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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL ........................................................................................................ 2 DIREITO PENAL ................................................................................................................................. 2 CONCEITO ..................................................................................................................................... 2 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL ......................................................................................... 2 FUNÇÃO DO DIREITO PENAL ......................................................................................................... 3 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ........................................................................................................... 3 DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................................................ 3 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .............................................................................................................. 3 CONCEITO ..................................................................................................................................... 3 MEDIDAS PROVISÓRIAS ................................................................................................................ 4 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................... 4 GABARITO ......................................................................................................................................... 5 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL DIREITO PENAL CONCEITO É o ramo do ordenamento jurídico que define crimes, comina penas e prevê medidas de segurança aplicáveis aos autores das condutas incriminadas. Por outro lado, o Direito Penal também pode ser visto sob a ótica protetiva, ou seja, como instrumento de garantia dos indivíduos contra a arbitrariedade estatal. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL É possível afirmar que o Direito Penal possui, ao menos, duas finalidades bem definidas: prevenção e retribuição. Em relação à finalidade preventiva, denominada de teoria relativa, o Direito Penal tem por finalidade impedir a prática de novos delitos. Por outro lado, a finalidade preventiva se subdivide em: geral e especial. - GERAL: Ao ser aplicado o Direito Penal, a comunidade observa que a prática do ilícito gera a persecução penal com o consequente desincentivo à conduta semelhante. - ESPECIAL: Ao ser aplicado o Direito Penal, o agente infrator sofre a pena prevista no Direito Penal, servindo, portanto, como desincentivo à repetição da conduta reprimida penalmente. FINALIDADE PREVENTIVA TEORIA RELATIVA RETRIBUTIVA TEORIA ABSOLUTA FINALIDADE PREVENTIVA GERAL ESPECIAL https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Por fim, para finalidade retributiva, denominada teoria absoluta, a pena do Direito Penal seria apenas um castigo ao agente infrator, ou seja, não há outra finalidade que não seja impor sofrimento àquele que praticou uma conduta ilícita. FUNÇÃO DO DIREITO PENAL Para a maioria da doutrina, o Brasil adotou como função do Direito Penal a proteção de bens jurídicos, corrente criada e defendida por CLAUS ROXIN. BENS JURÍDICOS: São valores/interesses do indivíduo que determinada sociedade entende como fundamentais e que, por tal razão, devem ser objeto de especial proteção do Estado. Ex.: vida, liberdade, honra, etc. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL DISPOSIÇÕES GERAIS Como dito anteriormente, o Direito Penal é um importante instrumento de preservação dos direitos e garantias do indivíduo em face do Estado Punidor. É nesse contexto que se verifica a relevância dos princípios do Direito Penal, que servem como limitadores do poder punitivo estatal. Diante da importância do tema, os princípios mais relevantes para o Direito Penal e, consequentemente, para os concursos públicos serão comentados a partir de agora. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE MUITO IMPORTANTE CONCEITO O princípio da legalidade é a exigência de lei, em sentido estrito, para a criação de crimes ou contravenções e cominação de penas. Tal princípio é previsto no Art. 1º do Código Penal: Art. 1º do Código Penal - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. DÚVIDA: O que é lei em sentido estrito? Lei em sentido estrito é a espécie normativa que atenda, cumulativamente, ao critério material (conteúdo) e critério formal (processo legislativo) de lei. LEI EM SENTIDO ESTRITO Lei em sentido material Lei em sentido formal https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 MEDIDAS PROVISÓRIAS Medidas provisórias são espécies de normas editadas pelo Presidente da República, quando preenchidos os requisitos constitucionais de urgência e relevância. Apesar de terem força de lei, as medidas provisórias não são lei em sentido estrito, já que não preenchem o critério formal (processo legislativo). Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; DÚVIDA: MEDIDAS PROVISÓRIAS podem tratar sobre Direito Penal? Da literalidade do Art. 62, §1º, I, “b”, da CF/88, a resposta seria NÃO. Contudo, conforme jurisprudência do STF, a resposta é DEPENDE. A vedação se restringe à possibilidade de criar crimes e cominar penas. A ideia é simples: não se podem criar crimes ou cominar penas (agravar a situação do réu) por meio de medida provisória. Contudo, caso a medida provisória, que disciplina matéria de Direito Penal, seja benéfica do ponto de vista do réu, nada impede sua utilização. Ex.: prorrogação da abolitio criminis temporária para a posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Em suma, medida provisória in bonam partem, ou seja, benéfica, é permitida. EXERCÍCIOS 1. (CESPE – 2019/PRF - Agente) O Art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue. O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada ocorra somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional. Certo ( ) Errado ( ) 2. (CESPE/2018 – PC/SE – Delegado de Polícia) – Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser feita por meio de lei em sentido material, não se exigindo, em regra, a lei em sentido formal. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: O princípio da legalidade afirma que a criação de crimes e cominação de penas exige lei em sentido estrito. Dessa forma, medida provisória não é apta para criar crimes, até mesmo diante da vedação constitucional prevista no Art. 62, §1º, I, b, do Código Penal. Contudo, segundo pacífica jurisprudência do STF, a vedação constitucional deve ser restrita às hipóteses em que a medida provisória veicule matéria penal de forma gravosa ao acusado, ou seja, caso a MP seja benéfica, não há óbice para tratar sobre o tema. Na questão, percebe-se que a medida provisória seria utilizadapara gravar a pena do tipo penal, razão pela qual não seria vedada (medida provisória in malam partem). COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: o item está errado. Segundo o princípio da legalidade, para criar crimes e cominar penas, é necessário lei em sentido estrito, ou seja, atendendo ao critério material e formal. GABARITO 1. Errado 2. Errado https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ........................................................................................................... 2 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (CONTINUAÇÃO) .................................................................................. 2 ANALOGIA ..................................................................................................................................... 2 COSTUMES .................................................................................................................................... 2 MANDADO DE CRIMINALIZAÇÃO ................................................................................................. 3 NORMAS PENAIS EM BRANCO ......................................................................................................... 3 CONCEITO ..................................................................................................................................... 3 CLASSIFICAÇÕES ............................................................................................................................ 4 NORMA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEA X PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ................................ 5 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................... 6 GABARITO ......................................................................................................................................... 6 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (CONTINUAÇÃO) ANALOGIA Espécie de integração legislativa, sua finalidade é preencher as lacunas legislativas. A lógica a ser aplicada é a mesma em relação à medida provisória, portanto, é possível a utilização da analogia em benefício do réu (in bonam partem). ANALOGIA IN MALAM PARTEM É aplicada analogia em desfavor do réu, sua aplicação é proibida no Direito Penal brasileiro. Ex.: furto de sinal de TV a cabo (Art. 155, §3º, do CP) IN BONAM PARTEM É aplicada em benefício do réu, sua aplicação é admitida no Direito Penal brasileiro. Ex.: aborto sentimental (CP, Art. 128, II) no estupro de vulnerável (CP, Art. 217-A). IMPORTANTE: O Art. 20 da Lei nº 7.716/89 e a criminalização da homofobia. Recentemente, o STF decidiu pela criminalização da homofobia (Info 944) com base no Art. 20 da Lei nº 7.716/89. Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa. Da leitura do dispositivo legal, verifica-se que não consta a discriminação em relação à orientação sexual. Dessa forma, ao criminalizar a homofobia ao arrepio do princípio da taxatividade, o STF decidiu com aplicação da analogia in malam partem. Não há dúvidas de que o tema vai ser abordado nos concursos públicos, contudo, em uma questão do tipo certo/errado, sugiro que assinalem o entendimento clássico, ou seja, a analogia é aplicada apenas em benefício do acusado. Entretanto, caso o enunciado seja específico e trate do julgamento acima, a resposta deverá ser aquela de acordo com a decisão do STF. COSTUMES Os costumes são fontes informais do Direito Penal, trata-se de condutas reiteradas cuja obrigatoriedade é acredita pelos indivíduos. DÚVIDA: É possível a atipicidade com fundamento nos costumes? A resposta é NÃO. Se a criação do tipo penal (crime) exige uma lei em sentido estrito, da mesma forma, a revogação deverá obedecer ao mesmo meio, tudo isso, em respeito ao princípio da simetria. Por exemplo, apesar de ser muito comum, até tolerada pelo Poder Público, o comércio de DVDs piratas, tal conduta continua a ser típica (criminosa) e, portanto, deve sofrer a repressão do Direito Penal. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 PRINCÍPIO DA SIMETRIA: Por tal princípio, não é possível a revogação de um tipo penal por meio de costume jurídico, ou seja, não é possível alegar a adequação social como circunstância apta a não tipificar o crime/contravenção. MANDADO DE CRIMINALIZAÇÃO TEMA DE APROFUNDAMENTO Como é sabido, o Direito Penal brasileiro adota a lei ordinária como instrumento legislativo apto a criar tipos penais. A opção é coerente e bastante prática, na medida em que é a espécie de lei mais fácil de ser aprovada, requerendo, apenas, a chamada maioria simples. Dessa forma, o legislador consegue acompanhar a evolução de novas condutas potencialmente lesivas à sociedade, tipificando-as por meio de um processo legislativo menos dificultoso. DÚVIDA: A CF/88 (Constituição) criou algum crime (tipo penal)? A resposta é NÃO. Apesar da CF/88 até tratar de crimes, como ocorre no Art. 5º, XLII, a verdade é que a Constituição não cria nenhum tipo penal. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; Como é possível observar, segundo a Constituição, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível, mas cabe ao legislador infraconstitucional criar o tipo penal correspondente. DÚVIDA: Pode o legislador deixar de tipificar (criminalizar) uma conduta que a Constituição expressamente diz ser crime? A resposta é NÃO. A Constituição, ao afirmar que determinada conduta é criminosa, cria uma obrigação, ou seja, manda que o legislador a tipifique penalmente, a isso se dá o nome de MANDADO DE CRIMINALIZAÇÃO. Em suma, apesar de a Constituição não criar crimes, a Lei Maior obriga o legislador a agir, sob pena de incorrer em omissão inconstitucional. NORMAS PENAIS EM BRANCO CONCEITO Trata-se de uma norma incompleta que, para ter sentido, exige uma complementação por meio de lei ou outro ato normativo. É uma técnica bastante interessante para evitar a ineficácia prática de dispositivos legais que regulam matérias sujeitas à rápida evolução/alteração. É o que ocorre, por exemplo, com o Art. 33, caput, da Lei de Drogas: Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Percebe-se que o dispositivo legal tipifica o tráfico de drogas, mas sem informar quais substâncias poderiam ser classificadas como tais. Diante disso, coube a uma portaria editada pela ANVISA trazer o rol dessas substâncias. A razão é simples: é muito mais célere a alteração de uma portaria para fazer incluir uma nova substância entorpecente do que ser obrigado a deflagrar o processo legislativo, caso o conceito de droga constasse em lei. CLASSIFICAÇÕES O tema é bastante recorrente em provas de concurso público, razão pela qual é importante o aluno se atentar às diversas classificações da norma penal em branco. NORMA PENAL EM BRANCO HOMOGÊNEA (IMPRÓPRIA) A norma penal em branco homogênea é aquela cujo complemento se dá por meio da mesma espécie normativa, no caso, a lei. Tal espécie se subdivide em: HOMOVITELÍNEA ou HETEROVITELÍNEA. A norma penal em branco homogênea homovitelínea é aquela cujo complementose dá por meio da mesma lei da norma incompleta. Por exemplo, é o Art. 312, caput, do Código Penal (peculato): Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. O conceito de funcionário público consta no Art. 327 do Código Penal, ou seja, mesmo diploma legal do tipo penal incompleto. Por outro lado, norma penal em branco homogênea heterovitelínea é aquela cujo complemento se dá por meio de uma lei diferente. É o que ocorre com o Art. 237 do Código Penal: Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - detenção, de três meses a um ano. As causas de impedimento para o casamento encontram-se elencadas no Art. 1.521 do Código Civil, ou seja, em diploma legal diverso do Código Penal. NORMA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEA (PRÓPRIA) A norma penal em branco heterogênea é aquela que o complemento se dá por meio de espécie normativa diversa da norma penal incompleta, por exemplo, por meio de um decreto ou portaria. É o que ocorre com o Art. 33 da Lei de Drogas, já mencionada anteriormente. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 NORMA PENAL EM BRANCO AO AVESSO (INVERTIDA) Em regra, a complementação da norma penal em branco ocorre no preceito primário (descrição do tipo penal). Contudo, quando a necessidade de complemento se dá no preceito secundário (pena), tem-se a norma penal em branco ao avesso. Por exemplo, é o que ocorre no crime de genocídio (Lei nº 2.889/56): Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989) a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; Será punido: Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a; Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b; Com as penas do art. 270, no caso da letra c; Com as penas do art. 125, no caso da letra d; Com as penas do art. 148, no caso da letra e. NORMA PENAL EM BRANCO AO QUADRADO Segundo Luiz Flávio Gomes, a norma penal em branco ao quadrado é aquela que ocorre quando a lei penal exige um complemento normativo para sua compreensão e este complemento faz referência a outro ato normativo. Por exemplo, o Art. 38 da Lei 9.605/98 tipifica a conduta de destruir ou danificar florestas de preservação permanente. Ao seu turno, o conceito de área de preservação permanente é dado pelo Código Florestal. Por fim, dentre as hipóteses constantes no Código Florestal, há aquela que pode ser declarada por ato normativo do Chefe do Poder Executivo. NORMA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEA X PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NORMA PENAL EM BRANCO HOMOGÊNEA HOMOVITELÍNEA HETEROVITELÍNEA HETEROGÊNEA https://www.alfaconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7960.htm#art1iii.m http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7960.htm#art1iii.m http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art270 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art125 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art148 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 DÚVIDA: O fato do complemento da norma penal não se dar por meio de lei em sentido estrito violaria o princípio da legalidade? A resposta é NÃO. Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, ainda que o complemento da norma penal em branco não seja lei em sentido estrito (por exemplo, portaria), tal circunstância não viola o princípio da legalidade. Dito de outra forma, é admissível a técnica da norma penal em branco, desde que a norma incompleta tenha densidade suficiente para satisfazer o princípio da taxatividade, deixando para o complemento apenas a função de complementar os elementos essenciais do tipo penal. EXERCÍCIOS 1. (CESPE – 2019/PRF - Agente) - O Art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue. A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em caráter absoluto, a analogia no direito penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja para fundamentar ou alterar a pena. Certo ( ) Errado ( ) 2. (CESPE – 2018/MPU - Analista) O item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da culpabilidade. Um indivíduo, penalmente imputável, em continuidade delitiva, foi flagrado por autoridade policial no decorrer da prática criminosa de furtar sinal de TV a cabo. Nessa situação, de acordo com o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, aplica-se a analogia ao caso concreto, no sentido de imputar ao agente a conduta típica do crime de furto de energia elétrica. Certo ( ) Errado ( ) COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: De fato, a norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito. Contudo, a doutrina e jurisprudência entendem ser cabível a analogia (hipótese de integração legislativa) no Direito Penal, desde que seja em benefício do acusado, ou seja, analogia in bonam partem. Assim, a vedação não é absoluta, mas restrita à analogia in malam partem, razão pela qual a questão está errada. COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: O princípio da legalidade exige lei em sentido estrito para se criar crime e cominar penas. Dessa forma, não é possível a utilização da analogia (integração da lei) para criar tipos penais não previstos na lei. Não obstante o Art. 155, §3º, do Código Penal prever o furto de energia elétrica, tal tipo penal não pode ser estendido, por analogia, para a hipótese de furtar sinal de TV a cabo. GABARITO https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 1. Errado 2. Errado https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ........................................................................................................... 2 PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE .......................................................................................................... 2 CONCEITO ..................................................................................................................................... 2 CRIME DE LESÃO X CRIME DE PERIGO .......................................................................................... 2 PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE (INTRANSCENDÊNCIA DA PENA) ................................................... 2 CONCEITO ..................................................................................................................................... 2 EFEITO PENAL X EFEITO CÍVEL ...................................................................................................... 3 princípio da individualização da pena .............................................................................................. 3 CONCEITO ..................................................................................................................................... 3 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA ............................................................................................ 3 CONCEITO .....................................................................................................................................3 SUBPRINCÍPIOS ............................................................................................................................. 3 Exercícios .............................................................................................................................................. 3 Gabarito ............................................................................................................................................ 4 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE CONCEITO Não há infração penal quando a conduta não tiver oferecido ao menos perigo de lesão ao bem jurídico1. CRIME DE LESÃO X CRIME DE PERIGO Trata-se de uma classificação que leva em conta a existência de efetiva lesão ao bem jurídico ou a exposição deste a uma situação de perigo (concreto ou abstrato). CRIME DE LESÃO: É aquele cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão ao bem jurídico. Ex.: homicídio (CP, Art. 121). CRIME DE PERIGO ABSTRATO: É aquele cuja consumação ocorre pela prática da conduta descrita no tipo penal, independentemente de lesão ao bem jurídico. Ex.: porte ilegal de arma de fogo (Lei nº 10.826/03, Art. 14). CRIME DE PERIGO CONCRETO: É aquele cuja consumação exige a efetiva comprovação, no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. Ex.: direção perigosa (CTB, Art. 311). PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE (INTRANSCENDÊNCIA DA PENA) CONCEITO A pena não passará da pessoa do condenado, ou seja, uma vez que o agente infrator morra, as penas a ele aplicadas não podem ser estendidas aos seus sucessores. Art. 5º, XLV, da CF/88: nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 1 MASSON, CLEBER. DIREITO PENAL VOLUME 1, 2015, 53 P. PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE CRIME DE PERIGO ABSTRATO CONCRETO CRIME DE LESÃO https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 EFEITO PENAL X EFEITO CÍVEL Há muita confusão entre os efeitos penais e cíveis da condenação penal. Por exemplo, um efeito penal seria o condenado deixar de ser considerado primário (reincidência), por outro lado, um efeito cível seria o dever do criminoso de reparar os danos causados à vítima. Segundo o princípio da intranscendência da pena, apenas o efeito penal se restringe à pessoa do condenado (morre com ele), ao passo que o efeito cível pode ser estendido aos sucessores, desde que no limite do valor da herança. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA CONCEITO A sanção penal deve levar em consideração as circunstâncias pessoais do agente. Art. 5º, XLVI, da CF/88: (…) a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (...) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA MUITO IMPORTANTE CONCEITO A aplicação do Direito Penal só será legítima quando a criminalização de um fato se constitui meio indispensável à proteção de determinado bem jurídico. SUBPRINCÍPIOS PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE - A atuação do Direito Penal é cabível unicamente quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de controle social tiverem se revelado impotentes para o controle da ordem pública. PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE - Nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais da sociedade. EXERCÍCIOS 1. (CESPE – 2019/PC-SE - Delegado) - Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais. O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito. Certo ( ) Errado ( ) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 2. (CESPE – 2015/TCE-RN - Inspetor) - Acerca do concurso de pessoas e dos princípios de direito penal, julgue o item seguinte. Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá cuidar da proteção dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social. Certo ( ) Errado ( ) COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: O enunciado descreve o princípio da intranscendência da pena (pessoalidade). Por outro lado, o princípio da individualização da pena, previsto no Art. 5º, XLVI, da CF/88, afirma que a pena deve ser individualizada para cada agente infrator, conforme a gravidade do delito praticado. COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: Do princípio da intervenção mínima, decorre 02 subprincípios: a) fragmentariedade; b) subsidiariedade. Nesse sentido, o princípio da fragmentariedade afirma que o Direito Penal deve cuidar da proteção dos bens jurídicos mais relevantes. GABARITO 1. Errado 2. Certo https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ........................................................................................................... 2 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU PRINCÍPIO DA BAGATELA ....................................................... 2 CONCEITO ..................................................................................................................................... 2 REQUISITOS OBJETIVOS ................................................................................................................ 2 REQUISITOS SUBJETIVOS .............................................................................................................. 2 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU PRINCÍPIO DA BAGATELA MUITO IMPORTANTE CONCEITO É o princípio que visa descriminalizar condutas formalmente típicas, ou seja, que se adequam formalmente ao tipo penal, mas não materialmente (atipicidade material). REQUISITOS OBJETIVOS De início, é importante esclarecer que o princípio da insignificância não possui previsão legal, ou seja, foi construído por meio da doutrina e da jurisprudência. Nesse sentido, coube ao STF definir os requisitos de aplicação do princípio da insignificância: OBS: É possível perceber que todos os requisitos são associados a adjetivos diminutivos. REQUISITOS SUBJETIVOS Além dos requisitos objetivos, a incidência do princípio da insignificância exige a análise das circunstâncias subjetivas do autor e da vítima. Em relação ao autor, não é possível a aplicação do princípio da insignificância para o criminoso habitual, ou seja, para aquele que faz da prática de crimes seu meio de vida. DÚVIDA: É possível a aplicação do princípio da insignificância para o reincidente? A resposta é SIM. Segundo a jurisprudência do STF, é possível a aplicação do princípio da insignificância para o reincidente. Contudo, a regra é a não incidência do princípio da insignificância ao reincidente ou caso o agente já responda por outros inquéritos ou ações penais. MÍNIMA ofensividade da conduta NENHUMA periculosidade social REDUZIDO grau de reprovabilidade do comportamento INEXPRESSIVIDADE da lesão jurídica provocada https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Por outro lado, as circunstâncias subjetivas (pessoais) da vítima também devem ser levadas em consideração no que tange ao princípio da insignificância. Dessa forma, ainda que o bem seja de valor econômico irrelevante, não é possível aplicar o princípio da bagatela caso a lesão jurídica, do ponto de vista da vítima seja considerável. Por exemplo, um cão vira-latas, apesar denão apresentar valor econômico aferível, jamais será considerado insignificante para seu dono, razão pela qual não é possível aplicar o princípio da insignificância para o agente que furta o animal. CRIMINOSO HABITUAL Não se aplica o princípio da insignificância REINCIDENTE Pode-se aplicar o princípio da insignificância https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ........................................................................................................... 2 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU PRINCÍPIO DA BAGATELA ....................................................... 2 APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS DIVERSOS TIPOS PENAIS .................. 2 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ................................................................................................. 2 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................ 2 CRIMES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER (LEI MARIA DA PENHA) ...................... 3 CRIMES DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO .............................................................................. 3 CRIMES AMBIENTAIS .................................................................................................................... 4 APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA .................................................................................. 4 DESCAMINHO E CRIMES TRIBUTÁRIOS ........................................................................................ 4 CONTRABANDO ............................................................................................................................ 4 TRÁFICO DE DROGAS .................................................................................................................... 5 MOEDA FALSA E FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO ........................................................ 5 TRANSMISSÃO CLANDESTINA DE INTERNET VIA RADIOFREQUÊNCIA ......................................... 5 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................... 6 GABARITO ......................................................................................................................................... 7 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU PRINCÍPIO DA BAGATELA APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS DIVERSOS TIPOS PENAIS Inicialmente, é importante recordar que, por não haver previsão legal, o princípio da insignificância é avaliado no caso concreto, ou seja, são as características do fato ocorrido que vão ensejar, ou não, sua incidência. Em suma, ainda que seja admitida a incidência do princípio da insignificância para determinado tipo penal, sempre será necessário analisar as circunstâncias do caso concreto. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Os crimes contra o patrimônio, em regra, admitem a incidência do princípio da insignificância. A exceção é a inaplicabilidade do princípio para os tipos penais que contenham como elementos a violência ou a grave ameaça. Por exemplo, é possível aplicar o princípio da bagatela para o crime de apropriação indébita (CP, Art. 168), contudo, situação diversa ocorre para o crime de roubo (CP, Art. 157), isso por conta da violência ou grave ameaça que envolve este tipo penal. DÚVIDA: É possível aplicar o princípio da insignificância para o estelionato envolvendo FGTS e seguro-desemprego? A resposta é NÃO. Não há possibilidade de aplicação do princípio dada a maior reprovabilidade na fraude praticada contra programa social do governo. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUITO IMPORTANTE Os crimes praticados contra a Administração Pública envolvem a violação de diversos bens jurídicos, com especial destaque à moralidade e probidade, bens jurídicos intransigíveis, ou seja, que não podem ser relativizados. Sob tal fundamento, o princípio da insignificância seria incompatível com os crimes contra a Administração Pública, entendimento, inclusive, sumulado pelo STJ. MUITO IMPORTANTE: Súmula nº 599 - O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. REGRA Aplicabilidade do princípio da insignificância EXCEÇÃO Inaplicabilidade para os crimes que envolvam violência ou grave ameaça https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Por outro lado, cumpre salientar que o STF, em situações excepcionais, já permitiu a aplicação do princípio da insignificância para crimes contra a Administração Pública. MUITO IMPORTANTE: De toda forma, para fins de concurso público, sobretudo, para a Banca CESPE, adotem o entendimento sumulado do STJ. DÚVIDA: É possível aplicar o princípio da insignificância para o crime de descaminho (CP, Art. 334)? A resposta é SIM. Não obstante o crime de descaminho estar no capítulo dos crimes praticados por particular contra a Administração em geral, tanto o STF quanto o STJ admitem a aplicação do princípio da insignificância. A justificativa passa pelo forte viés arrecadatório/tributário do tipo penal do Art. 334 do CP, razão pela qual, como ocorre nos crimes tributários, admite-se a bagatela para o descaminho. CRIMES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER (LEI MARIA DA PENHA) MUITO IMPORTANTE Não se aplica o princípio da insignificância nos crimes/contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. Aliás, é exatamente o entendimento apresentado na Súmula nº 589 do STJ, conforme: MUITO IMPORTANTE: Súmula nº 589 - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. CRIMES DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO A aplicação do princípio da insignificância para os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento sempre esbarrou na classificação de crime de perigo abstrato, ou seja, a mera conduta típica seria suficiente para colocar em risco o bem jurídico protegido. Contudo, segundo as reiteradas e recentes decisões dos Tribunais Superiores, percebe- se que há uma inclinação à possibilidade de aplicação do princípio da insignificância, principalmente, para os casos em que o indivíduo é surpreendido na posse de pequena quantidade de munição de uso permitido e sem a arma de fogo. STF Em situações excepcionais, aplica-se o princípio da insignificância STJ Não se aplica o princípio da insignificância (Súmula nº 599) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 CRIMES AMBIENTAIS A proteção ambiental é um tema muito atual na comunidade internacional e, não por outro motivo, é importante tecer alguns comentários acerca da tutela do meio ambiente por meio do Direito Penal, inclusive, da possibilidade de aplicação do princípio da insignificância. De início, é possível afirmar que o princípio da insignificância é aplicável aos crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9.605/98). Contudo, o aluno deve ficar atento que, hoje, a aplicação do princípio da insignificância para os crimes ambientais vem perdendo força, principalmente, por conta do fenômeno classificado como crime de acumulação. O crime de acumulação envolve fatos que, individualmente, poderiam ser classificados como irrelevantes, mas a prática reiterada acabaria por violar os bens jurídicos tutelados, como exemplo, cita-se a pesca de apenas 01 peixe no período do defeso, contudo, se vários pescadores praticarem a mesma infração, o dano ambiental, analisado em conjunto, será penalmente relevante. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA Não é possível aplicar o princípio da insignificância para o crime de apropriação indébita previdenciária (CP, Art. 168-A), haja vistaa tutela da Previdência Social, bem jurídico supraindividual. Pelo mesmo motivo, o princípio da bagatela é incompatível com o crime de sonegação previdenciária (CP, Art. 337-A) e estelionato previdenciário (CP, Art. 171, §3º). DESCAMINHO E CRIMES TRIBUTÁRIOS MUITO IMPORTANTE É possível a aplicação do princípio da insignificância para o descaminho (CP, Art. 334) e para os crimes tributários previstos na Lei nº 8.137/90. DÚVIDA: Qual é o valor máximo para aplicação do princípio da insignificância para tais crimes? A resposta é R$ 20.000,00. Durante muito tempo, havia divergência entre os Tribunais Superiores, contudo, em 2018, o STJ se curvou ao entendimento do STF e o tema, hoje, encontra-se pacificado. DÚVIDA: O limite de R$ 20.000,00 se aplica aos tributos estaduais e municipais? A resposta é NÃO. O teto de R$ 20.000,00 é fixado apenas para os tributos federais, já que leva em consideração uma lei federal. Ademais, para grande parte dos Municípios, o valor de R$ 20.000,00 foge à realidade da insignificância. CONTRABANDO MUITO IMPORTANTE Em regra, não se aplica o princípio da insignificância para o contrabando (CP, Art. 334- A), na medida em que a reprimenda não se refere ao valor do tributo supostamente sonegado, mas a própria proibição da importação. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 OBS: Excepcionalmente, os Tribunais Superiores admitem a aplicação do princípio da insignificância para o contrabando, por exemplo, a importação de medicamento (não autorizado pela ANVISA) destinado a uso próprio. TRÁFICO DE DROGAS A jurisprudência esmagadora é no sentido de não ser possível a aplicação do princípio da insignificância para o crime de tráfico de drogas, notadamente, por se tratar de crime de perigo abstrato. Porém, é importante registrar que, episodicamente, algumas decisões acabam por admitir sua incidência quando a quantidade de droga é ínfima. MOEDA FALSA E FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO Nos tipos penais de moeda falsa (CP, Art. 289) e falsificação de documento público (CP, Art. 297) não é possível aplicar o princípio da insignificância, pois os tipos penais tutelam a fé pública, bem jurídico que não pode ser considerado irrelevante. TRANSMISSÃO CLANDESTINA DE INTERNET VIA RADIOFREQUÊNCIA O tema é sumulado pelo STJ, nos seguintes termos: Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. DESCAMINHO Não pagamento do tributo de importação Aplica-se o princípio da insignificância CONTRABANDO Internalização de produto proibido Em regra, não se aplica o princípio da insignificância https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 EXERCÍCIOS 1. (CESPE – 2019/PGE-PE - Procurador) - João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre e conscientemente, apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade pública onde ele trabalha e que estavam sob sua posse em razão de seu cargo. João chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos produtos. Após a apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado pela prática de peculato-apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de liberdade, de dois anos a doze anos de reclusão, e multa. A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina acerca dos crimes contra a administração pública. De acordo com o entendimento do STJ, se João for réu primário e o prejuízo ao erário causado por ele tiver sido de pequena monta, será possível a aplicação do princípio da insignificância. Certo ( ) Errado ( ) 2. (CESPE – 2014/ TJ-SE – Técnico) - Julgue os itens seguintes, conforme o entendimento dominante dos tribunais superiores acerca da Lei Maria da Penha, dos princípios do processo penal, do inquérito, da ação penal, das nulidades e da prisão. Conforme o STF, para que incida o princípio da insignificância e, consequentemente, seja afastada a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressividade da lesão, e nenhuma periculosidade social. Certo ( ) Errado ( ) COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: Apesar de decisões do STF admitindo a aplicação do princípio da insignificância para os crimes contra a Administração Pública, o entendimento a ser adotado na banca CESPE é o prescrito na Súmula nº 599 do STJ, que veda, expressamente, a princípio da bagatela para os crimes contra a Administração Pública. Súmula nº 599 do STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública. Registra-se que mesmo o STJ admite a aplicação do princípio da insignificância para o crime de descaminho (CP, Art. 334), que se classifica como crime praticado por particular contra a Administração em Geral. COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: O princípio da insignificância tem como objetivo afastar a aplicação do Direito Penal nas hipóteses em que, mesmo configurada a adequação formal da conduta ao tipo penal, não houver, no caso concreto, relevância na lesão jurídica. Como não há regramento legal sobre o tema, coube à doutrina e à jurisprudência fixar os requisitos para sua incidência. Em relação aos requisitos formais, o STF exige: a ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressividade da lesão, e nenhuma periculosidade social. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 GABARITO 1. Errado 2. Certo https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI PENAL NO TEMPO ........................................................................................................................................ 2 TEORIA DA ATIVIDADE ................................................................................................................................... 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 REGRAS E EXCEÇÕES ...................................................................................................................................... 2 REGRA ........................................................................................................................................................ 2 EXCEÇÃO .................................................................................................................................................... 2 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 4 GABARITO ...................................................................................................................................................... 5 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI PENAL NO TEMPO TEORIA DA ATIVIDADE MUITO IMPORTANTE CONCEITO Segundo a teoria da atividade, o momento do crime será o da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. A adoção da teoria da atividade é prevista no art. 4º do Código Penal (CP), nos seguintes termos: Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Nesse sentido, o Código Penal brasileiro adotou como marco temporal o momento em que o agente age ou se omite, mesmo que o resultado da conduta criminosa venha a ocorrer em momento posterior e distinto. REGRAS E EXCEÇÕES REGRA Como ocorre em qualquer ramo do ordenamento jurídico, o Direito Penal adota,como regra, a aplicação da lei vigente. Assim, caso um indivíduo seja preso pela prática do crime de tráfico de drogas, deverá ser aplicada a Lei nº 11.343/03 que, hoje, está vigente. EXCEÇÃO Ocorre que o Direito Penal possui uma disposição específica, que é a aplicação da lei penal benéfica com efeito retroativo, sendo, portanto, uma exceção à regra da lei vigente. Tal exceção tem previsão expressa no art. 2º, parágrafo único, do CP, com a seguinte redação: Art. 2º, Parágrafo único, do CP - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Cumpre salientar que, apesar do Código Penal mencionar que se trata de aplicação retroativa, na realidade, a lei penal benéfica possui efeito extra-ativo (gênero), ou seja, ela é retroativa e ultra-ativa (espécies). LEI PENAL NO TEMPO Teoria da atividade https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 DÚVIDA: A lei penal gravosa tem efeito retroativo? A resposta é NÃO. A lei penal mais gravosa não possui efeito retroativo, daí dizer que ela SEMPRE será irretroativa. DÚVIDA: O que é o efeito extra-ativo da lei penal benéfica? A lei penal benéfica é extra-ativa por conta dos efeitos da retroatividade e da ultra- atividade. Assim, afirma-se que a extra-atividade é um gênero que comporta 02 espécies (retroatividade e extra-atividade). LEI PENAL NO TEMPO Teoria da atividade Regra: Lei vigente Exceção: Lei penal benéfica com efeito extra-ativo EXTRA-ATIVIDADE RETROATIVIDADE ULTRA-ATIVIDADE https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 EXERCÍCIOS 1. (CESPE – 2018/EMAP - Analista) - A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala do tempo do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou da omissão. Certo ( ) Errado ( ) 2. (CESPE – 2018/EBSERH - Advogado) - Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos da infração penal, julgue o item que se segue. Situação hipotética: Um crime foi praticado durante a vigência de lei que cominava pena de multa para essa conduta. Todavia, no decorrer do processo criminal, entrou em vigor nova lei, que, revogando a anterior, passou a atribuir ao referido crime a pena privativa de liberdade. Assertiva: Nessa situação, dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prática do crime. Certo ( ) Errado ( ) 3. (CESPE – 2018/Polícia Federal - Agente) - Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que diminua a pena para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar desse fato, pois o direito penal brasileiro norteia- se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época do fato. Certo ( ) Errado ( ) COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: Ao contrário do afirmado no enunciado, o Código Penal adota a teoria da atividade em relação ao tempo do crime (CP, art. 4º). Por outro lado, a teoria da ubiquidade é adotada para o local do crime, conforme previsto no art. 6º do Código Penal. COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: No enunciado, como a lei posterior é mais gravosa que a lei vigente no momento da conduta, deve essa ser aplicada ao caso concreto. É importante ressaltar que a lei penal gravosa não tem efeito retroativo, apenas a lei penal mais benéfica. COMENTÁRIO DA QUESTÃO 03: A lei penal benéfica tem efeito retroativo, razão pela qual deve beneficiar José, nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal. Art. 2º, parágrafo único, do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transita em julgado”. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 GABARITO 1. ERRADO 2. CERTO 3. ERRADO https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI PENAL NO TEMPO ........................................................................................................................................ 2 LEI PENAL BENÉFICA INTERMEDIÁRIA ........................................................................................................... 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 LEI PENAL TEMPORÁRIA/EXCEPCIONAL ........................................................................................................ 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 LEI PENAL: CRIME PERMANENTE E CRIME CONTINUADO ............................................................................ 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 3 GABARITO ...................................................................................................................................................... 4 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI PENAL NO TEMPO LEI PENAL BENÉFICA INTERMEDIÁRIA CONCEITO É possível que, na sucessão de leis, ocorra a aplicação de uma lei penal benéfica intermediária, ainda que não seja a lei em vigor quando da prática da infração penal ou a lei vigente na época do julgamento. Em suma, verifica-se tanto o efeito retroativo, quanto o efeito ultra-ativa, em um mesmo contexto fático. LEI PENAL TEMPORÁRIA/EXCEPCIONAL CONCEITO Inicialmente, é importante trazer os seguintes conceitos: LEI PENAL TEMPORÁRIA: é aquela que tem a sua vigência predeterminada no tempo1. LEI PENAL EXCEPCIONAL: é a que se verifica quando a sua duração está relacionada a situações de anormalidade2. Dos conceitos acima, percebe-se que, em ambos, a característica marcante é a transitoriedade de sua duração. Dessa forma, até mesmo para evitar burla a sua aplicabilidade, tais leis transitórias devem ser aplicadas para os fatos ocorridos durante sua vigência, ainda que venham a ser posteriormente revogadas, nos termos do art. 3º do CP: Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. LEI PENAL: CRIME PERMANENTE E CRIME CONTINUADO MUITO IMPORTANTE CONCEITO CRIME PERMANENTE é aquele cujo momento da consumação se prolonga no tempo. Ex.: sequestro (CP, art. 148). CRIME CONTINUADO é uma modalidade de concurso de crimes prevista no art. 71 do Código Penal, nos seguintes termos: Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)1 CLEBER MASSON, DIREITO PENAL ESQUEMATIZADO, PÁG. 137, 9ª EDIÇÃO. 2 CLEBER MASSON, DIREITO PENAL ESQUEMATIZADO, PÁG. 137, 9ª EDIÇÃO. https://www.alfaconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Súmula nº 711 do STF: “A lei pena mais gravosa aplica-se ao crime continuado ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou continuidade”. A Súmula nº 711 do STF é muito exigida nos concursos públicos. O aluno pode optar por decorar o enunciado, ou lembrar que o marco temporal para lei penal no tempo é a teoria da atividade. Nesse sentido, para ambos, deve se levar em consideração o fim da conduta (crime permanente) ou a última conduta (crime continuado) e, assim, determinar a lei vigente nesses marcos temporais. EXERCÍCIOS 1. (CESPE – 2018/PF - Delegado) Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito de execução penal, lei penal no tempo, concurso de crimes, crime impossível e arrependimento posterior. Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei. Certo ( ) Errado ( ) 2. (CESPE – 2018/EMAP - Analista) - A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala do tempo do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou da omissão. Certo ( ) Errado ( ) 3. (CESPE – 2018/EBSERH - Advogado) - Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico- penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos da infração penal, julgue o item que se segue. Situação hipotética: Um crime foi praticado durante a vigência de lei que cominava pena de multa para essa conduta. Todavia, no decorrer do processo criminal, entrou em vigor nova lei, que, revogando a anterior, passou a atribuir ao referido crime a pena privativa de liberdade. Assertiva: Nessa situação, dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prática do crime. Certo ( ) Errado ( ) 4. (CESPE – 2018/STJ - Analista) - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos. Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a lei penal mais grave se esta tiver vigência antes da cessação da permanência. Certo ( ) Errado ( ) 5. (CESPE – 2014/TJ-DFT - Juiz) - Com fundamento nas súmulas dos tribunais superiores, assinale a opção correta. É possível a aplicação retroativa de lei penal vigente em combinação com a lei penal revogada, desde que o resultado da incidência de leis penais combinadas seja favorável ao acusado. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Comentário da questão 1: De fato, não houve revogação do crime (abolitio criminis), houve o fenômeno conhecido como continuidade normativo-típica, ou seja, ocorreu apenas um deslocamento do tipo penal para outro, mantendo, portanto, a tipicidade da conduta praticada. Comentário da questão 2: Ao contrário do afirmado no enunciado, o Código Penal adota a teoria da atividade em relação ao tempo do crime (CP, art. 4º). Por outro lado, a teoria da ubiquidade é adotada para o local do crime, conforme previsto no art. 6º do Código Penal. Comentário da questão 3: No enunciado, como a lei posterior é mais gravosa que a lei vigente no momento da conduta, deve essa ser aplicada ao caso concreto. É importante ressaltar que a lei penal gravosa não tem efeito retroativo, apenas a lei penal mais benéfica. Comentário da questão 4: Não obstante a regra da aplicação retroativa da lei penal mais benéfica, nos casos de crime continuado e crime permanente, deve ser aplicada a lei vigente no momento da cessação da continuidade ou permanência. Súmula nº 711 do STF: “A lei pena mais gravosa aplica-se ao crime continuado ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou continuidade.” Comentário da questão 5: Segundo entendimento dos Tribunais Superiores, a aplicação da lei penal mais benéfica de forma retroativa não pode resultar na combinação de leis, ou seja, deve-se aplicar a integralidade do texto legal. Nesse sentido, caso a lei nova seja em parte benéfica em relação à lei anterior, dever-se-á, no caso concreto, optar por uma das duas, jamais podendo combinar as leis. Súmula 501 do STJ: "É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n.6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis". GABARITO 1. Certo 2. Errado 3. Certo 4. Certo 5. Errado https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI PENAL NO TEMPO ........................................................................................................................................ 2 COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS ...................................................................................................................... 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA ............................................................................................................ 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 LEI PENAL NO ESPAÇO ....................................................................................................................................... 3 TEORIA DA UBIQUIDADE (MISTA).................................................................................................................. 3 CONCEITO .................................................................................................................................................. 3 REGRAS E EXCEÇÕES ...................................................................................................................................... 4 REGRA ........................................................................................................................................................ 4 EXCEÇÃO .................................................................................................................................................... 4 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5 GABARITO ...................................................................................................................................................... 6 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI PENAL NO TEMPO COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS CONCEITO Em certas situações de sucessão de leis, é possível que a lei posterior seja em parte benéfica e em parte gravosa, circunstância que impede a aplicação da regra do art. 2º, parágrafo único, do CP (aplicação da lei penal benéfica de forma retroativa). DÚVIDA: É possível a combinação de leis de forma a aplicar apenas a parte benéfica de cada uma? A resposta é NÃO. Segundo a jurisprudência do STF, a combinação de leis violaria o princípio da legalidade, pois ao se aplicar, parcialmente, lei revogada (Lei A) e lei revogadora (Lei B), ter-se-ia, na realidade,uma 3ª norma (Lei C). Súmula 501 do STJ: "É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n.6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis". CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA CONCEITO A continuidade normativo-típica ocorre quando um tipo penal, mesmo revogado, continua a ser uma conduta delitiva. Nesse caso, não há abolitio criminis, mas apenas transferência da tipicidade para outro artigo de lei. Por exemplo, é o que ocorreu com o crime de contrabando que, mesmo revogado no art. 334 do CP, teve sua normatividade mantida no art. 334-A do CP. Cuidado, a continuidade normativo-típica não configura lei penal benéfica superveniente, daí dizer que não possui efeito retroativo. LEI A LEI B LEI C https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 LEI PENAL NO ESPAÇO TEORIA DA UBIQUIDADE (MISTA) MUITO IMPORTANTE CONCEITO O Código Penal adotou a teoria da ubiquidade (mista) para o lugar do crime. Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Nesse sentido, não importa se é o local onde ocorreu a ação ou omissão (teoria da atividade) ou se foi nele em que ocorreu o resultado, ambos, serão considerados lugar do crime (teoria da ubiquidade). DÚVIDA: O que significa crime à distância? Crime à distância é aquele em que a ação ou omissão ocorre em um país, enquanto o resultado ocorre em outro. A teoria da ubiquidade foi adotada pelo Código Penal exatamente para essa espécie de crime. Em região de fronteira, é muito comum a ocorrência de crimes à distância, ou seja, o delito tem início no Brasil e resultado no exterior, ou vice e versa. Se o Código Penal, por exemplo, tivesse adotado a teoria da atividade, todo crime com resultado no Brasil deveria observar a lei penal estrangeira. Assim, para evitar a situação acima descrita, o Código Penal, acertadamente, adotou a teoria da ubiquidade, pouco importando se a conduta ou o resultado ocorreu no Brasil, em ambos os casos, o Direito Penal brasileiro será aplicado. DÚVIDA: Crime à distância é sinônimo de crime plurilocal? A resposta é NÃO. LEI PENAL NO ESPAÇO Teoria da ubiquidade (mista) TEORIA DA ATIVIDADE TEORIA DO RESULTADO TEORIA DA UBIQUIDADE https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Enquanto o crime à distância envolve diferentes países, o crime plurilocal ocorre em duas ou mais comarcas. Por exemplo, seria classificado como crime plurilocal, caso João fosse alvejado por disparos de arma de fogo na cidade de São Paulo/SP (local da atividade) e viesse a falecer dias depois, internado em um hospital de São José do Campos (local do resultado). CUIDADO: não se aplica a teoria da ubiquidade aos crimes plurilocais, em regra, adota-se a teoria do resultado. REGRAS E EXCEÇÕES REGRA O Direito Penal brasileiro foi criado para ser adotado no território brasileiro. Tal conclusão, ainda que óbvia, expõe a regra da TERRITORIALIDADE, prevista no art. 5º do Código Penal. Art. 5º do CP – “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional". DÚVIDA: O que significa territorialidade mitigada? A territorialidade mitigada é adotada pelo Código Penal ao afirmar que será aplicada a lei brasileira ao crime cometido no território nacional, com exceção de disposições previstas em tratados internacionais (atenuação/mitigação da territorialidade). Por exemplo, é o que ocorre com a chamada imunidade diplomática, prevista em tratado internacional assinado pelo Brasil, que impede a aplicação do Direito Penal brasileiro aos agentes diplomáticos estrangeiros que cometam infrações penais dentro do território nacional. EXCEÇÃO Se a regra é a territorialidade, a exceção será a EXTRARRITORIALIDADE. A extraterritorialidade consiste na aplicação do Direito Penal brasileiro, por um juiz brasileiro, para um crime cometido fora do território brasileiro. As hipóteses de extraterritorialidade estão elencadas no art. 7º do Código Penal, que serão comentadas em tópico específico. TEORIA: Ubiquidade REGRA: Territorialidade Mitigada EXCEÇÃO: Extraterritorialidade https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 EXERCÍCIOS 1. (CESPE – 2019/DPE-DF - Defensor) Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal, à teoria de delito e ao tratamento conferido ao erro. Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o resultado. Certo ( ) Errado ( ) 2. (CESPE – 2018/PF - Papiloscopista) - Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava em missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o colega ferido ao hospital da região. Nessa situação hipotética, para definir o lugar do crime praticado pelo traficante, o Código Penal brasileiro adota o princípio da ubiquidade. Certo ( ) Errado ( ) 3. (CESPE – 2018/EMAP - Analista) - A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço do governo brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro. Certo ( ) Errado ( ) Comentário da questão 1: A questão é mera reprodução do art. 6º do Código Penal: Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado”. Dessa forma, percebe-se que o Código Penal optou por considerar o local do crime tanto o da atividade, quanto o do resultado, ou seja, teoria mista, também conhecida como teoria da ubiquidade. Comentário da questão 2: De fato, o Código Penal brasileiro adota a teoria da ubiquidade para o local do crime, conforme preceitua o art. 6º do Código Penal. Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado”. Comentário da questão 3: O conceito de território para o Direito Penal abrange, além do território geográfico, as embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem (CP, art. 5º, §1º). Dessa forma, como o navio estava a serviço do governo brasileiro, será aplicada a lei brasileira para o crime cometido dentro da embarcação, uma vez que, para fins penais, é território brasileiro. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 GABARITO 1. Certo 2. Certo 3. Certo https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI PENAL NO ESPAÇO ....................................................................................................................................... 2 EXTENSÃO TERRITORIAL ................................................................................................................................ 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 EXTRATERRITORIALIDADE ............................................................................................................................. 3 CONCEITO ..................................................................................................................................................3 EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA ........................................................................................... 3 EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA .............................................................................................. 4 EXTRATERRITORIALIDADE SUPERCONDICIONADA .................................................................................... 5 JULGAMENTO NO ESTRANGEIRO .............................................................................................................. 5 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6 GABARITO ...................................................................................................................................................... 7 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI PENAL NO ESPAÇO EXTENSÃO TERRITORIAL MUITO IMPORTANTE CONCEITO Para compreender a regra da territorialidade, é preciso saber qual a extensão do território para fins penais. DÚVIDA: O que é considerado território brasileiro para o Direito Penal? A resposta se encontra no art. 5º, §1º, do Código Penal: Art. 5º, 1º, do CP: “Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”. Portanto: DÚVIDA: O Consulado ou a Embaixada é território brasileiro em país estrangeiro e vice-versa? A resposta é NÃO. Na realidade, a restrição de acesso às sedes diplomáticas existe por conta de tratados internacionais e não por se tratar de território no estrangeiro do país acreditante (da missão diplomática). EXTENSÃO TERRITORIAL PARA DIREITO PENAL Território Geográfico Embarcações e aeronaves de natureza pública Embarcações e aeronaves de natureza privada em alto-mar (espaço aéreo correspondente) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Por exemplo, recentemente, houve polêmica envolvendo a mudança da sede da Embaixada do Estado Palestino na capital federal por determinação do Chefe do Poder Executivo. Caso a sede da Embaixada do Estado Palestino fosse seu território no Brasil, não haveria possibilidade de alteração do local, já que seria território estrangeiro, portanto, sem ingerência do Estado Brasileiro. DÚVIDA: O que é o princípio da reciprocidade? No Direito Internacional, é muito comum a aplicação do princípio da reciprocidade. A ideia envolve o emprego da reciprocidade nas relações diplomáticas. Por exemplo, se um país exige visto de entrada para o cidadão brasileiro, em regra, o Brasil também vai exigir o visto de entrada para o cidadão desse país. Portanto, da mesma forma que uma embarcação ou aeronave brasileira de natureza pública é território brasileiro em qualquer lugar do mundo, por reciprocidade, embarcação ou aeronave estrangeira de natureza pública será considerada território estrangeiro, ainda que ancorada/taxiada em porto ou aeroporto brasileiro. EXTRATERRITORIALIDADE CONCEITO A extraterritorialidade consiste na aplicação do Direito Penal brasileiro, por um juiz brasileiro, para um crime que foi cometido no estrangeiro. Sem dúvidas, a extraterritorialidade é medida excepcional, pois esbarra na soberania de outro Estado, que terá que aceitar a aplicação de legislação estrangeira para um fato ocorrido dentro de seu território. A extraterritorialidade pode ser classificada em: INCONDICIONADA e CONDICIONADA. EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA A extraterritorialidade incondicionada é aquela que autoriza a aplicação do Direito Penal brasileiro independentemente do preenchimento de requisitos. Art. 7º, I, do CP – “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICONADA CONDICIONADA https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil”. Se a aplicação da extraterritorialidade é excepcional, a modalidade incondicionada é ainda mais. Não é por outra razão que a extraterritorialidade incondicionada é reservada para os crimes mais graves contra o Estado brasileiro. OBS: Na hora da prova, caso se esqueça quais são os crimes que admitem a extraterritorialidade incondicionada, lembre-se de que ela é reservada aos crimes mais graves. EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA A extraterritorialidade condicionada é aplicada desde que preenchidas determinadas condições. Art. 7º, II, do CP – “(...) os crimes a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados”. Portanto, os crimes que admitem a extraterritorialidade condicionada são: Contra a vida e a liberdade do Presidente da República Contra o patrimônio ou a fé pública Contra a Administração Pública Genocídio Tratado ou convenção internacional Praticados por brasileiros Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras privadas, quando não houve julgamento no exterior https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 Por outro lado, as condições cumulativas estão previstas no art. 7º, §2º, do Código Penal: Art. 7º, § 2º, do CP – “Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável”. OBS: Vale ratificar que somente será possível aplicar a extraterritorialidade condicionada se TODAS as condições forem preenchidas. EXTRATERRITORIALIDADE SUPERCONDICIONADA A extraterritorialidade supercondicionada ocorre para os crimes praticados contra vítima brasileira. CUIDADO: Caso o agente seja brasileiro, será hipótese de extraterritorialidade condicionada. Art. 7º, § 3º, do CP – “A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça”. JULGAMENTO NO ESTRANGEIRO TEMA DE APROFUNDAMENTO O art. 7º, §1º, do Código Penal, aduz que, nos casos de extraterritorialidade incondicionada, o agente será punido segundo a lei brasileira. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Diante disso, caso a hipótese seja de extraterritorialidade condicionada, se o agente já foi julgado no estrangeiro, NÃO poderá sofrer novo julgamento no Brasil. Vítima brasileira https://www.alfaconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7
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