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Direito Administrativo Prof. Celso Matéria: Princípios (continuação) 06/04/2011 Princípios 1. Espécies: a) Legalidade (aula passada); b) Impessoalidade; c) Moralidade; d) Publicidade; e) Eficiência. a) Legalidade: aula passada. - Para Administração: Só faz o que a lei expressamente determina. - Para o Particular: Pode fazer tudo o que a lei não proíbe. b) Impessoaliade: É a obrigação atribuída ao Poder Público de manter uma posição de neutralidade em relação aos administrados, não estabelecendo privilégios e nem obrigações de forma gratuita. O Poder Público pode promover discriminações? Quais? Resp.: Só poderá promover discriminações para preservar o interesse público. O que significa discriminar? Resp.: Significa, tratar aquela pessoa de forma diferente das demais. - Privilegia; - Prejudica. O Poder Público discrimina para previligiar a preservação do interesse público. Exs.: - Impessoalidade para contratar pessoas – concurso público; - Impessoalidade para contratar serviços – licitações; - Impessoalidade para pagar dívida dos seus credores – precatórias (devem obedecer à ordem lógica)/ Art. 100, da CF. Art. 100. “Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.” - Impessoalidade nas propagandas oficiais do Governo (Art. 37, p.1º ,da CF). Art. 37. § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. c) Moralidade: A CF/88 foi a prfimeira a incluir de forma expressa a moralidade como um princípio. Tal circunstância definiu que o ato imoral é sinônimo de ato inconstitucional. Esta moralidade é administrativa, ou seja, diferente da moral como particulares. A moralidade administrativa está intimamente ligada a preservação do interesse público. A improbidade surge como uma espécie qualificada da moralidade. - Improbidade Administrativa: É sinônimo de desonestidade administrativa. Para que se configure a improbidade deve existir a presença do dolo (intenção do agente em praticar o ato). Obs.: Sem dolo – inexiste improbidade. O Art. 37, p.4º , da CF – Sanções aplicadas a prática de improbidade. Art. 37. § 4º - “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” A Lei 8. 429/82 dividiu os atos de improbidade em 3 grupos (seguindo o critério de maior gravidade). - Art. 9º: Enriquecimento ilícito. Exs.: Cobrança de proprina ou vantagem, por conta do cargo que ocupe. Uso de bens públicos para fins particulares. - Art. 10: Causam danos ao erário (aos cofres públicos). Exs.: Alienar bens públicos abaixo dos bens de mercado. Adquirir bens de terceiros acima do valor de mercado (superfaturamento). - Art. 11: Agressão aos princípios da Administração Pública. Exs.: Frustar a licitude de concurso público. Revelar ou permitir que chegue aos conhecimento de terceiros informações que podem oferecer vantagem de quem quer que seja. Quais as ações que combatem os atos de improbidade administrativa? Resp.: São duas ações: - Ação Popular; - Ação Civil Pública. Da Ação Popular - Sujeito Ativo (quem pode promover à ação?): Art. 5º, LXXIII. Esta ação será proposta por um cidadão. Conceito de Cidadão: Nacional de um Estado que se encontre no pleno exercício dos direitos políticos. Todo nacional é cidadão? Resp.: Não, porque uma pessoa pode ter vínculo com o Estado e não estar exercendo pleno direitos políticos, p.ex: adolescente de 15 anos. Todo cidadão é nacional? Resp.: Sim, uma vez que para ser cidadão deve ser necessariamente nacional. Art. 5º. LXXIII – “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.” O Ministério Público não é cidadão (é um orgão), consequentemente não pode propor ação popular, porém pode combater atos de improbidade – via ação civil pública. O estrangeiro também não pode propor ação popular, pois não é nacional. - Sujeito Passivo (contra quem à ação deve ser proposta?): Será proposta contra a pessoa física que praticou o ato de improbidade e também contra os terceiros que dele se beneficiaram, uma vez que ninguém pode ser locupletar às custas do Poder Público. Da Ação Civil Pública - Sujeito Ativo: A legitimidade para propor é do Ministério Público (Art. 129, III, da CF) e de outras pessoas, desde que, previstas em lei (Art. 129, p.1º- Lei 7.347/85, p.5º). - Defensor Público; - União, Estados, Municípios e Distrito Federal; - Autarquias; - Fundações; - Empresas Públicas; - Sociedade de Econômina Mista; - Associações (que estejam legalmente constituidas e em funcionamento a pelo menos 1 ano). Art. 129 – “São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.” - Sujeito Passivo: Lei 8.429/92 – Arts. 1º, 2º e 3º. A ação civil pública deverá ser proposta contra o agente público. - Agente Público: É a expressão mais abrangente, envolve todas as pessoas que se encontrem dentro da Administração, não importando a que título. Ex.: Se está em caráter permanente ou temporário, se ingressou via concurso ou não.... (indiferente). Agente público envolve os agentes políticos, servidores (que por sua vez, abrangem funcionários, empregados e temporários) e particulares em colaboração. - Agentes Políticos: São agentes públicos que não mantém com o Estado um vínculo de natureza profissional. Os agentes políticos titularizam mandatos, não ingressam por concurso –ou são eleitos ou nomeados. Exs.: Eleitos – Parlamentares, Governadores, Prefeitos, Presidente da República. Exs.: Nomeados – Ministros, Secretários de Estado. - Servidores: São os agentes públicos que mantém com o Estado um vínculo de natureza profissional. a) Funcionário Público: É o servidor que titulariza um cargo. Em regra, entra por concurso e, é, nomeado em caráter permanente (se submete ao Estatuto dos funcionários públicos). b) Empregado Público: É o servidor que titulariza um emprego público, ingressa por concurso e, é, nomeado em caráter permanente (regime profissional celetista) – Art. 37, II, da CF. Art. 37. II – “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.” c) Temporários: São os servidores contratados sem concurso, mas por prazo determinado nas hipóteses previstas no Art. 37 IX, da CF (para fazer frente as situações emergenciais de excepcional interesse público, ou seja, são aquelas situações anormais imprevisíveis em que à Administração precisa contratar, mas não tem tempo hábil para abrir concurso).Art. 37. IX – “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.” - Particulares em Colaboração: São aqueles agentes públicos que não integram à Administração, mas colaboram com ela temporariamente de forma voluntária ou compulsória, p. exs: presta serviço como jurado, presta serviço militar obrigatório, ser mesário em eleiçao.
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