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A ADAPTACAO AO MEIO AQUATICO

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A ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO*
 
1 DEFINIÇÃO 
 
 Saber nadar “é permanecer na água, sendo capaz de através de 
movimento fazer ou cumprir determinada distância” (CARVALHO, 1994). 
 
“Saber nadar é todo aquele que recebendo um certo número de 
aulas, poderá percorrer uma distância que irá dos 25 metros em 
diante” (CARVALHO, 1994). 
 
“Saber nadar significa fundamentalmente ser capaz de flutuar e 
deslocar-se na água sem o recurso a apoios fixos ou a meios 
auxiliares de sustentação” (CARVALHO, 1994). 
 
 Saber nadar não é mais que dar a possibilidade a um indivíduo de 
poder para “cada situação inédita, imprevisível, resolver o triplo problema de 
uma inter-relação das três componentes fundamentais: equilíbrio, respiração e 
propulsão”, (RAPOSO, 1981). 
 
 O conceito de adaptação ao meio aquático, usualmente, identifica-se 
com a 1ª fase da formação do nadador enquanto outros autores denominam 
esta fase de “aprendizagem”. Esta é a fase de aquisição das habilidades, cujo 
desenvolvimento possibilitará em fases posteriores alcançar diferentes níveis 
de prestação, (CARVALHO, 1994). 
 
2 DIFERENÇAS ENTRE MEIO TERRESTRE E MEIO AQUÁTICO 
 
 Quando um indivíduo entra num meio líquido, fica sujeito a um 
conjunto de estímulos que não existem da mesma forma fora do mesmo. 
Assim, quando um aluno (seja de que idade for) resolve iniciar a sua atividade 
física na água, vê nisso implicado um conjunto de alterações que passam por: 
 
- Alterações do equilíbrio; 
- Alterações da visão; 
- Alterações da audição; 
- Alterações da respiração; 
- Alterações das informações recebidas do meio – proprioceptivas; 
- Alterações do sistema termo – regulador do organismo. 
 
 Segundo CARVALHO (1994), quando um indivíduo inicia o seu 
processo de adaptação ao meio aquático, ocorre um conjunto de 
transformações ao nível das referências dos órgãos dos sentidos (equilíbrio, 
visão, audição e proprioceptivos) e também ao nível de todas as referências 
que normalmente existem em terra (fora de água). 
 
 
* Disponível on line via: http://www.cm-cantanhede.pt/piscinas/img/pdf/Adap_Meio_Aquatico.pdf 
 Deste modo, o indivíduo ao longo do tempo da experiência 
desenvolvida na água, vai ajustando as suas referências, alterando o seu 
quadro motor em relação ao meio onde agora desenvolve as suas 
aprendizagens, na água, de forma a melhorar a sua resposta aos estímulos 
existentes. Assim, temos que: 
 
Alterações Em terra Na água 
DESLOCAMENTOS 
- o equilíbrio é vertical; 
- os apoios são fixos; 
- os braços equilibram; 
- as pernas deslocam. 
- o equilíbrio é horizontal; 
- os apoios não são fixos; 
- os braços deslocam; 
- as pernas deslocam. 
RESPIRAÇÃO 
- automatismo nato; 
- não condicionado. 
- de início é voluntária 
- condicionada pelos 
movimentos e pela água. 
VISÃO 
- normal; 
- a ar não é agressor para os 
olhos 
- limitada pelo fenômeno; 
- a água pode conter agentes 
agressores 
AUDIÇÃO 
- normal 
- condições a acústicas das 
Instalações. 
-limitada pela água nos 
ouvidos e pelas 
TERMO-REGULAÇÃO 
– contacto com a atmosfera 
(frio – calor). 
- contacto com a água (frio) 
- grande apelo do sistema 
termo–regulador. 
INFORMAÇÕES 
PROPIOCEPTIVAS / 
NOCÃO DO ESQUEMA 
CORPORAL 
- informações vindas da 
planta do pé; 
- informações vindas do 
ouvido interno; 
- informações vindas dos 
músculos; 
- interpretação tanto mais 
difícil quanto o é o 
movimento. 
- informações do ouvido 
interno são alteradas; 
- informações vindas dos 
músculos; 
- maior dificuldade de 
interpretação do movimento. 
 
 
 Todas estas alterações que o indivíduo sofre, são a conseqüência 
das propriedades físicas e químicas características da água e as respectivas 
leis que regem esse meio, com os corpos que nela estão em contacto. 
 
 Deste modo temos que: 
 
- O equilíbrio, que de vertical passa a horizontal. A sua resolução é 
expressa pela capacidade de deslizar ventral e dorsalmente. 
- A respiração do nadador é específica. Ela difere, nas suas 
características, da respiração do homem em terra. Coloca-se, por 
conseguinte, o problema da sua transformação, da passagem de 
uma forma para outra. É necessário especificar que em condições 
habituais a inspiração é ativa e a expiração passiva. Em repouso, 
ou se o trabalho é moderado, a necessidade é reduzida e se 
acomoda ao circuito nasal. Assim, deve adquirir um novo 
automatismo que possibilite respirar ritmicamente, fazendo a 
expiração no meio aquático. 
- A propulsão, cuja resolução se expressa pela capacidade de 
deslocação no meio aquático com ausência de apoios fixos. 
 
3 IMPORTÂNCIA DE UMA BOA ADAPTAÇÃO AO MEIO 
AQUÁTICO 
 
 Entende-se por adaptação ao meio aquático, “o processo que 
envolve a iniciação à natação, recorrendo ao domínio do corpo na água, com 
base nos objetivos de cinco domínios: equilíbrio, respiração, imersão, 
propulsão e salto” (CAMPANIÇO, 1988). 
 
 A natação favorece a tomada de consciência do aluno em relação a 
si, ao meio, ao grupo e à sociedade, contribuindo no seu desenvolvimento e 
favorecendo o desenvolvimento de todas as suas aptidões. 
 
 A natação dá-nos a possibilidade de, utilizando a água, 
desencadearmos na criança uma nova vivência que irá provocar novas 
capacidades de adaptação. O meio aquático cria novas sensações, modifica o 
equilíbrio abrindo um largo campo de experiências á capacidade motora sob o 
efeito de uma certa ausência de gravidade. 
 
 O equilíbrio, a respiração e a propulsão são as componentes básicas 
inerentes ao ato de nadar e cujo domínio é necessário para garantir um 
comportamento ajustado na água. 
 
- EQUILÍBRIO – a sua transformação passa por uma 
conscientização dos mecanismos que o orientam e pela 
percepção voluntária de inúmeras informações motoras que, no 
seu conjunto, permitem a aquisição de um “novo esquema 
corporal” devidamente enquadrado com o meio aquático. Sem ele 
os técnicos são postos em causa quando entramos na sua fase 
de aquisição e, mais ainda, quando se passa à fase de eficácia 
motora ou performance desportiva propriamente dita. 
- RESPIRAÇÃO – esta coloca-se e influi quando, por razões 
mecânicas e de ordem técnica, é necessário efetuar uma 
expiração completa na imersão e diminuir ao máximo o tempo de 
inspiração. Por isso, é necessária uma conscientização 
expiratória – inspiratória com os respectivos requisitos técnicos. 
- PROPULSÃO – existe uma correlação direta e proporcional entre 
a qualidade respiratória e equilíbrio ótimo, que influi 
significativamente na aquisição dos gestos técnicos e na eficácia 
motora. Da sua correlação depende a quantidade e qualidade do 
repertório motor do jovem praticante e a base das performances 
desportivas em Natação. 
 
 Falta acrescentar que não são só estes três fundamentos o suporte 
do conteúdo de ensino. É natural associar nesta fase, a noção de 
profundidade, através de técnicas de deslocação em imersão e ainda, a 
vivência de diferentes situações de salto, para uma correta noção da entrada 
na água. 
 
4 COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR 
 
 Para se alcançar uma boa técnica de nado, partidas e viradas, é 
primordial que haja anteriormente o ensino de destrezas básicas no 
desenvolvimento motor da criança. O aluno, ao longo da sua aprendizagem, 
deve ser submetido a uma variedade de exercícios, de forma a adquirir 
determinadas competências de extrema importância para um bom 
desempenho posterior como nadador. O desenvolvimento dessas 
competências necessita de uma estimulação de variados domínios, tais como: 
 
- Visão; 
- Tacto; 
- Audição; 
- Equilíbrio; 
- Propulsão; 
- Respiração; 
- Flutuação; 
- Rotação; 
- Cambalhotas; 
- Imersão; 
- Mergulho; 
- Salto. 
 
 Todas estas competências ajudarão o aluno a melhor desenvolvera 
noção de corpo, a coordenação global, a estruturação espaço-temporal e a 
noção de ritmo, ou seja, ajudará o aluno a melhor compreender o efeito da 
água sobre o seu corpo no meio aquático. 
 
 Os processos de adaptação ao meio aquático são longos 
(dependendo sempre das vivências de cada aluno), complexos e 
determinantes para a aquisição dos gestos técnicos. 
 
 A adaptação ao meio aquático, inicia-se logo quando o aluno avista 
a piscina. A primeira fase de adaptação é uma fase de descoberta, ou seja, 
uma aproximação ao novo meio. O aluno só entrará na piscina quando se 
sentir seguro, para isso tem que estudar o novo meio a que é proposto. Logo 
que o aluno entra na água, encara um novo problema que terá de superar, o 
equilíbrio. Como já foi referido, o meio aquático tem características diferentes 
do meio terrestre, provocando desequilíbrios. Devemos, a princípio, evitar 
perturbar o menos possível os hábitos de equilíbrio do aluno, para que este não 
se assuste. Quando sentirmos que o aluno já tem alguma segurança ao nível 
do equilíbrio, devemos solicitar progressivamente os deslocamentos, utilizando 
o equilíbrio vertical, para que consiga adquirir a noção da resistência que o 
meio impõe. 
 
 Após o aluno ter adquirido o equilíbrio vertical, torna-se mais 
independente e confiante, podendo passar para uma outra fase que é a 
imersão. Neste domínio, associa-se a noção de profundidade. A imersão inicial 
do aluno será sempre de olhos fechados e em apneia. Gradualmente será 
solicitada a abertura dos olhos e da boca, garantindo o controlo da glote. 
Quando o aluno for capaz de imergir a cara na água de olhos abertos e boca 
aberta, solicitar-se-á para que sopre, que expire pelo nariz e, finalmente, por 
ambos. 
 
 É conveniente insistir na expiração forçada pela boca e pelo nariz, 
que deve ser contínua, longa e tão completa quanto possível. A imersão tem 
que ser adquirida a vários níveis de profundidade. 
 
 Chegamos a um ponto em que o aluno cede ao meio aquático, isto 
é, apercebe-se que a impulsão é positiva após uma inspiração forçada. 
Compreende que é capaz de passar de uma posição vertical para uma posição 
horizontal e vice-versa. 
 
 Após a aquisição do equilíbrio horizontal, agora que o aluno 
consegue realizar a expiração na água, esta etapa fica facilitada. Para que o 
aluno se sinta seguro, nesta sua nova posição dentro de água, deve ser 
ajudado pelo Professor, passando depois para apoios fixos (parede, 
separadores), apoios móveis (placa, palitos, pull-buoy, outros). Na realização 
destes exercícios devemos sempre insistir para que o aluno trabalhe a imersão 
da cara e faça a expiração. 
 
 A propulsão é o domínio que se segue. A princípio a noção de 
propulsão é adquirida junto da parede, para que o aluno interiorize o 
movimento correto a realizar. Inicialmente, os batimentos das pernas com 
apoios e depois sem, são a forma de propulsão. 
 
 É pertinente que o aluno realize corretamente o batimento, para que 
haja uma boa aquisição da técnica necessária para as diferentes técnicas de 
nado. 
 
 O aluno deverá ser capaz de se deslocar em todas as direções e 
sentidos, na posição ventral e dorsal. Podemos, também, solicitar ao aluno 
técnicas de propulsão rudimentares, como nadar à cão, à gato, à marés vivas, 
tartaruga, golfinhos e outros. São uma forma aliciante dos alunos adquirirem 
uma série de aptidões aquáticas. Estes exercícios são uma forma de dominar a 
respiração e também o equilíbrio. Com uma grande variedade de propulsões, o 
aluno irá compreender qual a melhor atitude hidrodinâmica. 
 
 Chegamos a um ponto em que estão adquiridos os domínios de 
equilíbrio, imersão e propulsão, passando agora para o domínio da respiração. 
 
 A respiração no meio aquático passa, do seu caráter automático, a 
ter um caráter voluntário. Como a expiração é feita na água, tem que se 
ultrapassar a pressão exercida por ela. Havendo um controlo dos reflexos de 
defesa, através da eliminação do bloqueio respiratório na imersão e perante 
movimentos propulsivos, a respiração passa a estar condicionada, não é 
possível respirar a qualquer momento. 
 
 O aluno tem que adquirir a noção de expiração - inspiração, pois 
para a aquisição dos gestos técnicos é extremamente importante. É um 
processo muito longo, até que se chegue a um automatismo correspondente às 
exigências das técnicas de nado. 
 
 Entramos, finalmente, no último dos domínios, o salto. O salto é 
importante para uma boa entrada na água e como meio de autoconfiança. O 
salto deve ser explorado através de variadas situações, para o 
desenvolvimento de uma percepção da posição relativa ao resto do corpo e as 
suas implicações no equilíbrio. 
 
 Através do salto, adquire-se a noção de que não é necessário 
movimentos bruscos para facilitar a flutuação, desenvolve a capacidade de 
imergir completamente após um salto e apanhar objetos em pequenas e 
grandes profundidades. 
 
 Como podemos constatar, todos os domínios estão interligados a 
cada aquisição e cada um depende do outro. Estas competências, são 
extremamente importantes para um bom desempenho das técnicas de nado. 
 
 No que se refere à adaptação ao meio aquático existe como 
preocupação a aquisição dos seguintes objetivos: 
 
CRIANÇAS 
 
1. Caminhar dentro de água de frente e de costas; 
2. mergulhar a cara na água e expirar; 
3. abrir os olhos com o corpo em completa submersão; 
4. saltos para a água de pé; 
5. equilíbrio e flutuação dorsal e ventral; 
6. deslize dorsal/ventral com placa; 
7. deslize dorsal/ventral sem placa; 
8. deslize dorsal/ventral sem placa com batimentos de pernas. 
 
ADULTOS 
 
1. Caminhar, correr dentro de água de frente e de costas; 
2. mergulhar a cara na água e abrir os olhos; 
3. controlar a respiração boca, nariz na imersão; 
4. controlar e coordenar a expiração/inspiração com e sem apoios; 
5. controlar e coordenar a expiração/inspiração em situações propulsivas 
simples; 
6. equilíbrio e aquisição do controlo das posições vertical/horizontal e 
horizontal/vertical – flutuação nas posições dorsal e ventral; 
7. propulsão – deslize dorsal/ventral com e sem placas; 
- deslize dorsal/ventral com propulsão autônoma. 
 
 
 
5 INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE 
ENSINO 
 
 No processo de adaptação ao meio aquático, existem um conjunto 
de fatores que o Professor deve controlar, de forma a melhorar a sua qualidade 
de ensino e, também, o clima nas aulas de natação. 
 
 A relação que o professor tem que estabelecer com cada aluno 
depende da faixa etária onde o mesmo se encontra. Para tal, o professor deve 
adequar o tipo de linguagem, as suas atitudes (lúdica) e o nível de exigência. 
Deve também ter em conta as motivações e disponibilidades físicas, 
intelectuais e afetivas do aluno. 
 
 Assim, consoante a faixa etária onde o aluno se insere, existem 
fatores relacionados com o contacto do aluno com o meio aquático (início da 
aprendizagem da natação) que interferem no normal desenrolar das 
aprendizagens. 
 
 O medo, a respiração, o equilíbrio estático e o equilíbrio dinâmico, 
segundo Raposo (1981), são fatores que predispõem os indivíduos com 
atitudes diferentes perante o ensino da natação. 
 
5 – 6 ANOS 
 
MEDO 
 
 São os grandes espaços que desencadeiam na criança uma 
situação traduzida por medo. Normalmente assiste-se a situações das crianças 
procurarem as pequenas piscinas afastando-se das grandes sem terem a 
noção de nelas haver ou não pé. 
 
RESPIRAÇÃO 
 
 Verifica-se uma tendência nas crianças para trazerem a cabeça para 
cima da água e uma certa inibição em mergulhá-la. 
 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
 
 Nestas idades a criança evita perder a posição ventral, evitando 
sobretudo a perda de apoios sólidos. Poderá sentar-se e deitar-se facilmente 
mas sempre com apoio. 
 
EQUILÍBRIO DINÂMICO 
 
 Participa numa atividade que lhe soliciteuma situação de equilíbrio 
dinâmico, se esta, respeitar a sua posição vertical (bípede) de ser humano. 
 
 
 
 
6 – 12 ANOS 
MEDO 
 
 Surge o medo pela profundidade em detrimento do medo dos 
grandes espaços. Começa a ser muitíssimo influenciada pelas opiniões dos 
mais velhos, que, por qualquer razão, tiveram uma má experiência aquática, 
transmitindo por palavras, o seu receio que acaba por se instalar na criança. 
 
RESPIRAÇÃO 
 
 Vencida que seja a etapa de suportar a água nos olhos, a criança 
deixa de ter problemas em imergir a cabeça, assim como todo o corpo. 
 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
 
 Predomina a posição vertical. A passagem à posição horizontal é 
melhor aceite mediante exercícios em que haja movimento, do que em 
situações estáticas. 
 
EQUILÍBRIO DINÂMICO 
 
 Aceita os exercícios de deslize ventral e dorsal, etc.. É, contudo, 
preponderante o equilíbrio vertical. Só quando tem a certeza de poder 
regressar à posição vertical é que a criança se “aventura” nos deslizes 
referidos. 
 
12 AOS 20 ANOS 
 
MEDO 
 As profundidades são graduadas como manifestação de receio para 
aqueles que não dominam nestas idades o meio aquático. 
 
RESPIRAÇÃO 
 
 Evoluindo no domínio da técnica desperta-se neste escalão o desejo 
de corrigir a respiração. Por outro lado, o facto da execução deficiente de uma 
técnica conduzir rapidamente à fadiga leva ao desejo de “precisar aprender a 
respiração”. Desaparece em grande parte o receio de imergir a cabeça. 
 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
 
 Aceita e deseja evoluir nas posições que levem ao domínio e 
conquista da água. 
 
EQUILÍBRIO DINÂMICO 
 
 O objetivo máximo é o de poder movimentar-se, cumprir uma 
distância em perfeição e com rendimento. Verifica-se a aceitação da “correcção 
do estilo”. 
 
DOS 20 AOS 40 ANOS 
 
MEDO 
 
 É mais provocado pela falta de confiança nas suas possibilidades de 
aprendizagem do que no problema de espaço e da profundidade. 
 
RESPIRAÇÃO 
 
 Sendo a respiração um fator importante para a coordenação dos 
movimentos é encarado como uma necessidade e uma etapa a conquistar. Por 
outro lado, sabe que se coordenar o tempo de respiração a fadiga aparecerá 
mais tarde e será menor. 
 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
 
 Qualquer posição no meio aquático é aceite, começando, contudo, a 
surgir a necessidade de apoio. 
 
EQUILÍBRIO DINÂMICO 
 
 Conseqüência de uma contração muito grande é difícil conseguir-se 
nesta idade um deslize ventral ou dorsal. Só após um certo relaxamento é que 
é possível conseguir ultrapassar-se os problemas levantados pelo equilíbrio 
dinâmico. 
 
MAIS DE 40 ANOS 
 
MEDO 
 
 Aumenta extraordinariamente o medo das profundidades assim 
como o das suas possibilidades mecânicas e fisiológicas. 
 
RESPIRAÇÃO 
 
 É um problema nesta idade em virtude da grande inibição em 
mergulhar a cabeça. 
 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
 
 Nesta idade verificamos a grande aceitação da posição dorsal, que 
reflete o espírito de “estar na água”, e da posição vertical que representa a 
segurança permanente. 
 
EQUILÍBRIO DINÂMICO 
 
 Todas as deslocações são feitas lentamente e quase sempre em 
posição dorsal. Pode-se afirmar que o desejo é mais o de “manter-se” que o de 
“deslocar-se”. 
6 TAREFAS E ESTRATÉGIAS DE PROGRESSÃO NO 
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO 
 
Primeiro Contacto com a Água 
 
TAREFA ESTRATÉGIAS 
1 – Sentado na borda da piscina com as pernas na água faz 
lavagem de diferentes partes do corpo – mãos, pernas, pés, 
barriga, braços, nariz, olhos, cara. 
. O Professor recorre a 
processos delimitação. 
2 – Sentado na parede faz exercícios de coordenação: 
. mexer as duas pernas alternadamente (a salpicar água); 
. mexer uma perna e depois a outra; 
. mexer as duas pernas em simultâneo; 
. mexer as duas pernas alternadamente mas em profundidade 
(não salpica água). 
. O Professor recorre a 
processos delimitação. 
. Dar referências do fundo. 
. Contato físico para ajudar 
no movimento de pernas. 
. O Professor está na água. 
3 – Deitado ventral na borda da piscina com as pernas na água, 
faz movimentos alternados de pernas. 
. Recurso a processos de 
imitação. 
4 – Dentro de água com os pés no chão e agarrado à parede, 
faz saltitares sem molhar a cabeça: 
. a dois pés juntos; 
. a um pé. 
. O Professor está na água. 
. Recurso a processos de 
imitação. 
. Recurso a estruturações 
espaço–temporais. 
 
Respiração / Imersão 
 
TAREFA ESTRATÉGIAS 
1 – Agarrado à parede, dentro de água faz: 
. saltitares com os dois pés, a molhar o corpo até ao 
queixo; 
. saltitares a molhar até à boca; 
. saltitares a molhar até aos olhos; 
. saltitares com imersão completa do corpo. 
. O Professor está na água. 
. Recurso a processos de imitação. 
. Recurso a estruturações espaço–
temporais. 
. O Professor ensina a resolver o 
problema da água na cara. 
2 – Saltitares e faz imersão completa com apneia: 
. ver no grupo quem fica mais tempo; 
. tentar tocar com uma das mãos no fundo da piscina; 
. tentar tocar com as duas mãos no fundo da piscina. 
. Recurso a estruturações espaço–
temporais – cantilenas, 1,2,3. 
. O Professor está dentro de água. 
. O Professor ensina a resolver o 
problema da água na cara. 
3 – Dentro de água agarrado à parede com as mãos: 
. sopra na água com a boca em imersão (faz bolinhas); 
. sopra objectos flutuantes (discos, outros); 
. faz imersões e sopra na água. 
. O Professor está na água. 
. Recurso a processos de imitação. 
. Recurso a estruturações espaço–
temporais. 
4 – Dentro de água com as mãos apoiadas na água 
desloca-se e sopra objectos flutuantes (discos, bolas de 
ping-pong, outros). 
. O Professor ensina a resolver o 
problema da água na cara. 
5 – Agarrado à parede faz movimentos de pernas e 
sopra na água: 
. só com a boca na água; 
. com a cara na água com paragens; 
. com a cara na água sem paragens. 
. O Professor está na água. 
. Recurso a processos de imitação. 
. Recurso a estruturações espaço–
temporais. 
6 – Agarrado à divisória (pista) com ambas as mãos, faz 
batimentos de pernas com respirações contínuas. 
. O Professor está na água e ajuda 
a resolver problemas de equilíbrio. 
7 – Desloca-se no espaço de água passando por baixo 
das pistas. 
. O Professor coloca-se no espaço 
de forma a ver todo o grupo. 
8 – Passa por entre as pernas dos colegas: 
. um colega; 
. dois colegas; 
. vários colegas. 
. O Professor controla o 
comportamento dos colegas no 
grupo. 
9 – Passa por entre um ou mais arcos colocados 
debaixo de água. 
. O Professor segura os arcos. 
 
Movimentos Propulsivos dos Membros Inferiores / Equilíbrio 
 
TAREFAS ESTRATÉGIAS 
1 – Sentado na parede com as pernas na água, faz 
movimentos alternados de pernas: 
. a salpicar água, à superfície; 
. sem salpicar água, em profundidade. 
. Recurso a processos de 
imitação. 
 
. O Professor através de contacto 
físico estimulam movimento de 
pernas. 
2 – Deitado em posição ventral na parede, faz 
movimentos alternados de pernas: 
. batimento livre (pernas fletidas); 
. batimento com pernas estendidas. 
 
. Recurso a Processos de 
imitação. 
. O Professor através de contacto 
físico estimula o movimento de 
pernas. 
. O Professor ensina a resolver o 
problema da água na cara. 
3 – Dentro de água com as mãos apoiadas na parede, faz 
movimentos alternados de pernas: 
. com o queixo apoiado nas mãos; 
. com os braços estendidos; 
. com os braços estendidos e a fazer imersões da 
cara/cabeça; 
. com os braços estendidos e a fazer respirações pela 
boca (soprar na água); 
. com os braços estendidos e a fazer respirações com a 
face submersa. 
. Recurso a Processos de 
imitação. 
 
. O Professor através de contactofísico estimula o movimento de 
pernas. 
 
. O Professor ensina a resolver o 
problema da água na cara. 
 
. Recurso a estruturações 
espaço– temporais. 
4 – Agarrado aos separadores (pistas), faz movimentos 
de pernas: 
. com os braços estendidos e a cabeça a olhar para a 
frente; 
. com os braços estendidos e a cara submersa a olhar 
para o fundo; 
. com os braços estendidos e a soprar na água com a 
face submersa. 
. O Professor dá referências para 
a visão. 
 
. Ensina a resolver o problema da 
água na cara. 
5 – Deitado em posição dorsal na água, com a cabeça em 
apoio na parede e a olhar para o teto, coloca as mãos 
junto às orelhas para se apoiar, faz: 
. movimentos alternados de pernas; 
. movimentos alternados de pernas a fazer salpicar água; 
. movimentos alternados de pernas a fazer salpicar água, 
mas com a preocupação de manter a barriga à superfície. 
. O Professor está na água. 
 
. O Professor ajuda a colocação 
na posição dorsal. 
 
. O Professor ensina e ajuda a 
recuperar aposição vertical. 
 
. O Professor dá referências de 
como usar as mãos na água. 
6 – Com a cabeça apoiada na pista (separador) e com as 
mãos a agarrar a mesma por baixo de água, faz: 
. movimentos alternados de pernas com água a salpicar; 
. movimentos alternados de pernas com água a salpicar e 
com a preocupação de manter á barriga à superfície. 
. O Professor está na água. 
.O Professor ajuda a colocação na 
posição dorsal. 
 
. O Professor ensina e ajuda a 
recuperar aposição vertical. 
 
. O Professor dá referências de 
como usar as mãos na água. 
 
Salto 
 
TAREFAS ESTRATÉGIAS 
1 – Partindo da posição de sentado na parede, faz 
salto com o apoio do professor: 
. com as duas mãos. 
. com uma mão. 
. O Professor está na água. 
 
. Utilização de estruturações espaço-
temporais. 
2 – Partindo da posição de pé, faz salto da parede: 
. com o apoio do Professor a duas mãos; 
. com o apoio do Professor a uma mão; 
. com o apoio do Professor dentro de água 
(equilibrador); 
. sem apoio do Professor (só). 
. O Professor está na água. 
 
. Utilização de estruturações espaço-
temporais. 
 
. Ajuda a recuperar o equilíbrio vertical. 
 
. Dá referências de como usar as mãos 
na água. 
3 - Partindo da posição de pé, efectua saltos da 
parede: 
. agarrando a pista (separador); 
. passando por baixo de uma só pista (separador); 
. passando por baixo de uma só pista e agarra a 
segunda. 
. Dar referências da colocação dos pés 
para não escorregar. 
 
. Dar referências da colocação mãos. 
 
. Dar referências da direção e sentido do 
salto. 
4 – Na posição de partida de Atletismo, efetua salto 
a partir da parede: 
. agarrando a primeira pista; 
. passando por baixo da primeira pista; 
. passando por baixo da primeira pista e agarra a 
segunda. 
. Dar referências da colocação dos pés 
para não escorregar. 
 
. Dar referências da colocação mãos. 
 
. Dar referências da direção e sentido do 
salto. 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
BUCHER, W. (1986). 1000 Exercices et jeux de natation, Paris, Editions 
Vigot. 
 
CAMPANIÇO, J. (1989). A escola de natação – 1ª fase aprendizagem, 
Lisboa, Edição Ministério da Educação – Desporto e Sociedade. 
 
CARVALHO, C. (1994). Natação – contributo para o sucesso do ensino – 
aprendizagem, Edição do Autor. 
 
CATTEAU, R. GAROFF, G. (1990). O ensino da natação, São Paulo, Editora 
Manole Ltda. 
 
LUQUE, R. (1991). Guía de las actividades acuáticas, Barcelona, Editora 
Paidotribo. 
 
MURCIA, J.; SANMARTÍN, M. (1998). Bases metodológicas para el 
aprendizaje de las actividades acuáticas educativas. Zaragoza, INDE. 
 
RAPOSO, A. (1981). O ensino da natação, Lisboa, Edições I.S.E.F. – U.T.L.. 
 
SACADURA, J.; Raposo, A. (1989). Metodologia do ensino das técnicas de 
nadar, partir e virar. Edição Ministério da Educação – Desporto e Sociedade. 
 
SARMENTO, P.; CARVALHO, C.; FLORINDA, I.; RAPOSO, A. (1981). 
Aprendizagem motora e natação, Lisboa, U.T.L. – I.S.E.F. 
 
ÍNDICE 
 
1 DEFINIÇÃO................................................................................................. 1 
2 DIFERENÇAS ENTRE MEIO TERRESTRE E MEIO AQUÁTICO .............. 1 
3 IMPORTÂNCIA DE UMA BOA ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO......... 3 
4 COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR.................................................................. 4 
5 INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO.... 7 
6 TAREFAS E ESTRATÉGIAS DE PROGRESSÃO NO PROCESSO DE 
ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO ............................................................... 10 
Primeiro Contacto com a Água ..................................................................... 10 
Respiração / Imersão.................................................................................... 10 
Movimentos Propulsivos dos Membros Inferiores / Equilíbrio....................... 11 
Salto ............................................................................................................. 12 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 13 
 
 
	1 DEFINIÇÃO 
	2 DIFERENÇAS ENTRE MEIO TERRESTRE E MEIO AQUÁTICO 
	3 IMPORTÂNCIA DE UMA BOA ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO 
	4 COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR 
	5 INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO 
	6 TAREFAS E ESTRATÉGIAS DE PROGRESSÃO NO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO 
	Primeiro Contacto com a Água 
	Respiração / Imersão 
	Movimentos Propulsivos dos Membros Inferiores / Equilíbrio 
	Salto 
	BIBLIOGRAFIA

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