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Curso: Semestral Semanal OAB 
Disciplina: Direito Administrativo 
Professor: Celso Spitzcovsky 
Data: 30.03.2011 
Anotadora: Yoanna 
 
1 
 
 
I-) Noção básica: 
O único objetivo, a única finalidade que a Administração pode perseguir quando atua, é o interesse 
da coletividade (interesse público primário). Isto significa que jamais poderá atuar em nome próprio. Caso 
não seja o interesse público primário aquele que é protegido, agirá o administrador com desvio de finalidade, 
surgindo como uma forma de ilegalidade. 
O único tipo de controle que o Judiciário pode fazer a respeito dos atos da Administração é um 
controle de legalidade, ou seja, toda vez que a Administração praticar uma ilegalidade, o Poder Judiciário 
pode atuar – princípio da separação e harmonia dos poderes. Se o ato for lícito, atender o interesse público, o 
Judiciário não pode tomar providências a respeito. 
Ex: decreto de desapropriação para construção de uma Delegacia, afetando o interesse de 
particulares. O ato é lícito, a Delegacia é para todos e, portanto, o particular não pode pleitear perante o 
Poder Judiciário a sua anulação. 
Ex2: servidor público, diretor de uma escola, é removido pelo ato do Prefeito como represália a 
uma briga que este teve com um parente daquele. Isto não atende o interesse público e, portanto, é passível 
de ser apreciado pelo Poder Judiciário e, ao fim, anulado. 
 
1-) Reflexos: por força dos interesses que representa quando atua, a Administração recebe no ordenamento 
jurídico prerrogativas de um lado e obrigações do outro, que não se estendem aos particulares. 
 Exemplo de uma prerrogativa e uma obrigação que só a Administração tem: uma danceteria toca 
músicas acima dos limites máximos permitidos em lei. Um vizinho do estabelecimento, incomodado com o 
barulho, resolve tomar uma medida e sozinho não poderá tomar providências, sob pena da prática do 
exercício arbitrário das próprias razões. Se um fiscal da Prefeitura constatar a irregularidade poderá lavrar 
um auto de constatação e não precisa nada requerer ao Judiciário. 
 Por que o vizinho para salvaguardar seu direito não pode atuar sozinho e o fiscal pode? O vizinho 
estava defendendo seus interesses particulares e, o fiscal, por sua vez, estava a defender os interesses da 
coletividade por meio de um ato administrativo (auto). 
 Os atos administrativos são dotados de auto-executoriedade (um de seus atributos), ou seja, não é 
preciso bater às portas do Poder Judiciário para que aquele alcance a sua finalidade. 
 Acerca das obrigações: se um particular quiser contratar empregados para sua empresa, pode 
contratar quem quiser? Pode, a empresa é dele e, se contratou mal, arcará com isso. Já a Administração não 
pode contratar quem quiser, mas deverá abrir concursos públicos, em nome do princípio da eficiência – 
selecionar os melhores. 
 Tanto a prerrogativa quanto a obrigação não se estendem aos particulares. 
 
2-) Princípios da Administração Pública 
 
a-) Localização: artigo 37, caput, da Constituição Federal: 
 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)” 
 
b-) Natureza: meramente exemplificativa, assim sendo, os 5 princípios constantes do caput do artigo 37, 
supramencionado, representam o elenco mínimo. Comporta ampliação, portanto, a exemplo dos princípios 
que seguem e que não estão expressos: 
 
Curso: Semestral Semanal OAB 
Disciplina: Direito Administrativo 
Professor: Celso Spitzcovsky 
Data: 30.03.2011 
Anotadora: Yoanna 
 
2 
 
• Princípio da isonomia – consiste na dispensa de igual tratamento. 
• Princípio da motivação – todos têm o direito de saber o que Administração faz com o dinheiro dos 
administrados. Trata-se de um requisito de validade de um ato administrativo. Entre particulares não 
se exige – vide os requisitos do negócio jurídico constantes do Código Civil. 
• Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular – a Administração, em nome do 
interesse de todos, pode sacrificar interesses dos particulares sem caráter de punição. Exemplo: 
direito de propriedade (artigo 5º, XXII, da CF) x desapropriação. 
• Princípio da razoabilidade (proporcionalidade) – os atos da Administração têm de ser compatíveis 
com a preservação do interesse público. 
 
c-) Destinatários: 
 
 Todos os princípios são aplicáveis à Administração Pública nas 4 esferas de governo (U, E, M e DF), 
formadas pela Administração Direta e Indireta. 
 Na estrutura Direta das 4 esferas encontra-se basicamente órgãos, que não são dotados de 
personalidade jurídica e, como consequência, em tese, não tem capacidade processual (capacidade para estar 
em juízo, seja como autor, seja como réu). Desse modo, caso um Ministério tenha causado um dano, dever-
se-á propor uma ação em face da União. Outro exemplo, é uma árvore que tomba no carro, hipótese na qual 
dever-se-á propor ação em face do Município. 
 Exemplos: na esfera federal = Ministérios. 
 na esfera estadual/municipal = Secretarias. 
 na esfera municipal = Subprefeitura. 
 
Na estrutura Indireta encontra-se pessoas jurídicas, dotadas de personalidade jurídica, com 
capacidade processual. Se sofrer um dano causado por uma autarquia, a ação deverá ser proposta em face 
dela própria. Exemplos: autarquias; fundações; empresas públicas; sociedades de economia mista. 
 
d-) Espécies: 
 
d.1-) Princípio da legalidade (artigo 5º, II, da CF): 
 
Para o mesmo princípio há duas interpretações distintas, a saber: 
 
• Para os particulares: estes podem fazer tudo o que a lei não proíbe. 
• Para a Administração: esta só faz aquilo que a lei expressamente determina. 
 
Vide Artigo 37, I, da CF, que segue: 
 
“Art. 37 (...) 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei (...);” 
 
Do dispositivo extrai-se que o estrangeiro também pode prestar concurso público para titularizar 
cargo, emprego ou função. O único instrumento hábil a criar exigências acerca dos concursos públicos é a 
lei. O edital é um ato administrativo, é infralegal e, portanto, para ser válido, deve estar de acordo com a lei.

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