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Tutorial 3 - Módulo V - Ferimentos na pele 
Objetivo 1 - Compreender o papel imunológico da pele e quais as células 
envolvidas (histofisiologia) 
Fonte: Mecanismos de resposta imune às infecções (Scielo) 
O sistema imunológico especializado da pele contém células de Langerhans na epiderme 
(células dendríticas mieloides especializadas) e uma maior concentração de células T gama-
delta do que em outro local. 
Outros elementos que podem participar do processo de defesa contra agentes infecciosos 
incluem o queratinócito e a célula de Langerhans, já que muitas vezes a pele é invadida por 
diversos microorganismos. Os queratinócitos possuem a capacidade de secretar inúmeras 
citocinas, dessa maneira ativando e recrutando células inflamatórias e linfócitos para a pele. 
A célula de Langerhans, por sua vez, exerce o papel fundamental de vigilante do território 
cutâneo, fagocitando desde partículas protéicas inanimadas até vírus, bactérias ou qualquer 
outro micro organismo invasor. 
Após a fagocitose a célula de Langerhans migra para o linfonodo regional a fim de realizar a 
apresentação antigênica aos linfócitos, dando início ao desenvolvimento de imunidade 
específica protetora, tolerância ou hipersensibilidade. 
Se de um lado já eram conhecidas as células e os mediadores envolvidos nas defesas dos 
humanos, só recentemente foi documentado o fato de que a população de células TCD4+ (T 
helper) é heterogênea, sendo constituída de duas subpopulações: as células Th1 e Th2. Essa 
observação tem contribuído bastante para o entendimento da imunopatogênese da maioria 
das doenças infecciosas. 
É fundamental o entendimento de que tanto a resposta Th1 como a resposta Th2 são 
importantes na defesa do hospedeiro contra as infecções. A resposta Th1 está relacionada 
com a defesa contra protozoários, bactérias intracelulares e vírus, enquanto a resposta Th2 
é mais efetiva contra os helmintos e bactérias extracelulares. Essas respostas são também 
antagônicas, desde que o IFN-γ modula negativamente a resposta Th2, e a IL-4 e a IL-10 
modulam negativamente a resposta Th1, o que permite uma homeostasia no sistema imune 
e uma resposta imunológica balanceada. Adicionalmente, as células regulatórias da resposta 
imune que expressam as moléculas CD4 e CD25 (Tr) e produzem IL-10 e/ou TGF-β (Tr1 ou 
Th3) estão envolvidas em modular a resposta imune, impedindo ou diminuindo as 
conseqüências das reações de hipersensibilidade e das doenças auto-imunes. 
Fonte: Ebah 
Sistema imune cutâneo: a pele possui um sistema imune especializado, consistindo de 
linfócitos e células acessórias, que servem para aperfeiçoar a detecção de antígenos 
ambientais. A epiderme é constituída de queratinócitos, melanócitos, células de 
langeherans, e células T intra-epiteliais. 
 
Objetivo 2 - Explicar os mecanismos de resposta inflamatória e seus 
mediadores químicos (dor e outros componentes) 
Fonte: Imunologia Médica - Stites, D. P. 
Existem diversas vias inflamatórias distintas, e cada uma delas segue uma sequência de eventos 
biológicos. Muitos dos eventos individuais são controlados por citocinas ou outras pequenas 
moléculas reguladoras que, nesse contexto, são denominadas mediadores da inflamação. Um 
determinado mediador pode produzir efeitos diretamente e também estimular a produção de 
outros mediadores, produzindo uma resposta integrada. 
Embora as reações inflamatórias tenham evoluído, em sua maioria, para inativar ou eliminar 
substâncias lesivas ou para limitar sua disseminação pelo corpo, essas mesmas reações podem ser 
deletérias quando lesam os tecidos do hospedeiro ou interferem em funções normais. Os termos 
alergia, atopia, hipersensibilidade e anafilaxia são utilizados para descrever vários efeitos deletérios 
de reações inflamatórias imunológicamente mediadas que são dirigidas contra substâncias 
estranhas inócuas sob os demais aspectos, tais como poeira, pólen, alimentos ou drogas. 
 Células inflamatórias: 
Qualquer célula que esteja participando em uma reação inflamatória pode ser denominada célula 
inflamatória. Algumas dessas células consistem em residentes estabelecidos de tecidos normais, 
enquanto outras consistem em células circulantes que só penetram nos tecidos durante uma 
resposta inflamatória. 
Três tipos de células inflamatórias - neutrófilos, macrófagos e linfócitos - constituem as principais 
células efetoras da maioria das reações inflamatórias ou imunológicas agudas 
-> Eosinófilos: 
Os eosinófilos são granulócitos derivados da medula óssea que compartilham um progenitor comum 
com os basófilos. Sua importância clínica deriva de sua forte associação às reações alérgicas e 
infecções parasitárias por helmintos. O eosinófilo no sangue circulante ou no tecido pode ser 
reconhecido pelo seu núcleo bilobado e pelos grânulos eosinofílicos característicos existentes em 
seu citoplasma. 
Em condições normais, os eosinófilos circulantes constituem cerca de 1-3% dos leucócitos 
periféricos. Entretanto essas células circulantes representam apenas uma proporção muito pequena 
da população total de eosinófilos: Estima-se que, para cada eosinófilo circulante, existem 
aproximadamente 200 eosinófilos maduros na medula óssea e 500 nos tecidos conjuntivos em todo 
o corpo. A produção de eosinófilos na medula óssea depende não apenas do fator de estimulação de 
colônias de granulócitos-macrófagos (GM-CSF, Colony-stimulating factor) e da interleucina 3 (IL-3), 
que promovem a diferenciação de todos os tipos de granulócito, como também da IL-5, que atua 
como fator de crescimento específico dos eosinófilos. 
O tempo de sobrevida de um eosinófilo é relativamente curto: esta célula possui um tempo de 
maturação na medula óssea de 2-6 dias, uma meia-vida circulante de 6-12h e um tempo de 
residência no tecidos conjuntivos de apenas alguns dias. Podem-se observar concentrações 
sanguíneas aumentadas de eosinófilos (eosinofilia) em diversas condições clínicas; entretanto, a 
maioria dos casos costuma ser observada em doenças alérgicas ou parasitárias, e acredita-se que o 
aumento seja mediado pela IL-5. 
Os parasitas intracelulares e protozoários não desencadeiam respostas eosinofílicas. 
A ativação dos eosinófilos produzem alterações na sua morfologia e função. São denominados 
hipodensos, devido ao aumento de seu tamanho e flutuabilidade. Os eosinófilos ativados podem 
fagocitar muitos tipos de partículas in vitro (incluindo bactérias, fungos, micoplasmas, partículas 
inertes e complexos antígeno-anticorpo); todavia as evidências de que eles desempenham um 
importante papel como fagócitos in vivo ainda são inconclusivas. Com efeito, parecem atuar 
primariamente ao fixar-se fortemente a uma partícula recoberta de anticorpo ou de complemento, 
descarregando conteúdo de seus grânulos sobre a superfície através do processo de desgranulação 
extracelular. 
Os eosinófilos também se ligam a grandes depósitos de complexos antígeno-anticorpo nos tecidos, 
atacando-os. Os conteúdos granulares liberados durante respostas particularmente intensas podem 
causar lesão dos tecidos do hospedeiro. 
-> Mastócitos: 
Os mastócitos são células derivadas da medula óssea que residem em tecidos e que são essenciais nas 
reações inflamatórias mediadas por IgE. Os mastócitos humanos são relativamente grandes (10-15µm 
de diâmetro) e possuem forma heterogênea, embora sejam geralmente redondos, ovais ou 
fusiformes, exibindo numerosas projeções superficiais. Possuem um único núcleo arredondado ou 
oval de localização excêntrica. 
Cada célula apresenta de 50-200 grânulos; cada grânulo contém quantidades relativamente grandes 
de histamina, heparina, TNFα e outros mediadores inflamatórios pré -formados. Além disso, contém 
superóxido-dismutase, peroxidase e numerosas hidrolases ácidas,que podem atuar no sentido de 
degradar a matriz extracelular. 
Os mastócitos expressam em sua superfície grandes números de receptores Fc de afinidade para IgE. 
Em consequência, a superfície de cada célula mostra-se recoberta por moléculas de IgE derivadas dos 
linfócitos que foram absorvidas da circulação a que atuam como receptores para antígenoes 
específicos. Os mastócitos estão espalhados pelos tecidos conjuntivos em todo o corpo, porém são 
encontrados em números especialmente grandes sob os tecidos superficiais, como a pele, alvéolos 
pulmonares, mucosa gastrintestinal e mucosa nasal. Por conseguinte, essas células estão 
estrategicamente localizadas para detectar antígenos tanto inalados quanto ingeridos. Quando as 
moléculas de IgE de superfície dos mastócitos ligam-se a antígenos, a célula sofre ativação imediata, 
que se caracteriza por aumento dos grânulos, solubilização das estruturas cristalinas no interior dos 
grânulos e, assim, em desgranulação com liberação do conteúdo dos grânulos nos teci dos 
circundantes. Algumas das substâncias no interior dos grânulos aumentam a permeabilidade vascular 
local, a contração do músculo liso e a secreção de muco epitelial, enquanto outras atuam como fatores 
quimiotáticos para atrair outras células inflamatórias. Esses fatores reguladores são algumas vezes 
descritos como mediadores dos mastócitos. 
Os mastócitos nos pulmões e na mucosa gastrintestinal contém, em sua maioria, apenas triptase e são 
denominados células MCt, enquanto a maioria dos mastócitos na pele e submucosa gastrintestinal 
contém tanto triptase quanto quimase (células MCtc). Essa diferença parece ser reversível e depende 
de diversos fatores no microambiente local; todavia, sua importância funcional ainda não é conhecida. 
-> Basófilos: 
Os basófilos são células circulares derivadas da medula óssea que exibem muitas das propriedades 
dos mastócitos teciduais, apesar de constituírem uma linhagem celular distinta. Os basófilos, com 
diâmetro de 5-7µm, são as menores células da série granulocítica, constituindo, no máximo, 1% das 
células nucleadas na medula óssea ou no sangue periférico. À semelhança dos mastócitos, os basófilos 
possuem receptores Fc de alta afinidade para IgE (cerca de 270.000 para cada célula) e contém 
grânulos citoplasmáticos ricos em histamina. Esses dois atributos distinguem os mastócitos e os 
basófilos de todos os outros tipos de células humanas, explicando seu papel singular na inflamação 
alérgica. 
Devido a essas associações e às numerosas semelhanças entre basófilos e mastócitos, acredita-se 
geralmente que os basófilos participam das reações mediadas por IgE de modo análogo aos 
mastócitos. Entretanto, a importância dos basófilos na imunidade e na hipersensibilidade ainda não 
foi comprovada. 
Embora os papéis relativos dos mastócitos e dos basófilos ainda não tenham sido definidos com 
precisão, é evidente que os basófilos estão singularmente envolvidos na fase tardia das reações 
alérgicas associadas a IgE nos tecidos e na potencialização da síntese de IgE através da liberação de IL-
4 e IL-13. Além da ativação mediada por IgE, os basófilos também podem ser ativados por lectinas 
como a concavalina A, pelos componentes C3a ou C5a do complemento, por ionóforos de cálcio ou 
por certas enzimas, incluindo a fosfolipase A. O papel desses ativadores não IgE na doença clínica é 
incerto, mas pode constituir a base das reações alérgicas não imunológicas a determinados agentes. 
-> Plaquetas: 
As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos anucleados derivados dos megacariócitos da medula 
óssea, constituindo as menores células sanguíneas circulantes (2µm de diâmetro). Possuem um tempo 
de sobrevida de 10 dias na circulação. Sua principal função consiste na coagulação do sangue; 
entretanto, as plaquetas também armazenam e podem liberar substâncias mediadoras que exercem 
importantes efeitos pró-inflamatórios. Durante a formação do coágulo, as plaquetas sofrem uma 
resposta de ativação que induz sua agregação, bem como descargas do conteúdo dos três tipos de 
grânulos de armazenamento em seu citoplasma (denominados corpúsculos densos, grânulos α e 
grânulos lisossomais, respectivamente) para o exterior. Os produtos liberados podem incluir vários 
metabólitos do araquidonato, fatores de crescimento e aminas bioativas, bem como hidrolases 
neutras e ácidas. A oclusão de um vaso sanguíneo por agregados plaquetários possui efeitos úteis na 
captação de leucócitos e prevenção da disseminação de antígenos através da circulação. As plaquetas 
expressam receptores Fc de superfície para IgG, bem como receptores de baixa afi nidade para IgE. 
Este último receptor permite a ligação das plaquetas e secreção de produtos tóxicos (provavelmente 
peróxido de Hidrogênio ou outros metabólitos do oxigênio) nos parasitas teciduais recobertos por IgE, 
porém sem induzir agregação ou desgranulação das plaquetas. A ligação do antígeno através dos 
receptores de baixa afinidade por IgE das plaquetas também induz a produção do fator de ativação 
das plaquetas (PAF), um importante mediador inflamatório. 
-> Células Endoteliais: 
Apesar de não serem habitualmente classificadas como células inflamatórias, as células endoteliais 
podem ter uma participação ativa nas respostas imunológicas, promovendo a migração e modulado 
as respostas das células inflamatórias circulantes. Quando as células endoteliais são expostas a 
citocinas ou outros produtos liberados no local de uma resposta imunológica, tornam-se ativadas e 
adquirem adesão aumentada para monócitos, neutrófilos e outras células circulantes. Esse aumento 
na adesão é importante para atrair leucócitos até o tecido afetado. Algumas vezes, as células 
endoteliais ativadas expressam proteínas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) da 
clase II (e, portanto, podem funcionar como células apresentadoras de antígenos) e também podem 
secretar as citocinas IL-1 e GNM-CSF, que modulam respostas imunológicas 
 Mediadores da Inflamação: 
Os mediadores da inflamação são compostos derivados do hospedeiro que são secretados por células 
ativadas e atuam para deflagrar ou intensificar aspectos específicos da inflamação. Esses compostos 
são considerados pró-inflamatórios, indicando que promovem a inflamação. Muitas citocinas atuam 
como mediadores inflamatórios. 
1- Mediadores vasoativos e de contração do músculo liso: 
-> Histamina: 
A histamina é um mediador inflamatório encontrado pré-formado nos grânulos dos mastócitos e 
basófilos. É sintetizada no interior desses grânulos pela ação da histidina-descarboxilase sobre o aa 
histidina, podendo constituir até 10% do conteúdo dos grânulos por peso. A histamina liga-se a 
proteoglicanos e através de ligações iônicas no interior dos grânulos; além disso, liga-se de modo 
particularmente forte à heparina dos mastócitos. Entretanto, dissocia-se desses ligantes quando 
liberada no espaço extracelular por desgranulação. A histamina exerce seus efeitos fisiológicos ao 
interagir com três receptores diferentes de células alvo, denominados H1, H2 e H3. Os receptores são 
expressos de modo tecido-específico, e cada um deles produz efeitos característicos. Os principais 
efeitos mediados pelo receptor H1 incluem contração do músculo liso dos brônquios, inestino e útero 
e aumento da permeabilidades vascular nas vênulas pós-capilares. Os agentes anti-histamínicos 
utilizados no tratamento das alergias atuam ao bloquear seletivamente a ligação do receptor H1. Em 
contraposição, a ligação dos receptores H2 aumenta a secreção de ácido gástrico e de muco das vias 
aéreas e pode ser inibida por diversos compostos, como cimetidina e ranitidina, que são úteis no 
tratamento da úlcera péptica. A ligação do receptor H3 afeta principalmente a síntesee a liberação da 
histamina. 
-> Metabólitos do ácido araquidônico: 
As prostaglandinas e os leucotrienos são metabólito produzidos pela cicloxigenação e lipoxigenação 
enzimáticas, respectivamente do ácido araquidônico. Constituem duas importantes famílias de 
mediadores da inflamação, cujos membros exibem diversas propriedades vasoativas, de contração do 
músculo liso e quimiotáticas. Os tromboxanos e as lipoxinas são outros derivados do ácido 
araquidônico com efeitos adicionais. Todos esses compostos são quimicamente conhecidos como 
eicosanóides. Suas ações são locais, visto que são metabolizados próximo ao local de produção. 
Muitos agentes anti inflamatórios não esteróides, como a aspirina, atuam primariamente ao bloquear 
a síntese de prostaglandinas. Os inibidores seletivos da via dos leucotrienos possuem alguma eficácia 
no tratamento da asma e podem ser utilizados em outros distúrbios alérgicos. 
O ácido araquidônico pode ser liberado dos fosfolipídios da membrana através da ação sequencial da 
fosfolipase C e diacilglicerol lipase, ou através da ação direta da fosfolipase A 2 sobre os fosfolipídeos 
da membrana. Uma vez liberado, o ácido araquidônico pode ser metabolizado pela via da 
cicloxigenase ou da lipoxigenase. Cada uma dessas vias pode produzir numerosos produtos 
alternativos, exibindo, cada um, seu próprio espectro de efeitos, e qualquer um desses metabólitos 
pode ser produzido por muitos tipos diferentes de células em resposta a vários estímulos. 
A) Produtos da cicloxigenase: o principal produto da via da cicloxigenase nos mastócitos do tecido 
conjuntivo é a prostaglandina D2 (PGD2). Esse mediador promove dilação vascular local e 
permeabilidade vascular (embora em menor grau que a histamina), sendo também quimioatraente 
para os neutrófilos. Acredita-se que a PGD2 possa desempenhar um papel, juntamente com a 
histamina, nas mediações de reações de pápula e eritema nas reações alérgicas mediadas pela IgE, 
podendo ser responsável pelo rubor sistêmico e pelos episódios de hipotensão que ocorrem em 
pacientes com mastocitose sistêmica. Aumenta a liberação de histamina dos basófilos, que não 
produzem produtos da cicloxigenase. 
B) Produtos da Lipoxigenase: 
Os quatro principais produtos da via da lipoxigenase são os leucotrienos LTB4, LTC4, LTD4 e LTE4. Trata-
se dos principais metabólitos do araquidonato liberados pelos mastócitos nas mucosas. O LTB4 é um 
potente quimioatraente. O LTC4, LTD4 e o LTE4 formam, coletivamente, o que antigamente se 
descrevia como "substâncias de reação lenta da anafilaxia". Induzem contração da musculatura lisa, 
broncoconstrição e secreção de muco nas vias aéreas reação de pápula e eritema na pele. Quando 
injetados por via intravenosa, o LTD4 e o LTE4 podem causar hispotensão e disritmias cardíacas. Os 
leucotrienos são várias centenas de vezes mais potentes que a histamina numa base molar, e, por 
conseguinte, acredita-se que possam desempenhar um importante papel na gênese dos distúrbios 
alérgicos. 
-> Fator de Ativação das Plaquetas: 
O PAF é um mediador orgânico lipofílico, que juntamente com a histamina e leucotrienos é sintetizado 
liberado por mastócitos e plaquetas de coelhos, cobaias e ratos. Suas ações imitam aspectos da 
inflamação mediada por IgE, incluindo quimioatração e ativação dos eosinófilos e neutrófilos, 
contração do músculo liso e dilatação vascular. Entretanto, o entusiasmo inicial pelo PAF como 
importante mediador da alergia e anafilaia humanas foi moderado por vários estudos recentes. Os 
mastócitos humanos e outras células podem sintetizar PAF, mas parecem ser resistentes à sua 
liberação, de modo que seu papel como mediador extracelular é questionável. As tentativas no 
sentido de induzir broncoconstrição utilizando PAF em voluntários humanos não-asmáticos 
produziram resultados equivocados, e antagonistas específicos do PAF foram incapazes de inibir a 
broncoconstrição em resposta a alérgenos inalados em asmáticos ou de melhorar a asma sintomática. 
-> Adenosina: 
O nucleosídeo adenosina é liberado dos mastócitos durante a desgranulação e, a seguir, pode ligar-se 
a receptores de adenosina de superfície presentes em muitos tipos de células. Seus efeitos incluem 
broncoconstrição e indução da secreção de líquidos das células epiteliais intestinais. As concentrações 
sanguíneas de adenosina podem aumentar durante episódios de asma aguda. 
2- Mediadores Quimiotáticos: 
Entre os mais importantes mediadores quimiotáticos, destacam-se os peptideos que compõem a 
família das citocinas. Além disso, constatou-se que vários mediadores inflamatórios não-peptídicos 
exibem notável atividade quimioatraente. Esses mediadores incluem o PAF e o LTB4 que, junto com o 
C5a, são potentes quimioatraentes dos neutrófilos, ativos em baixas concentrações de apenas 10-
10 M. O PAF também possui fortes efeitos quimioatraentes sobre os eosinófilos. 
3- Mediadores Enzimáticos: 
Os grânulos de armazenamento das células inflamatórias contém diversas enzimas que podem ser 
liberadas através do processo de desgranulação. Além de seus efeitos sobre antígenos e tecidos do 
hospedeiro, algumas dessas enzimas podem atuar no sentido de iniciar a cascata do complemento, 
da coagulação ou das cininas. Por exemplo, a triptase dos mastócitos tem a propriedade de cl ivar o 
fator C3 do complemento, produzindo C3a; além disso, atua sobre muitas proteínas da coagulação. 
Outras proteinases dos mastócitos podem ativar proteolíticamente a calicreína ou o cininogênio. 
4- Proteoglicanos: 
Os grânulos dos mastócitos e dos basófilos são ricos em complexos de proteína-polissacarídeo, 
denominados proteoglicanos, que formam grande parte da matriz estrutural desses grânulos e que 
também atuam como sítios de ligação da heparina e de outros mediadores. Estas podem constituir as 
funções primárias do sulfato de condroitina encontrado nesses grânulos. Todavia, outros 
proteoglicanos também exibem atividade reguladora intrínseca. Por exemplo, o principal 
proteoglicano granular nos mastócitos humanos é a heparina, que possui atividade anticoagulante e 
que também tem a capacidade de modular a atividade da triptase. Cada mastócito humano contém 
cerca de 5pg de heparina. 
 
 Tipos de Respostas Inflamatórias Imunologicamente Mediadas: 
Grande parte dos conhecimentos atuais sobre as reações inflamatórias nos seres humanos foi obtida 
em decorrência do uso do teste cutâneo - um procedimento que consiste na injeção de uma pequena 
quantidade de antígeno purificado sob a pele e, em seguida, na observação da resposta a essa injeção. 
Depois de mais de um século de experiência, o teste cutâneo nos seres humanos revelou a existência 
de pelo menos 4 padrões distintos de reações inflamatórias imunologicamente mediadas. Nas 
condições um tanto artificiais do teste cutâneo, o antígeno purificado pode induzir exclusivamente 
um tipo de reação em determinado paciente. Em contraposição, as respostas observadas contra os 
antígenos mais complexos e de múltiplos componentes encontrados na natureza com frequência 
incluem dois ou mais desses padrões simultaneamente. Por conseguinte, esses padrões de reações 
não são mutuamente exclusivos, mas servem para ressaltar as principais vias integradas através das 
quais os seres humanos respondem a substâncias estranhas. 
-> Imunidade Mediada Por Células (CMI): 
É o termo utilizado para referir-se a reações de defesa que são mediadas primariamente por linfócitos 
T e macrófagos ativados. 
As duas principais funções efetoras da CMI consistem em citotoxicidade e inflamação. Enquanto a 
citotoxicidade é mediada por células T CD8 citotóxicas restritas ao MHC da classe I, o termo DTH 
refere-se principalmente aos efeitos inflamatórios que são mediados por célulasT CD4 restritas à 
classe II, através da liberação de linfocinas, como a IL-2, IFNγ e TNFα. 
A reação é iniciada pela ativação de uma célula TH antígeno-específica, que então libera linfocinas 
imunorreguladoras e pró-inflamatórias, bem como outras substâncias nos tecidos circundantes. Esses 
compostos, junto com substâncias bioativas liberadas pela célula apresentadora de antígeno, 
promovem a expansão clonal da célula TH com capacidade de resposta e servem para atrair outras 
células inflamatórias provenientes da circulação. 
Algumas das citocinas promovem diferenciação e ativação dos macrófagos e, portanto, intesificam as 
funções fagocítica bactericida e de apresentação de antígeno dessas células. Por sua vez, esses 
macrófagos ativados secretam outras citocinas, incluindo IL-12, que promove a diferenciação das 
células TH num fenótipo TH1, de modo que, eventualmente, passam a predominar os efeitos das 
citocinas derivadas de células TH1. Os vasos sanguíneos locais são induzidos a dilatar, aumentando 
ainda mais a migração de células a partir da corrente sanguínea. Os sistemas da coagulação e das 
cininas também tornam-se ativados, com consequente formação e deposição de fibrina no local. A 
deposição de fibrina é provavelmente importante para limitar a reação inflamatória a uma área 
determinada e também para conferir uma consistência firme (induração) que é característica dos 
tecidos que sofrem reações de DTH. 
Certos tipos de antígenos induzem CMI com uma resposta especialmente pronunciada dos 
macrófagos, levando à formação de granulomas. Por conseguinte, essa inflamação granulomatosa 
constitui um subtipo de CMI. Desenvolve-se mais comumente em resposta a antígenos particulados, 
que são grandes, insolúveis e resistentes à eliminação. Esses antígenos incluem corpos estranhos, 
fungos, parasitas metazoários ou micobactérias. 
-> Inflamação Mediada Por Imunocomplexos: 
 Refere-se às respostas inflamatórias que surgem quando um anticorpo liga-se a determinado 
antígeno e ativa a cascata do complemento. As reações desse tipo não exigem a participação ativa dos 
linfócitos que originalmente produziram os anticorpos. Por conseguinte, podem ocorrer de modo 
relativamente rápido no hospedeiro imunizado que possui anticorpos circulantes pré -formados com 
especificidade apropriada. Existem dois tipos clássicos de reações mediadas por imunocomplexos - a 
reação de Arthus localizada e a doença do soro sistêmica - com mecanismos subjacentes 
semelhantes. Cada tipo de reação ocorre através da sequência de formação e deposição de 
imunocomplexos, ativação do complemento e infiltração celular. 
A) Formação de Imunocomplexos: A via clássica do complemento é ativada quando moléculas de 
anticorpo de uma classe apropriada ligam-se a determinado antígeno numa configuração espacial que 
permite a ligação subsequente do componente C1 do complemento. Os anticorpos IgM ou os 
anticorpos IgG de qualquer subclasse, à exceção de IgG4, podem ativar a via clássica, enquanto a IgA, 
a IgE e a IgD não têm essa capacidade. Apenas uma molécula de IgM ou duas moléculas de IgG podem 
ser suficientes para ativar ( ou "fixar") o complemento quando ligado à superfície de um antígeno 
particulado, como uma bactéria ou células do hospedeiro infectadas por vírus. 
Por outro lado, os antígenos moleculares solúveis geralmente fixam o complemento apenas após a 
sua incorporação em complexos antígeno-anticorpo multiméricos e maiores. Esses complexos 
(também denominados Imunocomplexos) formam-se pelo fato de que cada unidade de quatro 
cadeias da imunoglobulina contém dois sítios de ligação de antígeno independentes e idênticos, que 
podem ligar-se simultaneamente a duas moléculas de antígeno. Por conseguinte, quando moléculas 
de antígeno solúveis e anticorpos estão presentes numa relação molar apropriada, podem unir-se 
umas às outras por ligação cruzada, formando uma rede multimolecular. 
Como os imunocomplexos contém numerosas moléculas de anticorpos, são quase sempre altamente 
eficientes na ativação do complemento. 
B) Deposição de Complexos: Pode-se verificar a formação de grandes complexos insolúveis na 
circulação quando uma grande quantidade de antígeno é introduzida na corrente sanguínea de uma 
pessoa imunizada. A seguir, os complexos tendem a depositar-se nos tecidos de todo o corpo, 
particularmente na lâmina elástica interna das artérias e nas regiões perivasculares. Além disso, 
tendem a ser capturados quando o soro é filtrado através dos glomérulos renais, com consequente 
acúmulo nas membranas basais dos capilares glomerulares. Por conseguinte, a exposição sistêmica 
maciça a antígenos pode levar a uma deposição disseminada de imunocomplexos fixadores do 
complemento, constituindo o mecanismo patogênico da doença do soro. 
Alternativamente, podem-se formar altas concentrações de complexos antígeno-anticorpo em um 
local distinto em que o antígeno esteja presente em um tecido sólido. Por exemplo, essa situação é 
observada quando um antígeno é injetado na derme de uma pessoa imunizada. Os complexos 
resultantes precipitam na forma de depósitos focais nos vasos sanguíneos e fixam o complemento, 
produzindo uma resposta inflamatória localizada, denominada reação de Arthus. 
C) Ativação do Complemento e Infiltração Celular: O principal fator inflamatório derivado da cascata 
do complemento parece ser C5a, que é um poderoso quimioatraente de neutrófilos. Quando 
imunocomplexos presentes na parede de um vaso sanguíneo ou ao seu redor fixam o complemento, 
ocorre liberação de C5a, que estimula a infiltração de neutrófilos no vaso. A vasculite resultante é 
constituída de vários componentes. Os neutrófilos liberam enzimas lisossomais e metabólitos tóxicos 
do oxigênio enquanto fagocitam os imunocomplexos, causando a destruição da parede vascular com 
micro-hemorragias associadas nos tecidos. As células endoteliais intumescem e proliferam, ocorre 
agregação das plaquetas na luz, e a fibrina é depositada no vaso e ao seu redor, devido à ativação da 
cascata da coagulação. Posteriormente, durante a evolução da lesão, os macrófagos e os linfócitos 
também infiltram a área, embora os fatores precisos que atraem essas células ainda não tenham sido 
determinados. Uma possibilidade, sugerida por pesquisas recentes, é a de que os complexos antígeno-
anticorpo depositados num tecido podem ser reconhecidos diretamente pelos mastócitos locais ou 
por outras células residentes que expressam receptores Fc de baixa afinidade, podendo provocar a 
secreção de quimiocinas ou outros mediadores que atraem as células inflamatórias. 
 Manifestações Clínicas: A exemplo de todos os outros tipos de inflamação, as reações 
mediadas por imunocomplexos podem ser benéficas, deletérias ou ambas. Com frequência, 
este tipo de inflamação ocorre em associação a outros fenômenos mediados por anticorpos 
durante a resposta imunológica normal. Em geral, essas reações limitam-se à ocorrência de 
edema leve e infiltração celular, com pouca ou nenhuma destruição vascular./ A doença do 
soro é uma vasculite sistêmica de gravidade variável, caracterizada clinicamente por febre, 
linfadenopatia, artralgias e dermatite. Antigamente, era comum em indivíduos aos quais se 
administravam injeções intrvenosas de grandes quantidades de soro imune estranho - um 
tratamento amplamente utilizado para várias doenças infecciosas ou tóxicas antes da era dos 
antibióticos. Hoje em dia, a doença do soro ocorre ocasionalmente entre pacientes 
submetidos a transplante que recebem soro heterólogo como fonte de anticorpos 
antilinfócito ou antimócito para suprimir a rejeição do transplante. A doença do soro também 
pode ser observada como reação alérgica à penicilina ou outras drogas, ou durante a fase 
prodrômica de algumasinfecções virais, mais notavelmente a hepatite viral./ A presença de 
imunocomplexos circulantes nem sempre indica doença. Com efeito, pode-se verificar a 
presença de pequenas quantidades de imunocomplexos nos soro de indivíduos normais. Nem 
todos os antígenos responsáveis por esses complexos são conhecidos; todavia, pelo menos 
alguns deles consistem em antígenos de alimentos ingeridos. O restante pode ser 
representado por outros antígenos ambientais ou auto-antígenos. EStes complexos são, em 
sua maioria, imediatamente eliminados através de fagocitose por macrófagos esplênicos e 
outras células, cujos receptores de superfície para o Fc e o complemento permitem a ligação 
da IgG e da proteína C3 presentes nesses complexos. Por conseguinte, a doença por 
imunocomplexos parece exigir (1) grandes quantidades de antígenos; (2) produção de 
imunocomplexos grandes o suficiente para ativar o complemento; e (3) em alguns casos, 
comprometimento da função do sistema de fagócitos, possivelmente devido a anormalidades 
nos receptores de Fc ou de complemento. 
-> Inflamação Mediada por IgE: 
Ocorre inflamação mediada por IgE quando o antígeno liga-se aos anticorpos IgE que ocupam os 
receptores FcεRI nos mastócitos. Dentro de poucos minutos, essa ligação induz a desgranulação dos 
mastócitos, com liberação de certos mediadores pré-formados. Subsequentemente, a célula 
desgranulada começa a sintetizar e liberar mediadores adicionais de novo. O resultado consiste numa 
resposta de duas fases: um feito imediato adicional sobre os vasos sanguíneos, os músculos lisos e a 
secreção glandular, seguido, em poucas horas, de inf iltração celular da área afetada. Esse tipo de 
reação inflamatória é comumente descrito como hipersensibilidade imediata. 
A resposta é iniciada quando um antígeno multivalente liga-se e efetua a ligação cruzada de dois ou 
mais anticorpos IgE que ocupam os receptores FcεRI. Essa ligação cruzada transmite um sinal que ativa 
o mastócito, resultando em ativação de proteína tirosina-quinases e aumento dos níveis intracelulares 
de cálcio livre. Esses eventos de sinalização tornam-se completos em 2-3 minutos após ligação do 
antígeno. Pouco depois ocorre fusão dos grânulos citoplasmáticos entre si e com a membrana 
superficial, com consequente liberação dos conteúdos no exterior. 
A fase imediata da resposta inflamatória deve-se principalmente a mediadores pré-formados 
(especialmente histamina) armazenados nos grânulos dos mastócitos, bem como a certos derivados 
do araquidonato de síntese rápida. A fase imediata atinge sua intensidade máxima cerca de 15 min 
após o contato com o antígeno. Essa fase caracteriza-se, macroscópicamente, por eritema, edema 
localizado na forma de pápula e prurido, todos atribuidos à histamina. Os conteúdos dos grânulos 
também induzem a expressão local da adreddina vascular, VCAM-1, bem como a secreção de RANTES 
e outras quimiocinas que promovem o recrutamento subsequente de células inflamatórias para o 
local. As manifestações da fase tardia devem-se, em parte, ao TNFα pré-sintetizado e, em parte, a 
outros mediadores cuja síntese começa após a desgranulação dos mastócitos. Os efeitos desses 
mediadores tornam-se aparentes em cerce de 6h após o contato com o antígeno e caracterizam-se 
por um infiltrado de eosinófilos e neutrófilos. As manifestações clínicas da fase tardia incluem eritema, 
induração, calor, prurido e sensação de queimação no local afetado. A deposição de fibrina 
provavelmente ocorre de forma transitória, porém não há evidências de deposição significativa de 
imunoglobulina ou de complemento. A IL-4 derivada dos mastócitos promove a produção de células 
TH2. O TNFα não apenas atua a curto prazo como quimioatraente dos leucócitos, como como também 
pode estimular a angiogênese local, a proliferação de fibroblastos e a formação de cicatriz durante 
reações de hipersensibilidade prolongadas. 
A inflamação mediada por IgE constitui o mecanismo subjacente da alergia atópica, das reações 
anafiláticas sistêmicas e da urticária alérgica. Ela também é, pelo menos em parte, responsável pela 
imunidade a infecções por helmintos. Normalmente pode desempenhar um papel facilitador como 
primeira linha de defesa imunológica, visto que provoca rápida vasodilatação, facilitando, dessa 
maneira, a entrada de fatores solúveis circulantes e células para o local de contato com o antígeno. 
Muitas sequelas graves da doença alérgica podem ser atribuídas às ações dos le ucócitos 
quimioatraídos, mais do que aos próprios mastócitos. 
 
Objetivo 3 - Entender como ocorre a imunidade após a vacina do tétano 
Fonte: vacinas.org e ministério da saúde. 
Edward Jenner, médico inglês, foi o primeiro a publicar um trabalho sobre vacinação; por volta de 
1798. Ele foi o autor da primeira vacinação, ao descobrir que a inoculação do exsudato do vírus de 
vacínia (doença benigna) conferia imunidade à varíola. Contudo, quem recebeu os méritos pelo 
desenvolvimento da técnica foi Louis Pasteur, por volta do ano de 1885, com o desenvolvimento da 
vacina antirrábica. 
Mais recentemente, com a tecnologia do DNA recombinante, houve avanço nas metodologias de 
produção de vacinas, permitindo a inserção de DNA de determinado micro-organismo na célula 
humana com posterior síntese de componente do agente infeccioso. Este componente irá estimular 
uma resposta imunológica no organismo conferindo imunidade específica contra o micro-organismo. 
As vacinas estimulam o organismo para a produção de anticorpos dirigida, especificamente, contra o 
agente infeccioso ou contra seus produtos tóxicos; além disso, desencadeiam uma resposta imune 
específica mediada por linfócitos, bem como tem por objetivo formar células de memória, as quais 
serão responsáveis por desencadear uma resposta imune de forma rápida e intensa nos contatos 
futuros. A vacinação é um meio de se adquirir imunidade ativa não contraindo uma doença infecciosa. 
A imunização ativa ocorre quando o sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato com uma 
substância estranha ao organismo ou micro-organismos, responde produzindo anticorpos e ativando 
células do sistema imunológico. Quando o indivíduo é vacinado (ou 
“imunizado”), o seu organismo tem a oportunidade de prevenir a doença sem os riscos da própria 
infecção. O organismo do paciente desenvolve proteínas denominadas “anticorpos” ou 
“imunoglobulinas” que impedem a disseminação do micro-organismo juntamente com outras 
moléculas e células do organismo. O sistema imunológico pode induzir “células de memória” que 
circulam no organismo e guardam na memória como produzir esses anticorpos durante muito tempo, 
muitas vezes a vida toda. Desta forma, se o indivíduo for exposto novamente à doença, as células do 
sistema imune produzirão os anticorpos e serão capazes de inibir os micro-organismos antes de 
desenvolverem a doença. 
Classificação das vacinas 
 1) Vivo-atenuadas: 
 A atenuação é um processo pelo qual a virulência (patogenicidade) do agente infeccioso é reduzida 
de forma segura, para não causar a doença, mas ao mesmo tempo, é capaz de estimular a resposta 
imunológica. O agente patogênico é enfraquecido por meio de passagens por um hospedeiro não 
natural, ou por um meio que lhe seja desfavorável. Portanto, quando inoculado num indivíduo, 12 
multiplica-se sem causar doença, mas estimulando o sistema imunológico. Contudo, existe um 
pequeno risco de que o agente atenuado possa reverter para formas infecciosas perigosas. 
Normalmente, estas vacinas são eficazes apenas com uma dose (com exceção das orais). Exemplos de 
vacinais virais: febre amarela, sarampo, caxumba, pólio (Sabin), rubéola e varicela zoster (catapora). 
Vacina bacteriana: BCG (tuberculose). 
 2) Inativadas ou inertes: 
 2.1 Inteiras– o agente infeccioso é inativado, por exemplo, com formaldeído e torna-se incapaz de se 
multiplicar, mas apresenta sua estrutura e seus componentes, preservando a capacidade de estimular 
o sistema imunológico. Vacinas virais: pólio (Salk), raiva e hepatite A. Vacinas bacterianas: coqueluche, 
febre tifoide, antraz e cólera. 
 2.2. Subunidades ou frações do agente infeccioso - neste tipo de vacina podem ser utilizadas 
partículas do agente infeccioso fracionadas, toxinas naturais com atividade anulada ou porções 
capsulares. A vantagem desta vacina é que são seguras, pois não há possibilidade de causar doença, 
porém são necessárias 3 a 5 doses e reforços para induzir uma resposta imunológica adequada. 
Vacinas bacterianas: difteria, tétano, meningite (meningococo) e pneumonia (pneumococo). Vacina 
viral: influenza tipo B. 
 3) Recombinantes. 
 As vacinas são produzidas por recombinação genética, através da engenharia genética e técnicas de 
biologia molecular. Exemplo: hepatite B. 
---------//----------//---------------//------------//-------------//----------//----------//--------------//-------------// 
A vacina antitetânica, também denominada toxóide tetânico (TT), de aplicação intramuscular, contém 
10 a 20 UI do toxóide, adsorvido em hidróxido de alumínio. Está indicada para indivíduos com idade 
acima de sete anos. A vacina antitetânica (TT) só deve ser utilizada na falta da vacina dupla do tipo 
adulto (dT). 
A imunização básica consiste na aplicação de três doses, com intervalo de dois meses entre a primeira 
e a segunda; a terceira dose seis a doze meses após a segunda. O esquema básico de imunização às 
gestantes compreende a aplicação de duas doses, a partir do quarto mês de gestação, com intervalo 
de dois meses entre as mesmas. Para proteção adequada da mãe e prevenção do tétano neonatal em 
gestação futura, é importante a aplicação de uma terceira dose, que deverá ser feita seis meses após 
a segunda. Quando a gestante já tiver recebido as três doses, aplicar uma dose de reforço - somente 
a última tiver sido aplicada há mais de cinco anos. 
Os efeitos adversos locais são do tipo eritema, edema, nódulo e dor. Reações gerais, tais como 
artralgias, urticária e edema palpebral podem ocorrer. As complicações são raras; entretanto, edema 
angioneurótico, nefrose, encefalite e choque anafilático podem ocorrer. A revacinação deve ser 
realizada a cada 10 anos, ou quando houver indicação em decorrência de ferimentos. 
Profilaxia do tétano após ferimentos 
1) Limpeza do ferimento com água e sabão e desbridamento profundo, se necessário, o mais rápido 
possível; 
2) Não há indicação de penicilina benzatina. O uso de outros antibióticos não tem valor comprovado; 
3) A necessidade de imunização ativa (vacina) contra o tétano, com ou sem imunização passiva (soro 
ou imunoglobulinas) depende do tipo e das condições do ferimento, assim como da história prévia de 
vacinação. 
Quadro 5: Profilaxia do tétano após ferimentos 
História de 
imunização 
prévia contra o 
tétano (número 
de doses da 
vacina) 
Ferimentos 
pequenos, 
limpos e 
superficiais 
 Todos os demais 
ferimentos 
 
 T T SAT T T SAT 
Incerto ou < de 2 
doses (*) 
SIM NÃO SIM SIM 
Duas doses SIM NÃO SIM NÃO (1) 
Três doses NÃO (2) NÃO NÃO (3) NÃO 
TT=toxóide tetânico ou vacina antitetânica 
SAT=soro antitetânico (5.000 Unidades – via intramuscular ou gama globulina hiperimune 250 a 500 
Unidades via intramuscular ou subcutânea). Utilizar local diferente daquele em que foi aplicada a 
vacina. 
Para crianças abaixo de 7 anos, usar vacina tríplice (DPT) ou dupla tipo infantil (DT) se o componente 
pertussis for contra-indicado. A partir dos sete anos, vacina dupla tipo adulto (dT). 
(*) Aproveitar a oportunidade para indicar a complementação do esquema de vacinação. 
(1) Exceto quando o ferimento ocorreu há mais de 24 horas 
(2) Exceto quando a última dose foi aplicada há mais de 10 anos 
(3) Exceto quando a última dose foi aplicada há mais de 5 anos 
 
Objetivo 4 - Classificar as lesões da pele e o tratamento adequado ao caso do 
problema 
Fonte: Lesões elementares -SlideShare 
escama: massa laminada, furfurácea, micácea ou foliácea que se desprende da superfície cutânea. É 
devida à alteração da queratinização 
Erosão ou eulceração: perda superficial que atinge somente a epiderme 
Escoriação: erosão linear que é consequente à cocagem 
Ulceração: Perda de epiderme e derme eventualmente atingindo a hipoderme e outros tecidos 
Úlcera: é uma ulceração persistente e de evolução crônica 
Fissura ou Ragádia: Perda linear da epiderme e derme, no contorno de orifícios naturais ou em áreas 
de pregas ou dobras de pele. 
Crosta: concreção de cor amarelo-claro ao esverdeado ou vermelho-escuro, que se forma em área de 
perda tecidual. Resulta do dessecamento de serosidade (melicérica) ou sangue (hemorrágica), de 
mistura com restos epiteliais 
Escara: área de pele de cor lívida ou negra, limitada, resultante de necrose tecidual. O termo é também 
empregado para a ulceração após a eliminação do esfacelo. Ainda que as lesões elementares possam 
se apresentar isoladamente, na maioria das vezes apresentam-se associadas ou combinadas, daí 
decorrendo variedades de expressão, como eritêmato-papulosa, pápulonodular, atrófico-escamosa, 
ulcero-crostosa, vésico-bolhosa e inúmeras outras. 
 
Objetivo 5 - Compreender o processo de regeneração da pele e quando ocorre 
a formação de queloide 
Fonte: ebah - Inflamação e Reparo Tecidual 
Regeneração: Processo pelo qual as células que morreram, devido à agressão, são substituídas pelas 
células do parênquima do mesmo órgão. 
Quando uma superfície do organismo, cutânea, mucosa, endotelial, mesotelial ou da córnea é 
desnudada, mas a camada basal - ou seja, o tecido conjuntivo imediatamente adjacente (cório) - 
permanece íntegra, as células não lesadas das bordas da lesão crescem e reparam completamente o 
defeito.O mesmo ocorre com as células epiteliais, as células do fígado, rim, glândulas endócrinas 
etc., quando o arcabouço de sustentação estiver mantido. Este processo de regeneração não se faz 
com a mesma facilidade e rapidez em qualquer tecido, uma vez que vários tipos de células diferem 
na sua capacidade de replicação. 
No organismo, é normal a reposição de células, através da regeneração classificada como fisiológica, 
ou seja, a proliferação celular é contínua para manter a estrutura e o funcionamento dos órgãos. Um 
exemplo é a mucosa bucal (e as demais mucosas), em que o epitélio prolifera continuadamente para 
a renovação das camadas epiteliais. Há ainda a regeneração compensadora, observada nos órgãos 
pares (por exemplo, pulmão, rins etc.); quando um dos órgãos é destruído, o outro assume 
processos regenerativos mais intensos para compensar a destruição do seu par. Por fim, diz -se que 
há regeneração patológica quando houver destruição tecidual e perda da homeostase e da 
morfostase. 
As fases da regeneração incluem um momento em que há demolição das células lesadas e 
inflamação, seguido por intensa proliferação. Inúmeras hipóteses vêm sendo formuladas para 
explicar o processo regenerativo, envolvendo, dentre outros, elementos humorais, circulatórios etc. 
Atualmente sabe-se que algumas proteínas da matriz extracelular estimulam a proliferação celular, 
bem como existem alguns genes responsáveis pela mitose celular. 
Nos processos regenerativos, em geral, quanto mais diferenciados for uma célula (isto é, mais 
especializada), menor é seu grau de multiplicação e regeneração.

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