RESUMO DE DIREITO EMPRESARIAL

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RESUMO DE DIREITO EMPRESARIAL
Direito Comercial: estudo dos atos de comércio. 
Atos de Comércio: é todo aquele praticado com habitualidade, que pressupõe profissionalismo, com intermediação, visando o lucro. Difere-se da prática de um negócio realizado para comodidade ou por qualquer interesse do agente que não seja o lucro. O CC brasileiro, seguindo a tendência internacional, revogou quase todo o Código Comercial brasileiro absorvendo institutos como contratos mercantis, títulos de crédito, empresas e sociedades empresariais. Hoje o Código Comercial brasileiro regula exclusivamente as relações de comércio marítimas.
Empresa: é a unidade economicamente organizada para a produção e circulação de bens e mercadorias e para prestação de serviços. 
A partir desta denominação ampla que o CC 2002 trouxe, a disciplina passou a se denominar Direito Empresarial.
Economia Creditória: a palavra chave para economia é troca. A economia, historicamente, passou por três fases:
Economia Natural: as pessoas trocavam bens naturais entre elas conforme suas necessidades e produções.
Economia Monetária: as pessoas passaram a trocar produtos e bens por moeda. 
Economia Creditória: atualmente, troca-se um valor atual por um valor futuro (crédito). O crédito possibilita o acesso de determinadas pessoas sem maiores condições financeiras de obterem e usufruírem de certos bens. São de elementos essenciais a confiança e o tempo. Atualmente a economia creditória da sustentabilidade aos atos comerciais. 
Fontes do Direito Empresarial: seguem os aspectos inerentes as outras disciplinas do direito, sendo imediatas quando decorrentes de lei (também chamadas primarias) e mediatas quando provenientes dos usos e costumes (secundárias). Os usos e costumes comerciais devem se revestir de determinados requisitos, são eles:
Modo uniforme de sua prática.
Reintegração de sua aplicação.
Registro na Junta Comercial (os assentamentos de usos e costumes são regidos por lei especial). 
No direito brasileiro o que caracteriza a atividade empresarial/comercial é a sua prática ou seu exercício e não a inscrição do comerciante no registro do comércio (Junta Comercial). Dessa concepção surge a figura do comerciante irregular que pratica os atos de comércio sem ser regularmente inscrito na Junta Comercial. O comerciante regular pode usufruir de benefícios legais tais como requerer procedimento de recuperação judicial cm o objetivo de evitar a falência.
Camelôs -> Irregular: pode falir, mas não requerer recuperação judicial;
Empresas -> Regular: pode requerer recuperação judicial para evitar a falência.
O falido só pode exercer novamente a atividade após 5 anos do trânsito em julgado da sentença que extinguiu a falência. 
Relações do Direito Empresarial com Outras Disciplinas:
Direito Penal: as relações são tão intensas a ponto de tramitar no Congresso Nacional um projeto de lei criando o Código Penal Empresarial. Há vários institutos no direito empresarial que caracterizam e penalizam condutas ilícitas. Ex: crime falimentar. 
Direito Administrativo: com o decorrer do tempo as relações se ampliaram de tal modo que até órgãos administrativos foram criados para disciplinar as atividades comerciais. Ex: CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que visa coibir o abuso econômico impedindo eventuais monopólios, cartéis, etc. 
Direito Internacional: atualmente, o Brasil se relaciona comercialmente com outros países e órgãos internacionais comerciais através de tratados e convenções especificas. 
Direito Civil: atualmente o relacionamento é quase unificado em razão do direito civil absolver quase 80% do Código Comercial brasileiro. 
Direito Constitucional: na Constituição Federal existe um preceito expresso de livre iniciativa, onde o Estado não pode intervir na economia nacional.
Empresa: pelo CC, é atividade economicamente organizada para produção de bens e mercadorias e serviços. A palavra chave para empresa é atividade. Só existe a Pessoa Jurídica com o registro da empresa na Junta Comercial.
Empresário: quem exerce a atividade empresarial.
Características do Empresário:
Profissionalismo: trabalha visando o lucro.
Atividade Econômica: deve ter o lucro.
Organizada: organização no sentido dos fatores de produção (mão de obra, matéria prima, tecnologia e capital). 
Produção de Bens ou Serviços: fabricação/circulação de bens ou prestação do serviço. 
Prepostos: o CC passou a indicar prepostos da empresa, que são pessoas que trabalham para a empresa. O CC faz referência a dois prepostos, o gerente (opcional) e o contador (obrigatório). O próprio CC faz a seguinte ressalva: as empresas ficam dispensadas de contadores se nas localidades onde estiverem instaladas inexistam profissionais habilitados. O contador é obrigatório, pois este responde solidariamente pelas contas, capital, etc da empresa.
Por força exclusivamente de lei, existem auxiliares da empresa cuja as atividades são reguladas por normas específicas à cada um deles, são eles: os corretores de imóveis, os leiloeiros e os despachantes aduaneiros (responsáveis pela importação/exportação do Brasil). 
Obrigações Comuns aos Empresários: os empresários estão sujeitos, todos eles, à 3 obrigações:
Registrar-se no registro de empresas antes de iniciar suas atividades (Art.967, CC).
Escriturar regularmente os livros obrigatórios e inerentes a cada atividade. (No direito brasileiro só existe um livro obrigatório comum a todos os empresários que é o livro diário). 
Levantar balanço patrimonial e de resultado econômico a cada ano (Art. 1117, CC).
Requisitos ao Exercício da Atividade Empresarial: podem exercer a atividade de empresário todos os que estiverem em pleno gozo da atividade civil e não forem legalmente impedidos. Estão legalmente impedidos de comercializar no Brasil os funcionários públicos, os militares integrantes das forças armadas (aeronáutica, exército, marinha), os agentes auxiliares do comércio, juízes, os falidos até 5 anos após o trânsito em julgado da sentença que extinguiu o processo de falência. 
Depois de decretada a falência, o empresário terá o prazo de 5 dias para apresentar todos os livros comerciais.
Legislativo de Empresas: é um ato meramente declaratório e não constituído da condição de empresário. 
Finalidade: é a atribuição da personalidade jurídica as sociedades empresariais. Art. 45, CC: para ser empresa de pessoa jurídica ou empresas individuais é necessário ter o CNPJ no registro de empresa, sendo o mais conhecido a Junta Comercial. Tem natureza na instância federal e estadual.
Livros Comerciais: são aqueles cuja estruturação é obrigatória ou facultativa ao empresário em virtude da legislação, estes se diferem dos livros trabalhistas fiscais. O livro obrigatório, comum a todos empresários é o diário, ao passo que existem os especiais de cada segmento. Os optantes pelo simples não precisam manter os livros e ainda existem os livros facultativos, como por exemplo, o livro caixa. Os livros mercantis ou empresariais se equiparam a documentos públicos para fins penais (Art. 297, §2º, CP). 
No direito brasileiro não existe venda do “ponto comercial”, mas sim de instalações. Essa expressão é usada apenas em caso de indenização da ação renovatória. 
Proteção ao Fundo de Comércio: se dá por dois modos:
Propriedade Comercial: é a possibilidade de um locatário renovar o contrato de locação comercial ou contrato de locação para fins não residenciais. 
Propriedade Intelectual: é a proteção ao direito de criação. No direito empresarial cuida de marca, modelos de utilidade, invenções e desenhos industriais. 
Propriedade Comercial
I - Tipos de Locação no Brasil
Locação Residencial: regula a locação para fins residenciais sendo disciplinada pela Lei de Locações e pelo Código Civil. 
Locação Comercial: é utilizada para fins comerciais e o contrato é estabelecido pelo prazo de 5 anos.
Locação para Fins não Residenciais: é utilizada para fins comerciais com prazo inferior à 5 anos. 
II – Renovação de Contrato: na hipóteseda locação comercial não havendo acordo para a renovação do contrato por mais 5 anos, o locatário poderá propor uma ação renovatória até 6 meses antes de terminar o 5º ano de locação. Com o decorrer do tempo as locações não residenciais cujo os contratos ininterruptamente somarem 5 anos propiciará ao locatário o direito a renovação por mais 5 anos. O contrato por tempo indeterminado “corta” a ininterrupção, perdendo o direito de renovação.
III – Requisitos da Renovação:
Locação com prazo determinado ou a soma de vários contratos que atinja 5 anos. 
Contrato sempre escrito e solene.
A locação a ser renovada deverá ter um prazo mínimo de 5 anos.
O empresário já deverá estar na exploração de seu ramo de atividade, pelo prazo mínimo de 3 anos de modo ininterrupto.
Não proposta a ação renovatória até 6 meses, no mínimo, da data de finalização do contrato que o comerciante deseja prorrogar, ocorre a decadência do direito de renovação. 
IV – Defesas do Locador: diante de uma ação renovatória, o locador poderá:
Aceitar a proposta contida na ação, deixando de lado a recusa anterior. 
Aceitar a renovação, mas impugnar as condições, alegando ter propostas melhores ou que a proposta do locatário é baixa. 
Contestar a ação, visando a retomada do prédio para uso próprio.
- A Propriedade Intelectual se divide em registro de criação artística e registro de criação industrial. O registro da criação artística é feita na biblioteca nacional, localizada no Rio de Janeiro, para adquirir direitos autorais sobre sua produção e é regida pelo Direito Civil. A criação industrial tem seu registro feiro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), é regido pelo Direito Empresarial e se subdivide em marcas, invenções, modelos de utilidade e desenho industrial.
Propriedade Industrial: protege os bens relacionados à criação na área industrial ou empresarial, são eles: as marcas, as invenções, os modelos de utilidade e os desenhos industriais. Todas as questões relacionadas à propriedade industrial são reguladas pelo Código de Propriedade Industrial (Lei nº 9.297/96) e também pelo art. 5º, inciso 29 da Constituição Federal, que chama o registro de privilégio de uso, o qual é por tempo determinado. 
Marcas: são traços distintivos visualmente perceptíveis que diferenciam determinado produto ou serviço de um fornecedor em relação aos seus concorrentes. 
Para se proteger a marca deve-se fazer o registro no INPI. 
Patente se usa para Invenção e Registro para Marca. São palavras sinônimas. 
Invenção: no sentido jurídico-empresarial entende-se como invenção toda descoberta suscetível de aplicação empresarial que seja nova. O Código de Propriedade Industrial não define invenção, apenas classifica o que não é considerado como invenção. 
Modelos de Utilidade: é toda disposição ou forma nova obtida ou introduzida em objetos conhecidos visando propiciar-lhe uma utilidade ou eficiência maior. (Melhorias).
Desenho Industrial: é a forma plástica ornamental de um objeto ou um conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicada a um produto proporcionando resultados visuais novos. (Desenhos Estampados).