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Direito Constitucional Prof. Fabio Tavares Matéria: ADIN Interventiva 24/05/2011 ADIN Interventiva: Também denominada de ADIN por Representação. Só poderá ser proposta pelo Procurador Geral da República em desfavor de uma lei estadual, pois esta lei violou um dos princípios sensíveis do Art. 34, VII, da CF. Entendimento da Intervenção Federal: A intervenção federal irá ocorrer quando a União intervir em um dos Estados membros (Art. 34, “caput”), no DF (Art. 34, “caput”) ou em um dos Municípios localizados em território federal. Obs.: Atualmente, não temos mais territórios federais, porém tal informação é exigida em exames e concursos. Qual é o motivo para a União intervir? Quando qualquer um dos entes violar o princípio da autonomia. A República Federativa do Brasil é formada por 4 entes – União, Estados, Municípios e DF. Logo, todos estes entes são dotados de autonomia, razão pela qual podem se organizarem, p. ex: Constituição Estadual, Leis Orgânicas Distritais e Leis Orgânicas Municipais – sendo que, acima destas organizações temos à CF (exerce a fiscalização). Conclusão: A intervenção federal é uma medida excepcional, que só poderá ser utilizada nas hipóteses do Art. 34, I até o VII (este rol é fechado/taxativo). A intervenção federal é à antítese da Federação, mas é a medida utilizada para estabelecer o pacto federativo sempre que houver afronta ao princípio da autonomia, conforme os Arts. 1º e 18, ambos da CF. Art. 1º - “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos...” Art. 18 – “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.” Espécies de Intervenção Federal: a) Espontânea: O Presidente agi de ofício, sem provocação, nos termos do Art, 34, I, II, III e V, da CF. b) Provocada: O Presidente não pode agir de ofício, mas somente através de uma requisição, solicitação/provocação ou por provimento do STF (mediante a representação do PGR), nos termos do Art. 34, IV, VI e VII, da CF. Modalidades de Intervenção Federal/ Finalidade da Intervenção Federal: Para alguns, as modalidades de intervenção são: espontânea ou provocada, para outros é sinônimo de finalidade, nos seguintes termos: 1ª Finalidade de Intervenção – em defesa da Federação: A União não intervirá em seus entes, salvo para manter a integridade nacional ou para repelir invasão de uma unidade federativa em outra, conforme o Art. 34, I e II “2ª parte”. 2ª Finalidade de Intervenção – em defesa do Estado: Repelir invasão estrangeira (Art. 34, II “1ª parte”). 3ª Finalidade de Intervenção – em defesa da autonomia dos entes federativos: Por termo à grave comprometimento da ordem pública e garantir o livre exercício de qualquer um dos poderes nas unidades da Federação, conforme Art. 34,III e IV. 4ª Finalidade de Intervenção – finanças estaduais: Reorganizar as finanças na Federação, conforme o Art. 34, V, “a” e “b”. 5ª Finalidade de Intervencão – ordem constitucional: Em prol da ordem constitucional, ou seja, os entes da Federação devem observar e assegurar a observância dos princípios sensíveis que são: - Forma republicana; - Autonomia municipal; - Direitos da pessoa humana; - Prestação de contas da Administração Pública Direta e Indireta; - Sistema representativo; - Regime democrático. Conforme, o Art, 34, VII, “a”, “b”, “c”, “d” e “e”. O Art. 34, VI, também é uma finalidade que visa proteger à ordem constitucional, para prover (cumprir) a execução da lei federal, ordem ou decisão judicial. Decreto Legislativo: Quando o Presidente decreta a intervenção federativa, por decreto presidencial (já materializado pela União) – deverá comunicar o Congresso Nacional que irá apreciá-la em 24 hrs. Ao apreciar, poderá: - Derrubar a intevenção federativa; - Ou manter a intervenção federativa. O Presidente da República ao decretar a intervenção federal irá se utilizar de um decreto presidencial que: - Especificará à amplitude; - O prazo para intervenção; - E as condições (que são as finalidades). Conclusão: Excepcionalmente, o Presidente da República poderá nomear o interventor (“se couber nomeará interventor”). O Decreto será publicado no Diário Oficial e ato contínuo – o Presidente elabora um ofício presidencial que tem caráter de comunicação, que será encaminhado ao Congresso Nacional, para que ele aprecie em 24 hrs. Dentro deste prazo o Congresso irá decidir por decreto legislativo se mantém ou não a intervenção federal. Se a intervenção federal for derrubada será por decisão da maioria absoluta do Congresso Nacional. Análise das Finalidades: a) Art. 34, IV, CF: Tem que ser garantido o livre exercício dos Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário, logo estes poderes não podem sofrer coação ou serem impedidos. Se o Executivo estiver sendo coagido ou impedido – caberá a solicitação (provocação) do Presidente da República, para intervir, ou seja, trata-se de uma intervenção provocada por solicitação. Obs.: O mesmo ocorreria se fosse o Legislativo. Já quando for o Judiciário que estiver sendo coagido ou impedido, caberá ao STF em nome do Judiciário – requisitar ao Presidente uma intervenção federal. Obs.: Ainda que o Executivo ou Legislativo solicite, o Presidente poderá atender ou não a solicitação, pois trata-se de um ato discricionário, diferentemente quando o Judiciário requisitar, deverá necessariamente atender, pois trata-se de uma ordem. Conclusão: Nos termos do Art. 36, da CF a coação ou impedimento, recaindo contra o Executivo ou Legislativo – poderá ensejar à intervenção provocada, por solicitação, em contrapartida em desfavor do Poder Judiciário será caso de intervenção federal por requisição do STF. Por fim, concluímos que se o poder autor da coação ou impedimento for o Executivo, o Presidente deve nomear o interventor se ele decidir pela intervenção. 2. Art. 34, VI, da CF: “Prover a execução da lei federal (I), ordem ou decisão judicial (II).” I – Intervenção federal provocada por provimento do STF, mediante a representação do PGR. II – Ordem ou decisão judicial – STJ, STF, TSE. Se tiver coação eleitoral só o TSE pode requisitar a intervenção, o mesmo ocorre com relação ao STJ ou STF. 3. Art 34, VII (próxim aula).
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