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Universidade Braz Cubas - UBC Mogi das Cruzes - SP 2012 DiDática ii 1ª edição Rony Gladys Albuquerque Lins Melo Reitor: Prof. Maurício Chermann EQUIPE DE PRODUÇÃO CORPORATIVA Gerência: Adriane Aparecida Carvalho Orientação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Taciana da Paz Coordenação de Edição e Arte: Michelle Carrete Diagramação: Amanda Holanda Ilustração: Everton Arcanjo Impressão: Grupo VLS / Jet Cópias Imagens: Fotolia / Acervo próprio Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade. Proibida a reprodução total e/ou parcial. © Copyright UBC 2012 Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP A Braz Cubas 3 A Braz Cubas Nascida em 1940, na cidade de Mogi das Cruzes, a Braz Cubas, que iniciou suas atividades com um pequeno curso preparatório, conta hoje com cerca de 20 mil alu- nos, entre as modalidades presencial e educação a distância. Ao longo desses 75 anos no mercado, a instituição passou por diversas trans- formações, abrigando, inclusive, cursos de ginásio, nível médio, comércio, até que chegou a Faculdade de Direito, em 1965. O ensino superior, estimulado pela política da educação, cresceu em todo o País e a Braz Cubas, atendendo às exigências e necessidades do mercado, continuou a crescer, tanto no aspecto acadêmico, quanto no social, até que em 1985, o Conse- lho Federal de Educação reconhece a então Federação das Faculdades Braz Cubas como Universidade. A importante notícia veio valorizar a região de Mogi das Cruzes e premiar uma longa carreira de bons serviços prestados à educação brasileira, formando profissio- nais competentes e capacitados ao mercado de trabalho. Missão Valorizar as pessoas, despertando talentos por meio de uma aprendizagem diferente para desenvolver hoje o ser humano para o amanhã. Visão Ser reconhecida como uma instituição de Ensino centrada na aprendizagem. Valores Cidadania, humanização, sabedoria, humildade e transparência. Guia de Estudos do Semestre 5 Guia de Estudos do Semestre Uma das vantagens em estudar em EaD é que podemos administrar o nosso próprio tempo. Administrar o próprio tempo é contar com uma boa organização para se dedicar ao conteúdo de cada disciplina. Antes de iniciar a sua organização, entenda como as disciplinas do semestre lhe serão oferecidas. Você já sabe que em cada semestre terá 5 disciplinas para estudar, correto? Mas, você não verá as 5 de uma única vez. Para que possa aproveitar ao máximo cada uma delas, fizemos uma organização, que chamaremos de “Dinâmica das Disciplinas”. As 5 disciplinas, que nomearemos como “A”, “B”, “C”, “D” e “E”, foram dividas em 3 blocos. Em cada bloco você estudará até duas disciplinas em um período de 6 semanas. Para cada semana você terá um conteúdo a ser estudado, consequentemente uma atividade a ser desenvolvida. Essas atividades, assim como a sua explicação, você encontrará em sua plataforma de estudos (AVA), a sua sala de aula virtual. Vamos entender toda essa dinâmica? Veja no esquema abaixo a organização do semestre. Bloco 1 Período Disciplinas Conteúdo a ser estudado 1ª semana A e B Unidade I 2ª semana A e B Unidade II 3ª semana A e B Avaliação de Verificação (unidades I e II) 4ª semana A e B Unidade III 5ª semana A e B Unidade IV 6ª semana A e B Avaliação Presencial (unidades I, II, III e IV) Guia de Estudos do Semestre 6 Bloco 2 Período Disciplinas Conteúdo a ser estudado 1ª semana C e D Unidade I 2ª semana C e D Unidade II 3ª semana C e D Avaliação de Verificação (unidades I e II) 4ª semana C e D Unidade III 5ª semana C e D Unidade IV 6ª semana C e D Avaliação Presencial (unidades I, II, III e IV) Bloco 3 Período Disciplinas Conteúdo a ser estudado 1ª semana E Unidade I 2ª semana E Unidade II 3ª semana E Avaliação de Verificação (unidades I e II) 4ª semana E Unidade III 5ª semana E Unidade IV 6ª semana E Avaliação Presencial (unidades I, II, III e IV) É importante salientar que as informações dos períodos e as disciplinas que cursará neste semestre estão no “Roteiro de Aula”, disponível em sua Área do Aluno. Com isso você está preparado para iniciar os estudos! Lembre-se de que para um bom desempenho, você deverá ter organização e planejamento, além, claro, de muita disciplina. Desejamos que tenha um ótimo semestre e conte sempre conosco! Sumário Sumário Apresentação 9 O Professor 11 Introdução 13 1Unidade I A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 15 1.1 A ação didática 15 1.2 O papel do professor na formação dos sujeitos 18 1.2.1 Um pouco de história 20 1.2.2 Método Montessori - educação, vida e educação para a vida 21 1.3 O compromisso reflexivo, social e ético dos professores 23 1.4 Considerações da unidade I 28 2Unidade II Planejamento 29 2.1 Visão geral do planejamento didático 30 2.1.1 Definição de planejamento 32 2.1.2 Resumo: visão geral do planejamento didático 32 2.2 Características e vantagens do planejamento – o resgate do todo 34 2.2.1 Resumo: características e vantagens do planejamento 36 2.3 Planejamento e a ação didática: conceito 37 2.3.1 Importância do planejamento 40 2.3.2 História do planejamento na educação escolar 40 2.3.3 Dimensão individual - coletiva do planejamento e da elaboração de planos 40 2.4 Considerações da unidade II 43 3Unidade III Objetivos de ensino 45 3.1 A formulação dos objetivos 46 3.2 Os componentes do processo didático 46 3.3 Objetivo geral 49 3.4 Objetivos específicos 49 3.5 Considerações da unidade III 50 4Unidade IV Avaliação educacional 51 4.1 Considerações da unidade IV 58 Referências 59 Apresentação 9 Apresentação Olá, eu sou a Profª. Rony Melo e estaremos juntos nesta disciplina na busca de construirmos novos conhecimentos e refletirmos sobre a profissão de ser professor. Garanto a você que é uma experiência apaixonante, mas, ao mesmo tempo, desgastante, pois trabalhamos eminentemente com a formação de seres humanos, não importando a idade. Nosso objetivo sempre será o de transformar, mudar pes- soas para melhor e isso, convenhamos, não é uma tarefa fácil. Durante a nossa caminhada encontraremos pessoas de todos os tipos, com di- ferentes sonhos e visões de mundo. Sendo assim, uma coisa é certa, precisamos ter vontade, estar abertos e sermos muito criativos, bem como estarmos atentos, sem perder o foco no objetivo: a mudança para o melhor. Para isso, estar preparado é fundamental, assim como amar o que fazemos também é. Com esse espírito, vamos começar o nosso caminhar. Primeiramente, vamos traçar nossos passos, afinal, estamos trabalhando com diferentes ferramentas e diferentes linguagens. O que precisamos fazer? A educação a distância precisa de sujeitos com um novo pensar sobre a edu- cação, pois é você quem escolherá a hora e o lugar de realizar as suas leituras, tão essenciais para o processo de aprendizado. Você precisará desenvolver o hábito de ler e registrar, em forma de resenha ou resumo, suas pesquisas. Você não estará sozinho nunca, ao contrário, fará parte de um grupo interativo. O ambiente virtual será a nossa sala de aula, por onde você enviará mensa- gens, participará de fóruns, responderá as atividades e assistirá às teleaulas. A participação nos debates, no fórum e nos chats serão fundamentais para o seu crescimento profissional. Por meio da teoria aqui aprendida, você fará pesquisas em escolas e poderá propor atividades diferenciadas.Sempre que achar necessário, envie-nos sugestões de melhoria, pois elas se- rão muito bem-vindas. A EaD (Educação a Distância) depende muito de nossas interações, um desafio que, sem sombra de dúvida, venceremos se estivermos todos engajados. Não se es- queça: você faz parte de um grupo - professores, tutores, colegas de disciplina. Durante todo o mês você terá atividades para participar, todas de cunho obri- gatório. Algumas pautadas no material didático, outras propostas por mim e aplica- das pela tutoria por meio da nossa plataforma de estudos. Sendo assim, desenvolva uma atitude investigativa, relacionando as teorias apreendidas nas diferentes disci- plinas e a prática proposta aqui. Para melhor se posicionar, você tem em mãos o programa da disciplina con- tendo todas as unidades a serem trabalhadas. Porém, não se esqueça de planejar os estudos. Afinal, planejar é a maneira ideal de se otimizar os recursos de qualquer empreendimento, do mais simples ao mais complexo. O Professor 11 O Professor Prof.ª Rony Gladys Albuquerque Lins Melo Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras Geraldo Rezende (1980) especializa- ção em Metodologia do Ensino Superior pela Univer- sidade Braz Cubas (1991) e mestrado em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universida- de Católica de São Paulo (1995). Tem experiência na área de Educação com ênfase em Fundamentos da Educação, atuando principalmente no tema: Projeto Pedagógico. Introdução 13 Introdução “O encargo de aprender repousa sobre a pessoa que deseja fazê-lo, e não sobre aquela que quer ensinar” (Theodore Roosevelt). A linha mestra que norteia qualquer ação na educação está relacionada às experiências da vida humana. A excelência humana é construída independente de qualquer tipo de conhecimento, visto que traz, em si, a possibilidade de diálogo. É neste contexto que o educador atua na mediação da relação dialógica entre o conhecimento e a vontade de aprender, de transformar os espaços e contribuir para o desenvolvimento das pessoas. É nesta diversidade de campos de atuação que ele se organiza com foco na intencionalidade dos objetivos propostos, ou seja, a organização do trabalho pedagógico. A organização do trabalho pedagógico - a preparação de planos e projetos - tem suas bases alicerçadas por diferenciadas áreas do saber, fundamentada em estudos pedagógicos que auxiliam no entendimento do processo de ensino-apren- dizagem. Podemos dizer que para a organização do nosso trabalho pedagógico estare- mos nos relacionando com: 9 A Didática; 9 O entendimento do currículo escolar; 9 A estruturação de planejamentos, planos e projetos educativos; 9 O discernimento sobre as metodologias de ensino; 9 Os recursos didáticos e a avaliação da aprendizagem. Enfim, com todos os conhecimentos das áreas que favorecem a prática pe- dagógica, bem como a elaboração de ações que interfiram na realidade em que os alunos estejam inseridos. A discussão a respeito da relação professor/aluno é essencial, educar é mui- to mais que ensinar. É aprender junto por meio de uma metodologia que propicie um clima facilitador da aprendizagem. Assim, é importante que temas para discus- sões sejam apresentados para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem.Primei- Introdução 14 ramente, vamos identificar qual é o papel da Didática na formação do professor. Libâneo e Alarcão nos ajudarão a entender o papel do professor no século XXI e as contribuições da Didática. Em seguida, discutiremos autores como Rogers e Maslow, na busca de relacio- narmos a motivação enquanto instrumento necessário para um bom aprendizado. Por fim, vamos refletir sobre a importância do planejamento e identificar todas as suas etapas, conhecimento essencial para nos tornarmos professores eficientes e conscientes do nosso papel na formação do sujeito autônomo e crítico. Afinal, se não soubermos aonde queremos chegar, não chegaremos a lugar algum. Unidade 1A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 15 1Unidade I A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador Objetivos da Unidade: • Estabelecer a relação entre a Didática, a formação do professor e a motivação para uma docência de qualidade; • Analisar a importância do papel do professor enquanto um media- dor, um incentivador no processo ensino-aprendizagem; • Discutir a importância da reflexão e da motivação enquanto instru- mentos facilitadores da aprendizagem. Competências e Habilidades da Unidade: • Fundamentação teórica sobre a prática e o saber-fazer do pedagogo; • Compreensão da ação didática; • Envolvimento dos alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; • Estímulo do aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e o desenvolvimento da capacidade de autoa- valiação. Unidade 1 A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 16 1.1 a ação didática Fica fácil entender que, para a Didática ganhar qualidade deve estender suas fronteiras rumo à Psicologia, Sociologia, Política e Filosofia, o que a torna uma ciência multidimensional. Baseados em uma concepção de homem e sociedade, assim como em uma concepção da tarefa educativa, é importante salientar os papéis do educador e do educando enquanto sujeitos e agentes do processo de construção do conhecimento. Para Libâneo (1999), as formas que assumem a prática educativa, sejam não intencionais ou intencionais, formais ou não formais, escolares ou extraescola- res, se interpenetram. O processo educativo, onde quer que se dê, é sempre contex- tualizado social e politicamente, pois há uma subordinação à sociedade, que lhe faz exigências, determina objetivos e lhe proporciona condições e meios de ação. Para atender à essa diversidade do campo educacional... Unidade 1A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 17 Assim, é importante entender que o objeto da didática é o ensino, que tem por intenção a produção da aprendizagem, bem como que o professor deve atuar como um mediador e incentivador desse processo. Vimos até agora que a Didática é uma ciência que tem como foco o processo ensino-aprendizagem e, consequentemente, as formas de desenvolver esse proces- so, ou seja, a estruturação coerente e de qualidade dos planos, projetos e programas. Ao refletirmos sobre o significado da Didática no processo de ensino-aprendi- zagem, é salutar lembrar que o homem, em sua ação, busca alternativas para aten- der seus objetivos, suas necessidades, além de se preparar para acompanhar as mu- danças que ocorrem na sociedade. Neste contexto: Ainda segundo Libâneo (1999), para quem lida com a educação tendo em vista a formação humana dos indivíduos, vivendo em contextos sociais determinados, é imprescindível que se desenvolva a capacidade de descobrir as relações sociais reais implícitas em cada acontecimento, em cada situação real da sua vida e da sua profis- são, em cada matéria ensinada; como também nos discursos, nos meios de comuni- cação de massa, nas relações cotidianas, na família e no trabalho. Ao mesmo tempo em que cumpre objetivos e exigências da sociedade confor- me interesses de grupos e classes sociais que a constituem, o ensino cria condições Unidade 1 A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 18 metodológicas e organizativas para o processo de transmissão/assimilação de co- nhecimentos, desenvolvendo as capacidades intelectuais e os processos mentais dos alunos, tendo em vista o entendimento crítico dos problemas sociais. Para que você compreenda a importância da Didática é precisointeragir, refle- tir com os assuntos abordados. Isto posto, então vamos começar... 1.2 O papel do professor na formação dos sujeitos Como vimos, a Didática está embasada em fundamentos teóricos que susten- tam a prática pedagógica do educador. Seus estudos passeiam por diversas áreas do conhecimento e buscam explicar o desenvolvimento dos seres humanos: Psicologia, Filosofia, Antropologia, entre outras. A Didática faz parte da vida, permeia nosso dia a dia e é importante para o sa- ber fazer docente, pois ajuda a provocar algumas reflexões, a analisar os métodos de ensino, os papéis no processo educativo etc. Mais tarde, todo esse posicionamento teórico irá direcionar todo o processo de aprendizagem. Todo professor precisa ter claro qual teoria sua prática está atrelada: Unidade 1A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 19 Acreditamos que uma das competências mais importantes do professor é ser um investigador, um pesquisador e estar em constante formação. É preciso buscar o novo, mas só romperemos paradigmas se conseguirmos construir novos conheci- mentos. Outra preocupação da Didática sobre a formação do professor recaí na neces- sidade de ele ser um excelente planejador, conhecer diferentes técnicas e saber ou- sar, ser um inovador. Deve ser papel do professor apresentar aos alunos estímulos e incentivos que lhes favoreçam determinado tipo de conduta, tornando a aprendiza- gem mais eficaz e mais prazerosa. Uma pesquisa realizada pela revista norte-americana Times revelou que os melhores professores não eram aqueles que utilizavam as melhores técnicas, ou mesmo aqueles que tinham maior conhecimento do conteúdo, mas sim aqueles que possuíam mais alegria e entusiasmo, logicamente atrelados ao saber. Outro fator importante para que o professor consiga motivar seus alunos é sem dúvida alguma ter um firme posicionamento teórico. Precisamos ter conhecimento a respeito de como o sujeito se desenvolve e o que os estudos nesta área vêm apontando sobre como ele aprende. Percebeu como a Didática, todo o nosso caminhar enquanto estudante modi- fica e modificará nossas vidas? E como a Didática está intimamente relacionada às outras ciências? Psicologia da Educação Estuda importantes asp ectos do processo de ensino e ap rendiza- gem, como as implica ções das fases de desenvolvime nto dos alunos conforme a ida de e os mecanismos psicológi cos pre- sentes na assimilação ativa de conhecimentos e habilid ades. Psicogênese Vem nos explicando sobre o de- senvolvimento infantil e suas diferentes necessidades em di- ferentes idades. A teoria episte- mológica de Jean Piaget explica a evolução da inteligência por meio de saltos qualitativos, os estágios. Cada criança consegue, ao agir sobre os objetos, levantar suas hipóteses e se superar, mas para o autor é necessário ter maturidade. Nada ocorre antes do tem- po, porém, é preciso estimular, incentivar para que ela busque novas respostas. Por Unidade 1 A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 20 exemplo, não podemos ensinar matemática para uma criança de seis ou sete anos sem utilizarmos materiais concretos e sem conhecermos o método montessoriano. Todos nós já ouvimos falar do Material Dourado, material estruturado para o ensino da matemática composto de 1 cubo grande, barrinhas das dezenas e cubos pequenos para as unidades. A criança aprende a sequenciar, seriar, adicionar, sub- trair com o auxílio desse material. “O potencial de aprender está em cada um de nós.” (Maria Montessori ) 1.2.1 Um pouco de história A ideia de que a escola deveria girar em torno do aluno, ao invés do aluno girar em torno da instrução arbitrária, já tem mais de duzentos anos. Unidade 1A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 21 1.2.2 Método Montessori - educação, vida e educação para a vida Partindo do concreto para o abstrato, está baseado no fato de que as crianças aprendem melhor pela experiência direta de procura e descoberta do que pela im- posição do conhecimento. Para Montessori, o espírito da criança se forma a partir de estímulos externos que precisam ser determinados. Em seu método de ensino a criança é livre, mas livre apenas para escolher os objetos sobre os quais possa agir. Por isso, Montessori criou materiais didáticos simples e muito atraentes, projetados especialmente para provocar o raciocínio e auxiliar em todo tipo de aprendizado, do sistema decimal à estrutura da linguagem, tornando todo o processo muito mais rico e interessante. Os objetivos individuais que o método propõe são fazer com que a criança en- contre um lugar no mundo, desenvolva um trabalho gratificante e nutra paz e densi- dade interiores para ter capacidade de amar. Esses são os fundamentos de qualquer comunidade pacífica, formada por indivíduos independentes e responsáveis. Nesse Unidade 1 A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 22 contexto, o papel do educador é criar condições para que a criança atinja essas me- tas e desenvolva sua personalidade integral por intermédio do trabalho, do jogo, de atividades prazerosas e da formação artística e social. No Método Montessori, a escola não é apenas um lugar de instrução, mas tam- bém de educação, de vida e de educação para a vida. Conheça mais: Para saber mais sobre os trabalhos de Montessori, visite o site sobre o Mé- todo Montessori. O link está disponível na midiateca. Teóricos como Bruner e Ausubel citados por Bock (2009) nos apontam a im- portância de uma aprendizagem significativa. De acordo com esses teóricos, cabe ao professor trabalhar primeiro com grandes conceitos ligados ao senso comum, afinal, entendemos de tudo um pouco. Após essa visão significativa do fato ou conceito a ser trabalhado ter sido en- tendido pelo aluno, o professor poderá se aprofundar na construção de novos co- nhecimentos, o que demonstra a preocupação em atrelar a construção do conheci- mento aos já existentes num processo contínuo de ancoragem. A isso chamamos de aprendizagem significativa, a qual está subjacente em todos os documentos legais, tais como PCN e nos materiais pedagógicos trabalhados no sistema educacional. Dica de Leitura: Para você compreender mais as ideias de Bruner e Ausubel, consulte o livro na nossa Biblioteca Virtual: “Aprendizagem Significativa”; de Marco Antô- nio Moreira, publicado no ano de 1992 pela Editora Cultrix. Sinopse: Apresenta a diferença entre a aprendizagem mecânica,desconexa e longe das experiências vivenciadas e a aprendizagem significativa, ligada ao contexto real apontada nos PCNs, sempre atrelada à realidade, além de explicitar os mapas conceituais. Ou ainda você pode ler o capítulo 8, p.117, ”Psicologia da Aprendizagem”, do livro de A.M. BOCK, 2010, da Ed. Scipione, que discute as diferenças en- tre a aprendizagem significativa e a mecânica. Unidade 1A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 23 Libâneo (1999) aponta que, na prática, o professor estabelece objetivos e expec- tativas de desempenho a partir do limite superior de possibilidades reais de desenvol- vimento e aproveitamento escolar dos alunos, bem como a partir de um diagnóstico do nível de preparo prévio dos alunos para acompanhar a disciplina. Conforme o desenvolvimento mental, estabelece-se padrões de desempenho para a maioria da classe, podendo-se daí para frente exigir tudo o que se pode esperar deles. Podemos perceber que só faremos escolhas adequadas se tivermos conheci- mento, daí a importância do professor refletir sobre si mesmo, sobre sua prática e principalmente elaborar pesquisas para tornar suas aulasatraentes, significativas, tendo como consequência um bom aprendizado por parte de seus alunos. Todas estas informações nos são dadas pelas diferentes ciências, mas principalmente pela didática. Com as ideias de Libâneo (1999) podemos concluir então que, a ciência que investiga a teoria e a prática da educação nos seus vínculos com a prática social e global é a pedagogia. Sendo a didática uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino, ela se fundamenta também na pedago- gia, ou seja, ela é assim uma disciplina pedagógica. Por meio da ação educativa o meio social exerce influências sobre os indiví- duos e estes, ao assimilarem e recriarem essas influências tornam-se capazes de estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao meio social. 1.3 O compromisso reflexivo, social e ético dos professores De acordo com Libâneo (1999): Unidade 1 A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 24 A característica mais importante da atividade profissional do professor é a me- diação entre o aluno e a sociedade, papel que cumpre provendo as condições e os meios (conhecimentos, métodos, organização do ensino) que assegurem o encontro do aluno com as disciplinas de estudo. Para isso, planeja, desenvolve suas aulas e avalia o processo de ensino. O sinal mais indicativo da responsabilidade profissional do professor é seu per- manente empenho na instrução e educação dos seus alunos, dirigindo o ensino e as atividades de estudo de modo que estes dominem os conhecimentos básicos e as habilidades, e desenvolvam suas forças, capacidades físicas e intelectuais, tendo em vista equipá-los para enfrentar os desafios da vida prática no trabalho e nas lutas sociais pela democratização da sociedade. Outra discussão atual é quanto a escolha do paradigma educacional pelos pro- fessores. Isabel Alarcão (1999), Profª. Drª. da Universidade de Aveiro (Portugal) men- ciona em seu livro “Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva”, que devemos encontrar hoje a nossa identidade perdida, mas que para isso precisamos primeiro reaprender a pensar. Ainda segundo a autora, o professor reflexivo: Unidade 1A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 25 Alarcão ainda conclui que a informação precisa ser organizada para ser interio- rizada, para tornar seu o conhecimento, o seu saber. O conhecimento tem de ser um bem comum, a aprendizagem, um direito de todos. Para Alarcão (1999), nossa sociedade, denominada sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem, exige competência de acesso, avaliação e ges- tão da informação oferecida. Nela, o homem deve ter a capacidade de transformar as informações em conhecimento. O pensamento e a compreensão são fatores de desenvolvimento pessoal, social, institucional, nacional e internacional. Para saber viver nela é preciso que o sujeito tenha competência. Além da informação e do saber, deve desenvolver certas capacidades: saber fazer, aprender a aprender, aprender a conviver e aprender a ser e, também, para ser um ator crítico deve desenvolver a competência da compreensão e a capacidade de utilizar as várias linguagens, inclu- sive a da informática. As novas competências exigidas pela sociedade da informação é a de possuir uma formação holística e integrada, não podemos mais trabalhar de forma fragmen- tada, pois todo cidadão deve estar preparado para encontrar a informação necessá- ria, decidir sobre sua relevância e fidedignidade. Outra proposta é a de se desenvolver um trabalho numa dimensão coletiva. O professor não pode agir isoladamente. Seus planos e projetos devem atingir a todos os alunos e, para isso, é preciso vencer as inércias para se tornarem seres intelec- tuais capazes de gerir sua ação profissional. Unidade 1 A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 26 Acompanhe abaixo algumas ideias pertencentes a essa visão do professor re- flexivo: A autora aborda também que todo professor deve ter: Alarcão (1999) nos aponta a importância de se gerir uma escola reflexiva, e para tanto discute a organização da escola com vista à criação de condições de refle- xibilidade individuais e coletivas de requalificação profissional e institucional. Veja alguns conceitos da escola reflexiva: Unidade 1A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 27 O que é gerir uma escola reflexiva com professores reflexivos? Para Alarcão (1999), o resultado de gerir uma escola reflexiva é ter a certeza de que o poder para organizar a educação não reside nas mãos individuais, mas sim num trabalho coletivo, participativo, num trabalho que respeite os limites de seus alunos e professores. Conheça mais: Ronca (1996) fez a seguinte afirmação: A expressão “dar aula” é fruto da era do “mundo pronto”. Essa ideia foi bem discutida no artigo de San- tos(2009),o qual vocês encontrarão o link na midiateca. Unidade 1 A ação didática: papel do professor enquanto agente motivador 28 Além do artigo citado acima estão disponíveis outros textos que comple- mentam está unidade. É importante que você leia esse material com muita atenção! 1.4 considerações da unidade i A ação didática, principalmente na visão de Libâneo, nos aponta a importância do processo educacional, seja em qualquer instância. Apontamos ideias de Montessori, Ausubel e Bruner, enquanto educadores ino- vadores. Discutimos também as ideias de Alarcão e dos estudiosos portugueses que vêm reforçando a ideia de uma postura reflexiva. Cabe ao professor, segundo esses autores, refletir sobre sua prática antes, durante e após suas ações. Por fim, buscamos nos estudos da Escola Nova algumas ideias de Maslow e Ro- gers sobre a motivação. Eu, particularmente, acredito muito na sua importância. Pen- so que se tivermos curiosidade, se estivermos abertos, aprenderemos muito mais e com mais prazer. Chegamos ao final de nossas atividades da Unidade I. Esperamos que as dis- cussões, os filmes assistidos, a participação no Fórum e as realizações das atividades propostas ao longo dessas semanas de estudo tenham contribuído para o seu de- senvolvimento. Lembre-se de assistir à primeira teleaula e reler o material sempre que surgi- rem as dúvidas. Na próxima unidade discutiremos sobre a diferença entre plano e planejamen- to e a sua importância para a ação didática. Profª Rony Melo A Braz CubasUnidade 2Planejamento 29 2Unidade II Planejamento Objetivos da Unidade: • Analisar os pressupostos da Didática sob o ponto de vista técnico e humano; • Compreender a estrutura e a utilização dos diferentes planos; • Verificar os dispositivos legais que sustentam o fazer pedagógico da escola; • Estruturar um plano de ensino; • Identificar a importância da seleção dos conteúdos e sua relação direta com os objetivos e com os recursos disponíveis. Competências e Habilidades da Unidade: • Fundamentação teórica sobre a prática e o saber fazer do pedagogo; • Compreensão da ação didática; • Envolvimento dos alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; • Estímulo do aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e o desenvolvimento da capacidade de autoavaliação. A Braz CubasUnidade 2 Planejamento 30 2.1 Visão geral do planejamento didático O ser humano - o animal com o cérebro mais desenvolvido - é acima de tudo um organismo que aprende. Ele é concebido para aprender. Como ele o faz? E sob quais circunstâncias e cenários ele o faz me- lhor? Acredito ao pensar o futuro, ao planejar. (Edward Hall - Antropólogo) O homem tem se esforçado para viver melhore atingir seus objetivos ou mesmo suas necessidades, entendemos que as mudanças são rápidas e que não podemos parar nunca. Estamos compreendendo que para isso precisamos reaprender a viver em grupo, em sociedade, deixando de lado o individualismo. Hoje buscamos uma visão holística, global e não mais fragmentada. Para tanto, precisamos aprender a refletir mais sobre nossas ações e planejar mais. Pela reflexão conseguimos nos conhecer melhor, conhecer mais o que existe a nossa volta, o que favorece uma conduta inteligente em situações novas de vida. A Braz CubasUnidade 2Planejamento 31 Por exemplo, quando nos propomos a fazer uma série de compras: Assim também ocorrem nos diversos campos da atividade humana. Para a obtenção de êxito, o planejamento se impõe como medida básica. Todas as nossas ações, conscientemente ou não, são planejadas. Em educação, o planejamento didático é uma necessidade indiscutível, se quiser assegurar eficiência de desempenho. O planejamento permite antecipar comportamentos a longo e a curto prazos, pensar em como agir e com quais recursos e construir formas de avaliar, mesmo que seja de acordo com os objetivos traçados. Não resta dúvida que o ato de planejar é inerente ao ser humano. Se pensarmos antecipadamente as nossas ações, prevendo erros e acertos, o desgaste é muito menor e, consequentemente, os erros também o serão. Precisamos sempre saber o que queremos e aonde queremos chegar, caso contrário não chegaremos a nenhum lugar. É importante, no entanto, compreender que o planejamento não deve ter como foco o engessamento de maneira definitiva das pessoas envolvidas no processo. A Braz CubasUnidade 2 Planejamento 32 2.1.1 Definição de planejamento Vejamos duas definições de Planejamento: Planejar é uma necessidade, principalmente para o professor, pois ele trabalha com a mudança de comportamento de outras pessoas. O desafio é permanente, pois os dados em que o planejamento se apoia estão em constante mudança, bem como os elementos de que ele é formado, pois planejar requer um amplo conhecimento da área da ciência ou da técnica que se ensina, da própria técnica de planejar e ainda dos avanços quanto à metodologia educacional. Por isso, só um PROFESSOR ATUALIZADO PLANEJA BEM. 2.1.2 Resumo: visão geral do planejamento didático 1 – Desenvolvimento mundial nas últimas décadas: 9 Intensificação das relações humanas; 9 Aumento de atividade; 9 Necessidade de mais conhecimentos. A Braz CubasUnidade 2Planejamento 33 2 – Homem: 9 Esforço para adaptar-se ao seu semelhante; 9 Relacionamento: amenizar tensões, conflitos e antagonismos; 9 Favorecer a participação, a colaboração e a cooperação; 9 Necessidade Básica: reflexão e planejamento. 3 – Reflexão: 9 Desenvolver discernimento, compreensão e julgamento da realidade; 9 Favorecer a conduta inteligente em situações novas de vida. 4 – Planejamento: 9 Organiza e disciplina a sua ação; 9 Dia a dia: situações que requerem planejamento, só que não são for- malizadas; 9 Processo rotineiro ou mesmo tradicional. Ex: compras; 9 Atividade não comum: planejamento sistematizado. 5 – Educação: 9 Planejamento: uma necessidade indiscutível se quiser assegurar efi- ciência de desempenho. 6 – Planejamento: 9 Define os resultados que se pretende alcançar, em que espaço de tem- po, com que recursos materiais e humanos e mediante quais objetivos, procedimentos, ou técnicas e recursos adequados; 9 Atividade inerente à função do professor. A Braz CubasUnidade 2 Planejamento 34 2.2 características e vantagens do planejamento – o resgate do todo “Só posso compreender um todo se conheço, especificamente, suas partes. Mas só posso compreender as partes, se conheço o todo”. (Pascal, filósofo) O planejamento é importante na educação porque garante ao professor um progressivo aperfeiçoamento, abrindo-lhe novas e ricas perspectivas quanto a descrição dos objetivos, ou seja, o que se pretende alcançar quanto a seleção de conteúdos, quanto a escolha das metodologias apropriadas e os recursos necessários, bem como as formas de avaliar o que foi realizado. Torna o ensino construtivo e eficaz, reajustando-o continuamente ao progresso das ciências, às necessidades reais dos alunos e às exigências da vida social, em constante evolução. De acordo com Haydt (2006), existem vários aspectos que caracterizam um planejamento: 1 – Unidade: 9 Desenvolvimento do plano de ensino em torno de uma ideia fundamen- tal e unificadora. Consiste em fazer convergir todas as atividades para os objetivos visados, fazendo com que todo o trabalho obedeça a uma diretriz geral e única. 2 – Continuidade: 9 Consiste na sequência natural, lógica e coerente do planejamento, de- vendo prever a continuidade do desenvolvimento do aluno, a conti- nuidade de uma série para a outra. Essa característica se reveste da maior importância, pois, ao observá-la, o professor está garantindo a formação de pré-requisitos no desenvolvimento do aluno. Não obser- var rigorosamente a continuidade do plano significa promover hiatos na formação do aluno, que muitas vezes ocasionam danos irreversíveis. A Braz CubasUnidade 2Planejamento 35 3 – Flexibilidade: 9 Nenhum planejamento em educação deve ser rígido, pois são destina- dos às pessoas que não apresentam rigidez de comportamentos. Por outro lado, essa característica adquire uma dimensão social na medida em que permite reajustamento resultante das mudanças que ocorrem aceleradamente à nossa volta. Um planejamento que goza dessa ca- racterística permite o replanejamento, caso o professor constate que a clientela escolar não reage bem às atividades propostas. 4 – Objetividade: 9 Consiste em basear-se em condições reais e imediatas de tempo, lugar e recursos. Muitos planejamentos permanecem arquivados na gaveta do professor, porque ao serem elaborados prevê-se material não dispo- nível e inacessível à realidade concreta; se o professor dispuser apenas de um quadro de giz e algumas gravuras, é com isso que deve contar se não puder providenciar algo melhor, pois PLANEJAR é, antes de mais nada, a organização de um trabalho para uma realidade concreta e não para cumprir formalidades. 5 – Precisão e Clareza: 9 Conter indicações exatas, sugestões concretas e simplicidade, pois um trabalho que somente o planejador leia e interprete não tem condições de ser contínuo. Quanto mais reduzida for a faixa de imprecisão, tanto mais seguro e eficaz o plano de ensino. Para ser claro, o plano não deve ser uma obra de erudição, mas conter somente as palavras necessárias para exprimir as ideias e os fatos mais importantes. A Braz CubasUnidade 2 Planejamento 36 2.2.1 Resumo: características e vantagens do planejamento 1 – Unidade: 9 Ideia fundamental e unificadora; 9 Convergir todas as atividades para os objetivos visados, fazendo com que todo o trabalho obedeça a uma diretriz geral e única. 2 – Continuidade: 9 Sequência natural, lógica e coerente do planejamento; 9 Continuidade do desenvolvimento do aluno; 9 Continuidade de uma série para outra; 9 Formação de pré-requisitos; 9 “Hiato” na formação do aluno (danos irreversíveis). 3 – Flexibilidade: 9 Não há rigidez no planejamento; 9 Reajustamento resultante das mudanças que ocorrem aceleradamente à nossa volta; 9 Permite o replanejamento. 4 – Objetividade: 9 Condições reais e imediatas de tempo, lugar e recursos; 9 Realidade concreta e não cumprir formalidades. A Braz CubasUnidade 2Planejamento 37 5 – Precisão e Clareza: 9 Conter indicações exatas; 9 Sugestões concretas;9 Simplicidade; 9 Limita interpretações que podem levar a erros. Para refletir: 1 - Em sua opinião, por que as palavras “reflexão” e “planejamento” são importantes? 2 - Escolha três características do planejamento que você julga mais impor- tante e explique por quê. 2.3 Planejamento e a ação didática: conceito Planejamento educacional é, antes de tudo, aplicar à própria educação aquilo que os verdadeiros educadores se esforçam por inculcar a seus alunos: uma abordagem racional e científica dos problemas. Tal abordagem supõe a determinação dos ob- jetivos e dos recursos disponíveis, a análise das conseqüências que advirão das diversas atuações possíveis, a escolha entre es- sas possibilidades, a determinação de metas específicas a atingir em prazos bem definidos e, finalmente, o desenvolvimento dos meios mais eficazes para implantar a política escolhida. Assim concebido, o planejamento educacional significa bem mais que a elaboração de um projeto: é um processo contínuo que englo- ba uma série de operações interdependentes. (UNESCO, 1968 apud MENEGOLLA; SANT‘ANNA, 1991,p. 32) Assim, planejamento é o processo de análise crítica que o educador faz de suas ações e intenções buscando ampliar sua consciência em relação: A Braz CubasUnidade 2 Planejamento 38 Objetivo: 9 Aperfeiçoar a ação do processo ensino-aprendizagem; 9 Superação das altas taxas de evasão e retenção; 9 Avanço do processo de democratização da educação escolar. Pressuposto: 9 Com consciência crítica. Educador: 9 Comprometido com o processo de transformação da educação escolar e da sociedade; 9 Com competência técnica e compromisso político. É necessário que o educador saiba: O que... Por que... Como... Para que... Para quem... ... FAZ A Braz CubasUnidade 2Planejamento 39 Como deve ser feito: 9 Planejamento não é elaboração mecânica de planos, projetos e programas. PLANEJAMENTO = Reflexão contínua da práxis pedagógica PLANO = Formalização dos diferentes momentos desse processo DOCUMENTO Conteúdo a ser analisado no processo de planejamento: 9 A sociedade brasileira e seus problemas; 9 As relações da educação escolar com a sociedade; 9 Funções da educação escolar na construção da cidadania do homem brasileiro; 9 Objetivos da educação básica; 9 Conteúdos da educação escolar e sua função na formação do cidadão; 9 Relações entre objetivos, conteúdo, metodologia, técnicas e recursos de ensino; 9 Teorias de ensino e aprendizagem; 9 Quem é o aluno que frequenta a escola. Quando é realizado: 9 No início do ano; 9 No decorrer de todo o ano; 9 No final do ano; 9 No início do próximo ano. A Braz CubasUnidade 2 Planejamento 40 2.3.1 importância do planejamento Educação escolar - PROCESSO: sistemático, coerente, organizado, intencional, crítico; da passagem dos conhecimentos universais para os educandos, por meio da mediação do educador. 2.3.2 História do planejamento na educação escolar 2.3.3 Dimensão individual - coletiva do planejamento e da elaboração de planos A Braz CubasUnidade 2Planejamento 41 Em educação, o coletivo não é a soma mecânica das partes, mas a tentativa contínua do trabalho pedagógico escolar ser coerente, articulado, sistemático e orgânico. Quando pensamos em planejar a educação, é necessário que esse exercício venha acompanhado de reflexão sobre como realizar e organizar o trabalho escolar. Isso significa: Encarar de frente os problemas da es-cola em que trabalhamos e do contex-to do sistema educacional. Assumir também a escola como instân-cia social, com o compromisso de gerar aprendizagens e formar cidadãos. Quando nos propomos a realizar e pensar o planejamento, formalizando-o em: plano da escola/plano gestor, plano de ensino e plano de aula, significa que precisamos exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter político e ideológico e isento de neutralidade. Planejar ou burocratizar? De acordo com Fusari (1994), o ato de planejar não é só técnica. Além dessa dimensão ele é fundamentalmente: O resultado de decisões políticas de indi-víduos e/ou o conjunto destes, as quais serão implementadas por meio de ações pedagógicas (o nosso fazer) no âmbito educacional. A instância de decisões políticas (pen-sar), capazes de consolidar e dinami-zar ações que venham ao encontro dos interesses de uma coletividade. O planejamento não é uma tarefa neutra, mas ideologicamente comprometida com os fins pretendidos por aquele grupo ou instituição. Isso significa dizer que o planejamento: A Braz CubasUnidade 2 Planejamento 42 É um processo constituído de vários atores que compõem esse planejar. É uma atividade que subsidia o ser huma-no no encaminhamento de suas ações e na obtenção de resultados desejados. Ainda para o autor, ao tratarmos de planejamento em uma escola os seguintes aspectos devem ser considerados: No contexto educacional tem havido certa confusão entre o processo de planejamento e os documentos (plano, programa ou projeto) decorrentes desse processo. Tal situação tem levado os profissionais da educação a encararem o planejamento como algo que mais atrapalha do que ajuda na inovação do ensino e da aprendizagem. (JARBAS,1985) Espero por você! A Braz CubasUnidade 2Planejamento 43 2.4 considerações da unidade ii Nesta unidade, os temas tratados devem ter ajudado você a aprofundar seu conhecimento sobre a importância da Didática e a sua relação muito específica com o ato de planejar, que é uma característica eminentemente humana. Estudamos algumas definições e as características que todo plano deve ter, além de diferenciá-lo de planejamento e comentar a importância do papel do professor nesse contexto. Terminamos esta unidade com o modelo de Plano de Ensino que você utilizará para a estruturação de sua atividade final. Para fechar esta unidade, é importante que assista à teleaula II, acesse os sites indicados e que realize todas as tarefas na plataforma de estudos - AVA. Afinal, você é o mais importante nessas nossas interações. Na nossa próxima unidade, com o objetivo de estruturarmos o plano de ensino, analisaremos como diferenciar e construir objetivos utilizando adequadamente metodologias. A Braz CubasUnidade 3Objetivos de ensino 45 3Unidade III Objetivos de ensino Objetivos da Unidade: • Analisar a importância dos objetivos enquanto orientadores da prá- tica pedagógica; • Relacionar a descrição clara dos objetivos com o seu alcance; • Escrever corretamente diferentes objetivos; • Diferenciar objetivo geral e específico; • Discutir competências e habilidades; • Identificar metodologias diferenciadas de ensino; • Utilizar adequadamente os recursos didáticos. Competências e Habilidades da Unidade: • Elaboração de objetivos descritos e mais significativos; • Compreensão da importância da descrição dos objetivos e da sua aplicabilidade no processo ensino-aprendizagem; • Organização adequada à prática pedagógica, tendo como base os diferentes objetivos. A Braz CubasUnidade 3 Objetivos de ensino 46 3.1 a formulação dos objetivos Primeiramente, vamos relembrar o caminhar do processo ensino-aprendizagem. Até agora já discutimos a importância da Didática enquanto uma ciência que se ocupa do processo de ensino-aprendizagem. Analisamos o papel do professor enquanto mediador desse processo e a importância de seu papel. Vimos também a motivação fundamental para a construção do conhecimento, afinal só aprendemos se tivermos vontade. Na unidade II buscamos refletir e analisar a importância do ato de planejar, bem como diferenciá-lodo planejamento, que é o ato reflexivo do plano e o docu- mento resultante dessas reflexões. Identificamos também os diferentes planejamen- tos existentes na área da educação. Buscamos nesse caminhar relacionar o papel fundamental do professor, pois sem ele não haveria a educação sistematizada, formal, intencional. Vamos então revisitar alguns conceitos antes de analisarmos a importância dos objetivos bem delimitados e redigidos para a qualidade do processo ensino -aprendizagem. 3.2 Os componentes do processo didático A Braz CubasUnidade 3Objetivos de ensino 47 O processo de ensino na escola: Processos Didáticos Básicos - Ensino e Aprendizagem: I - A aprendizagem a – casual espontânea; b – organizada intencional. O Processo de Ensino e o Estudo Ativo 9 A relação entre o cotidiano e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas. 9 A aprendizagem significativa, contextualizada. 9 Professores reflexivos. 9 Metodologias diferenciadas. 9 Avaliação formativa, no processo, com diferentes instrumentos. Objetivos Os Objetivos e Conteúdos de Ensino Do latim objectus - antecipar resultados esperados, conteúdos, conhecimentos sistematizados e produzidos historicamente. A Braz CubasUnidade 3 Objetivos de ensino 48 A Importância dos Objetivos Educacionais Três referências para sua formulação: É preciso refletir sobre eles e não copiá-los. 9 Colocar a educação no conjunto das lutas democráticas; 9 Garantir educação a todos; 9 Garantir o total desenvolvimento; 9 Propiciar a criticidade e a criatividade. A definição dos objetivos educacionais tem um caráter orientador, pois norteia a atuação do educador na sua interação com o educando, de acordo com Haydt (2004). Para traçar seus objetivos, o educador deverá ter acesso ao projeto pedagógico da instituição, bem como ao plano de curso para definir o plano da disciplina e de aula. A definição e a delimitação de objetivos devem estar fundamentadas na reali- dade do educando, identificada na sondagem e no diagnóstico. Lembre-se de que os objetivos são meios e não fim da ação educativa. Entretanto, é nessa etapa que se define aonde quer se chegar e com que meios se pretende agir. Portanto, todas as decisões tomadas ao elaborar o planejamento são norteadas pelos objetivos susten- tados ao longo do desenvolvimento e na etapa de avaliação. Para relembrar, os objetivos são classificados em gerais e específicos. A Braz CubasUnidade 3Objetivos de ensino 49 3.3 Objetivo geral Tem como foco aquilo que o educando será capaz de compreender ou fazer após a conclusão dos estudos ou de uma etapa. São amplos, abrangentes e são observáveis em longo prazo. Assim, são objeti- vos que descrevem resultados amplos, alcançáveis em longo prazo, não mensuráveis diretamente, e que são desenvolvidos pelas diferentes disciplinas que compõem o currículo, em diferentes formas, desde que consigamos expressá-los de uma manei- ra mais específica. Exemplificando: 3.4 Objetivos específicos Os específicos têm caráter intermediário. Entende-se que há necessidade de se detalhar em objetivos específicos, compreendido como etapas, para se atingir os objetivos gerais. São concretos, delimitados e observáveis em médio e curto prazos. O detalhamento dos objetivos educacionais ou gerais constituem os objetivos específicos. A Braz CubasUnidade 3 Objetivos de ensino 50 3.5 considerações da unidade iii Como vimos, o planejamento nos ajuda a prever os conhecimentos e os proce- dimentos que consideramos adequados, e que serão trabalhados ao longo do pro- cesso de ensino-aprendizagem com base na realidade dos alunos, suas necessida- des e interesses. Cada vez mais se torna importante o desenvolvimento de propostas pedagógi- cas que valorizem a iniciativa do professor. Daí a importância de você ter bem claro como descrever os objetivos e selecionar os conteúdos pertinentes ao nível de seus alunos. A escolha de como irá propiciar a construção de novos conhecimentos também é essencial, não se esquecendo de analisar os recursos didáticos existentes. Reflita sobre a importância da preparação do professor para ministrar aulas e lembre-se de que nós podemos e devemos fazer a diferença. Nesta unidade os temas tratados devem ter ajudado você a aprofundar seu conhecimento sobre a importância do planejamento e os principais elementos en- volvidos na sua construção. Interaja, pois dessa maneira você ampliará seus conhecimentos. Não deixe dú- vidas, leia e releia o material, sempre que achar necessário. Para reforçar e complementar esta unidade, é importante que você assista à teleaula III e realize todas as atividades presentes no AVA. Na próxima unidade vamos analisar a avaliação como uma tarefa didática ne- cessária e permanente do nosso trabalho docente. A Braz CubasUnidade 4Avaliação educacional 51 4Unidade IV Avaliação educacional Objetivos da Unidade: • Analisar a importância da avaliação para o processo ensino-apren- dizagem; • Analisar a importância do ato de avaliar; • Discutir o erro construtivo; • Reconhecer os tipos de avaliação dentro da linha crítico social. Competências e Habilidades da Unidade: • Compreensão que suas ações, seu “saber fazer”, recaí diretamente sobre a aprendizagem de seus alunos; • Organização de instrumentos diferenciados de avaliação. A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho do- cente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Por meio da avaliação, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias. A Braz CubasUnidade 4 Avaliação educacional 52 No que se refere ao campo educativo, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 24, Inciso V, é estabelecido: A Braz CubasUnidade 4Avaliação educacional 53 A verificação do rendimento escolar observará os seguintes cri- térios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitati- vos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante ve- rificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos (BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº9394, art.24, Inciso V, 1996). Para refletir: As crianças vêm de diferentes ambientes familiares, não só sob o aspecto econômico, mas também cultural e afetivo, para um convívio comum em sala de aula. No espaço de sala de aula, encontra-se de um lado a cultura do cotidiano e do outro a cultura dos livros. Para você, como deve ser a atuação do professor no processo avaliativo tendo conhecimento dessas diferenças? A Braz CubasUnidade 4 Avaliação educacional 54 A avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno, é compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de alimen- tar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Ela acontece contínua e sistema- ticamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno. É importante mencionar aqui que a avaliação possibilita que o professor co- nheçao quanto o aluno se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem, em função da intervenção pedagógica realizada. A avaliação das aprendizagens só pode acontecer se forem rela- cionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, analisando a adequação das situações didáticas propostas aos conhecimen- tos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar. (BRASIL, 1997, p. 55) A avaliação deve ser um instrumento que auxilia o processo de aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação. A autora acrescenta que a avaliação também é: A Braz CubasUnidade 4Avaliação educacional 55 Outro estudioso da avaliação: O autor destaca que o conceito de avaliação é estabelecido a partir das deci- sões de conduta ao conferir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso da ação, que por si sugere um posicionamento positivo ou negativo em relação ao ele- mento ou caminho de atuação avaliado. A avaliação tem uma função vital. Se o corpo não fosse dotado de uma função de avaliação comeríamos de tudo, indiscriminadamente. O ato de avaliar é sempre relativo a um sistema vital. Não existe avaliação em abstrato. Quando se fala em avaliação, portanto, é preciso ter em mente o sistema de valores em relação ao qual a avaliação é feita. Na mesma linha de concepção acerca da avaliação, Hoffmann (2000) indica a necessidade da avaliação deixar de ser um estudo transversal do processo educativo e ser concebida como um instrumento que tem como foco a busca incessante de compreensão das dificuldades do educando e da dinamização de novas oportunida- des de conhecimento. A autora entende que avaliação é movimento, é ação e reflexão. É importante registrar que a avaliação nesse sentido deverá se encaminhar a um processo dialógi- co e cooperativo, por meio do qual os educandos e os educadores aprendem sobre si no ato da avaliação. A Braz CubasUnidade 4 Avaliação educacional 56 Não se deve trabalhar apenas com normas sem relação com o desenvolvimen- to integral, total do aluno. O erro também deve ser encarado de forma construtiva. Outras mídias: Para saber mais sobre avaliação educacional, sugerimos a consulta ao site do MEC. Dentro de uma visão crítica social dos conteúdos e numa visão construtivista do conhecimento, a avaliação assume dimensões mais abrangentes. Ela não se re- duz a medir ou testar ou ainda conferir uma nota. Sua concepção se amplia, tornan- do-se orientadora. Quanto à formação a avaliação pode ser: A Braz CubasUnidade 4Avaliação educacional 57 Do ponto de vista de conhecimentos e habilidades, a avaliação diagnóstica possibilita identificar pré-requisito para novas experiências de aprendizagem, como também favorece a averiguação de causas de repetidas dificuldades. Podemos inferir que a avaliação só teria sentido se proporcionasse ao aluno a construção de um novo olhar sobre si mesmo.No momento que eu me conheço posso me superar, sem medo e com mais segurança. De acordo com Luckesi(1999), a avaliação do aproveitamento escolar deveria ser realizada como uma atribuição de qualidade aos resultados de aprendizagem dos educandos, tendo como base seus aspectos essenciais e, como objetivo final, uma tomada de decisões que irá direcionar o aprendizado e, consequentemente, o desenvolvimento do educando. É preciso fugir do aspecto meramente classificatório que, sob a forma de verifi- cação tem atravessado a aferição do real aproveitamento de nossos alunos. Para finalizarmos nossa discussão sobre avaliação, gostaria de elencar algu- mas características que para mim são essenciais no ato avaliativo: O professor deve sempre coletar, analisar e sintetizar de forma objetiva as manifestações cognitivas, afetivas e psicomotoras de seus alunos, para conhecê-lo melhor. Deve ainda, atribuir uma qualidade a tudo que o aluno realizar. É mais fácil ofender e criticar do que mostrar o que de certo foi feito. Os alunos devem saber o que o professor espera deles, quais são suas expec- tativas. É preciso também pensar, criar mecanismos para a superação das dificulda- des encontradas, afinal não basta diagnosticar, é preciso intervir. Assim, o objetivo primeiro da avaliação não deve ser a aprovação ou reprova- ção, mas sim o encaminhamento para novos momentos de aprendizagem. A Braz CubasUnidade 4 Avaliação educacional 58 4.1 considerações da unidade iV A avaliação formativa, entendida como função de controle, caminha no sentido de indicar como os educandos estão se modificando em direção aos objetivos pro- postos, ou seja, é processual ou de desenvolvimento. Por se tratar de uma avaliação realizada no decorrer do processo de aprendi- zagem, fornece constante feedback ao educador e educando, já que está incorpo- rada ao ato do ensino e, consequentemente, integrada na ação da formação. Desse modo, proporciona segurança e confiança ao aluno, visto que fornece resultados imediatos decorrentes das etapas vencidas e das dificuldades encontradas, sendo aberta ao diálogo entre educador e educando. Além disso, a avaliação formativa reforça de maneira positiva qualquer compe- tência que esteja de acordo com os objetivos previamente estabelecidos, como tam- bém permite ao próprio aluno analisar situações, reconhecer e corrigir seus even- tuais erros ao longo do processo de aprendizagem. Um filme interessante, que nos mostra os perigos de uma avaliação errada é “Estrelas no Chão”, filme indiano que conta a história de um menino disléxico, rejei- tado pelo sistema convencional. Embora longo, é um filme que gera emoção e nos deixa claro a nossa responsabilidade enquanto professor frente a avaliação. Nesta nossa última unidade procuramos discutir a avaliação em seu caminhar histórico, as várias conceituações que recebeu ao longo da educação e alguns tipos de avaliação: formativa, diagnóstica, participativa, somatória e classificatória. Para complementar seus estudos, assista à teleaula IV, faça suas anotações e participe das discussões presentes no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Bons estudos! Referências 59 Referências ABREU, Maria Célia de; MASETTO, Marcos Tarciso. O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos. São Paulo: MG Associados, 1985. ALVES, Rubem. Professor não vale nada. Folha de São Paulo. São Paulo, 12 set.1999. ARAUJO, C. M. M. Psicologia escolar e o desenvolvimento de competências: uma opção para a capacitação continuada. Brasília, 2003. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília. ARROYO, M. Experiências e inovação educativa: o currículo na prática da escola. In: MOREIRA, A. F. Currículo: políticas e práticas. 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