias, quais sejam, a teoria da atividade, do resultado e da ubiquidade 
(mista). 
 
23. Teoria da Atividade: O crime ocorre no momento em que foi praticada a 
ação ou omissão, ou seja, a conduta criminosa. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
7 
 
24. Teoria do Resultado: O crime ocorre no momento em que ocorreu o 
resultado. 
 
25. Teoria da Ubiquidade: Também conhecida por teoria mista, já que para esta 
teoria o crime ocorre tanto no momento em que foi praticada a ação ou 
omissão (atividade) como onde se produziu, ou deveria se produzir o resultado 
(resultado). 
 
26. O Código Penal adota claramente, em seu artigo 4º, a teoria da atividade 
para determinar o tempo do crime: Art. 4º - Considera-se praticado o crime 
no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado 
 
27. A adoção da teoria da atividade para a determinação do tempo do crime 
apresenta algumas consequências, tais como: Aplica-se a lei em vigor ao 
tempo da conduta, exceto se a do tempo do resultado for mais benéfica; e; 
apura-se a imputabilidade no momento da conduta. 
 
28. Nos crimes permanentes, enquanto perdura a ofensa ao bem jurídico 
(Exemplo: extorsão mediante sequestro), o tempo do crime se dilatará pelo 
período de permanência. Assim, se o autor, menor, durante a fase de 
execução do crime vier a atingir a maioridade, responderá segundo o Código 
Penal e não segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA (Lei n. 
8.069/90). 
 
29. Nos crimes continuados em que os fatos anteriores eram punidos por uma 
lei, operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda 
unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticado. 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
8 
30. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. (Súmula nº 711, do STF). 
 
31. No Crime Habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova, 
ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa. 
 
32. A regra geral, segundo a doutrina, para dirimir conflitos e dúvidas é a 
utilização do princípio da territorialidade, ou seja, aplica-se a lei penal aos 
crimes cometidos em território nacional. Há exceções que ocorrem quando o 
brasileiro pratica crime no exterior ou um estrangeiro comete delito no Brasil. 
Fala-se, assim, que o Código Penal adotou o princípio da territorialidade 
temperada ou mitigada. 
 
33. Fala-se em princípio da territorialidade temperada ou mitigada por haverem 
exceções ao princípio da territorialidade. A doutrina trata tais 
excepcionalidades através dos seguintes princípios: 
 
33.1. Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade: Autoriza a submissão 
à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor brasileiro ou 
contra vítima brasileira. Este princípio se subdivide em outros dois: 
33.1.1. Princípio da Personalidade Ativa: Só se considera a 
nacionalidade do autor do delito, ou seja, independentemente da 
nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido, o agente 
é punido de acordo com a lei brasileira. Encontra-se disposto no art. 
7.º, I, alínea “d” e II, “b” do Código Penal. 
33.1.2. Princípio da Personalidade Passiva: Considera-se somente a 
nacionalidade da vítima do delito. Encontra previsão no art. 7.º, § 3º, 
do Código Penal. 
33.2. Princípio da Defesa Real ou da Proteção: A lei penal é aplicada 
independentemente da nacionalidade do bem jurídico atingido pela ação 
delituosa, onde quer que ela tenha sido praticada e independente da 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
9 
nacionalidade do agente. O Estado protege os seus interesses além das 
fronteiras. (Art. 7º, I, “a”, “b” e “c”, do Código Penal). 
33.3. Princípio da Justiça Universal: É um princípio baseado na cooperação 
penal internacional e permite a punição, por todos os Estados, da 
totalidade dos crimes que forem objeto de tratados e de convenções 
internacionais. Fundamenta-se no dever de solidariedade na repressão de 
certos delitos cuja punição interessa a todos os povos. Exemplos: Tráfico 
de drogas, comércio de seres humanos, genocídio etc. Encontra previsão 
no art. 7º, II, “a”, do Código Penal. 
33.4. Princípio da Representação: Segundo este princípio, deve ser aplicada 
a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada quando estiverem em 
território estrangeiro e aí não sejam julgados. Está previsto no artigo 7º, 
II, “c”, do Código Penal. 
 
34. Em relação ao lugar do crime, o Código Penal adotou a teoria da ubiquidade, 
valendo ressaltar que na própria previsão do art. 6° do Código Penal está 
incluída o lugar da tentativa, ou seja, "[...] onde se produziu ou deveriaproduzir-se o resultado". 
 
35. Busca-se, com a teoria mista do lugar do delito, solucionar o problema dos 
conflitos negativos de competência (Dentro do Território Nacional) e o 
problema dos crimes à distância (Brasil - Exterior), em que ação e o resultado 
se desenvolvem em lugares diversos. 
 
36. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
Sendo assim, concluímos que a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 
imposta no brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada 
quando idênticas. 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
10 
b. Revisão 01 
 
QUESTÃO 01 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Na aplicação dos princípios da insignificância e da lesividade, as condutas que 
produzam um grau mínimo de resultado lesivo devem ser desconsideradas 
como delitos e, portanto, não ensejam a aplicação de sanções penais aos seus 
agentes. 
 
QUESTÃO 02 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Não se permitem penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de 
banimento, cruéis ou de morte, salvo esta última em caso de guerra declarada. 
 
QUESTÃO 03 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Por ser uma pena pecuniária, a multa pode ser, nos termos da lei, estendida 
aos sucessores e contra eles executada, até o limite do valor do patrimônio 
transferido. 
 
QUESTÃO 04 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
A escolha do estabelecimento onde o agente cumprirá pena restritiva de 
liberdade depende de aspectos como periculosidade do delito, aptidão para o 
trabalho, idade, escolaridade e sexo do apenado. 
 
QUESTÃO 05 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Não retroage a lei penal que alterou o prazo prescricional de dois anos para 
três anos dos crimes punidos com pena máxima inferior a um ano. 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
11 
QUESTÃO 06 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
No Código Penal, a exposição de motivos é exemplo de interpretação autêntica, 
pois é realizada no próprio texto legal. 
 
QUESTÃO 07 - CESPE - ANALISTA - TJDFT - 2015 
 
Em se tratando de direito penal, admite-se a analogia quando existir efetiva 
lacuna a ser preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Constitui exemplo 
de analogia a aplicação ao companheiro em união estável da regra que isenta 
de pena o cônjuge que subtrai bem pertencente ao outro cônjuge, na 
constância da sociedade conjugal. 
 
QUESTÃO 08 - CESPE - ANALISTA - TJDFT - 2015 
 
A lei mais benéfica deve ser aplicada pelo juiz quando da prolação da sentença 
— em decorrência do fenômeno da ultratividade — mesmo já tendo sido 
revogada a lei que vigia no momento da consumação do crime. 
 
QUESTÃO 09 - CESPE - ANALISTA - TJDFT - 2015 
 
Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em 
continuidade delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em 
processo contra ele, a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda 
que seja mais gravosa. 
 
QUESTÃO 10 - CESPE - ASSESSOR - TCE-RN - 2015 
 
Pelo princípio da irretroatividade da lei penal, não é possível a aplicação de lei 
posterior a fato anterior à edição desta. É exceção ao referido princípio a 
possibilidade de retroatividade da lei penal benéfica que atenue a pena ou torne 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
12 
atípico o fato, desde que não haja trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
 
QUESTÃO 11 - CESPE - ASSESSOR - TCE-RN - 2015 
 
Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá 
cuidar da proteção dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social. 
 
QUESTÃO 12 - CESPE - ASSESSOR - TCE-RN - 2015 
 
A revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora 
alcança também os efeitos extrapenais de sentença condenatória penal. 
 
QUESTÃO 13 - CESPE - TITULAR DE NOTAS - TJ-SE - 2014 
 
Em decorrência do princípio da irretroatividade, lei penal mais grave 
superveniente não se aplica na hipótese de crime continuado, 
independentemente das circunstâncias fáticas. 
 
QUESTÃO 14 - CESPE - ANALISTA - TJ-RO - 2012 
 
No conflito entre o jus puniendi do Estado, de um lado, e o jus libertatis do 
acusado, a balança deve se inclinar a favor do primeiro, porquanto prevalece, 
em casos tais, o interesse público. 
 
QUESTÃO 15 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-PE - 2016 
 
Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses e, nesse período, 
nova lei penal entrou em vigor, prevendo causa de aumento de pena que se 
enquadra perfeitamente no caso em apreço. Nessa situação hipotética, a lei 
penal mais grave deverá ser aplicada, pois a atividade delitiva prolongou-se 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
13 
até a entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da permanência 
do crime. 
 
QUESTÃO 16 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no 
momento da conduta quanto no da produção do resultado. 
 
QUESTÃO 17 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
A lei material penal terá vigência imediata quando for editada por meio de 
medida provisória, impactando diretamente a condenação do réu se a denúncia 
já tiver sido recebida. 
 
QUESTÃO 18 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei 
penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver 
sido iniciada antes da sua vigência. 
 
QUESTÃO 19 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado antes do 
trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal processante 
poderá reconhecê-la e aplicá-la. 
 
QUESTÃO 20 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não poderá 
ser aplicada se efetivamente agravar a situação do réu. 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
14 
c. Revisão 02 
 
QUESTÃO 21 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-PE - 2016 
 
A lei penal mais grave deverá ser aplicada, quando a atividade delitiva 
prolongou-se até a entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da 
permanência do crime. 
 
QUESTÃO 22 - CESPE - ANALISTA - TRE-MS - 2013 
 
O princípio da legalidade ou princípio da reserva legal não se estende às 
consequências jurídicas da infração penal, em especial aos efeitos da 
condenação, nem abarca as medidas de segurança. 
 
QUESTÃO 23 - CESPE - ESCRIVÃO - POLÍCIA FEDERAL - 2013 
 
No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei 
apenas durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei 
penal mais benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-
atividade. 
 
QUESTÃO 24- CESPE - ESCRIVÃO - POLÍCIA FEDERAL - 2013 
 
A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da 
punibilidade, obedece aos critérios processuais penais, computando-se o dia do 
começo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o início do prazo 
será o dia útil imediatamente subsequente. 
 
QUESTÃO 25 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
15 
Em relaçãoao lugar do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria do resultado, 
considerando praticado o crime no lugar onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado. 
 
QUESTÃO 26 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, 
as frações de dia, mas, nas de multa, não se desconsideram as frações da 
moeda. 
 
QUESTÃO 27 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
A abolitio criminis, que possui natureza jurídica de causa de extinção da 
punibilidade, conduz à extinção dos efeitos penais e extrapenais da sentença 
condenatória. 
 
QUESTÃO 28 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
Desde que em benefício do réu, a jurisprudência dos tribunais superiores 
admite a combinação de leis penais, a fim de atender aos princípios da 
ultratividade e da retroatividade in mellius. 
 
QUESTÃO 29 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
Em relação ao tempo do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria da 
atividade, considerando-o praticado no momento da ação ou omissão. 
 
QUESTÃO 30 - CESPE - ANALISTA - TJ-ES - 2011 
 
Uma das funções do princípio da legalidade refere-se à proibição de se realizar 
incriminações vagas e indeterminadas, visto que, no preceito primário do tipo 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
16 
penal incriminador, é obrigatória a existência de definição precisa da conduta 
proibida ou imposta, sendo vedada, com base em tal princípio, a criação de 
tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos. 
 
 
d. Revisão 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
17 
e. Normas utilizadas 
 
CÓDIGO PENAL 
 
PARTE GERAL 
TÍTULO I 
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Anterioridade da Lei 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
Lei penal no tempo 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
Lei excepcional ou temporária 
 Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
Tempo do crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
18 
Territorialidade 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras 
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional 
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se 
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado. 
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
19 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que 
absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso 
das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo 
anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
20 
Eficácia de sentença estrangeira 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na 
espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos 
civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de 
cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de 
requisição do Ministro da Justiça. 
Contagem de prazo 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os 
meses e os anos pelo calendário comum. 
Frações não computáveis da pena 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de 
direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
Legislação especial 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei 
especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 
 
 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
21 
f. Gabarito 
 
1 2 3 4 5 
C C E E C 
6 7 8 9 10 
E C C C E 
11 12 13 14 15 
C E E E C 
16 17 18 19 20 
E E C E E 
21 22 23 24 25 
C E C E E 
26 27 28 29 30 
E E E C C 
 
g. Breve comentário às questões 
 
QUESTÃO 01 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Na aplicação dos princípios da insignificância e da lesividade, as condutas que 
produzam um grau mínimo de resultado lesivo devem ser desconsideradascomo delitos e, portanto, não ensejam a aplicação de sanções penais aos seus 
agentes. 
Certa. Trata de forma correta dos princípios da insignificância e lesividade. Em 
complemento, cabe ressaltar que o princípio da insignificância incide quando 
presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (a) mínima 
ofensividade da conduta do agente, (b) nenhuma periculosidade social da ação, 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
22 
(c) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (d) inexpressividade 
da lesão jurídica provocada. 
 
QUESTÃO 02 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Não se permitem penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de 
banimento, cruéis ou de morte, salvo esta última em caso de guerra declarada. 
Certa.As penalizações apresentadas na questão são vedadas pela CF/88. Trata-
se, no caso, do chamado princípio da humanidade das penas. 
 
QUESTÃO 03 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Por ser uma pena pecuniária, a multa pode ser, nos termos da lei, estendida 
aos sucessores e contra eles executada, até o limite do valor do patrimônio 
transferido. 
Errada. Trata-se a multa, em sentido penal, de uma pena. Assim, aplica-se o 
princípio da instranscendência e não se transmite aos sucessores. 
 
QUESTÃO 04 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
A escolha do estabelecimento onde o agente cumprirá pena restritiva de 
liberdade depende de aspectos como periculosidade do delito, aptidão para o 
trabalho, idade, escolaridade e sexo do apenado. 
Errada.Nos termos do art. 5º, XLVIII, da CF/88, a pena será cumprida em 
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o 
sexo do apenado. 
 
QUESTÃO 05 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
Não retroage a lei penal que alterou o prazo prescricional de dois anos para 
três anos dos crimes punidos com pena máxima inferior a um ano. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
23 
Certa. Observando que a nova lei apresenta tratamento mais gravoso 
(ampliação do prazo prescricional), não deverá retroagir. 
 
QUESTÃO 06 - CESPE - ANALISTA - TRT - 2016 
 
No Código Penal, a exposição de motivos é exemplo de interpretação autêntica, 
pois é realizada no próprio texto legal. 
Errada. Leciona Cleber Masson que a Exposição de Motivos do CP deve ser 
encarada como interpretação doutrinária, e não autêntica, por não fazer parte 
da estrutura da lei. A Interpretação Doutrinária ou científica é a interpretação 
exercida pelos doutrinadores, escritores e articulistas, enfim, comentadores do 
texto legal. Não tem força obrigatória e vinculante, em hipótese alguma. 
 
QUESTÃO 07 - CESPE - ANALISTA - TJDFT - 2015 
 
Em se tratando de direito penal, admite-se a analogia quando existir efetiva 
lacuna a ser preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Constitui exemplo 
de analogia a aplicação ao companheiro em união estável da regra que isenta 
de pena o cônjuge que subtrai bem pertencente ao outro cônjuge, na 
constância da sociedade conjugal. 
Certa. Trata-se a analogia de método integrativo para suprir lacuna legal e que, 
segundo entendimento majortário, pode ser aplicada no Direito Penal quando 
em benefício do réu. A analogia in malan partem (desfavoráveu ao réu) não é 
admitida. 
 
QUESTÃO 08 - CESPE - ANALISTA - TJDFT - 2015 
 
A lei mais benéfica deve ser aplicada pelo juiz quando da prolação da sentença 
— em decorrência do fenômeno da ultratividade — mesmo já tendo sido 
revogada a lei que vigia no momento da consumação do crime. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
24 
Certa. A aplicabilidade da lei penal está sujeita aos fenômenos da retroatividade 
e ultratividade. No caso, a lei mais benéfica será ultrativa. 
 
QUESTÃO 09 - CESPE - ANALISTA - TJDFT - 2015 
 
Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em 
continuidade delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em 
processo contra ele, a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda 
que seja mais gravosa. 
Certa. Conforme a Súmula nº 711, do STF, a lei penal mais grave aplica-se ao 
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou permanência. 
 
QUESTÃO 10 - CESPE - ASSESSOR - TCE-RN - 2015 
 
Pelo princípio da irretroatividade da lei penal, não é possível a aplicação de lei 
posterior a fato anterior à edição desta. É exceção ao referido princípio a 
possibilidade de retroatividade da lei penal benéfica que atenue a pena ou torne 
atípico o fato, desde que não haja trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
Errada. Nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal, a lei posterior, 
que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda 
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
QUESTÃO 11 - CESPE - ASSESSOR - TCE-RN - 2015 
 
Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá 
cuidar da proteção dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social. 
Certa. Pelo princípio da intervenção mínima, o Direito Penal deve se abster de 
intervir em condutas irrelevantes e só atuar quando estritamente necessário, 
mantendo-se subsidiário e fragmentário. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
25 
 
QUESTÃO 12 - CESPE - ASSESSOR - TCE-RN - 2015 
 
A revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora 
alcança também os efeitos extrapenais de sentença condenatória penal. 
Errada. Nos termos do art. 2º, do CP, ninguém pode ser punido por fato que 
lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e 
os efeitos penais da sentença condenatória. Perceba que o Código Penal só se 
refere aos efeitos penais da sentença condenatória. Permanecem os civis, 
políticos e administrativos desde que tenha sido o fato objeto de sentença 
transitada em julgado. 
 
QUESTÃO 13 - CESPE - TITULAR DE NOTAS - TJ-SE - 2014 
 
Em decorrência do princípio da irretroatividade, lei penal mais grave 
superveniente não se aplica na hipótese de crime continuado, 
independentemente das circunstâncias fáticas. 
Errada. Conforme a súmula nº 711, do STF, a lei penal mais grave aplica-se ao 
crime continuado ou ao permanente, se a sua vigência é anterior à cessação 
da continuidade ou da permanência. 
 
QUESTÃO 14 - CESPE - ANALISTA - TJ-RO - 2012 
 
No conflito entre o jus puniendi do Estado, de um lado, e o jus libertatis do 
acusado, a balança deve se inclinar a favor do primeiro, porquanto prevalece, 
em casos tais, o interesse público. 
Errada. Contraria o princípio clássico do "in dubio pro réu". 
 
QUESTÃO 15 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-PE - 2016 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
26 
Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses e, nesse período, 
nova lei penal entrou em vigor, prevendo causa de aumento de pena que se 
enquadra perfeitamente no caso em apreço. Nessa situação hipotética, a lei 
penal mais grave deverá ser aplicada, pois a atividade delitiva prolongou-se 
até a entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da permanência 
do crime. 
Correto. Nos termos da súmula nº 711, do STF, a lei penal mais grave aplica-
se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior 
à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
QUESTÃO 16 - CESPE - ESCRIVÃO- PC-GO - 2016 
 
Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no 
momento da conduta quanto no da produção do resultado. 
Errado. Com relação ao local do crime, no Brasil adota-se a teoria da 
ubiquidade, que considera que o local do crime é tanto onde ocorreu a conduta 
quanto onde ocorreu ou deveria ocorrer o resultado.(art. 6º). Entretanto, 
quanto ao tempo do crime, no Brasil, adota-se a teoria da atividade, ou seja, 
considera-se praticado o crime no momento da conduta. 
 
QUESTÃO 17 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
A lei material penal terá vigência imediata quando for editada por meio de 
medida provisória, impactando diretamente a condenação do réu se a denúncia 
já tiver sido recebida. 
Errada. Regra geral, é vedada, então, a edição de medidas provisórias sobre 
matéria relativa a direito penal e processual penal. 
 
QUESTÃO 18 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
27 
Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei 
penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver 
sido iniciada antes da sua vigência. 
Certa. A lei penal nova que traz benefícios é chamada de lex mitior ou novatio 
legis in mellius. Essa lei retroage para beneficiar o réu, até mesmo quando já 
há coisa julgada. 
 
QUESTÃO 19 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado antes do 
trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal processante 
poderá reconhecê-la e aplicá-la. 
Errada. A retroação beneficia tanto o réu quanto o condenado, de sorte que, 
de fato, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal 
tiver sido iniciada antes da sua vigência. 
 
QUESTÃO 20 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-GO - 2016 
 
Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não poderá 
ser aplicada se efetivamente agravar a situação do réu. 
Errada. Nos termos da súmula nº 711, do STF, a lei penal mais grave aplica-
se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior 
à cessação da continuidade ou permanência. 
 
QUESTÃO 21 - CESPE - ESCRIVÃO - PC-PE - 2016 
 
A lei penal mais grave deverá ser aplicada, quando a atividade delitiva 
prolongou-se até a entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da 
permanência do crime. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
28 
Certa. Nos termos da súmula nº 711, do STF, a lei penal mais grave aplica-se 
ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou permanência. 
 
QUESTÃO 22 - CESPE - ANALISTA - TRE-MS - 2013 
 
O princípio da legalidade ou princípio da reserva legal não se estende às 
consequências jurídicas da infração penal, em especial aos efeitos da 
condenação, nem abarca as medidas de segurança. 
Errado. O princípio da legalidade, enunciado em sua expressão “nullum crimen 
nulla poena sine previa lege”, torna a questão incorreta. Conforme define o 
Código Penal, em seu art. 1.º, não há crime nem pena sem lei prévia. Assim, 
tanto o crime como a pena, que é uma consequência jurídica da infração penal 
(medida de segurança), têm de estar previstos em lei formal. 
 
QUESTÃO 23 - CESPE - ESCRIVÃO - POLÍCIA FEDERAL - 2013 
 
No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei 
apenas durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei 
penal mais benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-
atividade. 
Certo. A atividade da lei é a regra e, sob a fundamentação na denominada 
“teoria da ação”, tem inteira aplicação para a fixação do tempo do crime e da 
lei aplicável. Quando a lei regula situações fora de seu período de vigência, 
ocorre a chamada extra-atividade, que é a exceção. Ao regular situações 
passadas, isto é, ocorridas antes do início de sua vigência, a extra-atividade 
denomina-se retroatividade; quando se aplica mesmo após a cessação de sua 
vigência, a extra-atividade será chamada de ultra-atividade. 
 
QUESTÃO 24- CESPE - ESCRIVÃO - POLÍCIA FEDERAL - 2013 
 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
29 
A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da 
punibilidade, obedece aos critérios processuais penais, computando-se o dia do 
começo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o início do prazo 
será o dia útil imediatamente subsequente. 
Errado. Nos termos do art. 10 do Código Penal, o dia do começo inclui-se no 
cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário 
comum. Para efeito da decadência os prazos são contados de acordo com a 
regra do art. 10, diferentemente da contagem do prazo processual, em que se 
exclui o dia do começo e se este for domingo ou feriado o início do prazo será 
o dia útil imediatamente subsequente. 
 
QUESTÃO 25 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
Em relação ao lugar do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria do resultado, 
considerando praticado o crime no lugar onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado. 
Errado. Segundo o art. 4.º do CP, “considera-se praticado o crime no lugar em 
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se 
produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Neste caso, o legislador 
infraconstitucional adotou a teoria da ubiquidade, que considera o local do 
crime tanto o da prática da conduta como onde ocorreu ou deveria ocorrer o 
resultado. 
 
QUESTÃO 26 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, 
as frações de dia, mas, nas de multa, não se desconsideram as frações da 
moeda. 
Errado. De acordo com o art. 11 do CP, desprezam-se, nas penas privativas de 
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, 
as frações de cruzeiro. 
 
 DIREITO PENAL 
 
 
 
 
30 
 
QUESTÃO 27 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
A abolitio criminis, que possui natureza jurídica de causa de extinção da 
punibilidade, conduz à extinção dos efeitos penais e extrapenais da sentença 
condenatória. 
Errado. Segundo o art. 2.º, caput, do CP, ninguém pode ser punido por fato 
que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a 
execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Assim, tal dispositivo 
não abrange os efeitos extrapenais. 
 
QUESTÃO 28 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
Desde que em benefício do réu, a jurisprudência dos tribunais superiores 
admite a combinação de leis penais, a fim de atender aos princípios da 
ultratividade e da retroatividade in mellius. 
Errado. Tanto o Supremo Tribunal Federal como o Superior Tribunal de Justiça 
não admitem, regra geral, a combinação de leis penais, mesmo que para 
favorecer o réu. Aplica-se, no caso, a teoria da ponderação unitária, que repele 
dita combinação, sob o argumento de ser vedada ao Judiciário a criação de 
uma terceira pena. 
 
QUESTÃO 29 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 
 
Em relação ao tempo do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria da 
atividade, considerando-o praticado no momento da ação ou omissão. 
Certo. Conforme o art. 4.º do CP, considera-se praticado o crime no momento 
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
 
QUESTÃO 30 - CESPE - ANALISTA - TJ-ES - 2011DIREITO PENAL 
 
 
 
 
31 
Uma das funções do princípio da legalidade refere-se à proibição de se realizar 
incriminações vagas e indeterminadas, visto que, no preceito primário do tipo 
penal incriminador, é obrigatória a existência de definição precisa da conduta 
proibida ou imposta, sendo vedada, com base em tal princípio, a criação de 
tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos. 
Certo. Conforme observa Bittencourt, “em termos de sanções criminais são 
inadmissíveis, pelo princípio da legalidade, expressões vagas, equívocas ou 
ambíguas”.

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